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segunda-feira, 17 de maio de 2021

8ª lição do 2º trimestre de 2021: O MINISTÉRIO DE EVANGELISTA


 


Texto Base: Atos 8:26-35; Efésios 4:11

23/05/2021

 

"Mas tu sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um evangelista, cumpre o teu ministério" (2Tm.4:5).

Atos 8:

26.E o anjo do Senhor falou a Filipe, dizendo: Levanta-te e vai para a banda do Sul, ao caminho que desce de Jerusalém para Gaza, que está deserto.

27.E levantou-se e foi. E eis que um homem etíope, eunuco, mordomo-mor de Candace, rainha dos etíopes, o qual era superintendente de todos os seus tesouros e tinha ido a Jerusalém para adoração,

28.regressava e, assentado no seu carro, lia o profeta Isaías.

29.E disse o Espírito a Filipe: Chega-te e ajunta-te a esse carro.

30.E, correndo Filipe, ouviu que lia o profeta Isaías e disse: Entendes tu o que lês?

31.E ele disse: Como poderei entender, se alguém me não ensinar? E rogou a Filipe que subisse e com ele se assentasse.

32.E o lugar da Escritura que lia era este: Foi levado como a ovelha para o matadouro; e, como está mudo o cordeiro diante do que o tosquia, assim não abriu a sua boca.

33.Na sua humilhação, foi tirado o seu julgamento; e quem contará a sua geração? Porque a sua vida é tirada da terra.

34.E, respondendo o eunuco a Filipe, disse: Rogo-te, de quem diz isto o profeta? De si mesmo ou de algum outro?

35.Então, Filipe, abrindo a boca e começando nesta Escritura, lhe anunciou a Jesus.

Efésios 4:

11.E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores,

INTRODUÇÃO

Nesta Aula trataremos do tema: “O Ministério de Evangelista”. Existe uma grande confusão feita em torno deste ofício no contexto das Assembleias de Deus no Brasil. Seria o "Evangelista" um oficial da Igreja, ou alguém dotado do "Dom Espiritual de Evangelista", independentemente de ser ou não um oficial (aquele que exerce um ofício eclesial)? A maioria dos estudiosos das Escrituras Sagradas considera que o Evangelista não é um cargo oficial da Igreja à luz da Bíblia. Muitos dizem que sim e citam Efésios 4:1. Mas, se o é, então, por qual razão "profetas" e "mestres" não o são? Se "Evangelista" é um cargo oficial à luz da Bíblia, por qual razão as Escrituras não prescrevem os pré-requisitos para o cargo (ou ofício), como nos casos de diáconos, presbíteros e bispos (1Tm.3:1-13; Tt.1:5-9)?

Estêvam Ângelo de Souza, em sua obra "Os Dons Ministeriais" (CPAD, 1993, p. 43), afirma que "devido a incorreta concepção do ministério de evangelista, vemos, às vezes, um 'Evangelista' ocupado com uma pequena igreja, completamente fora de sua função, ou mesmo, sem qualquer evidência deste dom ministerial. É evangelista simplesmente porque alguém o determinou ou porque lhe deram este nome. Isto nada tem a ver com o verdadeiro ministério de evangelista; isto não tem nenhum fundamento bíblico". Afirma ainda Estevam Ângelo: "Não temos informação de que Filipe fora ordenado como evangelista para Samaria", e que "[...] o poderoso dom de evangelista não é comum a todos os crentes; no entanto, a responsabilidade de pregar o Evangelho a toda a criatura é comum a todos os salvos, a quantos amam a Deus e a sua obra!" (Ibid., p. 48).

Nos dias dos Apóstolos, os Evangelistas eram missionários pátrios que efetuavam a missão evangelizadora da Igreja entre os judeus e depois aos gentios, em posição subordinada aos Apóstolos (Lc.10:1-17; Atos 8:4;11, 19). A missão primordial dos Evangelistas era a pregação das boas novas do Reino de Deus. Os Apóstolos e Profetas lançaram o fundamento da Igreja, e os Evangelistas edificaram sobre esse fundamento, ganhando os perdidos para Cristo. Cada membro da Igreja deve ser uma testemunha de Cristo (Atos 2:41-47; 8;4; 11:19-21), mas há pessoas a quem Jesus dá o Dom especial de ser um Evangelista, como ocorreu com o diácono Filipe.

No início da Igreja, o trabalho dos Evangelistas era uma obra itinerante de pregação orientada pelos Apóstolos, e parece ser justo chamá-los de a Organização Missionária da Igreja. O fato de não termos esse Dom não nos desobriga de evangelizar. Temos de Jesus a ordem para pregar o Evangelho, e em sua multiforme sabedoria Deus dispõe para a Igreja o poder necessário para proclamar o Evangelho com ousadia.

I. JESUS ENVIA OS SETENTA (Lc.10:1-20)

1.E, depois disso, designou o Senhor ainda outros setenta e mandou-os adiante da sua face, de dois em dois, a todas as cidades e lugares aonde ele havia de ir.

2.E dizia-lhes: Grande é, em verdade, a seara, mas os obreiros são poucos; rogai, pois, ao Senhor da seara que envie obreiros para a sua seara.

3.Ide; eis que vos mando como cordeiros ao meio de lobos.

4.E não leveis bolsa, nem alforje, nem sandálias; e a ninguém saudeis pelo caminho.

5.E, em qualquer casa onde entrardes, dizei primeiro: Paz seja nesta casa.

6.E, se ali houver algum filho de paz, repousará sobre ele a vossa paz; e, se não, voltará para vós.

7.E ficai na mesma casa, comendo e bebendo do que eles tiverem, pois digno é o obreiro de seu salário. Não andeis de casa em casa.

8.E, em qualquer cidade em que entrardes e vos receberem, comei do que vos puserem diante.

9.E curai os enfermos que nela houver e dizei-lhes: É chegado a vós o Reino de Deus.

10.Mas, em qualquer cidade em que entrardes e vos não receberem, saindo por suas ruas, dizei:

11.Até o pó que da vossa cidade se nos pegou sacudimos sobre vós. Sabei, contudo, isto: já o Reino de Deus é chegado a vós.

12.E digo-vos que mais tolerância haverá naquele dia para Sodoma do que para aquela cidade.

13.Ai de ti, Corazim, ai de ti, Betsaida! Porque, se em Tiro e em Sidom se fizessem as maravilhas que em vós foram feitas, já há muito, assentadas em saco de pano grosseiro e cinza, se teriam arrependido.

14.Portanto, para Tiro e Sidom haverá menos rigor no Dia do Juízo do que para vós.

15.E tu, Cafarnaum, serás levantada até ao céu? Até ao inferno serás abatida.

16.Quem vos ouve a vós a mim me ouve; e quem vos rejeita a vós a mim me rejeita; e quem a mim me rejeita, rejeita aquele que me enviou.

17.E voltaram os setenta com alegria, dizendo: Senhor, pelo teu nome, até os demônios se nos sujeitam.

18.E disse-lhes: Eu via Satanás, como raio, cair do céu.

19.Eis que vos dou poder para pisar serpentes, e escorpiões, e toda a força do Inimigo, e nada vos fará dano algum.

20.Mas não vos alegreis porque se vos sujeitem os espíritos; alegrai-vos, antes, por estar o vosso nome escrito nos céus.

Este é o único relato nos evangelhos do Senhor enviando os setenta discípulos para pregar as boas novas. É bem semelhante à comissão dos Doze em Mateus 10. Todavia, ali os doze discípulos foram enviados às áreas do Norte, enquanto os setenta foram enviados ao Sul, ao caminho que o Senhor seguia a Jerusalém. Enquanto o ministério e o serviço dos Setenta foram somente temporários, as instruções do Senhor a esses homens sugerem muitos princípios de vida que se referem aos cristãos de todas as épocas.

1. São poucos os que anunciam

Quando Jesus enviou os trinta e cinco grupos de duas pessoas para alcançar as muitas cidades e aldeias que Ele ainda não tinha alcançado, Ele asseverou: “Grande é, em verdade, a seara, mas os obreiros são poucos” (Lc.10:2). Para se ter uma Seara é necessário ter obreiros no campo. Assim, muitas pessoas precisam ouvir a mensagem, mas há poucos obreiros dispostos a reuni-los. Embora Jesus tivesse enviado os Doze, e agora os Setenta, Ele lhes disse: “rogai, pois, ao Senhor da seara que envie obreiros para a sua seara”. No serviço cristão, não há espaço para o ócio. Nenhum crente deve ficar sentado a olhar os outros trabalhar, porque a Seara é grande. Na Seara do Senhor a necessidade é sempre maior que a provisão de trabalhadores. Numa Organização, como é a Missionária, nem todos fazem a mesma coisa, mas todos trabalham, dentro de seu campo de atuação, visando um alvo comum. Se você não pode ir, você deve orar e contribuir financeiramente; se você não pode ir e nem contribuir, você deve orar pedindo ao Senhor para que outros possam ir e outros contribuam financeiramente. O importante é que todos participem!

2. Enviados para o meio de lobos

A Seara envolve um trabalho intenso e de inevitáveis perigos. Disse Jesus: “Eis que vos mando como cordeiros ao meio de lobos” (Lc.10:3). Esses setenta discípulos estavam sendo enviados a um mundo que não era um lugar agradável, era um ambiente hostil. Jesus ordenou que eles fossem – “eu vos mando” -, explicando que eles iriam como “cordeiros ao meio de lobos”. O uso da palavra “cordeiros” se refere à sua vulnerabilidade, que poderia fazer com que eles dependessem mais de Deus. Aparentemente, eles estão sem defesa, como “cordeiros” no “meio de lobos”. Eles não podem esperar ser tratados bondosamente pelo mundo contrário à mensagem do Reino de Deus, mas, antes, ser perseguidos e até mortos.

A história da Igreja nos mostra que inúmeras pessoas pagaram com a vida por professar a fé em Cristo e pregar o Evangelho. Muitos evangelistas enfrentarão ainda muitas perseguições, sobretudo em países dominados por religiões anticristãs e fundamentalistas; nesses lugares, eles são comparados a cordeiros que se dirigem para o meio dos lobos. Nas últimas décadas, mais cristãos foram mortos no mundo que em qualquer outra época da história da Igreja, principalmente nos lugares onde há predominância da religião mulçumana, que prega morte aos cristãos e judeus. Enquanto muitos pregam que a glória é a insígnia de todo cristão, Paulo afirma que a marca distintiva do crente é a cruz – “E em nada vos espanteis... Porque a vós vos foi concedido, em relação a Cristo, não somente crer nele, como também padecer por ele...” (Fp.1:28,29). O sofrimento por causa do evangelho não é acidental, mas um alto privilégio. A cruz dignifica e enobrece.

Jesus fazendo menção a Paulo, logo após a sua conversão no caminho para Damasco, disse a Ananias: “pois eu lhe mostrarei quanto lhe importa sofrer pelo meu nome” (Atos 9:16). O apóstolo Pedro disse aos cristãos destinatários de sua Epístola: “mas, se sofrer como cristão, não se envergonhe disso; antes, glorifique a Deus com esse nome” (1Pd.4:16). Portanto, no ministério de Evangelista ninguém espere amenidades.

3. Os sinais e as maravilhas confirmam a Palavra

Os setenta discípulos completaram a sua missão em várias cidades e aldeias (Lc.10:1) e retornaram com alegria, porque até os demônios se submeteram a eles – “Senhor, pelo teu nome, até os demônios se nos sujeitam” (Lc.10:17). Evangelização com milagres, sinais e prodígios são características do ofício Evangelista. Assim como os Doze Apóstolos receberam "poder sobre os espíritos imundos, para os expulsarem, e para curarem toda enfermidade e todo o mal" (Mt.10:1), os setenta evangelistas também estavam investidos da mesma autoridade espiritual. Jesus quer que seus seguidores lutem contra as forças do mal, expulsando os espíritos malignos e curando os enfermos. Essa demonstração de autoridade divina no conflito espiritual é a continuação da manifestação do reino de Deus na Terra.

Os discípulos ficaram muito contentes pelos sinais e as maravilhas que eles operaram. Trouxeram um relatório positivo da missão e cheios de alegria porque os demônios lhes sujeitaram. Porém, Cristo os advertiu para não fazerem do poder sobre os demônios, ou do sucesso da missão, uma fonte fundamental da sua alegria; deviam alegrar-se, sim, por estar os seus nomes escritos nos céus (Lc.10:20). Isso é uma grande lição para todos nós hoje que exercemos algum ministério no reino de Deus!

II. A GRANDE COMISSÃO (Mt.28:19,20; Mc.16:15-20)

“Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos. Amém! (Mt.28:19,20).

A Grande Comissão é, sem sombra de dúvidas, a suprema tarefa da Igreja. As palavras de Jesus Cristo, relatadas nos Evangelhos e nos Atos dos Apóstolos, apontam para alvo e objetivo que a Igreja deva alcançar. Templos, escolas, orfanatos, asilos para idosos, creches e hospitais, devem ser encarados no contexto da Igreja Local como acessórios; entretanto, a evangelização dos povos deve ocupar a primazia dos recursos financeiro e pessoal. A Igreja pode fazer tudo aqui na terra, mas se não fizer missões evangelísticas, não fez nada. Missões é urgente e essencial!

1. O alcance da Grande Comissão

Jesus, após ter passado quarenta dias dando prova da Sua ressurreição aos discípulos e falado a respeito do Reino de Deus (Atos 1:3), explicitamente determinou qual seria a tarefa principal da Igreja:

ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos. Amém! (Mt.28:19,20).

Nota-se que Jesus ordenou que o Evangelho fosse pregado a “todas as nações” ou a “todo o mundo” (Mc.16:15), uma ordem que estabeleceu um verdadeiro dever a todo cristão, a ponto de o apóstolo Paulo ter exclamado: “Porque, se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois me é imposta essa obrigação; e ai de mim se não anunciar o evangelho!” (2Co.9:16).

A ordem do Senhor de ir “por todo o mundo” lembra-nos de que a evangelização é feita sem qualquer discriminação, sem qualquer parcialidade ou preferência deste ou daquele lugar, desta ou daquela nacionalidade.

  • Ir (proclamar o Evangelho em palavras e ações a toda criatura).
  • Ensinar (tanto aos novos convertidos como aos maturados na fé, tornando-os fiéis seguidores de Cristo).
  • Batizar (integrar os novos convertidos na igreja local, a fim de que cresçam na graça e no conhecimento por intermédio da ação do Espírito Santo em sua vida, e desfrute sempre da comunhão dos santos).

Estes são os grandes imperativos da Grande Comissão, que alcançam todo o mundo, a toda a criatura humana, independentemente da nacionalidade, etnia, sexo ou condição socioeconômica do homem (Gl.3:28).

2. O mundo está dividido em dois grupos

“Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado” (Mc.16:16).

Aqui, o Evangelho de Marcos destaca que há dois grupos de pessoas diante da mensagem de Jesus: os que creem e os que não creem. A ordem do Senhor é para que se pregue a toda criatura, mesmo aquela que, pela sua conduta, pela sua forma de proceder, seja a pior pessoa que exista sobre a face da Terra.

Toda a humanidade é carente da graça de Deus e precisa decidir o seu futuro eterno crendo ou não no Evangelho. Não cabe à Igreja dizer a quem deve, ou não, ser pregada a Palavra. O Senhor foi enfático em dizer que toda criatura deve ouvir a mensagem do Evangelho, seja esta pessoa quem for. Nos dias do profeta Jonas, o Senhor mandou que fosse feita a pregação a todos os ninivitas, sem exceção alguma, ainda que eles fossem os homens mais cruéis que existiam no mundo daquele tempo; mesmo sendo o que eram, foram alcançados pela misericórdia divina. Observe o exemplo de Jesus - Ele ia ao encontro dos publicanos e das meretrizes, considerados a escória da sociedade de seu tempo; e nós, o que estamos a fazer?

3. A Grande Comissão hoje

Sem dúvida, nestes últimos dias da Igreja do Senhor na Terra, a Grande Comissão ordenada por Jesus Cristo ainda é uma tarefa inacabada. O imperativo de Jesus continua tão forte como no dia em que foi proferido pela primeira vez, logo após a sua ressurreição.

O santo Evangelho continua sendo apresentada ao ser humano; a mensagem de que “o tempo está cumprido e que o reino de Deus chegou”, ou seja, que Jesus salva o homem e o liberta do pecado, pondo-o, novamente, em comunhão com Deus, restaurando-lhe, assim, a dignidade originalmente concedida na criação, bem como lhe assegurando a vida eterna, continua em pleno vigor.

A Igreja hoje tem um enorme desafio a enfrentar ao alcance das almas perdidas, em face do isolamento social implementado pelos governos em todo mundo por causa do Covid-19. A fé de muitos está arrefecendo diante de tudo que está acontecendo. Em muitos lugares o número de cristãos está diminuindo, como está ocorrendo na Europa; neste continente, segundo informa o pr. Elinaldo Renovato de Lima, “cerca de 1.500 templos cristãos foram transformados em mesquitas, restaurantes, bibliotecas e casas de shows; recentemente, na Alemanha, cerca de 340 igrejas fecharam as portas; em Portugal, quase 300. A Holanda e a Inglaterra são países considerados ‘pós-cristãos’. Se a Igreja na Europa não experimentar um real e poderoso avivamento espiritual, em poucas décadas esse continente se tornará muçulmana ou o cristianismo não mais influenciará”.

Hoje, apesar dessa pandemia que alastra o mundo inteiro, há inúmeras meios de exercermos o ministério evangelístico: evangelização pessoal, evangelização por filmes, evangelização pelo rádio, pela televisão, pela internet, pela música, pelas mídias sociais usuais, etc. A Igreja fundada por Jesus Cristo é um organismo vivo, dinâmico e atuante neste mundo de miséria e pecado; nada a impede de cumprir a Grande Comissão.

III. O DOM MINISTERIAL DE EVANGELISTA

 “... outros para evangelistas...”(Ef.4:11).

1. O conceito de Evangelista

Os textos bíblicos que mencionam o ministério e a pessoa do evangelista são:

ü "No dia seguinte, partimos e fomos para Cesaréia; e, entrando na casa de Filipe, o evangelista (que era um dos sete, ficamos com ele" (Atos 21:8).

ü "E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres" (Ef.4:11).

ü "Tu, porém, sê sóbrio em todas as coisas, suporta as aflições, faze o trabalho de um evangelista, cumpre cabalmente o teu ministério" (2Tm.4:5).

O termo "evangelista" deriva do verbo grego “euangelizo”, que significa transmitir boas novas (do evangelho). Como Dom, refere-se àquele que é chamado para pregar o Evangelho. Na Bíblia de Estudo Pentecostal (CPAD, 1995, p. 1815), lemos o seguinte:

"No Novo Testamento, evangelistas eram homens de Deus, capacitados e comissionados por Deus para anunciar o evangelho, isto é, as boas novas da salvação aos perdidos e ajudar a estabelecer uma nova obra numa localidade. A proclamação do evangelho reúne em si a oferta e o poder da salvação (Rm.1:16).

O evangelista é essencial no propósito de Deus para a Igreja. A Igreja que deixa de apoiar e promover o ministério de evangelista cessará de ganhar convertidos segundo o desejo de Deus. A Igreja que reconhece o Dom espiritual de evangelista e tem amor intenso pelos perdidos, proclamará a mensagem da salvação com poder convincente e redentor (Atos 2:14-41)".

Carlos Alberto R. de Araújo, na obra: "A Igreja dos Apóstolos (CPAD, 2012, 206-208), afirma que o evangelista se enquadra na condição de um ministério itinerante, exercido para a proclamação do evangelho aos incrédulos, e que se enquadra entre os ministérios de liderança (Ef.4:11). Diferente dos Apóstolos que viajavam de cidade em cidade, os evangelistas exerciam um ministério local, contribuindo para a pregação do evangelho na região onde congregavam (Atos 20:1-3; 6,7,11,17; 21:8,9). Araújo, porém, não classifica os evangelistas como "oficiais" da Igreja.

No entendimento do Pr. Altair Germano, não há consenso ou firmeza em declarar que o "evangelista" era um "oficial" da Igreja. O cargo (oficial) não existe na grande maioria das denominações evangélicas e, quando existe, como no caso das Assembleias de Deus, uma grande confusão é feita em torno do mesmo. Por exemplo:

a)    O evangelista, na grande maioria dos casos, é um cargo conferido a alguém desprovido das características bíblicas necessárias (amor pelas almas, habilidade para pregar o Evangelho; sinais sobrenaturais no seu ministério, poder em sua mensagem, etc.).

b)    O cargo de evangelista ocupa uma posição hierárquica abaixo do pastor, o que não se sustenta exegeticamente. Esta hierarquia consiste numa "escadinha hierárquica" na seguinte ordem: auxiliar local, auxiliar oficial, diácono, presbítero, evangelista e pastor (e agora, em algumas convenções estaduais, "bispo" e "apóstolo"). Em razão disto, muitos evangelistas preferem (ou são chamados), pelas mais diversas razões, pelo título de "pastor". Muitos são os que em seus cartões, em cartazes de eventos e em outras ferramentas de identificação, divulgação ou publicidade, usam a designação de "pastor" em vez de "evangelista".

c)     Muitos evangelistas dirigem Igrejas, função exclusiva do pastor, deixando dessa forma de fazer o que lhe compete, que é o de pregar o evangelho aos perdidos. Acabam sendo criticados, e por vezes até hostilizados pela própria Igreja e companheiros de ministério.

d)    O cargo de evangelista é "dado" (também, pelas mais diversas razões) a quem não tem o Dom, enquanto muitos que tem o "dom espiritual de evangelista" nem oficiais da Igreja são, ou ocupam as funções de auxiliares, diáconos e presbíteros.

Segundo o Pr. Altair Germano, se o ofício de "evangelista" pudesse se fundamentar biblicamente, no mínimo, deveria ser praticado em nossas Igrejas de forma bíblica. Desta maneira, o comentário de Severino Pedro, no livro "A Igreja e as Sete Colunas da Sabedoria”, é bastante pertinente: ‘Nos dias atuais parece haver muitos avivalistas e poucos evangelistas. Existem Igrejas superlotadas de pregadores, mas vazias de ganhadores de almas. E, além disso, a verdadeira função do evangelista, é que ele deve ser visto mais fora da Igreja do que dentro dela [me refiro aqui Igreja local], isto é, que ele não seja somente visto numa função local; mas que sempre avance na direção das almas perdidas sem Cristo; fundando novas Igrejas e comunidades’.

2. O papel do Evangelista

Como Dom, o papel do Evangelista é pregar o Evangelho. Foi concedido por Deus para que, através da mensagem centralizada na cruz de Cristo, ganhasse pessoas para o Reino de Deus. Uma das maiores características de um evangelista é a sua paixão por pregar às pessoas; não importa o número, se uma pessoa, se dezenas, centenas ou milhares, o que importa é pregar Jesus, o crucificado e ressurreto.

Diferentemente dos “apóstolos” que, em geral, viajavam para uma cidade, e permaneciam evangelizando ali a fim de organizarem uma nova Igreja Local (Atos 20:1-3, 6,7,11,17; 21:8,9), os “evangelistas” possivelmente auxiliavam na proclamação do Evangelho aos incrédulos junto às Igrejas já construídas, qual Filipe, o evangelista que residia na cidade de Cesaréia (Atos 21:8). Ou seja, os evangelistas proclamavam a Palavra na região onde estavam congregados. Paulo, cônscio da importância deste Dom, disse a Timóteo: “Mas tu sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um evangelista, cumpre o teu ministério” (2Tm.4:5).

3. A finalidade do ministério do Evangelista

Como Dom, o Ministério do Evangelista tem como finalidade cumprir a Grande Comissão determinada por Jesus Cristo - ganhar almas para Cristo e instruí-las nas doutrinas fundamentais da vida espiritual (Hb.6:1,2), a fim de que, superada a fase inicial, possam prosseguir por conta própria na caminhada para o Céu.

O Evangelista é o anunciador das boas-novas da salvação; é aquele que está na linha de frente do “ide” de Jesus; ele tem habilidade especial para diagnosticar a condição do pecador, sondar sua consciência, encorajar a decisão por Cristo e ajudar o convertido a encontrar segurança na Palavra de Deus.

Portanto, o Ministério de Evangelista não é para exercer cargo na Igreja, e sim cumprir a Grande Comissão ordenada por Jesus. Segundo o Pr. Altair Germano, “o cargo de evangelista não se fundamenta com muita clareza à luz das Escrituras; se há alguma insistência com relação a este mister, isso se sustenta basicamente à luz da ‘tradição’ da Igreja, mas não das Escrituras Sagradas”.

CONCLUSÃO

Nestes últimos dias da Igreja na Terra, precisamos ver cada vez mais evangelistas escolhidos pelo Senhor, que sejam cheios do Espírito Santo, conheçam profundamente as Escrituras Sagradas, operem sinais e maravilhas, despertem a fé e contribuam sobremaneira para a preparação dos santos à obra de Deus. Que Deus nos conceda evangelistas como John Wesley, Jonathan Edwards e David Wilkerson, homens que impactaram o mundo com a proclamação do Evangelho e o testemunho de amor ao próximo.

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Fonte: Luciano de Paula Lourenço 

segunda-feira, 10 de maio de 2021

7ª lição do 2º trimestre de 2021: O MINISTÉRIO DE PROFETA


 

Texto Base: 1Coríntios 12:27-29; Efésios 4:11-13.

 

“E a uns pôs Deus na igreja, primeiramente, apóstolos, em segundo lugar, profetas, em terceiro, doutores, depois, milagres, depois, dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas"(1Co.12:28).

INTRODUÇÃO

Nesta Aula trataremos do Dom Ministerial de Profeta. Estudaremos alguns aspectos deste Dom considerando o contexto histórico e cultural do Antigo e do Novo Testamento. Na Aula 05, quando discorremos sobre os Dons de Elocução, fizemos comentários sobre o Dom Espiritual de Profecia (1Co.12:10. De início, parece não haver diferença entre um e outro, mas há alguns aspectos a considerar. Uma pessoa pode ter o Dom Espiritual de Profecia sem ter o Dom Ministerial de Profeta. No Novo Testamento, o ministério de “Profeta” foi instituído por Cristo (Ef.4:7,11), para a Igreja, com o propósito de ser o porta-voz de Deus, não mais para a revelação do plano de Deus ao homem, mas para trazer mensagens divinas ao Seu povo no sentido de encorajar o povo a se manter fiel à Palavra e para nos fazer lembrar as promessas contidas nas Escrituras. Na Nova Aliança, a profecia precisa ser entendida dentro de um contexto específico; ela não pode ser considerada superior à revelação escrita, ou seja, a própria Escritura Sagrada. Nenhuma palavra profética pode ter o objetivo de substituir ou revogar a Revelação escrita, pois esta é a suprema profecia. Hoje, o Dom de Profeta, envolve a iluminação da Palavra divina, e não sua revelação.

I. O PROFETA DO ANTIGO TESTAMENTO

O profeta do Antigo Testamento era um homem de Deus que, espiritualmente, estava muito acima de seus contemporâneos. Nenhuma categoria, em toda a literatura, apresenta um quadro mais dramático do que os profetas do Antigo Testamento. Os sacerdotes, juízes, reis, conselheiros e os salmistas, tinham cada um lugar distintivo na história de Israel, mas nenhum deles logrou alcançar a estatura dos profetas, nem chegou a exercer tanta influência na história da redenção.

Os profetas exerceram considerável influência sobre a composição do Antigo Testamento. Tal fato fica evidente na divisão tríplice da Bíblia hebraica: a Torá, os Profetas e os Escritos (cf. Lc.24:44). A categoria dos profetas inclui seis livros históricos, compostos sob a perspectiva profética: Josué, Juízes, 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis. É provável que os autores desses livros fossem profetas. Em segundo lugar, há dezessete livros proféticos específicos (Isaías até Malaquias). Finalmente, Moisés, autor dos cinco primeiros livros da Bíblia (a Torá), era profeta (Dt.18:15). Sendo assim, dois terços do Antigo Testamento, no mínimo, foram escritos por profetas.

1. Conceito

Profeta era o porta-voz que emitia palavras sob o poder impulsionador do Espírito de Deus. A palavra grega “profetes”, da qual se deriva a palavra "profeta" em português, significa "aquele que fala em lugar de outrem". Os profetas falavam, em lugar de Deus, ao povo do concerto, baseados naquilo que ouviam, viam e recebiam da parte dEle.

No Antigo Testamento, o profeta também era conhecido como "homem de Deus" (ver 2Rs.4:21), "servo de Deus" (cf. Is.20:3; Dn.6:20), homem que tem o Espírito de Deus sobre si (cf. Is.61:1-3), "atalaia" (Ez.3:17), e "mensageiro do Senhor" (Ag.1:13). Os profetas também interpretavam sonhos (por exemplo, José, Daniel) e interpretavam a história - presente e futura - sob a perspectiva divina.

O profeta não era simplesmente um líder religioso, mas alguém possuído pelo Espírito de Deus (Ez.37:1,4). Em Israel, no período do Antigo Testamento, muitos foram os homens e mulheres que Deus vocacionou para profetizarem em seu nome. Por exemplo: Samuel, o último dos juízes e o primeiro dos profetas para a nação de Israel (1Sm.3:19,20); Elias e Eliseu (1Rs.18:18-46; 2Rs.2:1-25); a profetisa Hulda (2Rs.22:14-20); e muitos outros, como os profetas literários Isaías, Jeremias e Daniel.  

Sabe-se que, mesmo antes da organização dos profetas como uma ordem, eles remontam aos primórdios bíblicos: Abraão, Moisés, e o próprio Samuel, são usados como referências (Dt.18:15; Jz.4:4; 2Rs.22:14; 1Sm.3:20). Abraão foi a primeira pessoa a quem a Bíblia chama de profeta (Gn.20:7 cf. Sl.105:15). A normatização veio posteriormente através da vida e pessoa de Moisés, que passou a constituir padrão de comparação para todos os profetas futuros (Dt.18:15-19; 34:10).

Pelo fato do Espírito Santo e a Palavra estarem nele, o profeta do Antigo Testamento possuía estas três características:

a) Conhecimentos divinamente revelados. Ele recebia conhecimentos da parte de Deus no tocante às pessoas, aos eventos e à verdade redentora. O propósito primacial de tais conhecimentos era encorajar o povo a permanecer fiel a Deus e ao seu concerto. A característica distintiva da profecia, no Antigo Testamento, era tornar clara a vontade de Deus ao povo mediante a instrução, a correção e a advertência. O Senhor usava os profetas para pronunciarem o seu juízo antes de este ser desferido. Do solo da história sombria de Israel e de Judá, brotaram profecias específicas a respeito do Messias e do reino de Deus, bem como predições sobre os eventos mundiais que ainda estão por ocorrer.

b) Poderes divinamente outorgados. Os profetas eram levados à esfera dos milagres à medida que recebiam a plenitude do Espírito de Deus. Através dos profetas, a vida e o poder divinos eram demonstrados de modo sobrenatural diante de um mundo que, de outra forma, se fecharia à dimensão divina.

c) Estilo de vida característico. Os profetas, na sua maioria, abandonaram as atividades corriqueiras da vida a fim de viverem exclusivamente para Deus. Protestavam intensamente contra a idolatria, a imoralidade e iniquidades cometidas pelo povo, bem como a corrupção praticada pelos reis e sacerdotes. Suas atividades visavam mudanças santas e justas em Israel. Suas investidas eram sempre em favor do reino de Deus e de sua justiça. Lutavam pelo cumprimento da vontade divina, sem levar em conta os riscos pessoais.

2. O Ofício

O ofício profético organizado em Israel remonta aos dias do profeta Samuel. Foi ele quem deu origem ao ofício de profeta como uma ordem ou classe organizada. Nesse sentido, ele é “o primeiro dos profetas” – distinção que as Escrituras neotestamentárias reconhecem perfeitamente - “E todos os profetas desde Samuel, todos quantos depois falaram, também anunciaram estes dias” (Atos 3:24; cf. 13:20; Hb.11:32).

As escolas de profetas foram fundadas a partir dos dias de Samuel e não anteriormente. A primeira menção dessa classe organizada é a escola por ele fundada, que ficava em Ramá (1Sm.19:20). Essas escolas eram centros de vida religiosa, onde se buscava a comunhão com Deus mediante a oração e meditação. É evidente que estudavam as profecias, inquirindo sobre o tempo de seu cumprimento (1Pd.1:10-12), além de recordarem os grandes feitos de Deus no passado. Através dessas escolas, cresceu em Israel uma ordem profética reconhecida (2Rs.2:3,5).

A função principal do Profeta veterotestamentário era proclamar a mensagem recebida de Deus. Ele transmitia a mensagem divina através do Espírito Santo, para encorajar o povo de Deus a permanecer fiel, conforme os preceitos da Antiga Aliança. Na verdade, ele era o "porta-voz" de Deus (Êx.4:10-16; 7:1); era alguém que falava em nome do Senhor - "Serás como a minha boca" (Jr.15:19).

Através da inspiração divina o profeta recebia uma revelação que desvendava o oculto, anunciava juízos, emitia conselhos e advertências divinas. Às vezes eles também prediziam o futuro conforme o Espírito lhes revelava. Expressões como “veio a mim a palavra do Senhor” e “assim diz o Senhor” eram fórmulas usuais para o profeta começar a mensagem (Jr.1:4; Is.45:1). Nunca aparecia o “eu”: “eu profetizo”!

Também, eram educadores ungidos pelo Senhor para ensinar ao povo a viver em santidade, tornando-lhe conhecida Sua revelação e desvendando-lhe as coisas futuras (Nm.12:6). Eles se utilizavam de métodos variados para ensinar (Oséias 12:10; Hb.1:1).

Tinham, ainda, como missão: lutar contra a idolatria, zelar pela pureza religiosa, justiça social e fidelidade a Deus. Suas mensagens deveriam ser recebidas integralmente por toda a nação como Palavra de Deus (2Cr.20:20). Não hesitavam em enfrentar reis desobedientes, governadores, sacerdotes ou qualquer tipo de liderança que não seguisse a Palavra de Deus (1Rs.18:18).

Após a divisão do Reino de Israel, o profeta passou a ser perseguido, pois sua profecia confrontava diretamente a prepotência da nobreza, a dissimulação dos sacerdotes e a injustiça social (Jr.1:18,19; 5:30,31; Is.58:1-12). 

Também, os profetas do Antigo Testamento vaticinaram a vinda do Jesus Cristo, o Messias prometido. O apóstolo Pedro assim se expressou: “Mas Deus assim cumpriu o que já dantes pela boca de todos os seus profetas havia anunciado: que o Cristo havia de padecer” (Atos 3:18). A obra redentora de Cristo Jesus pode ser encontrada, tipológica e profeticamente, na Lei de Moisés e nos Profetas - "E todos os profetas, desde Samuel, todos quantos depois falaram, também anunciaram estes dias"(Atos 3:24). Neste texto, o apóstolo Pedro apresenta o perfil de Cristo no Antigo Testamento, provando, assim, que os últimos episódios eram o cumprimento das Escrituras Sagradas.

3. O profetismo

No ministério mosaico iniciou-se a atividade profética em Israel (Nm.11:25). Entretanto, o profetismo, como movimento, surgiu séculos depois, no período aproximado do século VIII a.C.; de forma mais efusiva quando da divisão da monarquia de Israel. Nos períodos monárquicos dos reinos de Judá e de Israel (reino do Norte), observamos a ação dos profetas exortando, denunciando e repreendendo os reis (cf.1Rs.18:18). O profeta Joel deu início esse movimento, e João Batista não somente encerrou o profetismo em Israel, mas também foi o arauto de Cristo.

O objetivo precípuo desse movimento era restaurar o monoteísmo, combater a idolatria, denunciar as injustiças sociais e proclamar o Dia do Senhor, com o objetivo de reacender a esperança messiânica no povo. Nesse período, sobressaiu a característica do sofrimento e marginalização dos profetas; de homens dignos de reverência passaram a homens “dignos” de tratamentos mais baixos possíveis em virtude de sua mensagem denunciar os interesses escusos das lideranças religiosas e políticas de Israel e Judá (ler Hb.11:36-38). Eles foram cruelmente surrados, presos e mortos com requintes e crueldade (Hb.11:37)

Atualmente, está em voga o profetismo sem Bíblia. Frequentemente, escutamos: “eu profetizo...!”; “profetize para seu irmão”; “eu profetizo que a tal cidade será do Senhor!”. A Bíblia ensina que a profecia não depende do "eu" querer - “... porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirado pelo Espírito Santo” (2Pd.1:21).

É bom observarmos que os homens santos de Deus não usaram a frase “eu profetizo”; ao contrário, quando profetizaram, disseram: “Assim veio a mim a palavra do Senhor...” (Jr.1:4); “Assim diz o Senhor...” (Jr.2:5; Is.56:1; 66:1); “Ouvi a palavra do Senhor...” (Jr.2:4); “E veio a mim a palavra do Senhor”(Jr.2:1; 16:1); “disse o Espírito Santo...” (Atos 13:2); “... Isto diz o Espírito Santo...” (Atos 21:11); “Mas o Espírito expressamente diz...” (1Tm.4:1). Em todos os casos, não aparece o "eu", aparece a Pessoa divina. Tenhamos cuidado de não sermos ludibriados com o profetismo sem Bíblia!

II. O PROFETA EM O NOVO TESTAMENTO

No princípio da Igreja, o Ministério Profético, em conjunto com o Ministério Apostólico, teve um papel fundamental: lançar o fundamento do Edifício (a Igreja), tendo como Pedra Angular o Senhor Jesus Cristo. Ele mesmo disse: “...sobre esta pedra edificarei a minha igreja...” (Mt.16:18). A Bíblia afirma que os concidadãos dos santos e da família de Deus estão edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas - “edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina” (Ef.2:20). Esses “profetas” “falaram inspirados pelo Espírito Santo” (2Pd.1:21), mas isto não significa que eles nem os apóstolos foram o fundamento da Igreja. Cristo é o Fundamento da Igreja (1Co.3:11), porém, foram eles que lançaram o fundamento através das doutrinas que ensinaram sobre a Pessoa e obra do Senhor Jesus.

Esses “profetas” foram mestres inspirados a quem veio a Palavra de Deus, os quais a transmitiram a outras pessoas fielmente. Era um pequeno grupo de mestres inspirados, associados aos apóstolos, que juntos davam testemunho de Cristo e cujo ensino era fruto da revelação (Ef.3:5). Em termos práticos, isso significa que a Igreja está edificada sobre as Escrituras do Novo Testamento. Veja o que Paulo afirma aos crentes de Éfeso: “pelo que, quando ledes, podeis perceber a minha compreensão do mistério de Cristo, o qual, noutros séculos, não foi manifestado aos filhos dos homens, como, agora, tem sido revelado pelo Espírito aos seus santos apóstolos e profetas, a saber, que os gentios são coerdeiros, e de um mesmo corpo, e participantes da promessa em Cristo pelo evangelho” (Ef.3:4-6).

1. A importância do termo "profeta" em o Novo Testamento

O Ministério de Profeta, juntamente com o de Apóstolo, era um dos pilares da Igreja do primeiro século (Ef.2:20). O profeta era porta-voz de Deus, recebia revelações diretamente do Senhor e as transmitia à Igreja; aquilo que falava por meio do Espírito Santo era a Palavra de Deus. Portanto, os Profetas são partes do fundamento da Igreja, por meio dos quais a revelação salvífica foi dada, conforme registrada na Bíblia Sagrada. Neste sentido, a profecia se findou com a formação do último livro do Novo Testamento, não havendo mais qualquer revelação salvífica que devamos esperar para o plano redentivo, pois este está concluído na revelação bíblica.

Hoje em dia não temos mais profeta no sentido técnico da palavra; seu ministério acabou quando a fundação da Igreja foi concluída e o cânon do Novo Testamento se completou. Contudo, a função profética por meio da proclamação de Palavra para a edificação da Igreja (cf. At 13:1,2) e evangelização dos incrédulos, continua presente nos dias de hoje. O Dom de Profeta, hoje, envolve a iluminação da Palavra divina, e não sua revelação; atualmente, homens e mulheres de Deus, visionários e santos, pessoas cheias da Palavra do “espírito de sabedoria e de revelação” (Ef.1:7), continuam a ser necessárias para instruir e liderar a Igreja “até que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à unidade da estatura completa de Cristo”. Neste sentido, e somente neste sentido, o termo “profeta” é importante.

2. O ofício do Profeta neotestamentário

Os profetas do Novo Testamento, no princípio da Igreja, exerceram autoridade semelhante à dos profetas do Antigo Testamento. A missão principal dos profetas do Antigo Testamento era transmitir a mensagem divina através do Espírito Santo, para encorajar o povo de Deus a permanecer fiel, conforme os preceitos da Antiga Aliança. Às vezes eles também prediziam o futuro conforme o Espírito lhes revelava. Basicamente, o ofício do Profeta no princípio da Igreja incluía o seguinte:

a) Proclamava e interpretava, cheio do Espírito Santo, a Palavra de Deus, por chamada divina. Sua mensagem visava admoestar, exortar, animar, consolar e edificar (Atos 2:14-36; 3:12-26; 1Co.12:10; 14.3).

b) Quanto ao futuro: profetizaram acerca do surgimento de falsos mestres, de seitas e heresias (Atos 20:29,30; 1Tm.4:1; 2Pd.2:1-3; 2Pd.3:7-18)); predisseram pelo Espírito Santo o arrebatamento da Igreja e a ressurreição dos mortos(1Ts.4:13-17); predisseram a manifestação do Anticristo e o período da grande Tribulação (2Ts.2:3-11); predisseram o galardão dos justos(1Co.3:12-15; 2Co.5:10), a vinda de Jesus, o fim do mundo e a eternidade dos salvos (2Pd.3:7-18), dentre outros acontecimentos futuros. O livro de Apocalipse, escrito por João, é essencialmente profético, é a conclusão de todas as Escrituras e lança luz sobre as profecias do Antigo Testamento, principalmente as de Ezequiel, Daniel e Zacarias, de Jesus em Mateus 24, 25, e do apóstolo Paulo (1Ts.4-5; 2Ts.2).

c) Como ocorria no Antigo Testamento, os “profetas” desmascaravam o pecado, proclamavam a justiça, advertiam do juízo vindouro e combatiam o mundanismo e frieza espiritual entre o povo de Deus.

Como já disse, hoje não temos mais profeta no sentido técnico da palavra, haja vista que eles (Profetas e Apóstolos) foram chamados para lançar o fundamento da Igreja; porém, a função profética continua sendo imprescindível ao propósito de Deus para a Igreja.

Em resumo, atualmente, o “profeta” desempenha prioritariamente as seguintes funções:

Ø  É um instrutor do povo de Deus dentro da Palavra de Deus. Ele ensina os preceitos da Nova Aliança, e proclama, em nome de Deus, a maneira correta de proceder. Ele fala não apenas em nível individual, mas também em nível coletivo. Mostra os pecados de pessoas e de instituições. Denuncia o pecado individual e estrutural, e aponta o caminho correto: arrependimento. A crise de alguns segmentos de nossas denominações, e de outros órgãos evangélicos, não deve ser camuflada nem varrida para baixo do tapete. Se há pecado, se há desvios de recursos, se há desonestidade, ou simplesmente incompetência, isso deve ser tratado como tal. Também, o “profeta” não se conforma com o pecado estrutural. Os profetas do Antigo Testamento não denunciavam apenas os pecados da Assíria, Egito e Babilônia, mas também os do povo de Deus; não só de pessoas, mas da instituição. Assim deve ser o “profeta” neotestamentário.

Ø  É um consolador. O “profeta” não é apenas anunciador de catástrofes, como alguns presumem, mas é o arauto de um novo tempo, é pregoeiro do amor e da misericórdia de Deus; mostra o que Deus pode fazer na vida das pessoas. Ao mesmo tempo em que anuncia o juízo e chama ao arrependimento, traz a mensagem de Isaías 40.1: “Consolai, consolai o meu povo”.

3. O objetivo do Dom Ministerial de Profeta

Conforme Efésios 4:16, o objetivo da função profética do Novo Testamento é o aperfeiçoamento da Igreja, com vistas à sua maturidade espiritual, pois como um organismo vivo, a Igreja deve desenvolver-se para a edificação em amor. Se à pessoa, que desempenha a função profética, não for permitido trazer a mensagem de repreensão e de advertências denunciando o pecado e a iniquidade (João 16:8-11), então a Igreja já não será o lugar onde se possa ouvir a voz do Espírito Santo. Desta feita, a Igreja caminhará para decadência, desviando-se para o mundanismo e o liberalimo quanto aos ensinos das Escrituras Sagradas (1Co.14:3; cf. Mt.23:31-38; Lc.11:49; Atos 7:1,52). Precisamos ter cuidado para que a política eclesiástica e a direção humana não tomem o lugar do Espírito Santo (2Tm.3:1-9; 4:3-5; 2Pd.2:1-3,12-22).

III. DISCERNINDO O VERDADEIRO PROFETA DO FALSO

A Palavra de Deus adverte-nos de que haverá entre nós, na própria Igreja Local, falsos profetas (2Pd.2:1-3; Leia também Atos 20:30; 1Tm.4:1; 1João 4:1). Apesar da aparência de piedade, não passam de agentes de Satanás. Sua missão principal é corromper a fé dos salvos e destruir a unidade da Igreja (Mt.7:15-23). Como identificá-los? Como saber se estão em nosso meio?

1. Observar as características contrastantes: simplicidade x arrogância

A simplicidade é uma das características marcantes na vida do homem de Deus, que desempenha a função profética. Um homem de Deus, jamais é arrogante. A Bíblia diz que Deus resiste aos soberbos (Tg.4:6). A arrogância do homem, que o levam a se achar poderoso e a querer a glória para si, ao invés de reconhecer a onipotência de Deus e a glória que só a Ele é devida, tem sido a principal causa de derrota e fracasso na vida de muitos. A soberba transformou um anjo de luz em demônio.

O Rev. Hernandes Dias Lopes diz que a arrogância é a porta de entrada do fracasso e a sala de espera da ruína. Nabucodonosor foi retirado do trono e colocado no meio dos animais por causa da sua arrogância (cf. Dn.4:30-37). O rei Herodes Antipas I morreu comido de vermes porque ensoberbeceu seu coração em vez de dar glória a Deus (Atos 12:21-23). O rei Saul, primeiro rei de Israel, perdeu o trono por causa de sua perseverante arrogância. O reino de Deus pertence aos humildes de espírito, e não aos orgulhosos de coração.

A arrogância, infelizmente, também tem grassado Igrejas Locais. A Bíblia registra um exemplo: a Igreja de Laodicéia. Essa Igreja, a começar do seu líder, enchia o peito e dizia para todos, com evidente e louca arrogância: “rico sou e de nada tenho falta” (Ap.3:17). Ora, é nesta tola manifestação de arrogância que se verifica a fraqueza espiritual. Ao dizer que não precisava de coisa alguma, aqueles crentes mostravam o seu estado de “mornidão espiritual”, pois só temos força espiritual quando reconhecemos a nossa insignificância, a nossa pequenez, o nosso nada diante de Deus.

A autoglorificação é desprezível. A Igreja de Laodicéia exaltou-se dando nota máxima a si mesma em todas as áreas. Mas, Cristo a reprovou em todos os itens. A Bíblia diz: ”Louve-te o estranho, e não a tua boca; o estrangeiro, e não os teus lábios” (Pv.27:2). Deus abomina o louvor próprio. Jesus explicou essa verdade na parábola do fariseu e do publicano; aquele que se exaltou foi humilhado, mas o que se humilhou, desceu para sua casa justificado.

Muitos pastores, líderes e pregadores gostam do termo “profeta”, e gostam mais ainda de usá-lo para si, para terem o direito de falarem o que querem, arrogando-se a famosa “voz profética”. Via de regra, quando alguém alega ter “voz profética”, é bom ficar em espírito de oração, pois certamente virá impropérios contra pessoas. É uma postura arrogante de quem emite conceitos sobre a vida alheia com muita facilidade, e não raro, descuidando da sua vida pessoal. Escrito está: “Em vindo a soberba, sobrevêm a desonra, mas com os humildes está a sabedoria” PV.11:2).

2. Pelos Frutos os conhecereis

Jesus advertiu aos discípulos a respeito dos falsos profetas da seguinte forma:

“Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores. Por seus frutos os conhecereis. Porventura, colhem-se uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos? Assim, toda árvore boa produz bons frutos, e toda árvore má produz frutos maus. Não pode a árvore boa dar maus frutos, nem a árvore má dar frutos bons. Toda árvore que não dá bom fruto corta-se e lança-se no fogo. Portanto, pelos seus frutos os conhecereis” (Mt.7:15-20).

Jesus foi contundente ao afirmar que são pelos frutos que se conhece o verdadeiro e o falso profeta. Portanto, não nos preocupemos com os sinais, prodígios e maravilhas que alguém venha a fazer. Isto não prova que essa pessoa é um homem ou mulher de Deus. Judas fez sinais e maravilhas, porém era um falso apóstolo (cf. Mc.6:7,13). Devemos atentar, sim, com a presença do caráter cristão na sua vida. Também não nos preocupemos com a vestimenta que alguém está usando, mas com a presença do caráter cristão na sua vida. O caráter é o conjunto de qualidades boas ou más de um indivíduo, que determina a sua conduta em relação a Deus, a si mesmo e ao próximo. Essas especificidades são responsáveis pela maneira como uma pessoa age, regulando suas escolhas e decisões (Pv.16:2,9; 20:6,11).

Portanto, o caráter de uma pessoa não apenas define quem ela é, mas também descreve seu estado moral e a distingue das demais de seu grupo (Pv.11:17; 12:2;14:14:20:27); é o traço distintivo de uma pessoa; é a sua marca – “O homem benigno faz bem à sua própria alma, mas o cruel perturba a sua própria carne” (Pv.11:17).

O apóstolo Paulo denomina o caráter do autêntico cristão de “Fruto do Espírito” (Gl.5:22). Portanto, não devemos diferençar o verdadeiro profeta do falso pela "performance" ou pelo "espetáculo", pela fama, mas pelos frutos que eles produzem.

3. Ainda sobre o falso profeta

Vivemos tempos difíceis, o povo de Deus está famélico da mensagem profética autêntica. Infelizmente, muitos falsos profetas têm se levantado nestes últimos dias enganando o povo com mensagens falsas e antibíblicas, plenamente nocivas ao crescimento espiritual da Igreja do Senhor, e que tem enganado muitos crentes incautos à apostasia, desviando-as do foco principal: a Salvação e a maturidade espiritual. A Igreja precisa aprender a julgar as profecias e discernir os espíritos. A profecia precisa ser confrontada com a Palavra de Deus, já que o nosso Deus nunca se contradiz, e foi Ele, através do seu Espírito, quem a inspirou. Paulo orienta os crentes a serem ouvintes criteriosos. Ele diz: “[...] e os outros julguem” (1Co.14:2). O que é julgar? Porventura significa que você deve ir ao Templo com um espírito crítico? Não! Devemos fazer a seguinte avaliação:

a) A mensagem é de Deus? Você precisa questionar se a mensagem está sendo um instrumento para a glorificação de Deus ou para a exaltação do pregador. Se Deus não está sendo glorificado, então, essa profecia não é verdadeira. O apóstolo Pedro ordena: “Cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus. Se alguém falar, fale segundo as palavras de Deus; se alguém administrar, administre segundo o poder que Deus dá, para que em tudo Deus seja glorificado por Jesus Cristo, a quem pertence a glória e o poder para todo o sempre. Amém” (1Pe 4:10,11). 

b) A mensagem está de acordo com as Escrituras? O apóstolo Pedro escreveu: “Se alguém fala, fale de acordo com os oráculos de Deus” (1Pd.4:11). Nós não podemos ser ouvintes sem discernimento espiritual. Paulo elogiou a Igreja de Beréia, que examinava as Escrituras para ver se o que ele estava falando era de fato a verdade (Atos 17:11). Cabe aos membros da Igreja ouvir o pregador com a Bíblia aberta, examinando as Escrituras para saber se de fato o pregador está ensinando de acordo com a Palavra de Deus.

c) A mensagem pregada edifica a Igreja? (1Co.14:3,4,5,12,17,26). A profecia tem como finalidade a edificação da Igreja. O apóstolo Paulo é claro quanto a isso: “Mas o que profetiza fala aos homens, edificando, exortando e consolando” (1Co.14:3). Quando alguém fala uma mensagem sobre sua vida dizendo que é profecia, mas o deixa cheio de condenação ou medo, esta mensagem não vem de Deus.

d) A profecia produz frutos, e concorda em conduta e caráter? Uma pessoa que se diz profeta e não pagar suas contas é um falso profeta. Uma pessoa que se diz profeta e vive em imoralidade sexual ou irresponsabilidade financeira está em engano profundo, e é um falso profeta. A profecia deve concordar com a conduta e o caráter. Jesus afirmou que os falsos profetas vêm como lobos em pele de cordeiro (Mt.7:15,16) - parecem boas pessoas; até agem como cordeiros, mas seus propósitos são devorar e enganar a Igreja de Cristo.

Portanto, chequemos o caráter daqueles que estão em evidência e são capazes de influenciar a vida espiritual de um indivíduo ou de uma coletividade. Devemos aferir suas atitudes com base na Palavra de Deus. A primeira coisa que um falso profeta ou qualquer pessoa que está em engano nos dirá é: “não me julgue!”. Você não está julgando, está simplesmente checando seus frutos. Estamos nos últimos dias da Igreja do Senhor nesta Terra, não devemos, pois, vacilarmos no final da nossa jornada de fé rumo à Terra Prometida (Fp.3:20). Amém?

CONCLUSÃO

Vimos nesta Aula que o Ministério de Profeta, juntamente com o de Apóstolo, era um dos pilares na liderança da Igreja do primeiro século (Ef.2:20). Como disse anteriormente, hoje em dia não temos mais profeta no sentido técnico da palavra, esse ministério acabou quando a fundação da Igreja foi concluída e o cânon do Novo Testamento se completou. Contudo, a função profética por meio da proclamação da Palavra para a edificação da Igreja (cf. At 13:1,2) e evangelização dos incrédulos, continua presente nos dias de hoje.

O “profeta” neotestamentário não tem a missão de ungir líderes ou seu sucessor, mas tem a imperativa responsabilidade de transmitir a mensagem de Deus, nos momentos necessários, no tempo certo, para pessoas não cristãs ou para a comunidade cristã. Essa mensagem é de grande valia, para denunciar as ameaças ou existência de pecados que comprometem a integridade espiritual do Corpo de Cristo.

A missão profética da Igreja está implícita na Grande Comissão que lhe foi outorgada por Cristo. Vários textos dos Evangelhos e dos Atos dos Apóstolos falam da abrangência ilimitada da missão profética da Igreja (Mt.28:18-20; Mc.16:15-20; Lc.24:46,47; Atos 1:8). Essa missão profética de pregar o evangelho tem seu alicerce na autoridade de Jesus. É função da Igreja proclamar a todos que se arrependam, para que sejam perdoados os seus pecados (Mc.1:14), e possam ingressar no Reino de Deus. 

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Fonte:


Luciano de Paula Lourenço