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segunda-feira, 10 de agosto de 2020

7ª LIÇÃO DO 3º TRIEMESTRE DE 2020: O POVO DE DEUS DEVE SEPARAR-SE DO MAL

 

3º Trimestre/2020

EDIÇÃO ESPECIAL

Texto Base: Esdras 2:59-62; 4:2,3; 6:2-4

“Pelo que saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor; e não toqueis nada imundo, e eu vos receberei”  (2Co.6:17).

Esdras 2:

59.Também estes subiram de Tel-Melá e Tel-Harsa, Querube, Adã e Imer, porém não puderam mostrar a casa de seus pais e sua linhagem, se de Israel eram.

60.Os filhos de Delaías, os filhos de Tobias, os filhos de Necoda, seiscentos e cinquenta e dois.

61.E dos filhos dos sacerdotes: os filhos de Habaías, os filhos de Coz, os filhos de Barzilai, que tomou mulher das filhas de Barzilai, o gileadita, e que foi chamado do seu nome.

62.Estes buscaram o seu registro entre os que estavam registrados nas genealogias, mas não se acharam nelas; pelo que por imundos foram rejeitados do sacerdócio.

Esdras 4:

2.Chegaram-se a Zorobabel e aos chefes dos pais e disseram-lhes: Deixai-nos edificar convosco, porque, como vós, buscaremos a vosso Deus; como também já lhe sacrificamos desde os dias de Esar-Hadom, rei da Assíria, que nos mandou vir para aqui.

3.Porém Zorobabel, e Jesua, e os outros chefes dos pais de Israel lhes disseram: Não convém que vós e nós edifiquemos casa a nosso Deus; mas nós, sós, a edificaremos ao SENHOR, Deus de Israel, como nos ordenou o rei Ciro, rei da Pérsia.

Esdras 6:

2.E em Acmetá, no palácio que está na província de Média, se achou um rolo, e nele estava escrito um memorial, que dizia assim:

3.No ano primeiro do rei Ciro, o rei Ciro deu esta ordem: Com respeito à Casa de Deus em Jerusalém, essa casa se edificará para lugar em que se ofereçam sacrifícios, e seus fundamentos serão firmes; a sua altura, de sessenta côvados, e a sua largura, de sessenta côvados, 

4.Com três carreiras de grandes pedras, e uma carreira de madeira nova; e a despesa se fará da casa do rei.

INTRODUÇÃO

Nesta Aula trataremos dos judeus que retornaram do cativeiro. Em Esdras 2, o escritor registra o nome e o número das famílias que retornaram a Judá e Jerusalém após o decreto de Ciro. Sem dúvida alguma, retornar foi uma grande demonstração de fé e confiança em Deus, principalmente quando se sabia que a terra para onde iam estava em grande desolação e miséria, onde um dia foi visto a glória e a majestade do reino do povo de Deus. Mas, para voltar a Jerusalém não era de qualquer forma; uma das principais exigências era demonstrar a sua pureza étnica e afinidade aos princípios norteadores de sua fé original. Para onde estavam indo, viveriam conforme os ritos da lei que Deus tinha dado a Moisés. Como forma de honrar aqueles que se dispuseram a voltar, o Espirito Santo colocou no coração de Esdras a direção de documentar os seus nomes. Há uma verdade espiritual aqui para nós: o nome daqueles que confiam em Jesus Cristo e abandonam as práticas do pecado, tem um memorial gravado no livro da vida. Nossa confiança e perseverança não se perdem com o tempo, o Senhor Deus está atento ao nosso andar diante dEle e às nossas obras.

I. SOMENTE OS JUDEUS RETORNARIAM A JUDÁ

1. Registro dos judeus que retornaram do exílio (Ed.2:1-58)

Em primeiro lugar, somente os judeus que não se misturaram com o povo pagão da babilônia retornaram à terra de Judá. Os judeus mestiços, nascidos de casamentos mistos, durante o cativeiro em Babilônia, não fariam parte do grupo de judeus que retornariam a Judá. Somente aqueles que comprovassem a sua ascendência puramente judaica fariam parte daquele grupo. Deus não aceita mistura do seu povo com o povo do mundo. Não pode haver comunhão da luz com as trevas. Quando o povo de Israel foi libertado do Egito, uma grande quantidade de pessoas, que não eram da descendência de Abraão, acompanharam os israelitas no deserto em direção a Canaã. Essa multidão de gente causou um grande prejuízo espiritual ao povo de Deus. Foi exatamente essa gente que durante o trajeto pelo deserto foi fonte inspiradora de murmuração (cf.Nm.11:4). É um grande prejuízo espiritual algum líder querer facilitar a entrada de “mistura de gente”, dando maior ênfase à quantidade do que à qualidade. Jesus foi contundente: “Necessário vos é nascer de novo” (João 3:7).

2. O número dos judeus que voltaram

Esdras 2:1-61 fornece uma lista dos exilados que voltaram para Judá sob a liderança de Zorobabel. Alguns são registrados de acordo com o grau de parentesco (Ed.2:3-19); outros, de acordo com a cidade de origem (Ed.2:20-35). O texto menciona em especial os sacerdotes (Ed.2:36-39), os levitas (Ed.2:40-42) e os servidores do Templo (Ed.2:43-54). Todos esses exerceriam um papel importante na reconstrução do Templo.

Alguns judeus afirmaram ser sacerdotes, porém, não puderam provar sua linhagem e foram impedidos de servir no Templo e de participar das refeições sagradas até que recebessem autorização de Deus por meio de consulta ao Urim e Tumim. O governador era Zorobabel (cf.Ed.2:59-63).

O capítulo sete de Neemias fornece uma lista semelhante a esta. Embora ocorram pequenas diferenças no arranjo ente elas, ambas apresentam um total de quarenta e dois mil trezentos e sessenta judeus que retornaram do exílio, além de sete mil trezentos e trinta e sete servos, além de muitos animais. Esdras acrescenta duzentos cantores, e Neemias inclui 245, de modo que o total de exilados que retornaram é de cinquenta mil, uma fração pequena do total de judeus levados cativos.

A viagem de retorno foi perigosíssima. Eles seguiram o curso do rio Eufrates, num percurso de 1.300km, através de imenso nevoeiros de areia e sujeitos a serem assaltados. Essa viagem durou cinco meses (Ed.7:8,9).

3. O significado da volta dos judeus

Essa volta representou a manutenção da fé judaica no Deus vivo, com seus princípios que governam o mundo até hoje. Não era apenas um bando de escravos que retornava, mas uma civilização com seus princípios doutrinárias. Esse acervo é o maior patrimônio da humanidade. São as riquezas espirituais e morais do povo eleito de Deus. A adoração era a razão de ser de Jerusalém.

Listas genealógicas extensas foram apresentadas por Esdras e Neemias (cf. Ed.2.1-70; 8:1-14; Ne.7:5-65), “cujo propósito era pelo menos duplo: (a) legitimar aqueles que voltaram, identificando-os com os ancestrais tribais, e (b) demonstrar por essa ligação que o exílio, embora traumático e terrivelmente destruidor, não cortara a linhagem da promessa que se originou em Abraão e continuaria para sempre. Havia nestas listas as linhagens dos sacerdotes, levitas e outros funcionários religiosos (Ed.2:36-54; 8:1-14; Ne.7:39-56), pois o reino teocrático, como reino de sacerdotes, era um povo de adoradores que expressava a vassalagem na forma relacionada ao culto (ZUCK, Roy B. Teologia do Antigo Testamento. Rio de Janeiro, CPAD, 2009).

“As genealogias dão a entender que a mesma nação que fora desarraigada tão violentamente da terra da promessa voltaria. E ainda que não fossem as mesmas pessoas, eram os seus descendentes, castigados e de número muito reduzido. Neemias conhecia muito bem o penhor do Senhor dado a Moisés (Dt.30:2-4) que, mesmo que o desobediente fosse exilado nos confins da terra, Ele os ajuntaria e os traria de volta ao lugar habitado pelo seu nome (Ne.1:8-10). Neemias também sabia que seria quase como um novo começo, pois o povo restaurado seria apenas um remanescente (Ne.1:3). É de tal começo humilde que Esdras também sabia que a comunidade restaurada tinha de surgir novamente (Ed.9:15)” (ZUCK, Roy B. Teologia do Antigo Testamento. Rio de Janeiro, CPAD).

II. OS JUDEUS NÃO ACEITARAM A AJUDA DOS SAMARITANOS

1. Quem eram os samaritanos?

Já comentei sobre isto no tópico II da Aula 04. Repriso aqui por tratar-se de um assunto proposto pelo comentarista da Lição neste tópico. Os samaritanos eram descendentes de colonizadores de outros países, trazidos para Israel quando a Assíria levou os habitantes do Reino do Norte para o cativeiro em 742 a.C. (cf. 2Reis 17:5-7,23,24).

 “Porque o rei da Assíria passou por toda a terra, subiu a Samaria e a sitiou por três anos. No ano nono de Oseias, o rei da Assíria tomou a Samaria e transportou a Israel para a Assíria; e os fez habitar em Hala, junto a Habor e ao rio Gozã, e nas cidades dos medos. Tal sucedeu porque os filhos de Israel pecaram contra o Senhor, seu Deus, que os fizera subir da terra do Egito, de debaixo da mão de Faraó, rei do Egito; e temeram a outros deuses” (2Reis 17:5-7).

“[...] assim, foi Israel transportado da sua terra para a Assíria, onde permanece até ao dia de hoje. O rei da Assíria trouxe gente de Babilônia, de Cuta, de Ava, de Hamate e de Sefarvaim e a fez habitar nas cidades de Samaria, em lugar dos filhos de Israel; tomaram posse de Samaria e habitaram nas suas cidades” (2Reis 17:23,24).

Esses colonos pagãos se casaram com os judeus que permaneceram em Israel, e os descendentes dessa união se tornaram conhecidos como samaritanos; eram considerados impuros na opinião de judeus eticamente puros. Estes odiavam aqueles (os samaritanos), porque sentiam que seus compatriotas haviam traído seu povo e sua nação por meio de tais casamentos. Num período posterior, o nome samaritano teve uma conotação mais religiosa do que étnico ou político.

Os novos colonizadores enviados pelo rei da Assíria adoravam a Deus, porém sem deixar seus costumes pagãos. Certa feita, o rei da Assíria enviou-lhes sacerdote dos israelitas para ensinar ao povo da terra o temor de Deus. Assim, os samaritanos temiam o Senhor, mas também serviam a seus falsos deuses: “Assim, ao SENHOR temiam e também a seus deuses serviam, segundo o costume das nações dentre as quais tinham sido transportados” (2Rs.17:33).

Eles adoravam o Senhor apenas para abrandar Sua ira, em vez de agradar-lhe; assim tratavam-no como amuleto de sorte ou apenas como outro ídolo de sua coleção. Podemos identificar uma atitude semelhante em nossos dias. Muitas pessoas afirmam crer em Deus, embora se recusem a abandonar as atitudes que Ele reprova. O Senhor não deve ser acrescentado aos valores que já possuímos. Ele deve vir em primeiro lugar, e Sua Palavra deve moldar todas as nossas atitudes.

2. Os samaritanos ofereceram cooperação aos judeus

Quando os judeus começaram a construção do Templo, os samaritanos ofereceram-se para cooperar (Ed.4:1). Os judeus, porém, rejeitaram firmemente a proposta (Ed.4:1-3).

1.Ouvindo, pois, os adversários de Judá e Benjamim que os que tornaram do cativeiro edificavam o templo ao SENHOR, Deus de Israel,

2.chegaram-se a Zorobabel e aos chefes dos pais e disseram-lhes: Deixai-nos edificar convosco, porque, como vós, buscaremos a vosso Deus; como também já lhe sacrificamos desde os dias de Esar-Hadom, rei da Assíria, que nos mandou vir para aqui.

3.Porém Zorobabel, e Jesua, e os outros chefes dos pais de Israel lhes disseram: Não convém que vós e nós edifiquemos casa a nosso Deus; mas nós, sós, a edificaremos ao SENHOR, Deus de Israel, como nos ordenou o rei Ciro, rei da Pérsia.

Os inimigos do povo de Deus, em uma tentativa de infiltrar-se e desvirtuar o projeto de reconstrução, se ofereceram para ajudar. Queriam observar o que os judeus estavam fazendo. Esperavam impedir que Jerusalém se tornasse, novamente, uma cidade forte. Os judeus, porém, discerniram a artimanha deles. Tal associação com incrédulos teria levado o povo de Deus a transigir na fé.

Esses inimigos alegavam adorar ao mesmo Deus que Zorobabel e os demais judeus. De um certo modo, isto era verdade, eles adoravam a Deus, mas também adoravam a muitos falsos deuses (ver 2Rs.17:27-29,32-34,41). Aos olhos de Deus, isto não era verdadeira adoração, era pecado e rebelião. A verdadeira adoração envolve prestar culto exclusivamente a Deus (Ex.20:3-5). Para esses estrangeiros, Deus era apenas mais um “ídolo” acrescentado à sua coleção. Seu verdadeiro objetivo era desvirtuar o projeto do Templo.

Os crentes hoje devem se precaver contra aqueles que reivindicam ser cristãos, mas cujas ações revelam claramente que estão usando o cristianismo para servir aos seus próprios interesses. A Bíblia exorta que devemos nos afastar daqueles que têm uma vida irregular (2Pd.3:17;1Tm.6:20,21;2Ts.3:6,14) como também daqueles que causam divisões (Rm.16:17,18; 2Pd.2:10,13,18; Jd.12,18,19). Também, exorta que nós devemos nos afastar daqueles que não praticam a sã doutrina (1Tm.6:3-5: Tt.3:10; 2João 10,11).

3. Os samaritanos procuraram aparentar-se com os judeus (Ed.9:1,2)

1.Acabadas, pois, essas coisas, chegaram-se a mim os príncipes, dizendo: O povo de Israel, e os sacerdotes, e os levitas não se têm separado dos povos destas terras, seguindo as abominações dos cananeus, dos heteus, dos ferezeus, dos jebuseus, dos amonitas, dos moabitas, dos egípcios e dos amorreus,

2.porque tomaram das suas filhas para si e para seus filhos, e assim se misturou a semente santa com os povos destas terras, e até a mão dos príncipes e magistrados foi a primeira nesta transgressão.

Desde a época dos juízes, os homens israelitas haviam adotado a pratica de casar com mulheres pagãs e, como consequência, abraçaram suas práticas religiosas (Jz.3:5-7). O próprio rei Salomão foi culpado deste pecado (cf.1Rs.11:1-8). Embora esta prática fosse proibida pela lei de Deus (Ex.34:11-16; Dt.7:1-4), ela apareceu nos dias de Esdras e, novamente, apenas uma geração após ele, à época de Neemias (Ne.13:23-27). A oposição ao casamento misto não era um preconceito racial, porque judeus e não judeus dessa região tinham um mesmo antecedente semita. As razões eram estritamente espirituais. Um homem judeu que se casasse com uma mulher pagã teria a tendência de adotar as crenças e práticas religiosas dessa mulher. Se os israelitas fossem insensíveis o bastante para desobedecer a Deus em algo tão importante quanto o casamento, não seriam suficientemente fortes para se manterem firmes contra a idolatria de seu cônjuge. Até que os israelitas finalmente parassem com essa prática, a idolatria permaneceu como um problema constante.

Ao povo de Deus da Nova Aliança, as Escrituras Sagradas exortam: “Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis” (2Co.6:14). Como o casamento envolve duas pessoas que se tornam uma, a fé dos cônjuges pode se tornar um problema já que certamente um deles terá que transigir em relação às suas próprias crenças, em benefício da unidade. Muitas pessoas não ligam para esse fato, e seguramente se lamentarão mais tarde. Não permita que a emoção ou a paixão lhe ceguem para a importância de se casar com alguém afinado espiritualmente com você. Exploraremos mais sobre este assunto na Lição 12.

III. DEUS EXIGE SANTIDADE DO SEU POVO

A Bíblia Sagrada deixa claro que ser santo é uma exigência de Deus para aqueles que querem servi-lo. É uma exigência atemporal, que se aplica ao povo de Deus do Antigo e do Novo Testamento.

Porque eu sou o SENHOR, vosso Deus; portanto, vós vos santificareis e sereis santos, porque eu sou santo [...]. Porque eu sou o SENHOR, que vos faço subir da terra do Egito, para que eu seja vosso Deus, e para que sejais santos; porque eu sou santo. Santos sereis, porque eu, o Senhor vosso Deus, sou santo"(Lv.11:44,45; 19:2).

“porquanto escrito está: Sede santos, porque eu sou santo” (1Pd.1:16).

Todavia, em que pese o Senhor ter dito “santos sereis”, a Palavra de Deus nos ensina que Ele respeita a vontade do homem e não viola sua liberdade, ou seu livre arbítrio. Obedecer ou não obedecer é uma decisão do homem. Ninguém será santo à força; isto não agrada a Deus. Todavia, Deus espera que seu povo esteja sempre em comunhão com Ele, vivendo separado do mal.

1. A santidade como marca

A santidade é o que identifica o povo de Deus. Por isso, a exigência permanente de Deus com relação à santidade do Seu povo, tanto na Antiga como na Nova Aliança. O texto Áureo de Levítico enfatiza esta realidade dogmática: “Fala a toda a congregação dos filhos de Israel e dize-lhes: Santos sereis, porque eu, o SENHOR, vosso Deus, sou santo” (Lv.19:2). Observe que a marca, a santidade, não é somente para os líderes, mas a toda “a congregação dos filhos de Israel”, ou seja, a toda a Igreja do Senhor do Antigo Testamento. Deus diz: “santos sereis”.

Qual a razão da demanda do Senhor à congregação de Israel? A Bíblia responde: “Porque eu, o SENHOR, vosso Deus, sou santo”. Sim, Deus é o Senhor. Logo, nesse relacionamento, não passamos de servos. Ele tem autoridade para exigir que cada um de seus servos sejam santos, porque Ele, o nosso Deus, é santo. Como ignorar as prerrogativas daquele que nos chamou à perfeição?

Todavia, santidade não significa levar-nos a sair do mundo ou do mundo isolar-se. Lembremo-nos da oração sacerdotal de Jesus: "Não peço que os tires do mundo, e sim que os guardes do mal" (João 17:15, ARA). Portanto, na ótica bíblica, santificar-se não significa isolar-se da sociedade, mas, nesta sociedade, atuar como testemunha fiel de Deus. É o que o Senhor requisitava de sua congregação no deserto. Mesmo ali, ainda sem contatar povo algum, deveriam os israelitas consagrar-se inteiramente como servos do Senhor. Sim, mesmo se estivermos no lugar mais improvável e árido, proclamemos as virtudes do Reino de Deus, por meio de uma vida santa, pura e marcada pela distinção.

Se o povo hebreu deveria sobressair-se pela santidade, o que não esperar da Igreja de Cristo? O apóstolo exorta-nos a andar continuamente em novidade de vida (Rm.6:4). Sem a santidade requerida por Deus nenhum de nós chegará ao Céu (Hb.12:14; Ap.21:8).

2. Deus garante, aos que vivem em santidade, plena vitória contra os ataques do inimigo

-Neemias só conseguiu proeza em seu projeto de reconstruir os muros de Jerusalém porque se dispôs a confiar em Deus e levar o povo à santidade diante de Deus. Só assim eles conseguiram concluir a construção do Templo e reconheceram que “Deus fizera esta Obra” (Ne.6:16).

-Quando Josué se preparou para passar o Jordão, disse ao povo: “Santificai-vos porque amanhã fará o Senhor maravilhas no meio de vós” (Js.3:5). E assim aconteceu. Sem isto, certamente, o povo teria sido derrotado pelos inimigos cananeus, haja vista que belicamente eram muito mais fortes e experientes do que o povo de Israel.

-Josué, antes de iniciar a conquista de Canaã, recebeu a visita de um anjo. Josué então lhe perguntou: “Que diz meu Senhor ao seu servo?” E a resposta que recebeu foi: “Descalça os sapatos de teus pés, porque o lugar em que estás é santo!” (Js.5:13-15). Isto significava uma exigência à santidade. Quando o povo de Israel não atentou para esta condição, foi derrotado pelo inimigo que, aparentemente, não era páreo para o povo de Israel; foi o que ocorreu diante do pequeno exército da cidade de Ai. Após a trágica derrota, Josué, com o rosto em terra, perguntou ao Senhor o porquê daquela derrota; o Senhor respondeu:

“Levanta-te! Por que estás prostrado assim sobre o teu rosto? Israel pecou, e até transgrediram o meu concerto que lhes tinha ordenado, e até tomaram do anátema, e também furtaram, e também mentiram, e até debaixo da sua bagagem o puseram. Levanta-te, santifica o povo e dize: Santificai-vos para amanhã, porque assim diz o Senhor, o Deus de Israel: Anátema há no meio de vós, Israel; diante dos vossos inimigos não podereis suster-vos, até que tireis o anátema do meio de vós” (Js.7:10,11,13).

O pecado descoberto, foi desarraigado, e a vitória foi contundente.

“Então, disse o Senhor a Josué: Não temas e não te espantes; toma contigo toda a gente de guerra, e levanta-te, e sobe a Ai; olha que te tenho dado na tua mão o rei de Ai, e o seu povo, e a sua cidade, e a sua terra” (Js.8:1).

Deus exige santificação de seu povo para poder operar no meio dele. Pense nisso!

IV. DEVEMOS MANTER UMA VIDA SEPARADA DO MAL

1. Devemos manter uma vida separada do mal:

a) porque somos filhos de Deus

 “Amados, agora somos filhos de Deus...”(1João 3:2).

Quando um filho ama seu pai ele se orgulha quando alguém diz que ele se parece com o pai. O mesmo sentimento compartilha o pai quando alguém diz que seu filho é a “sua cara”. Contudo, não havendo amor essa mesma declaração aborrece tanto o filho como o pai.

b) porque queremos ser vitoriosos diante das ciladas do Diabo

Se os judeus tivessem caído na cilada dos samaritanos, certamente, a convivência com eles teria contaminado a vida espiritual do povo, haja vista que os samaritanos adoravam a falsos deuses; e isto teria afastado a presença de Deus no meio do Seu povo, uma vez que Deus não se une à idolatria. É preciso manter-se separado do mundo do pecado. Devemos andar dignamente diante do Senhor, agradando-lhe em tudo.

c) porque queremos fazer a vontade do Pai

“Porque esta é a vontade de Deus, a vossa santificação...”(1Tes.4:3).

Todo bom filho sente prazer e se esforça para fazer a vontade de seu pai. Todo pai fica feliz quando seu filho procura ser-lhe agradável. A Bíblia diz que Deus quer que seus filhos sejam santos.

d) porque queremos ser morada de Deus e um Templo para o seu Espírito

 “Jesus respondeu, e disse-lhe: se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu pai o amará, e viremos para ele, e faremos nele morada”(João 14:23); “Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós...”(1Co.6:9).

A Bíblia diz que Deus é Santo na sua essência, ou seja, é absolutamente santo. Nós, com todas nossas impurezas, não sentimos bem habitando ou convivendo num lugar sujo, imundo, quanto mais Deus. Daí, se eu quero que Ele habite em mim, então preciso não apenas estar limpo, preciso estar purificado.

e) porque queremos ser um vaso nas mãos de Deus

Manter uma vida separada do mal, ou seja, uma vida em santidade, significa ser separado para uso de Deus. Assim sendo, qualquer que desejar ser um vaso nas mãos de Deus, tem que ser um vaso separado para seu uso. Esta é a condição exigida pela Palavra de Deus, conforme escreveu Paulo: “Ora, numa grande casa não somente há vasos de ouro e de prata, mas também de pau e de barro; uns para honra, outros, porém, para desonra. De sorte que, se alguém se purifica destas coisas, será vaso para honra, santificado e idôneo para uso do Senhor e preparado para toda boa obra”(2Tm.2:20,21).

f) porque somos peregrinos à caminho da Pátria Celestial

“...Andai em temor, durante o tempo da vossa peregrinação”(1Pd.1:17).

Os que não conhecem a Bíblia pensam que para ser santo é preciso estar morando no Céu. Pensam que é somente lá que vivem os santos. Porém, pela Palavra de Deus sabemos que Deus exigiu que Israel fosse santo durante a peregrinação através do deserto. Foi lá no Monte Sinai que Deus disse: “...Santos sereis, porque eu, o Senhor, vosso Deus, sou santo”(Lv.19:2). Naquele deserto, Israel teria que andar com Deus e separar-se do mal. Porém, o profeta Amós, pergunta: “Andarão dois juntos, se não estiverem de acordo?”(Amós 3:3). Deus é Santo. Só existe uma maneira de poder andar com Ele: sendo santo, separando-se do mal.

g) porque queremos morar no Céu

 “Senhor, quem habitarás no teu tabernáculo? Quem morará no teu santo monte? Aquele que anda em sinceridade, e pratica a justiça, e fala verazmente segundo o seu coração;
(Salmo 15:1,2). O Senhor Deus diz mais: “Os meus olhos procurarão os fiéis da terra, para que estejam comigo; o que anda num caminho reto, esse me servirá”(Salmo 101:6). Portanto, somente aqueles que se mantém separado do mal, ou seja, os santos, morarão no Céu. Que o Senhor nos ajude a andar de valor em valor até que venhamos a completar a nossa carreira espiritual.

2. Uma vida separada do mal e a vontade de Deus

Muitos, conformados com o mundo, estão a dizer que “Deus só quer o coração”. Muitos têm procurado se basear em “doutores conforme as suas próprias concupiscências” (cf. 2Tm.4:3), para justificar as suas condutas pecaminosas e a prática da iniquidade.

Os dias de hoje são difíceis e não são poucos os que têm se esforçado em encontrar guarida para as suas “inclinações da carne”, mas o Senhor, na Sua Palavra, é bem claro, é claríssimo: “os que estão na carne, não podem agradar a Deus” (Rm.8:8). Portanto, o santificar-se não é uma opção na vida do salvo, é uma exigência divina: “Santificai-vos e sede santos, pois eu sou o SENHOR, vosso Deus” (Lv.20:7). A nossa santificação é da vontade de Deus - “Porque esta é a vontade de Deus, a vossa santificação” (1Ts.4:3).

É bom ressaltar que ainda estamos neste mundo e, por causa disto, estamos sujeitos a pecar, mesmo sendo indesviáveis seguidores de Jesus Cristo. O apóstolo João aprofundou-se nesta questão e demonstrou que os homens não estão livres totalmente do pecado (1João 1:8-2:2), pois ainda não foram libertos do “corpo do pecado”. No entanto, o verdadeiro salvo não é uma pessoa que tenha um modo de vida voltado para as coisas pecaminosas, cujos propósitos e tendências sejam todas no sentido da separação de Deus mediante a prática da iniquidade.

O crescimento do crente "em santificação" ocorre à medida que o Espírito Santo o rege soberanamente e, o crente, por sua vez, busca-o, em cooperação com Deus.

"Sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver" (1Pd.1:15).

CONCLUSÃO

Como povo de Deus, devemos manter a nossa identidade como servos de Deus e preservar o nosso nome no Livro da Vida, afastando-nos de qualquer mundanismo que possa comprometer a nossa comunhão com o Salvador. Fazendo assim não seremos envergonhados no grande Dia do Cordeiro.

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FONTE: Luciano de Paula Lourenço – EBD/IEADTC


segunda-feira, 3 de agosto de 2020

6ª LIÇÃO DO 3º TRIMESTRE DE 2020: NEEMIAS RECONSTRÓI OS MUROS DE JERUSALÉM


3º Trimestre/2020

EDIÇÃO ESPECIAL

Texto Base: Neemias 1:1-4; 2:1-9

“Nunca mais se ouvirá de violência na tua terra, de desolação ou destruição, nos teus termos; mas aos teus muros chamarás salvação, e às tuas portas, louvor” (Is.60:18).

Neemias 1:

1.As palavras de Neemias, filho de Hacalias. E sucedeu no mês de quisleu, no ano vigésimo, estando eu em Susã, a fortaleza, 

2.que veio Hanani, um de meus irmãos, ele e alguns de Judá; e perguntei-lhes pelos judeus que escaparam e que restaram do cativeiro e acerca de Jerusalém.

3.E disseram-me: Os restantes, que não foram levados para o cativeiro, lá na província estão em grande miséria e desprezo, e o muro de Jerusalém, fendido, e as suas portas, queimadas a fogo.

4.E sucedeu que, ouvindo eu essas palavras, assentei-me, e chorei, e lamentei por alguns dias; e estive jejuando e orando perante o Deus dos céus. 

Neemias 2:

1.Sucedeu, pois, no mês de nisã, no ano vigésimo do rei Artaxerxes, que estava posto vinho diante dele, e eu tomei o vinho e o dei ao rei; porém nunca, antes, estivera triste diante dele.

2.E o rei me disse: Por que está triste o teu rosto, pois não estás doente? Não é isso senão tristeza de coração. Então, temi muito em grande maneira

3.e disse ao rei: Viva o rei para sempre! Como não estaria triste o meu rosto, estando a cidade, o lugar dos sepulcros de meus pais, assolada, e tendo sido consumidas as suas portas a fogo?

4.E o rei me disse: Que me pedes agora? Então, orei ao Deus dos céus

5.E disse ao rei: Se é do agrado do rei, e se o teu servo é aceito em tua presença, peço-te que me envies a Judá, à cidade dos sepulcros de meus pais, para que eu a edifique. 

6.Então, o rei me disse, estando a rainha assentada junto a ele: Quanto durará a tua viagem, e quando voltarás? E aprouve ao rei enviar-me, apontando-lhe eu um certo tempo. 

7.Disse mais ao rei: Se ao rei parece bem, deem-se-me cartas para os governadores dalém do rio, para que me deem passagem até que chegue a Judá;

8.como também uma carta para Asafe, guarda do jardim do rei, para que me dê madeira para cobrir as portas do paço da casa, e para o muro da cidade, e para a casa em que eu houver de entrar. E o rei, mas deu, segundo a boa mão de Deus sobre mim. Deus sobre mim.

9.Então vim aos governadores dalém do rio, e dei-lhes as cartas do rei. E o rei tinha enviado comigo chefes do exército e cavaleiros.

INTRODUÇÃO

Nesta Aula estudaremos a respeito da reconstrução dos muros de Jerusalém. Veremos que Neemias foi escolhido pelo Senhor como líder para esta grandiosa obra. Contemporâneo de Esdras, Neemias tinha sua ocupação como copeiro do rei Artaxerxes. Ele aprendeu por si próprio a lei da empatia, a lei da oportunidade, do comprometimento, das prioridades, da prontidão e a lei da vitória. Outrora, Zorobabel havia guiado o povo a reconstruir o Templo; Esdras liderou o restabelecimento do culto e dos cerimoniais; agora, havia a necessidade de um líder que conduzisse o povo na restauração dos muros de Jerusalém. Setenta anos antes, Zorobabel havia planejado a reconstrução do Templo de Deus. Treze anos haviam se passado desde o retorno de Esdras a Jerusalém, que havia ajudado o povo em suas necessidades espirituais. Agora, Neemias era o líder necessário. Ele soube que os muros de Jerusalém estavam em ruínas, uma desgraça para os judeus. As nações vizinhas os ridicularizavam. Essas notícias horríveis incomodaram muito a Neemias, e ele percebeu que algo deveria ser feito. Definitivamente, ele decidiu tomar conta de um projeto de reconstrução das muralhas de Jerusalém, que, por anos, ficaram deitadas ao chão. Neemias posicionou operários em locais estratégicos, e todos trabalharam com sucesso até que concluíssem sua tarefa. Posto em prática o seu projeto, aquelas muralhas estariam novamente reerguidas em 52 dias, a despeito de diversos obstáculos. Os judeus viram nas muralhas reerguidas um símbolo de que Deus não os havia abandonado e que estava pronto para restaurar também a vida deles. Neemias é o tipo de líder que decide e resolve; ele foi capaz de enfrentar as maiores pressões internas e externas sem se intimidar, e também de chorar diante do sofrimento dos seus irmãos. Sua vida é um exemplo, sua liderança é um estandarte, seu trabalho é um monumento.

I. DEUS RESPONDE ÀS ORAÇÕES DE NEEMIAS

Neemias começou seu ministério orando. Sua oração é uma das mais significativas registradas na Bíblia. Vemos nela os elementos da adoração, petição, confissão e intercessão. Como consolador, Neemias viveu perto das pessoas; como intercessor, perto de Deus. Ele foi um líder sintonizado com o céu e com a terra. Ele olhava a vida da perspectiva do tempo e da eternidade. Ele tinha a cabeça cheia de luz e o coração pleno de devoção. Neemias foi um grande líder diante dos homens e um humilde adorador diante de Deus.

1. Deus envia emissário a Neemias

Deus escolheu o líder certo para realizar a Sua obra. A vida de Neemias nunca mais foi a mesma depois que seu irmão chegou à presença dele, em Susã, e lhe contou tudo o que estava ocorrendo em Jerusalém (Ne.1:2,3):

“veio Hanani, um de meus irmãos, com alguns de Judá; então, lhes perguntei pelos judeus que escaparam e que não foram levados para o exílio e acerca de Jerusalém.

Disseram-me: Os restantes, que não foram levados para o exílio e se acham lá na província, estão em grande miséria e desprezo; os muros de Jerusalém estão derribados, e as suas portas, queimadas.

Quando Neemias soube da necessidade do seu povo, sentiu-se chamado para atender àquela necessidade:

“Tendo eu ouvido estas palavras, assentei-me, e chorei, e lamentei por alguns dias; e estive jejuando e orando perante o Deus dos céus” (Ne.1:4).

Veja que a iniciativa de saber os problemas do povo e da cidade foi de Neemias; ele perguntou pelo povo que não foi deportado para o cativeiro. Quando tomamos conhecimento de um problema, nos tronamos responsáveis diante de Deus pela solução desse problema. Se você não está interessado em ajudar, não faça perguntas. Perguntar a alguém como vai, sem ter tempo, disposição e esforço para ajudar é uma consumada hipocrisia. Os líderes encontram seus propósitos nas necessidades que os cercam. O fardo precede a visão e a visão leva à ação, afirma Hernandes Dias Lopes.

2. Neemias, angustiado, jejua e ora

“... assentei-me e chorei”(Ne 1:4).

Ao tomar conhecimento da situação lastimável do seu povo (que estava em grande miséria e desprezo), em Jerusalém, e das condições do muro (fendido) e das portas da cidade (queimadas a fogo), Neemias derrama a sua alma em fervente oração (ler Ne.1:4-11). Essa oração foi regada com abundantes lágrimas, não somente com lágrimas, mas, também, com jejum, lamento, adoração e confissão. Em tempo de crise, não há modelo melhor a seguir pelo um líder responsável do que este.

a) Neemias aproximou-se de Deus com um profundo senso de reverência. Neemias começa a sua intercessão adorando a Deus - "Ah! Senhor, Deus dos céus, Deus grande e temível..." (Ne.1:5). Neemias entendeu que Deus é o governador do mundo. Ele focaliza sua atenção na grandeza de Deus, antes de pensar na enormidade do seu problema. Um intercessor aproxima-se de Deus sabendo que Ele é soberano, onipotente, diante de quem precisamos nos curvar cheios de temor e reverência.

b) Neemias intercedeu por seu povo - "Estejam, pois, atentos os teus ouvidos, e os teus olhos, abertos, para acudires à oração do teu servo, que hoje faço à tua presença, dia e noite, pelos filhos de Israel, teus servos..." (Ne.1:6). Um intercessor é alguém que se coloca na brecha a favor de alguém. Ele sente a dor dos outros em sua própria pele. Um egoísta jamais será um intercessor. Só aqueles que têm compaixão podem sentir na pele a dor dos outros e levá-la ao trono da graça. Neemias chorou, lamentou, orou e jejuou durante quatro meses pela causa do seu povo. Muitas vezes, começamos a interceder por uma causa e logo a abandonamos. Neemias, porém, orou 120 dias com choro, com jejum, dia e noite. Ele insistiu com Deus. Sua oração foi persistente e fervorosa.

c) Neemias fez confissão de pecados(Ne.1:6b). Neemias orou: "[...] e faço confissão pelos pecados dos filhos de Israel, os quais temos cometido contra ti; pois eu e a casa de meu pai temos pecado". Neemias não ficou culpando o povo, mas identificou-se com ele. Um intercessor não é um acusador, jamais aponta o dedo para os outros, antes, levanta as mãos para o céu em fervente oração. 

Neemias foi específico em sua confissão: "Temos procedido de todo corruptamente contra ti, não temos guardado os mandamentos, nem os estatutos, nem os juízos que ordenaste a Moisés, teu servo" (Ne.1:7). Um intercessor faz confissões específicas. Muitas confissões são genéricas e inespecíficas, por isso sem convicção de pecado e sem quebrantamento. Para que a oração tenha efeito, precisa ser acompanhada de confissão. Quem confessa seus pecados e os deixa alcança misericórdia (Pv.28:13).

Neemias sempre foi um homem muito ocupado, mas não tão ocupado a ponto de não ter tempo para Deus. Você encontrará dez de suas orações no livro de Neemias (1:4s; 2:4; 4:4; 5:19; 6:9,14; 13:14,22,29,31). Sua confiança estava no Todo-poderoso que ouve e atende as nossas orações.

Um dos truques do diabo é manter-nos tão ocupados que não encontramos tempo para orar. Se Neemias não fosse um homem de oração, o futuro de Jerusalém teria sido outro. A força da oração é maior do que qualquer combinação de esforços na terra. A oração move o céu, aciona o braço onipotente de Deus, desencadeia grandes intervenções de Deus. Quando o homem trabalha, o homem trabalha, mas quando o homem ora, Deus trabalha.

3. Deus responde às orações de Neemias

Neemias iniciou seu período de oração no mês de quisleu (dezembro), e Deus respondeu no mês de nisā (março) (Ne.2:1). Portanto, Neemias se humilha diante de Deus durante quatro meses. Ele acreditava no poder da oração. Durante quatro meses, ele orou e Deus moveu o coração do rei. Ele orou e Deus abriu as portas. Os homens práticos são aqueles que oram e agem. Oração sem ação é fanatismo. Ação sem oração é presunção.

Neemias orou, jejuou, lamentou e chorou por 120 dias. Ele colocou essa causa diante de Deus, mas também colocou a mesma causa diante do rei. Neemias ora e toma medidas práticas: vai ao rei, informa-o sobre a condição do seu povo, faz pedido, pede cartas, verifica o problema, mobiliza o povo e triunfa sobre dificuldades e oposição.

Neemias compreendeu que o maior rei da terra estava debaixo da autoridade e do poder do Rei dos reis. Neemias compreendeu que o mais poderoso monarca da terra era apenas um homem. Ele sabia que só Deus podia dobrar o coração do rei para atender ao seu pedido. Neemias compreendeu que a melhor maneira de influenciar os poderosos da terra era ter a ajuda do Deus Todo-Poderoso. Ele foi ao rei confiado no Rei dos reis. Ele conjugou oração e ação. Pela oração de Neemias um obstáculo aparentemente intransponível foi reduzido a proporções domináveis.  O coração do rei se abriu, os muros foram levantados e a cidade reconstruída. A oração abre os olhos para coisas antes não vistas. Nossas orações diárias diminuem nossas preocupações diárias.

Neemias tributou a Deus o sucesso de sua causa (Ne.2:8b). Ele poderia ter se vangloriado ao ser atendido prontamente pelo rei, até mesmo além do seu pedido (Ne.2:9). Mas ele afirmou que o seu sucesso ocorreu porque a boa mão do seu Deus estava com ele. A boa mão de Deus tem estado conosco sempre para nos dar proteção, direção e provisão. É de Deus que vem a nossa vitória. Devemos tributá-la a Ele e dar glória ao Seu nome.

II. NEEMIAS CHEGA A JERUSALÉM (Ne 2:7-11).

7.Disse mais ao rei: Se ao rei parece bem, deem-se-me cartas para os governadores dalém do rio, para que me deem passagem até que chegue a Judá;

8.como também uma carta para Asafe, guarda do jardim do rei, para que me dê madeira para cobrir as portas do paço da casa, e para o muro da cidade, e para a casa em que eu houver de entrar. E o rei mas deu, segundo a boa mão de Deus sobre mim.

9.Então, vim aos governadores dalém do rio e dei-lhes as cartas do rei; e o rei tinha enviado comigo chefes do exército e cavaleiros.

10.O que ouvindo Sambalate, o horonita, e Tobias, o servo amonita, lhes desagradou com grande desagrado que alguém viesse a procurar o bem dos filhos de Israel.

11.E cheguei a Jerusalém e estive ali três dias.

1. Neemias faz levantamento da real situação dos muros

Neemias chegou discretamente a Jerusalém e passou vários dias observando e avaliando cuidadosamente o estado dos muros. Ele manteve em segredo a sua missão e inspecionou os muros sob a luz do luar para evitar comentários sobre a sua chegada e para evitar que os inimigos conhecessem os seus planos. Um anúncio prematuro poderia ter causado rivalidade entre os judeus sobre o melhor modo de começar o trabalho. Neste caso, Neemias não precisou de tediosas reuniões de planejamento; ele precisava de um plano que produzisse resultados imediatos. Sem dúvida, ele estava esperando em Deus, ao invés de precipitar-se, confiando na sua própria capacidade. A discrição é uma das marcas de um líder bem-sucedido. O silêncio, muitas vezes, é mais eloquente do que as palavras. Existem momentos que devemos esperar para relatar os nossos planos porque nem todos os liderados estão preparados para ouvi-los. Está escrito: “Todo prudente procede com conhecimento, mas o insensato espraia a sua loucura”(Pv.13:16). Portanto, um líder prudente e sábio analisa os problemas discretamente antes de encorajar seus liderados publicamente. Quando o líder sabe o que precisa ser feito, e aonde quer chegar e como chegar, seus liderados são encorajados a realizar a obra.

2. Neemias declara sua intenção de reedificar os muros

Foi convocada uma assembleia dos líderes dos judeus e o assunto lhes foi exposto claramente (Ne.2:17).

“Bem vedes vós a miséria em que estamos, que Jerusalém está assolada e que as suas portas têm sido queimadas; vinde, pois, e reedifiquemos o muro de Jerusalém e não estejamos mais em opróbrio”(Ne.2:17).

Então ele lhes contou como Deus o tinha convocado para realizar essa missão, e como o Senhor tinha agido sobre o rei para que o ajudasse, não apenas ao dar-lhe a autoridade como governador (Ne.5:14), mas também ao tornar disponíveis a ele os materiais necessários para realizar o trabalho. Este fervoroso apelo recebeu resposta rápida. Impressionados com o zelo de Neemias, os líderes judeus responderam imediatamente: “Levantemo-nos e edifiquemos. E esforçaram as suas mãos para o bem”(Ne.2:18).

III. NEEMIAS INICIA O LEVANTAMENTO DOS MUROS

Neste tópico teremos como texto base o capítulo 3 de Neemias, que fala da estratégia usada na construção do muro de Jerusalém.  Neemias, após a resposta das suas exaustivas orações, mobilizou o povo para o trabalho e tornou-se o pai do chamado mutirão. John Maxwell diz que o trabalho em equipe faz o sonho se realizar.  A vitória vem de Deus, mas nós precisamos empenhar as ferramentas de trabalho e as armas de combate. É preciso se dispor e reedificar. Nessa empreitada, foram usadas pessoas de diferentes perfis, de profissões diferentes, de graus culturais diferentes para construir o muro. Todos deviam estar juntos trabalhando. Todos precisavam um dos outros, e eles sabiam disso.

Algumas características podemos apontar nesta obra realizada pelo povo de Deus, sob a liderança de Neemias, e que serve de lições para nossa vida:

1. Neemias identifica os problemas e age para solucioná-los

Depois de identificar os problemas, Neemias fez menção de seus planos, e ousou implementar uma solução radical, sabendo ele que Deus estava nesse negócio (Ne.2:18). Neemias mexeu com o brio do povo. Ele moveu o povo ao sentimento de patriotismo. Ele abriu seus olhos para a realidade em que viviam. Neemias mostrou que não podemos nos conformar com o caos, com a crise, com o opróbrio.

Mas Neemias também chamou o povo para trabalhar. Jamais a reforma teria sido feita se o povo não se envolvesse. Cada um precisa fazer sua parte. Não adianta culpar os outros e apenas ver o que eles precisam fazer. John Maxwell diz que os líderes não apenas sabem aonde estão indo; eles também levam pessoas com eles.

Neemias mostrou o exemplo pessoal. Ele não disse “vá e construa”, mas “vinde e construamos” (Ne.2:17). O líder precisa estar na frente. Neemias não tinha interesses pessoais. Ele deixou seu posto de alto gabarito, como copeiro do rei da Pérsia, sacrificou-se. Só gente abnegada pode liderar um povo a se levantar e agir. De igual modo, Neemias também mostrou a força da unidade. A união nos protege contra o desencorajamento. A união nos ajuda a enfrentar uma oposição hostil e combinada.

-“...Então, disseram: Levantemo-nos e edifiquemos. E esforçaram as suas mãos para o bem” (Ne.2:18). A resposta do povo foi pronta, prática e unânime. John Maxwell destaca sete princípios usados por Neemias para lidar com o povo: simplificação, participação, delegação, motivação, preparação, cooperação e comemoração. E acrescenta: "Nenhuma grande tarefa é realizada sem que haja pessoas para concretizá-la e um líder para conduzi-la".

2. Ele colocou as pessoas certas no lugar certo (Ne.3:2-15)

Esse princípio é percebido pelas expressões "junto a ele" e "ao seu lado" (Ne.3:2,4,5,7-10,12). O líder tem a visão do farol alto. Ele vê sobre os ombros dos gigantes. Ele tem uma visão global e compreende como ajudar os outros a encontrar sua utilidade nesse contexto. O segredo do sucesso é nomear as pessoas certas para os lugares certos. Neemias sabia onde cada pessoa devia estar, onde devia trabalhar e o que devia fazer. Ele designou os homens de Tecoa, Gibeom, Jericó e Mispa para as partes do muro em que não havia residentes por perto. Alguns tinham a responsabilidade de reconstruir os muros desde o alicerce, enquanto outros tiveram apenas de fazer reparos. Cada um sabia o que se esperava de sua tarefa. Em todo trabalho, houve coordenação. O trabalho em equipe é um dos segredos do sucesso.

3. Neemias trabalhou em harmonia com os demais

As expressões "junto a ele", "ao seu lado", "junto dele", "depois dele" mostram que todos trabalhavam em harmonia. Não havia disputas, ciúmes, brigas ou melindres. Cada um deve estar contente com a sua tarefa. Todos devem trabalhar para o mesmo propósito: a reconstrução da cidade. Não existe ninguém buscando glória pessoal. Os membros da equipe completam-se uns aos outros - jamais competem uns com os outros. Tudo na vida gira em torno de relacionamentos. Alguém disse que a chave para a liderança é executar as tarefas enquanto se constroem relacionamentos.

4. Neemias viu o potencial de cada pessoa e a encorajou a acreditar em si mesma

Neemias motivou as pessoas e abraçou o projeto que assumiu diante de Deus e do povo. Homens de lugares diferentes e de diferentes ocupações foram motivados e mobilizados a trabalharem juntos no muro. Isso incluía sacerdotes, levitas, chefes e pessoas comuns, porteiros e guardas, fazendeiros, ourives, farmacêuticos, mercadores, empregados do templo e mulheres. O líder é aquele que vê o potencial de cada pessoa e a encoraja a acreditar em si mesma. O líder que delega poder leva as pessoas a níveis mais alto, disse John Maxwell.

5. Neemias deu o exemplo

Neemias participou ativamente dos trabalhos. Ele não disse "vá e construa”, mas "vinde e construamos!" (Ne.2:17); não só liderava, também fazia parte da equipe. Ele era um grande e admirável exemplo para o seu povo. Jamais deixou de labutar junto ao povo - “E nem eu, nem meus irmãos, nem meus moços, nem os homens da guarda que me seguiam largávamos as nossas vestes; cada um ia com suas armas à água”(Ne.4:23). Disse o pr. Elinaldo Renovato: “líder não é o que manda, mas o que comanda; líder não é o que ordena: ‘façam’, mas o que motiva: ‘façamos’. O pseudo líder esbraveja: ‘aqui, quem manda sou eu!’. Quem assim age, jamais será um líder, mas um capataz”.

IV. O LEVANTAMENTO DOS MUROS PROVOCOU GRANDE OPOSIÇÃO

Neemias, além de trabalhar arduamente na construção dos muros e portas, ele teve que enfrentar inimigos externos e internos. Homens que se infiltraram no meio dos trabalhadores, cujo único objetivo era atrapalhar e impedir a reforma da cidade. Porém, Neemias não se deixou intimidar pelos adversários; ele confiou inteiramente em Deus e a obra foi realizada. Deus providenciou tudo que era necessário para a sua realização, desde a autorização do rei para o envio de Neemias, até os recursos para custear a construção. O povo precisou apenas de 52 dias para reconstruir o muro da cidade que estava arruinado há 120 anos. O segredo desse sucesso foi a visão e ação do líder Neemias.

Todas as vezes que desejamos empreender algo em favor do povo de Deus, os adversários se levantam, mas quando confiamos no Todo-Poderoso inteiramente, recebemos forças e coragem para lutar. O exemplo de Neemias é de um tempo muito longínquo, de milênios atrás, mas seu exemplo é de grande valor para a Igreja do Senhor Jesus Cristo. Estamos percebendo uma escassez de nomes de peso na liderança na obra do Senhor. Ela nos conclama a espelhar-nos na vida, exemplo e testemunho de líderes como Neemias.

Neemias enfrentou oposição externa e interno, ou seja, oposição de pessoas de fora do povo judeu e de dentro. Mas o líder que confia em Deus e sabe para onde está indo, pode enfrentar os obstáculos de frente e obter pleno êxito.

1. Oposição externa (Ne.4:7,8)

“E sucedeu que, ouvindo Sambalate, e Tobias, e os arábios, e os amonitas, e os asdoditas que tanto ia crescendo a reparação dos muros de Jerusalém, que já as roturas se começavam a tapar, iraram-se sobremodo. E ligaram-se entre si todos, para virem atacar Jerusalém e para os desviarem do seu intento”.

É impossível realizar a Obra de Deus sem oposição. Satanás não dá trégua! Durante toda a Obra de Deus ele vai fazer oposição; destruir faz parte da essência do seu caráter (ler João 10:10). Isto nos remete à realidade de que a vida cristã é uma guerra contínua; é uma batalha sem trégua.

Quanto à oposição externa, Neemias identificou o maior que se colocou diante dele para realizar a Obra de Deus: Sambalate (governador de Samaria), Tobias (da nobreza dos amonitas) e Gesém (o árabe). Estes inimigos do povo de Deus, tentaram de todas as maneiras tirar Neemias do projeto que estava comprometido. Todos estavam engajados na oposição à obra de Deus. Também, os arábios (sul), os amonitas e os asdoditas (Ne.4:7) se uniram a estes para se oporem ao povo de Deus. Houve uma orquestração maligna contra o povo de Deus - "...iraram-se sobremodo..."(Ne.4:7); "...coligaram-se todos, para virem guerrear contra Jerusalém e fazer confusão ali" (Ne.4:8).

2. Oposição interna (Ne.3:5)

“E, ao seu lado, repararam os tecoítas; porém os seus nobres não meteram o seu pescoço ao serviço de seu senhor”.

Na obra de Deus, o líder não deve esperar por unanimidade. A elite de Tecoa, cidade natal do profeta Amós, não quis sustentar o trabalho em Jerusalém e recusou-se a participar da reconstrução do muro (Ne.3:5). Todavia, Neemias não permitiu que a rejeição dessas pessoas tirasse seu entusiasmo e otimismo. Ele trabalhou com quem estava disposto a trabalhar. Bem disse o rev. Hernandes Dias Lopes: não podemos permitir que a omissão ou a ausência de alguns nos tirem a alegria da presença de outros, nem podemos permitir que o desestímulo de alguns desvie os nossos olhos do alvo a que nos propomos realizar. Devemos nos alegrar mais com aqueles que estão conosco do que nos entristecermos com aqueles que estão de braços cruzados.

3. Armas utilizadas por Neemias para enfrentar os opositores da Obra de Deus (Ne.4:9)

Neemias enfrentou a pressão e o ataque dos inimigos com armas. A primeira arma que Neemias usou foi a oração (Ne.4:9). Neemias sabia que o sucesso da obra de Deus depende também e sobretudo de oração. Não podemos enfrentar os inimigos sem o socorro de Deus, sem a ajuda do céu. A segunda arma que Neemias usou contra os inimigos foi a vigilância constante (Ne 4:9). Não basta orar, é preciso vigiar. Precisamos manter os olhos abertos. É preciso existir estreita conexão entre o céu e a terra, confiança e boa organização, fé e obras.

4. Desânimo do povo, o pior obstáculo (Ne.4:10)

“Então, disse Judá: Já desfaleceram as forças dos acarretadores, e o pó é muito, e nós não poderemos edificar o muro”.

Certamente, o maior obstáculo que surgiu no caminho de Neemias foi o desânimo do povo. Os problemas internos são mais perigosos do que os problemas externos. Os carregadores estavam sem forças, os escombros eram muitos e a conclusão óbvia foi: "Não podemos edificar o muro". Eles sentiram que não tinham capacidade para concluir a obra. Muitas vezes, o nosso maior problema somos nós mesmos. O maior obstáculo da obra são os obreiros, dizia Dwight Moody. Um povo desanimado sempre olha para as circunstâncias em vez de olhar para o Senhor; escuta mais a voz do inimigo do que a voz de Deus.

5. O muro foi concluído (Ne.6:15)

A despeito dos obstáculos a obra de Deus avançou e foi concluída. O muro foi construído com a participação efetiva de todos - grandes e pequenos, homens e mulheres, ricos e pobres. Quando o povo de Deus se dispõe a trabalhar, o impossível de Deus acontece. A conclusão da obra trouxe alegria para o povo de Deus e abatimento para o inimigo (Ne.6:16). 

“Acabou-se, pois, o muro aos vinte e cinco de elul, em cinquenta e dois dias. E sucedeu que, ouvindo-o todos os nossos inimigos, temeram todos os gentios que havia em roda de nós e abateram-se muito em seus próprios olhos; porque reconheceram que o nosso Deus fizera esta obra”.

O líder inspirador que ama a Deus e é comprometido com os seus propósitos sabe que todas as coisas cooperam para o seu bem (Rm.8:28).

Neemias levantou os muros de Jerusalém no ano de 444 a.C. Eles eram o símbolo de proteção, união e vida. Eles representavam a unidade de Jerusalém: era uma só cidade e um só povo. 

V. O MURO FOI SOLENEMENTE INAUGURADO (Ne.12:27-45)

27.Na dedicação dos muros de Jerusalém, procuraram aos levitas de todos os seus lugares, para fazê-los vir a fim de que fizessem a dedicação com alegria, louvores, canto, címbalos, alaúdes e harpas.

28.Ajuntaram-se os filhos dos cantores, tanto da campina dos arredores de Jerusalém como das aldeias dos netofatitas,

29.como também de Bete-Gilgal e dos campos de Geba e de Azmavete; porque os cantores tinham edificado para si aldeias nos arredores de Jerusalém.

30.Purificaram-se os sacerdotes e os levitas, que também purificaram o povo e as portas e o muro.

31.Então, fiz subir os príncipes de Judá sobre o muro e formei dois grandes coros em procissão, sendo um à mão direita sobre a muralha para o lado da Porta do Monturo.

40.Então, ambos os coros pararam na Casa de Deus, como também eu e a metade dos magistrados comigo.

1. Santa convocação

Uma grande festa espiritual aconteceu na inauguração dos muros de Jerusalém. Aquela inauguração foi celebrada com muita música. Com bem diz o Pr. Hernandes Dias Lopes, a música é a arte do Céu, a rainha das artes, a linguagem da alma. A música é universal, transcendental, atemporal e eterna. Davi afirmou que os céus proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia as obras das Suas mãos. Os céus celebram uma música que atinge os ouvidos e os olhos.

A música é uma das forças mais poderosas do mundo; é um instrumento de comunicação do homem com Deus e de Deus com o homem. O homem fala a Deus através dos cânticos e Deus fala ao homem por intermédio da música. Por ela, louvamos a Deus e também proclamamos a mensagem de Deus aos homens.

No dia da inauguração dos muros de Jerusalém, os levitas (especialmente os cantores) foram convocados para ir a Jerusalém auxiliar na cerimônia de inauguração dos muros, ocasião em que os sacerdotes se purificaram e os levitas também purificaram o povo e as portas e o muro (Ne.12:27-30).

Em seguida, Neemias pediu aos príncipes de Judá que subissem no muro e os dividiu em dois grandes coros em procissão. Cada grupo partiu em direções opostas. Os cantores seguiam à frente, e o povo acompanhava atrás dos líderes. Após rodearem o muro, encontraram-se novamente no Templo (cf.Ne.12:31-42). Ao chegarem ao Templo, ofereceram grandes sacrifícios em meio a ruidosa manifestações de júbilo. Naquele mesmo dia, designaram homens para supervisionar a coleta das ofertas, das primícias e dos dízimos, a fim de sustentar os sacerdotes e os levitas, conforme prescrevia a lei. O povo contribuiu com alegria, porque estava contente em retornar o serviço divino. Os sacerdotes e os levitas passaram a cumprir suas funções da adoração e purificação, assim como os cantores e porteiros realizaram suas tarefas designadas, as quais, pelo menos no que diz respeito aos cantores, não eram realizadas desde os dias de Davi e de Asafe (cf. Ne.12:43-46).

2. Lições para nossa vida

a) Devemos celebrar louvores a Deus pelas nossas vitórias (Ne.12:27). Jerusalém viveu mais de cem anos debaixo de escombros. Agora a cidade foi restaurada, os muros foram reconstruídos e o povo celebrou com grande e intenso júbilo essa conquista. Precisamos celebrar com grande júbilo as nossas conquistas. A vida cristã deve parecer mais com uma festa de casamento do que com um enterro. A música marca as grandes celebrações e vitórias do povo de Deus. Miriam cantou depois da travessia do mar Vermelho. Davi cantou ao trazer a Arca da Aliança para Jerusalém. Tiago diz: “Está alguém alegre? Cante louvores” (Tg.5:13).

b) Devemos celebrar louvores a Deus com união entre os irmãos (Ne.12:27-29,43). Todos os sacerdotes, levitas e cantores, deveriam vir, de todos os lugares, para a grande celebração. A liderança unida trouxe alegria entre todo o povo (Ne.12:43). A união do povo de Deus já é uma grande causa de alegria e um símbolo de vitória. Naquela festa os líderes e todo o povo celebraram ao Senhor. Onde há união entre o povo de Deus, ali o Senhor ordena a Sua bênção e a vida para sempre. Não há adoração vertical sem comunhão horizontal. Não podemos cultuar a Deus de forma sincera se não amarmos os irmãos de forma verdadeira. Onde falta comunhão, inexiste adoração, afirma o Pr. Hernandes Dias Lopes.

c) Devemos celebrar louvores a Deus com grande alegria (Ne.12:27,43). A alegria é uma das marcas distintivas do povo de Deus. A alegria do Senhor é a nossa força (Ne.8:10). As celebrações do povo de Deus precisam ser festivas e cheias de grande júbilo. O evangelho que abraçamos é boa-nova de grande alegria. O Reino de Deus que está em nós é alegria. O fruto do Espírito Santo é alegria. A ordem de Deus para a Igreja é: “alegrai-vos” (Fp.4:4). Os anjos cantaram alegremente quando Deus lançou os fundamentos da Terra (Jó 38:7). Os anjos cobriram o Céu para celebrar majestosamente o nascimento de Jesus (Lc.2:14). A descida do Espírito Santo no Pentecostes foi com um som como de vento impetuoso (At.2:1-4). A segunda vinda de Cristo será acompanhada pelo soar da trombeta de Deus (1Ts.4:16). Enfim, a música será o próprio clima do Céu (Ap.5:5-13).

d) Devemos celebrar louvores a Deus com vida pura (Ne.12:30). Os sacerdotes e os levitas se purificaram e purificaram o povo. Devemos chegar diante de Deus com vidas limpas e levantar mãos santas. Jamais poderá haver louvor e adoração se não houver dedicação de vidas ao Senhor. Somos uma nação de levitas e sacerdotes chamados para a adoração (1Pd.2:9).

CONCLUSÃO

Neemias foi um homem espetacular nas mãos de Deus. Foi espetacular porque Ele foi humilde e se submeteu inteiramente a Deus, que o preparou e o posicionou para realizar uma das tarefas ‘impossíveis’ da Bíblia, humanamente falando. Sob sua liderança, os muros ao redor de Jerusalém foram reconstruídos em tempo recorde, a despeito da resistência e da oposição dos inimigos. Até mesmo os inimigos de Israel admitiram, de má vontade e com temor, que Deus estava com esses construtores. Não apenas isto, mas Deus trabalhou através de Neemias para realizar um despertamento espiritual entre o povo judeu.

Talvez você não tenha as habilidades específicas de Neemias ou até mesmo pense que está em uma posição onde nada pode fazer para Deus; mas existem duas formas através das quais você pode ser útil ao Senhor. Primeiro, seja uma pessoa que fala com Deus.; permita que Ele entre em sua vida e compartilhe-a com Ele - suas preocupações, seus sentimentos e seus sonhos. Segundo, seja uma pessoa que ande com Deus.; coloque em prática aquilo que você aprendeu nas Escrituras Sagradas. Deus pode ter uma missão ‘impossível’ para realizar através de sua vida. Creia nisso!

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FONTE:


Luciano de Paula Lourenço – EBD/IEADTC