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segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

9ª lição do 1º trimestre de 2016: A VINDA DE JESUS EM GLÓRIA



Texto Base: Mateus 24:29,30; Apocalipse 19:19,20; 20:1-3

“Então, aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem; e todas as tribos da terra se lamentarão e verão o Filho do Homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória” (Mt 20:30).

INTRODUÇÃO

A Vinda de Jesus em Glória se dará após a Grande Tribulação. Ele retornará a esta Terra para cumprir todas as profecias messiânicas, redimir Israel e a natureza, estabelecer a justiça e a paz, tão esperada nesta Terra. Jesus aparecerá de forma corpórea e visível, segundo as seguintes passagens bíblicas:

 Mateus 24:29,30:

“Então, aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem; e todas as tribos da terra se lamentarão e verão o Filho do Homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória”.

Zacarias 13:5;14:4:

 “E, se alguém lhe disser: Que feridas são essas nas tuas mãos? Dirá ele: São as feridas com que fui ferido em casa dos meus amigos”; E, naquele dia, estarão os seus pés sobre o monte das Oliveiras, que está defronte de Jerusalém para o oriente; e o monte das Oliveiras será fendido pelo meio, para o oriente e para o ocidente, e haverá um vale muito grande; e metade do monte se apartará para o norte, e a outra metade dele, para o sul”.

Apocalipse 1:7:

“Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até os mesmos que o traspassaram; e todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele”.

Marcos 14:61,62:

“... O sumo sacerdote lhe tornou a perguntar e disse-lhe: És tu o Cristo, Filho do Deus Bendito? E Jesus disse-lhe: Eu o sou, e vereis o Filho do Homem assentado à direita do Todo-poderoso e vindo sobre as nuvens do céu".

A vinda de Jesus em glória é a verdade mais preciosa que contém a Bíblia Sagrada. Enche o coração do crente de gozo e eleva-o por cima das lutas, temores, necessidades, provas e ambições deste mundo, e o faz mais que vencedor em todas as coisas. Na sua gloriosa vinda, as nuvens serão a sua carruagem; os anjos, a sua escolta; o arcanjo, o seu arauto; e os santos, o seu glorioso cortejo. Na primeira vinda, a glória de Cristo não era perceptível: veio ao mundo de maneira muito singela e modesta, como um bebê, em meio a uma grande pobreza - Seu berço era um cocho de animais, uma manjedoura; sua mãe o envolveu em panos; Ele, sendo Deus, "Rei dos reis e Senhor dos senhores" (Ap 19:16), se fez pobre (Zc 9:9; 2Co 8:9). Mas na sua vinda em glória será diferente: sua glória será mui grandemente perceptível (Mc 14:62); Ele virá "com poder e grande glória" (Mt 24:30); Ele virá cercado de anjos (2Ts 1:7); e virá com seus santos para reinar sobre a Terra (Jd 14). Aleluia!

I. JESUS VOLTARÁ E TODOS O VERÃO

Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até os mesmos que o traspassaram; e todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Sim! Amém!” (Ap 1:7).

O texto sagrado diz que a vinda de Jesus em glória será pessoal, pública, visível, poderosa, vitoriosa, irresistível. Conforme diz o texto sagrado, todas as nações do mundo se lamentarão porque as mesmas não creram em Jesus e agora o veem voltando para seu reinado. Israel também chorará de tristeza porque rejeitou, durante toda a história, Jesus como o verdadeiro Messias. Portanto, haverá um desespero total por parte de todos que rejeitaram Jesus e aceitaram a marca da Besta, porque veem sua volta e sabem que não haverá mais tempo de aceitá-lo. Os sete anos de Tribulação anteriores foram a última chance dada por Deus para se aceitar a Jesus como Senhor e Salvador.

1. Jesus voltará com poder e glória (Mt 24:30) – “Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem; e todas as tribos da terra se lamentarão, e verão o Filho do homem, vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória”.

Aquele no qual cuspiram e a quem crucificaram será vindicado como o Senhor da vida e da glória. O Cordeiro sacrificial descerá como Leão vencedor. O desprezado carpinteiro de Nazaré virá como Rei dos reis e Senhor dos senhores. Suas carruagens serão as nuvens dos céus. Ele virá em régio poder e resplendor. Jesus virá em majestade e glória para a última batalha contra a trindade satânica:

 “E vi o céu aberto, e eis um cavalo branco. O que estava assentado sobre ele chama-se Fiel e Verdadeiro e julga e peleja com justiçaE os seus olhos eram como chama de fogo; e sobre a sua cabeça havia muitos diademas; e tinha um nome escrito que ninguém sabia, senão ele mesmo. E estava vestido de uma veste salpicada de sangue, e o nome pelo qual se chama é a Palavra de Deus. E seguiam-no os exércitos que há no céu em cavalos brancos e vestidos de linho fino, branco e puro. E da sua boca saía uma aguda espada, para ferir com ela as nações; e ele as regerá com vara de ferro e ele mesmo é o que pisa o lagar do vinho do furor e da ira do Deus Todo-poderoso. E na veste e na sua coxa tem escrito este nome: REI DOS REIS E SENHOR DOS SENHORES” (Ap 19:11-16).

- “Ele é fiel e verdadeiro”, em contraste com o Anticristo que é falso e enganador.

- “Seus olhos são como chama de fogo” (Ap 19:12). Nada ficará oculto de seu profundo julgamento. Aqueles que escaparam do julgamento dos homens não escaparão do juízo de Deus.

- “Na sua cabeça há muitos diademas” (Ap 1912b). Ele é o vencedor supremo. Ele tem na sua cabeça a coroa do vencedor e do conquistador. Quando entrou em Jerusalém, Ele montou num jumentinho; Ele entrou como servo, mas agora Ele cavalga um cavalo branco. Ele tem na sua cabeça muitas coroas, símbolo da sua suprema vitória. Ele é a Palavra de Deus em ação (Ap 19:13).

- Ele é o grande Juiz de toda a Terra. Ele é o amado da Igreja e o vingador de seus inimigos (Ap 19:13,15). Deus criou o Universo através da Sua Palavra, agora Deus vai julgar o mundo através da Sua Palavra. Ele vem para julgar as nações (Mt 25:31-46), lançar o Anticristo e o Falso profeta no Inferno (Ap 19:20), e anular as ações de Satanás e de suas hostes infernais por mil anos (Ap 20:1,2).

- Seu manto está manchado de sangue (Ap 19:13). Não o sangue da cruz, mas o sangue dos Seus inimigos (Is 63:2,3).

- Ele virá como Rei dos reis e o Senhor dos senhores (Ap 19:16). Se em sua primeira vinda, Jesus veio para ser humilhado, levar todos os nossos pecados sobre si e morrer por nós, em sua segunda vinda, Jesus virá como Rei dos reis e Senhor dos senhores. Deus o exaltou sobremaneira, deu-lhe o nome que está acima de todo nome. Diante dele todos os seus inimigos devem se dobrar: o Diabo, o Anticristo, o Falso profeta, os reis da terra, os ímpios.

Portanto, Jesus virá em poder e glória. Tanta será esta glória e tanto será este poder que Filipenses 2:9-11 afirma o seguinte: Pelo que também Deus o exaltou soberanamente e lhe deu um nome que é sobre todo o nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai”.

O aparecimento glorioso de Jesus Cristo inaugurará o reinado de mil anos de paz e justiça verdadeira sobre a Terra.

2. O cortejo que acompanhará o Rei (Ap 19:14) – “E seguiam-no os exércitos que há no céu em cavalos brancos e vestidos de linho fino, branco e puro”. Após a Grande Tribulação, Jesus voltará em glória, ao som retumbante da trombeta de Deus. Ele voltará do mesmo jeito que subiu aos céus, conforme Atos 1:9-12: pessoalmente, fisicamente, visivelmente, audivelmente, poderosamente, triunfantemente. Jesus voltará em carne e osso, mas agora como Rei dos reis e Senhor dos senhores (Ap 19:16). O Rei virá com o Seu séquito: os anjos e os redimidos – a Sua Igreja (Ap 19:14; 1Ts 3:13; 2Ts 1:7-10; Mt 25:31). Todos estarão trajando vestiduras brancas (Ap 19:14). Outrora, a nossa justiça era como trapos de imundícia, mas agora, vamos vestir vestiduras brancas. Somos justos e vencedores. Aleluia!

II. JESUS VOLTARÁ PARA DAR A DEVIDA RECOMPENSA AOS ÍMPIOS E PARA LIVRAR ISRAEL DO EXTERMÍNIO

Tendo sido desprezado, rejeitado e humilhado, mas vencido a morte e ressuscitado, seria normal que Jesus não tivesse que retornar a este mundo. Seria normal que o Senhor apenas determinasse a punição dos rebeldes e estabelecesse, com os seus servos, numa nova terra e céus - o Estado eterno -, sem ter que revigorar este mundo sofrido e manchado pelo pecado e que, afinal de contas, cederá seu lugar a um céu e terra onde habite a justiça. No entanto, Jesus voltará a Terra para cumprir os seguintes desígnios:

1. Restaurar todas as coisas que foram danificadas e prejudicadas pelo pecado. O pecado trouxe separação entre Deus e o homem e isto Jesus já resolveu ao morrer por nós no Calvário, mas há ainda outros compromissos assumidos pelo Senhor ao longo da história da humanidade, que precisam ser cumpridos e, como nos mostra a visão de João a respeito da volta triunfal de Cristo, Jesus vem como o Fiel e Verdadeiro, ou seja, como Alguém que cumpre tudo aquilo que prometeu, como Alguém que é fiel.

2. Restauração espiritual do Povo de Israel. Israel foi escolhido por Deus para ser a sua propriedade peculiar dentre os povos, para ser o modelo de santidade na Terra, para ser o instrumento da revelação de Deus a todas as nações. As nações não podem, portanto, desaparecer antes que Israel cumpra este papel que lhe foi prometido pelo próprio Deus. Ao selar o pacto com Israel, Deus disse aos israelitas que eles seriam “um reino sacerdotal e um povo santo” (Ex 19:6). Ora, isto ainda não ocorreu em toda a história de Israel desde este pacto até os dias de hoje. O objetivo de Deus é fazer com que Israel chegue a este patamar, o que somente será possível se for extinta a transgressão e se expie a iniquidade, sendo instalada a justiça eterna e selada a visão e a profecia (Dn 9:24). Torna-se, portanto, necessário o cumprimento de todas as profecias que se encontram nas Escrituras a respeito de Israel, bem como que o pecado seja retirado do meio da nação judia. Para tanto, será preciso que Jesus volte à Terra, seja reconhecido como Messias por Israel, pois somente quando cremos em Cristo como único e suficiente Senhor e Salvador, alcançamos a salvação, pois “…em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos” (At 4:12).

3. Destruir o sistema mundial gentílico (os ímpios). Conforme foi profetizado nas Sagradas Escrituras, o sistema mundial gentílico será destruído pelo próprio Deus, através de sua pedra (Dn 2:34,44), ou seja, Cristo Jesus - “…a pedra que foi rejeitada por vós, os edificadores, a qual foi posta por cabeça de esquina” (At 4:11). O sistema mundial gentílico que fomenta a rebelião, o pecado e é um poderoso instrumento do adversário na tarefa de seduzir os homens ao mal tem de ser banido e destruído para sempre e isto somente se fará se o próprio Deus, na pessoa do Filho, retornar à Terra, fazendo o devido acerto de contas, requerido pela justiça divina.

4. Estabelecer o Reino de Deus sobre a face da Terra, como está profetizado (Dn 2:44). O Reino de Deus precisa ser instaurado na face da Terra, para todas as nações, pois foi anunciado por Jesus (Lc 16:16) e esperado pelos seus servos (Mc 15:43; At 28:31; Gl 5:21). Este reino é necessário para que haja o cumprimento de todas as profecias a seu respeito, pois podem passar os céus e a terra, mas a Palavra de Deus não pode passar. Por isso, João anunciou que Jesus regerá com vara de ferro as nações (Ap 19:15), pois tem de estabelecer o reino de Deus sobre a Terra, a fim de que a justiça e a paz possam ser uma realidade e não um sonho inalcançável, como é hoje em dia (Sl 85:10).

5. Restaurar a natureza, que geme desde que o homem pecou (Rm 8:20-22). Sendo o mordomo da criação de Deus na Terra (Gn 1:26), ao pecar o homem trouxe consequências nefastas para esta mesma criação, que foi amaldiçoada como efeito da desobediência humana (Gn 3:17,18). Esta natureza precisa ser restaurada, mesmo que vá ser substituída logo depois, porquanto Deus precisa demonstrar que tem poder para repor a natureza no seu estado anterior ao pecado do homem. Isto só será possível a partir do instante em que o pecado for extirpado e que o sedutor dos homens for aprisionado, criando-se, então, as mesmas condições que existiam no Éden antes da queda do homem.

6. Cumprir o que disse aos seus apóstolos, que eles julgariam as doze tribos de Israel (Mt 19:28). Ora, isto só será possível se for estabelecido o reino de Cristo sobre a face da Terra, pois, no Céu não há como haver governo por parte dos integrantes da Igreja, pois ali reina soberano o Senhor. Para que os salvos sejam utilizados como oficiais de um governo sobre as nações é necessário que esse governo seja aqui na Terra, pois as nações somente existem aqui na Terra. Diante disto, para que tudo a respeito dos salvos seja cumprido é mister que eles retornem a esta Terra, agora como Igreja gloriosa e vitoriosa, com corpos gloriosos e incorruptíveis, igual ao do Senhor Jesus (cf. Fp 3:21).

7. Derrotar o Anticristo na Batalha do Armagedom (Ap 19:19-21). Estando todas as nações preparadas para a “solução final”, quando parecer que Israel não tem mais nenhuma saída, nenhuma possibilidade de escapar à total destruição (e, humanamente falando, não haverá mesmo como se impedir a vitória do Anticristo), Deus começará a agir, invertendo as coisas e fazendo com que, mais uma vez, Israel seja salvo e poupado da destruição; aliás, salvo em todos os sentidos, pois, além da salvação da destruição física, Israel alcançará, nesta oportunidade, a sua salvação espiritual.

·     O Armagedom será a peleja do Grande Dia do Deus Todo-Poderoso (Ap 16:14). Na manifestação da Sua vinda (2Ts 2:8), Jesus Cristo destruirá o Anticristo com o sopro da Sua boca. Todas as nações da Terra o verão e lamentarão sobre Ele (Ap 1:7). Quando os inimigos do Cordeiro se reunirem, então, sua derrota será total e final (Ap 19:19-21). Essa batalha Jesus a vencerá não com armas, mas com a Palavra, a espada afiada que sairá da Sua boca (Ap 19:15). Ninguém poderá escapar. O Anticristo e o Falso profeta serão lançados vivos no ardente lago de fogo e de enxofre (Ap 19:20). Nunca mais sairão desse lago, que é o Inferno em seu stricto sensu. Serão atormentados pelos séculos dos séculos (Ap 20:10). Também todos os poderes seculares e todas as falsas religiões serão lançadas no lago de fogo e enxofre e destruídos para sempre (Sl 9:17).

8. Julgar as nações (Mt 25:31-46). Esse julgamento acontecerá na Terra sobre aqueles que sobreviveram ao Armagedom. Portanto, diz respeito aos vivos e não aos mortos. Serão julgados com base no tratamento dado a mensagem do reino, aos seus mensageiros e ao modo como trataram a Israel (Zc 12:3; Mt 25:40,45).

Esse julgamento terá como finalidade apartar os bodes das ovelhas, ou seja, decidir quem passará com Cristo o reino milenial e quem não passará. É como uma espécie de “tribunal intermediário”, pois, sem dúvida, muitos destes passarão ainda pelo julgamento do Grande Trono Branco, que se dará, conforme se vê em Apocalipse 20:8-15, com os que aderirão à revolta de Satanás após o Milênio.

Esse julgamento não deve ser confundido com o Juízo Final, o qual será destinado somente aos ímpios após o Milênio (Ap 20:11-15). O julgamento das nações trata-se apenas de pessoas vivas, que de alguma forma passaram pela Tribulação e não morreram. Nessa época a população da Terra estará muitíssima reduzida, por causa dos juízos de Deus sobre o mundo. Quando Jesus voltar em glória, além do remanescente de Israel, existirão dentre as nações pessoas vivas ímpias e também pessoas vivas que não aceitaram a marca da Besta e creram na mensagem do Evangelho do Reino. Na volta do Senhor existirão também nações inteiras que perseguiram a nação de Israel e serão punidas dentro do contexto mundial.

Nesse julgamento, serão ressuscitados apenas aqueles que desfrutarão o Milênio com Cristo, os bem-aventurados que completam o número daqueles que tomam parte da primeira ressurreição (Ap 20:6). Os demais indivíduos, com exceção do Anticristo e do Falso profeta, que já terão sido lançados vivos no lago de fogo e de enxofre, que será inaugurado naquela oportunidade (Ap 19:20), aguardarão o julgamento que ocorrerá somente no Juízo Final.

III. PREPARAÇÃO PARA O MILÊNIO

O Milênio será, de acordo com as Escrituras, um tempo de restauração para todas as coisas. Nas palavras de Severino Pedro da Silva, será verdadeiramente a “Idade Áurea da Terra”. Neste período, a injustiça dará lugar à justiça que esteve de luto durante o tempo sombrio da Grande Tribulação; a violência dará lugar à quietude; o ódio e a inimizade darão lugar ao amor e à doce amizade; e o mundo ficará em descanso, sob o domínio daquele cujo poder se estenderá de mar a mar e cujo reino trará alegria e tranquilidade aos corações de todas as pessoas, que haverá de aclamá-lo como Senhor e Rei. Durante esse período maravilhoso, o próprio Jesus dirá às nações: “não se fará mal nem dano algum em todo o monte da minha santidade, porque a Terra se encherá do conhecimento do Senhor, como as águas cobrem o mar” (Is 11:9).

Para que o Reino de Cristo comece com estas condições, será necessária antes a reorganização da ordem perdida no caos da Grande Tribulação.

1. Julgamento das nações. No julgamento das nações, serão definidos alguns pontos:

a) Jesus separará quem entrará no Reino e quem não entrará. Os bodes serão separados das ovelhas (Mt 24:29-31; 25:31-46). Quem são "os bodes" e quem são "as ovelhas"?

- As “ovelhas, que ficarão à sua direita”. Jesus disse que as “ovelhas” são "os justos", que fizeram o bem, não diretamente a Ele, mas a seus servos na Terra, especialmente aos filhos de Israel. Mateus 25:34-40 assim registra as palavras de Jesus:

- "Então, dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai, possui por herança o Reino que vos está preparado desde a fundação do mundo; porque tive fome, e destes-me de comer; tive sede, e destes-me de beber; era estrangeiro, e hospedastes-me; estava nu, e vestistes-me; adoeci, e visitastes-me; estive na prisão, e fostes ver-me" (Mt 25:34-36).

- "Então, os justos lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome e te demos de comer? Ou com sede e te demos de beber? E, quando te vimos estrangeiro e te hospedamos? Ou nu e te vestimos? E, quando te vimos enfermo ou na prisão e fomos ver-te? E, respondendo o Rei Jesus, lhes dirá: Em verdade vos digo que, quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes" (Mt 25:37-40).

Os intérpretes em geral entendem que esses "pequeninos irmãos" de Jesus são os judeus. As ovelhas, ou "os justos", são as nações amigas de Israel que, ao longo da História, têm estado ao seu lado até o final dos tempos. Essas nações são abençoadas por Deus (Gn 12:3). Concordo com o que disse o pr. Elinaldo Renovato: “o Brasil não parece estar se inclinando para ser "ovelha", pois seus governos recentes e sua diplomacia tendenciosa preferem apoiar países hostis a Israel, como o Irã, e até extremistas islâmicos que desejam "varrer Israel do mapa". Na Grande Tribulação, certamente a situação do nosso país não será nada desejável”.

- "Os bodes", que ficarão "à sua esquerda". Jesus esclarece: "Então, dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos; porque tive fome, e não me destes de comer; tive sede, e não me destes de beber; sendo estrangeiro, não me recolhestes; estando nu, não me vestistes; e estando enfermo e na prisão, não me visitastes" (Mt 25:41-43). Analogamente, como no caso anterior, das "ovelhas", o texto dá a entender que essa condenação aos "bodes", que estarão "à esquerda", referem-se às nações inimigas de Israel ou aquelas nações que foram simpatizantes com aquelas que desejam destruir a nação de Israel.

b) Jesus redesenhará o mapa mundial: Israel será “o cabeça” das nações; Jesus reinará sobre a Terra e a sede do governo mundial será Jerusalém. Algumas nações se tornarão insignificantes no contexto mundial devido ao tratamento dado aos judeus.

c) Não poderá haver influência satânica no reino do Senhor; por isso, Satanás será preso por mil anos (Ap 20:1,2).

d) As condições no Milênio serão as mais favoráveis possíveis para o ser humano, por isso: os maus não entrarão no Reino; Satanás estará preso; o próprio Senhor Jesus estará reinando visivelmente e presente corporalmente na Terra; os homens terão a sua saúde restaurada e o equilíbrio da natureza voltará; a impiedade, a incredulidade, a rebelião não serão toleradas como no tempo da Graça (cf. Is 60:12); prevalecerá a paz e a justiça entre as nações (cf. Mq 4:3 e Zc 9:10); não haverá mais guerras, haverá um desarmamento total (Is 2:4); a justiça será para todos, ninguém se queixará de opressão ou injustiça (Is 11:4).

2. Satanás será preso por mil anos (Ap 20:1,2). Apocalipse 19:20 descreve o Anticristo e o Falso profeta sendo lançados no lago de fogo e enxofre.  No verso 21 do mesmo capítulo é descrito o destino de todos aqueles que seguiram os dois personagens anteriores: o Hades, onde aguardarão o julgamento do Grande Trono Branco (Ap 20:5; 11-15). Mas, ainda falta o destino do principal elemento da trindade satânica: o dragão, a antiga serpente, o diabo, o Satanás.  João assim descreve o seu destino: “E vi descer do céu um anjo que tinha a chave do abismo e uma grande cadeia na sua mão. Ele prendeu o dragão, a antiga serpente, que é o diabo e Satanás, e amarrou-o por mil anos” (Ap 20:1,2).

Portanto, antes de se iniciar o Milênio, Satanás será preso por mil anos. Com esse fim, um anjo descerá do Céu trazendo na mão a chave do abismo e uma grande corrente. Vale ressaltar que Satanás não será amarrado como castigo – isso acontecerá em Ap 20:10 –, mas para que não engane mais as nações. Satanás será aprisionado e não poderá sair até que Deus decida deixa-lo sair (Ap 20:3).

Com a derrota fragorosa da trindade satânica, Jesus terá preparado as condições e o ambiente espiritual e moral para o estabelecimento do Seu Reino milenial.

3. Quem estará no Milênio com Cristo? Haverá dois grupos de povos distintos no Milênio:

a) os crentes glorificados. Estes consistirão dos salvos do Antigo Testamento, do do Novo Testamento (a Igreja) e dos oriundos da Tribulação.

No estado glorificado os salvos não estarão limitados à Terra. Terão o constante privilégio de acesso ao trono do Pai, no Céu. Seus corpos ressurretos não estarão limitados pelas coisas físicas como os mortais. Serão como os anjos, que por terem corpos espirituais não são limitados pela matéria. Nossos corpos serão apropriados para estarmos na Terra e no Céu. Veja o exemplo de Jesus: quando apareceu aos discípulos; quando ele foi reconhecido por Maria Madalena; estando entre os homens seu corpo era tão semelhante ao de um homem comum que dois de seus discípulos, no caminho de Emaús, nada de mais notaram até o momento em que Ele desapareceu da presença deles.

b) os povos naturais. Estes estarão em estado físico normal, vivendo na Terra; são eles: os judeus salvos saídos da Grande Tribulação; os gentios poupados no Julgamento das Nações; e o povo nascido durante o próprio Milênio. Veja esta nota de João de Oliveira sobre este fato escatológico:

“Encontramos na Bíblia muitas promessas referentes ao crente judeu, mas como são dirigidas a judeu-cristãos, julgamos que essas promessas são para todos os crentes. Por outro lado, encontramos referências diretas aos judeus e não aos gentios. Paulo sempre teve o cuidado de dizer ‘nós’ quando se referia aos judeus (Ef 1:12,13) – ‘Nós que antes havíamos esperado em Cristo...’. No verso 13 ele faz referência aos gentios, dizendo: ‘No qual vós, tendo ouvido a palavra da verdade, o Evangelho da salvação...’. Note que Paulo faz distinção entre judeu(nós) e gentio(vós). Nesta altura, dirá alguém: mas, nas suas Epístolas, Paulo escrevendo aos coríntios(gentios) deixa transparecer que as promessas com respeito ao Milênio ou reino do céu são acessíveis a todos. De fato, a Igreja participará do reino celeste, mas num estado de glória. O reino Messiânico, no entanto, é inteiramente para os judeus, ainda que todas as demais nações gozem dos benefícios do reino milenial. Com respeito a Milênio, as promessas de Deus aos judeus são irrevogáveis, e eles as estão esperando. Os gentios, os que não tiverem a marca da besta, certamente terão privilégio e gozarão da bênção do reino do Messias (Ap 20:4). Quanto a prioridade, ela é dos judeus” (João de Oliveira – O Milênio).

4. Indagações inevitáveis. Por que haverá ainda um período de mil anos na Terra? Por que Deus não passa diretamente do Armagedom para a eternidade? Por que esse intervalo e então outra batalha final – Gogue e Magogue? (Ap 20:8). Não sabemos, mas parece que todas as nações que sobreviveram a Grande Tribulação e ao Julgamento de Cristo – o julgamento das nações – receberão a oportunidade de sentir como é o governo de Cristo. No entanto, como é mostrado em Apocalipse 20:7-10, essas nações, embora vivendo o reinado de Cristo, irão continuar a se rebelar contra Deus, mesmo sem a influência enganadora de Satanás. E, no momento em que este for libertado da prisão, essas nações ímpias irão segui-lo e fazer guerra contra Cristo. Isso provará a completa depravação dessas nações, a sua verdadeira lealdade ao maligno e a necessidade do castigo final no Lago de Enxofre (Sl 9:17; Ap 20:15). Satanás, também, será definitivamente jogado no Lago de fogo e enxofre, que é o inferno propriamente dito (Ap 20:10).

Estudaremos mais sobre o Milênio na Aula nº 10.

CONCLUSÃO

É bastante plausível que o profeta Zacarias conclua esta Aula (Zc 14:3-9):

3. E o SENHOR sairá e pelejará contra estas nações, como pelejou no dia da batalha.

4. E, naquele dia, estarão os seus pés sobre o monte das Oliveiras, que está defronte de Jerusalém para o oriente; e o monte das Oliveiras será fendido pelo meio, para o oriente e para o ocidente, e haverá um vale muito grande; e metade do monte se apartará para o norte, e a outra metade dele, para o sul.

5. E fugireis pelo vale dos meus montes (porque o vale dos montes chegará até Azel) e fugireis assim como fugistes do terremoto nos dias de Uzias, rei de Judá; então, virá o SENHOR, meu Deus, e todos os santos contigo, ó Senhor.

6. E acontecerá, naquele dia, que não haverá preciosa luz, nem espessa escuridão.

7. Mas será um dia conhecido do SENHOR; nem dia nem noite será; e acontecerá que, no tempo da tarde, haverá luz.

8. Naquele dia, também acontecerá que correrão de Jerusalém águas vivas, metade delas para o mar oriental, e metade delas até ao mar ocidental; no estio e no inverno, sucederá isso.

9. E o SENHOR será rei sobre toda a terra; naquele dia, um será o SENHOR, e um será o seu nome.

Fonte: ebdweb - Luciano de Paula Lourenço

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

8ª lição do 1º trimestre de 2016: A GRANDE TRIBULAÇÃO


Texto Base: Mateus 24:21,22; Apocalipse 7:13,14

“Como guardaste a palavra da minha paciência, também eu te guardarei da hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo, para tentar os que habitam na terra” (Ap 3:10).

INTRODUÇÃO

A Grande Tribulação é o maior juízo que Deus lançará sobre a Terra por causa da iniquidade do ser humano. Deus é justo (Sl 145:17) e, portanto, em retribuição à rejeição da mais ampla oportunidade de salvação que já houve, mandará o maior juízo que já se abateu sobre a Terra. A Grande Tribulação terá a duração de sete anos, e todos aqueles que ficarem para trás no Dia do Arrebatamento sofrerão os piores sofrimentos e males já vividos pela humanidade, vez que Deus permitirá que o Diabo tenha ampla liberdade de atuação sobre a Terra. Será um tempo de angústias e aflições incomuns. Porém, quando isto ocorrer, a Igreja do Senhor Jesus – a Universal Assembleia dos Santos - não mais estará neste mundo. Será o juízo de Deus sobre todos aqueles que não se arrependeram de seus pecados. Que possamos estar preparados para o Dia do Arrebatamento, pois depois deste evento glorioso se dará a Grande Tribulação, o pior período da história da humanidade.

I. A GRANDE TRIBULAÇÃO

1. O que é a Grande Tribulação? Tribulação é o nome dado ao período de sete anos iniciado pelo acordo do Anticristo com Israel, propondo uma falsa paz, conforme Daniel 9:27.

“E ele firmará um concerto com muitos por uma semana; e, na metade da semana, fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares; e sobre a asa das abominações virá o assolador, e isso até à consumação; e o que está determinado será derramado sobre o assolador”.

Jesus afirmou que esse período será o mais terrível pelo qual a humanidade já passou (Mt 24:21,22).

“Porque haverá, então, grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tampouco haverá jamais. E, se aqueles dias não fossem abreviados, nenhuma carne se salvaria; mas, por causa dos escolhidos, serão abreviados aqueles dias”.

Esse período durará sete anos, conforme as profecias bíblicas, em especial, as que se encontram no livro de Daniel (Dn 9:24-27). Deus determinou um tempo para restaurar Israel, que seria contado a partir da saída do cativeiro da Babilônia (Dn 9:25), mais precisamente a contar do decreto do rei Artaxerxes para restaurar Jerusalém, que seria interrompido com a morte do Messias (Ne 1-2; Dn 9:25,26). Sessenta e nove semanas de sete anos, ou seja, 483 anos, já foram literalmente cumpridas, com uma precisão espantosa. De acordo com a revelação dada ao profeta Daniel, essas semanas se subdividem em três períodos. Eurico Bergstén explica isso com muita clareza:

·     A primeira parte compreende "sete semanas", isto é, 7x7, ou 49 anos (Dn 9.25), e destaca, com clareza, o começo da contagem dessas "semanas"— "desde a saída da ordem para restaurar e edificar Jerusalém" (...) Daquela data até à conclusão desse trabalho (Ne 6.15) passaram-se realmente 49 anos.

·     A segunda etapa compreende "sessenta e duas semanas", isto é, 62x7, ou 434 anos, tempo que abrange da restauração de Jerusalém ao Messias, o Príncipe (Dn 9.25). É realmente impressionante observar que desde a data do decreto para a restauração até à data da entrada triunfal de Jesus em Jerusalém (Mt 21.1-10) passaram-se exatamente 69 "semanas" ou 69x7, que são 483 anos.

·     A terceira parte compreende a última semana, isto é, a septuagésima semana, sobre a qual a profecia diz: "Ele firmará um concerto com muitos por uma semana, e na metade da semana fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares, e sobre a asa das abominações virá o assolador..."(Dn 9.27). Comparando esta expressão com a palavra de Jesus, quando profetizava sobre esses acontecimentos (Mt 24.15,21), fica provado que a septuagésima semana, sem dúvida, representa o tempo da grande aflição” (Teologia Sistemática Pentecostal. CPAD. p. 514).

2. Períodos da Grande Tribulação. Quando analisamos a profecia das setenta semanas de sete anos de Daniel, observamos que o profeta recebe uma mensagem que divide a Grande Tribulação em dois períodos distintos, cada um de três anos e meio (ou 42 meses, ou, ainda, 1.260 dias, períodos que são mencionados no livro do Apocalipse – respectivamente: Ap 11:2 e 13:5; Ap 11:3 e 12:6).

a) O Primeiro período. Descrito nos capítulos 6 a 9 do livro do Apocalipse é chamado por alguns de “Tribulação” ou “princípio das dores”. Neste período haverá uma sensação de paz e de segurança no mundo, ao mesmo tempo em que o Anticristo angariará o poderio sobre todo o mundo. Ele assumirá o poder com uma mensagem de paz (Ap 6:1,2) e sua mensagem encontrará guarida nos corações dos homens. Ao mesmo tempo, porém, o Anticristo estará agindo conforme seu caráter, porque violará o acordo com três das dez nações que lhe entregaram o poder e as dominará diretamente, retirando-lhes a independência (cf. Dn 7:8,20,24), ou seja, falando em paz, promoverá a guerra e, à medida em que proclama a paz, irá fazendo guerra aos seus inimigos, vencendo-os, pois, como a Bíblia afirma, nada mais lhe resistirá.

Ao trazer uma mensagem de paz e esperança aos homens, o Anticristo cuidará de mudar uma série de estruturas políticas, econômicas e sociais, modificações estas que revelarão excelentes intenções e uma coragem e ousadia nunca antes vistas na história da humanidade. Isto, certamente, trará algumas resistências, o que explica o seu gesto de abatimento de três das dez nações que o apoiaram. Esta demonstração de força, ademais, servirá para impor seu poderio sobre a sua base política, o que será suficiente para, então, iniciar seu intento de dominação mundial. Seu pacto com Israel, também, insere-se dentro desta ótica da paz mundial e, sem dúvida alguma, a solução para o conflito do Oriente Médio trará a ele credibilidade e respeito de todo o mundo. Por isso, Daniel afirma que o Anticristo “…por causa da tranquilidade destruirá muitos…” (Dn 8:25).

b) O Segundo período. É a “Grande Tribulação propriamente dita”, ou seja, o período em que os juízos de Deus, descritos nos capítulos 10 a 16 de Apocalipse, irão se manifestar com todo rigor. A Grande Tribulação terminará com a batalha do Armagedom (Ap 19). Antes disso, João mostra alguns episódios parentéticos, que ocorrerão nos capítulos 17 e 18. Nestes dois capítulos, o escritor sagrado nos revela a falsa igreja do Anticristo (a Babilônia religiosa) e a capital do reino do Anticristo (a Babilônia comercial).

O Segundo período da Grande Tribulação inicia-se com a quebra do pacto entre o Anticristo e Israel, com a profanação do templo reconstruído e a cessação dos sacrifícios (Dn 9:27). Jerusalém voltará a ficar sob o controle dos gentios (Ap 11:2), passando o templo a ser local de adoração da imagem do Anticristo (a “abominação da desolação” de Mt 24:15), bem como Jerusalém passará ser local de visitação pública dos corpos das duas testemunhas (Ap 11:8).

Nesse período tenebroso, o Anticristo consolidará a nova religião mundial, de adoração a sua pessoa, pois todo o mundo se convencerá dos seus poderes sobrenaturais, provavelmente em razão de uma suposta ressurreição, como será pregado por parte do falso profeta (Ap 13:8,12-15). Também, consolidará o seu poder político-econômico-militar, estabelecendo um governo mundial ditatorial (o “domínio” de Dn 7:25, o “rei” de Dn 8:25 e o “poder” de Ap 13:7b, o “oitavo rei” de Ap 17:11). Terá, então, todo o controle sobre as transações econômicas e exigirá que todos os homens ponham sobre si o seu sinal, mas quem o fizer estará irremediavelmente perdido na eternidade (Ap 13:8-11,14:11). Iniciará a implacável perseguição sobre Israel a fim de destruí-lo totalmente, o que somente não conseguirá porque o Senhor Jesus, pessoalmente, o impedirá.

Enquanto o Anticristo terá todos estes pontos de êxito e de vitória sobre os homens, Deus começará a mostrar a Sua soberania sobre todas as coisas, derramando sobre a Terra todos os juízos estabelecidos para o “Dia do Senhor”, o “Dia da vingança do nosso Deus”, “Tempo da angústia de Jacó”, “Dia de trevas”, “aquele Dia”, “o grande Dia”, “Dia de ira”, “ira futura”, entre outros. Durante os sete anos de Tribulação, Deus enviará três julgamentos à Terra: o Julgamento dos Selos (Ap 6); o Julgamento das Trombetas (Ap 8 e 9); o Julgamento das Taças (Ap 16). Veremos a análise destes julgamentos no tópico III desta Aula.

3. A Igreja passará pela Grande Tribulação? Absolutamente não. O objetivo principal da Grande Tribulação é restaurar a nação de Israel, que foi criada e formada por Deus, a partir da chamada de Abraão (Gn 12:2). Deus prometeu que Israel seria sua propriedade peculiar e uma nação santa, que duraria para sempre (Ex 19:5,6; 2Sm 7:10). E para que Deus trate com Israel é necessário que a Igreja seja tirada da Terra. Quando isto acontecer, se reiniciará a contagem da septuagésima semana de Daniel, que corresponde o período da Grande Tribulação, e se encerrará com a volta gloriosa do Senhor Jesus para livrar Israel e implantar o seu reino milenar (Mt 24:29,30; Ap 1:7,8).

O apóstolo Paulo é claro ao afirmar que esse período da história terá como finalidade julgar todos os que não creram na verdade, mas antes, tiveram prazer na iniquidade (2Ts 2:12). Ora, se a Grande Tribulação é um juízo para aqueles que não aceitaram a Cristo, por que haveria de a Igreja sofrer, vivendo na Terra durante esse período? Como poderíamos dizer que Deus é o Justo juiz (Jr 11:20; 2Tm 4:8), se estabelecesse um juízo por causa da rejeição de Jesus e o derramasse tanto sobre os que creram em Jesus quanto sobre os que nEle não creram?

Muitas são as evidências na Bíblia Sagrada de que a Igreja não passará pela Grande Tribulação. O pr. Ciro Sanches, na sua participação em a “Teologia Sistemática Pentecostal”, páginas 512 e 513, enumera as seguintes evidências:

a) A Noiva de Cristo estará no Céu durante esse período e voltará com Ele para pôr termo ao império do mal: "vindas são as bodas do Cordeiro, e já a sua esposa se aprontou. E foi-lhe dado que se vestisse de linho fino, puro e resplandecente; porque o linho fino são as justiças dos santos. (...) E seguiam-no os exércitos que há no céu em cavalos brancos e vestidos de linho fino, branco e puro"(Ap 19.7-14).

b) A Palavra de Deus nos exorta a "esperar dos céus a seu Filho, a quem ressuscitou dos mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira futura" (1Ts 1:10). E o próprio Senhor Jesus disse: "Vigiai, pois, a todo tempo, orando, para que possais escapar de todas estas coisas que têm de suceder e estar em pé na presença do Filho do homem" (Lc 21.36, ARA). Note: "escapar de todas estas coisas", e não "participar delas".

c) Em Apocalipse 3.10, Jesus fez uma promessa à igreja de Filadélfia: "Como guardaste a palavra da minha paciência, também eu te guardarei da hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo, para tentar os que habitam na terra". Contudo, esta mensagem não foi apenas para aquela Igreja, haja vista o que está escrito nos versículos 13 e 22 do mesmo capítulo -"Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas".

A promessa de livramento da tentação mundial é extensiva às igrejas. Conquanto os crentes de Filadélfia estivessem passando por tribulações, naqueles dias, não passaram pela "hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo", pois todos os mortos em Cristo têm a garantia de que não passarão pela Grande Tribulação; ressuscitarão e serão tirados da Terra antes dela. Da mesma forma, os vivos que guardarem a Palavra não passarão pelo tempo da angústia.

d) Antes de o Cordeiro de Deus desatar o primeiro selo, dando início a uma série de juízos (Ap 6), João viu os 24 anciãos diante de Deus, no Céu (Ap 4:4,10). Eles representam a totalidade da Igreja: as doze tribos de Israel e os doze apóstolos de Cristo. E isso prova que, desde o início da Grande Tribulação, os salvos já estarão no Céu.

e) Em Apocalipse 13.15, está escrito que serão mortos todos os que não adorarem a imagem do Anticristo. Se este fará guerra aos santos, a fim de vencê-los (13:4), quantos deles restariam para um arrebatamento durante ou depois do período tribulacionista? Tais santos mortos pela Besta serão os mártires da Grande Tribulação, e não a Igreja, que já terá sido arrebatada.

f) Em suas duas Epístolas aos Tessalonicenses, a ênfase de Paulo foi o Arrebatamento da Igreja. Ao mencionar esse glorioso evento pela primeira vez, ele deixou claro que Jesus nos livrará da ira vindoura (1Ts 1:10). E isso é confirmado ainda na primeira Epístola - "quando disserem: Há paz e segurança, então, lhes sobrevirá repentina destruição (...) e de modo nenhum escaparão. Mas vós, irmãos, já não estais em trevas, para que aquele Dia vos surpreenda como um ladrão" (1Ts  5:3,4).

Conforme o texto acima são os que estão "em trevas" que não escaparão da destruição. Os filhos da luz (1Ts 5:5) já terão sido arrebatados (1Ts 4.16-18). Por isso, mais adiante, Paulo reafirma que os salvos escaparão da ira futura: "Porque Deus não nos destinou para a ira, mas para a aquisição da salvação, por nosso Senhor Jesus Cristo" (1Ts 5.9).

g) Na passagem de 2Tessalonicenses 2.6-8 vemos a reiteração de que a Igreja não estará sob o domínio do Anticristo e seu comparsa, o iníquo Falso profeta:

“E, agora, vós sabeis o que o detém, para que a seu próprio tempo seja manifestado. Porque já o mistério da injustiça opera; somente há um que, agora, resiste até que do meio seja tirado; e, então, será revelado o iníquo, a quem o Senhor desfará pelo assopro da sua boca e aniquilará pelo esplendor da sua vinda”.

Se o mistério da injustiça opera, por que a Besta e o Falso profeta ainda não se manifestaram de maneira visível? O que os detém? Quem os resiste? Quem será tirado da Terra, para que o Anticristo e seu aliado tenham total liberdade até à esplendorosa vinda de Cristo? A única revelação que temos, retratada pelo próprio apóstolo Paulo, é que o povo de Deus será tirado do mundo, no aparecimento de Jesus Cristo (Tt 2.13,14; 1Ts 4.17). E, se é "depois disso" que será revelado o Iníquo (gr. anomos, "transgressor", "sem lei", "desordeiro", "subversivo"), então estamos diante de mais uma prova de que a Igreja não passará pela Grande Tribulação.

Todas as mensagens registradas em Apocalipse às igrejas da Ásia possuem mandamentos e exemplos para nós, hoje, quanto à manutenção do amor e da fidelidade (Ap 2.4,10; 3.11); quanto às falsas profecias (Ap 2.20-22); quanto ao perigo de Jesus estar do lado de fora do nosso coração (Ap 3.20), etc.  Portanto, não há dúvidas de que a promessa de livramento da hora da tentação é extensiva a todos os salvos.

II. A MANIFESTAÇÃO DA TRINDADE SATÂNICA NA GRANDE TRIBULAÇÃO

Conforme escreveu o pr. Ciro Sanches, na Grande Tribulação, o Diabo terá permissão para dominar todas as ações na Terra. Quando a Igreja sair do mundo, ele será precipitado de onde está - nas regiões celestiais (Ef 2:2; 6:12) -, juntamente com as suas hostes, e terá permissão para agir com mais liberdade entre os homens. A Palavra de Deus diz que ele estará cheio de fúria, sabendo que pouco tempo lhe resta (Ap 12:9,12).

Como lemos em Apocalipse 16:13, duas Bestas - uma que sobe do mar (cf. Ap 13:1-10), e outra, que emerge da terra (Ap 13:11-18) - se aliarão ao Adversário: "E da boca do dragão, e da boca da besta, e da boca do falso profeta vi saírem três espíritos imundos, semelhantes a rãs". Deus também revelou ao apóstolo Paulo essas duas Bestas, em 2Tessalonicenses 2: os versículos 3 a 6 se referem ao Anticristo; e os versículos 7 a 12 se referem ao Falso profeta.

O Diabo, o Anticristo e o Falso profeta tomarão posse, temporariamente, da Terra. Se a Santíssima Trindade é composta de Deus Pai, Cristo e Espírito Santo (Mt 28:19; 2Co 13:13), a falsa trindade satânica terá como protagonistas o Antideus, o Anticristo e o Antiespírito. Assim como Cristo veio ao mundo para revelar a glória do Pai (João 1:14), o Anticristo revelará a natureza funesta do Diabo, agindo segundo o seu poder (Ap 13:1,2). E, da mesma forma que o Espirito convence os pecadores e glorifica a Jesus (João 16:8-14), o Falso Profeta induzirá todos a adorarem o Anticristo (Ap 13:11-15).

1. A manifestação do Anticristo (Ap 13:11-10)A manifestação do Anticristo acontecerá logo após Arrebatamento da Igreja. Buscamos esta certeza no ensino de Paulo, quando diz: ”E agora vós sabeis o que o detém, para que a seu próprio tempo seja manifestado. Porque já o mistério da injustiça opera; somente há um que agora resiste até que do meio seja tirado; E então será revelado o iníquo, a quem o Senhor desfará pelo assopro da sua boca, e aniquilará pelo esplendor da sua vinda”(2Ts 2:6-8).

- “...E agora, vós sabeis o que o detém...”. O mundo pode ser comparado a uma grande represa. Existe um poder que detém a força das águas, existe uma sólida e inquebrável barreira que não permite a ação livre e desenfreada de Satanás. Ele, pela sua influência “agita as águas”, mas não pode fazer com que elas se transformem numa grande e tempestuosa corrente, arrastando tudo para o mar da eternidade e para a perdição eterna. Contudo, essa barreira que contém a fúria das águas, não será destruída pelo inimigo, mas será removida, de acordo com o plano divino.

- “...Somente há um que, agora, resiste...”. Para resistir o poder de Satanás, e é ele que irá ungir o Anticristo, tem que ser alguém maior e mais forte do que ele. Este alguém, para nós, não é outro, senão, o Espírito Santo, que sendo a Terceira Pessoa da Trindade, tem em si mesmo a Onipotência. Ele, o Espírito Santo é aquele que “agora, resiste”. Há quem sustente ser a Igreja. Porém, podemos afirmar que a Igreja, sem o Espírito Santo, não tem nenhum poder, em si mesma.

- “...E, então, será revelado o iníquo...”. Este “iníquo” que será revelado não é outro senão o próprio Anticristo, aquele que “cuidará em mudar os tempos e a lei”(Dn 7:25). A expressão “iníquo” está ligado à iniquidade, ao desrespeito às leis. Ele estará acima das leis, será senhor absoluto, sem qualquer reconhecimento aos direitos individuais e à equidade. Paulo, referindo-se ao Anticristo, diz: “...esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com todo o poder, e sinais, e prodígios de mentira, e com todo o engano da injustiça...”(2Ts 2:9-10).

Algumas características do Anticristo:

- Será um “gentio” ou um judeu não praticante(Ap 13:2) que se levantará dentre as nações, com apoio dos governantes do mundo da época(Império Romano Restaurado).

- Será um poderoso líder mundial, apresentando-se como se fosse Deus (Dn 11:36; 2Ts 2:3,4).

- Será um orador famoso (Ap 13:5).

- Será um personagem habilitado pelo Diabo para operar o mal numa escala jamais vista ou imaginada. Ele será pior que Nero, Stalin, Hitler e Mussolini; Ele não se submeterá a Deus e nem aos homens.

- Será um cientista político. Suas mãos manusearão as forças do invisível. Será um mago nas finanças, um gênio na área militar. Os homens sentir-se-ão orgulhosos em estar sob o seu comando (Dn 7:20; Ap 6:2; 13:4; 17:17).

2. O Falso profeta (Ap 13:11-18; 16:13). Elemento integrante da trindade satânica que induzirá todos a adorarem o Anticristo. Ele se levantará depois do Anticristo, mas ambos atuarão ao mesmo tempo: o Anticristo agirá no campo político; o Falso profeta, no campo religioso. O Falso profeta emergirá da terra (Ap 13:11), ou seja, de Israel. Deverá ser um judeu. Também, o Anticristo provavelmente seja um judeu, talvez nascido em outro país. O fato de ser aceito como Messias reforça a ideia de ser um judeu.

- O Falso profeta foi visto como tendo “dois chifres semelhantes aos de um cordeiro” (Ap 13:11). Ora, o fato de ter a aparência de um cordeiro é a indicação de que surgirá com uma aparência de pureza, de santidade, de grande religiosidade. O falso profeta aparecerá como um homem santo, um homem que se encaixará, perfeitamente, nas descrições religiosas de devoção, de espiritualidade elevada e de santidade. Uma das principais características das falsas religiões é se prender à aparência. Sabendo disto, o diabo promoverá o surgimento de um homem que “será semelhante ao cordeiro”, ou seja, terá a aparência, o perfil, o comportamento exterior de um santo homem. Entretanto, o texto bíblico diz que será semelhante, ou seja, não será como o cordeiro, apenas parecerá com ele. Seu interior, porém, será iníquo, extremamente mau, pois, diz-nos o texto sagrado, que este falso profeta falará como o dragão, ou seja, no seu interior, a exemplo do que ocorre com a outra besta, este falso profeta estará totalmente dominado e envolvido pelo diabo, que será quem falará por ele. Sua missão será ser o porta-voz do próprio diabo. Quando o falso profeta abrir a boca, será o próprio diabo que estará falando.

- O Falso profeta, líder religioso (Ap 13:11), promoverá a união de todas as seitas e credos existentes. Época em que o ecumenismo se fortalecerá, formando um tempo de operações de sinais e prodígios de mentira (2Ts 2:9). O seu trabalho será o de promover a adoração do Anticristo pela humanidade. À frente da liderança religiosa do mundo, o Falso profeta promoverá o reencontro do poder político com o poder religioso, pois, uma vez no controle dos movimentos religiosos mundiais, fará com que todos reconheçam o poder do Anticristo. Por isso, é dito em Apocalipse 13:12 que ele exercerá todo o poder da primeira besta na sua presença, ou seja, levará todas as religiões do mundo a reconhecer o Anticristo como sendo um verdadeiro deus, o salvador do mundo.

- O Falso profeta usará a arma do controle para garantir a adoração do Anticristo (Ap 13:16-18). Esse será um tempo de cerco, de perseguição, de controle, de monitoramento das pessoas - no aspecto político, religioso e econômico. Todo regime totalitário busca controlar as pessoas e tirar delas a liberdade. A recusa na adoração a primeira besta implicará em morte (Ap 13:15b).

- O Falso profeta fará, também, sinais e maravilhas, a fim de levar o povo a adorar o Anticristo (Ap 13:13). Entendem alguns que será o falso profeta quem explicará a suposta ressurreição do Anticristo (cf. Ap 13:12), mostrando aos homens que essa ressurreição será verdadeira e a prova de que o Anticristo é um deus, um homem superior e que merece adoração. Diz-nos, porém, as Escrituras Sagradas que o falso profeta fará cair fogo do céu (Ap 13:13), o que, certamente, provocará na população a mesma reação que tiveram os israelitas no Monte Carmelo (vide 1Rs 18:25-39), bem como aparentemente dará vida a uma imagem do Anticristo (cf Ap 13:15), que mandará que seja construída para que todos a adorem. Estes e outros sinais darão suporte para o estabelecimento da religião mundial de adoração ao Anticristo.

Com todos esses prodígios que o Falso profeta realizará à vista das pessoas e da mídia, certamente não terá dificuldade para convencer todos a aceitarem a plataforma de governo do Anticristo.

3. Um governo único (Dn 7:24,25). Desde Ninrode (bisneto de Noé), governantes anseiam por estabelecer um governo único no mundo. Aconteceu com os governadores dos impérios: Egípcio, Assírio, Babilônico, Persa, Grego e Romano. O Anticristo será o último déspota governador mundial. A Bíblia o chama de Besta, isto é, de fera, porque não terá dó nem piedade de quem quer que seja.

Sendo o mais exímio líder político de todos os tempos, o Anticristo exercerá o poder na sua forma mais nua e crua, sem qualquer traço de moralidade ou de ética. Como odeia tudo que se relaciona com Deus, será um implacável e sanguinário perseguidor dos santos naquele dia (isto é, dos que se converterem a Cristo durante a Grande Tribulação), bem como de Israel, que é propriedade peculiar de Deus (Ex 19:5,6). Fará, por isso, guerra aos santos e os vencerá e destruirá (Dn 7:25; Ap 13:7). Sua crueldade não encontrará similar em toda a história da humanidade, e observemos que a história traz-nos retratos de grandes carnificinas, como as dos milhares de mortos durante as dez perseguições romanas contra os cristãos, dos milhares de mortos durante a Inquisição na Idade Média, dos sucessivos martírios em massa de judeus na Europa nas Idades Média e Moderna, do holocausto de seis milhões de judeus na Segunda Guerra Mundial pelos nazistas, dos mais de trinta milhões de mortos por Stálin na União Soviética, mas, pasmem, nada disto se compara ao banho de sangue que está preparado para ocorrer durante o governo do Anticristo. A crueldade é uma marca tão proeminente do seu governo que as Escrituras costumam identificá-lo com o nome de Besta, não cessando de lembrar que vem de um império (império romano restaurado) cuja característica principal é o de devorar e partir em pedaços as suas presas (Dn 7:23).

Após os sete anos de domínio mundial do Anticristo virá Jesus com a sua Igreja (Ap 19:11,13-16) para destruir o império do Anticristo, julgar as nações e estabelecer o seu reino milenar (Is 9:6; Dn 7:13,14; Lc 1:33). Todos aqueles envolvidos com o Anticristo serão mortos, não haverá nenhum sobrevivente, com exceção do Anticristo e do Falso profeta, os quais serão jogados, vivos, no lago de fogo e enxofre (cf. Ap 19:20,21).

III. O JUÍZO DE DEUS SOBRE O MUNDO (Ap 6:1-17; 8:1-14)

Antes de Cristo voltar em poder e grande glória, com a sua Igreja, muitos juízos divinos serão derramados sobre a Terra, conforme descritos em Apocalipse sob selos, trombetas e taças. Como disse Jesus em Mateus 24:22:"se aqueles dias não fossem abreviados, nenhuma carne se salvaria; mas, por causa dos escolhidos [israelitas remanescentes], serão abreviados aqueles dias".

Um dos objetivos dos juízos apresentados em Apocalipse, sob selos, trombetas e taças (Ap 6-17), é levar Israel ao arrependimento. Como resultado, o remanescente desse povo se voltará para Deus arrependido, aceitando Jesus como o Messias (Rm 9:27; 11:25,36; Mt 23:39; Zc 12:10-14; 13:1). Esse juízo divino ocorrerá durante a Grande Tribulação, como está escrito em Daniel 12:1:“E, naquele tempo, se levantará Miguel, o grande príncipe, que se levanta pelos filhos do teu povo, e haverá um tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até àquele; mas, naquele tempo, livrar-se-á o teu povo, todo aquele que se achar escrito no livro”.

1. O livro selado e sua abertura (Ap 5:1). As atenções de João, em Apocalipse 5, passam da visão do Trono de Deus a um objeto em sua mão direita: um rolo selado com sete selos - "Vi, na mão direita daquele que estava sentado no trono, um livro escrito por dentro e por fora, de todo selado com sete selos" (Ap 5:1).

Como consequência da impossibilidade e da tristeza de não haver um ser humano digno de abrir este rolo, João chora desesperadamente, por temer o que ocorreria com o destino da humanidade (Ap 5:2-4). Ao que tudo indica, o rolo representa a posse, a legalidade, o direito de governo sobre toda a Terra e seus habitantes e João chora desesperado porque ninguém é capaz de abrir esse documento e retomar a posse da Terra. Na realidade, o direito de governar sobre a Terra havia sido dado por Deus a Adão, que pecou e entregou o direito à serpente, Satanás. Muitos não prestam atenção a um detalhe que Satanás disse a Jesus no episódio da tentação de 40 dias no deserto. Vejam o que ele arrogantemente disse a Jesus em Lucas 4:6: "Disse-lhe o diabo: Dar-te-ei toda esta autoridade e a glória destes reinos, porque ela me foi entregue, e a dou a quem eu quiser".

Em outras palavras, o Diabo disse a Jesus: "Eu tenho a posse, o direito de governar sobre a humanidade, e dou a quem bem entendo". João sabia muito bem disso e por isso chorava profundamente. Entretanto, Jesus veio para desfazer as obras do diabo (1João 3:8). E João é consolado imediatamente (ler Ap 5:5,6) - “E disse-me um dos anciãos: Não chores; eis aqui o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, que venceu para abrir o livro e desatar os seus sete selos”.

a) O Primeiro Selo: o Cavalo Branco (Ap 6:2) – “E olhei, e eis um cavalo branco; e o que estava assentado sobre ele tinha um arco; e foi-lhe dada uma coroa, e saiu vitorioso e para vencer”.

Imediatamente após Jesus abrir o Primeiro Selo nos céus, aparece na Terra o primeiro dos quatro cavaleiros do Apocalipse. Este primeiro cavalo (branco) representa o Anticristo. Não é o mesmo cavalo branco em que Jesus vem montado na ocasião do seu Aparecimento Glorioso, em Apocalipse 19. Definitivamente são contextos diferentes.

A ascensão do Anticristo será favorecida com o cenário político-econômico atual. A ONU simplesmente não é mais respeitada pelas nações. Cada nação segue seu curso independentemente de respeitar as vizinhas. Um exemplo de como o mundo está clamando por um líder mundial ocorreu no momento da posse do presidente Barack Obama. Obviamente não estamos dizendo que Obama seria o Anticristo, mas o que vimos em sua posse confirma que a reação da população mundial à chegada do Anticristo será muito similar, confirmando a profecia bíblica de que ele será adorado. Obama foi ovacionado, comemorado ao redor do mundo como a ideal esperança da liderança mundial. Alguns telejornais se referiam a ele como "o salvador do mundo", o que é assustador. Exatamente assim será a recepção do Anticristo por parte da população mundial, o que facilitará sua rápida ascensão. O Anticristo será adorado, a ponto de usurpar a posição de Messias que só pode ser dada a Jesus Cristo. Por isso Apocalipse 6:2 diz que ao cavaleiro do cavalo branco foi "dada uma coroa, e ele saiu vencendo e para vencer”.

b) O Segundo Selo: o Cavalo Vermelho (Ap 6:3,4) – “E, havendo aberto o segundo selo, ouvi o segundo animal, dizendo: Vem e vê! E saiu outro cavalo, vermelho; e ao que estava assentado sobre ele foi dado que tirasse a paz da terra e que se matassem uns aos outros; e foi-lhe dada uma grande espada”.

O Segundo Selo aberto pelo Cordeiro revelou o Cavalo Vermelho, cujo cavaleiro retirou, precisamente, a paz da terra, permitindo que os homens se matassem uns aos outros e a quem foi dada uma grande espada (Ap 6:4). Dar uma espada, na Bíblia, muitas vezes é uma forma de dizer que se dá a autoridade a alguém. No caso, a autoridade mundial é dada ao Anticristo.

O Cavalo Vermelho representa uma guerra de grandes proporções, muito provavelmente uma terceira guerra mundial. Isso porque o Cavalo Vermelho consegue "tirar a paz da terra para que os homens se matassem uns aos outros". Esta guerra será provocada porque nem todos os líderes mundiais cederão facilmente o seu controle ao Anticristo. Por isso, estas nações preferirão guerrear até a morte a simplesmente a submeterem-se passivamente ao governo do Anticristo.

c) Terceiro Selo: o Cavalo Preto (Ap 6:5,6) – “E, havendo aberto o terceiro selo, ouvi o terceiro animal, dizendo: Vem e vê! E olhei, e eis um cavalo preto; e o que sobre ele estava assentado tinha uma balança na mão. E ouvi uma voz no meio dos quatro animais, que dizia: Uma medida de trigo por um dinheiro; e três medidas de cevada por um dinheiro; e não danifiques o azeite e o vinho”.

O Terceiro Selo trouxe o Cavalo Preto, cujo cavaleiro trazia uma balança na mão. Este cavalo representa a inflação incontrolável por causa da guerra. Alguns teólogos concordam que o Cavalo Preto possa representar também a fome causada pela guerra. A palavra "denário" (em outras traduções, "dinheiro") significa o salário diário - nos tempos bíblicos - para o mínimo de subsistência. Equivale ao nosso salário mínimo dos tempos de hoje, que nem sempre garante necessariamente a subsistência. O versículo 6 diz: "Uma medida de trigo por um denário [um salário de um dia de trabalho], e três medidas de cevada por um denário; e não danifiques o azeite e o vinho". Isto significa que o dinheiro das pessoas irá valer muito pouco, e que para se comprar o mínimo, será necessário todo o salário, devido à inflação alta provocada pela guerra mencionada em Apocalipse 6:4,5.

O texto fala também do azeite e do vinho. Somente como informação histórica, estes dois elementos, no tempo bíblico, eram produtos caríssimos. Somente os ricos tinham acesso a grandes quantidades destes produtos. O fato do versículo 6 dizer para não se danificar o azeite e o vinho, pode muito bem indicar que os produtos dedicados aos ricos não serão afetados pela inflação e pela guerra. Como sempre, quem sofrerá com a guerra serão as pessoas comuns.

d) Quarto Selo: o Cavalo Amarelo (Ap 6:7,8) – “ E, havendo aberto o quarto selo, ouvi a voz do quarto animal, que dizia: Vem e vê! E olhei, e eis um cavalo amarelo; e o que estava assentado sobre ele tinha por nome Morte; e o inferno o seguia; e foi-lhes dado poder para matar a quarta parte da terra com espada, e com fome, e com peste, e com as feras da terra”.

O Quarto Selo revelou um Cavalo Amarelo, cujo cavaleiro era a Morte e que era seguido pelo inferno e a quem foi dado o poder para matar a quarta parte da população mundial, com espada, com fome, com peste e com as feras da terra. Toda guerra obviamente gera morte. Entretanto, o pós-guerra provocado pelos cavalos anteriores contribuirá para o cenário de mortandade.

A taxa de mortalidade até este momento da Tribulação será absurda: tomando como base que somos, hoje, mais de 7 bilhões de habitantes no planeta, e sem considerar quantas pessoas seriam arrebatadas antes do início da Tribulação, um quarto de toda população mundial (mais de 1,75 bilhão de pessoas) morrerá " à espada" (durante a guerra) ou "por meio das feras da terra" (ficarão ao relento e sofrerão ataques até dos animais da terra).

e) Quinto Selo: os Mártires (Ap 6:9-11) - “E, havendo aberto o quinto selo, vi debaixo do altar as almas dos que foram mortos por amor da palavra de Deus e por amor do testemunho que deram. E clamavam com grande voz, dizendo: Até quando, ó verdadeiro e santo Dominador, não julgas e vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra? E a cada um foi dada uma comprida veste branca e foi-lhes dito que repousassem ainda um pouco de tempo, até que também se completasse o número de seus conservos e seus irmãos que haviam de ser mortos como eles foram”.

Este Selo mostra os mártires, ou seja, aqueles que morreram por Cristo durante a Tribulação. Eles fazem parte da colheita de almas que acontecerá durante a Tribulação. O Anticristo perseguirá e matará quantos cristãos ele puder durante seu governo mundial. Todos que morrerem durante a Tribulação, por darem testemunho verdadeiro de Jesus, "por causa da palavra de Deus e por causa do testemunho que sustentavam", serão feitos mártires no Céu.

Esses mártires clamam por justiça diante do Trono de Deus (Ap 6:10). Apesar do clamor, o período de Tribulação cumprirá sua duração prevista na profecia bíblica e seguirá seu curso até o final - "até que também se completasse o número dos seus conservos e seus irmãos que iam ser mortos como igualmente eles foram". Será o período de maior crueldade contra os cristãos, mas a esses que clamam por justiça é pedido "que repousassem ainda por pouco tempo", até que o Período da Tribulação seja completado.

f) O Sexto Selo: terremoto mundial (Ap.6:12-14) – “E, havendo aberto o sexto selo, olhei, e eis que houve um grande tremor de terra; e o sol tornou-se negro como saco de cilício, e a lua tornou-se como sangue. E as estrelas do céu caíram sobre a terra, como quando a figueira lança de si os seus figos verdes, abalada por um vento forte. E o céu retirou-se como um livro que se enrola; e todos os montes e ilhas foram removidos do seu lugar”.

Os acontecimentos a partir do Sexto Selo ocorrerão no segundo período da Grande Tribulação. Este Selo, assim que é aberto, dispara uma série de catástrofes na Terra. O primeiro deles é um terremoto gigantesco, em nível mundial, indicando que chegou o grande dia da ira de Deus. A violência do terremoto será tamanha que até montes e ilhas se moverão de seus lugares originais. Vimos exatamente isso acontecer na ocasião do tsunami provocado pelo megaterremoto em dezembro de 2004 na Tailândia. A intensidade do movimento das placas tectônicas foi tão grande que houve um ligeiro deslocamento da latitude e longitude de algumas ilhas da região. Houve, na realidade, um deslocamento de alguns metros das ilhas da região no pós-terremoto.

Além disso, o Sexto Selo indica que haverá enegrecimento nos céus, a lua tornar-se-á em cor de sangue (cumprindo Joel 2:31) e que estrelas (muito provavelmente meteoritos) cairão sobre a Terra, provocando destruição.

A passagem diz também que "os reis da terra, os grandes, os comandantes, os ricos, os poderosos e todo escravo e todo livre se esconderam nas cavernas e nos penhascos dos montes e disseram aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós e escondei-nos da face daquele que se assenta no trono e da ira do Cordeiro, porque chegou o grande Dia da ira deles; e quem é que pode suster-se?" (Ap 6:15-17). Em outras palavras, as pessoas terão plena consciência de que estarão vivenciando o período da Grande Tribulação. O mundo saberá que estará debaixo de juízo divino nessa ocasião. E sabem muito bem que o juízo vem de Deus Pai e de Jesus Cristo, porque se referem aos autores do juízo como a "face daquele que se assenta no trono" e a "ira do Cordeiro".

g) o Sétimo Selo (Ap 8:1,2) – “E, havendo aberto o sétimo selo, fez-se silêncio no céu quase por meia hora. E vi os sete anjos que estavam diante de Deus, e foram-lhes dadas sete trombetas”.

O Sétimo Selo traz a revelação de sete trombetas, que são sete ais, ou seja, sete lamentos que serão pronunciados em virtude do sofrimento que terão os habitantes da Terra. As trombetas são respostas às orações dos santos, uma demonstração da vingança de Deus pelos males sofridos por seus servos durante o primeiro período da Grande Tribulação, pela rejeição de Cristo pelos desobedientes (Ap 8:4).

Eis os juízos das sete trombetas:

- PRIMEIRA TROMBETA: SARAIVA, FOGO E SANGUE (Ap 8:7)

“E o primeiro anjo tocou a trombeta, e houve saraiva e fogo misturado com sangue, e foram lançados na terra, que foi queimada na sua terça parte; queimou-se a terça parte das árvores, e toda a erva verde foi queimada”.

Trata-se de uma chuva de saraiva (granizo), misturado com fogo e sangue que descerá do céu. Esta chuva queimará um terço de toda terra fértil, das árvores e de todas as plantas.

- SEGUNDA TROMBETA: UMA MONTANHA DE FOGO (Ap 8:8,9)

“E o segundo anjo tocou a trombeta; e foi lançada no mar uma coisa como um grande monte ardendo em fogo, e tornou-se em sangue a terça parte do mar. E morreu a terça parte das criaturas que tinham vida no mar; e perdeu-se a terça parte das naus”.

João usou o termo "montanha de fogo" para descrever um grande meteoro (ou cometa) que cairá no mar, matando um terço da vida marinha, transformará um terço da água do mar em sangue e destruirá um terço de todas as embarcações. Será o maior desastre ecológico marinho de todos os tempos.

- TERCEIRA TROMBETA: ESTRELA CHAMADA ABSINTO (Ap 8:10,11)

"E o terceiro anjo tocou a sua trombeta, e caiu do céu uma grande estrela ardendo como uma tocha, e caiu sobre a terça parte dos rios, e sobre as fontes das águas. E o nome da estrela era Absinto, e a terça parte das águas tornou-se em absinto, e muitos homens morreram das águas, porque se tornaram amargas".

Mais um cometa (ou meteoro) que cairá na Terra, e ao cair, afetará um terço de todas as fontes de água, tornando-as amargas e venenosas. O nome Absinto foi dado por João porque o fruto absinto é amargo, e neste caso, o cometa tornará amargas as águas, ou seja, a terça parte das águas doces potáveis da Terra tornar-se-ão impróprias para a bebida. Muitas pessoas morrerão porque beberão dessa água.

- QUARTA TROMBETA: TREVAS (Ap 8:12)

“E o quarto anjo tocou a trombeta, e foi ferida a terça parte do sol, e a terça parte da lua, e a terça parte das estrelas, para que a terça parte deles se escurecesse, e a terça parte do dia não brilhasse, e semelhantemente a noite”.

Deus fará com que o sol, a lua e as estrelas diminuam sua luz e calor (no caso do sol) em um terço. Significa que o dia terá um terço a mais de escuridão e, mesmo quando for durante o dia, a luminosidade e o calor do sol serão um terço menor. O dia será mais frio e menos iluminado.

- QUINTA TROMBETA: ATAQUE DOS GAFANHOTOS DE APOLIOM (Ap 9:1-11)

“E o quinto anjo tocou a trombeta, e vi uma estrela que do céu caiu na terra; e foi-lhe dada a chave do poço do abismo. E abriu o poço do abismo, e subiu fumaça do poço como a fumaça de uma grande fornalha e, com a fumaça do poço, escureceu-se o sol e o ar. E da fumaça vieram gafanhotos sobre a terra; e foi-lhes dado poder como o poder que têm os escorpiões da terra. E foi-lhes dito que não fizessem dano à erva da terra, nem a verdura alguma, nem a árvore alguma, mas somente aos homens que não têm na testa o sinal de Deus. E foi-lhes permitido, não que os matassem, mas que por cinco meses os atormentassem; e o seu tormento era semelhante ao tormento do escorpião quando fere o homem. E naqueles dias os homens buscarão a morte e não a acharão; e desejarão morrer, e a morte fugirá deles. E o aspecto dos gafanhotos era semelhante ao de cavalos aparelhados para a guerra; e sobre a sua cabeça havia umas como coroas semelhantes ao ouro; e o seu rosto era como rosto de homem. E tinham cabelos como cabelos de mulher, e os seus dentes eram como de leão. E tinham couraças como couraças de ferro; e o ruído das suas asas era como o ruído de carros, quando muitos cavalos correm ao combate. E tinham cauda semelhante à dos escorpiões e aguilhão na cauda; e o seu poder era para danificar os homens por cinco meses. E tinham sobre si rei, o anjo do abismo; em hebreu era o seu nome Abadom, e em grego, Apoliom”.

João vê espíritos malignos, chamados de “gafanhotos” que, por cinco meses, atormentarão os homens, período em que ninguém morrerá. Só o fato de, durante cinco meses, a morte não ocorrer irá trazer enormes problemas para o mundo, até porque se estará em época de grande escassez de alimentos, por causa dos juízos das trombetas anteriores. Como se não bastasse isso, o sofrimento atroz causado por estes espíritos malignos, que as Escrituras informam serem anjos caídos que estiveram aprisionados até então, pela sua perversidade, bem demonstram quão terrível será o sofrimento nessa época.

- SEXTA TROMBETA: OS QUATRO ANJOS LIBERTADOS (Ap 9:13-19)

“E tocou o sexto anjo a trombeta, e ouvi uma voz que vinha das quatro pontas do altar de ouro que estava diante de Deus, a qual dizia ao sexto anjo, que tinha a trombeta: Solta os quatro anjos que estão presos junto ao grande rio Eufrates. E foram soltos os quatro anjos que estavam preparados para a hora, e dia, e mês, e ano, a fim de matarem a terça parte dos homens. E o número dos exércitos dos cavaleiros era de duzentos milhões; e ouvi o número deles. E assim vi os cavalos nesta visão; e os que sobre eles cavalgavam tinham couraças de fogo, e de jacinto, e de enxofre; e a cabeça dos cavalos era como cabeça de leão; e de sua boca saía fogo, e fumaça, e enxofre. Por estas três pragas foi morta a terça parte dos homens, isto é, pelo fogo, pela fumaça e pelo enxofre, que saíam da sua boca. Porque o poder dos cavalos está na sua boca e na sua cauda, porquanto a sua cauda é semelhante a serpentes e tem cabeça, e com ela danificam”.

Nesta Sexta Trombeta, espíritos malignos serão soltos para matar a terça parte dos homens. Após cinco meses sem morte, haverá uma grande peste que matará a terça parte dos homens, de uma hora para outra, o que, certamente, trará enormes transtornos. Enquanto os homens sem Deus morrem, a Bíblia afirma que, de forma sobrenatural, as duas testemunhas serão ressuscitadas e subirão para o céu em uma nuvem na presença de todos (Ap 11:11,12) e, nessa ocasião, haverá um grande terremoto, que destruirá a décima parte de Jerusalém e onde morrerão sete mil pessoas, enquanto que os demais darão glória a Deus (Ap 11:13). Entendem alguns que será nesse momento que os judeus se decidirão por Cristo.

Até este ponto, podemos concluir que:

·     Com o julgamento do Quarto Selo, morrerão 1/4 da população mundial que ficar do Arrebatamento. Sobrarão, portanto, 3/4 da população.

·     Até o julgamento da sexta trombeta, morrerão mais 1/3 da população, daqueles 3/4 que sobraram até o momento. Portanto: 3/4 × 1/3 = 1/4.

·     1/4 (do quarto selo) + 1/4 (da sexta trombeta) = 1/2 (metade da população mundial morrerá até aqui).

Isto significa que metade da população mundial morrerá, desde os juízos dos Selos. E ainda não findou.

- SÉTIMA TROMBETA: GRANDES VOZES NO CÉU (Ap 11:15-19)

“E tocou o sétimo anjo a trombeta, e houve no céu grandes vozes, que diziam: Os reinos do mundo vieram a ser de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará para todo o sempre. E os vinte e quatro anciãos, que estão assentados em seu trono, diante de Deus, prostraram-se sobre seu rosto e adoraram a Deus, dizendo: Graças te damos, Senhor, Deus Todo-poderoso, que és, e que eras, e que hás de vir, que tomaste o teu grande poder e reinaste. E iraram-se as nações, e veio a tua ira, e o tempo dos mortos, para que sejam julgados, e o tempo de dares o galardão aos profetas, teus servos, e aos santos, e aos que temem o teu nome, a pequenos e a grandes, e o tempo de destruíres os que destroem a terra. E abriu-se no céu o templo de Deus, e a arca do seu concerto foi vista no seu templo; e houve relâmpagos, e vozes, e trovões, e terremotos, e grande saraiva”.

Esta Trombeta é uma introdução aos novos juízos de Deus. Também anuncia a chegada do reino milenial de Cristo, ou seja, a completa destruição e término do governo do Anticristo. Esta queda é anunciada no livro do Apocalipse por sete pragas, que se encontram em Sete Taças, onde é consumada a ira de Deus (Ap 15:1). Esse é o último dos três julgamentos que o Senhor enviará à Terra durante o período da Grande Tribulação. Será uma punição especialmente focada no Anticristo e a todos aqueles que aceitaram sua marca.

- PRIMEIRA TAÇA: FERIDAS MALIGNAS E DOLOROSAS (Ap 16:2)

"E foi o primeiro [anjo], e derramou a sua taça sobre a terra, e fez-se uma chaga má (úlcera dolorida) e maligna nos homens que tinham o sinal da besta e que adoravam a sua imagem".

Este primeiro juízo atingirá somente aos que optarem e receberem a marca da besta. É importante lembrar que a marca da besta será uma escolha consciente, ou seja, a pessoa terá a escolha de recebê-la ou não. Após escolher a marca, a pessoa perderá, de uma vez por todas, a sua chance de salvação. Nestes últimos 42 meses, quem optou por Jesus e não recebeu a marca, e ainda não foi morto (guilhotinado) pelo Anticristo, não será afetado por estas feridas.

- SEGUNDA TAÇA: O MAR TRANSFORMA-SE EM SANGUE (Ap 16:3)

"E o segundo anjo derramou a sua taça no mar, que se tornou em sangue como de um morto, e morreu no mar toda a alma vivente".

Todo o mar se transformará em sangue em estado de putrefação (como de morto). Como consequência, toda vida marinha morrerá. O versículo não menciona, mas é óbvio que, com o mar transformado em sangue em putrefação, mais os seres marinhos todos mortos, o odor que se espalhará pelos mares será insuportável.

- TERCEIRA TAÇA: OS RIOS E OUTRAS FONTES DE ÁGUA TAMBÉM SE TRANSFORMAM EM SANGUE (Ap 16:4-7)

“E o terceiro anjo derramou a sua taça nos rios e nas fontes das águas, e se tornaram em sangue. E ouvi o anjo das águas que dizia: Justo és tu, ó Senhor, que és, e que eras, e santo és, porque julgaste estas coisas. Visto como derramaram o sangue dos santos e dos profetas, também tu lhes deste sangue a beber; porque disto são merecedores. E ouvi outro do altar, que dizia: Na verdade, ó Senhor, Deus Todo-poderoso, verdadeiros e justos são os teus juízos”.

Imediatamente após a Terceira Taça, o mundo inteiro ficará sem água para beber. O alvo deste julgamento é o Anticristo. Como ele derramou o sangue de muitos crentes matando-os, agora Deus dará a ele o que ele quer: sangue, e sangue de morto. Este juízo cumprirá a súplica dos crentes em Apocalipse 6:10: "E clamavam com grande voz, dizendo: Até quando, ó verdadeiro e santo Dominador [Deus Soberano], não julgas e vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra?".

- QUARTA TAÇA: O SOL PASSA A QUEIMAR OS SERES HUMANOS (Ap 16:8,9)

“E o quarto anjo derramou a sua taça sobre o sol, e foi-lhe permitido que abrasasse os homens com fogo. E os homens foram abrasados com grandes calores, e blasfemaram o nome de Deus, que tem poder sobre estas pragas; e não se arrependeram para lhe darem glória”.

Deus aumentará a temperatura do sol, de modo que todos os homens passarão a ser queimados quando expostos aos raios solares. Mesmo assim, muitos ainda blasfemarão contra Deus e não se arrependerão. Há um ponto interessante aqui: a Palavra diz que toda língua confessará que o Senhor é Deus (Rm 14:11). Mesmo aqueles que rejeitaram a Deus através da marca da besta, Deus exigirá deles que se arrependam e confessem que Ele é Deus. Durante esse julgamento, ainda haverá os que não confessarão a soberania do Senhor.

- QUINTA TAÇA: HAVERÁ TREVAS SOBRE O REINO DO ANTICRISTO (Ap 16:10,11)

“E o quinto anjo derramou a sua taça sobre o trono da besta, e o seu reino se fez tenebroso; e os homens mordiam a língua de dor. E, por causa das suas dores e por causa das suas chagas, blasfemaram do Deus do céu e não se arrependeram das suas obras”.

Este juízo de Deus visará o reino do Anticristo, que se autodeclarará deus. É importante perceber que as feridas da Primeira Taça ainda estão fazendo efeito sobre os homens. Contudo, os versículos acima enfatizam que as feridas pioram com a escuridão do reino da besta. Ainda muitos insistirão em não confessar a soberania de Deus.

- SEXTA TAÇA: O RIO EUFRATES SECA (Ap 16:12)

“E o sexto anjo derramou a sua taça sobre o grande rio Eufrates; e a sua água secou-se, para que se preparasse o caminho dos reis do Oriente”.

O rio Eufrates, um dos mais antigos rios do planeta, que separa o Oriente Médio do resto da Ásia, secar-se-á, a fim de preparar o caminho para os reis do Oriente (leste asiático, como China e Japão entre outras potências bélicas), ao mesmo tempo em que os reis das nações submissas ao Anticristo serão convencidos por demônios a congregar seus exércitos no vale do Armagedom para destruir efetivamente Israel.

Observação:

A batalha de Armagedom (Ap 16:14,16) se refere a uma guerra necessária entre Jesus e as hostes malignas de Satanás. Esta guerra se faz necessária por causa das ambições perversas da humanidade e sua fonte de poder, que é Satanás. Jesus descreve quando será esta batalha, em Mateus 24:29-31:

“E, logo depois da aflição daqueles dias, o sol escurecerá, e a lua não dará a sua luz, e as estrelas cairão do céu, e as potências dos céus serão abaladas. Então, aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem; e todas as tribos da terra se lamentarão e verão o Filho do Homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória. E ele enviará os seus anjos com rijo clamor de trombeta, os quais ajuntarão os seus escolhidos desde os quatro ventos, de uma à outra extremidade dos céus”.

A Batalha do Armagedom começará quando “no tempo do fim, o rei do Sul lutará com ele” (Dn 11:40). O rei do Sul é o Egito juntamente com uma força militar pan-islâmica em direção a Jerusalém. Após uma aliança russo-arábica ter varrido a cidade de Jerusalém eles se retirarão para a planície do Megido, que é Armagedom. Ali, Deus os destruirá, para que as nações gentias possam saber que ele é Deus e que “não dormita o guarda de Israel”(Sl 121:4). Com a Rússia e as nações árabes destruídas, o Anticristo dos estados confederados vai para Israel para estabelecer o seu governo mundial, mas, conforme Dn 11:44, o Anticristo será perturbado pela notícia sobre um exército de 200 milhões de soldados que estará marchando em direção ao leito seco do rio Eufrates para uma luta titânica pela supremacia do mundo (Ap 9:14-16; 16:12). A batalha do Armagedom é concluída com outra invasão, agora vinda do céu: é Jesus, vindo com a sua Igreja (Ap 19:11,13-16) para destruir o último império mundial, julgar as nações e estabelecer o Seu reino milenar (Is 9:6; Dn 7:13: Mt 6:10). Todos os soldados envolvidos serão mortos, não haverá nenhum sobrevivente, com exceção do Anticristo e do Falso profeta, numa matança sem precedentes na história da humanidade (Ap 19:20,21).

- SÉTIMA TAÇA: O MAIOR TERREMOTO DA HISTÓRIA DA HUMANIDADE, SEGUIDO DE UMA CHUVA DE PEDRAS (Ap 16:17-21)

“E o sétimo anjo derramou a sua taça no ar, e saiu grande voz do templo do céu, do trono, dizendo: Está feito! E houve vozes, e trovões, e relâmpagos, e um grande terremoto, como nunca tinha havido desde que há homens sobre a terra; tal foi este tão grande terremoto. E a grande cidade fendeu-se em três partes, e as cidades das nações caíram; e da grande Babilônia se lembrou Deus para lhe dar o cálice do vinho da indignação da sua ira. E toda ilha fugiu; e os montes não se acharam. E sobre os homens caiu do céu uma grande saraiva, pedras do peso de um talento [cerca de 34kg]; e os homens blasfemaram de Deus por causa da praga da saraiva, porque a sua praga era mui grande”.

É o último dos juízos de Deus na Grande Tribulação. Um grande terremoto, qual nunca houve antes, será desencadeado, começando a ocorrer os eventos físicos que acompanharão a vitória de Cristo sobre o Anticristo na batalha do Armagedom. Como disse o anjo que derramará esta última taça: “… está feito…” (Ap 16:17). É o fim da Grande Tribulação. Esse terremoto será desencadeado pela presença do Senhor em forma corpórea (é a pedra lançada sem mão - Dn 2:34), no Monte das oliveiras, para destruir o governo do Anticristo, julgar as nações (Mt  25:31-46) e estabelecer o seu Reino milenial. Com isto, terminará os julgamentos de Deus sobre a Terra. Com isto, tudo estará preparado para o Aparecimento Glorioso de Jesus Cristo.

Diante do que foi visto, vale a pena o cristão viver em santidade para que não venha fazer parte da Grande Tribulação.

CONCLUSÃO

Deus preparou para o homem um esconderijo, um lugar seguro, inclusive contra todos os horrores da Grande Tribulação. O Profeta Isaias falou desse esconderijo, dizendo: “E será aquele varão como um esconderijo contra o vento, e como um refúgio contra a tempestade, e como ribeiros de águas em lugares secos, e como a sombra de uma grande rocha em terra sedenta” (Is 32:2). O Profeta certamente estava falando do Senhor Jesus Cristo. É somente nele que o homem pode se sentir seguro, hoje, e para sempre. Pense nisso!

Fonte: ebdweb - Luciano de Paula Lourenço