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segunda-feira, 24 de abril de 2017

5º lição do 2º trimestre e 2017: JACÓ, UM EXEMPLO DE UM CARÁTER RESTAURADO


Texto Base: Gênesis 25:28-34; 32:24,28,30

"Como está escrito: Amei Jacó e aborreci Esaú" (Rm.9:13).

 INTRODUÇÃO

Nesta Aula trataremos de Jacó, neto de Abraão. Jacó possuía um caráter oportunista e usurpador, que levou a enganar o próprio pai. Mas, Jacó teve um encontro com Deus e foi transformado por Ele (Gn.32:30). Todo encontro com Deus é transformador, ninguém sai da Sua presença da mesma maneira que entrou. Deus purificou o caráter de Jacó como o ourives faz com o ouro, restaurando-o a um padrão condizente com a Sua vontade – “O ouro e a prata são provados pelo fogo, mas é o SENHOR que revela quem as pessoas realmente são” (Pv.17:3-BKJA).

Jacó marca o fim da era patriarcal com relação à origem da nação de Israel; ele é o último dos patriarcas de onde vieram as doze tribos de Israel. Sua vida ocupa uma grande porcentagem do livro de Gênesis, e é marcada por altos e baixos, erros, enganos, sofrimento, mudança e fidelidade a Deus. Certamente, nenhum dos patriarcas que o antecederam precisou ser tão trabalhado em seu caráter como Jacó, mas, no fim de sua vida, olhamos nele um grande exemplo da graça provedora e salvadora do Senhor; da escolha baseada não em méritos próprios, mas na misericórdia e presciência divinas, além de um notável exemplo de mudança de caráter tecido no trabalhar de Deus no sofrimento.

I. QUEM ERA JACÓ

1. O filho mais novo de Isaque. O nascimento de Jacó foi um milagre. Sua mãe, Rebeca, era estéril. Isaque orou instantemente por vinte anos para que Deus abrisse a madre de sua mulher Rebeca (Gn.25:20,21,26) e Deus ouviu a sua oração. Rebeca engravidou e logo notou que havia gêmeos em seu ventre, que lutavam entre si (Gn.25:22), tendo, então, o Senhor, em resposta à oração de Rebeca, dito que havia duas nações no seu ventre e que o maior serviria o menor (Gn.25:23). No nascimento, Esaú nasceu primeiro, tendo sido chamado Esaú porque era cabeludo, sendo também chamado Edom, porque era ruivo, enquanto que o caçula foi chamado de “Jacó”, porque nasceu segurando no calcanhar de seu irmão, por isso, recebeu o nome de “Jacó”, que significa “suplantador” ou “aquele que segura pelo calcanhar”.

2. O preferido de sua mãe. Isaque e Rebeca já sabiam de antemão que Jacó era o escolhido para dar seguimento à formação da grande nação prometida a Abraão e na qual seriam benditas todas as famílias da terra (Gn.12:1-3), e as circunstâncias do nascimento que levaram, inclusive, à concessão dos nomes aos filhos gêmeos, também já mostravam que Jacó ocuparia o lugar que, por direito, seria de seu irmão primogênito, mas, infelizmente, esqueceram-se de tal afirmação divina e se deixaram inclinar por suas predileções pessoais. Isaque preferia Esaú, porque seu comportamento lhe agradava, assim como Rebeca preferia Jacó também por causa da conduta de seu filho caçula – “varão simples, habitando em tendas" (Gn.25:27,28). Estas atitudes acabaram levando à própria destruição do lar do patriarca Isaque.

Quando Isaque adoeceu e achou que iria morrer, mesmo sabendo que Jacó era o escolhido de Deus, quis dar a sua bênção para Esaú e, por isso, mandou que seu primogênito lhe preparasse uma caça. Rebeca, sabendo disto, resolveu enganar o seu marido, a fim de que a bênção fosse dada a Jacó e instigou seu filho a participar deste engodo. Jacó, mediante engano, obteve a bênção de seu pai (Gn.27:27-29).  Esaú, ao retornar da caça descobriu que seu irmão tomara sua bênção, teve que se conformar com uma bênção menor (Gn.27:39,40). Cheio de ódio, planejou matar seu irmão (Gn.27:41). Diante da ameaça de Esaú, Jacó teve que fugir. Percebendo que Deus tinha um plano na vida de Jacó, Isaque o despediu com uma bênção profética de grande significado (cf. Gn.28:1-4).

Isaque e Rebeca ficaram vinte anos sem ter filhos, e, agora, os filhos são transformados em problemas. Eles transformaram uma bênção num problema. Os filhos, em vez de unir, separam o casal. Isaque tem preferência por Esaú, e Rebeca, por Jacó. Eles fizeram dos filhos um motivo de tropeço para o casamento. Eles cometeram um grave pecado contra os filhos. Eles tiveram preferência por um filho em detrimento do outro. Jacó aprendeu esse erro com os pais e o comete mais tarde, amando mais a José que seus irmãos.

Isaque e Rebeca semearam o ciúme, a competição e o ódio no coração dos filhos (Gn.27:5-8). Eles lançaram no coração dos filhos o ciúme, a inveja, a disputa e a competição. Em vez de amigos, os filhos cresceram como concorrentes e rivais. Eles se esqueceram de que, na família, primeiro vem o cônjuge e, depois, os filhos. Rebeca ensina Jacó a mentir. Esaú passa a odiar seu irmão e a desejar sua morte (Gn.27:34,36,41). Jacó precisou fugir de casa para salvar sua vida. Esaú, para vingar-se dos pais, puniu-se a si mesmo, casando-se com mulheres filistéias, que se tornaram amargura de espírito para seus pais.

3. O preferido de Deus. Deus em seus desígnios já havia escolhido Jacó, antes do seu nascimento, e revelado aos seus pais que o primogênito serviria ao caçula (Gn.25:23). Portanto, antes mesmo do seu nascimento, Jacó já fora escolhido por Deus para ser o herdeiro da promessa de Abraão (Ml.1:2; Rm.9:13). Tal escolha, porém, não significa, em absoluto, que haja uma predestinação incondicional, que Deus seleciona previamente quem será salvo e quem não o será. Deus não tem filhos privilegiados, nem escolhe uns para a salvação e outros para a condenação, pois tal atitude contraria frontalmente o seu caráter santo, justo e bom. Seria, portanto, uma terrível discriminação por parte de Deus que condena quem faz acepção de pessoas (Tg.2:9; Pd.1:17). Aqui, a escolha dizia respeito à formação da nação de onde viria o Salvador e, como a nação era formada diretamente por Deus, tinha Ele o pleno direito de escolher quem quisesse, sem que isto representasse parcialidade ou injustiça. Já a ideia da predestinação incondicional é incompatível com a assertiva bíblica de que Deus não faz acepção de pessoas (Dt.1:17; 10:17; At.10:34).

II. A DIREÇÃO DE DEUS NA VIDA DE JACÓ

“E eis que estou contigo, e te guardarei por onde quer que fores, e te farei tornar a esta terra, porque te não deixarei, até que te haja feito o que te tenho dito” (Gn.28:15).

Jacó se dispôs a obedecer aos seus pais e encarou a rota de fuga rumo a Padã-Harã (Gn.28:7), onde morava seu tio, Labão, cerca de 640 quilômetros de distância. Quando ia, ele parou num certo lugar e ali passou a noite, porque já o sol era posto, e tomou uma das pedras daquele lugar e a pôs por sua cabeceira e deitou-se (cf. Gn.28:11). Ali, Deus apareceu a Jacó e disse-lhe: "Eu sou o Senhor, o Deus de Abraão, teu pai, e o Deus de Isaque..." (Gn.28:13). Observe que Deus não lhe disse: "Eu sou o teu Deus". Até aquele momento, Deus não era o Deus de Jacó. O conhecimento de Jacó acerca de Deus era apenas teórico; ele tinha apenas uma fé intelectual, que é uma fé morta.

Jacó foi escolhido por Deus, mas ainda não conhecia o Senhor pessoalmente. Jacó foi escolhido, mas não confiava na providência divina, por isso, em vez de confrontar seu pai acerca do propósito de Deus, mente para ele (cf.Gn.27:18-27). Jacó se tornou um enganador, um mentiroso, um falsário, um retrato de seu nome. Ele lidava com as coisas de Deus, mas sem o temor a Deus. Ele era um patriarca, mas não conhecia Deus pessoalmente. Uma coisa é crescer na igreja, pertencer a um lar cristão, ler a Bíblia e ser membro da igreja; outra coisa é ser nova criatura. Ninguém entra no céu por ser filho de crente, por ter nome de crente. Somente aqueles que nascem de novo, que nascem da água e do Espírito, podem entrar no Reino de Deus (João 3:3,5). Se não tivermos cuidado, Deus será apenas o Deus dos nossos pais, e não o Deus da nossa vida.

Apesar de sua fé teórica e ainda não conhecer de perto o Deus de Abraão e Isaque, o Senhor toma a iniciativa e revela-se a Jacó fazendo-lhe promessas grandiosas. Vejamos, a seguir, algumas dessas promessas.

1. Deus lhe promete proteção e direção (Gn.28:15) - “....e te guardarei por onde quer que fores...”. Jacó agora tem segurança na jornada e propósito de vida. Ele sabe que Deus é seu refúgio e também seu alvo. Jacó agora pode caminhar seguro debaixo da mão do Onipotente. Ele pode sentir-se seguro nos braços do Todo-poderoso. Ele sabe que o futuro com Deus não é mais incerto.

2. Deus Se revela a ele, dizendo-lhe que está perto dele (Gn.28:15) -  “E eis que estou contigo, e te guardarei por onde quer que fores, e te farei tornar a esta terra, porque te não deixarei, até que te haja feito o que te tenho dito”. Jacó caminha solitário, com as emoções amassadas, com a alma perturbada, com um passado cheio de feridas e um futuro incerto. Mas, nessa jornada, tomou conhecimento de que, a despeito dos seus erros de percurso, Deus estava perto dele.

3. Os anjos de Deus o assistem (Gn.28:12) - “E sonhou: e eis era posta na terra uma escada cujo topo tocava nos céus; e eis que os anjos de Deus subiam e desciam por ela”. Jacó pensou que estava só e desamparado, mas Deus estava perto dele, e os anjos de Deus estavam ao seu redor para o assistirem. O anjo do Senhor acampa-se ao nosso redor (Sl.34:7). Os anjos são espíritos ministradores que nos assistem na caminhada da vida (Hb.1:14). Os anjos de Deus subiam e desciam a escada mística que ligava a terra ao céu. Note que os anjos não desciam e subiam, mas subiam e desciam. Eles já estavam na Terra. Eles já estavam assistindo Jacó em sua jornada. Jacó descobriu que onde Deus está, ali é sua casa, "a porta dos céus" (Gn.28:13-17).

4. Deus lhe promete bênçãos temporais (Gn.28:14,15) - “E a tua semente será como o pó da terra; e estender-se-á ao ocidente, e ao oriente, e ao norte, e ao sul; e em ti e na tua semente serão benditas todas as famílias da terra [...] e te farei tornar a esta terra, porque te não deixarei, até que te haja feito o que te tenho dito”. Deus promete a Jacó três coisas maravilhosas: prosperidade, descendência numerosa e abençoada. Jacó, aliado à sua mãe, pensou que precisava ajudar Deus cumprir Sua promessa, mas, Deus estava no controle de tudo. A aparente demora de Deus é apenas um recurso pedagógico. As promessas de Deus jamais podem cair por terra. Nenhuma força no céu, na terra ou debaixo da terra pode anular os desígnios de Deus. O que Deus promete, Ele cumpre. Mesmo quando nos tornamos infiéis, Deus permanece fiel. Jacó estava fugindo, cabisbaixo, sob o fardo da culpa, mas Deus o encontra e faz-lhe promessas gloriosas.

5. A coluna em Betel. Quando Jacó acordou de seu sono, depois de ter aquela magnífica visão da escada e dos anjos e, ao ficar aturdido pela glória da visão, exclama: "Realmente o Senhor está neste lugar; e eu não o sabia” (Gn.28:16). Jacó tem uma visão da presença manifesta de Deus. A presença manifesta de Deus nos causa profundos abalos. Jacó despejou sua admiração numa fervente exclamação: “Quão terrível é este lugar! Este não é outro lugar senão a casa de Deus; e esta é a porta dos céus" (Gn.28:17). Quando Moisés percebeu a presença manifesta de Deus no arbusto fumegante, no monte Sinai, ele se prostrou. Quando Isaías entrou no templo e viu a presença manifesta de Deus, assentado num alto e sublime trono, ficou aterrado. Quando Daniel ficou sozinho diante do ser celestial, seu corpo enfraqueceu; ele cai prostrado diante do fulgor do anjo (cf.Dn.10:8). Quando João viu o Senhor glorioso na ilha de Patmos, caiu aos seus pés. Diante da manifestação da glória de Deus os homens se prostram e se humilham. A glória de Deus é demais para o frágil ser humano suportar.

Tão impactante na sua vida foi aquele episódio, que Jacó chamou aquele lugar deserto de Betel, que significa "Casa de Deus" - “Então, levantou-se Jacó pela manhã, de madrugada, e tomou a pedra que tinha posto por sua cabeceira, e a pôs por coluna, e derramou azeite em cima dela. E chamou o nome daquele lugar Betel...” (Gn.28:18,19).

Sem dúvida alguma, a história de Jacó se divide em dois períodos: antes de Deus encontrá-lo e depois daquele encontro especial. Ali, naquela madrugada, Jacó ouviu Deus lhe falar, sentiu a presença divina e teve uma mudança extraordinária em sua vida.

Talvez você ainda esteja nesse estágio: Você tem visões da presença de Deus; você levanta altares a Deus; você sabe que esse lugar é a casa de Deus e a porta do céu; você caminha sob a graça comum de Deus - prosperidade, família, segurança. Mas, Deus ainda não é o Deus de sua salvação; Ele é apenas o Deus de seus pais. Há pessoa que é filho de pais crentes, que nasceu num berço evangélico, que conhece a casa de Deus, mas, infelizmente, não conhece o Deus da casa de Deus. Você já conhece Deus? Ele é o Deus de sua vida e o Deus da sua salvação?

III. ASPECTOS DO CARÁTER DE JACÓ

O caráter de Jacó teve duas fases - antes do seu encontro com Deus em Betel: oportunista, mentiroso e enganador; após o seu encontro com Deus em Betel: agradecido, paciente, trabalhador e cheio de fé.

1. Antes do seu encontro com Deus. Até o encontro com Deus em Betel, Jacó tinha um comportamento reprovável. Ele enganou, mentiu, traiu. Ele praticou tudo isso porque era apenas um "homem natural", ou carnal, pois um homem carnal não compreende as coisas espirituais (1Co.2:14). Vejamos alguns aspectos negativos de seu caráter antes do seu encontro com Deus.

a) Oportunista e egoísta. Num certo dia, quando Esaú voltava do campo, cansado, Jacó estava preparando um guisado vermelho. Esaú, então, pediu o guisado a Jacó e este, ardilosamente, resolveu atendê-lo, trocando o prato de lentilhas pela primogenitura de Esaú – “vende-me hoje a tua primogenitura" (Gn.25:31). Esaú, desprezando a bênção espiritual que tinha, alienou-o, demonstrando, com isso, que era uma pessoa profana (Hb.12:16), ou seja, que desprezava as bênçãos espirituais, sendo mais guiado pelo instinto, pela carnalidade (Gn.25:30-34).

b) Interesseiro e calculista. Além de propor a troca da primogenitura ao irmão, exigiu que Esaú fizesse um juramento que lhe garantisse que a troca seria respeitada por toda a vida: "Então, disse Jacó: Jura-me hoje. E jurou-lhe e vendeu a sua primogenitura a Jacó" (Gn.25:33; Hb.12:16). Com sua atitude ardilosa, Jacó demonstrava, assim, ser realmente um “suplantador”, pois conseguira obter para si a bênção que, por direito, pertencia a Esaú, tomando-lhe o lugar.

No entanto, é preciso observar que Jacó dava valor à bênção da primogenitura, à promessa divina de constituição de uma nação que faria benditas todas as famílias da terra, enquanto que Esaú simplesmente desprezava esta bênção espiritual, sendo pessoa presa às coisas desta vida, pessoa que não tinha qualquer consideração pela eternidade, pelo relacionamento com Deus. Portanto, Jacó desde o início de sua vida, mostrava-se apto para ser um patriarca, porque dava valor às coisas espirituais, porque, como diz o escritor aos hebreus, não tinha como alvo este mundo terreno, mas, sim, a cidade celestial, a vida eterna com Deus (Hb.11:9,10,13-16). Neste sentido, aliás, temos aqui o outro significado de “suplantador”, ou seja, “aquele que se supera”, aquele que quer ir além da posição onde se encontra. Na Sua presciência, Deus amou Jacó precisamente por causa do valor que Jacó dava ao relacionamento com o Senhor.

c) Mentiroso e enganador. Duas características sumamente reprováveis. Jacó aprendeu a ser assim dentro da casa de seus pais. Jacó, movido pela vontade inflexível de sua mãe, enganou seu velho pai; mentiu, forjando sua identidade; passou-se por Esaú; blasfemou contra Deus e deu um beijo de mentira em seu pai (Gn.27:18-20,24,26,27). Ele aprendeu com a mãe e, daí para a frente, viveu como um suplantador, um enganador.

O lar é um campo de semeadura - nós colhemos o que plantamos, refletimos quem somos em nossos filhos. Porque Isaque e Rebeca plantaram a falta de diálogo, seus filhos cresceram sem amizade. Porque Isaque e Rebeca tinham preferências, seus filhos cresceram como rivais. Porque Isaque e Rebeca semearam competição entre os filhos, eles colheram o ódio de Esaú por Jacó. Porque eles não cultivaram amizade entre os filhos, passaram a velhice na solidão, longe dos filhos.

Jacó precisou fugir de casa. Saiu como mentiroso, traidor, embusteiro. Saiu com a consciência culpada, deixando um pai enganado, um irmão traído e uma mãe protetora fracassada. Jacó perdeu a casa, perdeu a mãe protetora, perdeu o amor do irmão e a consciência tranquila. Vinte anos depois, Deus restaurou a amizade de Jacó e Esaú, mas Rebeca não viu isso, e o pai estava muito velho para alegrar-se nessa restauração. Peça a Deus que faça você ver um milagre em sua família.

2. Depois do seu encontro com Deus. Após essa primeira experiência que Jacó teve com Deus em Betel, quando ia em direção a Harã, o seu caráter passou a demonstrar um perfil diferente do que era antes. A presença manifesta de Deus causa profundos abalos na vida do ser humano. Observe a transformação no caráter de Jacó após o seu primeiro encontro com Deus em Betel:

a) um caráter agradecido. Após a experiência sobrenatural da visão da escada, Jacó passou a ver as coisas numa perspectiva espiritual de um novo relacionamento com Deus e fez-lhe um voto, dizendo: "... se Deus for comigo, e me guardar nesta viagem que faço, e me der pão para comer e vestes para vestir, e eu em paz tornar à casa de meu pai, o SENHOR será o meu Deus; e esta pedra, que tenho posto por coluna, será Casa de Deus; e, de tudo quanto me deres, certamente te darei o dízimo”.

Aqui, o texto trata de um voto, ou uma obrigação que Jacó assumiu com Deus. Na Bíblia, um voto é geralmente uma oração em que o indivíduo se compromete a fazer alguma coisa quando Deus atende suas orações. Isso era realizado principalmente em tempos de intensa necessidade ou perigo. Havia dois tipos de votos: (1) o voto incondicional, no qual o povo se comprometia a fazer algo para o Senhor sem pedir nenhuma bênção específica, que era o caso do voto dos nazireus (Nm.6:2); e (2) o voto condicional, que seria cumprido se o favor solicitado fosse concedido (1Sm.1:11). A prática era baseada no princípio da reciprocidade: um favor recebido requer uma expressão de gratidão; a pessoa que recebe algo, por meio de sua oferta, transforma-se em doadora. Isso não era uma tentativa de barganhar com Deus, mas o desejo de ter intimidade e relacionamento com Ele. Deus é considerado alguém com quem se pode conversar e pedir um favor, e alguém para quem se pode fazer uma promessa de retribuir Sua bondade. As pessoas sabiam que Deus podia escolher não conceder a petição, o que tornava desnecessário o cumprimento do voto.

Jacó, em seu voto, pediu a presença divina para protegê-lo e para retornar a salvo. Se isso lhe fosse concedido, o Senhor seria o seu Deus e ele lhe daria o dízimo de tudo quanto Deus lhe desse. Observe que Deus já havia prometido a Jacó, em sonho, o que ele estava pedindo, e muito mais. Deus já havia prometido que lhe daria o lugar em que estava dormindo, que multiplicaria seus descendentes, que todos os povos seriam abençoados por meio dele e que estaria com ele para protegê-lo (Gn.28:13-15). Então, por que Jacó não confiou nas promessas de Deus sem recorrer à “garantia” do voto? Talvez porque Jacó ainda não tinha maturidade espiritual plena, ou seja, ele ainda não tinha um compromisso total com o Senhor.

O voto de Jacó foi uma experiência que o levou a assumir um compromisso pessoal com o plano de Deus para ele e seus descendentes. Deus lida conosco de acordo com nossa condição espiritual e, se desejarmos, Ele pacientemente nos conduz a um relacionamento mais profundo e pessoal com Ele como nosso Redentor.

- No voto, ele disse: “Então o Senhor será o meu Deus” (Gn.28:21). Vendo esta atitude de Jacó, Deus Se identificou como “o Deus de seu pai Abraão e o Deus de Isaque” (Gn.28:13). Ele ainda não era o Deus de Jacó; foi Seu cuidado providencial que resultou na conversão desse patriarca. Deus o abençoou tão abundantemente enquanto trabalhava para Labão que ele disse: “Foi assim que Deus tirou os rebanhos de seu pai e os deu a mim” (Gn.31:9). O Senhor também protegeu a Jacó em seus negócios com Labão (Gn.31:22-24) e durante seu encontro com Esaú (Gn.33:1-5). Finalmente, o Senhor enviou Jacó de volta à terra de Canaã com a promessa de Sua presença (Gn.31:3). Nesse momento da história, Jacó escolhe o Senhor como seu Deus; o Senhor agora era o Deus de Abraão, Isaque e Jacó. Este já não era mais Jacó, e sim Israel (Gn.32:24-30). Em Canaã, ele construiu um altar e adorou ao Senhor (Gn.33:20).

- No voto, também, ele disse que daria o dízimo de tudo que Deus desse para ele. Até ali Jacó nunca teve renda própria, morava na casa de seu pai, não tinha salário. Agora Jacó está iniciando sua vida própria. Terá que viver e sobreviver do trabalho de suas mãos. Ao contrário do que muitos pensam, ele não disse “se eu ficar rico”, ou “se eu ganhar muito dinheiro”. Não foi esta a sua oração. Ele não usou o Dízimo como instrumento de troca. Ele pediu a Deus o básico, as condições necessárias para a sua sobrevivência: alimento e roupa. Ele prometeu dar o dízimo “de tudo quanto me deres”, ou seja, pouco ou muito. O Dízimo nunca teve o objetivo de ser um instrumento para gerar riquezas; ele deve ser exercitado como uma prova de obediência e de fé. 

b) um caráter esforçado e sofredor. Chegando a Harã, Jacó logo foi querendo saber onde morava a família de Labão, seu tio, e, nesta procura, encontrou-se com Raquel, sua prima, de quem logo se enamorou, tendo-a pedido em casamento a seu tio Labão e, como não tinha qualquer patrimônio, dispôs-se a trabalhar sete anos por ela (Gn.29:1-20). Passados os sete anos de trabalho, Jacó, então, foi enganado por seu tio Labão, pois, após a festa do casamento, acabou por dormir com Leia e não com Raquel, pois não sabia que, em Padã-Harã, não se podia casar a filha mais nova antes da mais velha. Jacó começa, assim, a sofrer as consequências de seu pecado, ao enganar seu pai, sendo, também, enganado. Teve, então, de trabalhar mais sete anos para poder casar com Raquel (Gn.29:21-27). Temos aqui a chamada “lei da ceifa”, bem descrita em Gl.6:7: “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará”. Temos aqui mais uma prova de que não foi o engano, que ele cometeu junto ao seu pai, que deu a bênção a Jacó, tanto que este engano fez com que ele fosse seguidamente enganado por seu tio Labão.

Mas há, ainda, um outro fator que levou Jacó a ser enganado: a falta de vigilância e de comunhão com Deus. Deus havia Se manifestado a Jacó em Betel, havia lhe confirmado sua condição de herdeiro da promessa de Abraão, mas, desde que Jacó chegou a Harã, em momento algum vemos Jacó adorando a Deus, em momento algum vemos Jacó edificando um altar ao Senhor. Jacó passou vinte anos em Harã (cf. Gn.31:38) e, durante todo este tempo, não ofereceu qualquer sacrifício a Deus, nem sequer educou seus filhos na doutrina e admoestação do Senhor. Ora, quem não tem qualquer relacionamento com Deus, acaba por se comprometer com este mundo e, assim, acaba enganando e sendo enganado, indo de mal a pior (2Tm.3:13).

c) Um homem na direção de Deus. Jacó havia se esquecido de Deus, mas Deus não havia Se esquecido de Jacó. Apesar da indiferença demonstrada por Jacó para com as coisas relacionadas a Deus e que havia se restringido tão somente à observância da circuncisão de seus filhos (cf. Gn.34:14) durante aqueles vinte anos em que estivera em Padã-Arã, Deus vai ao encontro do patriarca e, no momento da angústia e aflição, manda-lhe voltar para Canaã. Jacó chamou, então, sua família e lhe relatou o ocorrido, dizendo que o Senhor lhe dissera que havia sido Ele quem providenciara a transferência patrimonial para Jacó em detrimento de Labão e que deveria retornar a Betel, inclusive para cumprir o voto que fez em Betel (Gn.31:4-13).

Ao saber da fuga de Jacó, Labão foi ao seu encalço e o fez principalmente por causa dos ídolos que lhe haviam sido roubados. Estes ídolos, como explicam os historiadores e arqueólogos, representavam a posse e propriedade da terra, e Labão achou que Jacó havia partido mas reivindicaria, posteriormente, todas as terras de Labão. Labão não achou os ídolos, pois Raquel simulou estar menstruada e não se levantou onde eles estavam, o que causou a ira de Jacó. No entanto, Jacó e Labão fizeram um concerto, segundo o qual Jacó não reivindicaria jamais as terras de Labão e Labão, a terra de Canaã (Gn.31:22-55). Aliás, Labão não podia praticar nenhum mal a Jacó, porque Deus entrou em ação e lhe determinou que não falasse com Jacó "nem bem nem mal" (Gn.31:24). Deus age ainda assim conosco. Deus quer que os homens se salvem e, por isso, vai ao encontro do homem querendo que ele se arrependa de seus pecados. Quão grande é o amor de Deus!

Na volta para Canaã, Jacó viu anjos de Deus (Gn.32:1), uma confirmação divina para o patriarca, uma confirmação de que estava a fazer a vontade de Deus. Assim como ocorrera com seu avô Abraão, Jacó teve uma visão das coisas espirituais depois que se desvencilhou de aspectos de sua vida que não eram agradáveis a Deus. Quando nos aproximamos de Deus, quando nos santificamos, quando eliminamos aspectos de nossa vida que não agradam ao Senhor, temos nossa visão mais nítida para as coisas dos céus. Por isso, como disse o salmista Asafe, boa coisa é nos aproximarmos do Senhor (Sl.73:28).

3. No seu encontro com Esaú. Jacó sabia que tinha uma questão pendente na sua volta para Canaã: a relação com seu irmão Esaú. Sabia que o relacionamento havia se desfeito em virtude da mentira com que obtivera a bênção de seu pai, mas Jacó estava determinado a superar esta situação e, por isso, mandou mensageiros a Esaú, que já habitava em Seir neste tempo, dizendo-se servo dele e relatando que havia obtido um patrimônio enquanto tinha estado em Padã-Arã. Os mensageiros retornaram, dizendo a Jacó que Esaú vinha ao seu encontro (Gn.32:2-6). Jacó, então teve medo e se angustiou muito, pois se lembrou da intenção homicida de seu irmão.

O pecado sempre gera terror e morte. Jacó sabia que não havia se conduzido bem. Por isso, esperando o pior, Jacó repartiu seu povo em dois bandos, a fim de que, pelo menos, metade de seu povo escapasse de Esaú. Simultaneamente, orou a Deus, pedindo-lhe ajuda, algo que jamais havia feito em Padã-Arã. Jacó, com isso, dá uma grande e profunda lição: a oração não é só clamor a Deus, mas também ação. Devemos fazer aquilo que depende de nós e confiar em Deus para que o que não podemos fazer, Ele o faça em nosso favor. Temos agido assim?

Também, com o objetivo de aplacar a ira de Esaú, Jacó enviou presentes para ele (Gn.32:7-21). Ao encontrar seu irmão, reconciliou-se com ele e o abraçou com perdão e amor.

4. A plena mudança do caráter de Jacó. Após passar o seu povo pelo vau de Jaboque, dividido em dois bandos, ele ficou sozinho ali, certamente para buscar a presença de Deus, em continuidade à sua oração por livramento (Gn.32:22-24). No vau de Jaboque, porém, apareceu um varão com quem Jacó lutou. A luta durou toda a noite e, vendo o varão que não conseguia prevalecer contra Jacó, deslocou a juntura da coxa de Jacó, deixando-o, pois, coxo. Mesmo coxo, porém, Jacó não deixou escapar aquele varão, que teve, então, de pedir que o deixasse partir, o que Jacó concordou desde que fosse abençoado por este varão. Entretanto, aquele varão, antes de o abençoar, mandou que dissesse qual era o seu nome. Jacó confessa o seu nome: suplantador. Nesta confissão, Jacó reconhece que havia vivido a enganar e a ser enganado até então. A bênção de Deus nunca vem na sua plenitude se não houver confissão e arrependimento. Como diz o proverbista: “O que encobre as suas transgressões nunca prosperará; mas o que as confessa e deixa alcançará misericórdia” (Pv.28:13).

Aquele varão, então, diante de tal confissão, mudou o nome do patriarca para Israel, nome cujo significado é “aquele que luta com Deus”, porque “como príncipe lutaste com Deus e com os homens e prevaleceste” (Gn.32:28). Estava retirado o último ponto que impedia Jacó de desfrutar da plenitude da promessa de Abraão.

Jacó ainda quis saber o nome daquele varão, mas este não o disse, tendo, então, partido. Com certeza, esse varão outro não é senão o Senhor Jesus em mais uma das chamadas “manifestações teofônicas”, ou seja, aparições antes de Sua encarnação. Como podemos saber que este varão é o Senhor Jesus? Pelo fato de ter abençoado Jacó (e anjo jamais abençoa), como também pela própria circunstância de lhe ter sido dado o nome de Israel, ou seja, “aquele que luta com Deus”. Ora, isto nos mostra, com clareza, que quem lutou com Jacó foi o Senhor Jesus. O próprio Jacó teve esta percepção, tanto que chamou aquele lugar de Peniel, que significa “a face de Deus”, admitindo ter visto Deus face a face e ter sido salvo (Gn.32:30). Jacó ficara coxo mas tinha tido o seu caráter completamente mudado com aquela rica experiência espiritual.

IV. ALGUMAS VERDADES IMPORTANTES QUE A VIDA DE JACÓ NOS REVELA

Adaptado do livro “Quatro homens e um destino”, do Rev. Hernandes Dias Lopes.

1. Deus amou Jacó, apesar de seus pecados (Gn.25:23). O nome de Jacó era um retrato de sua personalidade. Jacó significa enganador, mentiroso. Ele enganou seu pai e seu irmão. A despeito de quem ele era, Deus o escolheu. Mesmo Deus nos conhecendo como somos, ainda nos ama. Esse é um glorioso mistério! Não há nenhum mérito nosso que justifique o amor de Deus por nós. Nossos atos de justiça são, aos Seus olhos, como trapos de imundícia (Is.64:8). O homem sem Deus está morto, escravizado, depravado e condenado (Ef.2:1-3). O espantoso da graça de Deus é que Ele ama com amor eterno os filhos da ira. Ele aplacou Sua própria ira, satisfazendo Sua justiça no sacrifício perfeito e substitutivo do Seu Filho na cruz.

2. Jacó reconheceu sua necessidade de salvação (Gn.32:26) - “E disse: Deixa-me ir, porque já a alva subiu. Porém ele disse: Não te deixarei ir, se me não abençoares”. Observe que Jacó se agarrou ao Senhor e disse: "Não te deixarei ir, se não me abençoares". Os olhos da alma de Jacó foram abertos para compreender que a maior necessidade de sua vida não era de riqueza nem mesmo de ter uma família numerosa e próspera, mas de ter Deus. Deus sem Jacó é Deus, mas Jacó sem Deus não é ninguém. Deus não precisa de nós, pois sempre e eternamente subsistiu como Deus perfeito em Si mesmo. Mas nós, sem Deus, somos um ser vazio, insatisfeito, incompleto, menos do que nada.

3. Jacó chorou buscando a transformação de sua vida (Os.12:4) - “Como príncipe, lutou com o anjo e prevaleceu; chorou e lhe suplicou; em Betel o achou, e ali falou conosco”. O coração do velho Jacó agora se derrete. A resistência acaba. O homem endurecido se quebranta. Aquele que era crente apenas de nome, agora se dobra e chora diante de Deus. Quando uma criança entra no mundo, seu sinal de vida é o choro. O choro é sinal de vida. Quando um coração endurecido é quebrado, e quando os olhos da alma são abertos para a nova vida em Cristo, o choro do arrependimento sincero explode como sinal de genuína conversão.

4. Jacó confessou seu pecado a Deus (Gn.32:27) - “E disse-lhe: Qual é o teu nome? E ele disse: Jacó”. Deus lhe pergunta: qual é o seu nome? Quando seu pai lhe fez essa pergunta, Jacó mentiu dizendo que era Esaú. Agora, Deus lhe pergunta de novo. Não que o Senhor não soubesse o nome dele. Deus estava lhe dando a oportunidade para ele reconhecer o seu pecado, sua identidade. Ele, então, disse: "Jacó". Aquela não foi uma resposta, mas uma confissão. O nome Jacó significa enganador, suplantador. Ele era um retrato de seu próprio nome. Ninguém pode ser salvo antes de reconhecer que é pecador. Jesus Cristo não veio chamar justos, mas pecadores. O médico celestial não veio para os que se julgam sãos, mas para os enfermos. No céu, só entrarão os arrependidos, aqueles que reconhecem que carecem totalmente da graça de Deus.

5. Jacó viu Deus face a face, e foi salvo (Gn.32:30) - E chamou Jacó o nome daquele lugar Peniel, porque dizia: Tenho visto a Deus face a face, e a minha alma foi salva”. Não basta apenas ouvir falar de Deus, é preciso ver Deus face a face, é preciso ter uma experiência com Deus. Devido essa grandiosa experiência, Jacó chamou aquele lugar de Peniel, que significa “a face de Deus”, admitindo ter visto Deus face a face e ter sido salvo (Gn.32:30). Em Peniel, Jacó encontrou-se com Deus e consigo mesmo, e sua vida foi salva. O supremo propósito da vida é ver Deus. O céu é a casa do Pai. O objetivo de Jesus é nos levar ao Pai. Quando o véu da incredulidade é removido de nosso rosto, e as escamas caem dos nossos olhos, então, pela fé, contemplamos a face sorridente de Deus. Ele corre para nos abraçar e fazer uma grande festa pela nossa volta ao lar.

CONCLUSÃO

Jacó, por causa do seu caráter deformado, foi necessário trilhar uma longa jornada até se tornar um homem transformado e apto. Apesar da sua vida de enganos e de mentiras, Jacó encontrou-se com Deus de uma forma maravilhosa no vau de Jaboque (Gn.32:22-32), quando, então, teve mudado o seu caráter. Observemos que Deus Se manifestou a Jacó em Betel, quando ele ia para a casa de seu tio Labão, em Padã-Arã, mas Jacó somente teve um encontro real e transformador com Deus muitos anos depois (cerca de vinte anos), no vau de Jaboque. Há, portanto, uma diferença crucial entre tomar conhecimento da existência e da vontade de Deus e deixar que a vontade de Deus se cumpra nas nossas vidas, e somente quem age da segunda maneira é que desfrutará da vida eterna. Ainda que alguém tenha feito maravilhas no nome do Senhor, somente alcançará a vitória se fizer a sua vontade (Mt.7:20-23).

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Fonte: ebdweb - Luciano de Paula Lourenço

terça-feira, 18 de abril de 2017

4ª lição de adultos do 2º trimestre de 2017: ISAQUE, UM CARÁTER PACÍFICO


2º Trimestre/2017

Texto Base: Gênesis 26:12-25

"E disse Deus: Na verdade, Sara, tua mulher, te dará um filho, e chamarás o seu nome Isaque; e com ele estabelecerei o meu concerto, por concerto perpétuo para a sua semente depois dele" (Gn.17:19).

INTRODUÇÃO

Nesta Aula, trataremos do caráter pacífico de Isaque, filho herdeiro do patriarca Abraão. Ser pacífico quando todos ao nosso redor nos tratam bem, é fácil, porém, ser pacífico quando estamos rodeados de inimigos invejosos que nos querem o mal, é difícil; é necessário algo a mais, é necessário a presença do Espírito Santo em nossa vida. O Patriarca Isaque é para nós um exemplo de como o homem de Deus deve proceder diante dos inimigos, com mansidão e resiliência. Certamente, Abraão e Sara devem ter criado Isaque com muito amor e carinho, com disciplina, contribuindo para desenvolver nele um caráter manso, pacificador e humilde. O cristão autêntico reflete o caráter de Cristo, que é o Fruto do Espírito, em qualquer circunstância. A propósito, estudamos no trimestre passado que uma das virtudes do Fruto do Espírito é Mansidão, que é o amor pacificando. Não pode haver cristão verdadeiro sem esta virtude.

I. ISAQUE, O FILHO DA PROMESSA

1. Promessa de Deus a Abrão. Quando Abraão tinha 75 anos de idade, Deus o chamou para sair de sua terra e ir para uma terra estranha e fez-lhe promessas gloriosas. Uma delas era que da sua descendência brotaria uma grande nação (cf. Gn.12:2). Só que havia alguns problemas muito sérios:

- Primeiro, a terra da promessa estava ocupada pelos descendentes de Canaã. Abrão passou por Canaã, foi até Siquém, até ao Carvalho de Moré, e observou que a terra estava habitada pelos cananeus; ou seja, aos olhos humanos, aquela não era terra que Deus lhe mostraria, uma vez que estava ocupada pelos descendentes de Cão; ou seja, uma terra que, a princípio, Deus havia destinado para outros que não os descendentes de Sem. Entretanto, nosso Deus é um Deus que fala, que não permite que os seus servos fiquem confundidos ou desorientados. A Bíblia afirma que Deus apareceu a Abrão e lhe mostrou que aquela era a terra que Ele daria à sua semente - "à tua semente darei esta terra" (Gn.12:7a). Este é o nosso Deus; Ele faz as coisas que não são serem, como também o contrário.

- Segundo, Sara, esposa de Abrão, era estéril. Gênesis 11:30 diz que Sara era estéril. Logo, Deus tinha que fazer um milagre. Pela lógica humana o nascimento de Isaque seria absolutamente impossível, mas Deus nunca precisou da lógica humana para realizar os seus planos. Deus tem lhe prometido coisas que não existem e que as circunstâncias demonstram não ser possível existir?  Olhe para este exemplo e aumente a sua fé, pois o nosso Deus é o Deus do impossível e tudo que prometeu fará! (Jr.1:12; Mt.24:35).

- Terceiro, Abrão e Sara eram muito idosos. Parecia impossível o casal ter um filho, quanto mais serem pais de uma grande nação. Mas, para Deus nada é impossível. Quando Ele promete, cumpre no tempo determinado por Ele (Gn.21:2). A promessa foi cumprida 25 anos depois, ou seja, quando Abraão tinha 100 anos e Sara 90 anos de idade. Foi um grande e notório milagre. Veja o que o apóstolo Paulo diz a respeito de Abraão, Rm.4:19-21:

19. E não enfraqueceu na fé, nem atentou para o seu próprio corpo já amortecido (pois era já de quase cem anos), nem tampouco para o amortecimento do ventre de Sara.

20. E não duvidou da promessa de Deus por incredulidade, mas foi fortificado na fé, dando glória a Deus;

21. e estando certíssimo de que o que ele tinha prometido também era poderoso para o fazer.

2. O nascimento de Isaque, um verdadeiro milagre. Por que foi um milagre? Porque quando o anjo apareceu que Sara ia ter um filho ela tinha 89 anos de idade e Abrão 99 anos de idade; além disso, Sara era estéril. Ao ouvir a promessa de que Sara daria à luz um filho, Abraão riu-se; e o riso de Abraão seria secundado pelo riso de Sara (Gn.18:12). O riso de Abraão pôs em dúvida a capacidade geradora de si mesmo e de sua esposa - “Então, caiu Abraão sobre o seu rosto, e riu-se, e disse no seu coração: A um homem de cem anos há de nascer um filho? E conceberá Sara na idade de noventa anos? E disse Abraão a Deus: Tomara que viva Ismael diante de teu rostoE disse Deus: Na verdade, Sara, tua mulher, te dará um filho, e chamarás o seu nome Isaque...” (Gn.17:17-19). Parecia inacreditável que Abraão e Sara, em idade avançada (99 e 89 anos, respectivamente – Gn.17:1), além da esterilidade de Sara (Gn.11:30), pudessem ter um filho. Mas, Deus disse a Abraão: “Haveria coisa alguma difícil ao Senhor?" (Gn.18:14). Deus queria que eles soubessem que o cumprimento da promessa não seria o resultado de esforços humanos, mas da pura graça, um milagre. Por ter rido, o nome do menino seria Isaque, que significa "riso" ou "aquele que ri".

Abraão, o homem considerado justo devido a sua fé, teve problemas para acreditar na promessa de Deus. No entanto, a despeito de suas dúvidas, Abraão obedeceu aos mandamentos de Deus (Gn.17:22-27). Mesmo as pessoas de grande fé podem passar por momentos de dúvida. Quando Deus parece querer o impossível e você começa a duvidar de sua liderança, é melhor agir como Abraão. Pense no compromisso de Deus em cumprir suas promessas em sua vida, e então continue a obedecer.

II. UM HOMEM ABENÇOADO POR DEUS

1. A prosperidade material. "E semeou Isaque naquela mesma terra e colheu, naquele mesmo ano, cem medidas, porque o SENHOR o abençoava" (Gn.26:12). Deus abençoou sobremaneira Isaque, apesar das crises. Os filisteus ficaram com inveja da prosperidade de Isaque, e, assim, todos os poços que ele cavava, os filisteus os enchiam de terra. Mais do que isso, alguns poços que Isaque cavava, os filisteus vinham, e contendiam, e tomavam esses poços. Isaque, em vez de brigar pelos seus direitos, seguia em frente e cavava novos poços. Onde ele colocava a mão, Deus abençoava. Em vez de gastar suas energias brigando, Isaque investia seu tempo trabalhando e abrindo novas clareiras para o futuro. A produção dos seus campos lhe deu cem por cento de colheita (Gn.26:12).

A prosperidade material não é o objetivo da vida cristã, como propalam os adeptos da falsa "teologia da prosperidade", mas quando Deus quer Ele abre "as janelas do céu" e derrama grande abundância de bênçãos materiais àqueles que são fiéis e obedientes à Sua Palavra, como fez com Isaque.

É bom ressaltar que Deus não está obrigado a nos dar bens materiais, mesmo que sejamos as pessoas mais santas e obedientes da face da Terra. Aqueles que pregam o “evangelho da prosperidade” fazem questão de alardear que Deus tem obrigação de nos dar bens e uma vida regalada, pois "Deus é o dono de toda prata e de todo o ouro" e que nós somos "filhos do rei", o que, em parte, é uma realidade e uma verdade constante das Escrituras, mas não dizem que, quando ganharmos toda esta prosperidade, o Senhor continua sendo Senhor, continua sendo o "dono de todo o ouro e de toda a prata", assim como, também, continua sendo o "Rei dos reis" e "Senhor dos senhores", ou seja, ao contrário do que querem fazer crer os evangelistas da prosperidade, ser rico, ser próspero materialmente não é um privilégio ou um direito do cristão, mas, muito mais do que isto, é uma obrigação a mais que o servo do Senhor assume diante do seu Deus. Quem tem riquezas, passa a ser mordomo destas mesmas riquezas diante do Senhor e, como tal, assume muitas outras obrigações.

2. A prosperidade espiritual. Não resta dúvida de que a Bíblia Sagrada contém promessas de prosperidade material para o homem, mas esta prosperidade é secundária diante da prosperidade espiritual, que é a efetivamente prometida pelo Senhor. A bênção de Abraão foi transferida para Isaque, não pela hereditariedade em si, mas pela sua fidelidade a Deus. Seu caráter, demonstrado em sua conduta, agradou a Deus e ele prosperou espiritualmente.

O texto Sagrado mostra que Isaque passou por um momento de grande crise financeira (Gn.26:1). Era tempo de escassez, de desemprego, de contenção drástica de despesas, de recessão. Isaque quis fugir, pois a fome assolava a terra onde estava Isaque. Ele, porém, não ficou lamentando, ele seguiu a orientação de Deus, que o disse para não descer ao Egito. Ele obedeceu, moveu-se e prosperou grandiosamente, tanto material como espiritualmente.

Não é fácil ser crente fiel na crise, pois ela gera medo, insegurança e instabilidade. Mas é no ventre da crise que surgem os grandes vencedores.

A crise é tempo de oportunidade e da intervenção sobrenatural de Deus. Hoje, vivemos o drama do achatamento da classe média, da falta de oportunidade e perspectiva de um bom emprego. Aliás, a batalha do emprego é maior do que a batalha do vestibular. O medo do futuro apavora os pais de família. Mas, em vez de descer ao Egito, devemos seguir a orientação de Deus (Gn.26:1-6). Saiba que Deus cuida de nós; valemos mais do que as aves do céu e as flores do campo. Deus conhece cada uma das nossas necessidades. Ele é poderoso para suprir todas elas. Lembre-se, a causa de nossa vitória não é ausência de problemas, mas a presença de Deus nos garantindo a vitória.

Como Isaque foi fiel e obediente, Deus lhe fez promessas grandiosas: “ [...] porque a ti e à tua semente darei todas estas terras e confirmarei o juramento que tenho jurado a Abraão, teu pai. E multiplicarei a tua semente como as estrelas dos céus e darei à tua semente todas estas terras, e em tua semente serão benditas todas as nações da terra, porquanto Abraão obedeceu à minha voz e guardou o meu mandado, os meus preceitos, os meus estatutos e as minhas leis” (Gn.26:3-6).

III. LIÇÕES DO CARÁTER DE ISAQUE

1. Um homem esforçado e tra­balhador. A crise financeira e econômica castigou com ímpeto a família de Isaque. Mas, ele não se abateu, porque sabia que o Senhor Deus de Abraão estava com ele e lhe tinha feito promessas, não somente visíveis, mas, também, invisíveis, para a posteridade (Gn.26:24). Esse é o perfil de quem confia em Deus e não se desespera diante das crises. Como bem diz o Rev. Hernandes Dias Lopes, “a crise é um tempo de oportunidade: uns olham para ela como a porta da esperança, e outros olham por sobre os ombros dos gigantes para os horizontes largos. Na crise, uns fracassam, e outros triunfam. É na crise que surgem os grandes vencedores”.

Mesmo no olho do furacão da crise, Isaque não ficou parado, moveu-se. Ele esforçou-se sobremaneira e trabalhou com afinco e destemor; semeou na terra onde Deus disse para ele ficar, ainda que todos duvidassem que isso seria um sucesso (Gn.26:12) – “E semeou Isaque naquela mesma terra e colheu, naquele mesmo ano, cem medidas, porque o SENHOR o abençoava”. Muitos podiam dizer: “O lugar é deserto; aqui não chove; a terra é seca; aqui não tem água; não dará certo; outros já tentaram e fracassaram; não tem jeito; jamais sairemos dessa crise”. Todavia, Isaque se recusou a aceitar a decretação do fracasso em sua vida; ele desafiou o tempo, as previsões, os prognósticos, a lógica: "Isaque semeou naquela terra".

Davi podia pensar o mesmo diante de Golias; durante quarenta dias, o exército de Saul correu daquele gigante, com as pernas bambas de medo, mas Davi, em vez de correr do gigante, correu para vencer o gigante e triunfou sobre ele.

Neemias foi confrontado pelos seus inimigos, mas não temeu, foi firme e destemido diante deles: “O Deus dos céus é o que nos fará prosperar; e nós, seus servos, nos levantaremos e edificaremos...”(Ne.2:20). Quando o muro de Jerusalém foi terminado em cinquenta e dois dias, até mesmo os inimigos dos judeus tiveram de reconhecer que essa obra fora concluída com a ajuda de Deus (cf.Ne.6:15,16). Deus sempre cumpre a sua parte quando os fiéis cumprem a sua, com fé perseverante.

Isaque saiu da terra dos filisteus, foi para o vale de Gerar, depois para Reobote, depois para Berseba (Gn.26:22-29). Mas, para qualquer lugar que ia, ele cavou poços. Ele queria água no deserto. Berseba, antes era um deserto, mas agora é uma cidade, porque Isaque achou água ali.

Eu conclamo você a parar de reclamar, semeie em sua “terra”, semeie em seu casamento, semeie em seus filhos, semeie em seu trabalho, semeie em sua igreja. Não importa se hoje o cenário é de um deserto, apenas lute, seja esforçado e semeie em seu deserto; ande pela fé em nome de Jesus. Faça como Davi, agarre seu “gigante” pelo pescoço, porque "maior é aquele que está em nós do que aquele que está no mundo”(1João 4:4). Paulo pergunta: "Se Deus é por nós, quem será contra nós?" (Rm.8:31).

Lembre-se: Sem a ajuda de Deus, o nosso trabalho é vão - "Se o Senhor não edificar a cidade, em vão trabalham os que a edificam" (Sl.127:1). Jesus disse: "Sem mim, nada podeis fazer" (João 15:5). A vitória vem de Deus, mas nós precisamos empunhar as ferramentas de trabalho e as armas de combate. É preciso se dispor e reedificar. A soberania de Deus não anula a responsabilidade humana.

2. O caráter pacífico de Isaque. Após obedecer à voz de Deus para que não descesse ao Egito e ficasse em Gerar, terra dos filisteus, Deus o fez prosperar sobremaneira (Gn.26:13). Isaque passou a ter muitas ovelhas, vacas, pessoas ao seu serviço, despertando assim inveja nos filisteus, a ponto de fazer oposição ferrenha à permanência de Isaque nas suas terras e ser aconselhado a sair do lugar onde prosperara (Gn.26:14,16). Isaque, contudo, não questionou, não deu brechas a nenhum conflito com os invejosos filisteus, foi habitar "no vale de Ge­rar" (Gn.26:17). Isaque foi uma pessoa apaziguadora, a despeito da violência que imperava naquela época, onde as questões eram resolvidas no modo de “olho por olho” e “dente por dente”.

Mesmo estando no “vale”, os invejosos filisteus não deixaram de desafiar o caráter pacificador de Isaque, mas continuaram com suas investidas contra o homem de Deus: contenderam com os pastores de Isaque, afirmando que as fontes de água não pertenciam a eles (Gn.26:20). Contudo, a reação de Isaque foi pacífica e bem diplomática. Quando os filisteus escolhiam uma região para cavar poços, Isaque partia para cavar outros em outro lugar. Assim, Deus o abençoou abundantemente.

O que aprendemos com essa atitude de Isaque? Num tempo onde muitos não têm paciência para ouvir o outro, muito menos absorver o desaforo do outro, o pacifismo de Isaque se torna uma chamada aos cristãos dos dias hodiernos. Viver de maneira pacífica não significa tolice, mas ter conscientemente um estilo de vida que priorize um coração leve e suave no espirito do Evangelho. Disse Jesus: “Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus” (Mt.5:9).

3. Um caráter obediente e submisso. Cer­tamente, a obediência e a submissão são os aspectos mais marcantes do caráter de Isaque. Deus deu duas ordens para Isaque: não desças ao Egito (Gn.26:2); fique na terra de Gerar (Gn.26:2,6). Isaque não discutiu, não questionou, não racionalizou, não duvidou. Isaque obedeceu de imediato, pacientemente e com submissão plena a Deus. Isto é um exemplo para todos os cristãos dos dias de hoje.

4. Um caráter resiliente. A palavra resiliência vem do latim “resílio” que significa voltar ao estado natural; é um termo tomado de empréstimo da Física, que se refere à propriedade que alguns materiais têm de se deformar quando submetidos a pressões e em seguida voltar ao estado anterior, sem alterações. Para as Ciências Humanas é “a capacidade de uma pessoa possuir uma conduta sã num ambiente insano, ou seja, capacidade do indivíduo sobrepor-se e construir-se positivamente frente às adversidades”.

Isaque foi resiliente diante dos seus inimigos. Após perder a posse de dois poços, Isaque não desistiu; mais do que isto, foi resiliente, soube enfrentar as oposições sem se exasperar; soube exercitar a paciência (Gl.5:22). Quando Abimeleque o mandou sair de sua terra, ele saiu; quando os filisteus encheram seus poços de entulho, ele saiu e abriu outros poços. Quando os pastores de Gerar contenderam para tomar os dois poços novos, ele não discutiu, foi adiante para abrir o terceiro poço. Ele teve uma reação transcendental (Mt.5.39-42). Isaque nos ensina que é melhor sofrer o dano do que entrar numa briga buscando nossos direitos.

Apesar da perseguição dos inimigos, Isaque continuou abrindo poços. Diz o texto sagrado: "E partiu dali e cavou outro poço; e não porfiaram sobre ele. Por isso, chamou o seu nome Reobote e disse: Porque agora nos alargou o Senhor, e crescemos nesta terra" (Gn.26:22,23). Era o "poço do alargamento" concedido por Deus.

Isaque, por causa da sua obediência à Palavra de Deus, de seu caráter resiliente e pacífico, da sua confiança em Deus, que o fez prosperar abundantemente, fazendo com que os seus inimigos reconhecessem que Deus era com ele, Deus impulsionou os filisteus a se reconciliarem com Isaque (Gn.26:26-33). Abimeleque expulsou Isaque, mas agora procura-o, pede perdão e reconhece que Isaque é "o abençoado do Senhor" (Gn.26:29), e Isaque o perdoa, e eles se reconciliam. É impossível ser verdadeiramente próspero sem exercitar o perdão. Quem guarda mágoa e passa por cima dos outros não é feliz. Quem atropela os outros e fere as pessoas não tem paz. A prosperidade que não passa pela paz de espírito não é a verdadeira prosperidade. Precisamos ter paz com Deus e com os homens. Precisamos ter relacionamentos na vertical e também na horizontal. Precisamos ter pressa em fugir de contendas e também em perdoar aqueles que nos ferem.

Se você está no deserto, ouça o que Deus está lhe falando pela sua bendita Palavra, siga a direção de Deus e semeie em seu deserto; busque as fontes da graça de Deus. Se o chão está duro, regue a semente com suas lágrimas e prepare-se para uma colheita miraculosa e abundante.

CONCLUSÃO

Isaque foi sobremodo importante para o povo de Deus, quer da Antiga quanto da Nova Aliança. Ele sofreu reveses em sua vida, porém demonstrou a sua grandeza de fé e de amor a Deus. Seu caráter é exemplar e digno de imitação. Em momentos cruciantes em que Deus permitiu que a sua fé fosse provada, ele demonstrou fortaleza de espírito. Que Deus nos abençoe e que possamos ver no caráter de Isaque exemplos positivos para o fortalecimento da nossa fé no Deus Todo-Poderoso, que pode fazer todas as coisas e também cumprir suas promessas.

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Fonte: ebdweb  - Luciano de Paula Lourenço