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terça-feira, 4 de outubro de 2016

2ª lição do 4º trimestre de 2016: A PROVISÃO DE DEUS EM TEMPOS DIFÍCEIS


Texto Base: Êxodo 16:1-15
“E o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre" (1João 2:17).
 
INTRODUÇÃO
Não importa o tamanho e a extensão da crise que o povo de Deus venha enfrentar, Deus tem sempre a provisão para o seu povo. O Senhor supriu as necessidades dos israelitas durante quarenta anos no deserto. Supriu as necessidades do profeta Elias em Querite, enviando pão e carne, bem como em Sidom, por meio de uma viúva ultra necessitada, desafiando a lógica humana. Deus não mudou. Ele continua abençoando e suprindo as necessidades dos seus filhos. Mesmo vivendo em um mundo decaído, podemos contar com a proteção, provisão e cuidado do Pai Celeste. Em meio às crises nossa fé é fortalecida diante do agir de Deus provendo bênçãos ao seu povo.
I. PROVISÃO DIVINA EM UM MUNDO CAÓTICO
1. A provisão de Deus no deserto. O deserto não é um momento de dificuldades na vida do povo de Deus, não. O deserto é a trajetória do povo de Deus rumo à Terra PrometidaDeus guiou e sustentou seu povo durante a árdua jornada pelo deserto, a despeito da infidelidade, do pecado da murmuração e do pecado da idolatria. Durante quarenta anos o Senhor sustentou o seu povo no deserto. A provisão era diária. Todos os dias, com exceção do sábado, os israelitas recebiam o maná e codornizes para o seu sustento. Não faltou água, alimento, roupa e calçado até o dia em que chegaram à Terra Prometida. A fidelidade de Deus e seu amor, foram determinantes para que Ele cuidasse, dia a dia, dos descendentes de Abraão. Deus tem um compromisso com a sua Palavra, Ele vela para cumpri-la. Apesar de nossas fraquezas, Deus não nos deixa sozinhos em nossa jornada rumo à Pátria Celestial.
Após a milagrosa travessia do Mar Vermelho, Moisés conduziu o povo rumo ao Sinai. Mas, para chegar lá teve que parar em quatro localidades: Mara, Elim, Sim e Refidim. Em cada uma dessas localidades houve um expediente especial da parte de Deus ao povo hebreu.
Em Mara, após três dias de viagem, Deus fez a primeira prova da Fé do povo hebreu. Os hebreus estavam sedentos e exauridos pelo intenso calor do deserto, e após esses três dias de peregrinação, encontraram apenas águas amargas em Mara. As águas estavam impróprias e impotáveis para serem bebidas. Certamente, Deus estava provando a fé do seu povo recém-liberto da escravidão. Todavia, a Fé de Israel, mais uma vez, foi reprovada. O povo cometeu, pela segunda vez, o perigoso pecado da murmuração – “E o povo murmurou contra Moisés, dizendo: Que havemos de beber?” (Ex.15:24). Os hinos de louvores entoados pelo triunfo sobre o exército de Faraó no milagre do Mar Vermelho foram depressa substituídos pelas palavras de descontentamento. Em relação a Deus a murmuração é uma reclamação descabida. Quando você murmura, você está dizendo que Deus não está sendo suficiente. Por isso a murmuração em ralação a Deus é pecado.
Uma grande vitória como a travessia do Mar Vermelho proporcionou uma visão maravilhosa da Onipotência de Deus, mas não treinou a fé para os problemas mais corriqueiros, como a necessidade diária de comida e bebida. Às vezes, grandes experiências com Deus não são suficientes para curar o coração duro e queixoso.
Após passar por Elim, um verdadeiro oásis no deserto (Êx.15:27), Moisés conduziu o povo pelo “deserto de Sim” (Êx.16:1). Nessa localidade os hebreus vivenciaram pela primeira vez omilagre do maná e onde se maravilharam com o milagre das codornizes (Êx.16:1-21). Nesta localidade os israelitas sentiram fome e começaram a expressar de novo seus queixosos lamentos. Esquecendo-se da aflição no Egito, queriam voltar para onde tinham alimento em abundância. As queixas eram dirigidas contra Moisés, porém na realidade murmuravam contra o Senhor (Êx.16:8). Deus retribuiu-lhes o mal com o bem (2Tm.2:13); proveu codornizes e maná. A partir de então, o maná era fornecido diariamente, durante os quarenta anos de peregrinação no deserto (Êx.16:35); foi um fato completamente milagroso – “Eis que vos farei chover pão dos céus” (Êx.16:4). O maná caía todas as noites, juntamente com o orvalho. A ração diária era de umgômer (3,7 litros) por pessoa. Quanto às codornizes foram fornecidas somente uma vez mais na marcha através do deserto (Êx.11:31,32).
Com essa experiência no deserto de Sim Deus deseja ensinar a seu povo a confiar nele como provedor de seu sustento diário e a não se preocupar com o dia de amanhã. Deus provia cada vez para apenas um dia, exceto na véspera do sábado. Nunca falhou com seu povo nos quarenta anos de peregrinação.
O maná é um símbolo profético de Cristo, o Pão verdadeiro (João 6:32-35). Assim como o maná, Cristo, que veio do céu, tem de ser recolhido ou recebido cedo na vida (Êx.16:21; 2Co.6:2) e tem de ser comido ou recebido pela fé para tornar-se parte da pessoa que o come. O maná era branco e doce; da mesma maneira Cristo é doce e puro para a alma (Sl.34:8). Por sua vez, Cristo não dá vida a uma nação durante quarenta anos somente, mas a todos os que creem Ele dá a vida eterna.
2. A provisão de Deus para Elias em Querite (1Rs.17:1-6). Certa feita, Elias, impulsionado pelo Espírito de Deus, se apresenta diante do rei Acabe e declara que não haveria nem chuva nem orvalho enquanto o próprio profeta não o pedisse a Deus(1Rs.17:1). O contexto de 1Reis 17 e 18 nos mostra claramente que Deus, na sua soberania, determinou a seca sobre Israel para corrigir o rei e o povo da sua teimosa idolatria e para revelar que somente Deus é o provedor de todas as coisas, que só Ele é quem tem o domínio sobre a natureza que Ele mesmo criou. Agora Deus mostraria seu poder retendo a chuva e permitindo que a fome fizesse os israelitas pensarem melhor na pessoa a quem sua fé era direcionada.
Deus reteve a chuva durante três anos e meio (Lc.4:25; Tg.5:17). Esse juízo humilhava Baal, pois seus adoradores criam que ele controlava a chuva e que era responsável pela abundância nas colheitas. A falta de chuva resultaria em crise econômica, que acabaria por tratar do orgulho, da arrogância e da idolatria nacional, que chegava a creditar sua prosperidade aos falsos deuses.
Deus sempre quis e quer dialogar com o homem, mas a persistência no pecado tem levado o ser humano a sofrer diversas consequências e pesados juízos divinos. Deus não se deixa escarnecer e tudo o que o homem semear, isto também ceifará (Gl.6:7). Em Israel, os que adoravam a Baal criam que ele era o deus que mandava chuvas e colheitas abundantes. Assim, quando Elias se colocou na presença de Acabe e disse-lhe que não choveria por vários anos, o rei ficou chocado. Baal tinha muitos sacerdotes os quais não poderiam trazer chuvas. Elias confrontou corajosamente o homem que levara seu povo ao mal, e falou-lhe de um poder muito maior do que o de qualquer deus pagão: o Senhor Deus de Israel. Quando a rebelião e as heresias estavam em seu nível mais alto no meio do povo, o Senhor não respondia somente com palavras, mas com ações severas.
O anúncio da seca deu início ao conflito entre Deus e Baal. Assim que a batalha foi consolidada, Elias recebeu ordens do Senhor para que se isolasse junto ao ribeiro de Querite - provavelmente situado na região de Gileade -, durante o período da seca; ali, Deus milagrosamente proveria seu alimento através dos meios mais improváveis (1Rs.17:3,5,6).
Elias obedeceu a ordem de Deus. A obediência nos faz experimentar a provisão de Deus em tempos de crise. Quem está em desobediência dificilmente desfrutará da provisão divina. A obediência de Elias o preservou em segurança das mãos de Jezabel nos anos de seca, e o preparou para os próximos desafios que iria enfrentar para que o povo retornasse aos caminhos do Senhor.
Enquanto havia água no ribeiro, Elias passou a ser alimentado por corvos, que lhe traziam pão e carne pela manhã e pela noite (1Rs.17:6). Como diz o apóstolo Paulo, “…Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias, e Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes, e Deus escolheu as coisas vis deste mundo e as desprezíveis, e as que não são, para aniquilar as que são; para que nenhuma carne se glorie perante Ele” (1Co.1:27-29).
Como poderia Elias ser alimentado por corvos, animais que são conhecidos por serem decompositores, ou seja, que se alimentam daquilo que está apodrecendo, daquilo que está se desfazendo, e num momento em que passou a haver escassez de alimentos? Como ser alimentado por um animal tão asqueroso, tão repugnante? Entretanto, como disse o Senhor, havia sido dada uma ordem aos corvos para alimentar o profeta e, ante a ordem divina, não há como haver recusa. Elias, toda manhã e toda noite, era servido pelos corvos, que, pontualmente, cumpriam a ordem do Senhor. Deus, assim, mostrava, duas vezes ao dia, ao profeta que estava no controle de todas as coisas, que toda a natureza estava sob as Suas ordens. Glórias a Deus!
Dia após dia, Elias era alimentado pelos corvos, mas a seca que anunciara já era uma realidade. Por isso, dia após dia, as águas do ribeiro de Querite iam minguando, até o momento em que o ribeiro secou. Deus continuava a agir na vida de Elias, demonstrando que tinha o controle da situação. Os corvos vinham lhe trazer comida, mas o ribeiro se secava, em cumprimento à palavra do profeta, que falara em nome do Senhor. Deus tem compromisso com a Sua Palavra (Jr.1:12) e não a invalidará, ainda que isto representasse a proteção e o sustento dos Seus servos fiéis. Deus não precisa invalidar a Sua Palavra para guardar os Seus. Elias experimentou a provisão de Deus.
3. A provisão de Deus para Elias em Sarepta (1Rs.17:8-16). Quando o ribeiro secou, Deus, então, mandou que o profeta fosse para Sarepta, cidade pertencente a Sidom, pois o Senhor havia ordenado a uma viúva que sustentasse o profeta (1Rs.17:9). Vemos, aqui, que Deus, depois de mostrar que tinha controle sobre a natureza, estava agora a mostrar ao profeta que também era o controlador da humanidade e das estruturas sociais. Além do mais, tratava-se de uma viúva e as viúvas, via de regra, eram pessoas necessitadas, que se encontram entre os mais desprovidos de recursos econômico-financeiros, que viviam da caridade pública. Entretanto, este Deus que escolhe as coisas loucas para confundir as sábias, fez com que o profeta passasse a ser sustentado, na terra de Sidom, por uma viúva miserável. Essa situação foi bastante pedagógica ao profeta. A cada instante, Elias aprendia o significado do seu próprio nome: “Javé é Deus”.
A lógica de Deus se contrapõe à lógica humana. O texto bíblico diz que a situação daquela mulher viúva era tão crítica, que ela estava prestes a preparar a sua última refeição e aguardar, com o único filho, a morte. Então, por que Deus enviou o profeta à viúva de Sarepta, que estava vivendo um momento de dificuldade e escassez muito maior que a experimentada por ele? A lógica de Deus se contrapõe à lógica humana. Deus não pensa como o homem, não considera as saídas e soluções que imaginamos, nem se prende ao que vemos e supomos ser o melhor para nós nas situações pelas quais passamos. Está escrito: “Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos, os meus caminhos, diz o Senhor”(Is 55:8). Quando, em meio a uma gigantesca necessidade, Deus nos coloca diante de alguém com uma necessidade maior ainda e afirma que de tal pessoa virá a ajuda, é porque o milagre está sendo preparado, o milagre da dependência total do Senhor.
Ao chegar à casa da viúva, Elias lhe pede água e pão. A mulher respondeu que não tinha pão. Em sua casa, havia apenas um punhado de farinha e um pouco de azeite. Então, o profeta desafia aquela mulher a assar primeiro um pão para ele. A mulher acreditou na palavra do profeta. Para ver a provisão divina é preciso crer. A provisão de Deus veio para Elias e para viúva que o acolheu. A farinha e o azeite da mulher não se acabaram até o dia em que as chuvas voltaram a cair. Este é o nosso Deus. Ele está no controle de todo o reino da Natureza.  Portanto, “Só o Senhor é Deus!”. Aleluia!!
II. UM MUNDO CAÓTICO
1. O mundo jaz no Maligno. João, o apóstolo de Jesus Cristo, declarou qual é a situação deste mundo: “Sabemos que somos de Deus e que o mundo inteiro jaz no Maligno" (1João 5:19). Aqui, a palavra "mundo" (gr. kosmos) se refere ao vasto sistema de vida fomentado por Satanás e existente à parte de Deus. Consiste não somente nos prazeres obviamente malignos, imorais e pecaminosos do mundo, mas também se refere ao espírito de rebelião que nele age contra Deus, e de resistência ou indiferença a Ele e à sua revelação. Isso ocorre em todos os empreendimentos humanos que não estão sob o senhorio de Cristo. Na presente Era Pós-Moderna, Satanás emprega as ideias mundanas de moralidade, da filosofia, psicologia, desejos, governos, cultura, educação, política, ciência, arte, medicina, música, sistemas econômicos, diversões, comunicação de massa, esporte, agricultura, etc., para opor-se a Deus, ao seu povo, à sua Palavra e aos seus padrões de retidão. Mas, a Palavra de Deus nos instrui a que não amemos o mundo (Mt.16:26; 1Co.2:12; 3:19; Tt.2:12; 1Jo.2:15,16; Tg.4:4; Jo.7:7; 15:18,19; 17:14;1João 2:15).
No filho de Deus o Maligno nem chega a pôr as suas mãos (1João 5:18); o mundo, porém, jaz em seus braços. O Rev. Augustus Nicodemus diz que a ideia transmitida pelo verbo "jaz", em 1João 5:19, é de passividade tranquila. A humanidade está deitada placidamente nos braços de Satanás, adormecida e entorpecida, enquanto ele a conduz para a destruição. O mundo está no Maligno, em suas mãos, em seu domínio, mas os crentes estão guardados por Cristo.
- No Mundo caótico em que vivemos, práticas antes condenáveis como o aborto, a eutanásia, a pesquisa com embriões humanos, o homossexualismo, o uso de substâncias entorpecentes, a invasão de propriedades alheias, o uso do poder político para vantagens pessoais e de parentes, são práticas consideradas “normais” e até mesmo “convenientes”. A utilização das estruturas eclesiásticas para enriquecimento é tida como atitudes possíveis e que não merecem qualquer censura ou reprovação, até porque, dentro deste contexto, é dito que “ninguém pode julgar ninguém”. Segundo a Bíblia nos ensina, pela boca do salmista, “desviaram-se todos e juntamente se fizeram imundos, não há quem faça o bem, não há sequer um” (Sl.14:3).
- No mundo caótico em que vivemos, o que prevalece é o hedonismo, ou seja, o que se busca é o prazer. As atividades que geram sensações e emoções são muito procuradas nos dias de hoje, a começar do prazer sexual instintivo. Os seres humanos comportam-se, na atualidade, como verdadeiros animais irracionais, buscando parceiros para sentir momentos efêmeros de prazer na prática de relações sexuais. Mas não é apenas no sexo que se tem a manifestação do hedonismo. Uma de suas principais manifestações nos dias de hoje está no consumismo, no prazer de aquisição de bens materiais, aquisição esta incontrolada. Hoje em dia, não se compram produtos pela utilidade que darão ao comprador, mas única e exclusivamente pelo prazer de comprar, ainda que se saiba que o produto pouco ou nada acrescentará à pessoa ou, o que é mais grave, somente trará prejuízos para o adquirente. Mas nesta ânsia pelo ter, pelo adquirir, o que vale é apenas a sensação de bem-estar e de importância que a aquisição gera. Entretanto, Jesus ensina que a vida de alguém não é medida pelas posses que tenha (Lc.12:15) e que uma ação desta natureza avilta a dignidade da pessoa humana, que deve se livrar da ganância e da avareza, que outra coisa não é senão idolatria (Cl.3:5).
- O mundo caótico em que vivemos, tão orgulhoso de seu progresso material, é um mundo aonde “homens maus e enganadores irão de mal a pior, enganando e sendo enganados”(2Tm.3:13). Nós, porém, devemos seguir o conselho do apóstolo e permanecer naquilo que aprendemos (2Tm.3:14), pois o aprendemos de Cristo, que é manso e humilde de coração, a fim de podermos encontrar descanso para as nossas almas (Mt.11:29).
2. O mundo globalizado. Todos nós já ouvimos falar em globalização. O que é globalização? Segundo a enciclopédia livre Wikipédia, “é um dos processos de aprofundamento internacional da integração econômica, social, cultural e política, que teria sido impulsionado pela redução de custos dos meios de transporte e comunicação dos países no final do século XX e início do século XXI. O termo "globalização" tem estado em uso crescente desde meados da década de 1980 e especialmente a partir de meados da década de 1990. Em 2000, o Fundo Monetário Internacional (FMI) identificou quatro aspectos básicos da globalização: comércio e transações financeiras, movimentos de capital e de investimento, migração e movimento de pessoas e a disseminação de conhecimento. Além disso, os desafios ambientais, como a mudança climática, poluição do ar e excesso de pesca do oceano, estão ligados à globalização”.
Após a insurgência da globalização, ficou muito difícil para o autêntico cristão assimilar os diversos modelos culturais entre os povos. O comportamento pecaminoso e antibíblico daqueles que não são guiados pelo Espírito Santo, como são os adeptos da filosofia relativista, tem se espalhado de uma forma célere e assustadora entre as múltiplas culturas do mundo. O multiculturalismo deixa claro que não há nenhuma verdade absoluta, ou seja, as verdades são particulares e relativas e cada povo tem a sua forma de acatá-las, e expressá-las, tese esta ímpia, diabólica, pois vai de encontro aos preceitos universais e imutáveis da Palavra de Deus.
Não são poucos os que defendem que vivemos um período “pós-cristão”, um instante de “superação” e “evolução” diante da doutrina cristã, uma “nova era”, que dizem ser de perspectivas múltiplas de paz, harmonia e progresso, porém, à luz da Bíblia Sagrada, isto é uma demonstração nítida e evidente de que o mundo “jaz no maligno”, um mundo distanciando dos ensinamentos de Jesus, o Filho de Deus.
Entretanto, apesar de toda esta atitude despropositada, que é fruto da cegueira espiritual do homem, imerso no pecado e na maldade (2Co.4:4), ainda se encontra sobre a face da Terra, ainda que não por muito tempo, a Igreja - a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido para anunciar as virtudes de Jesus Cristo (1Pd.2:9). Ela tem de enfrentar todas as circunstâncias do multiculturalismo pós-moderno e continuar a dizer que a única solução, a única esperança para o homem é crer em Jesus como seu único e suficiente Senhor e Salvador. A própria razão de ser da Igreja, a sua própria natureza faz com que toda e qualquer atividade do povo de Deus aqui na Terra seja um “desafio”, uma deliberada provocação ao mal e ao pecado.
Apesar da globalização, o levantamento de nações contra nações e reinos contra reinos tem sido cada vez mais intenso nos nossos dias. Com o fim da Guerra Fria, muitos achavam que partíamos para uma “nova ordem mundial”, para alianças entre os países, de tal maneira que as disputas nacionais, étnicas e locais perderiam terreno e quase que desapareceriam. No entanto, não é o que vemos. Apesar do movimento de globalização, que tem fortalecido as organizações internacionais e a formação de blocos econômico-políticos, o fato é que as disputas nacionais, as reivindicações de nações contra nações, os ódios raciais não só não estão ausentes, como estão aumentando no cenário internacional. É o cumprimento exato das palavras de Jesus. Certamente, Jesus está voltando!
3. Tempo de mudanças. Nos dois últimos séculos, a humanidade experimentou diferentes transformações na área tecnológica, na comunicação, na área científica, econômica e social, mais do que em toda o período anterior da humanidade. Essas mudanças acabaram trazendo crises de ordem social, econômica e política. É claro que todo esse avanço tem proporcionado inegáveis progressos e prosperidade material, mas também tem trazido crises econômicas, moral e éticas sem precedentes. O apóstolo Paulo, profeticamente, falou a respeito desses tempos, referindo-se a eles como trabalhosos e difíceis. Disse o apóstolo: “Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te”(2Tm.3:1-5).
Os tempos trabalhosos caracterizam-se pela introdução do pecado no meio do povo de Deus. É o fermento introduzido pela mulher da parábola contada por Jesus e que leveda toda a massa (Mt.13:33), e que se não fosse a misericórdia divina, certamente que todos nós pereceríamos por causa da entrada deste fermento. Mas, graças a Deus, que o Senhor não permitirá que todos se percam, sempre havendo, neste mundo caótico, um remanescente que não se contaminará (Mt.24:22; Rm.9:27; Ap.2:15,24;3:4). Nestes dias tão difíceis, precisamos seguir a recomendação divina: quem é justo, faça justiça ainda; quem é santo, seja santificado ainda (Ap.22:11).
III. CARATERÍSTICAS DO MUNDO ATUAL
1. Uma sociedade centrada no homem. É o que chamamos de antropocentrismo. Vivemos em uma sociedade em que o antropocentrismo prevalece. A palavra “antropos” significa "homem", e antropocentrismo traz a ideia do homem como o centro de tudo. A sociedade pós-moderna tem como base a célebre declaração de que “o homem é a medida de todas as coisas”. Isto pressupõe a predominância da filosofia humanista que coloca o homem como o centro do Universo, em flagrante contraste com o ensino bíblico de que todas as coisas foram criadas para a glória de Deus (Sl.73:25; 1Co.10:31; 1Pd.4:11).
O mundo lá fora, ou a sociedade dos homens, rejeitou o Teocentrismo, ou seja, Deus como o centro do Universo, e que, em torno dEle, e sob o seu comando as coisas acontecem. Deus, o Pai, tornou seu Filho Jesus a razão e o centro de toda a criação. Paulo, escrevendo aos Colossenses afirmou: "Ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por Ele" (Cl.1:17).
No mundo antropocentrista, predomina a força do homem e tudo gira em torno daquilo que o homem é, que o homem tem, e que o homem pode. É possível, mesmo na igreja local, encontrar pessoas que pregam um “evangelho” que vise satisfazer a audiência, desejosa de ter riquezas e uma vida sossegada. Títulos têm valido mais que o caráter dos obreiros, valorizando o “ter” em detrimento do “ser”.
Sejamos vigilantes, pois Satanás trabalha dia e noite para descaracterizar a Igreja, como Igreja, e fazer dela uma sociedade de homens, tendo o homem no seu centro, e, assim, fazer a integração entre a Igreja e o mundo, apagando as diferenças existentes entre estes dois povos. Portanto, o maior desafio enfrentado pela Igreja, nestes “últimos dias”, conhecidos como pós-modernos, é não permitir que Satanás destrua sua Identidade, que a caracteriza como sendo uma “...Igreja gloriosa, sem mácula, sem ruga, sem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível”(Ef.5:17).
2. Uma sociedade relativista. Outro aspecto do mundo caótico em que vivemos é o relativismo. Sob essa ótica não há lugar para os princípios e ensinos imutáveis da Palavra de Deus, válidos para “todas as pessoas, em qualquer época e em todos os lugares”. O valor absoluto e imutável da Palavra de Deus é qualificado como impróprio por aqueles que vivem ao bel-prazer de suas concupiscências e são prisioneiros do contexto e das convenções sociais do momento.
O relativismo é uma das vãs filosofias que nestes tempos do pós-moderno, procura justificar o comportamento pecaminoso e antibíblico daqueles que não são guiados pelo Espírito Santo. Segundo essa vã filosofia, “nada pode ser definitivamente certo, pois, a verdade está sujeita a fatores aleatórios, ou subjetivos”. Assim, os princípios éticos e morais variam de lugar para lugar, pois, estão sujeitos às circunstâncias culturais, políticas e históricas.
É claro que o relativismo contrasta com as verdades proclamadas pela Bíblia Sagrada. A Bíblia fala de valores absolutos e imutáveis, válidos e aplicáveis em qualquer parte da Terra, pois, a doutrina Bíblica se apoia em dois princípios: imutabilidade e universalidade. Por estes dois princípios a doutrina não sofre a ação do tempo e nem do espaço. Pelo princípio de imutabilidade, o que nós estamos ensinando hoje é a mesma doutrina Bíblica que os Apóstolos ensinaram. Ela não mudou e nem mudará. Ela é verdadeira e absoluta. Pelo princípio da universalidade, onde houver um homem, em qualquer lugar da terra, a doutrina bíblica é válida para ele. O que a Bíblia definir como sendo pecado, será pecado em toda a Terra. Assim, os princípios éticos e morais que o relativismo afirma mudar de lugar para lugar, pela Bíblia eles são imutáveis.
A cada dia que passa, vemos mais e mais pessoas crendo que não existe bem nem mal, certo ou errado. As pessoas passam a considerar que as regras morais, os princípios éticos são fruto de preconceitos, de “atrasos”, de “ideologias”, de “dominação do homem sobre o homem”. Quando se dão as costas a Deus, quando não se dá a Deus a devida honra, a Bíblia nos afirma que o próprio Deus abandona os homens às mais perversas abominações (Rm.1:18-31) e o resultado é o que nós estamos vendo: idolatria, violência, imoralidade, corrupção política e aviltamento da pessoa humana.
3. Uma sociedade secularizada. Nestes dias que precedem a volta de Cristo, a Igreja tem enfrentado a pressão e o engodo do secularismo, cujo termo procede do latim “saeculum” e significa “pertencente a uma época”. Em sentido religioso, o vocábulo é empregado para designar o comportamento e o pensamento do mundo de nosso tempo, que são inversos ao sagrado ou espiritual. Portanto, “secular” representa o modo de viver deste mundo, aquilo que se opõe ou que não comunga com os interesses espirituais do Reino de Deus.
Na Igreja, o secularismo transparece quando o sagrado começa a ceder ao profano. Nas Igrejas secularizadas, o calvário não é mais pregado, o sangue de Cristo é descartado, o sofrimento e a cruz de Cristo são rejeitados porque ofendem o gosto estético dos secularizados, e confissão de pecados é substituída pela a proclamação das bênçãos terrenas. Desde o surgimento da Igreja, é este o alvo de toda a fúria do “mistério da injustiça” e, por isso, deve cada salvo, individualmente, manter-se firme e constante nesta sua jornada, para que não venha a ter o triste fim daqueles “muitos” que terão esfriado o seu amor e que se tornarão, lamentavelmente, amigos do mundo e, por isso mesmo, inimigos de Deus, constituindo a “igreja de Laodicéia”, que será vomitada pelo Senhor no dia da nossa redenção.
O primeiro fator da secularização da igreja é a falta de vigilância, a falta de cuidado. Deve a igreja ser vigilante, ter muito cuidado com todas as artimanhas do adversário de nossas almas, que anda ao derredor buscando a quem possa tragar (1Pd.5:8). Quando não vigiamos, quando não estamos alerta, o inimigo facilmente se introduz na nossa vida e, o que é mais grave, acaba tendo acesso ao nosso coração, como ocorreu com Judas Iscariotes (João 13:2). A igreja deve estar sempre atenta e alerta, a fim de não permitir que o adversário venha a nos enganar. Este cuidado é, sobretudo, a cautela, a prudência, o equilíbrio no cumprimento da Palavra do Senhor (Dt.6:25; 11:32). O primeiro cuidado que devemos ter é o de cumprirmos a sã doutrina. “Portanto, convém-nos atentar, com mais diligência, para as coisas que já temos ouvido, para que, em tempo algum, nos desviemos delas. Porque, se a palavra falada pelos anjos permaneceu firme, e toda transgressão e desobediência recebeu a justa retribuição, como escaparemos nós, se não atentarmos para uma tão grande salvação, a qual, começando a ser anunciada pelo Senhor, foi-nos, depois, confirmada pelos que a ouviram” (Hb.2:1-3).
CONCLUSÃO
Segundo a Bíblia, o quadro pintado para os últimos dias da Igreja não é alentador. O mundo sem Deus vai de mal a pior. Certamente, não podemos mudar a história do mundo, mas, no sentido individual e pessoal, podemos mudar a história de muita gente, se estivermos dispostos a cumprir o “Ide” de Jesus ”... tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da Terra”(Atos 1:8). Só há uma esperança para a humanidade: Jesus. Ele é a nossa provisão, mesmo vivendo num mundo em crise.
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Fonte: ebdweb - Luciano de Paula Lourenço

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

1ª lição do 4º trimestre de 2016: A SOBREVIVÊNCIA EM TEMPOS DE CRISE



Texto Base: Habacuque 1:1-17

"Tenho-vos dito isso, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo" (João 16:33).

 

INTRODUÇÃO

Com esta Aula damos início ao 4º Trimestre letivo de 2016. Estudaremos a respeito do cuidado de Deus para com os Seus servos enquanto eles estão aqui na dimensão terrena, aguardando a glorificação. Deus sempre provê o necessário para cada ser humano, não apenas dos crentes. A Sua Graça Comum alcança todas as pessoas indistintamente (Gn.8:22). Deus não é apenas o Criador da Terra, do homem, e de tudo que nela há, mas, pela sua Graça Comum, ou Universal, ele é também o Sustentador de todas as coisas, incluindo a existência do homem, conforme afirmou Paulo, em Atenas: “Porque n’Èle vivemos, e nos movemos, e existimos...”(Atos 17:28). Sem a Graça Comum, ou Universal, que é um favor imerecido que ele quis e continua concedendo ao homem, não haveria vida sobre a Terra. Deus, através de sua Graça Comum, abençoa todos os homens, crentes e incrédulos. Foi o que o Senhor Jesus deixou claro, quando afirmou: “...porque faz que o seu sol se levante sobre maus e bons e a chuva desça sobre justos e injustos”(Mt.5:45). Deus mostra a Sua fidelidade e o Seu amor para com todos os homens, embora o pecado, que é iniquidade, ou seja, injustiça (1João 3:4), faça com que esta provisão divina não seja justamente distribuída e, em virtude disto, surjam as carências, as fomes e a tremenda injustiça social que hoje presenciamos com cada vez maior intensidade.

Estamos vivendo crises sem precedentes. Isto é assaz notório. O mundo todo está envolvido em crises. Elas clamam por segurança confiável, por uma Nova Ordem Mundial, atraem cada vez mais a globalização e exigem um homem forte, um líder poderoso mundial. É bom enfatizar que, embora sejamos crentes em Jesus Cristo, nós não temos imunidade de crises. Como diz o Rev. Hernandes Dias Lopes, “a vida cristã não é um mar de rosas, não é uma redoma de vidro, não é uma estufa espiritual; o cristianismo não é uma sala vip, não é uma colônia de férias, antes, é um campo de batalha”. Enquanto estivermos neste mundo, enfrentaremos muitas crises. Jesus alertou os discípulos de que o futuro não seria marcado por amenidades, pois enfrentariam crises, aflições no mundo. Ele disse: “... no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo”(João 16:33). Não obstante essas aflições inevitáveis, os discípulos deveriam ficar firmes e ter bom ânimo, pois Ele venceu o mundo.

Certamente, as crises geram medo, insegurança e instabilidade, todavia, é um tempo de oportunidades e da intervenção sobrenatural de Deus. É no ventre da crise que surgem os grandes vencedores. A Bíblia diz que somos peregrinos neste mundo. Nossa pátria permanente não é aqui. Nossa pátria está no Céu (Fp 3:20,21).

I. UMA SOCIEDADE EM CRISE

Com a Queda vieram os males e as crises, que assolam a Terra até os dias atuais. A apostasia tornou-se universal. Hoje parece não haver mais limites ao adultério, à imoralidade e à corrupção. O homem está cada dia mais distante de Deus e cometendo toda sorte de torpeza. Nossa geração assemelha-se a dos dias de Noé. Vivemos em uma sociedade corrupta e perversa, mas não pertencemos a este mundo, por isso, não podemos nos conformar com a sua maneira de pensar e agir (Rm.12:2).

1. A crise política. Israel enfrentou uma terrível crise política depois da morte de Salomão. Quando Roboão chegou a Siquém para assumir o poder, sucedendo o seu pai, o povo do Norte exigiu primeiro que Roboão prometesse aliviar a sua carga tributária como condição para se submeter a ele. O povo sentia que tinha sido tratado opressivamente por Salomão. Roboão pediu o prazo de três dias para deliberar o assunto, e foi consultar os velhos e sábios conselheiros do seu falecido pai. Estes lhe disseram que, se agradasse ao povo fazendo a sua vontade, ganharia a sua lealdade para sempre. Roboão desprezou o conselho deles e foi consultar os jovens que haviam crescido com ele e o serviam (1Rs.12:10). Estes sabiam o que ele queria e o incentivaram a dar uma resposta dura ao povo. Roboão se agradou com o conselho desses seus companheiros e, terminado o prazo, com o povo reunido diante dele com Jeroboão, ele declarou que, ao invés de atender ao que o povo pedia, ele exigiria muito mais ainda dele do que Salomão. Foi o estopim para uma inacabável crise política.

Convém notar que, desde o tempo em que o povo de Israel entrou na Terra Prometida, houve alguma rivalidade e ciumeira entre as tribos do Norte, lideradas pela tribo de Efraim, e as do Sul, lideradas por Judá. Efraim havia sido o filho mais novo de José, a quem Jacó havia dado a maior bênção (Gn.48:19; 49:26) e seus descendentes eram herdeiros da promessa que lhe havia sido feita. Julgavam por isso que tinham direito de liderança sobre o povo. Josué era dessa tribo, e Samuel vinha da sua terra. A tribo de Efraim é mencionada isoladamente como aceitando Isbosete, da tribo de Benjamim, como rei ao invés de Davi que era da tribo rival de Judá. As tribos do Norte só aceitaram Davi como rei sete anos depois, mesmo assim, ressentiam a primazia de Judá, em cujo território foi estabelecida a capital, Jerusalém, com o centro de governo e o centro religioso do reino; também não gostavam do elevado tributo exigido por Salomão para suas custosas edificações ali. Diante dessa apatia, compreende-se a rebelião do povo do Norte, quando Roboão lhes disse que ia aumentar o seu jugo; compreende-se a seguinte declaração do povo: "Que parte temos nós com Davi? Não há para nós herança no filho de Jessé!" (1Rs.12:16). Israel voltou para suas tendas sem aclamar Roboão como rei; somente os que habitavam nas cidades de Judá permitiram que ele reinasse sobre eles, pois era da sua tribo. Israel (as dez tribos) em seguida mandou chamar Jeroboão para o meio da congregação, e o fizeram rei sobre eles; e ninguém seguiu a casa de Davi, senão a tribo de Judá (1Rs.12:20). Roboão tentou persuadi-los a mudar de ideia usando Adorão, superintendente dos que trabalhavam forçados, como intermediário, mas ele foi recebido a pedradas e morreu (1Rs.12:18). Roboão teve que fugir às pressas para Jerusalém para salvar a sua vida. “Assim se desligaram os israelitas da casa de Davi...”(1Rs.2:19). Essa divisão trouxe dor e sofrimento para todos e afastou o povo de Deus. Quando homens insensatos assumem o poder, toda a nação sofre as consequências.

Atualmente, o Brasil está enfrentando uma crise política sem precedentes. Ela tem sido destaque nos principais jornais do mundo. A cada dia surge um novo escândalo. Estamos vivendo um momento muito delicado. A corrupção tem se alastrado como um câncer, atingindo todos os poderes. Como Igreja do Senhor, temos que orar em favor da nossa nação e lutar contra toda a forma de corrupção, pois temos um Deus que é Santo e que abomina tal condição. Quando escolhemos, de forma errada, uma pessoa para nos representar tanto no Executivo quanto no Legislativo, a injustiça se alastra e muitos problemas surgem, como os que ocorreram em Israel, desde a cisão do reino, como se depreende das palavras de Isaias – “Os teus príncipes são rebeldes e companheiros de ladrões; cada um deles ama os subornos e corre após salários; não fazem justiça ao órfão, e não chega perante eles a causa das viúvas”(Isaias 1:23).

2. A crise econômica. Muitos países já enfrentaram terríveis crises econômicas ao longo dos anos. Nas Escrituras Sagradas, encontramos, no livro de Gênesis, a extraordinária crise de alimentos pela qual passou toda a terra (Gn.41:55,56). Porém, a crise foi revelada a Faraó por intermédio de um sonho (Gn.41:1-8). Deus deu a José a interpretação do sonho e ele foi levantado como governador do Egito. José recebeu de Deus sabedoria para administrar em tempos de crise. A crise foi tão intensa que pessoas de todas as terras se dirigiam ao Egito para comprar alimento (Gn.41:57).

Todos nós sabemos que o Brasil está enfrentando uma séria crise econômica sem precedentes, e ela está diretamente ligada à crise política. Segundo alguns economistas, o "Brasil não sairá da crise econômica se não resolver a crise política e ética". Já se fala em doze por cento de desempregados. Muitas empresas estão fechando suas portas; a indústria não consegue escoar a produção, pois o comércio não tem para quem vender os produtos. E o resultado é a tão temida recessão econômica. A crise também tem afetado a área da saúde. Os que buscam os hospitais públicos sofrem nas filas de espera. Faltam médicos, remédios e leitos, e muitas pessoas morrem sem conseguir atendimento. A Educação também tem enfrentado crises. Vivemos em uma sociedade caótica. Em meio a tudo isso não podemos nos desesperar nem nos entristecer. Precisamos orar e confiar no Deus de toda provisão.

3. A crise espiritual. Depois da divisão do reino de Israel, uma crise espiritual se instalou nos dois reinos. O povo de Deus, antes unido, começou a seguir caminhos diferentes.

- No reino do Norte, Jeroboão, vendo que o centro de adoração e sacrifício estava localizado em Judá, mandou fundir dois bezerros de ouro (1Rs.12:26-29) e erguer dois lugares de adoração com altares – um em Betel e o outro em Dã. As coisas não pareciam boas para Israel e, nos duzentos anos seguintes, os israelitas tiveram a experiência de uma montanha-russa. Pouquíssimos reis seguiram (ao menos com um coração dividido) o chamado de Deus ao arrependimento; muitos outros recusaram obstinadamente ouvir os profetas. As dinastias mudaram, e houve muitos assassinatos políticos. Desde Jeroboão até o último rei de Israel em Samaria, Oséias, reinaram vinte reis, sinalizando a instabilidade do reino. Finalmente, em 722 a.C., Samaria foi capturada pelos assírios, e Israel foi levado em cativeiro.

- No reino do Sul, Roboão, após três anos do seu reinado, revelou o seu verdadeiro caráter de infidelidade a Deus. Após ter confirmado o reino e se fortalecido, ele deixou a lei do Senhor, e, com ele, todo o reino de Judá, fazendo o que era mau aos olhos do Senhor e provocando o Seu zelo. Os habitantes de Judá edificaram estátuas, colunas e postes-ídolos em todos os elevados outeiros e debaixo de todas as árvores verdes; praticaram a prostituição-cultual e todas as coisas abomináveis das nações que o Senhor expulsara de diante dos filhos de Israel. O seu castigo veio no quinto ano do seu reinado: o rei Sisaque, do Egito, sogro de Jeroboão que agora reinava sobre Israel (dez tribos do Norte), invadiu o território de Judá com um poderoso exército, tomou as cidades fortificadas e subiu contra Jerusalém. O Senhor, através do profeta Semaías, preveniu Roboão e os seus príncipes que esta invasão veio em reciprocidade porque eles O haviam deixado. Eles reconheceram que o castigo era justo, e por isto Deus consentiu que continuassem vivendo, mas subjugados ao rei Sisaque.

Eles se renderam a Sisaque, que então tomou Jerusalém e se apossou de todos os tesouros que Salomão havia acumulado na Casa do Senhor e no palácio real, e fez de Roboão o seu vassalo. Roboão não teve paz durante seu reinado, pois depois disso esteve sempre em guerra com Jeroboão. Finalmente, aos 58 anos e depois de reinar por dezessete anos, ele morreu.

Crise espiritual à época do profeta Habacuque. No texto base desta Aula, vemos o profeta Habacuque, que viveu e ministrou em Judá, questionar a Deus a respeito da crise espiritual que seu povo estava enfrentando - “Até quando, SENHOR, clamarei eu, e tu não me escutarás? Gritarei: Violência! E não salvarás? Por que razão me fazes ver a iniquidade e ver a vexação? Porque a destruição e a violência estão diante de mim...”(Hc.1:2,3). O profeta estava em meio a uma sociedade agonizante, e por isso, desejava algumas respostas de Deus. Muitas vezes, como Habacuque, diante do caos também perguntamos: "Por que Senhor?". Ele ouve e responde nossas indagações, embora nem sempre tenhamos as respostas no momento em que queremos. O Senhor não deixou Habacuque sem resposta (Hc.2:1,2). O Senhor falou que o seu julgamento viria sobre Judá. Deus não tolera o pecado. Para disciplinar seu povo, Ele usaria os babilônios (Hc.1:5-12). Em 586 a.C., Jerusalém caiu diante dos babilônios. A liderança e boa parte da população da cidade foram levadas à Babilônia. O templo foi destruído. Tudo isto sobreveio sobre o povo de Israel porque teve a audácia de desobedecer aos mandamentos do Senhor e se desviar dEle. Viver no pecado é loucura. Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo (Hb.10:31).

II. SOBREVIVENDO EM TEMPOS DE CRISE

Como sobreviver em tempos de crise? É bastante notório que, nós brasileiros, estamos passando por uma crise sem precedente: crise financeira, crise na saúde, crise na liderança do país, crise no orbe político, crise moral, crise na ética.... Isto tem gerado muito medo, insegurança e instabilidade. Não sabemos de fato se esta crise é do tamanho do que se desenha pelas especulações que se mostra na mídia. O que se denota é que as pessoas estão em pavor do que está sendo noticiado todos os dias. Trabalhadores estão com medo de perderem seus empregos e Empregadores que não conseguem honrar suas contas e ficam com medo de terem de fechar suas empresas. Querendo ou não, acreditando ou não nela, esta crise nuvea sobre todos nós. Mesmo com Cristo no nosso barco, as ondas vêm, as tempestades da vida nos sobrevêm. Como sobreviver a tudo isso?

1. Corra para Deus. A crise, em vez de nos levar a correr de Deus, deve nos induzir a correr para Deus. A crise é uma oportunidade para nos voltarmos para Deus (vide Joel 2:12-16). Deus ainda continua transformando vales em mananciais. Ele ainda continua voltando-se da Sua ira para a Sua misericórdia.

Quando o mundo ao nosso redor entra em colapso, ainda assim, podemos nos alegrar em Deus. É o que Habacuque demonstrou numa época de terríveis crises em Judá (cf. Hc.3:17,18). O cristão é um otimista inveterado, pois a fonte da sua alegria não está nas circunstâncias, mas em Deus. O mundo pode ficar abalado, os montes podem se derreter e se lançar nas profundezas do mar, a natureza pode se contorcer de dores, e terremotos fazerem tremer os alicerces da terra, mas, mesmo assim, o povo de Deus continua seguro. A seca pode fazer mirrar a semente debaixo da terra, o curral pode ser um deserto sem a presença das ovelhas, a vide pode estar vazia de frutos e o mundo inteiro pode entrar em colapso. Contudo, o povo de Deus, ainda assim, terá um alicerce firme debaixo dos pés. O povo de Deus ainda poderá se alegrar em Deus, seu Salvador.

2. Eleve os seus olhos para o Alto, ande pela fé. Ao olhar para o futuro, Habacuque viu a nação rumando para a destruição; ao olhar para dentro de si, viu-se tremendo de medo, e; ao olhar ao seu redor, viu todo o sistema prestes a se desintegrar. Contudo, quando, pela fé, ele olhou para o Alto, viu Deus e todos os seus medos desvanecerem. Por isso, o salmista tinha razão quando disse: “Elevo os olhos para os montes: de onde me virá o socorro? O meu socorro vem do SENHOR, que fez o céu e a terra” (Salmos 121:1,2). Lidamos com a crise não com clichês de autoajuda, mas com a ajuda do Alto. Triunfamos sobre a ansiedade não batendo no peito em uma arrogância ufanista, mas caindo de joelhos e lançando sobre Cristo a nossa ansiedade. Andar pela fé significa concentrar-se na grandeza e na glória de Deus, e não na fraqueza humana.

Dentro deste aspecto, o profeta Habacuque nos conduz a três verdades sublimes:

a) A nossa confiança em Deus é inabalável (Hc.3:17,18). O povo de Judá dependia da agricultura para sobreviver. Os recursos financeiros vinham das lavouras e dos rebanhos. Segundo alguns estudiosos, a maior parte do sustento do profeta provinha de figos, uvas, azeitonas e outros produtos da lavoura, bem como da criação de ovelhas, cabras e gado. Embora essas fontes possam de alguma forma esgotar-se, o salmista vê que, em última instância, sua própria existência não depende delas, mas da Fonte delas, Deus. Mas o profeta diz: "Ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; o produto da oliveira minta, e os campos não produzam mantimento; as ovelhas sejam arrebatadas do aprisco, e nos currais não haja gado, todavia, eu me alegro no SENHOR, exulto no Deus da minha salvação" (Hc.3:17,18). A confiança do profeta não estava na provisão, mas no Provedor. Os recursos da terra podem falhar, mas Deus jamais falhará. Como Jó, Habacuque estava pronto a perder tudo, menos a sua fé no Senhor.

b) A nossa alegria é ultracircunstancial (Hc.3:18). A alegria do profeta não é determinada pela presença de coisas boas nem pela ausência de coisas trágicas. Sua alegria está centrada na pessoa de Deus. Sua alegria não está na prosperidade nem na ausência do sofrimento. Sua alegria está em Deus. Sua alegria é ultracircunstancial. Através dos séculos, muitos homens de Deus, em períodos de perseguição e sofrimento, acharam conforto e profunda alegria espiritual nas palavras deste cântico de vitória sobre o poder do mal.

O apóstolo Paulo, ao dirigir-se aos crentes de Filipos, fez a seguinte exortação: “alegrai-vos, sempre, no senhor; outra vez digo: alegrai-vos” (Fp 4:4). O apóstolo Paulo nos ensina aqui três verdades:

- Em primeiro lugar, a alegria do cristão não é uma opção é um mandamento: “alegrai-vos...”.Observe que alegria aqui não é substantivo. Alegria aqui é um verbo, verbo no imperativo. Isto porque o evangelho que nos alcançou é nova de grande alegria; o Reino de Deus que está dentro de nós é alegria no Espírito Santo; o fruto do Espírito é alegria e; a ordem de Deus é: “alegrai-vos”.

- Em segundo lugar, a alegria do cristão independe das circunstancias externas, ela é untracircunstancial. Paulo diz: “alegrai-vos, sempre”. Quando Paulo diz alegrai-vos sempre, o que então ele quer dizer? Ele quer dizer que a alegria do cristão além de ser um imperativo é ultracircunstancial. Porque está alegre, estar feliz quando tudo está bem, até o ateu consegue. O desafio é ser a pessoa feliz apesar das circunstancias adversas.

- Em terceiro lugar, a alegria do cristão não é um sentimento, é uma Pessoa. A alegria do cristão é Jesus Cristo. Por isso Paulo diz assim: “alegrai-vos, sempre, no Senhor”. Quem tem Jesus, experimenta essa verdadeira alegria. Quem não tem Jesus, pode ter momentos de alegria, mas não a alegria verdadeira. Se você tem Jesus você é uma pessoa feliz, se você não tem Jesus você não é uma pessoa feliz. “A alegria do senhor é a nossa força” (Ne.8:10).

c) Deus é o nosso sustentáculo suficiente (Hc.3:19). A alegria do profeta Habacuque não é um sentimento romântico e infundado. Ele tem razões sobejas para alegrar-se. O fundamento da sua alegria está em Deus. Habacuque, que começa deprimido e em dúvida quanto à retidão e à justiça de Deus, termina com alegre confiança na provisão e no poder sustentador de Deus - “O SENHOR Deus é a minha fortaleza, e faz os meus pés como os da corça, e me faz andar altaneiramente”.

Deus é a nossa estabilidade e segurança. Deus é a nossa fortaleza. Ele é o nosso alto refúgio. Ele é a nossa torre de livramento. Nenhum perigo pode nos alcançar quando estamos refugiados em Deus. Ninguém pode nos arrancar dos braços de Jesus. Nenhuma pessoa ou circunstância pode nos afastar do amor de Deus que está em Cristo Jesus. Ainda que o mundo ao nosso redor se transtorne; ainda que os ímpios se levantem com fúria virulenta contra nós; ainda que nos faltem os recursos materiais para uma sobrevivência digna, nossa confiança permanece inabalável em Deus. É pela fé que vivemos, vencemos e triunfamos. Podemos dizer, então, como disse o profeta Habacuque: “Eu me alegro no SENHOR, exulto no Deus da minha salvação". Deus ainda pode nos dar cânticos na escuridão (Jó 35:10), se confiarmos nEle e virmos Sua grandeza!

III. QUANDO O DESESPERO DÁ LUGAR À ESPERANÇA

O profeta Habacuque vai do desespero à esperança, do temor à fé, da angústia avassaladora à exultação indizível e cheia de glória. Essa mudança interior não foi produto de meditação transcendental nem mesmo fruto de uma leitura do cenário político de seu tempo, mas uma volta à Escritura e uma passeada pela História para relembrar quem é Deus e quais são Seus gloriosos feitos.

Quando nos voltamos para as Escrituras, descobrimos que as rédeas da História não estão nas mãos das grandes e poderosas nações, mas nas mãos dAquele que está assentado sobre um alto e sublime trono. Os impérios opulentos caem e voltam ao pó do esquecimento. Aqueles que estavam oprimidos fazem uma viagem do vale para o cume dos montes, enquanto aqueles que oprimiam despencam vertiginosamente do topo para o chão. Deus desbanca a altivez dos poderosos e exalta os humildes. Diz o texto sagrado: “Ainda antes que houvesse dia, eu sou; e ninguém há que possa fazer escapar das minhas mãos; operando eu, quem impedirá?”(Is.43:13). O povo que conhece a Deus é forte. O conhecimento de Deus e das Suas obras é o maior antídoto contra o desespero.

Destaco três verdades essenciais:

1. Quando tudo parece perdido, com Deus ainda não está perdido. Qualquer analista político que olhasse a situação vivenciada por Habacuque, lavraria uma sentença de morte ao pequeno reino de Judá. A Babilônia era a dona do mundo, a detentora de um poder irresistível e de uma crueldade indescritível. Jerusalém seria esmagada impiedosamente, e suas ruas seriam pisadas pelos opressores sem que houvesse qualquer resistência. Mas o forte se torna fraco, e o fraco é revestido de força. A Babilônia caiu, e Judá foi restaurado. Nenhum poder político ou econômico pode frustrar os desígnios de Deus. O plano de Deus prevalece ainda que toda a terra se levante contra Ele. Seguir as pegadas do Deus Todo-Poderoso, eis o segredo de uma vida triunfante!

2. Quando chegamos no final dos nossos recursos, os recursos de Deus ainda estão disponíveis. A crise é um tempo de oportunidade. Habacuque não sucumbiu diante da aterradora situação, mas subiu à torre de vigia e clamou por um avivamento. Ao meditar sobre a pessoa de Deus e sobre os feitos divinos, recobrou ânimo e pôs-se a cantar. É a verdade acerca de Deus e dos Seus gloriosos feitos que nos oxigena a alma e nos fortalece para a caminhada. Quando os recursos da terra acabam, os celeiros do Céu continuam abarrotados. Quando a força do braço humano entra em colapso, o braço Onipotente de Deus sai em defesa do Seu povo. A fé em Deus não é fuga dos problemas, mas a única maneira sensata de enfrentá-los vitoriosamente.

3. Quando a crise nos encurrala, precisamos olhar para o Alto. Quando Habacuque subiu à torre de vigia, ele ouviu Deus e falou com Ele. A Palavra de Deus lhe trouxe consolo e direção, e a oração lhe encheu a alma de esperança e alegria. Diante da tragédia, se olharmos para baixo, ficaremos desolados; se olharmos ao redor, para avaliarmos as circunstâncias, ficaremos estarrecidos. Contudo, se olharmos para o Alto, encontraremos vitória.

CONCLUSÃO

Diante dessas crises que o Brasil está atravessando, muitos estão angustiados e desesperados. Devemos entregar a nossa causa a Jesus. Ele sabe quem somos, onde estamos, o que estamos passando, e Ele pode vir trazer o socorro de que tanto precisamos. O Brasil está em crise, o mundo está em crise, mas o Céu não. O Senhor é soberano e não perdeu o controle da situação. O governo está em Suas mãos. Ele tem o suprimento para todos aqueles que nEle confiam. Ele é o Deus da provisão.  Aleluia!

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Fonte: ebdweb - Luciano de Paula Lourenço

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

13ª lição do 3º trimestre de 2016: A EVANGELIZAÇÃO INTEGRAL NESTA ÚLTIMA HORA



Texto Base: Lucas 24.44- 53

 

"E eles, tendo partido, pregaram por todas as partes, cooperando com eles o Senhor e confirmando a palavra com os sinais que se seguiram. Amém!" (Mc 16.20).

INTRODUÇÃO

Com a graça de Deus chegamos ao final de mais um trimestre letivo. Esperamos que as Aulas ministradas tenham causado um despertamento singular, contribuindo para que todos nós cumpramos a missão primordial que Jesus nos comissionou: a evangelização integral.

A realização da evangelização integral é uma ordem concreta e específica de Jesus, expressa nos textos da “Grande Comissão” (Mateus 28:19,20). Neste texto, notamos que Jesus nos envia em seu poder e autoridade para irmos a todas as nações e façamos discípulos (seguidores de Cristo), batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Porém, aqui não termina o imperativo de Cristo; Ele continua dizendo: “... ensinando-os a guardar todas as coisas que tenho ordenado...”. Nós geralmente nos esquecemos desta última parte. Colocamos todo o esforço e ênfase na “salvação de almas” (e damos graças a Deus por estes esforços), porém devemos ter sempre presente que a Grande Comissão também inclui o ensinar todas as coisas que Jesus determinou.

Proclamemos o Evangelho, batizemos e façamos discípulos, porém ensinemos o povo de Deus a também viver uma vida santa, pura, que demonstre preocupação com o estabelecimento de justiça em nossa sociedade, com uma relação mais justa entre os homens e com a situação dos que sofrem perseguição, fome, opressão social e espiritual. Apresentemos o Evangelho de Cristo a todo o contexto humano. O Evangelho deve ser pregado aos pobres, aos ricos, aos setores médios, às nossas autoridades, enfim, a todos os segmentos da sociedade.

É bom entender que uma igreja só se envolverá de maneira séria e responsável com a Grande Comissão, quando estiver sob forte poder e unção do Espírito Santo. No princípio da Igreja, a evangelização atingiu o ápice quando experimentou um efusivo derramamento do Espírito Santo (At 2:1-4). Essa unção extraordinária modificou a estrutura espiritual de um grupo de homens assustados em verdadeiras brasas ardentes, e os levou a testemunharem do amor de Deus, mesmo com o sacrifício de suas próprias vidas. Se levarmos em conta o modelo autenticamente pentecostal de evangelização, cumpriremos, de forma cabal, o programa divino para alcançar tanto o nosso bairro, nossa cidade, nosso país, quanto as nações mais distantes. Mas, para isso, temos de nos voltar ao método de evangelização simples, porém eficaz, dos primeiros evangelistas e missionários.

I.  O QUE É A EVANGELIZAÇÃO INTEGRAL

A Igreja de Cristo é a Agência evan­gelizadora por excelência. Quando ela evangeliza, cum­pre integralmente a sua missão, pois integralmente promove o ser humano, o qual é constituído de corpo, alma e espírito (1Ts 5:23). A evangelização integral alcança todos os aspectos que direcionam o ser humano ao padrão que Deus sempre quis para ele: paz, justiça, alegria, felicidade, equilíbrio, vida eterna. Se a Igreja descumprir a sua tarefa básica, certamente, perderá a sua condição de Corpo de Cristo, reduzindo-se a uma mera organização humana.

1. Evangelização integral. A evangelização integral consiste na proclamação do Evangelho todo, para o homem todo, para todos os homens, e em todos os âmbitos: local, nacional e transcultural. O Evangelho é o agente transformador do caráter do ser humano, por isso Deus comissionou à Igreja fazer a evangelização a todos os povos e etnias(Mc 16:15), no afã de possibilitar a restauração do ser humano ao status quo da criação: imagem e semelhança de Deus(quanto ao caráter), dignidade, plena felicidade, comunhão com Deus e vida eterna.

Jesus direcionou os olhos dos discípulos para a ação missionária e deu-lhes um esboço geral da obra que deveriam fazer: “...e ser-me--eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra” (Atos 1:8). Jesus não ordenou aos discípulos evangelizar primeiro Jerusa­lém, depois a Judeia, em seguida Samaria e, finalmente, os confins da terra. Não. O seu plano-diretor era bem claro e objetivo: os discípulos deveriam ser testemunhas não apenas no território de Israel, mas até aos confins da terra; não apenas aos judeus, mas também aos gentios. O reino de Deus abrange todos os povos, de todos os lugares, de todas as línguas e culturas. O reino de Deus alcança a todos, em todos os lugares, de todos os tempos, que foram lavados no sangue do Cordeiro (Ap 5:9). Os discípulos eram testemunhas que haviam presenciado um fato glorioso, a ressurreição de Cristo, e essa notícia da exaltação de Jesus deveria ser anunciada até aos confins da Terra, ainda que, para isso, a morte fosse o preço a ser pago.

Todas as nossas ações, todo o nosso cotidiano deve ser criado e executado diante da perspectiva de que somos testemunhas de Cristo Jesus (At 1:8) e que devemos, portanto, testificar do Senhor, mostrar ao mundo, através da mensagem da Palavra de Deus e de atitudes, que Deus é nosso Pai, que somos filhos de Deus e, por meio deste comportamento, levar os homens a glorificar o nosso Pai que está nos céus (Mt 5:16).

2. Avivamento e evangelização. Onde começa a vida cristã? No Calvário. Mas, onde tem início a semeadura eficiente? No Cenáculo. Nenhum plano evangelístico, ainda que elaborado, terá êxito a menos que retornemos ao Cenáculo. Ou seja, sem o revestimento de poder do alto, não teremos força suficiente para anunciar o evangelho de Cristo. Naquele recanto humilde de Jerusalém - o Cenáculo -, apóstolos e discípulos aguardaram, em oração, o derramamento do Espírito Santo. Até mesmo Maria, a mãe do Senhor, ali estava à espera do Consolador que, na plenitude do Pentecostes, haveria de descer e revestir a todos com o poder do alto. A partir daquele instante, a Igreja foi chamada para fora, a fim de ganhar o mundo no poder do Espírito Santo.

Chamada para fora do Cenáculo, a igreja evangelizou Jerusalém. Chamada para fora de Jerusalém, a Igreja inundou a Judeia com a Palavra de Deus. Chamada para fora da Judeia, a Igreja chegou a Samaria, a Antioquia e a Roma. De cidade em cidade, a Igreja alcançou os confins da Terra.

No Pentecostes, todos somos chamados para fora, a fim de proclamar o evangelho de Cristo. Por essa razão tão santa, anunciemos que Jesus salva, batiza com o Espírito Santo, cura as enfermidades do corpo, da alma e do espírito, opera sinais e maravilhas e, em breve, há de voltar para levar-nos à Jerusalém Celeste.

No poder do Espírito, falaremos de Cristo sem impedimento algum. Infelizmente, há igrejas pentecostais, quer entre as neos, quer entre as históricas, que, apesar do título que ostentam, já não têm o Espírito Santo. São místicas, mas não espirituais; sincréticas, mas não bíblicas; em vez de evangelizar, fidelizam clientes que se escravizam a um cristianismo divorciado de Cristo e a um pentecostes sem o Espírito Santo. Urge um avivamento como aquele do Cenáculo.

II. DISCIPULADO INTEGRAL

O discipulado, conhecido como a missão educadora da Igreja, é, ao lado da evangelização, um dos pilares fundamentais da Igreja. São duas tarefas indissociáveis, impostas por ordem de nosso Senhor Jesus e que está exarado na passagem de Mateus 28:19,20.

Quando alguém se converte a Cristo e nasce de novo é considerado um recém-nascido, é uma pessoa que tem pouco ou nenhum conhecimento a respeito das coisas de Deus, a respeito da vida com o Senhor Jesus. Embora tenha recebido uma nova natureza, embora seu espírito tenha se ligado novamente a Deus, ante a remoção dos pecados, é um ser humano e, como tal, precisa ser ensinado a respeito do Senhor, ensino este que deve ser protagonizado pela Igreja, que é a quem o Senhor incumbiu esta tarefa sobre a face da Terra. Jesus é quem salva, mas é a Igreja que deve “fazer discípulos”, que deve “ensinar”. O discipulado não deve ser parcial, mas integral; este, compreende as seguintes ações: doutrinação, integração, treinamento e identificação. “A salvação é de graça, mas o discipulado custa tudo o que temos" (Billy Graham).

1. Doutrinação. A doutrinação consiste no ensino das verdades centrais da fé cristã, tanto aos novos convertidos quanto aos que são antigos na fé. Isto é uma atividade contínua da Igreja, a fim de que o cristão possa pensar, agir e viver de acordo com o mandamento de Cristo; ou melhor, para que o cristão adquira firmeza na fé, maturidade cristã. A doutrinação deve ser iniciada no ato da conversão, tendo continuidade durante toda a vida cristã (At 2:41-43).

Paulo jamais se mostrou remisso à doutrinação da igreja de Cristo. Em Trôade, ministrou aos irmãos até altas horas: “No primeiro dia da semana, ajuntando-se os discípulos para partir o pão, Paulo, que havia de partir no dia seguinte, falava com eles e alargou a prática até meia-noite(At 20:7-8). Nem o incidente com o jovem Êutico lhe arrefeceu o ardor do ensino da Palavra de Deus: “E, subindo, e partindo o pão, e comendo, e ainda lhes falou largamente até à alvorada; e, assim partiu”(At 20:11). Este é o desvelo que o líder obreiro do rebanho do Senhor deve ter.

2. Integração. Integrar significa juntar, incorporar, tornar parte. Só a doutrinação não é suficiente; é indispensável que aja facilitação para que o ente cristão seja integrado na comunidade, na igreja local. Sem a integração social do novo crente, sua doutrinação torna-se ineficaz. O novo convertido precisa sentir que é parte da família de Deus. Há igrejas onde tornar-se membro significa apenas adicionar o nome no rol de congregados, sem nenhum requisito ou expectativa. Seguir a Cristo, porém, inclui integrar, não apenas acreditar. É bom saber que a igreja é um corpo, não um edifício; um organismo, não uma organização.

Segundo estatísticas divulgadas, de cada cem pessoas que aceitam a Cristo, apenas dez descem às águas batismais, e dessas, apenas três permanecem após o primeiro ano do batismo. Uma das razões principais para isso é a falta de integração do novo convertido ao seio da igreja. O amor que integra não compreende apenas palavras, mas ações efetivas - “Meus filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas por obra e em verdade”(1João 3:18). Aqui, o apóstolo João adverte que, se os cristãos não se amarem mutuamente, jamais se sentirão parte do corpo de Cristo.

Portanto, quando falamos em integrar o novo convertido, estamos falando simplesmente de fazê-lo parte do corpo visível do Senhor - a igreja local -, promovendo-o à integração espiritual, doutrinária, social emocional e cultural, bem como envolvendo-o no serviço cristão. A sua união ao corpo místico de Cristo é obra do Espírito Santo; entretanto, cabe a nós a missão de levá-lo pela mão em seus primeiros passos na fé, e de ajudá-lo a ocupar o seu lugar na comunidade dos salvos.

3. Treinamento. Ainda na fase da doutrinação e da integração, o novo convertido deve ser treinado a fazer novos discípulos. A igreja de Antioquia se preocupava com esta fase da evangelização integral. Lá, o ministério era completo. A igreja estudava a Palavra de Deus (Atos 13:1), buscava a face de Deus em oração (Atos 13:3) e obedecia a Deus (Atos 13:3). Dentre os seus mem­bros, saíram os primeiros missionários transculturais do Cristianismo. Enquan­to a igreja e os seus obreiros oravam, jejuavam e serviam ao Senhor, disse o Espírito Santo: "Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado" (At 13:2). Vê-se que o Espirito Santo não age à parte da igreja, mas em sintonia com ela. É a igreja que jejua e ora; é a igreja que ensina, que treina; é a igreja que impõe as mãos e despede. Todavia, é o Espírito Santo quem envia os missionários. Assim, os missionários exercem seu ministério pelo Espirito Santo. Foi o próprio Espirito Santo quem enviou os missionários para o campo de trabalho (Atos 13:3,4). A partir daquele momento, a Igreja de Cristo, irradiando-se a partir do Oriente Médio, universalizou-se até chegar a nós.

4. Identificação. Uma vez que o crente recebe a justificação por meio de Jesus Cristo, deve andar de modo digno da vocação a que foi chamado. Isso será demonstrado através de sua conduta, o seu viver diário. A conduta do crente deve refletir a de uma pessoa transformada, que foi lapidada pelo poder do Espírito Santo. Mas essa identificação cristã não se dá de imediato, é preciso um discipulado radical contínuo para se chegar à maturidade cristã.

A igreja em Antioquia era uma igreja que havia dado lugar prioritário ao ensino exaustivo da Palavra de Deus, à doutrina (At 11:22-26). Barnabé, ao verificar que havia conversão autêntica de muitos irmãos naquela igreja, tratou de buscar a Paulo e, durante todo um ano, houve o ensino da Palavra àqueles crentes. O resultado daquele ano de ensino não poderia ser melhor: os convertidos passaram a ter uma vida muito semelhante à de Jesus; passaram a ser diferentes dos demais moradores de Antioquia; passaram a ser provas vivas da transformação que o Evangelho produz nas pessoas. Após terem sido ensinados na Palavra e terem mudado de vida, os moradores de Antioquia passaram a notar a diferença e, cumprindo o que disse Jesus a respeito do efeito das boas obras dos Seus discípulos, passaram a chamar os discípulos de “cristãos”, isto é, “parecidos com Cristo”, “semelhantes a Cristo” (At 11:26). Eram os homens glorificando ao Pai que está nos céus (Mt 5:16); era o resultado do ensino da Palavra.

Hoje, há uma grande necessidade de mantermos uma conduta exemplar. Infelizmente, o modo de comportamento de milhões foi deformado pelo mundo; ao invés de evangelizar, desevangeliza. Quem nos olha como evangélicos, já não nos vê como cristãos. É hora de resgatarmos nossa identidade como servos de Deus para que, à semelhança dos crentes antioquinos, sejamos conhecidos como autênticos discípulos de Cristo.

Concordo com o Pr. Claudionor de Andrade, quando diz que “houve um tempo em que nós, pentecostais, recebíamos os mais abençoados codinomes. Em São Paulo, éramos cognominados de ‘crentes’, pois fazíamos questão de alardear a santíssima fé no poder do evangelho. Já no Rio de Janeiro, apelidavam-nos de ‘bíblias’, porque não escondíamos nosso apego à Palavra de Deus. Noutros lugares, as alcunhas oscilavam entre o elogio e a calúnia. Os católicos mais romanos chamavam-nos de ‘quebra-santos’, porquanto ensinávamos que há um só mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, o Homem Perfeito.

“O tempo passou. As coisas mudaram. Hoje, somos conhecidos por um agnome elegante e chique: ‘evangélicos’. Já não nos tratam de crentes, nem de bíblias, ou de quebra-santos. E, como evangélicos, fomos associados à prosperidade, ao luxo e à luxúria. Se continuarmos assim, logo perderemos também o nome de cristãos.

“Ontem, o mundo nos odiava, porque éramos biblicamente corretos. Hoje, o seu príncipe nos bajula, por estarmos entre os, política e socialmente, conformados. Ganhamos influência junto aos palácios e câmaras, mas já não temos ousadia junto ao trono daAquele cuja soberania não deve ser ignorada.

“Ontem, o joio entre o trigo. Hoje, o trigo entre o joio. E, pouco a pouco, vai a erva daninha sufocando a boa semente.

“No início, a igreja era evangelizadora. Agora, meramente evangélica. Se no passado fazíamos história, no presente, nem históricos somos. Já não temos perspectiva quanto ao futuro. Perdemo-nos no tempo, e já não temos noção de eternidade.

“Sim, há exceções e não são poucas. No entanto, fizemo-nos conhecidos não pelas exceções, mas pela regra geral. Se as exceções fazem o cristianismo invisível e militante, a regra geral dá corpo e forma à cristandade visível e já bem acomodada a este século”. (Pr. Claudionor de Andrade. O desafio da evangelização, pp.151 a 157).

III. A IGREJA DA EVANGELIZAÇÃO INTEGRAL

A igreja da evangelização integral é caracterizada por três ações básicas na divulgação do Evangelho de Cristo: promoção, comissão e manutenção.

1. Promoção. À semelhança de Antioquia, a igreja da evangelização integral não vive de si e para si. Antes, promove a proclamação de Cristo em todos os âmbitos (At 13:1-3). Para ela, não existe maior evento do que evangelizar e fazer missões. Cabe à igreja, portanto, na plena responsabilidade que lhe foi dada por Jesus Cristo, cuidar do ser humano em sua forma integral (1Co 6:18-20), promovendo a sua reconciliação com o Criador e proporcionando-lhe as condições necessárias para que ele sinta a plena comunhão da família de Deus.

Para cumprir a evangelização integral não é necessário nenhum método inovador, nem de fórmulas extravagantes, precisamos, sim, que retornemos ao Cenáculo para sermos revestidos de poder, e, assim, cumprir plenamente o cronograma divino do anúncio universal do Evangelho. O poder que a igreja recebe não é político, intelectual ou ministerial, mas um poder espiritual, pessoal e moral. A fonte desse poder é o Espirito Santo, e esse poder é dado para que a Igreja seja testemunha de Cristo até aos confins da Terra. Disse Jesus: “Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me--eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra" (At 1:8). Jesus está dizendo aos discípulos que não lhes bastaria o poder do intelecto, da vontade ou da eloquência humana. Era preciso que o Espírito Santo agisse neles, dentro deles e através deles. Que o Senhor avive as igrejas locais, impulsionando-as aos confins da Terra.

2. Comissão. Na evangelização integral, a igreja tem de agir como a agência evangelizadora e missionária por excelência. Nenhuma organiza­ção pode substituí-la nessa tarefa. Jesus deu a ordem: “ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a observar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos” (Mt 28:19,20).

O homem não tem condições de salvar-se a si próprio e, mais, o deus deste século lhe cegou o entendimento para que não tenha condições de ver a luz do evangelho da glória de Cristo (2Co 4:4). Portanto, é tarefa da Igreja ir ao encontro de judeus e de gentios para lhes anunciar as boas-novas da salvação.

A ordem do Senhor é para que se pregue a toda criatura, mesmo aquela que, pela sua conduta, pela sua forma de proceder, é alvo de todo ódio, de toda repugnância, de todo o desprezo da sociedade e do mundo (vide Mc 5:1-20). Observe o exemplo de Jesus - Ele ia ao encontro dos publicanos e das meretrizes, considerados a escória da sociedade de seu tempo. E nós, o que estamos a fazer?

3. Manutenção. É dever de cada crente incentivar missões, orar pelos missionários e pelos que estão sendo enviados, e contribuir financeiramente para o sustento dos missionários. Quando olhamos para o princípio da Igreja, notamos nela o empenho dos crentes para que houvesse a manutenção e o sustento daqueles que tinham se dedicado à obra de Deus (At.2:44-46; 6:1-3; Fp.2:25; 4:18; 1Tm.5:18), como também o cuidado para que os pobres não passassem por necessidades que comprometessem a sua sobrevivência digna (2Co 8,9).

Não há qualquer fundamento para que se diga, como alguns, na atualidade, que não há qualquer necessidade de uma contribuição financeira na Igreja. Os textos bíblicos mostram, claramente, que devemos contribuir para a manutenção e sustento da obra de Deus e que esta obra envolve despesas e a necessidade de sustento daqueles que se dedicam integralmente a ela. Como se não bastasse isso, não podemos ter, na Igreja, qualquer necessitado, o que impõe a contribuição para que seja possível a ação social, não só entre os crentes, mas também em relação aos incrédulos, pois a ação social é elemento integrante da evangelização integral.

Em nossos dias, dias de “amor do dinheiro” (1Tm 6:10), vemos dois fenômenos totalmente inadmissíveis para o povo de Deus:

- Primeiro, a “mercantilização da fé”, em que, aproveitando-se dos mandamentos bíblicos referentes à contribuição financeira, muitos estão a tornar as igrejas locais em verdadeiras “empresas religiosas”, onde há uma sede de arrecadação que tem em vista tão somente a formação de impérios empresariais travestidos de organizações ou empreendimentos eclesiásticos e a nutrição de uma vida nababesca de poucos, que não estão nem um pouco preocupados com a obra de Deus, que se fazem cercar de um sem-número de “parasitas”, aproveitadores das “migalhas” que caem das mesas destes “mercenários”.

- Segundo, o “consumismo desenfreado”, que tem tomado conta dos corações de muitos crentes que direcionam os seus recursos para a satisfação de seus desejos e prazeres incontidos, com o desvio dos recursos que deveriam ser destinados à obra de Deus, e que servem apenas para a satisfação dos interesses materiais e mundanos dos que cristãos se dizem ser, e que fazem com que muito do que poderia ser utilizado na obra de Deus seja destinado para “mercenários” e para pessoas totalmente descompromissadas com a evangelização.

Como bem diz o Pr. Claudionor de Andrade, “evangelizar não é expandir impérios, ainda que estes exibam títulos eclesiásticos e igrejeiros. O evangelizar autêntico e pentecostal é mais semeadura que colheita, é mais chorar que rir, é mais pregar que teologizar. Que exemplo o semeador da parábola nos traz! O Mestre disse que ele saiu, mas calou-se quanto ao seu retorno, pois a evangelização integral tem a ver com o sair, e não com o retornar”.

“No auge da pros­peridade econômica do Brasil, o que fizemos em prol da evangelização mundial? Sabemos que algumas igrejas aproveitaram aquele momento para chegar aos confins da Terra. Outras, porém, viveram apenas para si, como se aquele instante não tivesse fim”.

Quando há compromisso com a Palavra de Deus, também comprometemos o nosso patrimônio com as “coisas de cima”, com aquilo que contribuirá para a salvação das almas e a glorificação do nome do Senhor. Pensemos nisto!

CONCLUSÃO

“Para que existe no mundo a Igreja Cristã? Ela não é um barco, em que podem flutuar os favoritos, felizes, e sem cuidado algum, por sobre o mar da vida até chegar à praia áurea. Ela não é uma companhia de seguros, à qual se podem pagar prêmios! Ela não é um clube social, cujos membros se reúnem ocasionalmente para gozar a companhia uns dos outros, se divertirem e trocarem ideias! Não. A Igreja de Cristo é uma instituição ganhadora de almas, a proclamar, a tempo e fora de tempo, que Jesus Cristo salva a todos os homens que O aceitarem...”(Orlando Boyer - Esforça-te para ganhar almas).

Foi um prazer estar com vocês neste trimestre letivo. Espero que as Aulas ministradas tenham despertado em cada coração o desejo de ganhar almas para o Reino de Deus. Que Deus nos conceda ânimo, saúde física e mental, e inspiração para enfrentarmos o novo desafio que está por vir. Deus os abençoe sobremaneira!

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Fonte: ebdweb - Luciano de Paula Lourenço