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sexta-feira, 17 de junho de 2011

CONSERVANDO A PUREZA DA DOUTRINA PENTECOSTAL



Texto base: 2Tm 4:1-4; 2Pedro 2:1-3
“Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina; persevera nestas coisas; porque, fazendo isto, te salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem” (1Tm 4.16).


INTRODUÇÃO
Conservar a pureza da doutrina pentecostal é, em primeiro lugar, aderir à doutrina dos apóstolos, ou seja, acolhê-la, passar a segui-la, crer nela. Doutrina esta que não é outra senão a mesma doutrina dada por Jesus em Seu ministério terreno (1Co 11:23; 1Pedro 1:12; 1João 1:5;2:7). A conservação, portanto, está intimamente relacionada com a observância da Palavra de Deus, com a adesão, isto é, a aceitação sem qualquer reserva ou modificação, do que está na Bíblia Sagrada. Adesão é o ato pelo qual alguém, antes alheio a um processo ou a um negócio, a ele se une por consentimento próprio, sem fazer qualquer ressalva ou reserva. Daí a figura do “contrato de adesão”, aquele contrato que, já previamente feito, é aceito por alguém, que não pode alterar nenhuma de suas condições (como acontece, normalmente, nas instituições bancárias). Conservar a verdadeira doutrina pentecostal é, portanto, submeter-se às condições estabelecidas na Palavra de Deus para o homem, sem qualquer modificação do que ali consta. O verdadeiro crente pentecostal é aquele que aceita, sem reservas, o que está contido na Palavra de Deus.


I. FALSOS DOUTORES E PROFETAS

Um dos aspectos da conservação é a vigilância constante, a verificação de tudo quanto se apresenta aos nossos sentidos e à nossa mente, para impedir que alguma coisa venha a nos sair do alvo da nossa vocação, venha a nos distanciar da comunhão com o Espírito Santo, venha a perturbar a nossa vida cristã. Por isso, os conservadores sempre são pessoas cuidadosas, pessoas que não aceitam qualquer “novidade” antes de um profundo exame à luz das Escrituras Sagradas. O verdadeiro cristão não pode sair atrás de “novas coisas”, de sinais ou de maravilhas, notadamente nos dias em que estamos vivendo. Quem o diz é o próprio Jesus que anunciou que, nos últimos dias, apareceriam sinais, prodígios, assim como falsos profetas e falsos mestres, seja fora da igreja, seja dentro da igreja, mas que não poderíamos nem sair atrás disto, nem dar crédito a isto (Mt 24:23-26). “Conservar” é “vigiar”, é “estar atento” para as manifestações espirituais, discernindo aquilo que provém de Deus, daquilo que é ardil do adversário, ardis estes que jamais poderemos ignorar (2Co 2:11).

1. Uma avalanche de heresias. “Heresia” é todo e qualquer ensinamento, todo e qualquer preceito que não se coadune com a verdade de Deus, que se encontra revelada na Bíblia Sagrada. “Ao homem herege, depois de uma e outra admoestação, evitá-o, sabendo que esse tal está pervertido e peca, estando já em si mesmo condenado”(Tito 2:10-11). Perceba a gravidade que representa uma heresia. O herege é aquela pessoa que embora conhecendo a verdade, desvia-se dela, abraçando uma doutrina falsa, ou uma doutrina contrária àquela revelada pela Bíblia Sagrada.
A falsa doutrina, ou “heresia de perdição”, tem que ser combatida com a verdadeira doutrina. É exatamente aqui que as denominações evangélicas têm falhado. Por falta de conhecimento da Palavra de Deus, seus obreiros não conseguem identificar os falsos mestres. Assim, a doutrina bíblica vai sendo substituída pelas heresias, e os bons costumes estão sendo substituídos pelos maus costumes. O Espírito Santo vai sendo empurrado para fora das Igrejas, enquanto o mundo, o diabo e a carne vão ocupando e preenchendo os lugares que vão ficando vazios. Por falta de conhecimento da Palavra de Deus, muitos crentes, embora bem intencionados “… seguirão suas dissoluções, pelas quais será blasfemado o caminho da verdade”(2Pedro 2:2).
Devemos sempre ser cautelosos com tudo aquilo que se apresentar como “novo”. Vivemos os dias das “novidades”: “nova unção”, “nova visão”, “nova revelação”. Tudo quanto se apresente como “novo” deve ser imediatamente rechaçado pelo servo de Deus. A Palavra de Deus permanece para sempre, a sã doutrina é imutável e, portanto, não cabe aqui falar em qualquer “novidade”. Só se fala em novo quando se tem algo velho e quando se tem algo velho é porque este algo considerado velho está perto de se acabar (Hb 8:13). No entanto, o que Jesus instituiu não foi abolido, permanece para sempre, até porque o Senhor vive eternamente (Ap 1:17,18). Portanto, não há como se aceitar tudo o que se apresentar como “novo”, pois isto será admitir que o que existe envelheceu, ficou velho, perto de se acabar, o que é algo gravíssimo, pois estaremos negando a origem divina das Escrituras, o próprio testemunho do Filho de Deus, o que representa a negação do próprio Deus e a nossa condenação eterna (1João 5:10-13).
A heresia está entre as obras da carne que Paulo listou em Gálatas 5:19-21: “Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: prostituição, impureza… idolatria, feitiçaria… heresias… e coisas semelhantes a estas… os que cometem tais coisas não herdarão o Reino de Deus”(Gl 5:19-21).
Contemplando e avaliando a galeria onde as heresias estão colocadas e a sentença de que o herege não herdará o Reino de Deus não se pode deixar de considerar o perigo que uma heresia representa para “uma Igreja”. Paulo, falando sobre o herege, disse “evita-o”.
2. Falsos mestres e falsos profetas. “E também houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos doutores, que introduzirão encobertamente heresias de perdição e negarão o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina perdição”(2Pedro 2:1).
Nestes tempos pós-modernos, o falso mostra-se tão bem vestido de verdadeiro, que, se possível fosse, enganaria até mesmo os escolhidos. São falsos milagres, falsos milagreiros, falsos ensinos, falsos mestres, falsas profecias e falsos profetas. As igrejas locais estão proliferadas de obreiros corrompidos e distanciados da verdade, como os mestres da lei de Deus, nos dias de Jesus(Mt 24:11-24), e o crente precisa estar informado sobre este fato.
Jesus adverte que nem toda pessoa que professa a Cristo é um crente verdadeiro e que, hoje, nem todo escritor evangélico, missionário, pastor, evangelista, professor, diácono e outros obreiros são aquilo que dizem ser. Muitos desses obreiros “exteriormente pareceis justos aos homens”(Mt 23:28). Aparecem “vestidos como ovelhas”(Mt 7:15). Podem até ter uma mensagem firmemente baseada na Palavra de Deus e expor altos padrões de retidão. Podem parecer sinceramente empenhados na obra de Deus e no seu reino, demonstrar serem grandes ministros de Deus, líderes espirituais de renome, ungidos pelo Espírito Santo. Poderão realizar milagres, ter grande sucesso e multidões de seguidores(ver Mt 7:21-23); 24;11,24; 2Co 11:13-15). Todavia, esses homens são semelhantes aos falsos profetas dos tempos antigos(ver Dt 13:3; 1Rs 18:40; Ne 6:12; Jr 14:14; Oséias 4:15), e aos fariseus do Novo Testamento, cujas vidas eram “cheias de iniquidade e de hipocrisia”(Mt 23:28).
Na época de Jeremias, o reino de Judá foi destruído por causa de falsos profetas que diziam às pessoas coisas que Deus não havia falado. A mesma coisa acontece hoje. Na sua falsidade eles ensinam rebelião contra a palavra verdadeira de Deus. Na sua interpretação errada da palavra de Deus eles caminham para a condenação, levando juntos aqueles que acreditam nos seus falsos ensinamentos. Portanto, tenhamos cautela e não sejamos ignorantes! Os nossos olhos podem ver o pregador mais poderoso do mundo, mas isto não significa nada.
Não devemos ficar impressionados quando o pregador só fala o que o povo quer ouvir: promessas de paz, promessas de prosperidade, promessas de milagres e curas. Numa época de crise e desemprego, muitos se aproveitam, pregando prosperidade e bênçãos, enganando até multidões. Que o povo de Deus não se engane! Que o povo de Deus não seja ignorante, mas conheça a santa Bíblia! Importa ouvirmos a pura e verdadeira Palavra de Deus, a qual nos orienta sobre os nossos pecados e sobre as nossas transgressões. Sejamos como os crentes de Beréia: “Ora, estes foram mais nobres do que os que estavam em Tessalônica, porque de bom grado receberam a palavra, examinando cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim” (Atos 17:11).
3. A falta do estudo bíblico no meio pentecostal. Os crentes evangélicos sérios, de forma especial os Pentecostais, conhecem muito pouco as verdadeiras doutrinas bíblicas. Lê-se pouco a Palavra de Deus e estuda-se muito menos. A maioria não freqüenta nossas Escolas Dominicais nem tampouco os cultos de ensino. Alimentam-se, tão somente, das mensagens ouvidas no domingo, as quais na maioria das Igrejas ficam “espremidas” entre um longo período de louvor e o término do culto.
Assim, a doutrina bíblica vai sendo, sem que se dê conta, substituídas pelas heresias, ou pelas doutrinas de homens; os bons costumes vão sendo substituídos pelos maus costumes; o Espírito Santo vai sendo “empurrado” para fora das igrejas, enquanto que o mundo, o diabo, com suas sutilezas, e a carne vão ocupando os lugares que vão ficando vazios.
Muitos crentes embora bem intencionados, mas, por falta de conhecimento bíblico vão se tornando presas fáceis das sutilezas de Satanás, caindo nas malhas dos “falsos profetas, lobos vestidos de ovelhas”, na expressão usada por Jesus, dos “falsos doutores” referidos por Pedro, “dando ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios” na expressão usada por Paulo.
Caso você não concorde com o que eu disse…! Então responda para você mesmo: qual é a porcentagem do número de membros de sua igreja que freqüenta a Escola Dominical e os cultos de Ensino? Quantos dos membros de sua Igreja já fizeram, ou estão fazendo um curso de teologia, ainda que básico? Caso o número atinja, pelo menos, 50%, então, me perdoe, eu estou errado! Na sua Igreja tem um Curso de Teologia, além da Escola Dominical? Lembre-se, os crentes de Bereia não se deixam enganar e nem são vitimas das sutilezas de Satanás!
Atualmente, nas igrejas ditas evangélicas, há muitas “meninices”. Vivemos uma época de muitos modismos. Tudo se espiritualiza, isto ao arrepio da doutrina sadia e simples da Palavra de Deus. Fala-se em rir, rugir, cair, pular, dançar de poder, “nova unção”, “risada santa”, “vômito santo”, “o dom de lagartixa”, “o cair pelo Espírito”, “o sopro santo”, “o aviãozinho”, “adoração a anjos”, ” coreografia a anjos”, “o paletó ungido”, ” unção de lenços, carteiras de trabalho e outros objetos”, ” sessão de descarrego”, ” rosa ungida”, ” túnel de luz”, “o corredor dos trezentos”, “corrente dos setenta”, “sal grosso”, “a ingestão das ervas amargas”, “sono santo” e outras inúmeras inovações que têm aparecido nos últimos tempos, inovações estas que, muito propriamente, foram denominadas pelo jornalista evangélico Jehozadak Pereira de “neobesteiras”. Todas são práticas que misturam feitiçaria, meninice, despreparo espiritual. Isto acontece por falta de leitura e estudo da Palavra de Deus, ou por deturpação da mensagem e conteúdo do Livro Santo.


II. A SUTILEZA DE SATANÁS NO FIM DOS TEMPOS





Sutileza
 é a arte de agir sem ser notado, ou de conseguir um objetivo sem ter que revelar a verdadeira intenção, apenas insinuando, ou despertando a curiosidade da possível vitima. É usar de astúcia, de artimanha, de artifícios enganadores.

A primeira vez que esta palavra surge nas Escrituras é, precisamente, em relação a Satanás, que é apresentado como a serpente, a “mais astuta de todas as alimárias do campo que o Senhor Deus tinha feito” (Gn 3:1).
1. Os ardis de Satanás. Satanás desde a sua primeira aparição no relato bíblico já é apresentado como sendo um ser que tem a capacidade de quase não ser percebido, que tem uma grande sensibilidade para perceber ou sentir as coisas com antecedência e, desta maneira, elaborar coisas muito engenhosas, que tem grande capacidade de insinuação e que, assim agindo, consegue atingir os seus objetivos. Jamais devemos ignorar os ardis de Satanás(2Co 2:11).
a) Usando de sutilezas ele enganou Eva, no Paraíso. Em nenhum momento Satanás usou sua força para obrigar a mulher a pecar. Ele não foi rude, não foi ameaçador, não levantou a voz com Eva. Quem age com sutileza age com inteligência, procurando angariar a confiança, dando credibilidade às suas palavras. Às vezes procura passar a idéia de inocência procurando levar a vitima a se considerar como superior.
É com sutileza que agem os estelionatários, hoje, conseguindo enganar tantos incautos. Eles se apresentam sempre com a aparência de muita educação e humildade. Foi assim, muito gentil e com voz aveludada que Satanás se aproximou de Eva, dirigindo-lhe uma pergunta aparentemente nada comprometedora: “… É assim que Deus disse: não comereis de toda árvore do jardim?”. Diante de tanta amabilidade Eva aceitou o diálogo, porém, não mostrou firmeza, pois, em sua resposta não correspondeu aquilo que, de fato Deus havia dito. Nossas dúvidas e inseguranças na Palavra de Deus tornam Satanás mais ardiloso.
Falseando a Palavra, Eva respondeu: “… do fruto das árvores do jardim comeremos, mas, do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: não comereis dele, nem nele tocareis, para que não morrais”. Agora Satanás estava em condições de contraditar o próprio Deus, pois, sentiu que já tinha o controle sobre a mulher. Mais uma vez, com muita sutileza, lançou dúvidas quanto à veracidade da Palavra do próprio Deus: “… certamente não morrereis”. Uma maneira muito sutil de afirmar que Deus havia mentido. Não tendo havido nenhuma reação por ter ouvido que a Palavra do Criador não era verdadeira, então Satanás com maior sutileza deu sua cartada final despertando, agora, a soberba e o desejo de ser como Deus: “Porque Deus sabe que, no dia em que dele comerdes, se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal”(Gn 3:1-5). Sem qualquer ameaça, sem nenhuma palavra forte, apenas na sutileza, Satanás já estava com a mulher na “palma de sua mão”.
b) Usando de sutilezas Satanás procurou enganar a Igreja Primitiva. Com Eva ele teve que falar, pessoalmente. Na Igreja Primitiva ele procurou infiltrar-se através de seus instrumentos, aqueles que a Bíblia denomina de falsos obreiros.
O Senhor Jesus advertiu contra esse perigo. Disse Jesus: “Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores”(Mt 7:15). Acautelar significa ficar de sobreaviso, prevenido, para não ser pego de surpresa. O Senhor Jesus sabia que eles viriam, por isto afirmou: “que vêm até vós”. Ele não disse: “que poderão vir”. Ele afirmou que viriam! E vieram! Não perderam tempo! Vestir-se de “ovelha” seria a forma de poder agir, livremente, com sutileza.
Os Apóstolos advertiram contra esse perigo das sutilezas de Satanás. “E também houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos doutores, que introduzirão encobertamente heresias de perdição e negarão o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina perdição. E muitos seguirão as suas dissoluções, pelos quais será blasfemado o caminho da verdade”(2Pedro 2:1-2). O Senhor Jesus falou em “falsos profetas” que seriam como “lobos vestidos de ovelhas”, Pedro identificou-os com “falsos doutores”. Oremos e vigiemos(Mt 26:41) para que não venhamos a cair nas muitas ciladas do Diabo.
2. Palavras persuasivas. “E digo isto para que ninguém vos engane com palavras persuasivas”(Cl 2:4). Neste versículo, Paulo adverte os colossenses que eles não se poderiam deixar enganar por “palavras persuasivas”, expressão que é própria do apóstolo Paulo que não queria que sua pregação fosse confundida com os discursos proferidos pelos grandes oradores, que haviam se notabilizado pelo estudo da arte da retórica, que é a arte de falar bem, do convencimento através do uso da palavra, algo que era muito comum naqueles tempos.
É muito triste vermos, atualmente, pregadores buscando se formar e se aprimorar no conhecimento de técnicas que levem o povo à emoção, ao frenesi (delírio), em especial a chamada “neurolingüística”, gastando horas e horas no aperfeiçoamento destas habilidades ao invés de buscarem a face do Senhor na oração, no jejum e na meditação da Palavra do Senhor. O resultado tem sido desastroso, porquanto há já centenas de pregadores que em nada se distinguem dos “gurus” e “mestres” de movimentos ligados direta ou indiretamente ao movimento Nova Era e, naturalmente, o povo não sente a presença do Senhor e é enganado por emoções e sentimentos que são causados por técnicas persuasivas, que nada têm a ver com a verdadeira manifestação da glória do Senhor. Tomemos cuidado para não sermos presas desses mestres do engano, dando ouvidos a espíritos enganadores (1Tm 4.1).
3. “Ninguém vos faça presa sua”. “Tende cuidado para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo e não segundo Cristo” (Cl 2.8). Paulo muito se preocupou com a igreja de Colossos. Ela estava sendo invadida por doutrinas heréticas introduzidas por falsos pregadores e mestres. Ele recomendou aquela igreja “para que ninguém vos engane com palavras persuasivas”. Satanás é o príncipe da sutileza, ele utiliza-se de todos os meios possíveis para induzir o povo de Deus ao erro. O desejo dele é levar o maior número de pessoas ao inferno. Para isso ele usa até mesmo líderes disfarçados de “homens de Deus”.
Não nos esqueçamos que os falsos ensinos são sutilezas e, portanto, não são facilmente verificáveis. Não se trata de absurdos que abandonamos tão logo as ouvimos, mas ensinos e pensamentos que nos deixam intrigados, principalmente para aqueles que se encontram distraídos como era o caso de Eva e, pior, que não têm conhecimento da Palavra de Deus. Como igreja do Senhor, estejamos devidamente preparados, alicerçados na Palavra de Deus, para detectar e combater as muitas sutilezas de Satanás.


III. A IGREJA É A GUARDIÃ DA SÃ DOUTRINAA doutrina Bíblica é a manifestação da vontade de Deus para o homem. Ela é a substância da fé. Ela produz um poderoso avivamento na vida daqueles que a amam, a lêem e meditam de dia e de noite, como ordenou o Senhor ao seu servo Josué, capitão e líder do povo de Israel: “Não se aparte da tua boca o livro desta lei, antes medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer conforme tudo quanto nele está escrito; porque então farás prosperar o teu caminho, e serás bem sucedido”(Js 1:8).
Seguir a doutrina Bíblica é seguir a vontade de Deus para o homem e é por isso que muitos se têm levantado contra a doutrina, porque ela implica na renúncia do eu, na renúncia do ego, na renúncia de nós mesmos, sem o que é impossível seguir a Jesus (Mt 16:24).
1. A sã doutrina. A primeira nota característica que se escreve a respeito da Igreja Primitiva, a partir do dia de Pentecostes, foi o fato de que “perseveravam na doutrina dos apóstolos” (At 2:42). Nessa Igreja, o trabalho principal dos crentes era encher Jerusalém da doutrina (At 5:28). A preocupação dos apóstolos era orar e ensinar a Palavra de Deus à igreja, ou seja, dar doutrina (At 6:2,4). Desta feita, estava edificada “sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular” (Ef 2.20b). Os apóstolos transmitiram os ensinamentos de Jesus com fidelidade: “Porque eu recebi do Senhor o que também vos entreguei” (1Co 11:23a -ARA); “… o que vimos e ouvimos, isso vos anunciamos…” (1João 1:1-3).
Com estas informações que nos vêm do texto sagrado, temos alguma dúvida por que a igreja prosperava, estava sempre avivada e a todo instante o Senhor acrescentava aqueles que haviam de se salvar (At 2:47)? Creio que não! A Igreja prosperava simplesmente porque dava o primeiro lugar, em sua atividade, à sã doutrina. Isto não quer dizer que a igreja não sofresse oposição, nem que não enfrentasse falsos ensinos e heresias, ao contrário, os cristãos foram martirizados por causa de suas profundas convicções doutrinárias; não abriram mão delas. Ninguém arrisca sua vida por algo em que não acredita fortemente. Os cristãos não negaram Cristo nem sua palavra; para eles, os fundamentos de sua fé eram nítidos. A Igreja somente poderá manter-se pura e ataviada para se encontrar com Jesus se preservar a ortodoxia bíblica doutrinária.
2. Examinando tudo. O contexto evangélico brasileiro tem sido marcado nesses últimos anos pelo superficialismo. A ausência de conhecimento bíblico tem trazido conseqüências desastrosas a muitas igrejas. Mas nem tudo está perdido, existem muitos que não se dobraram diante dos profetas de Baal. Precisamos resgatar o antigo interesse pelo estudo da Bíblia, seja na Escola Dominical ou nos cultos de ensino.
Paulo exortou a igreja de Tessalônica: “Examinai tudo. Retende o bem” (1Ts 5:21). Devemos avaliar o que ouvimos e reter o que é bom, genuíno e verdadeiro. O padrão pelo qual devemos provar toda pregação e todo ensino é a Palavra de Deus(ler Hb 5:14), ou mediante a revelação do Espírito Santo - o dom de discernimento (At 5:1-5). O crente não pode deixar-se levar pelos sinais e manifestações sobrenaturais, sem antes ter a certeza de que a sua origem é divina (1João 4:1-3).
3. Sólido mantimento. A Palavra de Deus, simbolizada pelo Pão, é um alimento sólido, básico, e nutritivo. A Bíblia nos fala de uma comunidade cristã que não havia crescido por falta de conhecimento da Palavra de Deus, como alimento sólido: “Porque, devendo já ser mestres pelo tempo, ainda necessitais de que vos torne a ensinar quais sejam os primeiros rudimentos da Palavra de Deus; e vos haveis feito tais que necessitais de leite e não de sólido mantimento. Porque qualquer que ainda se alimenta de leite não está experimentado na palavra da justiça, porque é menino”(Hb 5:12-13).
Pelo tempo que aqueles crentes Hebreus estavam na Igreja, deveriam ser mestres, diz o escritor. No entanto, não haviam crescido, ou progredido, ou desenvolvido espiritualmente. Continuavam como se fossem novos convertidos, como “meninos inconstantes”, como indoutos.
Todo crente necessita ler e estudar a Bíblia diariamente, para crescer no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo (2Pedro 3:18). A Palavra também nos diz em 1Pedro 2:2,3 que por mais maduros e por mais que tenhamos experimentado da bondade do Senhor, do seu poder, da sua unção, dos seus dons e de tudo o mais que Ele, por sua infinita misericórdia derrama sobre nós, precisamos ser como crianças inconformadas que choram e clamam por mais de Deus, como bebês choram por leite. E ainda nos diz que precisamos pensar na bíblia, e nos alimentar para crescermos fortes no Senhor.
O que mais se vê nos dias de hoje são crentes que oram em línguas estranhas, profetizam na vida das pessoas, pregam com tanto entusiasmo que impressionam a muitos, mas quando a tempestade vem, eles não resistem e caem por falta de alimento sólido, por não conhecerem as escrituras e nem o poder de Deus (que é revelado em sua própria Palavra).
A recomendação de Pedro é: “Desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que, por ele, vades crescendo” (1Pe 2:2).


CONCLUSÃOPortanto, conservar a pureza da doutrina pentecostal é manter sem alteração aquilo que o Senhor nos ensinou através da sua Palavra. É manter a simplicidade do Evangelho tal qual o encontramos nas Escrituras. É reconhecer a necessidade da busca do revestimento de poder e dos dons espirituais, a sua atualidade (pois Deus não muda) e aplicar estas dádivas divinas segundo os propósitos estabelecidos pelo Senhor e revelados na Bíblia Sagrada, que é a verdade (João17:17). Este é o verdadeiro “conservadorismo bíblico”, tão criticado por muitos e confundido, inadvertidamente, com uma postura retrógrada e farisaica.


Fonte: ebdweb

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