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segunda-feira, 21 de novembro de 2016

9ª lição do 4º trimestre de 2016: O MILAGRE ESTÁ EM SUA CASA



Texto Base: 2 Reis 4:1-7

“Pois o SENHOR, vosso Deus, é o Deus dos deuses [...], que não faz acepção de pessoas, nem aceita recompensas; que faz justiça ao órfão e à viúva e ama o estrangeiro, dando-lhe pão e veste”(Dt.10:17,18).

INTRODUÇÃO

Nesta Aula, trataremos acerca do milagre que Deus operou por intermédio do profeta Eliseu para salvar uma viúva e seus dois filhos de uma crise financeira. Essa história, relatada em 2Reis 4:1-7, é muito conhecida no meio cristão tradicional e é um exemplo importantíssimo de como a provisão de Deus funciona no nosso lar. Esse milagre nos ensina que o pouco com Deus torna-se muito e a escassez pode converter-se em abundância. O Deus de Elizeu é também o nosso Deus. Ele é imutável - “Porque eu, o Senhor, não mudo...”(Ml.1:17); “Jesus Cristo é o mesmo ontem, e hoje e eternamente”(Hb.13:8) -, e mediante sua graça continua a alcançar os corações daqueles que estão desesperados por um milagre em sua casa.

I. UMA FAMÍLIA EM DIFICULDADES

1. A crise das dívidas. Não sabemos o nome da viúva nem dos seus filhos, mas sabemos que ela era esposa de um discípulo de Eliseu. De acordo com o historiador Flavo Josefo, “a viúva desta história era a esposa de Obadias, o mordomo de Acabe em 1Reis 18:3. O motivo de a família estar endividada era que Obadias havia sustentado os 100 profetas do Senhor que ele escondera de Acabe e Jezabel” (cf. 1Rs.18:4). Naquela época, e até mesmo à época de Jesus, as viúvas eram sustentadas pelos filhos. Tudo indica que os dois filhos dessa viúva ainda eram crianças. Como herança, o aprendiz de profeta deixou-lhe dois filhos para criar e uma dívida para saldar. Não havia pensão, não havia seguro de vida e não havia ninguém por ela. Por isso, não tardou surgirem os “abutres do lucro fácil”, ávidos por confiscar os seus filhos.

2. O risco de perder os filhos. Achando-se incapaz de saldar a dívida deixada pelo seu marido, a viúva enfrentou a possibilidade de o credor tomar seus dois filhos para um período de escravidão. Os credores queriam logo recuperar seu dinheiro. Então, a viúva deve ter-lhes dito: “Sinto muito, senhores, eu não tenho recursos para pagar a dívida que o meu marido contraiu”. Ao que eles, talvez, responderam: “Muito bem, senhora, como não dispõe do valor necessário para quitar a dívida, de acordo com a lei, podemos levar seus dois filhos como pagamento. Eles serão nossos escravos, para compensar a dívida que seu a marido não saldou”. O texto em Levítico 25:39,40 determina que se o devedor não pudesse pagar a sua dívida, ele era obrigado a servir ao credor como escravo até o ano do jubileu. Deus, porém, interveio e concedeu àquela viúva a provisão suficiente para atender à sua urgente necessidade e de seus dois filhos.

Aquela era uma época terrível! Eram dias de plena apostasia, em que o temor de Deus havia desaparecido; cada um fazia o que queria, ignorando por completo a lei de Deus. Os contemporâneos de Eliseu abusavam das crianças necessitadas, tolhendo-lhes o direito, o respeito e a dignidade.

E os nossos contemporâneos, não têm feito o mesmo? Nossas crianças têm sido comercializadas; sua inocência tem dado lucro a muita gente; seu corpo angelical tornou-se um objeto de desejo; suas mãos delicadas se transformaram em “mão-de-obra barata”; a formação do caráter e personalidade de milhares de crianças inocentes e indefesas tem sido colocada à mercê de casais homossexuais, com educação moral e espiritual totalmente desviada do padrão judaico-cristão. Não podemos nos calar, nem fingir que tudo isso não acontece.

3. A viuvez. Dentro dos dramas sociais que o cristão pode se deparar está a viuvez. É um fato comum em nossa sociedade, caracterizado pela perda do companheiro de vida, que abarca milhares de pessoas. Faz parte do processo natural da existência do ser humano, por isso deve-se estar preparado para este estado aflitivo da vida. Quando o cônjuge perde a sua companheira (ou companheiro) significa um rompimento do ciclo de um convívio íntimo, intenso e profundo; a pessoa viúva enfrentará a solidão e a saudade do cônjuge que se foi. Algumas pessoas suportam com resignação esta lacuna da vida, mas outras se definham diante da amargura que lhe envolve, resultando em insegurança existencial que paralisam a sua sociabilidade e espiritualidade.

A palavra viuvez deriva da forma latina “vidua”, que significa “ser privado de algo”. É uma situação de desconsolo por desamparo. É um fato dramático, que atinge não só o psiquê e a saúde dos indivíduos, mas também suas relações sociais, tanto dentro da família quanto na sua comunidade. A condição de viuvez pode fazer com que as pessoas após anos de convivência, enfrentem um momento de solidão, processo profundamente sofrido, não só pela perda do marido ou esposa, mas pelas dificuldades em administrar a casa e os filhos na falta do chefe da família.

No Antigo Testamento, a viúva era personagem marginalizada, especialmente se não tinha filhos crescidos para cuidar dela ou algum familiar que se tornasse o remidor, casando-se com ela. Era facilmente vitimada e tinha limitados recursos materiais e financeiros (vide Sl.94:6). Mas, Deus sempre teve uma atenção especial à viuvez, quer no Antigo quer no Novo Testamento. As recomendações foram claras e imperativas ao povo de Israel. Cito algumas:

 “Quando no teu campo colheres a tua colheita, e esqueceres um molho no campo, não tornarás a tomá-lo; para [...] a viúva será; para que o Senhor teu Deus te abençoe em toda a obra das tuas mãos”(Dt.24:19); 

Quando sacudires a tua oliveira, não voltarás para colher o fruto dos ramos; ...para a viúva será”(Dt.24:20); 

Quando vindimares a tua vinha, não voltarás para a rebuscá-la; ...para a viúva será o restante”(Dt.24:21); 

Quando acabares de separar todos os dízimos da tua colheita no ano terceiro, que é o ano dos dízimos, então os darás ao levita, ao estrangeiro, ao órfão e à viúva, para que comam dentro das tuas portas, e se fartem”(Dt.26:12); 

A nenhuma viúva ... afligireis”(Ex.22:22).

“Se algum crente ou alguma crente tem viúvas, socorra-as, e não se sobrecarregue a igreja, para que se possam sustentar as que deveras são viúvas”(1Tm.5:16).

A bondade demonstrada às viúvas era louvada como um dos sinais da verdadeira religião. Diz o profeta Isaías: “Aprendei a fazer o bem; praticai o que é reto; ajudai o oprimido; fazei justiça ao órfão; tratai da causa das viúvas” (Is.1:17). Diz também Tiago: “A religião pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas Tribulações...” (Tg.1:27). 

Quando esta fase da vida chega na vida de um irmão ou irmã, a Igreja e a família devem estar prontas para dar-lhe total apoio, consolo e carinho, bem como acudi-la(o) no aspecto estrutural necessário à sua convivência social e firmeza espiritual. 

É bom ressaltar que a opressão e a injúria contra as viúvas fazem o faltoso incorrer em horrenda punição – “E chegar-me-ei a vós para juízo, e serei uma testemunha veloz contra os que [...] pervertem o direito da viúva [...] (Ml.3:5). 

No caso da viúva em epígrafe, a dívida contraída por seu marido deveria ser paga com a venda de seus filhos. Em meio a esta situação tenebrosa, a mulher lembrou-se do homem de Deus. Talvez Eliseu tivesse conhecido aquela família nos tempos de bonança. 

Deus não desampara as viúvas e os órfãos. Deus é o socorro do Seu povo na hora da angústia. O salmista assim se expressou: “Deus é o nosso refúgio e a nossa fortaleza, auxílio sempre presente na adversidade” (Salmo 46:1). O socorro divino nem sempre se manifesta em forma de milagre, de algo sobrenatural; pode ser de forma muito simples e nem ser notada. Geralmente o socorro de Deus vem pela ação de algum dos Seus servos que Ele usa para a glória do nome dEle; muitas vezes vem como resposta à oração. É o Pai respondendo ao clamor de seus filhos.

II. DEUS REALIZA MILAGRES

1. A fé do profeta. O milagre é uma forma perceptível de demonstração de que a fé é o meio pelo qual alguém obtém os benefícios da parte de Deus. Os 14(quatorze) milagres operados pelo profeta Eliseu evidenciam a fé dele e o cuidado de Deus para com todos aqueles que creem nEle. Foram uma clara demonstração do poder de Deus, que teve como propósito específico demonstrar a graça de Deus e sua glória nas mais diferentes situações. Em nenhum momento Eliseu ensoberbeceu-se do dom que havia nele, e nem deixou transparecer que se tratava de algo que ele conseguia manipular através do domínio de alguma técnica ludibriante. 

Os milagres operados objetivam a glorificar a Deus. A maioria deles é uma resposta de Deus ao sofrimento do ser humano, todavia, não se concentra no ser humano, mas em Deus. Diferentemente do que acontece hoje em muitos segmentos cristãos, principalmente aqueles que se expõem na mídia, os profetas do Antigo Testamento bem como os discípulos de Cristo nunca buscaram chamar a atenção para si através dos milagres que realizavam nem tirar proveitos deles. No Novo Testamento, os milagres estão diretamente ligados com a obra salvífica de Cristo e tem a função de confirmar a palavra que é pregada pelos mensageiros do Senhor. 

O milagre não tem por objetivo criar um espetáculo. Observe que os milagres não davam testemunho dos apóstolos e sim do Senhor Jesus e da sua mensagem. Somente os que buscam a própria glória transformam os milagres em um show (é o que estamos vendo hoje em muitas igrejas). Para esses, Jesus tem um recado: “Muitos me dirão naquele Dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E, em teu nome, não expulsamos demônios? E, em teu nome, não fizemos muitas maravilhas? E, então, lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade”(Mt.7:22,23).

O crente deve ter cuidado com a supervalorização dos milagres. Conquanto Deus realize sinais e maravilhas através do seu povo santo, os mesmos não devem nortear a vida do crente. Sinais e maravilhas são feitos pelo Senhor, que utiliza a instrumentalidade humana para esse fim, mas isso não significa que eles são o indicativo para a orientação de Deus às nossas vidas. Há pessoas que se colocam como reféns de milagres, como se estes fossem o marco regulatório para a vida cristã, e não tomam nenhuma postura ou atitude na vida se não virem milagres à sua volta. Tais pessoas precisam aprender a crer que os milagres são parte do Evangelho, mas que a Palavra de Deus é que deve nortear a vida do crente. Os sinais seguem aqueles que seguem a Palavra de Deus, e não os que creem seguem os milagres.

2. A viúva procurou Eliseu. Não tendo a quem mais recorrer, a pobre viúva apelou ao profeta Eliseu, apesar de saber que este também não possuía recursos financeiros. Confiava que ele encontraria em Deus uma saída para a crise. Ela sabia que o profeta Eliseu era um homem de Deus, por isso recorreu a ele (2Rs.4:1). As Escrituras Sagradas mostram que o Senhor socorre o necessitado: 

“Porque foste a fortaleza do pobre e a fortaleza do necessitado na sua angústia...” (Is.25:4);

“Porque o Senhor ouve os necessitados…”(Sl.69:33); 

“Cantai ao Senhor, louvai ao Senhor; pois livrou a alma do necessitado da mão dos malfeitores” (Jr.20:13); 

“Eu sou pobre necessitado; mas o Senhor cuida de mim; tu és o meu auxílio e o meu libertador; não te detenhas, ó meu Deus” (Sl.40:17). 

Diante do clamor daquela viúva (2Rs.4:1), Eliseu ficou sensibilizado e não hesitou em atendê-la. Como homem de Deus, ele sabia que o Senhor poderia reverter a situação financeira daquela viúva. Ele não quis saber quem era o responsável pela dívida, mas decidiu ajudar uma pessoa necessitada. Tal como Elias fizera em Sarepta (1Reis 17), usou do pouco que ela tinha para resolver o problema. Deus compadeceu-se daquela mulher sofredora e interveio na sua causa. O Senhor é compassivo, misericordioso e longânime – “Piedoso é o Senhor e justo; o nosso Deus tem misericórdia” (Sl.116:5); “As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos; porque as suas misericórdias não têm fim” (Lm.3:22). 

Aquela mulher procurou um servo de Deus e apresentou seu problema, pedindo socorro. Nosso comportamento deve ser o mesmo hoje. Quando enfrentamos dificuldades, devemos clamar a Deus pedindo Sua ajuda. Ele designará um cristão que o ama e obedece a Ele para nos socorrer. Deus está sempre à nossa espera para atender e satisfazer todas as nossas verdadeiras necessidades. Por isso nós, servos de Deus, podemos ser usados da mesma maneira que o Senhor usou Eliseu, com o objetivo de auxiliar alguém que esteja passando necessidades. Há grande suprimento para toda necessidade quando Deus intervém. Coloque tudo o que tem nas mãos de Deus e, ainda que seja pouco, se fará mais que suficiente.

3. Deus utiliza aquilo que temos. Diante do clamor da viúva, o profeta Eliseu perguntou-lhe: “Que te hei de eu fazer? Declara-me que é o que tens em casa. E ela disse: tua serva não tem nada em casa, senão uma botija de azeite” (2Rs.4:2). É uma resposta bastante desanimada. Às vezes acontece conosco também, quando estamos diante das crises que se agigantam de forma tenebrosa e nos deixa combalidos. Ora, se para Deus o nada já é muita coisa, quanto mais uma botija de azeite. A provisão milagrosa lhe veio mediante o que ela já tinha: um vaso de azeite. A provisão foi dada na medida da fé que a mulher tinha e da sua capacidade de armazenamento. Deus usou o que ela possuía para multiplicar-lhe os recursos e realizar o milagre de que ela precisava. Para Deus operar um milagre a quantidade não faz nenhuma diferença. Vejamos:

·     Moisés – tinha uma vara: “… e os filhos de Israel passaram pelo meio do mar em seco…” (Êx.14:16,21,22).

·     Sansão – tinha uma queixada de um jumento: “… e feriu com ela mil homens” (Jz.15:15).

·     Davi – tinha uma funda e cinco pedras: “E assim… prevaleceu contra o gigante filisteu…” (1Sm.17:40,50).

·     A viúva de Sarepta – tinha farinha na panela e azeite na botija: “… e assim comeu ela… e a sua casa muitos dias” (1Rs.17:12,14,15). 

·     Elias – tinha uma capa: “… e passaram ambos (Elias e Eliseu) o rio Jordão em seco” (2Rs.2:8).

·     Os discípulos – tinham cinco pães e dois peixinhos: “… e deram de comer a quase cinco mil homens” (Mc.6:37-44).

·     O apóstolo Pedro – tinha unção e poder e disse ao paralítico: “Não tenho prata nem ouro, mas o que tenho, isso te dou. Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta e anda” (At.3:6).

·     O apóstolo Pedro tinha uma rede de pesca e viu o milagre de Deus, depois de uma noite sem pegar nada – “E, fazendo assim, colheram uma grande quantidade de peixes, e rompia-se-lhes a rede” (Lc.5:6).

·     A mulher do profeta – tinha apenas uma botija de azeite. E foi a partir desta botija de azeite que Deus operou o milagre: “E sucedeu que, todos os vasos foram cheios…” (2Rs.4:2,6,7). É a partir de "uma botija de azeite" que Deus torna tudo abundante, porque Ele é o Deus de toda provisão.

III. PROVISÃO NA MEDIDA CERTA

1. Preparação para receber o milagre. Eliseu havia compreendido o que Deus podia fazer usando um simples vaso com azeite, a princípio insignificante, e então disse à mulher e a seus filhos para pedir emprestado aos vizinhos a maior quantidade de frascos vazios que pudessem (cf. 2Rs.4:3-5). A mulher precisaria de muitas vasilhas, pois a multiplicação do azeite, que haveria em sua casa, seria sem medida, abundante. Ela precisava se preparar para receber tal bênção. O azeite era uma mercadoria muito apreciada em Israel, servindo como alimento, medicamento, cosmético, combustível e para fins religiosos. Aquela mulher demonstrou o seu calor por meio da fé e por meio de um especial empenho para vender rapidamente o produto e saldar sua dívida.

Muitas vezes, nos sentimos como aquela viúva quando percebemos que o que nos resta parece algo absolutamente insignificante, de modo que nem cogitamos que aquilo possa ser usado por Deus a nosso favor. Contudo, essa história nos mostra que Deus tem poder para transformar em muito aquilo que nos parece pouco. 

Creia que o dia do seu milagre chegará, assim como chegou para essa viúva. Só precisamos manter o que aquela viúva mantinha: temor a Deus (2Rs.4:1). Aos seus servos o Senhor Deus não nega bem nenhum. No tempo apropriado a provisão divina chegará. Está escrito: “Os filhos dos leões necessitam e sofrem fome, mas àqueles que buscam ao Senhor bem nenhumfaltará”(Sl.34:10).

2. Provisão abundante. A viúva recebeu mais do que precisava - “... E sucedeu que, cheios que foram os vasos, disse a seu filho: Traze-me ainda um vaso. Porém ele lhe disse: Não há mais vaso nenhum. Então, o azeite parou “(2Rs.4:6). A viúva recebeu do Senhor mais do que pedira. Seu pedido fora apenas que seus filhos ficassem livres de viver na escravidão, mas em sua pobreza ela ainda tinha muitas outras necessidades. Deus Se dispôs a suprir essas necessidades. Ele constantemente dá aos seres humanos bênçãos muito maiores do que eles pedem para si mesmos.

O milagre, portanto, depende do que se têm. O que é que você tem em casa? Diante da pergunta, você poderia responder: “Não tenho nada”. Não seja tão pessimista para enxergar o quão é suficiente para Deus para fazer um grande milagre através daquilo que você considera não ser nada. Um martelo é suficiente para transformar você num homem de grandes negócios. Deus irá operar o milagre em sua vida a partir do que você tem. Se nada oferecemos a Deus, Ele nada terá para usar. Mas Ele pode usar o pouco que temos e transformá-lo em muito. “Sem fé é impossível agradar a Deus”.

Nós podemos nem ter tudo, e, contudo, podemos ter conosco alguma coisa que Deus é capaz de abençoar abundantemente - “Ora, àquele que é poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos, segundo o poder que em nós opera”(Ef.3:20).

Não perca a esperança! O pouco pode ser transformado em muito se for colocado nas mãos do Senhor e por Ele abençoado. A viúva tinha somente uma botija de azeite e a lição que aprendemos é que Deus abençoa aquilo que temos. Sua medida é sempre além, sacudida, recalcada e transbordante (Lc.6:38).

3. Fé em ação. A viúva e seus dois filhos precisavam seguir as orientações do profeta. A orientação do profeta Eliseu foi simples e objetiva:

a) “...pede para ti vasos emprestados a todos os teus vizinhos, vasos vazios, não poucos”. Às vezes temos que fazer algo que esteja ao nosso alcance para receber o que Deus nos quer dar.

b)  “...fecha a porta sobre ti e sobre teus filhos...”. A mulher devia fechar a porta, ficar a sós com seus filhos e trabalhar. Nem sempre as bênçãos de Deus acontecem no meio de muita gente. Neste sentido, Jesus orientou assim: “Mas quando você orar, vá para seu quarto, feche a porta e ore a seu Pai, que está em secreto. Então seu Pai, que vê em secreto, o recompensará” (Mt.6:6).

“...fecha a porta” (2Rs.4:4). O que se percebe nesta expressão é que o homem de Deus, Eliseu, não buscou notoriedade no milagre. Ele tinha plena certeza que Deus era quem estava operando aquele grande milagre. Então a glória pertencia a Deus e não ao profeta. É possível que uma das causas da escassez de milagres hoje esteja na publicidade desenfreada. Deus quer privacidade, mas os homens gostam de notoriedade. Gostam de aparecer e vangloriar-se (leia Lc.12:15). Deixam a porta aberta para serem vistos! 

c) “... e eles lhe traziam os vasos, e ela os enchia”. A mulher foi ajudada por seus filhos. A participação de nossos filhos na obra de Deus é uma bênção!

d) “...vivei do resto”(2Rs.4:7). A viúva e seus filhos olharam para todos os vasos cheios do azeite oriundo de sua pequena botija e o fez saber ao homem de Deus. E Eliseu disse para ela vender o azeite e pagar a dívida deixada por seu marido. Com o dinheiro que sobrasse, ela e seus filhos, poderiam viver por muito tempo. O milagre da multiplicação do azeite, além de resolver o problema da dívida deixada pelo marido, proveu o sustento dela e dos filhos por muito tempo. Às vezes Deus quer dar bênçãos duradouras e a pessoa quer apenas as temporárias. Salvação é bênção duradoura; cura de alguma enfermidade é temporária.

Portanto, precisamos agir com fé, pois a fé sem obras, sem atitudes, sem ação, é morta. A mulher pegou as vasilhas e começou a enchê-las a partir da botija de azeite que ela tinha em sua casa. Ela foi quem encheu as vasilhas e não o profeta. Este somente deu a orientação. Da mesma forma, Deus nos orienta, conforme as nossas forças e os nossos recursos, a agirmos e buscarmos a solução para os nossos problemas. Mas, nós é que devemos que correr atrás, que buscar, que agir.

A fé que aquela mulher tinha no Senhor tornou possível que ela saísse daquela situação crítica; permitiu que ela apresentasse seu problema a Deus e confiasse nele para orientá-la no sentido de encontrar a solução. Deus também deseja que você creia e busque em Sua Palavra a orientação sobre o que esperar dele e sobre como agir com sabedoria nos momentos de escassez. 

Prezado irmão e amigo, você está aguardando no Senhor algum milagre em sua casa, em sua vida? Você tem passado por provações na vida semelhante às desta viúva? Você é temente a Deus como essa viúva? Você tem buscado em Deus a solução de seus problemas ou apenas tem comentado com os outros o que você está passando? Faça como a viúva em comento: seja obediente aos mandamentos de Deus, tenha fé e aja com ousadia e determinação.

CONCLUSÃO

Muitos são os fatores que podem levar uma família a passar escassez: a morte do provedor ou o descaso deste para com os seus dependentes; desemprego, doenças, etc. É bom saber que estes fatores podem acontecer tanto para os que amam e temem ao Senhor quanto para os que não o temem. Temos que avaliar as causas disso. Muitas vezes a escassez advém de desequilíbrio na família, no tocante ao consumismo. O mal de muitos é não saber distribuir, é não ter método no gastar. Se tem muito, gastam tudo; quando não tem bastante, tomam emprestado. Por isso a vida financeira de muitos que se dizem cristãos é uma pedra de tropeço diante dos incrédulos. Sejamos cuidadosos na maneira de gastar o nosso dinheiro, busquemos a direção do Senhor de nossas vidas, para que ele nos ensine a usar o pouco que nos foi entregue. Economize comprando no estabelecimento que é mais em conta. Racionalize os gastos com água, luz, telefone, etc. (ler Gn.41:35,36; Pv.21:20). Fuja das dívidas! Evite o desperdício e o supérfluo. Gaste somente o necessário, dentro da sua capacidade financeira! Liberte-se do consumo irresponsável! Viva dentro do orçamento cabível e, se for possível, reserve um pouco para imprevistos, que sempre aparecem. 

“O Senhor é meu Pastor; de nada terei falta” (Sl 23:1,NVI). Deus, o Pastor do Salmo 23, é Aquele que detém todas as coisas em Suas mãos, e faz com que nada falte aos Seus. Restaura a saúde, proporciona tranquilidade, segurança, proteção, prosperidade e fartura. Sua bondade e fidelidade acompanham seus filhos por toda a vida. Creia nisso!

Assim como aquela viúva que pediu ajuda ao profeta Eliseu, temos uma dívida que não podemos pagar, que herdamos de Adão e na qual incorremos todos os dias: o pecado. E o pagamento dessa dívida implicaria a morte espiritual e eterna, se não fosse o sacrifício de Cristo Jesus em nosso lugar. Jesus pagou a nossa dívida com Sua própria vida. O apóstolo Paulo com muita propriedade escreveu: “Havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós, cravando-a na cruz”(Cl.2:14). Portanto, no momento em que alguém aceita Jesus, com sinceridade, é salvo, e suas reais necessidades (de perdão, paz, amor, salvação, vida eterna, etc.) são supridas.

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Fonte: ebdweb - Luciano de Paula Lourenço

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