free counters

Seguidores

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

10ª lição d 3º trimestre de 2016: O PODER DA EVANGELIZAÇÃO NA FAMÍLIA


Texto base: Atos 16:25-34

“[...] Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo, tu e a tua casa" (At 16.31).

INTRODUÇÃO

A Igreja é formada pela soma de suas famílias. Famílias bem estruturadas formam Igrejas bem estruturadas. Isto é verdade, e Satanás sabe disto. Por esta razão, de forma mais acentuada nestes “últimos dias”, ele tem investido pesadamente contra a estrutura familiar, de forma especial, através da televisão, usando, principalmente, as novelas. Satanás sabe que desmoralizando o casamento, incentivando as uniões ilícitas - tanto as normais, como as homossexuais -, enaltecendo a libertinagem sexual, quebrando a hierarquia familiar, retirando ou coibindo a autoridade dos pais, e coisas correlatas, enfraquecerá, desmoralizará, acabará com a estrutura familiar. Porém, seu alvo principal é a Igreja. Ele sabe que combatendo a família, está prejudicando a Igreja.

A destruição da instituição familiar representa a própria destruição da humanidade, da imagem e semelhança de Deus na vida dos seres humanos e é por isso que o adversário de nossas almas, que nos odeia e nos detesta, tem investido tanto na destruição desta instituição. Destrua-se a família e estarão destruídos os seres humanos e, por conseguinte, toda a sociedade.

Deus deseja salvar todas as famílias da Terra. Para salvá-las, Deus age de várias maneiras. O evangelista Lucas narra a trans­formação operada pelo Evangelho no lar do carcereiro de Filipos. O terremoto foi o instrumento que Deus utilizou para abrir as portas da prisão e quebrar os ferrolhos dos corações endurecidos. O propósito de Deus no terremoto foi sacudir as almas dormentes. Deus precisou mandar um terremoto para o carcereiro ser convertido.

O mesmo Deus que abriu o coração de Lídia numa reunião de oração envia um terremoto para abrir o coração do carcereiro e salvar a sua família. Tomado pelo medo, o carcereiro perguntou aos apóstolos: "Senhores, que é necessário que eu faça para me salvar?" (At 16:30). Paulo e Silas responderam imediatamente: "Crê no Senhor Jesus Cristo, e serás salvo, tu e a tua casa" (At 16:31). Toda a família do carcereiro foi salva e, naquela mesma noite, foi batizada nas águas.  

Como evangelizar a nossa família – esposa, filhos e parentes? É o que vamos estudar nos tópicos seguintes. É válido salientar que o campo missionário começa em nossa casa.

I. EVANGELIZANDO NA FAMÍLIA

É preciso anunciar Jesus Cristo a todos e em particular àqueles que na família – cônjuge, filhos, pai, mãe e outros parentes - ainda não aceitaram Jesus Cristo como único e suficiente Senhor e Salvador.

1. A família, o primeiro desafio da evangelização. É no âmbito da família que surge a primeira experiência de proclamar a Jesus mediante tudo o que Ele é e representa para nós.Quando Jesus disse: “Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura”, Ele estava nos dizendo que o primeiro grande desafio da evangelização se dá em nossa família. Ali, nossos pais, filhos, cônjuges ou outros parentes presenciarão o impacto da transformação que o Evangelho trouxe às nossas vidas.

Por ser de origem divina, o inimigo tem atacado a família de maneira implacável. As tentações aos pais de família, principalmente na área do sexo e do mau relacionamento com os filhos têm sido constantes; os ataques aos filhos, lançando-os contra os pais; dos pais contra os filhos; o problema das drogas, da libertinagem sexual, da pornografia, de outros vícios, do homossexualismo, tudo isso e muito mais, tem ocorrido com muita intensidade em inúmeras famílias, nestes últimos dias da Igreja na Terra. Satanás sabe que ele já está julgado e quer levar o maior número de pessoas com ele para o Inferno (ler Salmo 9:17). Por isso, dentro de qualquer projeto de evangelização, a família cristã deve ocupar um espaço privilegiado. Muitas são as famílias esperando pelo evento salvífico de Jesus Cristo.

- A conversão da família do carcereiro de Filipos é um dos relatos que mais evidenciam o interesse de Deus em salvar toda a família. Depois daquele terremoto que abalou os alicerces da prisão, e já antevendo a sua desgraça, perguntou o carcereiro: "Que me é necessário fazer para me salvar?". A resposta que lhe deu Paulo é uma promessa tanto a ele quanto a nós: "Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e a tua casa". Quando o pecador crê na primeira parte da promessa, é salvo; e quando crê na segunda, pode levar toda a família a receber a mesma salvação. Deus converteu a família do carcereiro de Filipos porque ele se humilhou grande­mente e abriu a sua vida para Deus (At 16:27-34).

- A conversão da família de Raabe, a meretriz, prova que um pecador verdadeiramente arrependido pode levar toda a família a receber a Jesus. No capítulo dois de Josué, vê-se como Raabe tinha uma fé viva em Deus (Hb 11:31), não só para alcançar sua salvação, mas também para rogar pelo pai, mãe e irmãos (Js 2:13). Quando os muros de Jericó caíram por terra, permaneceu em pé o trecho onde se encontrava a casa de Raabe. Apesar de tudo quanto havia na cidade - homens e mulheres, moços e velhos, bois, ovelhas e jumentos - ser totalmente destruído (Js 6:21), ela com seu pai, mãe e irmãos e todos os seus parentes foram salvos (Js 6:23). Se Deus ouviu a oração daquela meretriz, certamente agirá do mesmo modo em relação a nós, resgatando nossas famílias desta Jericó que, em breve, há de ser destruída.

- A conversão da família de Cornélio. Cornélio, depois de mandar chamar a Pedro, foi aos amigos e convidou-os para ouvir o conselho de Deus, mas não se esqueceu dos da sua casa. Eles assistiram à exposição do Evangelho, foram salvos e, em seguida, foram cheios do Espírito Santo. Se há regozijo nos céus por um pecador que se arrepende, quanto mais por uma casa inteira que se salva.

- A conversão da família de Lídia. Esta rica vendedora de púrpura, é outro exemplo de crente que não se dá por satisfeito enquanto não vê toda a família aos pés de Cristo. Deus salvou a casa de Lídia porque Ele a julgou “fiel ao Senhor” (At 16:14,15).

2. Ordenar a família para caminhar nos retos caminhos do Senhor é essencial. Certo homem, crente e fervoroso no espírito, trabalhando na lavoura, lutava com dificuldades para conseguir levar o pão à sua família. O Senhor o abençoou com grande prosperidade material. Foi então que a esposa e os filhos insistiram com ele para que se mudassem para a cidade. Para agradá-los, resolveu deixar o campo. Já agora desfrutan­do de uma vida cômoda e sem preocupações, a mulher e os filhos buscaram desfrutar das vaidades mundanas. O pai, sozinho e triste, era obrigado agora a assistir aos cultos sem a família. Mas, percebendo que esta situação não poderia persistir, convocou a esposa e os filhos para lembrar-lhes de como serviam fielmente a Deus quando se encontra­vam na pobreza; e, de quando precisavam lutar com dificul­dades para ganharem o pão de cada dia. Em seguida, advertiu-os solenemente: "Se vocês não abandonarem esta vida mun­dana e a companhia dos inimigos de Deus, devolverei todas as riquezas que Ele nos confiou, e voltaremos a lavrar o solo, e viveremos no temor do Senhor". Ele ordenou a sua casa e foi bem-sucedido. Todos obedeceram imediatamente. Como seria bom se todos os pais experimentassem fazer o mesmo, isto é, se ordenassem a sua casa a caminhar nos retos caminhos do Senhor.

Jesus chamou o Lar Eterno de a Casa de meu Pai (João 14:1-3). Dessa Casa, o Pai dispensa-nos o seu amor, supre todas as nossas necessi­dades e ordena a sua Igreja. Por isto, Ele quer que o lar do crente, na Terra, seja em tudo parecido com o Lar Eterno.

Vejamos, a seguir, alguns exemplos de pessoas que souberam ordenar as suas famílias e levá-las a Deus.

a) Exemplo de Noé. “Pela fé, Noé, divinamente avisado das coisas que ainda não se viam, temeu, e, para salvação da sua família, preparou a arca” (Hb 11:7). Deus não chamou somente o patriarca, mas também toda a sua casa a entrar na arca; e, assim, foi salva toda a sua família. A arca serve-nos como tipo de Cristo, o único que nos salva do dilúvio de pecado que nos quer destruir. Foi pela fé (Hb 11.7) que Noé cooperou com Deus, e conseguiu o indizível gozo de ver todos os seus entes queridos seguros consigo na arca, enquanto lá fora desciam as torrentes de água, provocando a maior destruição jamais vista pelos homens. Se tivermos a mesma fé, haveremos de ver cada um dos membros de nossas famílias refugiar-se em Jesus e, assim, salvar-se do horrendo dilúvio de incredulidade, pecado, vício e crime que destrói o mundo atual.

b) Exemplo de Jó. Encontramos em Jó outro ideal de pai que, verdadeiramen­te, soube ordenar seus filhos nos caminhos de Deus. “Seus filhos iam às casas uns dos outros e faziam banquetes, cada um por sua vez…Decorrido o turno de dias de seus banquetes, chamava Jó a seus filhos e os santificava; levantava-se de madrugada e oferecia holocaustos segundo o número de todos eles, pois dizia: talvez tenham pecado os meus filhos e blasfemado contra Deus em seu coração. Assim o fazia Jó continuamente” (Jó 1:4,5). Não lhe bastava evitar o próprio pecado; cuidava que seus filhos também não pecas­sem. Como sacerdote do lar, chamava-os para os santificar; levantava-se antes do romper da aurora para oferecer holocaustos por eles.

c) Exemplo de Josué. Josué é outro dos muitos exemplos de homens dedicados a Deus, que souberam ordenar toda a sua casa. Perante as tribos de Israel, reunidas em Siquém, conclamou o povo a seguir seu exemplo: "Eu e a minha casa, porém, serviremos ao Senhor" (Js 24:15). Seus filhos sabiam que sua fidelidade a Deus era verdadeira, e que, enquanto Josué vivesse, teriam de servir fielmente a Deus.

Diante de tantas influências que recebemos do mundo para o nosso viver, a nossa decisão deve ser tal qual à de Josué: “Eu e a minha casa serviremos ao Senhor”. Qual tem sido a decisão de vida para cada um de nós, pessoalmente, e para a nossa família? Corajosa e resoluta como a do grande líder Josué? Não espere ficar velho para tomar essa decisão, pois o Senhor virá como um ladrão, ou seja, na hora em que nós não esperamos (1Tes 5:2; 2Pe 3:10).

3. Insista nos princípios cristãos. A mãe de uma moça cristã insistia que ela se vestisse de modo indecente, mas a filha recusou. O pai de um rapaz cristão queria levá-lo a uma prostituta para ter a experiência, mas o filho recusou. Há irmãos que se levantam e saem da sala porque a família insiste em assistir novelas ou programas imorais; estes irmãos estabeleceram os seus valores morais mais sublimes. Se você colocar Jesus em primeiro lugar, nunca você vai perder. Se colocar Jesus em segundo lugar, nunca você vai ganhar. Você não ganhará a sua família para Cristo, conformando-se com o pecado só para agradá-la.

4. Pratique valores éticos no âmbito familiar. Nenhuma outra instituição social é mais influente na formação do caráter, na educação, na disseminação de valores éticos, morais e espirituais do que a família. Infelizmente, os pais cristãos estão negligenciando a sua importância na formação desses valores, querendo transferir para a escola e para a igreja tais papéis.

Os filhos veem em seus pais os seus maiores exemplos para a vida. Eles sentem-se felizes e seguros, quando veem seus pais em atitude de respeito e amor. Isso é fundamental para sua formação espiritual, moral e afetiva. Porém, quando uma criança, um adolescente ou um jovem sabe que seu pai trai sua mãe, ou vice-versa, eles sentem o impacto emocional.

Um menino, em prantos, perguntou ao seu pai: "Pai, por que o senhor faz isso com a mamãe? Por que o senhor tem outra mulher?". Não adiantam explicações. Instala-se a tristeza, a insegurança e muitas vezes a revolta no coração dos filhos.

Conta-se que uma senhora que se dizia crente traiu seu esposo com um estranho, com quem se envolveu num encontro casual, num transporte coletivo. Ao saber do fato, o marido não suportou, deixou a esposa, apesar de ela demonstrar arrependimento. Os filhos tomaram ciência da situação. Pediram aos pais que se unissem pois precisavam deles. Não adiantou. A separação foi concretizada. Os filhos passaram a ter problemas na escola. As notas caíram. O rendimento escolar decaiu. Problemas psicológicos afetaram o mais novo, requerendo tratamento médico. A menina, na adolescência, envolveu-se com más companhias na escola, e passou a fazer uso de drogas. A mãe foi a causadora de toda essa tragédia. O pai não soube perdoar. E o lar foi destruído. Mais uma vitória do Diabo. Mais uma derrota para uma família cristã.

Cuidado, não transija! Não venda sua consciência! Nosso mundo está mudando todo dia. As pessoas dizem: “que nada! Os tempos mudaram, sexo antes do casamento e fora dele, e adultério, não tem problema! Dançar nas boates não tem problema! Ficar com um rapaz ou moça hoje e com outro ou outra amanhã não tem problema! Visitar site pornográficos não Internet não tem problema!”. Isso é um tremendo engano de Satanás. Jesus disse: “Se o teu olho direito te faz tropeçar, arranca-o e lançai-o de ti...” (Mt 5:29).

II. EVANGELIZANDO OS FILHOS

Certa vez irrompeu um pavoroso incêndio numa escola, deixando cerca de setenta crianças presas pelas chamas. A multidão, que se ajuntara no lugar do sinistro, corria angustiada e confusa; uns para cá, outros para lá. Não podendo alcançar seus filhos, por causa do intenso calor, as mães clamavam por eles como loucas. Homens fortes, diante daquele quadro, só podiam lamentar: "O que posso fazer par salvar meu filhinho?". Ouviram-se, então, apesar do alvoroço, os gritos de um menino que, vendo o pai, perguntou: "Papai, não pode salvar-me?! Não vens acudir-me?!". Mais alto que o alarido agonizante das outras crianças, persistiam os gritos: "Papai não podes salvar-me? Não vens acudir-me?!". Apesar de esforços sobre-humanos, o pai nada pôde fazer pelo filho. Poucos dias depois, aquele pobre homem também morreria, com os rogos do menino a ecoar-lhe nos ouvidos: "Papai, não podes salvar-me?! Não vens acudir-me?!".

Por acaso, muitos pais não ouvem também os gritos de seus filhos que se veem ameaçados neste mundo de horror? E o pior é que, não somente os seus corpos, mas principalmente as suas almas, acham-se na iminência de se perderem por toda a eternidade.

Várias são os meios de evangelização dos filhos. Dentre elas destacamos:

1. O Culto Doméstico. “Ponde, pois, estas minhas palavras no vosso coração e na vossa alma, e atai-as por sinal na vossa mão, para que estejam por testeiras entre os vossos olhos, e ensinai-as a vossos filhos, falando delas assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te, e levantando-te” (Dt 11:19).

Quando se tem a oportunidade e abertura para isto, um instrumento valioso para se evangelizar a família é o Culto Doméstico. Ali, cantamos ao Senhor, testemunhamos da sua graça, meditamos em sua Palavra e podemos perceber o caráter de Deus sendo trabalhado em nossa mente e coração.

O encontro com a Palavra de Deus no seio da família pode ser um momento singular de evangelização familiar. Ninguém pode desculpar-se, dizendo que não tem tempo, porque os poucos minutos que dedicamos ao Senhor hão de representar um peso tremendo na vida de nossos entes queridos. Mais valem alguns minutos na presença do Senhor, do que milhares de horas passadas longe dele. Certamente todos podem achar tempo para aquilo que é essencial à salvação e segurança de todos os membros da família.

Quais são os elementos do Culto no Lar?  Eis alguns elementos que devem ser utilizados no Culto Doméstico:

Ø  Leitura e ensino da Bíblia. A leitura da Bíblia deve ser elemento insubstituível no Culto Doméstico. A mesma deve contribuir com o enriquecimento da família inteira. Os pais devem explicar as passagens que os filhos não entendem. Histórias bíblicas, dramatizações, literaturas evangélicas, são ajudas para variar, mas nunca para tomar o lugar da Bíblia.

Ø  Oração. Através da Oração o filho fala com o Pai. A oração é, para a vida espiritual, o mesmo que a respiração é para vida física. Deve ser uma parte natural na vida do lar cristão. A oração no culto doméstico pode ser variada. A família pode orar em uníssono. Também o pai ou a mãe pode dirigir uma oração, cada membro da família pode fazer uma oração de apenas uma frase, ou até pode haver oração silenciosa. Seja qual for a maneira, a oração deve ser específica.

Ø  Louvor. Hinos e corinhos são muito eficazes para se cantar em atitude de adoração, no culto doméstico. As crianças aprendem muito acerca de Deus cantando corinhos.

2. Os símbolos cristãos. Além da dinâmica do Culto Doméstico, os símbolos de nossa fé também chamam atenção de nossa parentela: o nosso hinário, a Bíblia Sagrada, os livros cristãos, os CDs de músicas sacras que tocam a alma, devem estar ao alcance de todos os membros da família. Os pais israelitas foram instruídos a fazer menção do Senhor aos filhos, narrar-lhes os feitos divinos em todas as ocasiões. Eles o faziam através de lembretes escritos, rituais e monumentos (Dt 6:6-9; Êx 12:25-27; Js 4:5-7).  Que o Evangelho seja visto, ouvido e vivido em nosso lar.

3. Tendo um viver cristão exemplar. Salvo raras exceções, os filhos são um retrato dos pais. A atitude destes é a exteriorização dos ensinos que lhes são oferecidos em seus lares. Em Deuteronômio 6:7, está escrito: “e as intimarás a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te, e levantando-te”. Aqui fica claro que o ensino deveria ser através do exemplo. Os filhos deveriam ver e conhecer a Deus por intermédio das atitudes dos pais; é o que chamamos de aprendizagem pelo exemplo. O discurso dos pais deve ser coerente com as suas ações, pois eles, pais, são exemplos. Não adiante ensinar algo e fazer o contrário. Nossas palavras e ações têm o poder de influenciar as pessoas para o bem ou para o mal. Portanto, não se pode evangelizar em família sem o compromisso de demonstrar na prática de vida uma conversão sincera.  

A boa conduta do crente, em casa, além de ser útil para instruir os filhos é também útil para evangelizar os vizinhos e demais parentes. A nossa postura íntegra, contrastando com o estilo de vida deste mundo, haverá de atraí-los a Jesus. Veja a atitude de Isaque quando da disputa dos poços. A sua atitude de paciência e mansidão foi um testemunho vivo para todos em sua casa e para os habitantes da cidade de Gerar (cf. Gn 26:26-28).

“Sê tu um padrão dos fiéis, na palavra, no procedimento, no amor, na fé, na pu­reza” (1Tm 4:12); esta é a exortação de Paulo a Timóteo. Sem dúvida, esta é a mais eficiente maneira do Espirito Santo levar nossos filhos a Deus, isto é, fazendo das nossas próprias vidas um bom exemplo. Sejamos, portanto, sal da nossa família; sejamos luz em nossa casa.

4. Ensinando a Palavra de Deus. A Bíblia é a única semente que, com certeza, produz o “fruto do Espírito”, se plantada adequadamente no coração humano. Não é o conselho de psicólogos, as belas palavras de poetas e autores, os dizeres de homens sábios, ou de outros, mas a pura Palavra de Deus. Tomemos como base o trecho de Deuteronômio 11:18-21. Através dessa passagem, vejamos como o Senhor Deus, o instruidor da família, determina a maneira pela qual os pais devem ensinar a sua Palavra aos filhos:

- Ensinando-lhes a guardar a Palavra no coração e na alma - “Ponde estas minhas palavras no vosso coração e na vossa alma”(Dt.11:18). Não é decorar. É, antes de tudo, ter a Palavra bem arraigada no íntimo do ser, para poder ensiná-la aos filhos. O coração é o órgão em que se refletem as emoções, os sentimentos. A alma é a sede, o centro da personalidade, do ser. Assim, a Palavra de Deus deve encontrar lugar central e importante na vida dos pais. Deve fazer parte do seu viver, pois “do coração, procedem as saídas da vida”(Pv 4:23).

- Ensinando-lhes a ter a Palavra de Deus na mão - “Ponde as minhas palavras... na vossa mão”. Deus quer que os pais pratiquem com as mãos o que a Palavra manda. As mãos falam de ação, de fazer coisas, de agir. Deus quer que os pais usem a Palavra no seu lar, para poderem construir uma família bem edificada. Se o amor é a argamassa, a Palavra de Deus é o cimento que a faz consistente.               

- Ensinando-lhes a ver as coisas através da Palavra - “... para que esteja por testeiras entre os vossos olhos”(Dt 11:18). A “testeira” era parte da indumentária que caía sobre a testa, entre os olhos. Ficava junto dos olhos. Segundo a vontade de Deus, os pais deveriam olhar a vida, a casa, o lar, o trabalho, os filhos, tudo, enfim, sob o prisma da Palavra. Ela deve estar junto dos olhos. Isso quer dizer que os pais devem observar as coisas conforme a Palavra de Deus.

- Ensinando-lhes a Palavra “andando pelo caminho” – “Ensinai-os... andando pelo caminho”(Dt 11:19). Isto nos fala que o ensino não deve ficar restrito ao ambiente interno do lar, que deve acompanhar os filhos “pelo caminho”, ou seja, fora de casa.

5. Levando os filhos à igreja. Levar os filhos à igreja não é sim­plesmente acompanhá-los até a porta e deixa-los lá, para buscá-los mais tarde. Também não é correto deixar o cônjuge e os filhos em casa e ir sozinho à igreja. Toda a família deve estar presente aos cultos de celebração, de oração e à Escola Dominical.

Muitos pais, por motivos de trabalho, não podem estar presentes durante a semana e em alguns domingos pela manhã na igreja, mas por terem maior disponibilidade de tempo, os avós podem e devem ensinar e levar seus netos às programações de suas igrejas.

Veja o belo conselho de Paulo a seu filho Timóteo: “Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste e de que foste inteirado, sabendo de quem o aprendeste e que, desde a infância, sabes as sagradas letras, que podem tornar-te sábio para a salvação pela fé em Cristo Jesus” (2Tm 3:14,15). Timóteo aprendeu desde pequeno e nunca mais esqueceu, e tudo isso iniciou na infância.

Existem exemplos na Bíblia de pais que levavam os seus filhos à Igreja. Destacamos, como exemplo, Elcana e sua esposa Penina (1Sm 1:3,4). Costumeiramente eles levavam todos os seus filhos e filhas, ao local de adoração. Eles sabiam que toda a sua família precisava participar do culto ao Senhor. Também, o próprio Jesus, embora sendo Deus, era conduzido regularmente por seus pais ao Santo Templo (cf. Lc 2:22,41,42). Levemos, pois, nossas crianças à igreja e ensinemo-las a amar a Deus e a ter comunhão com os demais membros.

III. EVANGELIZANDO O CÔNJUGE

Quando a fé cristã entra em um lar descrente, ela deve ser uma ponte de novas bênçãos e não de novas desavenças. O fato de um cônjuge incrédulo viver com um cônjuge crente possibilita a esse cônjuge incrédulo conhecer o evangelho e ser abençoado por ele. O cônjuge incrédulo é trazido para mais perto de Deus ao conviver com um cristão na mesma casa.

Como evangelizar o cônjuge não cristão?

1. Com nova postura. Quando passamos a ter Jesus como nosso único e suficiente Senhor e Salvador, passamos a viver como o patriarca Jó: reto, sincero, temente a Deus e que se desviava do mal (Jó 1:8; 2:3). Isso será demonstrado através de nossa conduta, em nosso viver diário. Em Jesus Cristo nos tornamos novas criaturas (2Co 5:17). Fomos gerados novamente pelo Espírito Santo e passamos a viver uma nova vida. Não vivemos mais segundo a carne, cumprindo os seus desejos malignos. Como novas criaturas, produzimos novos frutos, ou seja, novas ações, pois agora somos guiados e dirigidos pelo Senhor. Nossas atitudes são como frutos. Elas nos identificam, revelando o nosso caráter cristão (Gl 5:22). A Palavra de Deus deixa claro que uma árvore boa não pode produzir mau fruto (Mt 17:17), pois vai contra a sua natureza, sua essência. Assim também acontece conosco.

Os atos falam mais alto do que as palavrasPor isso é que dizem que a pregação com a nossa vida, com os nossos atos são mãos penetrantes do que as palavrasCada um de nós precisa entender que estamos em cena, e que nossas ações estão sendo observadas o tempo todo. Depois que entregamos a nossa vida a Cristo tornamo-nos pessoas marcadas, visadas; o mundo está apenas aguardando a primeira oportunidade para nos chamar de hipócritas. Satanás é o deus deste mundo e tenta explorar cada deslize nosso.

Portanto, portar-se como autêntico servo ou serva de Deus é uma maneira substancial de evangelizar o cônjuge descrente. Ele verá que em você há algo diferente, sua vida foi transformada de verdade, houve profunda mudança em seu caráter. E, dessa maneira, o incrédulo poderá até vir a se converter a Cristo.

2. Com bom testemunho. Se um cristão tem uma esposa incrédula, e esta consente em morar com ele, não deve deixá-la. Semelhantemente, a mulher que tem marido incrédulo, e este consente em viver com ela, deve ficar com o marido. Talvez possa ganhá-lo por meio de seu testemunho humilde e piedoso. A vida e o testemunho da pessoa convertida a Cristo influenciam esse lar para Deus. O cônjuge descrente se vê sob uma influência espiritual que contém a possibilidade da conversão.

Após a conversão, o nosso comportamento deve evitar toda a aparência do mal. Exorta-nos o apóstolo Paulo: “Abstende-vos de toda aparência do mal” (1Tes 5:22). A conduta do crente deve refletir a de uma pessoa transformada, que foi lapidada pelo poder do Espírito Santo.

O crente deve ter uma vida exemplar, quer em costumes, vestimentas, negócios, palavras, por estar sendo observado por outros. As pessoas do mundo podem não ler a Bíblia, mas certamente lerão a vida do crente, que deve ser uma carta viva a testemunhar do seu Senhor e Salvador Jesus Cristo. Está escrito: “Vivei, acima de tudo, por modo digno do Evangelho de Cristo” (Fp 1:27).

Portanto, o testemunho caracteriza-se pela prática de atos que são agradáveis a Deus, que demonstram obediência e reconhecimento da soberania do Senhor sobre a pessoa. Não é possível ter o testemunho de Jesus Cristo sem que se faça aquilo que o Senhor tem ordenado na Sua Palavra. O testemunho nada mais é que a expressão do amor à Palavra do Senhor (Ap 1:2,9; 6:9; 12:11,17).

Não esqueçamos que o bom testemunho, a boa conduta do cristão, começa no lar, nas pequenas atitudes. O cônjuge descrente precisa perceber a mudança realizada por Jesus em sua casa através da conversão do outro cônjuge.

CONCLUSÃO

Oro a Deus para que as famílias cristãs prossigam com entusiasmo na missão de evangelizar. Os esposos evangelizando-se mutuamente, os pais evangelizando os seus filhos, os filhos evangelizando os pais; enfim, famílias inteiras evangelizando outras famílias com renovado ardor missionário, cumprindo o Ide de Jesus Cristo.

Fonte: ebdweb - Luciano de Paula Louenço

Nenhum comentário:

Postar um comentário