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terça-feira, 13 de julho de 2010

As Funções Sociais e Política da Profecia

Igreja Evangélica Assembleia de Deus
Rua Frederico Maia, 49
Viçosa- AL.

Objetivo: Explicitar a função precípua da profecia bíblica: levar o ser humano a amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo, a fim de haja ordem e bem-estar social.

INTRODUÇÃO
Na lição de hoje, estudaremos a respeito das funções sociais e políticas da profecia. Conforme veremos nesta aula, esses foram temas recorrentes na profecia bíblica. A princípio, definiremos política e sociedade, em seguida, o papel político e social do profeta no Antigo Testamento, e, ao final, o papel político-social da igreja nos dias atuais.

1. O CONTEXTO POLÍTICO E SOCIAL
A palavra política vem do latim politicus e do grego politikus e ambas significam “aquele que reside numa cidade”. A cidade, conforme depreendemos dos estudos no livro do Gênesis, é uma invenção humana, uma tentativa de se organizar e viver por si próprio, sem depender de Deus. Em Gn. 4, Caim, após assassinar seu irmão Abel, fundou a primeira cidade (v. 17). Nesse livro bíblico, a cidade geralmente é um espaço urbano, propício à violência e ao individualismo. Por causa dessa realidade, Deus trouxe o dilúvio sobre a humanidade (Gn. 9). Devido à pecaminosidade humana, a cidade, e por sua vez, a política se tornou necessária com vistas à igualdade social. Mas não podemos esquecer que a sociedade também se encontra em condição de queda. A construção da Torre de Babel, no capítulo 11 de Gênesis, revela a situação da sociedade sem Deus. O resultado da política humana na sociedade se dá através de um processo de confusão, ainda que essa seja necessária, na verdade, uma providência divina para que o homem não chegue às alturas. As políticas publicas aspiram, no contexto social, tomar decisões com vistas ao bem da sociedade. Essa pretensão, porém, é afetada pela Queda humana. Os governantes nem sempre agem para o bem do povo, em alguns casos, acontece justamente o contrário. A política, ao invés de trazer justiça social, gera enriquecimento ilícito (corrupção), a construção e adoração do deus Mamon, a difusão da depravação humana, a cultura da morte ao invés da vida, entre outras misérias. Abrimos um parêntese para reconhecer que a Palavra de Deus, necessariamente, não é contra a cidade, haja vista a descida da Cidade Celestial, cujo Rei é o Senhor Jesus (Ap. 21.1-4).

2. A FUNÇÃO SOCIAL E POLÍTICA DO PROFETA
Os profetas do Antigo Testamento viveram debaixo dessa condição de queda governamental. Por isso, quando lemos os relatos dos reis de Israel e Judá, vemos uma alternância de governantes que andavam nos caminhos do Senhor e outros que seguiam o seu próprio caminho. Os sacerdotes, que eram os líderes religiosos, ao invés de observarem os preceitos de Deus, faziam conchavos com os reis, a fim de obterem algum benefício próprio da parte deles. Diante dessa política humana da barganha, Deus levantava seus profetas a fim de confrontarem essas práticas vergonhosas. Os profetas, naquele contexto, como aconteceram com Nata e Gade (II Sm. 7.17; 24.18,19) assumiram a condição de conselheiros dos governantes para que esses não se desviassem da Palavra do Senhor. Mas nem sempre os profetas tiveram prestígio diante dos governantes, o mais comum era que eles fossem rechaçados, e, no caso de Isaias, serrado ao meio (Hb. 11.37). Jeremias, o profeta das lágrimas, passou por situações extremamente adversas em seu ministério porque se opôs aos líderes de Judá que teimavam em seguir seus próprios caminhos, ao invés de seguirem os caminhos do Senhor (Jr. 1.15; 5.15; 6.22; 10.22; 25.9). A denúncia de Jeremias contra o pecado do povo de Judá não se restringia à moralidade, à idolatria, mas também às injustiças sociais (Jr. 7.5-7; 22.3,4). Ao invés de darem ouvidos a Jeremias, os líderes da nação judaica preferiram buscar os conselhos dos seus próprios profetas, que falavam aquilo que eles gostavam de ouvir (II Cr. 36.12,15,16), tais como o falso profeta Hananias (Jr. 28.11).

3. A QUESTÃO SOCIAL E O PAPEL DA IGREJA
O Deus da Bíblia sempre manifestou preocupação com os problemas sociais. No Antigo Testamento, em Ex. 21.2; Dt. 15.1-18, estão escritas algumas determinações sobre a escravatura. Deus limitou o tempo máximo da escravatura entre os hebreus para 6 anos, mas esse mandamento não era observado nos tempos do profeta Jeremias, esse é entre outros motivos para o Senhor demonstrar sua indignação com os judeus (Jr. 34.8-11). As injustiças sociais também foram denunciadas pelo Senhor, através dos seus profetas: Miquéias (Mq. 6.8), Ezequiel (34.2-4, 20-25), Amós (5.21-24). Mas essa não é particularidade dos profetas do Antigo Testamento, no Novo Testamento encontramos várias passagens bíblicas que revelam a insatisfação do Senhor em relação às injustiças sociais: os fariseus que julgavam as pessoas pelos seus pecados morais, mas não atentavam para os pecados sociais (Mt. 23.1-12); o próprio Jesus demarcou a necessidade do comprometimento social da igreja (Mt. 25.31-46) e se mostrou restritivo em relação à salvação dos ricos, haja vista o amor que eles têm pelo dinheiro (Mc. 10.17-27). Tiago, em sua epístola, traz recomendações diretas à igreja sobre os cuidados com os problemas sociais (Tg. 1.27; 2.14-17). Isso porque a igreja, seguindo o modelo de Jesus e dos apóstolos, vê o ser humano em sua integralidade: corpo, alma e espírito (I Ts. 5.23).

CONCLUSÃO
A igreja do Senhor não pode esquecer que Deus ama a justiça (Is. 61.8) e recomenda que a essa deva ser perseguida (Dt. 16.19,20) em favor dos necessitados (Sl. 83.3). Diante de tais advertências, cabe a igreja, nesses dias cruciais, assumir uma postura profética em relação à política e a sociedade. A agenda evangélica não deva privilegiar apenas o aborto, o homossexualismo e a eutanásia (entre outros temas corriqueiros), mas também a injustiça social e a corrupção política. Para tanto, faz-se necessário que a igreja permaneça em sua condição profética, sem fazer conchavos com políticos, em especial com aqueles que carregam uma ficha suja.

BIBLIOGRAFIA

terça-feira, 6 de julho de 2010

Eventos Assembleia de Deus - Viçosa - AL.

                                 ANIVERSÁRIO DO TEMPLO DO CONJUNTO  CIDADE DE DEUS



                                                       CONGRESSO  DE SENHORES


                                     ANIVERSÁRIO DO CONJUNTO LÍRIO DOS VALES



                                       COMEMORAÇÃO DO DIA DAS CRIANÇAS/ 2010

                                          CONGRESSO DE JOVENS E ADOLESCENTES

Eventos Assembleia de Deus - Viçosa - AL.



                                                       

Encontro de casais

Encontro de Mocidade
Estudo Bíblico no Encontro de Mocidade
Encontro de Mocidade
Encontro de Mocidade no Ginásio de Esporte no EEJD

A Natureza da Atividade Profética

Escola Bíblica Dominical
Igreja Evangélica Assembleia de Deus
Rua Frederico Maia, 49
Viçosa - Alagoas

TEXTO ÁUREO
“Havendo Deus, antigamente, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos, nestes últimos dias, pelo filho” (Hb 1.1).
A parte inicial dessa perícope introduz as duas épocas na história quando Deus relacionava-se com o seu povo e falava em termos de ‘outrora’ (antigamente; noutro tempo) e estes ‘últimos dias’. Um prólogo que remete à mensagem principal: A vinda de Cristo estabeleceu a nossa época como os prometidos “últimos dias’ da salvação comunicados pelos profetas (Jr 23.20; Os 3.5; Mq 4.1). O falar de muitas maneiras inclui visões, sonhos e Símiles (Nm 12.6-8). Símiles eram figuras de linguagem que transmitiam mensagens divinas – Comparação que se faz entre duas coisas que se assemelham; Semelhança, analogia; Exemplo que se propõe; Parábola: 2Sm 12.1-4; Sl 78.2; Is 5.1-7; Ez 17.2-10. Entre as símiles pelas quais os profetas representaram a mensagem divina estava a vida do próprio Oséias e seu relacionamento com sua esposa prostituta Gomer, uma representação que descrevia o amor de Deus por Israel.

VERDADE PRÁTICA
A autêntica comunicação profética, nos tempos bíblicos, era feita por meio de palavras e de figuras, a fim de que o povo compreendesse claramente a mensagem divina.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Jeremias 1.4-6, 9-14

OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
- Explicar as formas de comunicação divina aos profetas, e pelos profetas ao povo;
- Descrever a interpretação naturalista acerca dos profetas do Antigo Testamento, e
- Refutar a falácia dos naturalistas com argumentos bíblicos.

PALAVRA-CHAVE
C O M U N I C A Ç Ã O
- Informação; participação; aviso; Transmissão; Notícia; Passagem. Ligação; Convivência; Relações.
- Processo de emissão, transmissão e recepção de mensagens por meio de métodos ou sistemas convencionais.

COMENTÁRIO

(I. INTRODUÇÃO)

No período veterotestamentário, Deus escolheu entrar em um relacionamento íntimo inicialmente com um só homem, posteriormente com sua família e seus descendentes. Sua intenção não era criar uma religião judia, mas desejou uma relação de aliança com o seu povo e por esse motivo, a religião dos israelitas era totalmente diferente das nações vizinhas. YAHWEH cobrou um espírito quebrantado e contrito em vez de sacrifícios (Sl 51.17), justiça em lugar de dias festivos (AM 5.21-24), e em lugar de ofertas de carneiros e óleo Ele queria pessoas justas, bondosas e que andassem humildemente com Ele (Mq 6.8). A moral desse relacionamento é mostrar o tipo de vida que Ele requeria que seu povo vivesse mediante o poder do Seu Espírito (Rm 8.4). Para manter esse relacionamento, Deus usou ao lado dos Sacerdotes e levitas outro grupo de representação: os profetas. Estes vocacionados representavam Deus e falavam por Ele ao povo. Defendiam a todo custo os retos padrões requeridos por YAHWEH nesse relacionamento e chamavam o povo para Ele (Dt 13.4). Ralph Gower afirma que a pessoa se tornava profeta ao perceber que Deus estava falando com ela e precisava então transmitir a mensagem recebida, o que era feito conforme a personalidade única de cada profeta. (Usos e Costumes dos Tempos Bíblicos, Gower, Ralph, CPAD, p. 368). È sobre esta forma de comunicação entre um Deus amoroso com seu povo e como essa mensagem era transmitida que estudaremos hoje.

(II. DESENVOLVIMENTO)

I. AS FORMAS DE COMUNICAÇÃO DE DEUS AOS PROFETAS
1. “[…]Veio a mim a palavra do SENHOR” (v. 4). A maioria dos seguimentos cristãos acredita que somente Deus pode ver o futuro e muitas vezes é o desejo dEle revelar fatos futuros ao homem. Para isso, Deus usava e ainda usa homens que recebem as suas revelações e as transmite por forma oral ou escrita. Deus chamou Jeremias para o ministério profético de anunciar o julgamento divino contra Judá por causa da idolatria e durante 40 anos Jeremias exerceu seu ofício até o exílio babilônico e durante esse período, a Palavra do senhor veio a ele por repetidas vezes. A expressão ‘veio a mim a palavra do Senhor’, com freqüência, abre livros profético (Os 1.1; Jl 1.1; Mq 1.1), conseqüentemente, as palavras registradas de Jeremias, são palavras do Senhor. Deus, portanto, falava aos profetas, os quais, por sua vez, transmitiam sua palavra aos homens. De que maneira e por quais caminhos lhes chegava a palavra divina eles mesmos no-lo revelam em seus escritos. É importante saber que a mensagem profética jamais foi produzida pela mente ou perspicácia do profeta, pois este falava somente o que o Espírito Santo desejava que falasse. Isto, porém, não anulava a individualidade e personalidade do mesmo. Alguns ouviam a voz do Senhor, como por exemplo Oséias e Jeremias, enquanto outros como Amós, Ezequiel e Daniel, tinham visões. Os livros proféticos freqüentemente mencionam a atividade de Deus na transmissão da palavra profética, a saber:
“A mão do Senhor estava sobre o profeta” (Is 8.11; Ez 1.3; 3.14).
“O Espírito do Senhor caiu sobre o profeta” (Ez 11.5).
“A palavra do Senhor veio sobre o profeta” (Jl 1.1; Jn 1.1; Mq 1.1).
“O profeta tomava conselho com o Senhor; não raras vezes, via e ouvia a palavra profética” (Jr 23.18).
“Deus falou pelos profetas” (Hb 1.1).
“O Espírito de Cristo neles estava” (1 Pe 1.11).
Assim, descrevem-nos as visões com que foram favorecidos mediante uma ação sobrenatural, exercida quer sobre os sentidos exteriores, quer sobre a imaginação e as faculdades interiores. Não raras vezes era uma voz que lhes falava, de maneira semelhante, seja sensivelmente, seja mediante uma ação interior. Essa revelação podia suceder-se diretamente, como em Is 6, ou por meio de símiles. Outras vezes o oráculo era transmitido pela observação de um fato sensível, como em Jr 18. Na maioria das vezes, porém, havia uma iluminação direta da mente do profeta. São exemplos dessa forma de comunicação entre o Senhor e o seu mensageiro: o que aconteceu com Samuel quando foi ungir Davi (1Sm 16.6,7), e o que sucedeu ao profeta Isaías ao se encontrar com o rei Acaz (Is 7.3,4).

2. Revelação divina em forma de diálogo (vv 6,9,10). Semelhante à Moisés, Jeremias trava um diálogo com o Senhor alegando incapacidade e inexperiência e Deus então toca-lhe a boca. e diz-lhe: ‘Eis que ponho minhas palavras na tua boca’(v.9), sugerindo que Jeremias foi consagrado para falar as palavras de YAHWEH. A Palavra de Deus é uma força dinâmica e criativa que realiza os propósitos divinos (Is 55.10,11), Jeremias se tornou um porta-voz de Deus, que conferiu-lhe autoridade sobre nações e reinos (v. 10). A frase “assim diz o Senhor” era atestada de duas formas: (a). Através de palavras, com autoridade divina (2 Pe 1.21): Várias vezes os profetas punham seus oráculos em forma de parábolas ou alegorias, seguindo o estilo poético de sua época (Is 5.1-7; 2 Sm 12.1-7; Ez 16; 17); (b). Através de ações concretas ou atos simbólicos: Muitos profetas serviram-se de potentes recursos audiovisuais ao executarem atos simbólicos que encerravam a sua mensagem. O texto de 2 Reis 13.14s., ilustra eficazmente a relação exata em que o símbolo estava em relação à palavra, e em que ambos estavam em relação aos acontecimentos. A palavra corporificada no símbolo é extremamente eficaz e impossível que deixe de ser cumprida; realizará exatamente aquilo que o símbolo declarava.

3. Visão ou sonho. Duas outras principais formas de Deus comunicar sua mensagem ao profeta são visões e sonhos. A Bíblia de Estudo Pentecostal comenta o texto de Dn 7.1 assim: “As palavras ‘sonhos’ e ‘visão’, às vezes, têm emprego revezável na Bíblia. Daniel interpretou sonhos proféticos de outros; Deus também deu ao próprio Daniel sonhos e visões maravilhosos. […] Sonhos proféticos e visões são também manifestações características do povo de Deus nos últimos dias, quando o ministério do espírito Santo manifesta-se plenamente entre os crentes” (Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD,nota Dn 7.1, p. 1256). A comunicação da mensagem divina através das visões que o profeta Jeremias teve é um exemplo que ilustra essa forma de o Eterno transmitir seus oráculos:
a) A visão da vara de amendoeira (vv. 11, 12). “Ainda veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: Que é que vês, Jeremias? E eu disse: Vejo uma vara de amendoeira. E disse-me o SENHOR: Viste bem; porque eu velo sobre a minha palavra para cumpri-la.” (Jr 1.11,12). Nesse texto ocorre um trocadilho com as palavras ‘amendoeira’ e ‘Vigilante’ em hebraico são muito paracecidos; a Bíblia de Jerusalém assim comenta essa perícope: “o termo sheqed (amendoeira), que aguarda a primavera para florescer em primeiro lugar, evoca o vigilante (shôqed), o Deus sempre alerta”. (Bíblia de Jerusalém, Paulus 2002, p. 1362). Dessa forma, esta visão deixa subentender que a palavra do Senhor através de Jeremias cumprir-se-ia rapidamente (Jr 31.28; 44.27).
b) A visão da panela fervendo (vv. 13-15). Já a segunda visão dada pelo Senhor a Jeremias veio algum tempo depois e mostra uma panela fervendo, virada do norte derramando-se sobre Judá, representando a Babilônia trazendo forte juízo de Deus contra o povo de Jeremias. Uma invasão maciça viria do norte como paga pelo abandono ao seu Deus e pelos sacrifícios oferecidos aos falsos deuses e pelo louvor às obras das suas próprias mãos (v. 16).

A comunicação entre Deus e os profetas dava-se por mensagem ou diálogo direto, sonhos e visões. Sinopse do Tópico (1)

II. AS FORMAS DE TRANSMISSÃO DA MENSAGEM DOS PROFETAS AO POVO
1. Declaração oral e direta. Há Três Classes de Profetas - Orais, da Escrita e Cúltica, conforme a maneira pela qual transmitiam os oráculos divinos. Profetas Orais: Gade (1 Sm 22.5); Natã (2 Sm 12.1); Ido (2 Cr 9.29); Aías (1 Rs 11.29); Semaías (1 Rs 12.22); Elias (1 Rs 17.1); Azarias (2 Cr 15.1); Eliseu (2 Rs 4.8,9). Profetas da Escrita: São aqueles que se preocuparam em registrar por escrito suas exortações, admoestações, consolações e previsões futuras. Os profetas da Escrita eram também profetas Orais. Destacamos como profetas da Escrita: Isaías, Jeremias, Ezequiel e Daniel, entre outros. Profetas cúlticos: Os profetas cúlticos são aqueles em que a profecia estava moldada numa forma litúrgica. O texto de 2 Crônicas 20 pressupõe que os profetas cúlticos estavam ligados ao santuário, trabalhando juntamente com o sacerdote, e estavam incumbidos do aspecto sacrifical da adoração (2 Cr 29.21-24). Jaaziel era um levita, oficial do culto, dotado de uma capacidade profética (2 Cr 20.14). Percebe-se em alguns Salmos, uma indicação desse mesmo fenômeno (Sl 60.6; 75; 82). Em todos esses Salmos há uma seção em que uma voz fala na primeira pessoa do singular: trata-se da resposta oracular – o profeta associado com o culto, apresentando a declaração contemporânea de Deus ao seu povo. Esse organismo profético-litúrgico, foi instituído pela vontade de Deus, através do profeta Gade (2 Cr 29.25), quando instituiu as corporações dos cantores no Templo. [http://teologiaegraca.blogspot.com/2010/07/profetismo-e-profetas-biblicos.html]

2. Figuras e símbolos. Outras formas de os arautos proclamarem a mensagem profética são as figuras e símbolos. Representam cada uma delas realidades correspondentes. Costuma ser tão palpável a natureza figurativa e simbólica, que uma interpretação ao pé da letra quase se faz desnecessária (veja Jo 6.51-65). O símbolo é uma espécie de tipo pelo qual se representa alguma coisa ou fato por meio de outra coisa ou fato familiar que se considera a propósito para servir de semelhança ou representação (o leão é considerado o rei dos animais do bosque; assim é que achamos na Escrituras a majestade real simbolizada pelo leão – Hermenêutica, E. Lund, P. C. Nelson, Vida, p. 81).

3. Casos reais que servem de representação para comunicar a mensagem. Uma forma rara de comunicação da mensagem divina é a que envolve casos reais, utilizados para exemplificar a situação entre Deus e o povo. Muitos profetas serviram-se de atos simbólicos (também chamados de oráculos por ação) que encerravam a sua mensagem. Por exemplo: Isaías andou três anos descalço e nu por sinal e prodígio sobre a Etiópia (Is 20.3); Jeremias é recomendado a descer à casa do oleiro (Jr 18) a fim de receber a mensagem de Deus; Oseias é orientado para casar-se com uma mulher prostituta (Os 1.2), para que sua vida fosse uma viva pregação da infidelidade do povo e do amor do Senhor; Ezequiel cercou uma cidade em miniatura (Ez 4.1-3); escavou através do muro da casa (Ez 21.1), e Aías ao rasgar sua roupa em doze pedaços, e entregar dez a Jeroboão (1 Rs 11.29).

A comunicação entre Deus e o povo por meio dos profetas ocorria mediante a mensagem oral e direta, figuras e símbolos proféticos e casos reais ou oráculos por ação. Sinopse do Tópico (2)

III. A QUESTÃO EXTÁTICA DO PROFETA
1. Interpretação naturalista. Grupos Extáticos - estes profetas andavam livremente por Judá e vizinhança, eram músicos que buscavam no êxtase um estado de transe para assim proferirem suas mensagens. Observa-se nesta categoria a presença de Saul (1 Sm 10. 5), e dos profetas de Baal (1Rs 18.19-40). À luz de 1Sm 9.9, parecem ter sido grupos religiosos patriotas de moços, aos quais Samuel procurava transformar numa força religiosa-moral, em relação às tribos, que eram ameaçadas pelas práticas religiosas de outros povos, como os filisteus(Jz 2.16,17; 10.11). Em Números 11.26-32, quando Eldade e Medade foram tomados pelo Espírito de Deus e entraram em êxtase, relata-se que Josué os criticou. Moisés, no entanto, respondeu: “… eu gostaria que o Deus Eterno desse o seu Espírito a todo o seu povo e fizesse que todos fossem profetas!” (Nm 11.29b). Em outras ocasiões, no entanto, estes “profetas malucos” (Oséias) causavam repulsa. Em 1Sm 10.6 percebemos que havia por parte dos hebreus, um certo menosprezo a este grupo. Isto porque o povo os considerava malucos, por sua maneira exótica de se comportarem. A Bíblia de Jerusalém diz: “Então o Espírito de Iahweh virá sobre ti, e entrarás em delírio com eles e te transformará em outro homem” (1 Sm 10.6). Do exposto, concluo, sem medo de errar, que haviam profetas verdadeiros que profetizavam de forma extática; A única diferença entre Saul e os profetas extáticos, que comumente chegavam ao transe através de uma série de estímulos, é que Saul “entrou em transe” por uma ação direta do Espírito Santo. Ele não precisou dos subterfúgios dos extáticos para se “transformar (temporariamente) em outro homem”. Deus assim o quis e Saul entrou em êxtase. Os Intérpretes Naturalistas entendem que o fenômeno do êxtase era apenas um estado emocional da pessoa.

2. Falácia dos naturalistas. A interpretação naturalista é uma teoria metafísica que defende que todos os fenômenos podem ser explicados mecanicamente em termos de causas e leis naturais. O naturalismo opõe-se ao sobrenaturalismo, teoria metafísica teológica. O naturalismo é muitas vezes confundindo com ateísmo, materialismo, positivismo, empirismo, determinismo e cientismo. A interpretação naturalista é antibíblica, porque as Escrituras Sagradas declaram que a fonte dos oráculos proféticos é o próprio Deus (Os 12.10; 2Pe 1.21).

3. A base dos naturalistas e uma refutação. Os profetas falavam movidos pelo Espírito Santo (2Pe 1.21). Literalmente, a palavra “movido” significa “carregado” e designa a ação divina no processo da inspiração profética. A mensagem profética jamais foi produzida pela mente ou perspicácia do profeta, pois este falava somente o que o Espírito Santo desejava que falasse. Isto, porém, não anulava a individualidade e personalidade do mesmo, como afirma a teoria do ditado mecânico; antes, porém, privava-o de erros. A forma pela qual recebia a mensagem nem sempre está relatada. Alguns ouviam a voz do Senhor, como por exemplo, Oseias e Jeremias, enquanto outros como Amós, Ezequiel e Daniel, tinham visões. O Dicionário Vine afirma: “[…] Às vezes, sobretudo com os profetas primitivos, parece que algum tipo de experiência extática estava envolvido, como em 1Sm 10.6,11; 19.20. Está escrito que a musica é meio para profetizar, como em 1Cr 25.1-3. […] O ponto é que no contexto bíblico ‘profetizar’ se refere a algo desde o êxtase frenético de um falso profeta até a proclamação sóbria e imperturbável do julgamento de Deus por um Amós ou Isaías. (Dicionário Vine, 1ª edição, 2002, CPAD, p. 248).

O naturalismo considera o estado de êxtase dos profetas, no entanto, negam a origem divina de seus oráculos. Sinopse do Tópico (3)

(III. CONCLUSÃO)

O nosso Deus é um Deus que anseia por relacionar-se com sua criatura. Essa comunicação no Éden era face a face. Pós-queda, Deus utilizou-se de pessoas escolhidas para ser esse canal. A pessoa se tornava profeta ao perceber que Deus estava falando com ela e precisava então transmitir a mensagem recebida, o que era feito conforme a personalidade única de cada profeta. O Senhor usou várias formas para se comunicar com os profetas, e esses, lançaram mão de recursos variados para transmitir os oráculos divinos ao povo, de modo que a mensagem se tornasse compreensível. “Havendo Deus, antigamente, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos, nestes últimos dias, pelo filho” (Hb 1.1).É fundamental meditar nos Evangelhos, é por meio dele que o Filho se comunica conosco hoje.

APLICAÇÃO PESSOAL

O homem é essencialmente um ser que se comunica. O ser humano sempre conviveu com a comunicação. O mundo foi criado pela Palavra. Quando veio ao mundo para um encontro definitivo, Ele foi chamado de Verbo (ou Palavra). Não existe sociedade sem comunicação. Não existe sequer a pessoa sem comunicação. Nós somos porque nos comunicamos. Esta é uma marca do ser humano. Os quatro elementos essenciais da comunicação são o emissor, o receptor, o meio e a mensagem. É a interação deles que constitui a comunicação. Os seres humanos estão sempre em busca de um receptor para lhe dizer algo através de algum meio. Podemos mudar os recursos tecnológicos, mas o modelo permanecerá o mesmo. Deus se comunica. Ele não é um ser inalcançável e silencioso, não se fechou em si mesmo, surdo, mudo, e inacessível. É da Sua natureza falar, relacionar-se, comunicar-se, apresentar-se. Deus se expressa através da criação – Sl 19.1-4; Rm 1.19,20; através dos sonhos – Gn 41.1-4; Mt 27.19; através dos anjos – Gn 18.1-3; 19.15,16; At 10.1-4; através dos profetas – Jd 14; At 3.18; Mt 23.37. Através de Cristo – Jo 1.1,2,14; Cl 1.15; Hb 1.1; Através da Palavra – Sl 19.7-11; Ex 34.27,28; 2Tm 3.16; Através da sarça ardente falou com Moisés – Ex 3.1-5; Através da voz suave falou com Elias – 1Re 19.12,13; Através do redemoinho falou com Jó – Jó 38.1. Apesar desse anseio divino em comunicar-se com o homem, há empecilhos e dificuldades: O pecado – Is 59.2; Mt 13.13-15; Rm 3.10,11; A indiferença – Is 29.13; Dt 30.17-20; Os ruídos – 1Co 14.10,11; 2Tm 2.16-18. Se dermos ouvidos ao Senhor, essa comunicação produzirá efeitos duradouros: Temor – Hc 3.2; Dt 4.10; Hb 4.1,2; Conhecimento – Jó 42.1-5; Os 6.3; 1Co 2.9-12; Comunhão – Gn 5.24 c/c Am 3.2; 1Jo 1.1-3. Ele, o Senhor, mantém a comunicação mesmo sem palavras – 1Sm 1.12,13; Rm 8.26; nas circunstâncias adversas – Dn 6.10,11,16,20-22, e nos momentos de maior solidão - Mt 26.38-46. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz ás Igrejas!
N’Ele, para que a prova da nossa fé, muito mais preciosa do que o ouro que perece e é provado pelo fogo, se ache em louvor, e honra, e glória, na revelação de Jesus Cristo (1Pe 1.7),