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terça-feira, 24 de junho de 2014

13ª lição do 2º trimestre de 2014: A MULTIFORME SABEDORIA DE DEUS

 

Texto Básico: Efesios 3:8-10; 1Pedro 4:7-10

 
“Para que, agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus” (Ef 3:10)

 

INTRODUÇÃO

A multiforme sabedoria de Deus-Pai é Cristo, “o mistério que esteve oculto desde todos os séculos e em todas as gerações e que, agora, foi manifesto aos seus santos” (Cl 1:26). Efésios 3:10 mostra que Cristo é a Sabedoria de Deus, o qual se expressa de muitas maneiras através da Sua Igreja. Cristo é tão grande, tão precioso, que Ele não pode ser expresso só por uma ou duas pessoas; necessita de toda a igreja para fazê-lo. Só a igreja, em sua pluralidade, pode expressar totalmente a Cristo. Cada vez que a igreja se reúne, dá testemunho e expressa o Senhor Jesus Cristo.

Estudamos neste trimestre os cinco ministérios relacionados em Efésios 4:11 -  Apóstolos, Profetas, Evangelistas, Pastores e Mestres. Através destes ministérios, o Senhor capacita a igreja; mas na realidade, estes cinco ministérios são cinco expressões de Cristo; eles expressam cinco aspectos da maravilhosa Pessoa de Cristo - Cristo é o verdadeiro Apóstolo, o verdadeiro Profeta, o grande Evangelista, o bom Pastor e o grande Mestre.

Estudamos, também, nove Dons Espirituais definidos pelo apóstolo Paulo em 1Co 12:8-11. Estes dons testificam das qualidades, ou virtudes do Doador; eles são a glorificação de Cristo por meio da edificação do Corpo de Cristo - a Igreja. Através destes dons o Senhor torna a Igreja mais capaz de cumprir a missão como agente do Reino de Deus na Terra (cf At 9:31).

E em Gálatas 5:22, encontramos as nove manifestações do fruto do Espírito, que é o caráter de Cristo.

Assim é expressa a multiformidade de Cristo, a sabedoria do Pai, manifestando-se em e para pessoas simples como eu e você.

I. OS DONS ESPIRITUAIS E MINISTERIAIS


Ao longo deste trimestre estudamos sobre os Dons Espirituais e Ministeriais. O que foi exaustivamente estudado dá-nos uma visão clara de que a Sabedoria de Deus é multiforme e plural, e que se “manifesta em seus dons espirituais e ministeriais nas mais variadas comunidades cristãs espalhadas pelo mundo”.

1. DONS ESPIRITUAIS

Neste bloco, estudamos três grupos de dons espirituais, a saber: três Dons de Revelação(Palavra de sabedoria, Palavra de ciência - ou conhecimento e Discernimento de espíritos);três Dons de Poder (Fé, Cura e Operação de milagres); três Dons de Elocução (Profecia, Variedade de línguas e Interpretação de línguas). É certo que em nenhum destes grupos o objetivo de Paulo foi o de quantificar os Dons, ou seja, definir quantos são, mas o de qualificá-los, ou seja, discorrer sobre o objetivo e o uso correto de cada um. Vejamos uma rápida revisão do que foi estudado.

a) DONS DE REVELAÇÃO (1Co 12:8,10). Estes Dons são dados pelo Espírito Santo para que as pessoas revelem mistérios ocultos aos homens, com a tomada de atitudes e condutas que evidenciem que Deus sabe todas as coisas e que nada lhe fica oculto. São evidências da onisciência divina no meio do Seu povo. Por intermédio dos Dons de Revelação, a Igreja de Cristo manifesta sabedoria, ciência e discernimento sobrenaturais. Eles são de grande necessidade aos santos, habilitando-os a entenderem muito mais e a combaterem os espíritos do erro e suas artimanhas por toda parte.

Hoje, estamos presenciando a proliferação, inclusive dentro das igrejas, de falsas doutrinas, de imitação dos dons, de modernismos teológicos, de inovações antibíblicas, de falsos avivalistas, de "milagreiros" ambulantes, etc. Por isso que é tão importante a manifestação destes Dons na Igreja. São Dons necessários ao pastoreio – na administração e liderança da Igreja.

b) DONS DE PODER (1Co 12:4,9-11). Estes Dons mostram a Soberania de Deus, a sua Onipotência, a sua autoridade sobre as forças da natureza, sobre o ser humano, sobre os demônios. Eles são concedidos pelo Espírito Santo à Igreja a fim de auxiliá-la na propagação do evangelho, para que o nome do Senhor seja glorificado. Através dos Dons de Poder a soberania de Deus sobre todas as coisas e a Sua presença no meio da igreja são confirmadas. Jamais devem ser utilizados para a exaltação pessoal.

c) OS DONS DE ELOCUÇÃO (1Co 12:10). São dons de manifestação sobrenatural de mensagem verbal pelo Espírito, para a edificação, exortação e consolação do povo de Deus (1Co 14:3). A igreja precisa ter muito cuidado com a manifestação destes Dons, pois atualmente, há muita confusão e falta de sabedoria no uso dos mesmos, principalmente o de profecia. Precisamos de bastante cuidado e discernimento para que não sejamos enganados pelos falsos profetas que têm ardilosamente se infiltrados no meio do povo de Deus.

2. OS DONS MINISTERIAIS


Os Dons Ministeriais encontram-se relacionados em Efésios 4:11, a saber: Apóstolos, Profetas, Evangelistas, Pastores e Mestres. É importante que se faça distinção entre os Dons Ministeriais e os “títulos ministeriais” ou os “cargos eclesiásticos”. Nos nossos dias, muitos têm confundido estes dois aspectos, que são completamente diferentes. O dom é uma concessão de Cristo, que vem diretamente do Senhor para o crente; já os “títulos ministeriais” e os “cargos eclesiásticos”, são posições sociais criadas dentro das igrejas locais.

Rememoremos, em resumo, o significado destes Dons estudados.

a) O MINISTÉRIO DE APÓSTOLO. O termo grego “apostolos” significa literalmente “enviado” ou “mensageiro”; ocorre pela primeira vez na literatura do Novo Testamento em Mateus 10:2. O Senhor Jesus Cristo é reconhecido como o Supremo Apóstolo (Hb 3:1), tendo sido o modelo para os Doze, assim como para Paulo, o qual veio a ser escolhido por Deus para ser seu apóstolo entre os gentios (At 13:1-3; Gl 1:14,15; 2:7-8). A partir do Pentecostes, os Doze assumiram a proclamação do Evangelho ao mundo, tornando-se juntamente com os profetas o fundamento da Igreja (Ef 2:20).

b) O MINISTÉRIO DE PROFETA. No Novo Testamento, o ministério de profeta foi instituído por Cristo (Ef 4:7,11), para a Igreja, com o propósito de ser o porta-voz de Deus, não mais para a revelação do plano de Deus ao homem, mas para trazer mensagens divinas ao Seu povo no sentido de encorajar o povo a se manter fiel à Palavra e para nos fazer lembrar as promessas contidas nas Escrituras. Neste Novo Pacto, a profecia precisa ser entendida dentro de um contexto específico. Ela não pode ser considerada superior à revelação escrita, ou seja, as Escrituras Sagradas. Nenhuma palavra “profética” pode ter o objetivo de substituir ou revogar a Revelação Escrita, pois esta é a suprema profecia.

c) O MMINISTÉRIO DE EVANGELISTA. Os Apóstolos e Profetas lançaram o fundamento da igreja, e os evangelistas edificaram sobre esse fundamento, ganhando os perdidos para Cristo. Cada membro da igreja deve ser uma testemunha de Cristo (At 2:41-47; 8;4; 11:19-21), mas há pessoas a quem Jesus dá o Dom especial de ser um evangelista. No início da Igreja, o trabalho dos evangelistas era uma obra itinerante de pregação orientada pelos apóstolos, e parece ser justo chamá-los de “a milícia missionária da igreja”. O fato de não termos esse Dom não nos desobriga de evangelizar.

d) O MINISTÉRIO DE PASTOR. Conforme o texto de 1Pedro 5:1-4, podemos dizer que, em termos eclesiásticos, pastor é aquele que supervisiona o rebanho; é aquele que serve debaixo da autoridade do “Supremo Pastor” cuidando das “ovelhas” de Cristo; ou melhor, ele é um mordomo do Senhor, por isso deve guardar cada uma das ovelhas que lhe confiou o Sumo Pastor. O seu ministério é o de sábio conselho, correção, encorajamento e consolo. O pastor não é um voluntário, mas uma pessoa chamada por Deus. Seu ministério não é procurado, é recebido. Sua vocação não é terrena, mas celestial.

e) O MINISTÉRIO DE MESTRE. O Dom Ministerial de Mestre - ou o Dom de Ensino - é concedido por Deus a alguns de seus servos, que são vocacionados por Ele e capacitados pelo Espírito Santo, tendo como objetivo, por meio deles, instruir os discípulos do seu rebanho e defender a fé cristã contra os inimigos da Igreja. O termo mestre, que aparece em Efésios 4:11, significa literalmente ensinador, isto é, aquele que ensina segundo os processos e métodos didáticos, apelando para as faculdades lógicas da mente, da razão, inspirado pelo Espírito Santo. Aquele que tem o Dom de Mestre ocupa-se, prioritariamente, da doutrina, do ensino bíblico.

Dentro do bloco de estudo dos dons ministeriais, estudamos também as “funções eclesiásticas”, ou seja, as posições sociais na igreja local mediante as quais se exercem os dons ministeriais com reconhecimento de todos os membros daquele grupo social. Conforme vimos, duas são as funções eclesiásticas na igreja local: presbíteros e diáconos (Fp 1:1).

2.1. O PRESBÍTERO, BISPO OU ANCIÃO.

Na acepção do Novo Testamento, os presbíteros são cristãos maduros, de excelente caráter e que detêm liderança espiritual em uma igreja local. Os vocábulos: presbítero, ancião e bispo, são usados no compêndio neotestamentário com o mesmo significado (ler 1Pedro 5:1-9).

De acordo com a Bíblia de Estudo Palavras-Chaves, o termo presbíteros do grego“presbyteros” é uma forma comparativa da palavra grega “presby” que significa: “uma pessoa experiente, madura, mais velha, anciã”. Os presbíteros tomavam parte ativa no apascentamento da igreja (At 20:28) e também no ensino, pois uma das qualidades exigidas do candidato ao presbitério era que fosse “apto para ensinar” (1Tm 3:2).

Ao longo da história da igreja, a atividade do presbítero, ou bispo, caracterizou-se pelo ministério de apascentador do rebanho do Senhor e governo da igreja local, e pela dedicação ao ensino da Palavra de Deus. É o obreiro que colabora com o pastor titular da igreja, ajudando-o no cuidado e zelo do rebanho do Senhor Jesus Cristo.

2.2. O DIACONATO.

A palavra “diácono” significa “aquele que serve”. O diácono – dákonos – é o servo que coopera com aqueles que se dedicam à oração e ao ministério da Palavra. Os primeiros diáconos foram nomeados assistentes dos apóstolos.

Há dois ministérios na Igreja: a diaconia das mesas (At 6:2,3) – ação social – e a diaconia da Palavra – a pregação do Evangelho. O ministério das mesas não substitui o ministério da Palavra, nem o ministério da Palavra dispensa o ministério das mesas. Nenhum dos dois ministérios é superior ao outro. Ambos são ministérios cristãos que exigem pessoas espirituais, cheias do Espírito Santo, para exercê-los. A única diferença está na forma que cada ministério assume, exigindo dons e chamados diferentes.

O diaconato não é uma plataforma de privilégios, mas de serviço aos outros. Aqueles que se esmeram no ministério de servir aos outros em nome de Deus, recebem de Deus a recompensa – “Porque os que servirem bem como diáconos adquirirão para si uma boa posição e muita confiança na fé que há em Cristo Jesus” (1Tm 3:13). Estêvão e Filipe foram os diáconos mais destacados no Novo Testamento. Como se segue no livro de Atos, encontramos Filipe servindo como evangelista, e Estêvão, como mestre. Uma pessoa que fielmente cumpre uma tarefa, mesmo pequena, logo será respeitada e estimada pela confiança e devoção.

II. BONS DESPENSEIROS DOS MISTÉRIOS DIVINOS


Cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus” (1Pedro 4:10). “Além disso, requer-se nos despenseiros que cada um se ache fiel” (1Co 4:2).

A expressão “despenseiro” indica o administrador da casa, o oikonomos. Cabia a esse administrador a distribuição de mantimentos e a divisão dos trabalhos para os demais servos. Mesmo tendo tal responsabilidade, tinha a consciência de que era um servo, um escravo.

Paulo declara que fora indicado para manejar a mensagem da salvação de Deus, não como alguém que tem o controle da situação, mas de quem é responsável diante do Mestre. Em 1Co 4:2 ele nos exorta a sermos fiéis na administração dos dons que o Senhor nos dispensou: “Além disso, requer-se nos despenseiros que cada um se ache fiel”.

Se, no sentido bíblico, despenseiro é aquele que administra bens alheios, então, o detentor de um Dom Espiritual é um despenseiro de Deus. É válido ressaltar que os Dons de Deus não são dados em forma de presentes, mas, como instrumentos de trabalho. Todo servo, por mais simples que seja, recebendo um instrumento de trabalho de seu senhor e relacionado com o serviço que faz, pode saber qual o objetivo da entrega daquele instrumento: é para ser usado no serviço de seu senhor. Assim, ele será infiel se fizer como fez aquele servo que recebeu um talento – “Mas o que recebeu um talento foi, e cavou na terra, e escondeu o dinheiro do seu senhor”(Mt 25:18). No dia do acerto de contas foi chamado de inútil, e condenado – “Lançai, pois, o servo inútil nas trevas exteriores; ali, haverá pranto e ranger de dentes”(Mt 25:30).

Assim, aquele que recebe um Dom Espiritual tem o dever de trabalhar com ele tendo como objetivo a edificação, ou o desenvolvimento da Igreja no seu todo. Será infiel se usar o Dom que recebeu em beneficio de seus interesses pessoais, e particular. O apóstolo Pedro nos exorta: “Cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons despenseirosda multiforme graça de Deus”(1Pe 4:10).

III. OS DONS ESPIRITUAIS E O FRUTO DO ESPÍRITO


1. Os Dons, o Fruto e a Maturidade Cristã. A Bíblia Sagrada nos ensina que a maturidade espiritual do crente depende do desenvolvimento do Fruto do Espírito e dos Dons do Espírito. É válido enfatizar, que a importância do Fruto do Espírito em relação aos dons é evidente no fato que entre os dons está o fruto. Não há como o crente progredir no exercício dos dons sem o Fruto.

A salvação é instantânea, pois a vida é um milagre - surge repentinamente; o crescimento, porém, exige uma continuidade, ou seja, a formação do Fruto do Espírito não acontece num único ato, mas, é um processo formado por muitos atos “até que todos cheguemos... a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo” (Ef 4:13). É, pois, um longo processo de formação, desenvolvimento e maturação.

A formação de qualquer fruto - da semente gerada ao fruto maduro -, será sempre um tempo prolongado. Assim, o Fruto do Espírito representa o que o homem é, fala do seu tempo andando com Deus. É, pois, o Fruto do Espírito que credencia um homem de Deus a ser respeitado, e ouvido; não são os Dons Espirituais.

2. Os Dons espirituais são diferentes do Fruto do Espírito. Este é gerado pela ação do Espírito Santo, e se desenvolve dentro do homem, ou “homem interior”; ele passa a fazer parte da personalidade do novo homem. Sendo gerado dentro do homem, o Fruto testifica dasqualidades do homem, conforme ensinou o Senhor Jesus – Ou fazei a árvore boa, e o fruto bom, ou fazei a árvore má, e o seu fruto mau; porque pelo fruto se conhece a árvore” (Mt 12:33). Sendo assim, então o Fruto do Espírito testifica das qualidades do homem, ou seja, como ele na verdade o é.

Já os Dons Espirituais vêm de fora; são dados pelo Espírito Santo, que sendo Deus, no uso de sua Soberania, dá a quem Ele quer, e quando Ele quer – “Mas um só e o mesmo Espírito opera todas estas coisas repartindo particularmente a cada um como quer”(1Co 12:11).

Em suma, o Fruto do Espírito é gerado no homem interior, num processo que pode ser demorado, até alcançar a maturação; enquanto o Dom Espiritual é dado pelo Espírito Santo, inteiramente pronto, completo e para uso imediato.

3. Os dons são variados, porém o fruto é único com nove características singulares. Atente bem no que diz este texto: “Mas o fruto do Espírito é...” (Gl 5:22). O artigo “o” está no singular; o “fruto” está no singular; o verbo ser (é), também, está no singular. Temos ouvido, com muita frequência, as pessoas afirmarem que os “Frutos do Espírito são nove”; outras, dizendo que “não são apenas nove”. Porém, a Bíblia diz que “o Fruto do Espírito é”; ela não diz que os Frutos do Espírito são. Portanto, o Fruto do Espírito é UM, somente. Também é verdade que esse Fruto é indivisível. Ele começa a ser formado no interior do “novo homem” ou do “crente salvo”, a partir do novo nascimento, ou regeneração.

O Fruto do Espírito pode ser comparado a uma laranja, que, sendo apenas uma, é, no entanto, formada por diversos gomos, ou partes. Neste sentido, sim, Paulo menciona nove virtudes constantes da natureza de Deus, presentes no Fruto do Espírito. Paulo menciona apenas nove, embora não se possa afirmar quantas são ao todo, porque Deus não pode ser limitado, pois é infinito.

Quantos aos Dons Espirituais são muitos e a distribuição dos mesmos não é uniforme. Insistimos na afirmação que, sendo Deus infinito, não pode ser limitado, ou quantificado naquilo que nele existe, ou no que possui. O próprio Paulo em, 1Coríntios 12:1, diz: “Acerca dos dons espirituais...”, destacando-se a pluralidade dos mesmos.

CONCLUSÃO

“A multiforme sabedoria de Deus manifesta-se, no meio da igreja, através da intervenção sobrenatural do Espírito Santo, através dos dons espirituais, dos dons ministeriais, e de outros dons, necessários ao crescimento espiritual dos crentes. Sejam quais forem os dons, os que os possuem devem fazer uso deles com humildade e fidelidade, não buscando seus interesses. Todos os dons são necessários à edificação e segurança dos salvos em Cristo Jesus” (Pr. Elinaldo Renovato).

Fonte: ebdweb

segunda-feira, 16 de junho de 2014

ASSEMBLEIA DE DEUS EM VIÇOSA REALIZA SEMINÁRIO PARA FAMÍLIA..

Nesta segunda-feira(16), Sob o tema “Vivendo o Melhor de Deus em Família,” a Igreja Evangélica Assembleia de Deus  Viçosa, sob a liderança do Pastor Donizete Inácio de Melo, deu início ao Seminário de Família.
Cerca de 50 casais  inscreveram-se para o aludido seminário desejosos de receber instruções edificantes para um melhor relacionamento entre seus familiares. Simultaneamente acontecerá nestes dias palestras para Jovens e Adolescentes com base em diversos temas.
Segundo o Pastor Donizete, o seminário busca proporcionar a edificação das famílias. Quatro temas serão abordados durante esta semana.
Nesta Segunda-feira (16) o seminário teve início sob o tema: “ As Diferenças entre Homens e Mulheres na Perspectiva Psicológica e Sexualidade. O tema supra foi desenvolvido pelo Psicólogo Dr. Leonardo Naves (Maceió).  
Até  quinta feira(19), serão desenvolvidos os temas: O Plano Divino Para a Família com a psicóloga Drª  Ester A. Pereira(Maceió); Paradigmas Bíblicos Para o Casal e Como Surpreender seu Cônjuge com o Reverendo Dr. Advogado Orisvaldo Nunes e Psicóloga Vaninha ( São Miguel dos Campos); a Linguagem do Amor com o teólogo Jeziel Santos (Maceió).

Já para os jovens e Adolescentes serão desenvolvidos os seguintes temas: O Jovem Cristão e suas Escolhas; O Jovem Cristão com o Teólogo Pr. Valter Cruz (Maceió).

Por Efigênio Hortêncio








terça-feira, 10 de junho de 2014

11ª lição do 2º trimestre de 2014: O PRESBÍTERO, BISPO OU ANCIÃO


Texto Básico: Tito 1:5-7; 1 Pedro 5:1-4

 

“Por esta causa te deixei em Creta, para que pusesses em boa ordem as coisas que ainda restam e, de cidade em cidade, estabelecesses presbíteros [...]” (Tt 1:5)

 
 

INTRODUÇÃO

 

Na acepção do Novo Testamento, os presbíteros são cristãos maduros, de excelente caráter e que detêm liderança espiritual em uma igreja local. Os vocábulos: presbítero, ancião e bispo, são usados no compêndio neotestamentário com o mesmo significado (ler 1Pedro 5:1-9). Ao longo da história da igreja, a atividade do presbítero, ou bispo, caracterizou-se pelo ministério de apascentador do rebanho do Senhor e governo da igreja local, e pela dedicação ao ensino da Palavra de Deus. É o obreiro que colabora com o pastor titular da igreja, ajudando-o no cuidado e zelo do rebanho do Senhor Jesus Cristo.

I.  A ESCOLHA DOS PRESBÍTEROS


1. Significado da função. O nome “presbítero”, que se refere à maturidade espiritual do homem, deriva da palavra grega presbyteros. O vocábulo grego episkopos, traduzido por “bispo”, “supervisor” ou “ancião”, é também usado em referência aos presbíteros, e descreve sua função como “pastores” do rebanho do Senhor Jesus. Os nomes “presbítero” e “bispo” são geralmente interpretados como referindo-se às mesmas pessoas pelas seguintes razões: em Atos 20:27, Paulo mandou chamar os presbíteros de Éfeso; no versículo 28, ele se dirigiu a eles como episkopoi(anciãos). Pedro, de igual modo, em 1Pedro 5:1,2, usa ambos os termos sem os distinguir. As qualificações para os bispos (episkopoi), em 1Timóteo 3, e para os presbíteros(presbyteroi), em Tito 1, são essencialmente as mesmas.

Na igreja contemporânea, há uma diversidade de interpretações acerca da função do presbítero:

- Na Igreja Presbiteriana, o presbítero é um clérigo ordenado (governante) ou um leigo (educador), com o conjunto desses presbíteros formando o corpo governante.

- As Igrejas Batistas denominam como presbitério, o Ministério Pastoral.

- Na Igreja Congregacional, os presbíteros formam o segundo nível administrativo.

- A Igreja Assembleia de Deus, na Convenção Geral de 1937 os convencionais estabeleceram a hierarquia eclesiástica, que até hoje prevalece, assim: diácono, presbítero, evangelista e pastor. Portanto, na Assembléia de Deus o presbítero compõe o terceiro nível de liderança eclesiástica.

2. A liderança local. “Por esta causa te deixei em Creta, para que pusesses em boa ordem as coisas que ainda restam e, de cidade em cidade, estabelecesses presbíteros...”(Tt 1:5). Paulo deixou Tito em Creta para colocar em ordem as coisas restantes nas igrejas e constituir nessas igrejas presbíteros. O texto da carta indica que havia graves faltas na vida individual e conjunta das igrejas de Creta, como: - falta de liderança espiritual (Tt 1:5); - falsos mestres (1:10,11); - conduta imoral entre os membros da família de Deus, tanto jovens quanto velhos (2:1-10). A ilha de Creta era uma região altamente marcada pela devassidão moral e pela disseminação de muitas heresias. As igrejas, ainda incipientes, corriam sérios riscos de ser atacadas por esses perigos morais e espirituais. Somente sob uma liderança bíblica e moralmente sadia a igreja poderia resistir a esse cerco ameaçador. A maneira mais adequada de combater o erro é espalhar a verdade; a forma mais eficaz de combater os falsos mestres é multiplicar os verdadeiros mestres. Assim como a igreja de Jerusalém tinha uma pluralidade de presbíteros (At 11:30), Paulo também constituiu presbíteros nas igrejas (At 14:23). Essa mesma prática deveria ser repetida em todas as igrejas da ilha de Creta (Tt 1:5). Desta feita, torna-se claro o aspecto pastoral da função de presbíteros nas comunidades cristãs antigas.

3. As qualificações. A missão do presbítero é de tanta importância que o Novo Testamento dedica vários textos a respeito das qualificações que se devem exigir dos obreiros que são escolhidos para essa função ministerial. Na escolha do presbítero, segundo a Palavra de Deus, devem ser observadas algumas qualidades ou qualificações, com base no texto de Tito 1:6-9, que equipara o presbítero ao ''bispo” :

6. aquele que for irrepreensível, marido de uma mulher, que tenha filhos fiéis, que não possam ser acusados de dissolução nem são desobedientes.

7. Porque convém que o bispo seja irrepreensível como despenseiro da casa de Deus, não soberbo, nem iracundo, nem dado ao vinho, nem espancador, nem cobiçoso de torpe ganância;

8. mas dado à hospitalidade, amigo do bem, moderado, justo, santo, temperante,

9. retendo firme a fiel palavra, que é conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para admoestar com a sã doutrina como para convencer os contradizentes”.

As características do presbítero exaradas neste texto têm mais a ver com a sua vida do que com o seu desempenho. A vida do líder é a vida da sua liderança. A vida precede o ministério e é sua base. Portanto, ele precisa ser:

Irrepreensível. O retrato que Paulo traça do presbítero (Tt 1:6) ou bispo (1:7) é emoldurado pela irrepreensibilidade. John Stott corretamente diz que isso não quer dizer que os candidatos teriam de ser totalmente isentos  de falhas e defeitos, pois nesse caso todos seriam desqualificados. A palavra empregada é anenkletos - “sem culpa, não passível de acusação” - e não anômos - “sem mácula”. O presbítero não pode deixar brechas no seu escudo moral. Seu ofício é público e sua reputação pública precisa ser inquestionável.

Pelo texto, o presbítero precisa ser irrepreensível em três áreas distintas:

A) IRREPREENSÍVEL COMO LÍDER DE SUA FAMÍLIA- Tt 1:6

Nesta área, ele precisa ser irrepreensível em dois pontos vitais:

1) Como marido de uma mulher. Marido de uma só mulher quer dizer marido fiel à sua esposa, ou seja, um homem livre de qualquer suspeita quanto à sua relação matrimonial, íntegro em sua conduta conjugal. Ele não pode ser um homem adúltero, mantendo relacionamentos extraconjugais; nem polígamo, casando-se com várias mulheres.

Observação: Paulo não exclui do presbiterato o homem solteiro, ou viúvo que se casou novamente. Antes, ele está instruindo a igreja que os polígamos e os que se divorciam e se casam novamente, por razões não amparados nas Escrituras, estão desqualificados para esse ofício (Mt 19:9; 1Co 7:15).

2) Irrepreensível como pai. O presbítero precisa ser o sacerdote do seu lar, o líder espiritual da sua família. Deve criar seus filhos na disciplina e admoestação do Senhor. Embora um pai não possa determinar a salvação de seus filhos, pode preparar o caminho do Senhor por intermédio da instrução da Palavra, da amorosa disciplina. Se o presbítero não sabe governar a própria casa, como poderá governar a igreja de Deus? Pergunta o apóstolo Paulo (1Tm 3:4,5). Obviamente isso se aplica aos filhos que vivem com a família sob a autoridade do pai.

B) IRREPREENSÍVEL COMO DESPENSEIRO DE DEUS - Tt 1:7,8

Neste aspecto, Paulo aborda o assunto sob duas perspectivas; Primeiro, ele trata do aspecto negativo, isto é, o que um presbítero não deve ser; Segundo, do aspecto positivo, isto é, o que o presbítero deve ser e ter. Vejamos, em resumo, estes aspectos.

B1) ASPECTOS NEGATIVOS - defeitos que o presbítero não deve ter. O presbíteronão deve ser:

1) Soberbo. Soberba é aquela pessoa que exalta a si mesma, que só se preocupa consigo mesma e olha para os outros com discriminação e desprezo. É aquela pessoa que obstinadamente mantém a própria opinião, ou assevera os próprios direitos e não considera os direitos, sentimentos e interesses de outras pessoas.

2) Iracundo. A Bíblia não classifica toda ira como pecado (Ef 4:26); o que ela condena é o homem genioso, esquentado, de estopim curto, que, além de irar-se com facilidade, também fica remoendo por longo tempo a sua ira. Um homem que nutre mágoas e ressentimentos em seu coração definitivamente não está preparado pra exercer o presbiterato.

3) Dado ao vinho. O apóstolo Paulo é claro quando escreve aos efésios: “Não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito” (Ef 5:18). O abuso do vinho é condenado nas Escrituras (Pv 20:1; 23:29-35; Ef 5:18). Mesmo que a total abstinência não seja exigida nas Escrituras (cf João 2:1-11; 1Tm 5:23), há uma situação em que Paulo recomenda a abstinência, ou seja, quando o beber vinho só torna motivo de escândalo para o irmão fraco (Rm 14:21). Talvez seja por essa razão que muitos crentes contemporâneos optaram pela abstinência.

4) Violento. Trata da violência tanto verbal quanto física. Aquele que abandona o amor e recorre à violência em palavras e ações não está preparado para exercer o presbiterato. Aquele que governa os outros precisa governar primeiro suas emoções, ações e reações.

5) Cobiçoso de torpe ganância. Os cretenses eram conhecidos como indivíduos inveteradamente gananciosos (Tt 1:10-13). Alguém disse que eles se apegavam ao dinheiro como as abelhas ao mel. Os presbíteros precisam ser homens despojados dessa torpe ganância (Tt 1:7). Veja a recomendação do apóstolo Pedro: “Aos presbíteros que estão entre vós, admoesto eu, que também sou presbítero... apascentai o rebanho de Deus que está entre vós, tendo cuidado dele... não por torpe ganância...” (1Pe 5:1,2).

B2) ASPECTO POSITIVO – o que o presbítero deve ser e ter.  O presbítero deve ser conhecido pelo que ele é e faz. Ele deve ornar o seu caráter como despenseiro de Deus com as seguintes virtudes:

1) Deve ser hospitaleiro. A hospitalidade na igreja primitiva era uma necessidade vital para o avanço missionário da igreja. As  hospedarias eram excessivamente caras, sofrivelmente sujas e notoriamente imorais. Sem hospitalidade os missionários itinerantes teriam sua atividade estancada. E mais, nos primeiros dois séculos da era cristã não havia templos, por isso, as igrejas reuniam-se em casas (Rm 16:5; 1Co 16:19; Fm 2).

Hoje, está prática  está em desuso. As circunstâncias exigem que os pregadores itinerantes hospedem-se em pousadas ou hotéis, e não mais em residências. Não por falta da liberalidade de irmãos, mas porque as circunstâncias favorecem a essa práxis. Todavia, quando a hospitalidade for estritamente necessária, a recomendação é clara: “Seja constante o amor fraternal. Não negligencieis a hospitalidade” (Hb 13:1,2).

2) Deve ser amigo do bem. O presbítero precisa ser um homem amante das boas ações. Precisa ver o que existe de melhor nas pessoas. Ele não tem prazer mórbido de falar mal dos outros, mas tem grande deleite em dizer o bem das pessoas. Ele não apenas chora com os que choram, mas também se alegra com os que se alegam.

3) Deve ser moderado. O presbítero deve ter o domínio completo sobre suas paixões e desejos, o que impede de ir além do que a lei e a razão lhe permitem e aprovam. Explicando melhor, o presbítero precisa ter equilíbrio, domínio próprio, autocontrole. Só se consegue ser assim com a unção do Espírito sobre sua vida (ler Ec 9:8).

4) Deve ser justo. O presbítero é um homem que não usa dois pesos e duas medidas. Ele não faz acepção de pessoas nem tolera preconceitos. Ele é justo no falar e no agir.

5) Deve ser piedoso, santo. Deus não usa grandes talentos, mas homens piedososNós estamos à procura de melhores métodos, e Deus está à procura de melhores homens. Deus não unge métodos, unge homens piedosos.

6) Deve ter domínio próprio. Ninguém está apto para liderar os outros se não tem domínio de si mesmo. Aquele que domina a si mesmo é mais forte do que aquele que domina uma cidade.

C) IRREPREENSÍVEL COMO MESTRE DA PALAVRA - Tt 1:9.

Nesta etapa é tratada a relação do presbítero com a igreja local. Refere-se ao ministério de ensino da Palavra de Deus. O presbítero precisa ser um obreiro aprovado e manejar bem a Palavra da verdade. Paulo menciona três coisas importantes:

1) O presbítero precisa demonstrar fidelidade doutrinária. “retendo firme a fiel palavra, que é conforme a doutrina..." . O presbítero não pode ser um neófito (1Tm 3:6); deve ser um mestre na Palavra. Ele precisa ser um estudioso das Escrituras. Ele precisa afadigar-se na Palavra (1Tm 5:17). Paulo diz que os presbíteros têm dois ministérios com respeito à Palavra de Deus: (a) edificar a igreja pela sã doutrina; (b) rejeitar os falsos mestres que espalham doutrinas perniciosas

2) O presbítero precisa demonstrar capacidade para o ensinoPaulo prossegue: “para que seja poderoso...para admoestar com a sã doutrina...". A capacidade para exortar não vem da força, das técnicas da psicologia nem mesmo do ofício que o presbítero ocupa, mas do conhecimento da verdade para aplicar corretamente as Escrituras. A exortação não é fruto de capricho ou opinião pessoal do presbítero, mas do reto ensino das Escrituras. Sua exortação está fundamentada no reto ensino da verdade.

3) O presbítero precisa demonstrar habilidade na apologética. Paulo diz que o presbítero precisa ser  “[...] poderoso [...] para convencer os contradizentes”. Somente um indivíduo que tem destreza na verdade pode confrontar os falsos mestres, combater os falsos ensinos e convencer aqueles que contradizem a Palavra de Deus.

Portanto, "a árvore é vetusta, mas é preciso ver onde se firmaram suas raízes, que seiva a alimenta, que sombra oferece e que benefícios comunicam seus frutos".

II. A IMPORTÂNCIA DO PRESBITÉRIO


1. Significado do termo. O termo “presbítero” é a tradução literal do vocábulo gregopresbyteros (sénior, no latim), que é o com­parativo de superioridade de présbys, velho ou an­cião. Portanto, preliminarmente, o presbítero é um homem menos moço, com mais ida­de do que o comum dos de um grupo ou congrega­ção; idade, no sentido de vida mentalvida moral, vida espiritual e experiência.

No Antigo Testamento, o primeiro elemento chamado, entre o povo judeu escravo, pa­ra representá-lo perante uma autoridade foi o ancião, ou seja, o presbítero, ao qual Deus determinou a Moisés que convocasse para gestões de libertação peran­te faraó do Egito. No deserto, 70 anciãos foram chamados para ajudar Moisés a governar o povo (Nm 11:16,17).

O apóstolo Paulo aconselhou o jovem obreiro Timóteo a não desprezar o Dom que havia nele, reconhecido pelo conselho de obreiros, formado por anciãos (presbíteros) da igreja cristã – “Não desprezes do dom que há em ti, o qual te foi dado por profecia, com a imposição das mãos do presbitério” (1Tm 4:14). Este texto exalta a grande importância que tem o presbitério na liderança espiritual da igreja.

2. A atuação do presbitério. Segundo o compêndio doutrinário da igreja - o Novo Testamento -, a atuação do presbitério dá-se em duas áreas principais: ministério da Palavra e governo da igreja. Misturam-se nestas duas áreas todas as tarefas suficientes para satisfazerem os requisitos necessários de ordem espiritual e de ordem material, que ocorrem na vida da comunidade cristã que está sob a responsabilidade do presbítero.

“No Concilio de Jerusalém, em relação às sérias questões étnicas e eclesiásticas que podiam comprometer a expansão da igreja, os apóstolos e os anciãos (presbíteros) foram chamados para debater e legislar sobre o assunto (At 15:2,69-11). Em seguida, os presbíteros foram enviados à Antioquia para orientar os irmãos sobre a resolução dos problemas que perturbavam os novos convertidos: ‘E, quando iam passando pelas cidades, lhes entregavam, para serem observados, os decretos que haviam sido estabelecidos pelos apóstolos e anciãos em Jerusalém’ (At 16:4)” (LBM).

3. A valorização do presbitério. O presbitério é  uma força a serviço do Reino, para auxiliar o ministério no pastoreio do rebanho de Cristo. O ofício do presbítero é dignificado pelas Escrituras Sagrdas. O próprio compêndio doutrinário da Igreja – Novo Testamento - mostra a sua importância ao desenvolvimento das igrejas locais e ao bom ordenamento do Corpo de Cristo (cf. Atos 14:23; 20:17; 1Tm 4:14; 1Pe 5:1,2; Hb 13:17).

No princípio da igreja, o presbítero fazia parte de um grupo de obreiros, responsáveis pelo cuidado e ordenação das novas igrejas que surgiam em decorrência da evangelização intensa; ele era o pastor local. O apóstolo Paulo, que era um líder responsável e zeloso com o rebanho do Senhor, teve o superlativo cuidado de organizar a administração das igrejas por ele abertas em suas viagens missionarias, pondo à frente delas presbíteros de caráter ilibado. Para as igrejas de Creta, orientou a Tito que de cidade em cidade estabelecesse presbíteros (Tt 1:8), mostrando assim o elevado valor que esses obreiros exibem no desempenho de suas funções: governo da igreja e ministério de ensino. É o próprio Paulo quem diz: “Os presbíteros que governam bem sejam estimados por dignos de duplicata honra, principalmente os que trabalham na palavra e na doutrina (1Tm 5:17).

Portanto, o panorama dos textos pertinentes mostra que os presbíteros era o principal grupo de liderança das igrejas neotestamentárias. Os líderes das Assembleias de Deus precisam valorizar mais as Escrituras do que os seus estatutos efêmeros; só assim podem perceber a valorização do presbitério.

III. OS DEVERES DO PRESBITÉRIO


1. Apascentar a Igreja. O apóstolo Pedro após colocar-se como copresbítero, ou seja, na mesma posição dos presbíteros das igrejas dispersas, dá a eles uma ordem expressa: “apascentai o rebanho de Deus que está entre vós...”(1Pe 5:2a). Com respeito ao apascentamento do rebanho, Pedro dá três orientações práticas:

a) “...não por força, mas voluntariamente...”. (1Pe 5:2a). O Presbítero é um pastor de ovelhas, e a igreja é o rebanho de Deus. O presbítero não é o dono do rebanho. Deus nunca passou aos presbíteros(pastores) o direito de posse das ovelhas. Cabe ao presbítero alimentar, proteger e conduzir as ovelhas de Deus. Pedro diz que a liderança da igreja não é algo imposto pela coerção, mas algo voluntário.

b) “... nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto...” (5:2b). Na igreja do primeiro século havia exploradores itinerantes que saíam percorrendo as igrejas, buscando os bens dos cristãos, em vez de cuidar do povo; daí esta exortação de Pedro. A liderança da igreja não é um posto de privilégio, mas de serviço. O presbitério deve visar a glória de Deus e o bem das ovelhas de Cristo, em vez de fazer a obra visando lucro. A igreja não é uma empresa cuja finalidade é o enriquecimento de seus líderes. A recompensa financeira jamais deve ser a motivação para alguém exercer o pastorado. Um espírito mercenário é incompatível com o exercício desse nobre ofício.

c) “...nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho”(1Pe 5:3). Os  presbíteros recebem autoridade diretamente do Supremo Pastor (1Pe 5:4) por meio do Espírito Santo (At 20:28). Porém, não devem fazer mau uso dessa autoridade. O presbítero deve ser um exemplo para a igreja, e não um ditador na igreja. Deve andar na frente do rebanho como paradigma, e não atrás do rebanho para fustigá-lo  e ameaçá-lo. Jesus ensinou que liderança é serviço (ler Mc 10:45; João 13:4,5). Na igreja de Deus, ser grande é ser servo de todos.

2. Liderar a igreja local. Um dos principais deveres dos presbíteros é liderar as igrejas do Novo Testamento. Em 1Timóteo 5:17 lemos: “Devem ser considerados merecedores de dobrados honorários os presbíteros que presidem bem”. Antes, na mesma epístola, Paulo diz que o bispo (ou presbítero) “deve governar bem a sua própria casa [...] pois, como cuidará da igreja de Deus?” (1Tm 3:4,5). Pedro também indica uma função de liderança para presbíteros quando os exorta em 1Pedro 5:2-5. O fato de que eles devem atuar como pastores do rebanho de Deus e de que não devem dominar pela força (isto é, liderar de modo ríspido ou opressor) sugere que os presbíteros têm função de liderança e de governo nas igrejas para as quais Pedro está escrevendo.

Além das responsabilidades de liderança, parece que os presbíteros também tinham responsabilidade de ensino nas igrejas do Novo Testamento. Em 1Tm 3:2, um bispo (presbítero) “deve ser apto para ensinar”. Ademais, em 1Tm 5:17 (ARA), Paulo diz: “Devem ser considerados merecedores de dobrados honorários os presbíteros que presidem bem, com especialidade os que se afadigam na palavra e no ensino”.

Conclui-se que no Novo Testamento, os presbíteros tinham a responsabilidade de dirigir e ensinar nas igrejas. Como bem diz o pr. Elinaldo Renovato, “ensinar e governar com equidade e seriedade é o maior compromisso de todo homem de Deus chamado para tão nobre tarefa”.

3. Ungir os enfermos. Tiago instrui quanto à atuação dos presbíteros da igreja nesse importante ministério - "Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e orem sobre ele, ungindo-o com azeite em nome do Senhor" (Tg 5:14). Tais obreiros foram separados por Jesus e pela igreja para atender a essas demandas.

CONCLUSÃO


No Novo Testamento, a referência a presbíteros sempre é feita no plural - "presbíteros", "bispos" ou "anciãos" -, dando a entender que, em geral, o presbítero não agia isoladamente, mas como um corpo de ministros, ou de líderes, que cuidava da igreja local. Não é mencionada uma só igreja onde houvesse apenas um presbítero, por isso sempre são citados no plural (At 11:30; 15:2,4,6; 20.17; Tg 5:34 : 1Pe 5:1). Isto denota o subido valor que este grupo tinha no início da igreja.

O crescimento das igrejas, como fruto da evangelização e do discipulado, exige a delegação de atividades a pessoas que tenham condições de liderar o rebanho do Senhor Jesus (Tt 1:5,7). Os supervisores ou o pastor titular não podem abarcar tudo para si, sob pena de não darem conta das inúmeras responsabilidades que a igreja local requer.

Fonte ebdweb