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quarta-feira, 22 de julho de 2015

4ª lição do 3º trimestre de 2015: PASTORES E DIÁCONOS


Texto Base: 1Timóteo 3:1-4,8-13

 
“Convém, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma mulher, vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto para ensinar” (1Tm 3:2).

 

INTRODUÇÃO

Depois de tratar da correta postura de homens e mulheres no culto público, Paulo passa a falar sobre as qualificações da liderança da igreja. Em 1Tm 3:1-13, o apóstolo aborda os predicados dos bispos ou pastores e do diácono.

I. QUEM DESEJA O EPISCOPADO

1. “Excelente obra deseja”. Paulo diz que aqueles que aspiram ao episcopado excelente obra almejam (1Tm 3:1). Mas também é um trabalho árduo. Não é uma obra para gente preguiçosa, mas uma obra que exige todo esforço, todo empenho e todo zelo. As demandas internas e externas do rebanho são exaustivas, entre elas o cuidado para com as pessoas do rebanho, visita a enfermos, questões relacionadas a administração eclesiástica e o constante desafio de se dedicar à oração e ao ensino da Palavra de Deus. Diz o Rev. Hernandes Dias Lopes, em seu livro “De: Pastor A: Pastor”, que “ser ministro é viver constantemente sob pressão. O ministério é uma arena de lutas contra o poder das trevas e contra o poder da carne. Não há ministério sem lágrimas. Ser pastor é cruzar um deserto escaldante, em vez de pisar os tapetes aveludados da fama. Ser pastor é a arte de engolir sapos e vomitar diamantes. Ser pastor é estar disposto aINVESTIR a vida na vida dos outros sem receber o devido reconhecimento. Ser pastor é amar sem esperar a recompensa, é dar sem esperar receber de volta. Ser pastor é saber que o nosso galardão não nos é dado aqui, mas no céu”.

É bom ressaltar, ainda, que o episcopado não é uma plataforma de privilégios, mas um campo de trabalho árduo. É um chamado para o serviço, e não para o estrelato. O episcopado é mais serviço e menos status. É trabalho, mais do que honra. É dedicação da vida, do tempo, dos talentos e dos dons a Deus e a seu povo.

2. A chamada. Segundo Hernandes Dias Lopes, o episcopado, do ponto de vista divino, é um chamado, uma vocação, um ministério concedido pelo próprio Espírito Santo. Do ponto de vista humano, o episcopado pode ser desejado com legitimidade. O chamado divino, mediante a convicção interna, referendada pelo testemunho externo, atesta a legitimidade do ministério. Ninguém deve exercer a liderança sem ter convicção de que este é um chamado de Deus; por outro lado, ninguém deve fazê-lo sem uma profunda aspiração. Nenhuma pessoa deve exercer a liderança espiritual da igreja por constrangimento (1Pe 5:2).

Concordo com pr. Elinaldo Renovato quando diz que o episcopado não deve ser fruto de acordos e arranjos ministeriais, por amizade, família ou condição social ou financeira. Deve ser resultado de um relacionamento sério com Deus, o dono da obra. Paulo foi chamado desde o ventre (Gl 1:15). Nem todos são chamados assim. Mas quem é chamado, não só tem a convicção da chamada, mas apresenta um perfil que agrada a Deus. Não há uma única forma da chamada.

3. O preparo. O preparo de um pastor é contínuo, não termina quando conclui um seminário teológico, mas se dá durante toda a sua jornada. Em o Novo Testamento vemos que os apóstolos foram chamados, mas só foram enviados após algum tempo de aprendizado com Jesus (Mc 6:7; Mt 10:16; Lc 10:1). O exemplo de Paulo também é bem significativo. Ele foi chamado por Jesus, já possuía o conhecimento das Escrituras Sagradas, pois teve como professor o grande mestre Gamaliel (At 22:3), mas partiu para a Arábia e ali ficou três anos se preparando para exercer ser ministério junto aos gentios (Gl 1:17,18).

Ante a notoriedade que havia alcançado como perseguidor dos cristãos, ele não foi bem aceito entre os cristãos de Jerusalém. A perseguição tomou grandes proporções e o apóstolo acabou sendo enviado de volta para sua terra natal (At 9:30). De retorno a Tarso, Paulo ali não ficou. Dizem as Escrituras que partiu para a Arábia, como também retornou a Damasco (Gl 1:17), esteve quinze dias em Jerusalém (Gl 1:18), bem como esteve em partes da Síria e da Cilícia (Gl 1:20), fazendo, porém, de Tarso a sua “base”, já que ali estava a sua família. Ali teve mais tempo para refletir e meditar nas Escrituras Sagradas, tendo sido, no nosso modesto entendimento, neste período que o apóstolo alicerçou a sua fé, que teve a correta compreensão do significado de servir a Deus e de crer em Jesus como único e suficiente Senhor e Salvador, retomando, assim, em Tarso, a sua rotina de estudos, só que agora não só de filosofia e de direito, mas das Escrituras à luz de todo o conhecimento que havia adquirido ao longo dos anos. Após dez anos, Paulo foi enviado pelo Espírito Santo para realizar a obra missionária efetivando o seu apostolado. Portanto, Deus chama, porém, o preparo cabe aos seus servos.

II. QUALIFICAÇÕES E ATRIBUIÇÕES DOS PASTORES (3:1-7)

1. Atribuições dos pastores (1Tm 3:1-7). Os que almejam o serviço do pastorado precisam compreender as qualificações ou atribuições que tal atividade exige. O líder e a igreja local precisam ver no aspirante ao ministério as qualificações exigidas na Palavra de Deus. No texto de 1Tm 3:1-7 o apóstolo Paulo apresenta uma lista de 15 qualificações exigidas para um homem ocupar o presbiterato ou o pastoado da igreja, e apenas uma se refere à habilidade de ensino. Observe que a maioria são qualificações morais e apenas uma está relacionada à habilidade intelectual. Na verdade, os requisitos para ocupar uma posição de liderança na igreja exigem mais excelência moral do que intelectual. As qualificações estão relacionadas com a personalidade, o caráter e o temperamento da pessoa. São uma espécie de catálogo de virtudes em contraposição ao catálogo de vícios descritos em 2Timóteo 3:2-5. No texto de 1Timóteo 3:1-7, vemos algumas qualificações, que podem ser resumidas num conjunto de indicações, que por sua vez podem ser divididas em três grupos:

1.1. Qualificações espirituais e ministeriais.

a) A primeira qualificação, como não poderia deixar de ser, é ter uma vida irrepreensível (1Tm 3:2). O retrato que Paulo traça do bispo é emoldurado pela irrepreensibilidade. John Stott corretamente diz que isso não quer dizer que os candidatos teriam de ser totalmente isentos de falhas e defeitos, pois nesse caso todos seriam desqualificados. A palavra empregada é anenkletos - “sem culpa, não passível de acusação” - e não anômos - “sem mácula”. O pastor ou presbítero não pode deixar brechas no seu escudo moral. Seu ofício é público e sua reputação pública precisa ser inquestionável.

b) Ser apto para ensinar (1Tm 3:2). Uma das tarefas mais importantes e essenciais de qualquer líder de igreja é ensinar as Escrituras aos membros da congregação. O pastor deve entender e ser capaz de transmitir as verdades profundas das Escrituras, como também lidar com aqueles falsos pregadores ou ensinadores que as tratam de maneira inadequada.

c) Ter bom testemunho diante da igreja e dos descrentes (1Tm 3:7). O pastor é um homem que deve ter bom testemunho na comunidade. Aqueles que estão de fora é uma referência aos não-cristãos. Sem  esse bom testemunho, ele se torna sujeito às acusações dos homens e opróbrio do diabo. Essas acusações podem vir tanto de cristãos como de não-cristãos. Quando Satanás captura homens em sua armadilha, ele os aprisiona para ridicularizar, escarnecer e desprezar.

d) Não deve ser neófito, inexperiente (1Tm 3:6). A maturidade espiritual é essencial para o exercício episcopal. Os novos convertidos podem tornar parte no ministério de Deus, mas não devem ser colocados em posições de liderança até que sejam firmemente enraizados na sua fé, com um modo de vida solidamente cristão e um conhecimento da Palavra de Deus. De outra forma, o novo crente, “ensoberbecendo-se, cairá na condenação do diabo”. O orgulho pode tornar aqueles que são imaturos suscetíveis à influência de pessoas inescrupulosas. A imaturidade é o portal da soberba, e a soberba é o solo escorregadio onde o diabo derruba muitos líderes.

1.2. Qualificações familiares. Ser irrepreensível como líder de sua família (1Tm 3:2,4; Tt 1:6). Nesta área, ele precisa ser irrepreensível em dois pontos vitais:

a) Marido de uma só mulher. “Marido de uma só mulher” quer dizer marido fiel à sua esposa, ou seja, um homem livre de qualquer suspeita quanto à sua relação matrimonial, íntegro em sua conduta conjugal. Ele não pode ser um homem adúltero, mantendo relacionamentos extraconjugais; nem polígamo, casando-se com várias mulheres. Ele deve amar sua esposa “como Cristo amou a Igreja e a si mesmo se entgregou por ela” (Ef 5:25).

b) Irrepreensível como pai. O pastor precisa ser o sacerdote do seu lar, o líder espiritual da sua família. Deve criar seus filhos na disciplina e admoestação do Senhor. Embora um pai não possa determinar a salvação de seus filhos, pode preparar o caminho do Senhor por intermédio da instrução da Palavra, da amorosa disciplina. Se o pastor não sabe governar a própria casa, como poderá governar a igreja de Deus?, pergunta o apóstolo Paulo (1Tm 3:4,5). Obviamente isso se aplica aos filhos que vivem com a família sob a autoridade do pai.

1.3. Qualificações morais. “Convém, pois, que o bispo seja [...] honesto, hospitaleiro ...não dado ao vinho, não espancador, não cobiçoso de torpe ganância, mas moderado, não contencioso, não avarento” (1Tm 3:2,3).

a) Ser honesto, sincero, autêntico (3:2). A honestidade é indispensável ao líder, que deve se credenciar, como nenhum outro, para habitar no tabernáculo de Deus (cf. Sl:15).

b) Hospitalero (acolhedor), sabendo tratar bem as pesoas (3:2). A hospitalidade na igreja primitiva era uma necessidade vital para o avanço missionário da igreja. As hospedarias eram excessivamente caras, sofrivelmente sujas e notoriamente imorais. Sem hospitalidade os missionários itinerantes teriam sua atividade estancada. E mais, nos primeiros dois séculos da era cristã não havia templos, por isso, as igrejas reuniam-se em casas (Rm 16:5; 1Co 16:19; Fm 2). Hoje, esta prática está em desuso. As circunstâncias exigem que os pregadores itinerantes se hospedem em pousadas ou hotéis, e não mais em residências. Não por falta da liberalidade de irmãos, mas porque as circunstâncias favorecem a essa práxis. Todavia, quando a hospitalidade for estritamente necessária, a recomendação é clara: “Seja constante o amor fraternal. Não negligencieis a hospitalidade” (Hb 13:1,2).

c) Não dado ao vinho – não usuário de bebidas alcoólicas (3:3). Um pastor não pode ser um beberrão. A embriaguez não combina com o ministério do pastoreio. O mesmo apóstolo que orientou Timóteo a beber um pouco de vinho por motivos terapêuticos (1Tm 5:23) agora declara que um pastor dado ao vinho não está apto para a liderança da igreja de Deus. Aliás, o obreiro deve ser pessoa que não se deixe dominar por qualquer vício, seja ele qual for, pois não pode, como qualquer crente, deixar-se dominar por coisa alguma (cf. 1Co 6:12).

d) Não espancador, ou seja, não violento, agressivo (3:3). Um pastor busca as ovelhas para apascentá--las, e não para golpeá-las. Um pastor não pode agredir as pessoas com palavras e atitudes. Não pode ser rude com as ovelhas. O pastor é alguém que atrai as pessoas por sua doçura e graça. As pessoas correm para ele na hora da aflição. Uma pessoa violenta agride, humilha e machuca os outros.

e) Não ser contencioso, briguento (3:2; 2Tm 2:24). Ele não insiste em seus próprios direitos, mas tem temperamento constante e agradável.

f) Ser sóbrio (3:2). Isto significa que a vida do pastor deve estar marcada pela moderação, por limites, sem nada extremo ou excessivo, com ausência de extravagâncias.

g) Deve ser simples, moderado (3:3). Em seu trabalho na igreja, o pastor precisa de graça, paciência e de espírito manso e conciliador.

h) Não ser ganancioso ou avarento, ou seja, amante do dinheiro (3:3; 6:5-10). O pastor deve ter uma atitude adequada para lidar com as finanças da igreja. Isto afeta o uso ético dos fundos da igreja e a administração de programas apropriados para arrecadação de dinheiro. Muitos possíveis líderes combinam o amor ao dinheiro com uma natureza contenciosa e acabam brigando na igreja por causa de assuntos financeiros. Uma pessoa assim não deve ser escolhida para liderar.

III. O DIACONATO (1Tm 3:8-13)

Porque os que servirem bem como diáconos adquirirão para si uma posição e muita confiança na fé que há em Cristo Jesus”  (1Tm 3:13).

No início da Igreja, Satanás tentou impedir o seu avanço em pelo menos três táticas: primeiro, ele tentou suprimir a igreja por meio da perseguição - pela força das autoridades judaicas (Atos 4);segundo, tentou corrompê-la com a hipocrisia - através do casal Ananias e Safira (Atos 5);terceiro, ele promoveu dissensões internas (Atos 6:1) - ele tentou distrair seus líderes da oração e da pregação através de algumas viúvas murmuradoras, para expor a igreja a erros e ao mal. Se Satanás tivesse obtido sucesso em qualquer uma dessas tentativas, a nova comunidade de Jesus teria sido aniquilada em sua infância. Todavia, os apóstolos estavam alertas o suficiente para detectar “as ciladas do diabo”. Eles resolveram, então, designar “homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria”, para que cuidassem do sustento da igreja e do cuidado com os pobres, liberando os apóstolos para dedicação exclusiva a oração e ao ensino da Palavra de Deus. E assim, “crescia a palavra de Deus, e em Jerusalém se multiplicava muito o número dos discípulos, e grande parte dos sacerdotes obedecia à fé” (Atos 6:7).

1. Os diáconos. A palavra “diácono” significa “aquele que serve”. O diácono – diákonos – é o servo que coopera com aqueles que se dedicam à oração e ao ministério da Palavra. Os primeiros diáconos foram nomeados assistentes dos apóstolos (At 6:1-7). Há dois ministérios na Igreja: a diaconia das mesas (At 6:2,3) – ação social – e a diaconia da Palavra – a pregação do Evangelho. O ministério das mesas não substitui o ministério da Palavra, nem o ministério da Palavra dispensa o ministério das mesas. Nenhum dos dois ministérios é superior ao outro. Ambos são ministérios cristãos que exigem pessoas espirituais, cheias do Espírito Santo, para exercê-los. A única diferença está na forma que cada ministério assume, exigindo dons e chamados diferentes.

2. Chamado para servir. Assim como os pastores, aqueles que almejam o diaconato precisam ter o desejo de servir a Deus e aos irmãos. Como foi dito acima, a obra dos doze apóstolos e a obra dos sete diáconos são igualmente chamados de diakonia (At 6:1,4 - “ministério” ou “serviço”). A primeira é o “ministério da Palavra” (At 6:4) ou o trabalho pastoral; a segunda, o “ministério junto às mesas” (At 6:2) ou o trabalho social. Ambos são ministérios cristãos, ou seja, meios de servir a Deus e ao seu povo.

3. Qualificações. As qualificações do diácono são semelhantes às dos pastores (cf. 1Tm 3 e Tito 1). Contudo, sua função é provavelmente um pouco diferente, uma vez que o diácono executa algumas das tarefas mais práticas da administração e manutenção de uma igreja. Vejamos algumas qualificações do diácono à luz de 1Tm 3:8-10.

3.1. Ter caráter Moral (1Tm 3:8 - ARA). “Semelhantemente, quanto a diáconos, é necessário que sejam respeitáveis, de uma só palavra, não inclinados a muito vinho, não cobiçosos de sórdida ganância”.

O rev. Hernandes Dias Lopes, analisando o caráter moral dos diáconos, diz que eles devem ser:

a) respeitáveis (3:8a). Os diáconos precisam ser dignos de respeito, ter caráter impoluto, vida irrepreensível e conduta ilibada.

b) de uma só palavra (3:8b). Os diáconos precisam ser verdadeiros, íntegros em suas palavras e consistentes em sua vida. Não devem ser boateiros dados a mexericos. Não dizem uma coisa aqui e outra acolá. Não devem ser maledicentes nem jogam uma pessoa contra a outra. Suas palavras têm peso. Eles são absolutamente confiáveis no que dizem.

c) não inclinados a muito vinho (3:8c). Os diáconos devem ser cheios do Espírito Santo (At 6:3), e não cheios de vinho EF 5:18). Quem é governado pelo álcool não pode administrar a casa de Deus.

d) não cobiçosos de sórdida ganância (3:8d). Os diáconos lidam com as ofertas do povo de Deus e administram os recursos financeiros da igreja na assistência aos necessitados. Não podem ser como o Judas Iscariotes que roubava a bolsa (cf João 12:6). Não podem cobiçar o que devem repartir. Não podem desejar para si o que devem entregar para os outros.

3.2) Ter caráter espiritual (1Tm 3:9,10). “Guardando o mistério da fé em uma pura consciência. E também estes sejam primeiro provados, depois sirvam, se forem irrepreensíveis”.

a) Íntegros na teologia da vida (3:9) - “Guardando o mistério da fé em uma pura consciência”. Aqui, o termo “mistério” significa “verdades outrora ocultas, mas agora reveladas por Deus”. Os diáconos precisam compreender a doutrina cristã, crer na doutrina cristã e viver a doutrina cristã. Sua vida, sua família e seu ministério precisam ser pautados pela Palavra de Deus.

b) provados e experimentados (Atos 6:10; 3:10). Atos 6:10 diz que os diáconos devem ser primeiramente provados. Isso significa que eles devem ser observados por algum tempo e talvez ganhar pequenas responsabilidades na igreja local. Depois de provarem ser confiáveis e fiéis, então podem receber responsabilidades maiores. Depois, exerçam o diaconato; ou simplesmente “sirvam” (1Tm 3:10 - ARC). Assim como no caso dos presbíteros, o destaque não é o cargo eclesiástico, mas o serviço para o Senhor e seu povo. Em qualquer lugar em que um homem for irrepreensível em sua vida pessoal e pública, terá permissão para servir como diácono (1Tm 3:10 – ARA).

3.3) Ter caráter familiar (1Tm 3:12) - “Os diáconos sejam maridos de uma mulher e governem bem seus filhos e suas próprias casas”.

É satisfatório dizer que, como os pastores, os diáconos não devem ter nenhuma reprovação em sua vida conjugal. Eles devem governar bem seus filhos e a própria casa. Não conseguir isso é um defeito de caráter do cristão, segundo o Novo Testamento. Isso não significa que os homens devem ser déspotas e mandões, mas que seus filhos devem ser obedientes e testemunhem a verdade.

IV. SERVIÇO – RAZÃO DE SER DO MINISTÉRIO

A razão de ser do ministério é servir. Servir como Jesus serviu; servir como Paulo e Timóteo serviram. Aliás, todo cristão é chamado para ser servo de Deus. Como tal, sua atividade e missão deve ser contribuir com sua vida, seu testemunho e seu serviço para o engrandecimento do Reino de Deus.

1. O exemplo do Mestre. Paulo diz que Jesus assumiu a forma de servo, mais que isso, a forma de "escravo".

"... sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus. Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte e morte de cruz" (Fp 2:6-8).

A expressão "tomando a forma de servo", "significa aparecer em uma condição humilde e desprezível". Em sua forma de servo, Jesus demonstrou seu caráter e sua personalidade, dando exemplo de humildade, quando, na véspera de sua crucificação, tomou uma toalha e uma bacia com água e lavou os pés dos discípulos (João 13:4,5).

É bom enfatizar que o objetivo de Jesus Cristo nunca foi a de estabelecer uma hierarquia de poder temporal para a sua igreja, mas a de serviço, conforme demonstra sua resposta aos filhos de Zebedeu: “mas entre vós não será assim; antes, qualquer que, entre vós, quiser ser grande será vosso serviçal. E qualquer que, dentre vós, quiser ser o primeiro será servo de todos. Porque o Filho do Homem também não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos” (Mc 10:43-45).

2. O exemplo de Paulo. Paulo era um servo fiel. Ele não media esforço para servir. Ele cuidava das ovelhas do Senhor com ternura, como uma mãe que acarecia seus filhos - “antes, fomos brandos entre vós, como a ama que cria seus filhos” (1Ts 2:7). A ênfase da mãe é a gentileza e a ternura. Paulo era como uma mãe afetuosa cuidando do seu bebê. Ele demonstrou pelos seus filhos na fé amor intenso, cuidado constante, dedicação sem reserva, paciência triunfadora, provisão diária, afeto explícito, proteção vigilante e disciplina amorosa. Muitos obreiros lideram o povo de Deus com truculência e rigor despótico. São ditadores implacáveis, e não pastores amorosos. Esmagam as ovelhas com sua autoridade auto-imposta, em vez de conduzir o rebanho com a ternura de uma mãe. Pedro escreveu que o obreiro deve apascentar o rebanho do Senhor “tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância” (1Pe 5:2). E por falar em ganância, atualmente há muitos falsos obreiros que se aproveitam dos fiéis e da igreja para obter ganho financeiro. Isso é uma vergonha! Paulo exorta a Tito e a Timóteo que um dos requisitos para quem deseja ser pastor é não ser cobiçoso de torpe ganância (Tt 1:7; 1Tm 3:3).

3. O exemplo de Timóteo. Timóteo foi um dos líderes mais destacado da igreja primitiva. Não que fosse forte em todas as áreas. Ele era jovem, tímido e doente, mas foi cooperador de Paulo e o continuador de sua obra. Ele era um bom exemplo do que um ministro e missionário de Deus deve ser. Em Filipenses 2:19-23, o apóstolo Paulo nos fala de algumas características desse importante líder espiritual: (a) um estudante zeloso e obediente à Palavra de Deus (2Tm 3:15); (b) um servo perseverante e digno de Cristo (1Ts 3:2); (c) um homem de boa reputação (At 16:2); (d) amado e fiel (1Co 4:17); (e) com solicitude genuína pelo próximo (Fp 2:20); (f) fidedigno (2Tm 4:9,21) e; (g) dedicado a Paulo e ao evangelho (Fp 2:22; Rm 16:21).

Portanto, Timóteo foi um pastor exemplar, que demonstrou ter um caráter irrepreensível. Ele cuidou da Igreja com desvelo e não teve medo de se opor aos falsos mestres que estavam tentando seduzir os crentes em relação à salvação pela fé em Jesus. Precisamos, urgentemente, de homens de Deus como Timóteo. Oremos para que isso aconteça.

CONCLUSÃO

“Precisamos de pastores que amem a Deus mais do que seu sucesso pessoal. Precisamos de pastores que se afadiguem na Palavra e tragam alimento nutritivo para o povo. Precisamos de pastores que conheçam a intimidade de Deus pela oração e sejam exemplo de piedade para o rebanho. Precisamos de pastores que deem a vida pelo rebanho em vez de explorarem o rebanho. Precisamos de pastores que tenham coragem de dizer “não” quando todos estão dizendo “sim” e, dizer “sim”, quando a maioria diz “não”. Precisamos de pastores que não se dobrem ao pragmatismo nem vendam sua consciência por dinheiro ou sucesso. Precisamos de pastores fiéis e não de pastores populares. Precisamos de homens quebrantados e não de astros ensimesmados” (Rev. Hernandes Dias Lopes. De: Pastor a: Pastor”).
Fonte: ebdweb

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