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segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

7ª lição da EBD do 1º trimestre de 2016: AS BODAS DO CORDEIRO



Texto Base: Mateus 22:1-14
 
“E disse-me: Escreve: Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro. E disse-me: Estas são as verdadeiras palavras de Deus” (Ap 19:9).
 
INTRODUÇÃO
Após o julgamento e a distribuição dos galardões, no Tribunal de Cristo, a Igreja será levada às mansões celestiais para celebração das Bodas do Cordeiro, o casamento entre Cristo e a Igreja (2Co 11:2). O casamento nos tempos bíblicos era algo considerado muito sério. Motivo de alegria não só para os noivos, para suas famílias, bem como para todos os demais parentes e amigos, por ter sido uma instituição criada pelo próprio Deus. Tão importante e tão séria é esta instituição que ela foi tomada como símbolo de união entre Deus e Israel, e, depois, como símbolo da união entre Cristo e Sua Igreja. Assim é que, em linguagem simbólica, o Senhor Jesus é apresentado como Noivo, sendo que a Igreja é chamada e descrita como Sua Noiva, ou a Noiva do Cordeiro, conforme lemos em Apocalipse 19:7,8:regozijemo-nos, e alegremo-nos, e demos-lhe glória, porque vindas são as bodas do Cordeiro, e já a sua esposa se aprontou. E foi-lhe dado que se vestisse de linho fino, puro e resplandecente; porque o linho fino são as justiças dos santos. Esta passagem bíblica descreve um evento futuro, quando o Senhor Jesus receber, na glória, a Sua Igreja. A Bíblia compara esta união como se fosse uma festa de casamento, chamando-a de “Bodas do Cordeiro”.
I. AS BODAS DO CORDEIRO
1. O que será? Será o encontro glorioso, já no Céu, entre Cristo e Sua Igreja. O termo “Bodas” deriva-se do latim, “vota”, que significa votos, referindo-se aos votos matrimoniais por ocasião do casamento. O termo é sempre usado no plural, ou seja, Bodas, visto que, no passado, a festa de casamento costumava durar até sete dias, conforme podemos constatar no casamento de Sansão – “Disse-lhes, pois, Sansão: eu vos darei um enigma a adivinhar, e, se nos sete dias das bodas mo declarardes e descobrirdes, vos darei trinta lençóis e trinta mudas de vestes”(Juízes 14:12). Portanto, Bodas no seu sentido material e linguístico significa festa de casamento. Todavia, no seu sentido espiritual e bíblico, significa a consumação plena da união entre Cristo e sua Igreja, após o Arrebatamento e depois do Julgamento diante do Tribunal de Cristo.
a) O momento das Bodas do Cordeiro. É revelada nas Escrituras como algo que ocorrerá entre a translação da Igreja e a vinda gloriosa de Cristo. Esse casamento, pois, seguirá os acontecimentos do Tribunal de Cristo, visto que, quando surge, a Igreja aparece adornada com "os atos de justiça dos santos" (Ap 19:8), que só podem referir-se às coisas que foram aceitas no Tribunal de Cristo. Desse modo, as Bodas devem ocorrer entre o Tribunal de Cristo e a Sua vinda em glória. 
b) O local das Bodas do Cordeiro. Só pode ser o Céu, ou seja, no mundo espiritual, porque Apocalipse 19:11 mostra claramente que, em seguida, o Senhor Jesus regressará do Céu em seu Aparecimento glorioso - "E vi o céu aberto, e eis um cavalo branco; e o que estava assentado sobre ele chama-se Fiel e Verdadeiro e julga e peleja com justiça".
Tendo em vista que se seguirá ao Tribunal de Cristo, que é demonstrado como acontecimento celestial, e visto que, quando o Senhor retornar, a Igreja virá nos ares (Ap 19:14), indubitavelmente, as Bodas deverão ocorrer no Céu. Nenhum outro local seria adequado a um povo celestial (Fp 3:20). E nessa ocasião o mundo estará enfrentando o tenebroso período da Grande Tribulação. Todavia é bom enfatizar, que no mundo espiritual não existe o conceito de tempo, o tempo é sempre presente. Não existe, portanto, sequência de passado, presente ou futuro no tempo espiritual. Veja o que está escrito em Eclesiastes 3:14,15:
“Eu sei que tudo quanto Deus faz durará eternamente; nada se lhe deve acrescentar e nada se lhe deve tirar. E isso faz Deus para que haja temor diante dele. O que é já foi; e o que há de ser também já foi; e Deus pede conta do que passou”.
Por isso, para todos aqueles que forem arrebatados, eles não sentirão que no mundo físico já se passaram 7 anos entre o Arrebatamento e a Ceia das Bodas do Cordeiro.
2. Quem poderá participar das Bodas do Cordeiro? - “E disse-me: Escreve: Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das Bodas do Cordeiro...” (Ap 19:9).
Jesus comemorará o Casamento com a Sua Noiva - a Igreja -, que O amou mais do que a própria vida (Ap 12:11), e essa festa é detalhada em Ap 19:9 através de uma grande Ceia de Jesus com o seu povo santo, a “... igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível" (Ef 5:27). Apocalipse 19:8 também diz que a Noiva (a Igreja) se vestirá de linho fino, o que significa que esse povo é santo e justo. Seguramente será uma festa gloriosa e inesquecível. Simplesmente a maior festa de todos os tempos. Somente esse motivo seria mais do que suficiente para nunca, jamais, nos desviar da Palavra de Deus, do seu caminho, nenhum segundo sequer.
Os convidados para a Ceia das Bodas do Cordeiro
A Ceia das Bodas do Cordeiro é a segunda fase da comemoração das Bodas em si (Ap 19:9). A primeira são as próprias Bodas do Cordeiro (Ap 19:7); depois das Bodas, em que a Esposa participou, Apocalipse 19:9 diz que existem os chamados para a Ceia das Bodas do Cordeiro. Ou seja, haverá convidados para a Ceia - amigos do Noivo e da Noiva. Quem serão esses? A resposta se encontra em João 3:29. João Batista diz claramente que ele é amigo do Noivo: "Aquele que tem a esposa é o esposo; mas o amigo do esposo, que lhe assiste e o ouve, alegra-se muito com a voz do esposo. Assim, pois, já este meu gozo está cumprido". João Batista foi um dos últimos santos do Velho Testamento; ele anunciou que a chegada do Messias era iminente e pregou o arrependimento ao povo judeu. Portanto, os santos do Velho Testamento estarão entre os convidados para a Ceia das Bodas do Cordeiro.
3. Quem ficará de fora deste glorioso evento? Nas Bodas do Cordeiro, todos os que rejeitarem o convite de Jesus Cristo (judeus e gentios) serão excluídos eternamente da presença e da comunhão do Filho de Deus - “Ficarão de fora os cães e os feiticeiros, e os que se prostituem, e os homicidas, e os idólatras, e qualquer que ama e comete a mentira” (Ap 22:15). Este texto não tem a intenção de exarar uma lista completa de pecados. Aqui, a ênfase é que nada impuro e nenhum pecador estarão na presença de Deus. Somente os remidos entrarão na Formosa Jerusalém pelas portas. Os perversos serão deixados para trás, fora da Formosa Jerusalém e das Bodas do Cordeiro. Aqueles que não foram lavados no sangue do Cordeiro ficarão não apenas fora da cidade santa, mas serão destinados ao lago de fogo e enxofre, que é o inferno propriamente dito (Ap 20:15).
II. A REJEIÇÃO AO CONVITE DO CORDEIRO
1. O convite ao povo de Israel. Em Mateus 22:1-14 é registrada a Parábola das Bodas do Filho de Deus. Esta é a Terceira Parábola registrada por Mateus, após a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, em sua última semana de vida sobre a terra, quando, então, se dá a rejeição do Messias por Israel. A Primeira Parábola é a dos Dois Filhos (Mt 21:28-31) e a Segunda Parábola é a dos Lavradores Maus (Mt 21:33-41). Na Parábola dos Dois Filhos, Jesus deixa claro que os judeus perderam sua posição em virtude de não terem feito a vontade de Deus; na Parábola dos Lavradores Maus (Mt 21:33-46), Jesus menciona que, além de rejeitarem o Messias, os judeus também O matariam; na Parábola das Bodas, Jesus mostra-nos que os judeus seriam substituídos por um outro povo, mas que deste povo também se exigiria fruto de justiça, como se exigiu de Israel, que fracassou.
Veja alguns aspectos da Parábola das Bodas do Filho de Deus.
a) Quem é o Rei que realizou a festa? - O Reino do céu é semelhante a um certo rei que celebrou as bodas de seu filho”. Este “certo rei” é aquele do qual Paulo disse: “...ao Rei dos séculos, imortal, invisível, ao único Deus seja honra e glória para todo o sempre. Amém!”(1Tm 1:17).
b) Que é o Filho do Rei? - “seu filho”. Não é outro senão aquele expresso em João 3:16: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira... deu o seu Filho Unigênito...”. Este mesmo que João Batista apresentou aos homens como “... o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (João 1:29), e que, na festa das Bodas, lá no Céu, é ainda chamado de o Cordeiro – “Regozijemo-nos, e alegremo-nos, e demos lhe glórias, porque vindas são as bodas do Cordeiro...”(Ap 19:7).
c) uma celebração desejada pelo Rei (Mt 22:3,4). Foi Deus quem preparou a festa das Bodas de Seu Filho - “...Dizei aos convidados: Eis que tenho o meu jantar preparado, os meus bois e cevados já mortos, e tudo já está pronto; vinde às bodas”. Mesmo sendo uma Parábola o Senhor Jesus não deixou margens para qualquer outro entendimento, senão, que o banquete da Salvação foi preparado, inteiramente por Deus. Não houve a mínima participação quer do homem, quer dos anjos. Outrossim, Deus não usou nada que não fosse exclusivamente Seu. A Palavra diz “o meu jantar, os meus bois e cevados e que tudo já está preparado”. No convite ficou claro que os convidados não precisavam levar nada, não se pedia qualquer tipo de ajuda, nem haveria qualquer demora, pois “tudo já está pronto”.
d) os convidados precisam estar com vestes apropriadas na festa do Filho do Rei (Mt 22:11). No meio da festa, o rei avista um convidado sem os trajes apropriados para aquele evento festivo. Todos os convidados que estavam na festa de núpcias podiam perceber que aquele homem não tinha veste nupcial, porém permanecia com muita naturalidade entre os convidados do Rei. Tudo estava indo muito bem até que “o Rei, entrando para ver os convidados, viu ali um homem que não estava trajado com veste nupcial”. O Rei questiona-o a respeito disso, mas ele ficou emudecido. Diante do seu silêncio, o Rei mandou que seus servos lançassem o intruso "nas trevas exteriores", onde "haverá pranto e ranger de dentes" (Mt 22:13). Notemos que ele tinha autorização para estar ali, pois fora convidado, mas sua veste não era apropriada para estar lá. Esse homem é uma figura dos crentes que estão nas igrejas, fazem parte dos convidados, aceitaram a Cristo um dia, mas não se prepararam espiritualmente para o grande Dia das Bodas do Cordeiro. Como em qualquer festa nupcial, só participarão das Bodas do Cordeiro, preparadas pelo Pai celestial, os que estiverem com suas vestes adequadas, isto é, trajados com a “justiça dos santos”(Ap 19:8).
2. O Rei convida a todos. Na Parábola das Bodas (Mt 22:1-14), o Senhor Jesus fala de três convites e de dois tipos de convidados. Os judeus eram os primeiros convidados. Eles receberam dois convites.
- O Primeiro Convite. Está descrito em Mt 22:3,4: “E enviou os seus servos a chamar os convidados para as bodas...” Ele foi levado aos judeus, principalmente pelos profetas durante o período do Antigo Testamento, sendo que o último desses mensageiros foi João Batista.
- O Segundo Convite. Este Convite anunciava que o dia da festa havia chegado e que o “banquete” já estava pronto – “Depois enviou outros servos, dizendo: Dizei aos convidados: Eis que tenho o meu jantar preparado, os meus bois e cevados já mortos, e tudo pronto; vinde às bodas”. Este Segundo Convite teve como seu principal mensageiro o próprio Jesus – “E percorria Jesus todas as cidades e aldeias, ensinando nas sinagogas deles, e pregando o Evangelho do Reino...” (Mt 9:35). Na sequência, os mensageiros foram os Apóstolos enviados por Jesus, com ordens de convidar apenas os judeus, que eram os primeiros convidados – “Jesus enviou estes doze e lhes ordenou, dizendo: não ireis pelo caminho das gentes, nem entrareis em cidade de Samaritanos; mas, ide, antes, as ovelhas perdidas da casa de Israel; e, indo, pregai, dizendo: É chegado o Reino dos céus” (Mt 10: 5-7), ou conforme disse Jesus, na Parábola: “Eis que tenho o meu jantar preparado...vinde às bodas”. Todavia, os judeus recusaram o convite – “e estes não quiseram vir...e outros, apoderando-se dos servos, os ultrajaram e mataram”. Mataram o próprio Jesus, mataram Estevão (Atos 7:58-60), continuaram matando, prendendo, espancando. Estêvão, por denunciar a dureza dos corações dos judeus, se tornou um daqueles sobre os quais o Senhor Jesus falou: “E os outros, apoderando-se dos servos, os ultrajaram e mataram”. E, expulsando-o da cidade, o apedrejavam”(Atos 7:51-58).
- O Terceiro Convite. O privilégio do convite para as Bodas era dos judeus, porém, uma vez que eles o rejeitaram, então o convite foi destinado aos gentios. Foi o que Paulo fez diante da rejeição por parte dos judeus – Mas Paulo e Barnabé, usando de ousadia, disseram: Era mister que a vós se vos pregasse primeiro a palavra de Deus; mas, visto que a rejeitais, e vos não julgais dignos da vida eterna, eis que nos voltamos para os gentios(Atos 13:46). Isto confere com a ordem de Jesus dada aos seus discípulos: “... Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura” (Mc 16:15). É, pois, pela pregação do Evangelho que os pecadores, “tanto maus como bons”, são convidados para a “Festa Nupcial”, ou para o “Banquete da Salvação”.
3. A tragédia dos que rejeitaram o convite de Deus. “E o rei, tendo notícias disso, encolerizou-se, e enviando os seus exércitos, destruiu aqueles homicidas, e incendiou a sua cidade”. Pode-se aplicar este texto ao que aconteceu no Ano 70 d.C. Certamente, sem saber que era uma ordem do Rei, o exército romano, sob o comando do general Tito, “destruiu aqueles homicidas, e incendiou a sua cidade”. Jerusalém foi arrasada e todos os judeus que não foram mortos espalharam-se pelo mundo, e, sem pátria, ficaram dispersos até 1948. A Palavra de Deus sempre tem o seu real cumprimento.
Observe que a recusa aconteceu por motivos banais: “... não fazendo caso, foram um para seu campo, e outro para seu negócio”. Numa atitude de total desrespeito e de independência do Rei, uns foram desfrutar seus bens materiais - “foram para seu campo”; “outros para seu negócio”, ou seja, para sua atividade material, seu trabalho, sua conquista dos bens terrenos. Nenhum deles, na verdade, tinha um motivo plausível que, realmente, pudesse justificar a recusa. Estes convidados são o povo de Israel.
·     Israel rejeitou o Pai, como seu Rei - “Então todos os anciãos de Israel se congregaram, e vieram a Samuel, a Rama, e disseram-lhe: eis que já estás velho, e teus filhos não andam pelos teus caminhos; Constitui-nos, pois, agora, um rei sobre nós, para que ele nos julgue, como tem todas as nações”(1Sm 8:4-7).
·     Israel rejeitou o Filho, como Seu Salvador - “Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. Mas a todos que o receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus: os que creem no seu nome”(João 1:11-12).
·     Israel rejeitou o Espírito Santo - “Homens de dura cervis e incircuncisos de coração e ouvido, vós sempre resistis ao Espírito Santo; assim, vós sois como vossos pais”(Atos 7:51).
Era, pois, esta a situação dos judeus que o Senhor Jesus projetava ante os olhos dos seus líderes religiosos – Sacerdotes, Escribas, Fariseus e Anciãos do povo. Portanto, ao propor a Parábola das Bodas o Senhor Jesus mostrou aos lideres religiosos, em Jerusalém, o quanto eles eram mais indignos do que os gentios.
Por rejeitarem a Deus e ao Seu Filho, Israel vem sofrendo ao longo dos tempos: com o cativeiro babilônico, onde amargaram a dor por causa de sua desobediência; no ano 70 d.C. foram expulsos de sua terra, voltando a se fixarem como nação somente em 1948. Ainda Israel não foi salvo completamente, mas quando Jesus voltar em glória, todo Israel será salvo (os remanescentes – Rm 9:27), e será um só povo e um só Senhor (Jr 31:31-34).
Observação Importante:
A Parábola das Bodas (Mt 22:1-14) em nada representa a grande festa das Bodas do Cordeiro (Ap 19:7,9). Na Parábola, a festa nupcial estava cheia de convidados, mas eles eram compostos de pessoas tanto boas quanto más (Mt 22:10). Isto nos prova que a festa nupcial não representa as Bodas do Cordeiro, como alguns, erroneamente, interpretam. Talvez pelo fato de Jesus ter comparado o reino dos céus às “bodas do seu filho” (Mt 22:1), muitos, apressadamente, identificam esta figura com a “Ceia das Bodas do Cordeiro” (Ap 19:9). Entretanto, são eventos diferentes. A festa nupcial indicada na Parábola, embora fizesse parte da cerimônia do casamento real, ainda não era o próprio casamento. O rei fez o convite para o casamento (Mt 22:1), mas o casamento não chega a se realizar na parábola, tanto que, em momento algum, Jesus anuncia que chegaram os noivos. A história se passa antes do casamento, enfatizando o convite, a recusa do convite, a escolha de novos convidados, a sua chegada até o local da festividade e a inspeção feita pelo rei antes que o casamento começasse. Portanto, a Parábola diz respeito ao período da dispensação da graça, ao tempo de pregação do evangelho pela Igreja, antes da chegada do Noivo, ou seja, até instante do Arrebatamento da Igreja. Portanto, a Ceia das Bodas do Cordeiro, que se dará depois do Arrebatamento da Igreja e do Tribunal de Cristo, não está incluída na Parábola.
A reunião dos novos convidados na casa do rei, nos momentos imediatamente anteriores ao início da cerimônia do casamento, fala-nos da reunião de pessoas que atenderam ao chamado do evangelho, que passaram a participar da “comunidade cristã”, mas que se distinguem em dois grupos: primeiro, os que se tornaram bons, ou seja, que realmente aceitaram a Cristo e se converteram, passando a ser justas, santas, que são as que recebem as vestes celestiais de justiça e de santidade (Ap 19:8; Sl 45:13,14); segundo, os que se conservaram maus, que não tiveram suas vidas transformadas, que serviram a Deus apenas em aparência, sem uma real conversão, que são representados pelo convidado que foi encontrado sem o traje nupcial (Mt 22:11).
III. A NOIVA DO CORDEIRO
Em muitos trechos do Novo Testamento a relação entre Cristo e a igreja é revelada pelo uso de figuras do Noivo e da Noiva (João 3:29; 2Co 11:2; Ef 5:25-33; Ap 19:7,8; 21:2). Na translação da Igreja, Cristo aparece como o Noivo que leva a Noiva consigo, para que o relacionamento que foi prometido seja consumado e os dois se tornem um. Será um momento de grande regozijo – “Regozijemo-nos, e alegremo-nos, e demos-lhe glória, porque vindas são as bodas do Cordeiro, e já a sua esposa se aprontou” (Ap 19:7).
1. Assentados à mesa do Rei. – “Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro. E disse-me: Estas são as verdadeiras palavras de Deus” (Ap 19:9). Será um momento sem par. Milhões e milhões de salvos à mesa do grande Rei participarão do maior banquete de todo o Universo, com todos os salvos de todos os tempos. Nesse banquete, estarão todos aqueles que aceitaram o sacrifício de Cristo e confiaram nele para a salvação; eles virão de todas as nações. Jesus tinha dito: “Eu vos digo que muitos virão do Oriente e do Ocidente e assentar-se-ão à mesa com Abraão, e Isaque, e Jacó, no Reino dos céus” (Mt 8:11). Este versículo dá base bíblica para afirmarmos que, no Céu, conheceremos uns aos outros. Se vamos conhecer Abraão, Isaque e Jacó, certamente, também conheceremos os irmãos com quem convivermos na Terra. Não há dúvida, Jesus será a Pessoa mais admirada e mais abraçada.
Como uma garantia a todos nós da verdade absoluta da Ceia das Bodas de Cristo, da qual nós participaremos, o anjo disse a João: “Estas são as verdadeiras palavras de Deus”. As verdadeiras palavras de Deus permanecem válidas para sempre.
2. Jesus é quem vai servir – “E sede vós semelhantes aos homens que esperam o seu senhor, quando houver de voltar das bodas, para que, quando vier e bater, logo possam abrir-lhe. Bem-aventurados aqueles servos, os quais, quando o Senhor vier, achar vigiando! Em verdade vos digo que se cingirá, e os fará assentar à mesa, e, chegando-se, os servirá” (Lc 12:36,37). Esta Parábola do servo vigilante é uma figura da realidade que Cristo quis explicar sobre a vida da Igreja no porvir. Ele prometeu cear outra vez no Reino de seu Pai (Mt 26:29; Mc 14:25). Ora, se estar nas Bodas do Cordeiro já será um privilégio jamais visto, imagine o que será ser servido pelo Rei dos reis e Senhor dos senhores!
Cremos que a Ceia das Bodas do Cordeiro seguirá o mesmo roteiro estabelecido pelo Senhor, com a participação de todos os crentes do Corpo e do Sangue de Cristo, simbolizados pelo pão e pelo vinho. Assim cremos porque Jesus disse que voltaria a tomar do fruto da vide nessa Ceia e, como se trata de uma celebração simbólica e de uma ordenança do Senhor, não vemos porque não venha a se reproduzir aqui a mesma celebração que deu início a esta ordenança, há quase dois mil anos. Ademais, conquanto se esteja numa dimensão celestial e espiritual, não há qualquer obstáculo para que Deus crie uma circunstância única em que bens materiais possam ser utilizados nesta cerimônia, a exemplo do que ocorreu com Jesus e Seus discípulos na passagem de João 21:12-14.
Nessa Ceia o próprio Senhor nos servirá, pois assim fez na primeira ceia, como nos relatam os evangelhos. Além do mais, na Igreja do Senhor, o maior serve os menores (Lc 22:24-27), e Cristo é Cabeça da Igreja e, como tal, será quem nos servirá, como, aliás, disse em Seu ministério terreno (Mt 20:28 e Mc 10:45). Diante de tão grande revelação acerca do futuro glorioso da Igreja, vale a pena ser fiel a Deus; vale a pena renunciar ao mundo e seguir a Cristo; vale a pena buscar a santificação para poder participar dessa maravilhosa festa celestial.
Findando a Ceia, Jesus, na companhia da Sua Esposa, voltará para a Terra: a fim de salvar Israel de destruição iminente no vale do Megido; julgar as nações; lançar o Anticristo e o Falso profeta no Lago de fogo e enxofre; prender Satanás por mil anos; e estabelecer o seu Reino milenial.
CONCLUSÃO
Ao chamar o instante da reunião, em glória, de Cristo e da Igreja de “Bodas do Cordeiro”, a Bíblia está nos fazendo lembrar que somente aqueles que tiverem se relacionado com Cristo em comunhão e em fidelidade poderão participar deste evento escatológico. Será que estamos em comunhão com Jesus? Será que temos sido fiéis a Ele? Sem comunhão e sem fidelidade não é possível sermos considerados como “Noiva do Cordeiro”, nem tampouco que Cristo seja nosso Noivo, nosso Marido – “Porque o teu Criador é o teu marido; SENHOR dos Exércitos é o seu nome; e o Santo de Israel é o teu Redentor; ele será chamado o Deus de toda a terra” (Is 54:5). Pense nisso!
 
Fonte: ebdweb - Luciano de Paula Lourenço

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