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segunda-feira, 4 de novembro de 2013

6ª Lição do 4º trimestre de 2013: O EXEMPLO PESSOAL NA EDUCAÇÃO DOS FILHOS


Texto Básico: Provérbios 4:1-9

“O justo anda na sua sinceridade; bem-aventurados serão os seus filhos depois dele” (Pv 20:7).

INTRODUÇÃO

Os pais são os líderes do lar de acordo com a Palavra de Deus. Como líderes, devem ser exemplos para os filhos. O exemplo vale mais do que o discurso. Mas muitos são apenas genitores; geram e deixam os filhos crescerem, dão alimento, roupa, calçado, as melhores escolas (quando podem), dão dinheiro e condições para sua independência. Mas, para a maioria, falta dar aos filhos o principal: amor, atenção, presença na sua formação, no seu desenvolvimento.




I. A IMPORTÂNCIA DOS LIMITES

1. Satisfazendo necessidades, não vontades. Uma das bases essenciais à educação é a construção de limites. Mas o que são esses “limites”? São regras ou normas de comportamento que devem ser passadas aos mais jovens, essencialmente aos filhos em formação, que ainda estão sob a tutela dos pais. Quando não existem limites, o jovem ou a criança dependente vai crescer com uma deformação na percepção do outro, visto que para ela, só importa o seu querer, o seu bem-estar e o seu prazer; certamente, isso trará consequências diretas na formação do seu caráter, para o seu crescimento e a sua vida adulta.

Entendemos que impor limites significa disciplinar o dependente(criança, adolescente ou jovem), sem suscitar estresse, traumas, em ambos os lados. Através da disciplina no lar, o filho aprende a estabelecer os limites da sua liberdade. O sábio adverte: “Educa a criança no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer não se desviará dele”(Pv.22.6). O livro de Provérbios é rico em ensinos sobre a disciplina, seus objetivos e resultados na formação da personalidade e do caráter dos filhos. Diz a Bíblia: "Não retires a disciplina da criança...”(Pv 23:13).

De  acordo com a Bíblia, a disciplina não visa impor um regime de medo ou terror nos filhos, de modo algum. A disciplina, quando bem aplicada, com amor e sabedoria, produz efeitos saudáveis na formação espiritual, emocional e social dos filhos – “A vara e a repreensão dão sabedoria, mas o rapaz entregue a si mesmo envergonha a sua mãe” (Pv 29:15). Se envergonha a mãe, certamente também envergonha o pai. Mas o resultado esperado de uma boa disciplina é dar sabedoria ao filho em formação. O sábio se refere à "vara", que pode ser utilizada como meio de dissuasão ou inibição contra atos de rebeldia. Evidentemente que essa palavra "vara" pode ser entendida de maneira radical, literal, ou conotativa.

Outro texto mostra que a disciplina produz descanso aos pais e alegria para os mesmos – “Castiga o teu filho, e te fará descansar e dará delícias à tua alma” (Pv 29:17). Entendemos quecastigar a criança desobediente, rebelde, que não aceita os limites definidos por seus pais, pode (e deve) sofrer algum tipo de reprimenda, que pode ser desde uma repreensão verbal severa, uma ordem incisiva para corrigir o malfeito, ou um castigo com a privação de algumdireito que a criança, ou o adolescente possa ter.

Se uma criança, que já entende o que é certo e o que é errado, insiste em praticar o errado, causando prejuízo a si, à sua família ou à sociedade, precisa ser corrigida. Os pais podem privá-la de um passeio de bicicleta; de ir à casa de um colega para brincar; podem cortar a mesada da semana; podem proibir que assista televisão, ou acesse à internet ou ao videogame, durante alguns dias; não levá-la ao parque de diversão, etc. Tudo isso pode ser entendido como "vara" da correção.

Em alguns casos, o uso da "vara" pode ser uma palmada numa criança de poucos anos para que ela entenda que a desobediência tem um preço a pagar; para que ela entenda que quem governa a casa são seus pais, e não ela própria; para que ela aprenda, por um meio doloroso, que a desobediência não compensa; quando se trata de pré-adolescentes ou adolescentes, os pais não devem usar castigos físicos, como palmadas, chineladas, ou coisas semelhantes. A privação de passeios e de outros direitos tem mais efeito. Se forem jovens, a partir dos 18 anos, somente o diálogo com firmeza e a repreensão firme com autoridade podem ter resultados benéficos.

2. Presença versus Agressão. O diálogo é mais valioso do que a aplicação da medida corretiva. Explicar por que determinada atitude foi inadequada faz a criança entender o que é certo ou errado. Dependendo da idade, a criança que recebe uma palmada pode não relacionar o castigo físico com o que fez de errado. Mostrar à criança por que determinada atitude não foi boa, colocando-se no lugar da pessoa prejudicada, é a melhor solução.

Disciplinar, adequadamente, de acordo com a idade do filho, é um ato de amor. Provérbios 13:24 ensina que pais lenientes, que não disciplinam seus filhos, na verdade não os amam – “O que retém a sua vara aborrece a seu filho, mas o que o ama, a seu tempo, o castiga”. Portanto, o que ama seus filhos os impõe limites acerca dos valores morais e espirituais, os disciplina "a seu tempo", ou seja, de acordo com a faixa etária e a idade mental deles.

II. ENSINANDO ATRAVÉS DO EXEMPLO(VALORES)

Vivemos em uma sociedade permissiva e hedonista, desestruturada, que está experimentando uma grave crise de valores. As mudanças dos últimos anos foram muito rápidas, fazendo-nos perder uma imensidade de valores. E nos encontramos despreparados para educar uma nova geração (muitas vezes rebelde). A família recebe ataques de todas as partes. E que a sociedade não sabe dar respostas às necessidades da família, no tocante ao problema juvenil. E um exemplo muito evidente está no nosso Brasil. O sistema educacional é fraco. A educação religiosa nem se fala. A família perdeu a ponta da meada. Os filhos ficaram desorientados. Penso que, todos juntos, precisamos refletir e analisar e muito batalhar, para o desabrochar de uma nova cultura, para uma sociedade menos violenta, menos egoísta e mais honesta. Precisamos ter respaldo, fundamento, para ensinar através do exemplo(valores), o fundamento é Jesus Cristo(1Co 3:11).

1. Ética na família cristã. Nenhuma outra instituição social é mais influente na formação do caráter, na educação, na disseminação de valores éticos, morais e espirituais do que a família. Infelizmente, os pais cristãos estão negligenciando a sua importância na formação desses valores, querendo transferir para a escola (e para a igreja) tais papéis.

O que é ética? É a teoria ou ciência do comportamento moral dos homens em sociedadeO que é moral? É um conjunto de normas e regras destinadas a regular as relações dos indivíduos numa comunidade social. No livro de Provérbios, podemos encontrar normas éticas que regem a vida cristã, tais como: preceitos, admoestações e lições morais.

Salvo raras exceções, os filhos são um retrato dos pais. A atitude deles é a exteriorização dos ensinos que lhes são oferecidos em seus lares. Já às portas de entrar na Terra Prometida, Deus, por intermédio de Moisés, instrui as famílias quanto à educação dos filhos. Se os israelitas quisessem uma vida feliz e próspera, não poderiam descuidar da educação de suas crianças (Dt 6:3). Em Deuteronômio 6:7, diz: ‘e as intimarás a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te, e levantando-te’. Fica claro que o ensino deveria ser através do exemplo. Os filhos deveriam ver e conhecer a Deus por intermédio das atitudes dos pais; é o que chamamos de ‘aprendizagem pelo exemplo’. O discurso dos pais deve ser coerente com as suas ações, pois eles, pais, são exemplos. Não adiante ensinar algo e fazer o contrário. Nossas palavras e ações têm o poder de influenciar as pessoas para o bem ou para o mal. (1)

Os filhos veem em seus pais os seus maiores exemplos para a vida. Eles sentem-se felizes e seguros, quando veem seus pais em atitude de respeito e amor. Isso é fundamental para sua formação espiritual, moral e afetiva. Porém, quando uma criança, um adolescente ou um jovem sabe que seu pai trai sua mãe, ou vice-versa, eles sentem o impacto emocional. Um menino, em prantos, perguntou ao seu pai: "Pai, por que o senhor faz isso com a mamãe? Por que o senhor tem outra mulher?". Não adiantam explicações. Instala-se a tristeza, a insegurança e muitas vezes a revolta no coração dos filhos. Conta-se que uma senhora que se dizia crente traiu seu esposo com um estranho, com quem se envolveu num encontro casual, num transporte coletivo. Ao saber do fato, o marido não suportou, deixou a esposa, apesar de ela demonstrar arrependimento. Os filhos tomaram ciência da situação. Pediram aos pais que se unissem pois precisavam deles. Não adiantou. A separação foi concretizada. Os filhos passaram a ter problemas na escola. As notas caíram. O rendimento escolar decaiu. Problemas psicológicos afetaram o mais novo, requerendo tratamento médico. A menina, na adolescência, envolveu-se com más companhias na escola, e passou a fazer uso de drogas. A mãe foi a causadora de toda essa tragédia. O pai não soube perdoar. E o lar foi destruído. Mais uma vitória do Diabo. Mais uma derrota para uma família cristã.(2)

2. Integridade, a marca do cristão. Integridade procede do verbo integrar, que significa tornar unido para formar um todo completo ou perfeito. As Escrituras nos ensinam que o espírito, a mente e o corpo todos vêm da mão de Deus e, portanto, devem estar unidos, funcionando juntos, como um todo. Os nossos atos devem ser coerentes com os nossos pensamentos. Precisamos ser a mesma pessoa, pública e privadamente. Um homem justo prova sua integridade não com palavras, mas com a vida. O mundo está cheio de palavras vazias e vazio de exemplos dignos de imitação.

Deus deseja que sejamos íntegros em todos os aspectos. Nas finanças, no casamento, no trabalho e nos estudos nossa integridade não apenas agrada a Deus, mas demonstra para os ímpios a diferença que Cristo faz em nossas vidas. Ser íntegro é ter padrões bem definidos de certo e errado à Luz da Palavra de Deus.

Muitos pais deixam polpudas riquezas materiais para os filhos, mas também legam um caráter disforme, uma personalidade doentia, um nome sujo e uma reputação duvidosa. A maior herança que um pai pode deixar aos seus filhos é sua integridade. Os filhos devem ter orgulho dos pais não tanto pelo patrimônio material que granjearam, mas pelo caráter impoluto que tiveram; não tanto pelos bens que acumularam, mas pelo nome honrado que ostentaram. A honra não se compra no mercado. Não se adquire caráter com ouro. Ninguém edifica uma família feliz com riquezas materiais se essas riquezas tiverem sido mal adquiridas. O dinheiro acumulado sem honestidade é maldição, e não benção. Traz tormento, e não felicidade. É causa de vergonha para os filhos, e não de contentamento. É motivo de opróbrio na terra, e não de alegria no Céu. Nenhum sucesso financeiro compensa o fracasso da honra. Nenhuma herança é mais importante para os filhos do que a dignidade dos pais. É melhor ser um pai pobre e íntegro do que ser um pai rico e desonesto.(3) Diz o sábio: “O justo anda na sua sinceridade; bem-aventurados serão os seus filhos depois dele” (Pv 20:7).

III. EDUCAÇÃO INTEGRAL


De que maneira a família cristã pode cumprir na atualidade o seu importante e fundamental papel na educação integral de seus filhos? Mantendo, aplicando e ensinando no contexto familiar os princípios e orientações bíblicas quanto aos valores éticos, morais e espirituais judaico-cristãos.Muitos pais se preocupam apenas com a provisão, com o sustento da família. Isso é louvável. Todavia, os pais precisam entender que educar filhos não é somente provê-los com bens materiais, é, sim, ensinar os caminhos em que devem andar (Pv 22:6); é ensinar a respeitar o próximo; é também estar inteirado do nível de relacionamento social diário do seu filho. Vivemos dias muito difíceis. Nossos filhos estão inseridos em uma sociedade onde faltam valores morais e éticos. Nas escolas eles vão estar em contato com filosofias ateístas e mundanas, contrárias e nocivas à fé cristã. Por isso, mas do que nunca, os pais devem estar atentos ao que seus filhos ouvem, veem e praticam. Portanto, não podemos negligenciar a educação de nossas crianças e jovens. Foi Deus quem confiou aos pais a sublime tarefa de educar (Dt 6:1-9).

No Livro de Provérbios encontramos vários textos os quais nos ensinam que a sabedoria não é inata, mas é algo a ser construído e transmitido pelos pais. Cabe aos pais testemunharem aos filhos os feitos do Senhor (Sl 78:5). Em Israel, a história era passada de pai para filho; o propósito disso era que as gerações futuras pudessem conhecer o Senhor mediante seus feitos e não se tornassem rebeldes, mas obedientes; que as gerações futuras não cometessem os erros dos seus descendentes no passado (Sl 78:8). Educação é vida!

Os pais são representantes de Deus no lar. É nos deveres dos pais que se configura a grande responsabilidade dos lideres da família.

1. O dever de orientar os filhos no caminho do Senhor. Tomemos como base o trecho de Deuteronômio 11:18-21. Através dessa passagem, vejamos como o Senhor Deus, o instruidor da família, determina a maneira pela qual os pais devem ensinar a sua Palavra aos filhos:

- Ensinando-lhes a guardar a Palavra no coração e na alma - “Ponde estas minhas palavras no vosso coração e na vossa alma(Dt.11:18). Não é decorar. É, antes de tudo, ter a Palavra bem arraigada no íntimo do ser, para poder ensiná-la aos filhos. O coração é o órgão em que se refletem as emoções, os sentimentos. A alma é a sede, o centro da personalidade, do ser. Assim, a Palavra de Deus deve encontrar lugar central e importante na vida dos pais. Deve fazer parte do seu viver, pois “do coração, procedem as saídas da vida”(Pv 4:23).

- Ensinando-lhes a ter a Palavra de Deus na mão - “Ponde as minhas palavras... na vossa mão”. Deus quer que os pais pratiquem com as mãos o que a Palavra manda. As mãos falam de ação, de fazer coisas, de agir. Deus quer que os pais usem a Palavra no seu lar, para poderem construir uma família bem edificada. Se o amor é a argamassa, a Palavra de Deus é o cimento que a faz consistente.                

- Ensinando-lhes a ver as coisas através da Palavra - “... para que esteja por testeiras entre os vossos olhos”(Dt. 11:18). A “testeira” era parte da indumentária que caía sobre a testa, entre os olhos. Ficava junto dos olhos. Segundo a vontade de Deus, os pais deveriam olhar a vida, a casa, o lar, o trabalho, os filhos, tudo, enfim, sob o prisma da Palavra. Ela deve estar junto dos olhos. Isso quer dizer que os pais devem observar as coisas conforme a Palavra de Deus.

- Ensinando-lhes a Palavra “andando pelo caminho” – “Ensinai-os... andando pelo caminho”(Dt 11:19). Isto nos fala que o ensino não deve ficar restrito ao ambiente interno do lar, que deve acompanhar os filhos “pelo caminho”, ou seja, fora de casa.

- Ensinando-lhes a orar - A oração é um recurso que deve ser desenvolvido no ambiente do lar, desde cedo, quando ainda os filhos são pequenos. Os pais devem mostrar-lhes que a oração traz bênçãos para eles e para o lar.

2. O dever de aplicar-lhes disciplina.  Disciplinar significa literalmente “tornar discípulos”. Deste modo, toda autêntica autoridade para disciplinar os filhos, procede de Deus. Os propósitos da disciplina são: desenvolver o senso de respeito à autoridade; estabelecer a prática da obediência; formar bons hábitos; corrigir maus hábitos; estabelecer limites; satisfazer necessidade, não vontade.

Disciplinar os filhos não é puni-los impiedosamente; é corrigi-los, e isso implica amor. A disciplina possui dois aspectos:

- instrução – ensino que tem o alvo de instruir, moldar, fortalecer e aperfeiçoar.

- correção – castigar com amor e com propósito. Ao praticar a correção, os pais deverão usar o bom-senso, serem moderados, disciplinando por amor e com amor, e não com ira - “Porque o Senhor corrige o que ama, e açoita a qualquer que recebe por filho. Se suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque que filho há a quem o pai não corrija?”(Hb 12:6,7). “E, na verdade, toda a correção, ao presente, não parece ser de gozo, senão de tristeza, mas depois produz um fruto pacífico de justiça nos exercitados por ela”(Hb 12:11). A correção deve ser aplicada no exato momento da falta, e não aguardar a hora em que o pai, ou conforme o caso, a mãe, chegue a casa.

Através da disciplina no lar, o filho aprende a estabelecer os limites da sua liberdade - “Educa a criança no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer não se desviará dele”(Pv.22.6). “A vara e a repreensão dão sabedoria, mas a criança entregue a si mesma, envergonha a sua mãe”(Pv. 29.15). “Castiga o teu filho, e te dará descanso; e dará delícias à tua alma.”(Pv.29:17).

CONCLUSÃO

A sociedade atual convive com a falsidade, a mentira, as informações distorcidas e com a imoralidade. Não podemos consentir que essa cultura mundana pós-moderna inocule, em nossos filhos, o veneno de um ensino permissivo e contrário aos valores da Palavra de Deus. Nós como Igreja devemos exibir o caráter de Deus em nossas relações internas e externas. Como pregaremos a Verdade, se ela não puder ser percebida em nossas relações? Nossa sociedade carece de uma igreja autêntica, verdadeira e fidedigna. Amém?

Fonte: ebdweb

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

5ª Lição do 4º trimestre de 2013: O CUIDADO COM AQUILO QUE FALAMOS


Texto Básico: Provérbios 6:16-19; 15:1,2,23; 16:21,24

“Favo de mel são as palavras suaves: doces para a alma e saúde para os ossos” (Pv 16:24)

INTRODUÇÃO

Das sete atitudes que Deus abomina, registradas em Provérbios 6:16-19, três têm a ver com o mau uso das palavras; talvez por isso o livro de Provérbios dê tanto destaque a este tema. É válido atentar para a advertência de Tiago 1:19: “Sabeis isto, meus amados irmãos; mas todo o homem seja pronto para ouvir, tardio para falar” (Tg 1:19). Quanto menos falar, menos risco em tropeçar. Alerta o sábio: “No muito falar não falta transgressão, mas o que modera os lábios é prudente” (Pv 10:19). Mas, é bom enfatizar que falar pouco não significa se omitir. Precisamos falar o necessário, na hora certa e de forma eficaz, sem “jogar conversa fora”.

I.  O PODER DAS PALAVRAS


Quero alertar os professores, alunos e os demais leitores deste blog que o “poder das palavras” referido aqui nada tem a ver com o que a falaciosa teologia da “confissão positiva” diz sobre isso.A Confissão Positiva é uma heresia indissociável da falaciosa Teologia da Prosperidade, as duas andam juntas, isto porque o “poder das palavras”, aquilo que eu confesso com a minha boca é a base para recebermos os demais benefícios pregados pelos adeptos deste movimento: riqueza, saúde plena e ausência de sofrimento. O seu ensino herético resume-se na máxima já bastante conhecida no meio evangélico: “Há poder em suas palavras!”. O ensino consiste em dar um significado mágico as nossas palavras, de forma que, se eu digo (confesso) a coisa certa, tudo dará certo, porém, se eu digo algo negativo, isto me trará problemas. Portanto, os adeptos chegam a praticar um novo modelo de oração, onde não se pede, “determina-se”,“decreta-se”,“toma-se posse”, e condena-se a atitude de perseverar em oração por algo, como sendo falta de fé. Segundo os pregadores deste movimento, uma verdadeira atitude de fé está no ato de “decretar” e “crer” que aquilo acontecerá; segundo este movimento, isto é que é fé, a fé do tipo que Deus teve ao criar o mundo, quando ele disse “Haja!”; e o que ele disse (confissão positiva) aconteceu.

Isso é ridículo e abominável! A Bíblia não atribui nenhum poder “mágico” às nossas palavras. O poder pertence a Deus e não as nossas palavras (Sl 62:11). Isto vai totalmente de encontro ao que Jesus ensinou (Mt 6:10; 26:39,42) e os apóstolos também (At 18:21; 1Co 4:19; 16.7; Hb 6:3; Tg 4:13-16). Decretar ou determinar são prerrogativas de quem tem autoridade, de quem detém o poder (2Sm 15:15; Ed 6:13; Et 1.20; Ec 8:3,4). Na oração, nós somos os súditos e o rei é Jesus, o único que pode decretar alguma coisa (Sl 62:11; Mt 28:18). Este ensino do “poder das palavras” deriva-se de uma outra heresia do movimento, que é o ensino de que o homem é um semideus. O modelo de oração ensinado na Bíblia não decreta nem determina, antes, se submete humildemente à vontade soberana de Deus. Diz o apóstolo João: “E esta é a confiança que temos nele: que, se pedirmos alguma coisa, segundo a sua vontade, ele nos ouve” (1João 5:14).

1. Palavras que matam. “A morte e a vida estão no poder da língua” (Pv 18:21). Ninguém ignore o os efeitos das palavras. Elas nos animam ou nos deixam arrasados. Elas nos levam ao arrependimento ou ao pecado. Elas nos fazem aceitar o que é certo ou nos levam a admitir o que é errado. Tiago 3:6 diz que a língua “é um fogo”. As nossas palavras podem incendiar a nossa vida, destruir tudo o que construímos ao longo de nossa existência. Quantos ideais de vida e projetos não tem sido destruído por causa de palavras mal ditas! Quantos casamentos já não se acabaram por causa de palavras ofensivas! Quantos já nãos se desviaram e abandonaram a igreja por causa de palavras ditas precipitadamente por aqueles que deveriam amparar! O perdão é o remédio eficaz para palavras venenosas, que ferem e que matam.

2. Palavras que vivificam. “... a língua dos sábios é saúde” (Pv 12:18). A língua do sábio é medicina para os doentes, bálsamo para os aflitos, tônico para os cansados e fonte de vida para os que jazem prostrados. A língua dos sábios é o veículo que transporta a verdade e o canal que conduz a esperança. O sábio é aquele que fala a verdade em amor. Da boca do sábio não saem palavras torpes, apenas palavras para a edificação, conforme a necessidade, transmitindo graça aos que ouvem. Nossa língua transporta vida ou é instrumento de morte? Pense cada um consigo mesmo. (1)

II. CUIDADOS COM A LINGUA


1. Evitando a tagarelice (Pv 12:18). “Tagarelice é como pontas de espada”. Tagarelice é falar pelos cotovelos. É falar ao vento. É falar sem pesar nas consequências de sua fala. É ser irresponsável com a mordomia da comunicação. A língua do tagarela fere como pontas de espada. Destrói como veneno e devasta como fogo. A língua do tagarela transporta a morte, e não a vida, pois semeia inimizade entre os irmãos e provoca contendas entre as pessoas. A língua do tagarela é como um cavalo selvagem desenfreado e como um navio em alto-mar desgovernado. Ambos são agentes de morte, e não de vida. (2)

Deus advertiu ao povo de Israel: “Não andarás como mexeriqueiro entre o teu povo”(Lv 19:16). Ele também advertiu algumas tagarelas que se infiltraram na igreja de Éfeso: “Além do mais, aprendem também a viver ociosas andando de casa em casa; e não somente ociosas, mas ainda tagarelas e intrigantes, falando o que não devem” (1Tm 5:13). No Salmo 101:5, Deus diz: “Aquele que difama o seu próximo às escondidas, eu o destruirei”. Deus é de opinião que pessoas tagarelas não O reconhecem estando entregues aos seus pensamentos corrompidos. Ele equipara as pessoas difamadoras com aqueles que não merecem confiança.

Além disso, as fofocas não precisam ser obrigatoriamente mentirosas. Muitos pensam: “O assunto é verdade, por isso posso contá-lo a todos”. Mas isto não está certo! Dizer a verdade com falsos motivos pode ter efeito ainda mais funesto do que falar inverdade. (4)

2. Evitando a maledicência (Pv 6:16-19). “Estas seis coisas aborrece o SENHOR, e a sétima a sua alma abomina: olhos altivos, e língua mentirosa, e mãos que derramam sangue inocente, e coração que maquina pensamentos viciosos, e pés que se apressam a correr para o mal, e testemunha falsa que profere mentiras, e o que semeia contendas entre irmãos”.

“contenda entre os irmãos” significa maledicência. Muitas contendas entre os crentes são idealizadas por Satanás. Ele é o maior semeador de contendas entre os irmãos, mas o que ele faz na maioria das vezes é "aproveitar a nossa lenha para fazer sua fogueira". O seu maior desejo é ver o povo de Deus lutando consigo mesmo, quando deveríamos, juntos, lutar contra as forças das trevas.

III. O BOM USO DA LINGUA


1. Quando a língua edifica o próximo. Palavras agradáveis e adequadas, no momento certo, proporcionam edificação espiritual e moral no próximo. Diz o sábio: “Palavras agradáveis são como favo de mel: doces para a alma e medicina para o corpo” (Pv 16:24). Como servos de Deus, somos desafiados a usar nossas palavras como um meio para ajudar o nosso próximo, através de exortações e bons conselhos. O aconselhamento é um grande serviço que a igreja deve prestar em seu seio. A Igreja tem de se preocupar com a conduta dos homens que a integram e dos que vivem ao seu redor. Não se trata de impor atitudes aos outros, nem tampouco de conquistar o poder de fazer com que os outros ajam desta ou daquela maneira. Muito pelo contrário, trata-se de uma manifestação do amor divino que está no coração de cada membro em particular do corpo de Cristo. Trata-se de sentir compaixão pelos seres humanos e, por causa disto, dar opiniões, ensinos ou avisos a eles sobre o que deve ser feito no cotidiano, no viver debaixo do sol. O único e verdadeiro aconselhamento é aquele que é baseado na Verdade, ou seja, na Palavra de Deus. Se aconselhar é dar ou pedir conselhos e o conselho genuíno e autêntico é aquele que tenha, simultaneamente, base racional e espiritual, a Igreja é o único povo, na atual dispensação, que pode, validamente, aconselhar a humanidade, pois só ela tem condições de orientar os homens no caminho em que devem andar. Diz o sábio: “... com os que se aconselham se acha a sabedoria” (Pv 13:10).

2. Nossa língua adorando a Deus. Nossa maneira de falar nos identifica, revelando o nosso verdadeiro eu, pois a boca fala do que o coração está cheio (Mt 12:34). É do coração, ou seja, do intimo do ser humano que procedem os males. Certa vez, Pedro foi identificado como alguém que esteve com Jesus somente pelo seu linguajar (Mt 26:73). Sua fala evidencia que você é um cristão?

Lembre-se que no simples conversar com alguém, podemos estar adorando a Deus, podendo o interlocutor perceber a pureza de nosso coração através das palavras que proferimos. A língua do justo é manancial perene de sabedoria; por meio dela, os homens aprendem os caminhos da vida. Porém, a língua do perverso, que será desarraigada, maquina o mal, e toda a sua instrução produz incredulidade, rebeldia e desastre. Precisamos falar aquilo que glorifica a Deus, edifica as pessoas e promove o bem. “A boca do justo produz sabedoria em abundância, mas a língua da perversidade será desarraigada. Os lábios do justo sabem o que agrada, mas a boca dos ímpios anda cheia de perversidades” (Pv 10:31,32). Guardemos, pois, a nossa língua. Sejamos vigilantes e temperantes no momento de proferir palavras. Lembre-se: Deus procura verdadeiros adoradores, e não somente adoração.

IV. CONSELHOS AO ALUNO E AO MESTRE


1. Fale o que é bom e oportuno. A palavra de Deus é categórica: “Todo homem, pois, seja pronto para ouvir, tardio para falar...” (Tg 1:19). Muito transgride quem fala para depois pensar, fala sem refletir e fala mais do que o necessário.  Diz o sábio:

·       “Na multidão de palavras não falta transgressão, mas o que modera os seus lábios é prudente” (Pv 10:19).

·       “Até o tolo, quando se cala, é tido por sábio” (Pv 17:28).

2. Pense antes de falar. Há um ditado popular que diz: “Em boca fechada não entre mosquito”. Falar sem pensar é consumada tolice. Responder antes de ouvir é estultícia. Proferir palavras torpes e desandar a boca para espalhar impropérios e maldades é perversidade sem tamanho. Esse não pode ser o caminho do justo. Uma pessoa que teme a Deus reflete antes de falar, sabe o que falar e como falar. Sua língua não é fonte de maldades, mas canal de bênção para as pessoas. Diz o sábio:

·       “O coração do justo medita o que há de responder, mas a boca dos ímpios derrama em abundância coisas más” (Pv 15:28).

3. Fale com temperança. Quem sabe conversar com calma demonstra inteligência. Quem ouve e analisa antes de emitir sua opinião, pode falar com mais eficácia. Diz o sábio:

·       “A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira” (Pv 15:1).

Observe uma coisa interessante, o sábio nos mostra aqui que não é a palavra branda que desvia o furor, mas a resposta branda. Isso é mais do que ação, é reação. Mesmo diante de uma ação provocante, a pessoa tem uma reação branda. É como colocar água na fervura e acalmar os ânimos. Em outras palavras, é ter uma reação transcendental. O oposto disso é a palavra dura e deselegante.

·       “... a língua branda quebranta os ossos” (Pv 25:15).

4. A boca do justo é fonte de sabedoriaA boca do justo é uma fonte de vida; a do perverso, uma cova de morte. Quando o justo abre a boca, jorra a sabedoria como água fresca para o sedento; quando o perverso fala, sua língua é fogo que destrói e veneno que aniquila. A sabedoria do justo leva os homens a olharem para a vida com os olhos de Deus, a sentirem com o coração de Deus e a agirem para a glória de Deus. A maldade do perverso, ao contrário, afasta os homens de Deus e os seduz para um caminho de transgressão, cujo paralelo final é a morte.

A língua é como o leme de um navio: pode conduzi-lo em segurança para o seu destino, ou pode direcioná-lo para rochas submersas e provocar um grande naufrágio. Nossa língua deve ser um manancial de sabedoria, e não um instrumento de iniquidade; um bálsamo do céu para os aflitos, e não um chicote de tortura para os abatidos. (3). Diz o sábio:

·       “A boca do justo produz sabedoria em abundância, mas a língua da perversidade será desarraigada. Os lábios do justo sabem o que agrada, mas a boca dos ímpios anda cheia de perversidades” ( Pv 10:31,32).

CONCLUSÃO


Nos dias em que vivemos, em que vigora no mundo um "relativismo ético", em que, cada vez mais, as pessoas estão perdendo a noção de verdades absolutas, em que "tudo é relativo", é preciso lembrarmos que o falar do crente deve ser sim, sim, não, não, e o que sai disto é de procedência maligna(Mt 5:37). Quantos de nós são descuidados com o que falam e quantos acabam falando algo de suas cabeças como se fossem palavras vindas da parte do Senhor! Tais palavras estão todas colocadas diante de Deus e o Senhor requererá de seus pronunciadores uma atitude de arrependimento sem o que poderão até perder a salvação. Equivocam-se os faladores da atualidade que acham que suas palavras não são levadas em conta pelo Reto e Supremo Juiz. Não só nossas ações, mas também nossas palavras são levadas em conta diante de Deus. Tenhamos muito cuidado com o que falamos, pois tudo está sendo anotado perante o Senhor  - “Mas eu vos digo que de toda palavra ociosa que os homens disserem hão de dar conta no Dia do Juízo” (Mt.12:36). Que possamos dizer como Jó: “Nunca os meus lábios falarão injustiça, nem a minha língua pronunciará engano” (Jó 27:4). Que este seja o nosso compromisso de todos os membros da igreja, na presença de Deus!

Fonte: ebdweb



segunda-feira, 21 de outubro de 2013

4ª lição do 4º trimestre de 2013: LIDANDO DE FORMA CORRETA COM O DINHEIRO


Texto Básico: Pv 6:1-5; Pv 30:8,9

 
“Compra a verdade e não a vendas; sim, a sabedoria, e a disciplina, e a prudência“ (Pv 23:23)

 
 
 
INTRODUÇÃO

O dinheiro é o deus mais adorado atualmente. Ele deixou de ser apenas uma moeda para transformar-se num ídolo. Por ele, muitos se casam, divorciam-se, mentem, matam e morrem. Aqueles, entretanto, que pensam que o dinheiro é um fim em si mesmo, que correm atrás dele delirantemente, descobrem frustrados, e tarde demais, que seu brilho é falso, que sua glória se desvanece, que seu prazer é transitório. Aqueles que fazem do dinheiro a razão de sua vida caem em tentação e cilada e atormentam a sua alma com muitos flagelos. Porém, o dinheiro é bom; ele é necessário; é um meio e não um fim; é um instrumento por intermédio do qual podemos fazer o bem. O problema não é ter dinheiro, mas o dinheiro nos ter. O problema não é carregar dinheiro no bolso, mas entesourá-lo no coração. Por isso, devemos de forma correta lidar com o dinheiro.

I.  CUIDADO COM AS FINANÇAS E EMPRÉSTIMOS


1. O fiador. O fiador é aquele que dá garantias de que o devedor irá cumprir sua palavra e pagar suas dívidas; caso contrário, ele mesmo arcará com esse ônus. O fiador empenha sua palavra, sua honra e seus bens, garantindo ao credor que o devedor saldará seus compromissos a tempo e a hora. O fiador fica, assim, obrigado, mediante a lei, a pagar em lugar do devedor caso este não cumpra seu compromisso. Todavia, Provérbios nos aconselha a não assumirmos responsabilidades pelas dívidas de outrem. Se alguém que realmente estiver precisando vier lhe pedir para ser fiador, avalie, antes de assumir, se você terá condições de pagar, caso o devedor principal deixe de fazê-lo. Esta é a única situação legitima de fiança. Se você também não puder pagar, então não se torne fiador.

Muitos tomam esta decisão baseados no temor das pessoas – “ele vai ficar chateado comigo”; “se um dia eu precisar, não poderei contar com ele”, etc. Este é um laço que, se você cair nele, corre o sério risco de ficar sem meios de prover a si e a sua família - “Aquele que fica por fiador do estranho tira a sua roupa e penhora-a por um estranho” (Pv 20:16) -, e até mesmo ficar no olho da rua – “Não estejas entre os que dão as mãos e entre os que ficam por fiadores de dívidas. Se não tens com que pagar, por que tirariam a tua cama de debaixo de ti?” (Pv 22:26,27). Portanto, tenha muito cuidado em tomar essa decisão. Ficar por fiador de um companheiro já não é coisa boa, conforme Provérbios 6:1; e ficar por fiador de um estranho, é pior ainda. Leia Provérbios 11:15; 17:18; 22:26; 27:13.

2. Empréstimo. O rico domina sobre os pobres, e o que toma emprestado é servo do que empresta” (Pv 22:7). A dependência financeira gera escravidão. A dívida é uma espécie de coleira que mantém prisioneiro o endividado. É por isso que os ricos mandam nos pobres, pois detêm o poder econômico. Quem toma emprestado fica refém de quem empresta. No tempo de Neemias, governador de Jerusalém, os ricos que emprestaram dinheiro aos pobres já haviam tomado suas terras, vinhas, casas e até mesmo escravizado seus filhos para quitar uma dívida impagável. O profeta Miqueias denuncia essa mesma forma de opressão, dizendo que em seu tempo muitos ricos estavam comendo a carne dos pobres. Uma pessoa sábia é controlada em seus negócios e não cede à pressão nem à sedução do consumismo. Não se aventura em dívidas que crescem como cogumelo, pois sabe que o que toma empestado é servo do que empresta. (1)

Caro irmão, jamais faça empréstimos para adquirir coisas supérfluas. É preferível manter-se dentro de um padrão mais modesto de vida, somente com as coisas necessárias, do que tornar-se um endividado por causa dos artigos que são dispensáveis. Pense nisso!

II. O CUIDADO COM O LUCRO FÁCIL

1. Evitando a usura e a agiotagem. Segundo o dicionário Aurélio, usura significa lucro excessivo, exorbitante, exagerado. Esse tipo de lucro tornou-se o vetor que norteia os destinos das empresas e pessoas nestes tempos pós-modernos. O TER passou a ser mais importante que o SER. Os resultados valem mais do que as regras. Para alimentar o sistema e fazer essa máquina girar, somos empurrados para uma ciranda louca de consumismo. O comércio guloso, com sua bocarra aberta, gera a cada dia mais insatisfação dentro de nós, convencendo-nos de que a nossa felicidade está diretamente ligada aos produtos. Há aqueles que se capitulam a esse apelo e compram o que não precisam, com um dinheiro que não possuem, para impressionar pessoas que não conhecem.

Muitos indivíduos, seduzidos pela fascinação das riquezas, transigem com seus valores, amordaçam a consciência e se curvam aos apelos do lucro ilícito. A corrupção está incrustada na medula da nossa nação. Ela enfiou seus tentáculos em todos os setores da sociedade. Está presente nos poderes constituídos. Nos corredores do poder, há inúmeras ratazanas esfaimadas escondidas por trás de togas reverentes. Nos palácios e casas legislativas há muitos criminosos que assaltam o erário público, escondidos atrás de títulos pejados de honra. Nossa sociedade está levedada pelo fermento da corrupção. A causa precípua desse desatino moral é o amor ao dinheiro, a raiz de todos os males.

A prosperidade que vem de Deus é bênção; a que vem dos mecanismos da corrupção é maldição. Há indivíduos pobres que são prósperos e há homens ricos que são miseráveis. A verdadeira prosperidade não é tanto o quanto se ajunta com a ganância; mas, o quanto se distribui, apesar do pouco. A Bíblia diz que a piedade com contentamento é grande fonte de lucro (1Tm 6:6).

A agiotagem é uma prática criminosa. É uma forma injusta e iníqua de se aproveitar da miséria do pobre, emprestando-lhe dinheiro na hora do aperto, com altas taxas de juros, para depois mantê-lo como refém. Muitos ricos inescrupulosos e avarentos, movidos por uma ganância insaciável, aproveitam o sufoco do pobre para emprestar-lhe dinheiro em condições desfavoráveis, apenas para lhe tomar, com violência, seus poucos bens. Tenha cuidado com esses ratos de esgoto.

2. Evitando o suborno. “O perverso aceita suborno secretamente, para perverter as veredas da justiça” (Pv 17:23). A sociedade brasileira vive a cultura do suborno. Com frequência perturbadora, vemos políticos inescrupulosos em conchavos vergonhosos com empresas cheias de ganância e vazias de ética. Esses trapaceiros recebem somas vultosas, a titulo de suborno, para favorecer empresários desonestos, dando-lhes informações e oportunidades privilegiadas, a fim de se apropriarem indebitamente dos suados recursos públicos que deveriam promover o progresso da nação e o bem do povo. Aqueles que aceitam suborno, e muitas vezes se escondem atrás de togas sagradas e títulos honoríficos, não passam de indivíduos perversos e maus, gente de quem deveríamos ter vergonha, pois fazem da vida uma corrida desenfreada para perverter as veredas da justiça. Não poderemos erguer as colunas de uma pátria honrada sem trabalho honesto. Precisamos dar um basta nessa politica hedonista do “levar vantagem em tudo”. Se quisermos ver nossa nação seguir pelos trilhos do progresso, precisamos andar na verdade, promover a justiça e praticar aquilo que é bom. Isso é o que Deus requer de nós (2).

Irmãos, evite o suborno! Pedro rejeitou – “E Simão, vendo que pela imposição das mãos dos apóstolos era dado o Espírito Santo, lhes ofereceu dinheiro, dizendo: Dai-me também a mim esse poder, para que aquele sobre quem eu puser as mãos receba o Espírito Santo. Mas disse-lhe Pedro: O teu dinheiro seja contigo para perdição, pois cuidaste que o dom de Deus se alcança por dinheiro. Tu não tens parte nem sorte nesta palavra, porque o teu coração não é reto diante de Deus. Arrepende-te, pois, dessa tua iniquidade e ora a Deus, para que, porventura, te seja perdoado o pensamento do teu coração” (At 8:18-22).

Certo dia, um pastor participou-me uma prática clara de suborno. Ele disse: “irmão Luciano, na igreja em que me congrego não tem mais diácono, todos foram consagrados a ‘pastor’ para voltar no candidato indicado pelo pastor presidente, por ocasião da eleição do novo presidente da CGADB”. Eu pensei: isso é uma demonstração clara de prática de suborno; é simonia; isso é uma vergonha! Para esses que agiram desse modo, ele aplico as palavras de Pedro, supra.

III. O USO CORRETO DO DINHEIRO


Não somos donos do dinheiro. Nada trouxemos ao mundo nem nada dele levaremos. Somos apenas mordomos. Devemos ser fiéis nessa administração. Se formos fiéis no pouco, Deus nos confiará os verdadeiros tesouros. Nosso coração deve estar em Deus e não no dinheiro. Nossa confiança deve estar no provedor e não na provisão. Nosso deleite deve estar nas coisas lá do alto e não nas coisas que o dinheiro nos proporciona.

O dinheiro não é um tesouro para ser usado de forma egoísta, mas para o nosso deleite. Deus nos dá o dinheiro para O glorificarmos com ele, e fazemos isso, quando cuidamos da nossa família, dos domésticos da fé e de outras pessoas necessitadas, e quando contribuímos para a proclamação do Evangelho. O dinheiro deve ser granjeado com honestidade, investido com sabedoria e distribuído com generosidade.

Devemos usar corretamente o dinheiro:

1. Para promover valores espirituais. Entesoure riquezas para a vida eterna (1Tm 6.19). O que você semeia é o que colhe. Você semeia coisas materiais e colhe dividendos espirituais. Você semeia coisas temporais e colhe bênçãos eternas. O homem rico, da parábola de Jesus, não cuidou de Lázaro que estava com fome e jazia à porta. No inferno ele se lembrou de Lázaro, mas já era tarde (Lc 16:19-31). Jesus disse que a vida de um homem não consiste na abundância de bens que ele possui. Jesus disse também: "O que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?". E ainda ensinou: "Não podeis servir a Deus e às riquezas". A maneira que lidamos com o dinheiro reflete quem somos internamente. Nós pertencemos a Deus? Nós confiamos em Deus? O nosso tesouro está em Deus ou no dinheiro? Você tem sentido alegria ao doar? Tem aumentado suas ofertas? Tem pedido a Deus para multiplicar sua sementeira para poder ajudar ainda mais pessoas?

2. Para promover o bem-estar social. O dinheiro não é nosso. Ele vem de Deus, é de Deus e vai voltar para Deus. Não somos donos, somos apenas mordomos. Nada trouxemos para este mundo nem dele nada levaremos. Deus nunca nos deu direito de posse definitiva daquilo que lhe pertence.

Paulo dá alguns conselhos sobre como lidar corretamente com o dinheiro sem perder a alegria de viver:

a) Pratique o bem. Não deixe o dinheiro dominá-lo, domine-o. Não deixe o dinheiro ser seu patrão, faça dele um servo. Não acumule só para si mesmo, faça-o um instrumento de ajuda para os outros.

b) Seja rico de boas obras. Abra seus celeiros. Seja como Barnabé, coloque seus bens a serviço dos outros (At 4:36,37). Qual foi a última vez que você fez algo que trouxe glória ao nome de Deus e alegria para as pessoas? Qual foi a última vez que fez uma oferta generosa para ajudar uma pessoa necessitada? Qual foi a última vez que enviou uma oferta para um missionário? Qual foi a última vez que entregou uma oferta de gratidão a Deus? Qual foi a última vez que repartiu um pouco do muito que Deus lhe tem dado? O apóstolo Paulo dá o belo exemplo da pobre igreja da Macedônia que se doou e ofertou generosamente aos pobres da Judéia, pessoas que a Igreja não conhecia pessoalmente (2Co 8:1-4).

c) Esteja pronto para repartir. A Bíblia diz que a alma generosa prosperará, mas o que retém mais do que é justo, isso será pura perda (Pv 11:25). "A quem dá liberalmente, ainda se lhe acrescenta mais e mais" (Pv 11:24). "Quem se compadece do pobre ao Senhor empresta, e este lhe paga o seu benefício" (Pv 19:17). "[...] dai, e dar-se-vos-á; boa medida, recalcada, sacudida, transbordante" (Lc 6:38). Quando damos nos tornamos imitadores de Deus!

IV. BUSCANDO O EQUILÍBRIO FINANCEIRO


Qual é o ensinamento bíblico a respeito das riquezas? Este ensinamento é o do equilíbrio, ou seja, Deus sabe que necessitamos de bens para sobrevivermos, principalmente depois da queda do ser humano, que fez com que nossa sobrevivência fosse obtida com esforço e dificuldades (Gn 3:17-19). Sabendo que precisamos destas coisas, Deus promete no-las dar, se dermos prioridade às coisas realmente importantes, que são as relativas à eternidade (Mt 6:31-34). Se colocarmos a comunhão com Deus como nossa prioridade em nossas vidas, Deus dará o necessário para nossa sobrevivência e é, precisamente, o necessário, o suficiente para a nossa sobrevivência que Deus se compromete a dar a cada servo seu. O sábio Agur orou por uma condição financeira equilibrada, para poder escapar das tristes consequências de uma vida, tanto de necessidade como de fartura; assim, pediu ele o pão diário, para ele e sua família - “... não me dês nem a pobreza nem a riqueza; mantém-me do pão da minha porção acostumada; para que, porventura, de farto te não negue e diga: quem é o SENHOR? Ou que, empobrecendo, venha a furtar e lance mão do nome de Deus”(Pv 30:8,9). Esse pedido foi repetido por Jesus quando ensinou seus discípulos a orar(Mt 6:11). Deus tem um compromisso com o Seu povo: de lhe dar o pão de cada dia. Este compromisso o Senhor tem e vela para cumpri-lo (cf.Jr 1:12).

1. Buscando a suficiência. Ter excesso ou falta de dinheiro pode ser perigoso. Ser demasiadamente pobre pode significar um risco para a saúde física e espiritual. Por outro lado, ser rico não garante esses bens a uma pessoa. Como Jesus assinalou, os que confiam nas riquezas têm dificuldade de entrar no Reino de Deus (Mt 19:23,24). Como Paulo, podemos aprender a viver tendo pouco ou muito (Fp 4:12), mas nossa vida poderá ser mais bem-sucedida se não tivermos nem a pobreza nem a riqueza (Bíblia de Estudo – Aplicação Pessoal).

A prosperidade prometida aos servos do Senhor não envolve a posse de bens materiais, pois o verdadeiro e genuíno servo de Deus, dotado de sabedoria que vem do alto (Tg.3:13,17), age como o sábio Agur, pedindo ao Senhor tão somente a “porção acostumada”, ou seja, o necessário para a sua existência digna, a fim de que, com muitas riquezas, não venha a rejeitar a Deus e, na miséria, não venha a ter de furtar para sobreviver (Pv 30:8,9). É esta “porção acostumada” que o Senhor tem prometido aos seus servos e que consta em Mt 6:33 - “Todas estas coisas vos serão acrescentadas”. Isto significa que todas as coisas de que necessitamos para sobreviver nos serão dadas pelo Senhor se buscarmos primeiro o Reino de Deus e a sua Justiça. Bem ao contrário do que se ensina erroneamente na atualidade, Deus não prometeu à Igreja “todas as coisas”, mas, sim, “todas as coisas necessárias”. É, aliás, o que Jesus nos ensinou a pedir: “o pão nosso de cada dia” (Mt 6:11).

É importante destacarmos que o cristão tem todo o direito de ser próspero, tanto na vida espiritual como na material, de acordo com a benção do Senhor sobre sua vida, em tudo aquilo que ele faz. Contudo, isso não quer dizer que todos os cristãos devam ser, necessariamente, ricos.

2. Buscando o que é virtuoso. Alguém poderá questionar: “Existe algo melhor, mais virtuoso, do que as riquezas materiais?”. Existe, sim! O bom nome. Foi o sábio Salomão quem disse: “Mais vale o bom nome do que as muitas riquezas; e o ser estimado é melhor do que a prata e o ouro“ (Pv 22:1). Note que Salomão não apenas declara que o bom nome é melhor do que riquezas, mas que é melhor do que “muitas riquezas”. É melhor ter uma boa reputação do que ser um ricaço. É melhor ter o nome limpo na praça do que ter o bolso cheio de dinheiro sujo. É melhor andar de cabeça erguida, com dignidade, do que viver em berço de ouro, porém maculado pela desonra. A honestidade é um tesouro mais precioso do que os bens materiais. Transigir com a consciência e vender a alma ao diabo para ficar rico é consumada loucura, pois aquele que usa de expedientes escusos para enriquecer, subtraindo o que pertence ao próximo, em vez de ser estimado, passa a ser odiado na terra. A riqueza é uma bênção quando vem como fruto do trabalho e da expressão da generosidade divina. Mas perder o nome e a estima para ganhar dinheiro é tolice, pois o bom nome e a estima valem mais do que as muitas riquezas. (3)

CONCLUSÃO

A riqueza é bênção de Deus desde que adquirida de maneira honesta e não vise exclusivamente aos deleites deste mundo (Tg 4:3); caso contrário, seremos escravizados por ela. Mas, também é bom ressaltar que a pobreza não é símbolo de maldição (Pv 17:1; 1Tm 6:7-9). A Bíblia condena o amor ao dinheiro (1Tm 6:10), pois a avareza( a sede de possuir mais) é uma forma de idolatria (Cl 3:5). Tudo aquilo que o homem ama mais do que a Deus toma-se o seu deus (Fp 3:19). Pense nisso!

O Novo Testamento traz uma mensagem que tenta tirar o nosso foco deste mundo e colocá-lo no Céu: “Mas ajuntai tesouros no Céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam, nem roubam”(Mt 6:20).

Fonte: ebdweb