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quinta-feira, 6 de janeiro de 2011


Igreja Evangélica Assembleia de Deus
Rua Frederico Maia, 49 - Viçosa -AL
Esola Bíblica Dominical
pastor: Donizete Inácio de Melo
Superintendente: Pb. Efigênio Hortencio de Oliveira


TEXTO AUREO ‘Varões galileus, porque estais olhando para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi recebido , em cima no céu há de vir assim como para o céu o vistes ir.” At 1.11.

VERDADE PRÁTICA = A ascensão de Cristo ao céu e a promessa de que um dia Ele voltará para buscar os seus, trazem alento esperança a todos quantos aguardam esse glorioso evento.

LEITURA EM CLASSE = AT 1: 9 – 11== Mc 16.19; == LC 24.51

INTRODUÇÃO

Aqui estamos, mais uma vez, iniciando um estudo da segunda lição dominical, cujo tema central é a Ascensão de Cristo e a Promessa da Sua Vinda; em relação a múltiplos aspectos da vida cotidiana do crente e de outros pontos basilares da fé cristã. Estudaremos hoje acerca da ascensão de Cristo como um dos fatores que asseguram aos salvos a esperança de sua volta, em cumprimento do que Ele mesmo afirmou: Virei outra vez”, Jo14.3.

OS ULTIMOS DIAS DE CRISTO NA TERRA, Mt 28,16-20.

1. As Infalíveis Provas da Ressurreição de Cristo. Após ressuscitar, Cristo ainda permaneceu entre os discípulos durante 40 dias, período em que apareceu a Maria Madalena e suas acompanhantes, Mt 28.1,5,8-10; Lc 24.10-11, encontrou-se com os dois discípulos no caminho de Emaús, Lc 24.13-34, revelou-se também a Pedro, Lc 24.34, e manifestou-se a todos coletivamente, Jo 20.19-31, com “muitas e infalíveis provas” de sua ressurreição. Numa alusão de que houve inúmeras testemunhas a respeito de. te lato, Paulo chegou a afirmar que .Jesu. foi visto por mais de 500 irmãos, 1 Co 15.1-6.

2. As Últimas instruções no Monte das Oliveiras. Finalmente o Senhor reuniu os discípulos no Monte das Oliveiras, de onde foi elevado ao céu, depois de lhes deixar as últimas instruções para que pudessem dar continuidade à obra por Ele iniciada, Aqueles homens estavam ainda confusos, pensando que o reino político se- ria restaurado a Israel naqueles dias Em razão disso, a admoestação do Mestre se baseou em três pontos fundamentais:

a. A ocasião em que o reino seria estabelecido era assunto exclusivo de Deus;

b. Eles deveriam ser revestidos pelo Espírito Santo para que desempenhassem satisfatoriamente a missão:., que lhes seria confiada;

c. Eles foram comissionados como testemunhas de Cristo locais, regionais, nacionais e universais.

A ASCENSÃO DE CRISTO AOS CÉUS, At 1.9-11; Lc 24.51.

1-A Ascensão de Cristo é a Esperança da Igreja. O texto de Atos diz: “E quando dizia isto, vendo-o eles, foi elevado às alturas e uma nuvem o recebeu,ocultando-o a seus olhos.” Elevar significa alçar, erguer ou exaltar. Portanto, o Senhor foi exaltado poderosamente à vista dos discípulos, e o seu retorno à plenitude da glória se traduz em esperança para a Igreja pelas seguintes razões, se Ele não voltasse aos céus:
a. ficaríamos limitados à sua presença física;

b. ficaríamos privados de receber o. Consolador Jo 16.7;

c. ficaríamos privados de vê-lo retornar às nuvens para arrebatar a sua Igreja. Jo 14,3; 1 Ts 4.17, e de acompanhá-lo depois, na instalação do reino milenal, At 1: 11 - Zc 14-4; - Ap 19,11-16.

2. A Ascensão de Cristo Testemunhada. Á ascensão de Cristo não foi realizada ocultamente, mas todos os discípulos a testemunharam, á semelhança do que aconteceu a Elias, que foi arrebatado num redemoinho à vista de Eliseu, II Reis 2.11. Esse fato foi levado em conta com tanta seriedade pelos apóstolos que o critério por eles estabelecido para a substituição de Juda foi o de que essa escolha recaísse sobre uma testemunha ocular do ministério de Jesus, desde o seu batismo até à ascensão, At 1.21-22.

A ASCENSÃO DE CRISTO E A MENSAGEM ANGELICAL, At 1,10-11-

1. Uma mensagem Esclarecedora. Existe uma profunda relação entre a pergunta dos discípulos a Jesus, registrada nu v6, e a mensagem proferida pelos anjos após a ascensão, porque esta.esclarece o modo como Cristo voltará para estabelecer o seu reino milenal, questão que tanto, os preocupava.

2- Umá ensagem Gloriosa. As palavras daqueles anjos trouxeram, também, conforto e despertamento aos discípulos, cujas esperanças foram renovadas. Agora, eles estavam conscientes de que Cristo retornara aos céus, onde permaneceria como sumo sacerdote daqueles que se aproximassem de Deus, Hb 4.14, para um dia então arrebatar a Igreja e levá-la às bodas e, finalmente instalar o seu reino na terra. Consolemo-no pois, irmãos, com tas palavras!

Ascensão de Cristo = Atos 1.1-11

O Evangelho segundo Lucas foi dedicado a Teófilo (“quem ama a Deus”), que representa todos os cristãos. No início de Atos, Lucas escreve: “Fiz o primeiro tratado, ó Teófilo, acerca de tudo que Jesus começou, não só a fazer, mas a ensinar, até…”

Ressaltamos a palavra até porque, no livro de Atos, estudamos o que Jesus continuou a fazer por intermédio dos seus discípulos. Neste livro, lemos como Jesus cumpriu sua promessa: “… e eis que eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos”. (Mt 28.20) E como continuou sua obra através do Espírito Santo. Enquanto nos Evangelhos lemos: “E Jesus disse”, no livro de Atos lemos: “E o Espírito disse”. O Espírito é revelado como representante de Cristo, guiando o progresso e a administração da sua Igreja. O livro pode ser chamado: Atos de Cristo mediante seus servos ou Atos do Espírito Santo.

O Senhor Faz os Preparativos para a Sua Ascensão (At 1.1-5)

1. Dando instruções. Jesus subiu “depois de haver dado mandamentos por intermédio do Espírito Santo aos apóstolos que escolhera”. Estas instruções são registradas em várias passagens, como em Lucas 24.44-49; Mateus 28.19,20; Marcos 16.15-18; João 21; e nos versículos 3-8 deste capítulo’ (At 1). Em que sentido as instruções foram dadas mediante o Espírito Santo? A unção que Jesus recebeu no rio Jordão era ilimitada e permanente. Mediante o Espírito, recebeu poder para seu ministério; forças para enfrentar a cruz (Hb 9.14); foi ressuscitado dentre os mortos (Rm 8.11); e, no Pentecoste, batizou a outros no Espírito. A unção ainda estava sobre ele após a ressurreição.

2. Mediante manifestações da vida ressurreta. “Aos quais também, depois de ter padecido, se apresentou vivo, com muitas e infalíveis provas, sendo visto por eles por espaço de quarenta dias, e falando do que respeita ao reino de Deus” (cf. 1 Co 15.5-8). Se víssemos um farol que parecesse ficar em pé sobre as ondas, saberíamos que haveria, por baixo da construção, um fundamento de rocha. Durante 19 séculos a Igreja permanece em pé como luz para as nações. Qual o seu alicerce? A única resposta satisfatória é: a ressurreição de Cristo. A fé e a religião viva não podem surgir de um cadáver.

Durante 40 dias Jesus revelou-se aos seus discípulos, aparecendo e desaparecendo. Era como se quisesse levá-los gradualmente a perceber que Ele pode estar presente, no Espírito, embora ausente no corpo. Chegou um momento em que os discípulos sabiam que haviam cessado tais aparecimentos.

A partir de então teriam de pregar o Evangelho com plena confiança da presença espiritual de Cristo com eles, conforme Ele mesmo prometera: “E eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos”. Foi a ascensão que convenceu os discípulos da veracidade desta mudança.

3. Dando uma ordem especifica. “E, estando com eles, determinou-lhes que não se ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai, [Jo 14.16; Jl 2.28] que (disse ele) de mim ouvistes”, O batismo do Senhor Jesus, no Jordão, foi o sinal para Ele iniciar seu ministério. Assim, também, a Igreja precisava de um batismo que a preparasse a cumprir um ministério de alcance mundial.

Não seria o ministério de criar uma nova ordem e, sim, de proclamar aquilo que Cristo já havia realizado. Mesmo assim, só no poder do Espírito Santo poderia tamanha obra ser levada a efeito.

Cristo dirigiu suas palavras a homens que possuíam íntimo relacionamento espiritual com Ele. Já tinham sido enviados a pregar, armados com poderes espirituais específicos (Mt 10.1). A eles fora dito: “Alegrai-vos antes por estarem os vossos nomes escritos nos céus” (Lc 10.20); sua condição moral já tinha sido definida com as palavras:

“Vós já estais limpos, pela palavra que vos tenho falado” (Jo 15.3). Seu relacionamento com Cristo foi ilustrado mediante a figura da videira e dos ramos (Jo 15.5). Eles já conheciam a presença do Espírito nas suas vidas (Jo 14.17); já tinham sentido o sopro do Cristo ressurreto quando ele lhes disse: “Recebei o Espírito Santo”. Mesmo assim deviam esperar a promessa do Pai! Isto nos mostra a importância deste revestimento.

Instruções do Senhor com Respeito ao Futuro (At 1.6-8)

“Aqueles pois que se haviam reunido perguntaram-lhe, dizendo: Senhor, restaurarás tu neste tempo o reino a Israel?” Os apóstolos, como seus compatriotas, tinham associado o ministério do Messias com o imediato e visível aparecimento do Reino de Deus, com um estrondo de força material em fulgor externo (Lc 19.11; 24.21). Conceitos do Reino, mais terrestres do que celestiais, afetavam suas condutas e os levaram a disputas ambiciosas.

Cada qual visando a preeminência. Boa parte dos ensinos de Cristo visava limpar a mente deles de falsos conceitos acerca do Reino. No entanto, só o tremendo choque do Calvário conseguiu tirar-lhes as ilusões com respeito a um reino material. Agora, sendo instruídos pelo Cristo ressurreto, entendiam melhor o seu Reino. Contudo, seus corações judeus ainda os impulsionam a perguntar: “Senhor, restaurarás tu neste tempo o reino a Israel?” Ainda pensavam em termos de uma só nação. O Senhor, em resposta, fez com que erguessem seus olhos para ver todas as nações. Esta resposta contém quatro lições:

1. A estreita limitação do conhecimento humano acerca do futuro. “Não vos pertence saber os tempos ou as estações…” Existem muitas coisas que nossas mentes querem perscrutar, mas pertencem exclusivamente aos planos de Deus (cf. Dt 29.29; Mc 13.33; 1 Co 13.9; 1 Jo 3.2).

2. As mãos seguras que dirigem o futuro. Os tempos e épocas estão nas mãos de Deus: “O Pai estabeleceu pelo seu próprio poder” (cf. Mc 13.32). Embora não saibamos o futuro com respeito aos eventos mundiais e às nossas vidas, não precisamos ficar ansiosos. O desconhecido fica muito bem nas mãos do Mestre.

3. Forças suficientes para enfrentar o futuro. “Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós…” Poder para enfrentar o futuro - isto vale muito mais do que detalhados conhecimentos sobre o porvir.

4. O dever prático com respeito ao futuro. “E ser-me- eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra”. Estas palavras definem o ministério primário de cada crente: ser testemunha da pessoa de Jesus, daquilo que Ele fez para os homens e para a própria testemunha. “Testemunhar” é um dos conceitos fundamentais do livro dos Atos (ver 1.22; 10.39,41- 44; 13.31; 4.33; 22.15; 26.16).

Ascensão do Senhor (At 1.9-11)

1. O ato da partida. “E quando dizia isto, vendo-o eles, foi elevado às alturas, e uma nuvem o recebeu, ocultando- o a seus olhos”. A partida de Jesus não causou tristeza aos discípulos. Eles sabiam que o Espírito Santo viria em seguida, e lhes seria, de forma invisível, o que seu Mestre havia sido de forma visível: “Vos convém que eu vá; porque, se eu não for, o Consolador não virá a vós; mas, se eu for, enviar-vo-lo-ei” (Jo 16.7). Enquanto os discípulos olhavam seu Mestre subindo, talvez pensassem: Quão grande e rico dom deve ser o Consolador! Se sua presença custa a ida do Mestre! O Espírito Santo não iria comunicar à Igreja o Cristo terrestre, e sim o celestial, que voltou a ser investido da glória que tinha com o Pai antes que houvesse mundo. Equipado com os infinitos tesouros da graça que Ele comprara mediante sua morte na cruz.

2. A promessa da sua vinda. “E estando com os olhos fitos no céu, enquanto Ele subia, eis que junto deles se puseram dois varões vestidos de branco, os quais lhes disseram: Varões galileus, por que estais olhando para o céu?” A lembrança da origem dos discípulos, a Galiléia, fê-los ter em mente a sua chamada, recebida na Galiléia, e do seu conseqüente dever de seguir e obedecer.

“Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim corno para o céu o vistes ir”. Estas palavras claras desfazem qualquer teoria modernista que alega ser a propagação da civilização cristã o cumprimento total da promessa sobre a segunda vinda. Aqui temos a profecia da vinda pessoal e visível do Senhor.

Este trecho (At 1.1-11) tem grande alcance, abrangendo: a vida de Cristo (v. 1), sua morte (v. 3), ressurreição (v. 3), Reino (vv. 4,5,8), ascensão (vv. 9-11) e segunda vinda (v. 11).

Ensinamentos Práticos

1. A religião em atos e palavras. O Evangelho segundo Lucas narra o que Jesus “fez e ensinou”. Sua vida se dividia entre ações e doutrinas, milagres e verdades, maravilhosos sinais e revelações. Cumpria sua vida religiosa e a ensinava; ensinava a vida religiosa e a vivia. E nisto Ele é nosso exemplo.

A vida cristã equilibrada é uma combinação de vida e luz, obra e palavra. Se agirmos sem ensinar, nossa vida será um mistério, inexplicável para os que gostariam de saber o motivo de nossas ações. Se ensinarmos sem viver à altura, tornamo-nos em pedra de tropeço (Mt 23.1-3). A demonstração é o melhor método de ensino. Se praticarmos as virtudes que ensinamos, seremos verdadeiros líderes. A verdadeira liderança não consiste em mostrar o caminho, porém em andar e convidar outros a nos seguir ao longo dele.

Devemos nos deixar inspirar por Esdras, que “tinha preparado o seu coração para buscar a lei do Senhor e para a cumprir e para ensinar em Israel os seus estatutos e os seus direitos” (Ed 7.10).

2. Os males de fixar datas. “Não vos pertence saber os tempos ou as estações…” Muitos males têm sido feitos ao estudo das profecias e à causa de Deus por pessoas bem intencionadas, que fixaram datas para a vinda do Senhor. Professando-se sábias com respeito aos tempos e às épocas, tornaram-se insensatas, e deram motivo para os descrentes zombarem e os crentes ficarem perplexos. Quando olhamos as estrelas no céu limpo não sabemos calcular sua distância; a promessa da segunda vinda é como uma estrela para nos guiar, sem, porém, haver um cálculo exato quanto à sua distância. Devemos ser admiradores das estrelas sem querermos nos avultar como calculadores de sua exata distância. Devemos estar vigiando quando da volta do Senhor, mas sem nos perdermos em previsões.

3. O Senhor sabe o que é melhor para nós. Os discípulos receberam como resposta uma promessa e uma comissão. Não a satisfação da sua curiosidade. O que pediam não era assunto para eles, por isso não lhes foi concedido. Foi-lhes concedido, porém, o que realmente necessitavam. Deus age conosco do modo como tratamos nossos filhos. Tiago e João pediram os lugares de maior destaque no Reino; Jesus, em resposta, ensinou-lhes as qualificações para se atingir tais posições. Paulo suplicou a remoção do espinho na carne; o Senhor respondeu com garantias de que sua graça lhe bastaria. Moisés pediu a morte para aliviar seu fardo; o Senhor, porém, lhe concedeu setenta ajudantes. Elias orou para que sua vida fosse tirada. O Senhor lhe deu descanso, comida… e mais trabalho. Muitas vezes não sabemos como orar, nem o que pedir. O Senhor, porém, sabe quais são nossas verdadeiras necessidades. Se ele nos recusa alguma coisa é a fim de nos dar algo melhor.

4. A arte de esperar. Os discípulos tinham de esperar a promessa em Jerusalém. Há várias maneiras de esperar. O servo infiel o faz com a esperança de que o senhor vai demorar. Existe um tipo de espera que significa acomodar-se, sem fazer esforços físicos ou mentais. A verdadeira espera inclui:


4.1. Expectativa. Aguardar com tanta boa vontade que a mente fique sempre mais cheia de esperanças. E como o servo aguardando o mestre, a esposa ao marido, a mãe aguardando a volta do filho.

Esperar como o comerciante aguardando a vinda do seu navio carregado de mercadorias, o marinheiro procurando ver a terra, o rei desejando notícias da batalha. São casos em que a mente se firma num só objetivo e dificilmente pode prestar atenção a outra coisa.

4.2. Oração. A espera exige quietude e paciência. Muitos de nós, porém, nos deixamos levar pelo espírito inquieto dos nossos dias. Quando Daniel orava, Gabriel veio rapidamente (Dn 9.2 1). Hoje em dia teria de se apressar muito para ainda nos pegar de joelhos!

4.3. Consagração. Devemos descobrir em qual direção Deus está guiando as coisas. E remover do caminho tudo quanto há em nós que possa impedir sua obra.

5. A arte de testemunhar. “E ser-me-eis testemunhas…” Ruskin disse certa vez: “A coisa mais grandiosa que a alma humana pode fazer neste mundo é ver algo, e contar aos outros o que viu, de forma singela e clara”. De acordo com este pensamento, certamente a coisa mais grandiosa da vida é perceber a beleza de Jesus e falar aos outros sobre Ele. Um estudo do livro de Atos mostra que o testemunhar é a forma mais antiga de pregação. Os apóstolos contavam tudo quanto sabiam acerca de Jesus, e os convertidos contavam o que Jesus fizera por eles. A testemunha no foro é submetida ao interrogatório. E nós, como testemunhas do Senhor, somos submetidos a semelhantes interrogatórios por parte do mundo. As pessoas, depois de ouvirem nosso testemunho, prestam atenção em nossa conduta para então, mentalmente, calcular o relacionamento entre o que falamos e vivemos.

6. Começando em Jerusalém. Sentimos uma vocação para ir a um campo missionário estrangeiro? O melhor teste da nossa vocação é nosso zelo espiritual pelo próximo, aqui, onde moramos. Se não estamos sendo uma bênção para as pessoas cuja língua e costumes conhecemos, dificilmente uma viagem marítima operará essa transformação milagrosa. O amor que transformará o mundo tem que começar em casa, embora não termine ali.

7. A fé que ressuscita. A vida cristã que agora vivemos é de tal qualidade que nossa ressurreição seria a conclusão lógica e natural dela? Já estamos assentados com Cristo nos lugares celestiais? (Gn 5.24; Hb 11.5). Nossas afeições se fixam nas coisas que estão no alto?

8. Fitando sem proveito. Os discípulos não deviam ficar com os olhos fitos no céu. Jesus voltaria mais tarde. Nesse ínterim, haveria o serviço de Cristo para fazer. A contemplação que não nos leva a enfrentar os deveres cristãos com zelo e ardor não têm proveito. O Novo Testamento tem muitos mistérios transcendentes, tais como a Trindade, a encarnação da divindade, a expiação e outros.

Existe o perigo de nos ocuparmos com os mistérios da Trindade e nos esquecermos do próprio Senhor. De nos dedicarmos ao estudo da expiação que venhamos a nos esquecer daqueles pelos quais Jesus morreu.

A comunhão com o Senhor e a adoração em conjunto com o povo de Deus muitas vezes trazem experiências arrebatadoras. Segundo o plano de Deus, as emoções assim despertadas visam o propósito de nos inspirar às ações. Sentimentos que evaporam sem produzir frutos, levam certamente ao fracasso quanto ao exercício da energia espiritual. Depois da transfiguração, Jesus levou seus discípulos ao vale, onde lhes aguardava trabalho espiritual. Sempre há um caminho que leva do monte da visão ao vale do serviço.

A Conversa de Cristo com os Apóstolos.

A Ascensão de Cristo ao Céu vv. 6-11

Em Jerusalém, Jesus instruíra os discípulos por meio do anjo a encontrá-lo na Galiléia. Lá, Ele os instruíra a achá-lo em Jerusalém num determinado dia. Dessa forma, Ele testava sua obediência, confirmando que estavam sempre dispostos e alegres. Eles se haviam reunido (v. 6), conforme os determinara, para serem testemunhas da sua ascensão, sobre a qual temos aqui uma narrativa. A pergunta que os discípulos fizeram a Jesus neste encontro. Eles se haviam reunido com Ele, como se tivessem consultado uns aos outros sobre a questão e concordado com a pergunta nemine contradicente — por unanimidade. Foram em conjunto e lhe apresentaram como a opinião geral de todos: Senhor restaurarás tu neste tempo o reino a Israel? (v. 6). Há dois modos de entendermos a pergunta:

1. “Com certeza tu não o restaurarás aos atuais governantes de Israel, aos principais dos sacerdotes e aos anciãos, que te mataram e, para cumprir esse desígnio, mansamente entregaram o reino a César e se confessaram seus súditos. O quê? Aqueles que perseguiram a ti e a nós receberão tamanho poder? Longe de ti seja.”

2. “Com certeza tu o restaurarás agora à nação judaica, contento que ela se submeta a ti como seu rei.” Há dois erros nesta pergunta.

(1) A expectativa dos discípulos do reino em si. Eles pensavam que Jesus restauraria o reino a Israel, quer dizer, que Ele faria a nação dos judeus tão grandiosa e notável entre as nações como fora nos dias de Davi e Salomão, de Asa e Josafá. Supunham que, como Siló, Ele restauraria o cetro a Judá e o legislador (Gn 49.10). Jesus veio, todavia, estabelecer seu Reino, um reino dos céus, e não restaurar o reino a Israel, um reino terrestre. Com isso, aprendemos: [1] Como até os homens bons são hábeis em pôr a felicidade da igreja muito na pompa e poder exterior.

Era como se Israel não pudesse ser glorioso a menos que o reino lhe fosse restaurado, nem os discípulos de Jesus honrados a menos que fizessem parte do reino, ao passo que as Escrituras dizem para esperarmos a cruz neste mundo e o reino no outro. [2] Como somos hábeis para reter o que absorvemos, e como é difícil vencer os preconceitos da educação. Os discípulos, tendo bebido esta noção com o leite de que o Messias seria um príncipe temporal, estavam longe de aceitarem a idéia de que o reino do Messias seria espiritual. [3] Como somos naturalmente tendenciosos a favor de nosso povo.

Eles pensavam que Deus não teria nenhum reino no mundo, a menos que fosse restaurado a Israel, ao passo que os remos deste mundo se tornariam do Messias, nos quais Ele seria glorificado, quer Israel fosse bem-sucedido ou não. [4] Como somos hábeis em interpretar mal as Escrituras, em entender literalmente o que é falado por figuras e em expor as Escrituras por meio dos nossos métodos, quando deveríamos construir nossos métodos pelas Escrituras. Mas, quando do alto o Espírito for derramado sobre nós (Lc 24.49), nossos erros serão corrigidos, como logo serão corrigidos os erros dos apóstolos.

(2) A indagação dos discípulos acerca do tempo desse evento: “Senhor restaurarás tu neste tempo? (v. 6). Agora que tu nos reuniste para este propósito, que medidas apropriadas podem ser combinadas para a restauração do reino a Israel? Claro que não pode haver conjuntura mais favorável que esta.” Mas eles erraram o alvo em dois quesitos. [1] Os discípulos indagavam sobre um ponto que o Mestre nunca lhes orientara ou incentivara que investigassem. [2] Os discípulos estavam impacientes pelo estabelecimento desse reino, no qual esperavam ter tão grande participação, colocando-se à frente das deliberações divinas. Jesus lhes dissera que eles se assentariam em tronos (Lc 22.30), e agora nada lhes serve, senão estar imediatamente assentados no trono, sem querer esperar o tempo certo. Por outro lado, aquele que crê não se apresse (Is 28.16), mas se satisfaça em saber que o tempo de Deus é o melhor tempo.

A repreensão que Jesus deu aos discípulos por causa desta pergunta é semelhante ao que fez pouco antes quando respondeu à indagação de Pedro concernente a João: E deste que será? (Jo 21.21). Não vos pertence saber os tempos oa as estações (v. 7). Ele não contradiz a expectativa que eles tinham de que o reino seria restaurado a Israel, porque esse engano logo seria corrigido com o derramamento do Espírito. Depois desse evento, notamos que eles não mais expuseram quaisquer pensamentos referentes ao reino temporal. Existe também um senso de expectativa de que o estabelecimento do reino do evangelho no mundo é verdade. Fica claro o engano na interpretação da promessa, e Jesus repreende a indagação sobre seu cumprimento.

1. Os discípulos não têm permissão de saber dessa informação: Não vos pertence saber (v. 7), portanto, não lhes compete perguntar. (1) Jesus está se despedindo deles e despedindo-se em amor. Mesmo assim, Ele os repreende. O propósito desta repreensão é servir de advertência à igreja de todas as épocas.

A igreja deve cuidar para que não haja ferida na rocha, como fatalmente aconteceu com os nossos primeiros pais — o desejo irregular de conhecimento proibido e a intromissão em coisas que não vimos, porque Deus não nos mostrou.

Nescire velie quae magíster manimus docere non vult, erudita inscitia est — E loucura desejar ser sábio acima do que está escrito, e é sabedoria contentar-se em não ser mais sábio. (2) Jesus dera aos discípulos muito conhecimento, mais do que aos outros (a vós é dado conhecer os mistérios do Reino dos céus, Mt 13.11), e prometera que o seu Espírito lhes ensinaria mais. Todavia, a fim de que não se ensoberbecessem com a abundância das revelações, Ele os faz entender que havia certas coisas que não deveriam saber. Veremos como temos pouca razão para nos orgulhar do nosso conhecimento, quando consideramos de quanto somos ignorantes. (3) Jesus, antes de morrer e depois que ressuscitou, dera aos discípulos instruções suficientes para o desempenho dos seus deveres. Com esse conhecimento, Ele os deixaria satisfeitos, pois isso basta aos cristãos para quem a curiosidade é uma corrupção a ser mortificada e não satisfeita.

(4) Jesus falara aos discípulos acerca do Reino de Deus (v. 3) e prometera que o Espírito lhes anunciaria o que havia de vir concernente ao reino (Jo 16.13).

Ele também lhes dera sinais dos tempos, os quais deviam observas pecando se os negligenciassem (Mt 24.33; 16.3). Mas eles não deveriam esperar ou desejar inteirar-se de todos os pormenores dos acontecimentos futuros ou dos tempos exatos de sua ocorrência. E prudente permanecermos na ignorância e incerteza dos tempos e momentos (segundo a interpretação do Dr. Hammond) dos acontecimentos futuros respeitantes à igreja e a nós mesmos, como também acerca de todos os períodos de tempo e do seu final e, ainda, acerca do período do nosso próprio tempo.

Prudens futuri temporis exitum Caliginosa nocte permit Deus. Mas Júpiter, sempre bondosamente sábio,

Escondeu em nuvens da mais escura noite. Tudo o que no futuro o prospecto coloca Fora do alcance da visão mortal. — Horácio.

Quanto aos tempos ou estações do ano, sabemos, em geral, que há verão e inverno alternadamente, mas não sabemos em particular que dia fará bom tempo ou não, seja no verão ou no inverno. No que diz respeito aos nossos assuntos neste mundo, quando estivermos no tempo do verão da prosperidade, para que não fiquemos confiantes, sabemos que virá o tempo do inverno da dificuldade. E, nesse inverno, para que não desanimemos e nos desesperemos, estamos convictos de que o verão voltará. Mas não sabemos o que este ou aquele dia em especial produzirá (Pv 27.1); por isso, temos de nos adaptar à situação, seja qual for, e fazer o melhor que pudermos.

2. Esse conhecimento está reservado ao conhecimento de Deus como sua prerrogativa. E o que o Pai estabeleceu pelo seu próprio poder (v. 7); está escondido com Ele. Ninguém mais pode revelar os tempos e as estações futuras. Estas coisas são conhecidas ao Senhor e não a nós (cap. 15.17,18). Está em seu poder, em seu exclusivo poder, anunciar o fim desde o princípio, e nisso Ele prova que é Deus (Is 46.10).

“E ainda que, às vezes, achasse adequado deixar os profetas do Antigo Testamento conhecer os tempos e as estações (como os quatrocentos anos da escravidão dos israelitas no Egito e os setenta anos na Babilônia), não julgou conveniente saberdes os tempos e as estações, nem mesmo quanto ao tempo que resta para a destruição de Jerusalém, embora estejais convictos da realização do evento. Ele não disse que não vos informará algo mais do que vós já sabeis acerca dos tempos e das estações.”

Ele fez isso mais tarde a João, seu servo (Ap 1.1). “Mas Ele estabeleceu peio seu próprio poder informar-vos ou não, como julgar adequado”. E o que está revelado naquela profecia neotestamentária relativa aos tempos e às estações é tão complicado e difícil de entender, que, quando chega a ocasião de aplicá-la, importa que lembremos que não nos cabe estar confiantes em determinar os tempos e as estações. Buxtorf menciona uma declaração rabínica concernente à vinda do Messias: Rumpatur spiritus eorum qui supputant tempora — Perecem os homens que calculam o tempo.

Jesus determina aos discípulos o trabalho a realizar e, com autoridade, lhes garante que terão a capacidade de prosseguirem e serem bem-sucedidos. “Não vos pertence saber os tempos ou as estações. Não vos faria bem saberdes. Mas isso sabei: Vós recebereis uma virtude espiritual quando o Espírito Santo vier sobre vós, e vós não o recebereis em vão, pois sereis testemunhas de mim e da minha glória. O testemunho que vós prestareis não será em vão, pois será recebido aqui em Jerusalém, nos países circunvizinhos e em todo o mundo” (v. 8). Se Jesus nos torna úteis para sua honra em nossos dias e geração, que isso nos baste, e não fiquemos desconcertados acerca dos tempos e das estações vindouras. Aqui, Jesus lhes diz:

1. Que o trabalho dos discípulos será nobre e glorioso: Ser-me-eis testemunhas (v. 8). (1) Os discípulos proclamarão Jesus rei e publicarão essas verdades ao mundo, pelas quais seu reino se estabelecerá, e Ele reinará. Eles devem pregar franca e solenemente o evangelho de Jesus ao mundo. (2) Os discípulos provarão isto, confirmarão o testemunho que darão, não como testemunhas que fazem juramento, mas com o selo divino de milagres e dons sobrenaturais: Vós sereis mártires para mim, ou vós sereis meus mártires, como constam em certas cópias, porque eles atestaram a verdade do evangelho com seus sofrimentos até à morte.

2. Que o poder que os discípulos receberão para a execução deste trabalho será suficiente. Eles não tinham força própria, nem sabedoria ou coragem suficiente. Eles faziam parte inata das coisas loucas e tolas deste mundo (1 Co 1.27). Eles não possuíam a petulâneia de comparecer como testemunhas de Cristo em seu julgamento, nem agora seriam capazes disso.

“Mas vós recebereis o poder do Espírito Santo que vem sobre vós” (assim pode ser lido), “e vós sereis incentivados e movidos por um espírito melhor do que o vosso próprio. Vós tereis poder para pregar o evangelho e prová-lo pelas Escrituras do Antigo Testamento” (o que, depois queforam cheios do Espírito Santo, cap. 2.4, admiravelmente fizeram, cap. 18.28) “e confirmá-lo com milagres e sofrimentos.” Veja que as testemunhas de Jesus receberão poder para o trabalho para o qual Ele as chama. Aqueles a quem Ele emprega no seu serviço, os capacita e os confirma nesse empreendimento.

3. Que a influência que os discípulos exercerão será grande e muito extensa: “Vós sereis testemunhas de Jesus, e promovereis a sua causa”. (1) “Vós começareis em Jerusalém, e muitos receberão o vosso testemunho. Aqueles que não o aceitarem ficarão indesculpáveis.” (2) “Com isso, a luz que vós tendes brilhará em toda a Judéia, onde outrora vós labutastes em vão.” (3) “Em seguida, vós passareis para Samaria, ainda que em vossa primeira missão vós tivésseis sido proibidos de pregar em cidades samaritanas.” (4) “Vossa utilidade alcançará até aos confins da terra, e vós sereis bênçãos para o mundo todo.”

Tendo dado estas instruções aos discípulos, Jesus os deixa: E, quando dizia isto (v. 9), tendo dito tudo que tinha a dizer, Ele os abençoou (conforme nos informa Lc 24.50). Vendo-o eles, tendo os olhos fixos nele e recebendo sua bênção, Ele foi elevado gradualmente e uma nuvem o recebeu, ocultando-o a seus olhos. Aqui é narrada a ascensão de Jesus ao céu. Ele não foi transportado, como E lias foi com um carro de fogo, com cavalos de fogo (2 Rs 2.21), mas foi subindo ao céu, como subiu da sepultura, unicamente pelo seu próprio poder.

Agora seu corpo era como serão os corpos dos santos na ressurreição: um corpo espiritual e ressuscitado em poder e incorrupção. Observe:

1. Jesus começou a ascensão à vista dos discípulos: Vendo-o eles. Eles não o viram sair da sepultura, mas depois que ressuscitou, o que era plenamente satisfatório. Por fim, viram-no subir ao céu e o olhavam com tanto cuidado e seriedade que não podiam ser enganados. E provável que Ele não tenha voado rapidamente para cima, mas se movido lentamente para maior gozo dos discípulos. 2. Jesus desapareceu da vista dos discípulos, em uma nuvem, talvez em uma nuvem espessa, pois Deus disse que habitaria em nuvem espessa (2 Cr 6.1, versão RA).

Ou foi em uma nuvem luminosa, significando o esplendor do seu corpo glorioso. Foi uma nuvem luminosa que o obscureceu na transfiguração (Mt 17.5), e provavelmente o mesmo ocorre aqui. Esta nuvem o recebeu, certamente, quando tinha se distanciado da terra e chegado ao ponto em que as nuvens em geral estão. Contudo, não era uma nuvem propagadora como vemos comumente, mas uma nuvem apropriada para envolvê-lo. Ele fez das nuvens o seu carro (Sl104.3).

Deus muitas vezes descera em uma nuvem; agora Ele subiu em uma. Na opinião do Dr. Hammond, a nuvem que recebeu Jesus eram os anjos que o recebiam, pois é comum a aparição de anjos ser descrita por uma nuvem (comparando Ex 25.22 com Lv 16.2). Há, pelas nuvens, certo tipo de comunicação mantido entre o mundo superior e o inferior. Para as nuvens, os vapores são enviados para cima da terra e os orvalhos são enviados para baixo do céu. E, então, perfeitamente adequado Jesus ascender em uma nuvem, pois Ele é o mediador entre Deus e os homens (1 Tm 2.5), sendo por meio dele que as misericórdias de Deus descem até nós e nossas orações chegam ao altar do Senhor. Esta foi a última aparição de Jesus aos discípulos.

Os olhos de multas testemunhas o seguiram na nuvem. Se desejarmos saber o que lhe aconteceu depois, leiamos: Eis que vinha nas nuvens do céu um como o filho do homem, e dirigiu-se ao ancião de dias, e o fizeram chegar nas nuvens até ele (Dn 7.13). Tendo Jesus saído da vista dos discípulos, eles continuaram com os olhos fitos no céu (v. 10), e este olhar mais longo foi adequado. Por quê? 1. Talvez os discípulos esperassem que Jesus voltasse agora para eles a fim de restaurar o reino a Israel e estivessem pouco inclinados a crer que deveriam se separar dele agora de uma vez por todas. Por mais que desejassem ter a presença física dele, Ele lhes dissera que convinha ir (Jo 16.7).

Ou quem sabe o procurassem por Ele ter sido lançado em outro lugar, como pensaram os filhos dos profetas acerca de Elias (2 Rs 2.16), podendo encontrá-lo novamente. 2. Talvez os discípulos esperassem ver alguma mudança no céu visível por causa da ascensão de Jesus, que a lua se envergonhasse ou o sol se confundisse (Is 24.23) por terem seu brilho eclipsado diante do resplendor dele. Ou quem sabe eles devessem mostrar certo sinal de alegria e triunfo, ou esperassem ver a glória do céu invisível, porque o céu foi aberto para recebê-lo. Jesus lhes dissera que daqui em diante eles veriam o céu aberto (Jo 1.51), e por que não agora?

Dois anjos apareceram diante dos discípulos, e lhes entregaram uma oportuna mensagem de Deus (v. 10). Havia uma multidão de anjos pronta para receber nosso Redentor, quando Ele fez sua entrada pública na Jerusalém que é de cima (Cl 4.26). Podemos supor que estes dois anjos estavam pouco inclinados a se ausentar do céu. Mas, para mostrar o quanto Jesus se preocupava com a igreja na terra, Ele mandou de volta aos discípulos dois dos anjos que vieram encontrá-lo. Esta dupla angelical tinha a aparência de dois homens vestidos de branco, reluzentes e brilhantes, pois eles sabem, de acordo com o dever do seu lugar, que estão servindo Jesus quando estão ministrando aos servos dele na terra.

Vejamos agora o que lhes disseram: 1. Para checar a curiosidade dos discípulos: Varões galileus, por que estais olhando para o céu? (v. 11). Ele os chama varões galileus para lembrá-los da rocha de onde foram cortados (Is 51.1).

Jesus lhes honrara grandemente ao torná-los seus embaixadores, mas eles não devem esquecer que eram homens, vasos de barro, homens da Galiléia, analfabetos, vistos com desdém. Agora, os anjos dizem: “Por que estais aqui, como indivíduos indoutos, grosseiros e galileus, olhando para o céu? O que vós estais olhando? Vós já vistes tudo que tínheis dever nessa reunião, e por que quereis ver mais? Por que vós estais olhando como homens medrosos, atemorizados e desorientados sem saber o que fazer?” Os discípulos de Cristo jamais devem ficar olhando, porque eles têm uma regra segura pela qual se orientar e um firme fundamento sobre o qual edificar. 2. Para confirmar a fé dos discípulos a respeito da segunda vinda de Cristo.

O Mestre lhes falara muitas vezes sobre esse evento e, neste exato momento, os anjos são enviados oportunamente para fazê-los lembrar disso: “Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu (v. 11) e a quem vós tanto desejais que esteja de novo convoco, não foi embora para sempre. Há um dia designado no qual Ele há de vir assim como para o céu o vistes ir, e antes desse dia determinado Ele não virá.” (1) “Esse Jesus virá novamente em pessoa, vestido com um corpo glorioso. Esse Jesus que veio uma vez para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo, aparecerá segunda vez, sem pecado (Hb 9.26,28).

Esse Jesus que outrora veio em desgraça para ser julgado, virá outra vez em glória para julgar. Esse Jesus que vos deu a obra para vós fazerdes voltará para a prestação de contas do modo em que vós fizerdes o serviço; os meus olhos, e não outros, o verão (Jó 19.27).” (2) “Esse Jesus […l há de vir assim como foi. Ele foi numa nuvem, acompanhado por anjos. Eis que vem com as nuvens e com Ele muitos milhares de anjos (Ap 1.7; Hb 12.2). Ele subiu com júbilo, […] ao som da trombeta (Sl 47.5), e Ele descerá do céu com alarido […j e com a trombeta de Deus (1 Ts 4.16). Vós o perdestes de vista nas nuvens e nos ares. Para onde Ele vai, vós não podeis ir agora (Jo 13.36), mas depois vós sereis arrebatados para encontrar o Senhor nos ares (1 Ts 4.17).” Quando ficamos olhando com seriedade e temor, a consideração da segunda vinda de nosso Mestre nos consola, nos anima e nos motiva.

SINAIS DA SUA VINDA == Lc. 21.25-30,38; Mi 24.45,46

SINAIS NA ÁREA POLÍTICA

1. Guerras (Mt 24. 6,7;Lc 21. 9,10).

a. Entre os anos de 1898 e 1991 houve centenas de conflitos armados no mundo, sendo que mais de 80 ocorreram nos últimos 20 anos.

b. Durante a I Guerra Mundial morreram 8.418.000 militares e 1.300.000 civis. Na 2ª, morreram 16.933.000 militares e 34.305.000 civis.

Isto para não citar seus efeitos destruidores ao longo dos anos subseqüentes.

Da Segunda Grande Guerra, basta lembrar o massacre dos judeus e os terríveis efeitos causados pelas bombas atômicas lançadas sobre o Japão.

2. O custo material das guerras. Incalculáveis fortunas têm sido gastas em armamentos, aumentando assim o caos que oprime a raça humana. Há algum tempo, um grande estadista informou que o custo de um único míssil intercontinental daria: “Para plantar 200 milhões de árvores, irrigar um milhão de hectares de terra, alimentar 80 milhões de pessoas subnutridas, comprar um milhão de toneladas de fertilizantes, construir 65 mil centros de saúde ou 340 mil escolas primárias”. Recentemente, na Guerra do Golfo Pérsico, foram gastos bilhões de dólares em aquisição de armamentos, que dariam para socorrer milhões de famintos e desabrigados e construir milhares de habitações, hospitais e escolas em países do chamado Terceiro Mundo. Entretanto, toda essa imensa quantia foi usada para destruir vidas e patrimônios valiosos, além de causar irreparáveis prejuízos ecológicos.

SINAIS NA ÁREA DA NATUREZA

1.Terremotos (Mt 24: 7, Lc. 21: 11) O nosso século tem sido o mais castigado com diferentes tipos de terremotos e tremores de terra. Em 15 de agosto de 1950, registrou-se um dos mais violentos terremotos da história, na fronteira da Índia com a China, na Cordilheira do Himalaia. Dezesseis mil quilômetros quadrados de terra ficaram desolados e completamente destruídos. No dia 22 de maio de 1960, no Chile, cerca de 50 mil casas foram destruídas por um grande terremoto. Há poucos anos o México foi abalado com terremotos de grandes proporções. Até aqui, em vários lugares do Brasil, tem sido registrados alguns pequenos, mas assustadores abalos sísmicos.

2. Dados estatísticos. Eis a estatística dos terremotos registrados nos últimos séculos: Século X, 32; XI, 53; XII, 84; XIII, 115; XIV, 137; XV, 174; XVI, 253; XVII, 378; XVIII, 640; XIX,2119. Vale acrescentar que no Século XX já se registraram mais terremotos que cm todos os demais acima mencionados.

SINAIS NAS ÁREAS SOCIAL E MORAL

1.Fomes e flagelos (Lc 21.11; Ap 6.8). Milhões de pessoas na Etiópia, principalmente crianças, têm morrido devido à séria escassez de alimentos.

Na província de Sidamo, um terço da população está atravessando graves necessidades. Em Uganda, milhares de pessoas estão ameaçadas de morrer por desnutrição. Em cortas regiões da Índia Central, 77% da população está sofrendo de sérias enfermidades devido à péssima nutrição. No Brasil, a subnutrição é uma realidade inconteste; a fome e a miséria são ameaças constantes, e a tuberculose pulmonar, uma das suas terríveis conseqüências, tem sido e continua sendo a maior responsável por inúmeras ocorrências de óbitos.

2.Violência (Gn 6.11,13; Hc 1.3). Uma onda de violência cobre o mundo como resultado de uma estratégia satânica para afastar ainda mais a criatura do Criador.

Em 1980, nos E.U.A, registrou- se a seguinte estatística criminal: um assassínio a cada 23 minutos; um crime violento a cada 24 segundos; roubo a cada 58 segundos; e um assalto violento a cada 48 segundos. Também no Brasil, principalmente nas grandes capitais, como Rio de Janeiro e São Paulo, a violência tem se multiplicado nos últimos anos. Assalto, roubos, furtos e latrocínios, antes praticados por adultos, são diariamente praticados por crianças de ambos os sexos, da faixa de oito a quinze anos de idade. E a tendência é a de que esses crimes e o número de menores delinqüentes aumentem cada vez mais.

3.Divórcio. Em cada 1.000 pessoas no Djibute, 69 são divorciadas; nos E.U.A, 5; na URSS, 3; na Suécia, 3; na Dinamarca, 3. Em cada 100 pessoas casadas no Panamá, 34 são divorciadas; na Tanzânia, 20; em Botswana, 13; nos E.U.A, 11 e em Uganda 11. No Brasil, também, o número de divórcios tem aumentado a cada ano. É lamentável.

4.Orgia, tóxicos e perversões sexuais (Gn 6.1,2; 18.20; Rm 1.27,28). A Organização Mundial de Saúde declarou que o mundo está sob os efeitos de uma epidemia de tabagismo, que tende a aumentar. Na Tailândia, entre 1970 e 1990, o consumo de cigarros aumentou em 70%. Nesse país, a população gasta 115 de suas rendas com vício. No Brasil, o número de fumantes está aumentando na proporção de 8% ao ano. O alcoolismo, com seus efeitos destruidores, têm ceifado vidas impiedosamente. Segundo uma estatística recente de um órgão do governo, o Brasil em 1991, conta com 1.500.000 (um milhão e quinhentos mil) alcoólatras cadastrados.

Uma jornalista americana, recentemente, descreveu o estado decadente do mundo com as seguintes palavras: “Uma geração que se afundou na pornografia, violência, profanação, abuso do sexo e drogas. Há uma tragédia que envolve milhares de adolescentes grávidas, pois as clínicas de aborto estão proliferando assustadoramente”.

O homossexualismo, tanto entre os homens quanto entre as mulheres, tem crescido assustadoramente em todo o mundo, superando mesmo as cidades de Sodoma e Gomorra. Os meios de comunicação, em grande número, estão sendo usados para cultuar a pornografia, a prostituição o sexo livre e todo o tipo de imoralidades. E isto em nome da Cultura e da Arte.

5.Na tecnologia e na ciência em geral. Podemos mencionara descoberta de fontes alternativas de energia, as pesquisas e viagens espaciais, os sofisticados aparelhos eletrônicos, submarinos nucleares, mísseis balísticos intercontinentais, substituição de filmes fotográficos por discos, utilização dos raios gama e laser, os consideráveis avanços nas áreas da Geologia, Bioquímica. Genética, Astronáutica, Medicina, Oceanografia, etc. A multiplicação da ciência 6 também um sinal dos últimos tempos, preditos em Daniel 12.14.

Fonte: ebdweb

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