Texto Base: Mateus 24:29,30; Apocalipse 19:19,20; 20:1-3
“Então, aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem; e todas as tribos da terra se lamentarão e verão o Filho do Homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória” (Mt 20:30).
INTRODUÇÃO
A Vinda de Jesus em Glória se dará após a Grande Tribulação. Ele retornará a esta Terra para cumprir todas as profecias messiânicas, redimir Israel e a natureza, estabelecer a justiça e a paz, tão esperada nesta Terra. Jesus aparecerá de forma corpórea e visível, segundo as seguintes passagens bíblicas:
Mateus 24:29,30:
“Então, aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem; e todas as tribos da terra se lamentarão e verão o Filho do Homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória”.
Zacarias 13:5;14:4:
“E, se alguém lhe disser: Que feridas são essas nas tuas mãos? Dirá ele: São as feridas com que fui ferido em casa dos meus amigos”; E, naquele dia, estarão os seus pés sobre o monte das Oliveiras, que está defronte de Jerusalém para o oriente; e o monte das Oliveiras será fendido pelo meio, para o oriente e para o ocidente, e haverá um vale muito grande; e metade do monte se apartará para o norte, e a outra metade dele, para o sul”.
Apocalipse 1:7:
“Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até os mesmos que o traspassaram; e todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele”.
Marcos 14:61,62:
“... O sumo sacerdote lhe tornou a perguntar e disse-lhe: És tu o Cristo, Filho do Deus Bendito? E Jesus disse-lhe: Eu o sou, e vereis o Filho do Homem assentado à direita do Todo-poderoso e vindo sobre as nuvens do céu".
A vinda de Jesus em glória é a verdade mais preciosa que contém a Bíblia Sagrada. Enche o coração do crente de gozo e eleva-o por cima das lutas, temores, necessidades, provas e ambições deste mundo, e o faz mais que vencedor em todas as coisas. Na sua gloriosa vinda, as nuvens serão a sua carruagem; os anjos, a sua escolta; o arcanjo, o seu arauto; e os santos, o seu glorioso cortejo. Na primeira vinda, a glória de Cristo não era perceptível: veio ao mundo de maneira muito singela e modesta, como um bebê, em meio a uma grande pobreza - Seu berço era um cocho de animais, uma manjedoura; sua mãe o envolveu em panos; Ele, sendo Deus, "Rei dos reis e Senhor dos senhores" (Ap 19:16), se fez pobre (Zc 9:9; 2Co 8:9). Mas na sua vinda em glória será diferente: sua glória será mui grandemente perceptível (Mc 14:62); Ele virá "com poder e grande glória" (Mt 24:30); Ele virá cercado de anjos (2Ts 1:7); e virá com seus santos para reinar sobre a Terra (Jd 14). Aleluia!
I. JESUS VOLTARÁ E TODOS O VERÃO
“Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até os mesmos que o traspassaram; e todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Sim! Amém!” (Ap 1:7).
O texto sagrado diz que a vinda de Jesus em glória será pessoal, pública, visível, poderosa, vitoriosa, irresistível. Conforme diz o texto sagrado, todas as nações do mundo se lamentarão porque as mesmas não creram em Jesus e agora o veem voltando para seu reinado. Israel também chorará de tristeza porque rejeitou, durante toda a história, Jesus como o verdadeiro Messias. Portanto, haverá um desespero total por parte de todos que rejeitaram Jesus e aceitaram a marca da Besta, porque veem sua volta e sabem que não haverá mais tempo de aceitá-lo. Os sete anos de Tribulação anteriores foram a última chance dada por Deus para se aceitar a Jesus como Senhor e Salvador.
1. Jesus voltará com poder e glória (Mt 24:30) – “Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem; e todas as tribos da terra se lamentarão, e verão o Filho do homem, vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória”.
Aquele no qual cuspiram e a quem crucificaram será vindicado como o Senhor da vida e da glória. O Cordeiro sacrificial descerá como Leão vencedor. O desprezado carpinteiro de Nazaré virá como Rei dos reis e Senhor dos senhores. Suas carruagens serão as nuvens dos céus. Ele virá em régio poder e resplendor. Jesus virá em majestade e glória para a última batalha contra a trindade satânica:
“E vi o céu aberto, e eis um cavalo branco. O que estava assentado sobre ele chama-se Fiel e Verdadeiro e julga e peleja com justiça. E os seus olhos eram como chama de fogo; e sobre a sua cabeça havia muitos diademas; e tinha um nome escrito que ninguém sabia, senão ele mesmo. E estava vestido de uma veste salpicada de sangue, e o nome pelo qual se chama é a Palavra de Deus. E seguiam-no os exércitos que há no céu em cavalos brancos e vestidos de linho fino, branco e puro. E da sua boca saía uma aguda espada, para ferir com ela as nações; e ele as regerá com vara de ferro e ele mesmo é o que pisa o lagar do vinho do furor e da ira do Deus Todo-poderoso. E na veste e na sua coxa tem escrito este nome: REI DOS REIS E SENHOR DOS SENHORES” (Ap 19:11-16).
- “Ele é fiel e verdadeiro”, em contraste com o Anticristo que é falso e enganador.
- “Seus olhos são como chama de fogo” (Ap 19:12). Nada ficará oculto de seu profundo julgamento. Aqueles que escaparam do julgamento dos homens não escaparão do juízo de Deus.
- “Na sua cabeça há muitos diademas” (Ap 1912b). Ele é o vencedor supremo. Ele tem na sua cabeça a coroa do vencedor e do conquistador. Quando entrou em Jerusalém, Ele montou num jumentinho; Ele entrou como servo, mas agora Ele cavalga um cavalo branco. Ele tem na sua cabeça muitas coroas, símbolo da sua suprema vitória. Ele é a Palavra de Deus em ação (Ap 19:13).
- Ele é o grande Juiz de toda a Terra. Ele é o amado da Igreja e o vingador de seus inimigos (Ap 19:13,15). Deus criou o Universo através da Sua Palavra, agora Deus vai julgar o mundo através da Sua Palavra. Ele vem para julgar as nações (Mt 25:31-46), lançar o Anticristo e o Falso profeta no Inferno (Ap 19:20), e anular as ações de Satanás e de suas hostes infernais por mil anos (Ap 20:1,2).
- Seu manto está manchado de sangue (Ap 19:13). Não o sangue da cruz, mas o sangue dos Seus inimigos (Is 63:2,3).
- Ele virá como Rei dos reis e o Senhor dos senhores (Ap 19:16). Se em sua primeira vinda, Jesus veio para ser humilhado, levar todos os nossos pecados sobre si e morrer por nós, em sua segunda vinda, Jesus virá como Rei dos reis e Senhor dos senhores. Deus o exaltou sobremaneira, deu-lhe o nome que está acima de todo nome. Diante dele todos os seus inimigos devem se dobrar: o Diabo, o Anticristo, o Falso profeta, os reis da terra, os ímpios.
Portanto, Jesus virá em poder e glória. Tanta será esta glória e tanto será este poder que Filipenses 2:9-11 afirma o seguinte: Pelo que também Deus o exaltou soberanamente e lhe deu um nome que é sobre todo o nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai”.
O aparecimento glorioso de Jesus Cristo inaugurará o reinado de mil anos de paz e justiça verdadeira sobre a Terra.
2. O cortejo que acompanhará o Rei (Ap 19:14) – “E seguiam-no os exércitos que há no céu em cavalos brancos e vestidos de linho fino, branco e puro”. Após a Grande Tribulação, Jesus voltará em glória, ao som retumbante da trombeta de Deus. Ele voltará do mesmo jeito que subiu aos céus, conforme Atos 1:9-12: pessoalmente, fisicamente, visivelmente, audivelmente, poderosamente, triunfantemente. Jesus voltará em carne e osso, mas agora como Rei dos reis e Senhor dos senhores (Ap 19:16). O Rei virá com o Seu séquito: os anjos e os redimidos – a Sua Igreja (Ap 19:14; 1Ts 3:13; 2Ts 1:7-10; Mt 25:31). Todos estarão trajando vestiduras brancas (Ap 19:14). Outrora, a nossa justiça era como trapos de imundícia, mas agora, vamos vestir vestiduras brancas. Somos justos e vencedores. Aleluia!
II. JESUS VOLTARÁ PARA DAR A DEVIDA RECOMPENSA AOS ÍMPIOS E PARA LIVRAR ISRAEL DO EXTERMÍNIO
Tendo sido desprezado, rejeitado e humilhado, mas vencido a morte e ressuscitado, seria normal que Jesus não tivesse que retornar a este mundo. Seria normal que o Senhor apenas determinasse a punição dos rebeldes e estabelecesse, com os seus servos, numa nova terra e céus - o Estado eterno -, sem ter que revigorar este mundo sofrido e manchado pelo pecado e que, afinal de contas, cederá seu lugar a um céu e terra onde habite a justiça. No entanto, Jesus voltará a Terra para cumprir os seguintes desígnios:
1. Restaurar todas as coisas que foram danificadas e prejudicadas pelo pecado. O pecado trouxe separação entre Deus e o homem e isto Jesus já resolveu ao morrer por nós no Calvário, mas há ainda outros compromissos assumidos pelo Senhor ao longo da história da humanidade, que precisam ser cumpridos e, como nos mostra a visão de João a respeito da volta triunfal de Cristo, Jesus vem como o Fiel e Verdadeiro, ou seja, como Alguém que cumpre tudo aquilo que prometeu, como Alguém que é fiel.
2. Restauração espiritual do Povo de Israel. Israel foi escolhido por Deus para ser a sua propriedade peculiar dentre os povos, para ser o modelo de santidade na Terra, para ser o instrumento da revelação de Deus a todas as nações. As nações não podem, portanto, desaparecer antes que Israel cumpra este papel que lhe foi prometido pelo próprio Deus. Ao selar o pacto com Israel, Deus disse aos israelitas que eles seriam “um reino sacerdotal e um povo santo” (Ex 19:6). Ora, isto ainda não ocorreu em toda a história de Israel desde este pacto até os dias de hoje. O objetivo de Deus é fazer com que Israel chegue a este patamar, o que somente será possível se for extinta a transgressão e se expie a iniquidade, sendo instalada a justiça eterna e selada a visão e a profecia (Dn 9:24). Torna-se, portanto, necessário o cumprimento de todas as profecias que se encontram nas Escrituras a respeito de Israel, bem como que o pecado seja retirado do meio da nação judia. Para tanto, será preciso que Jesus volte à Terra, seja reconhecido como Messias por Israel, pois somente quando cremos em Cristo como único e suficiente Senhor e Salvador, alcançamos a salvação, pois “…em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos” (At 4:12).
3. Destruir o sistema mundial gentílico (os ímpios). Conforme foi profetizado nas Sagradas Escrituras, o sistema mundial gentílico será destruído pelo próprio Deus, através de sua pedra (Dn 2:34,44), ou seja, Cristo Jesus - “…a pedra que foi rejeitada por vós, os edificadores, a qual foi posta por cabeça de esquina” (At 4:11). O sistema mundial gentílico que fomenta a rebelião, o pecado e é um poderoso instrumento do adversário na tarefa de seduzir os homens ao mal tem de ser banido e destruído para sempre e isto somente se fará se o próprio Deus, na pessoa do Filho, retornar à Terra, fazendo o devido acerto de contas, requerido pela justiça divina.
4. Estabelecer o Reino de Deus sobre a face da Terra, como está profetizado (Dn 2:44). O Reino de Deus precisa ser instaurado na face da Terra, para todas as nações, pois foi anunciado por Jesus (Lc 16:16) e esperado pelos seus servos (Mc 15:43; At 28:31; Gl 5:21). Este reino é necessário para que haja o cumprimento de todas as profecias a seu respeito, pois podem passar os céus e a terra, mas a Palavra de Deus não pode passar. Por isso, João anunciou que Jesus regerá com vara de ferro as nações (Ap 19:15), pois tem de estabelecer o reino de Deus sobre a Terra, a fim de que a justiça e a paz possam ser uma realidade e não um sonho inalcançável, como é hoje em dia (Sl 85:10).
5. Restaurar a natureza, que geme desde que o homem pecou (Rm 8:20-22). Sendo o mordomo da criação de Deus na Terra (Gn 1:26), ao pecar o homem trouxe consequências nefastas para esta mesma criação, que foi amaldiçoada como efeito da desobediência humana (Gn 3:17,18). Esta natureza precisa ser restaurada, mesmo que vá ser substituída logo depois, porquanto Deus precisa demonstrar que tem poder para repor a natureza no seu estado anterior ao pecado do homem. Isto só será possível a partir do instante em que o pecado for extirpado e que o sedutor dos homens for aprisionado, criando-se, então, as mesmas condições que existiam no Éden antes da queda do homem.
6. Cumprir o que disse aos seus apóstolos, que eles julgariam as doze tribos de Israel (Mt 19:28). Ora, isto só será possível se for estabelecido o reino de Cristo sobre a face da Terra, pois, no Céu não há como haver governo por parte dos integrantes da Igreja, pois ali reina soberano o Senhor. Para que os salvos sejam utilizados como oficiais de um governo sobre as nações é necessário que esse governo seja aqui na Terra, pois as nações somente existem aqui na Terra. Diante disto, para que tudo a respeito dos salvos seja cumprido é mister que eles retornem a esta Terra, agora como Igreja gloriosa e vitoriosa, com corpos gloriosos e incorruptíveis, igual ao do Senhor Jesus (cf. Fp 3:21).
7. Derrotar o Anticristo na Batalha do Armagedom (Ap 19:19-21). Estando todas as nações preparadas para a “solução final”, quando parecer que Israel não tem mais nenhuma saída, nenhuma possibilidade de escapar à total destruição (e, humanamente falando, não haverá mesmo como se impedir a vitória do Anticristo), Deus começará a agir, invertendo as coisas e fazendo com que, mais uma vez, Israel seja salvo e poupado da destruição; aliás, salvo em todos os sentidos, pois, além da salvação da destruição física, Israel alcançará, nesta oportunidade, a sua salvação espiritual.
· O Armagedom será a peleja do Grande Dia do Deus Todo-Poderoso (Ap 16:14). Na manifestação da Sua vinda (2Ts 2:8), Jesus Cristo destruirá o Anticristo com o sopro da Sua boca. Todas as nações da Terra o verão e lamentarão sobre Ele (Ap 1:7). Quando os inimigos do Cordeiro se reunirem, então, sua derrota será total e final (Ap 19:19-21). Essa batalha Jesus a vencerá não com armas, mas com a Palavra, a espada afiada que sairá da Sua boca (Ap 19:15). Ninguém poderá escapar. O Anticristo e o Falso profeta serão lançados vivos no ardente lago de fogo e de enxofre (Ap 19:20). Nunca mais sairão desse lago, que é o Inferno em seu stricto sensu. Serão atormentados pelos séculos dos séculos (Ap 20:10). Também todos os poderes seculares e todas as falsas religiões serão lançadas no lago de fogo e enxofre e destruídos para sempre (Sl 9:17).
8. Julgar as nações (Mt 25:31-46). Esse julgamento acontecerá na Terra sobre aqueles que sobreviveram ao Armagedom. Portanto, diz respeito aos vivos e não aos mortos. Serão julgados com base no tratamento dado a mensagem do reino, aos seus mensageiros e ao modo como trataram a Israel (Zc 12:3; Mt 25:40,45).
Esse julgamento terá como finalidade apartar os bodes das ovelhas, ou seja, decidir quem passará com Cristo o reino milenial e quem não passará. É como uma espécie de “tribunal intermediário”, pois, sem dúvida, muitos destes passarão ainda pelo julgamento do Grande Trono Branco, que se dará, conforme se vê em Apocalipse 20:8-15, com os que aderirão à revolta de Satanás após o Milênio.
Esse julgamento não deve ser confundido com o Juízo Final, o qual será destinado somente aos ímpios após o Milênio (Ap 20:11-15). O julgamento das nações trata-se apenas de pessoas vivas, que de alguma forma passaram pela Tribulação e não morreram. Nessa época a população da Terra estará muitíssima reduzida, por causa dos juízos de Deus sobre o mundo. Quando Jesus voltar em glória, além do remanescente de Israel, existirão dentre as nações pessoas vivas ímpias e também pessoas vivas que não aceitaram a marca da Besta e creram na mensagem do Evangelho do Reino. Na volta do Senhor existirão também nações inteiras que perseguiram a nação de Israel e serão punidas dentro do contexto mundial.
Nesse julgamento, serão ressuscitados apenas aqueles que desfrutarão o Milênio com Cristo, os bem-aventurados que completam o número daqueles que tomam parte da primeira ressurreição (Ap 20:6). Os demais indivíduos, com exceção do Anticristo e do Falso profeta, que já terão sido lançados vivos no lago de fogo e de enxofre, que será inaugurado naquela oportunidade (Ap 19:20), aguardarão o julgamento que ocorrerá somente no Juízo Final.
III. PREPARAÇÃO PARA O MILÊNIO
O Milênio será, de acordo com as Escrituras, um tempo de restauração para todas as coisas. Nas palavras de Severino Pedro da Silva, será verdadeiramente a “Idade Áurea da Terra”. Neste período, a injustiça dará lugar à justiça que esteve de luto durante o tempo sombrio da Grande Tribulação; a violência dará lugar à quietude; o ódio e a inimizade darão lugar ao amor e à doce amizade; e o mundo ficará em descanso, sob o domínio daquele cujo poder se estenderá de mar a mar e cujo reino trará alegria e tranquilidade aos corações de todas as pessoas, que haverá de aclamá-lo como Senhor e Rei. Durante esse período maravilhoso, o próprio Jesus dirá às nações: “não se fará mal nem dano algum em todo o monte da minha santidade, porque a Terra se encherá do conhecimento do Senhor, como as águas cobrem o mar” (Is 11:9).
Para que o Reino de Cristo comece com estas condições, será necessária antes a reorganização da ordem perdida no caos da Grande Tribulação.
1. Julgamento das nações. No julgamento das nações, serão definidos alguns pontos:
a) Jesus separará quem entrará no Reino e quem não entrará. Os bodes serão separados das ovelhas (Mt 24:29-31; 25:31-46). Quem são "os bodes" e quem são "as ovelhas"?
- As “ovelhas, que ficarão à sua direita”. Jesus disse que as “ovelhas” são "os justos", que fizeram o bem, não diretamente a Ele, mas a seus servos na Terra, especialmente aos filhos de Israel. Mateus 25:34-40 assim registra as palavras de Jesus:
- "Então, dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai, possui por herança o Reino que vos está preparado desde a fundação do mundo; porque tive fome, e destes-me de comer; tive sede, e destes-me de beber; era estrangeiro, e hospedastes-me; estava nu, e vestistes-me; adoeci, e visitastes-me; estive na prisão, e fostes ver-me" (Mt 25:34-36).
- "Então, os justos lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome e te demos de comer? Ou com sede e te demos de beber? E, quando te vimos estrangeiro e te hospedamos? Ou nu e te vestimos? E, quando te vimos enfermo ou na prisão e fomos ver-te? E, respondendo o Rei Jesus, lhes dirá: Em verdade vos digo que, quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes" (Mt 25:37-40).
Os intérpretes em geral entendem que esses "pequeninos irmãos" de Jesus são os judeus. As ovelhas, ou "os justos", são as nações amigas de Israel que, ao longo da História, têm estado ao seu lado até o final dos tempos. Essas nações são abençoadas por Deus (Gn 12:3). Concordo com o que disse o pr. Elinaldo Renovato: “o Brasil não parece estar se inclinando para ser "ovelha", pois seus governos recentes e sua diplomacia tendenciosa preferem apoiar países hostis a Israel, como o Irã, e até extremistas islâmicos que desejam "varrer Israel do mapa". Na Grande Tribulação, certamente a situação do nosso país não será nada desejável”.
- "Os bodes", que ficarão "à sua esquerda". Jesus esclarece: "Então, dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos; porque tive fome, e não me destes de comer; tive sede, e não me destes de beber; sendo estrangeiro, não me recolhestes; estando nu, não me vestistes; e estando enfermo e na prisão, não me visitastes" (Mt 25:41-43). Analogamente, como no caso anterior, das "ovelhas", o texto dá a entender que essa condenação aos "bodes", que estarão "à esquerda", referem-se às nações inimigas de Israel ou aquelas nações que foram simpatizantes com aquelas que desejam destruir a nação de Israel.
b) Jesus redesenhará o mapa mundial: Israel será “o cabeça” das nações; Jesus reinará sobre a Terra e a sede do governo mundial será Jerusalém. Algumas nações se tornarão insignificantes no contexto mundial devido ao tratamento dado aos judeus.
c) Não poderá haver influência satânica no reino do Senhor; por isso, Satanás será preso por mil anos (Ap 20:1,2).
d) As condições no Milênio serão as mais favoráveis possíveis para o ser humano, por isso: os maus não entrarão no Reino; Satanás estará preso; o próprio Senhor Jesus estará reinando visivelmente e presente corporalmente na Terra; os homens terão a sua saúde restaurada e o equilíbrio da natureza voltará; a impiedade, a incredulidade, a rebelião não serão toleradas como no tempo da Graça (cf. Is 60:12); prevalecerá a paz e a justiça entre as nações (cf. Mq 4:3 e Zc 9:10); não haverá mais guerras, haverá um desarmamento total (Is 2:4); a justiça será para todos, ninguém se queixará de opressão ou injustiça (Is 11:4).
2. Satanás será preso por mil anos (Ap 20:1,2). Apocalipse 19:20 descreve o Anticristo e o Falso profeta sendo lançados no lago de fogo e enxofre. No verso 21 do mesmo capítulo é descrito o destino de todos aqueles que seguiram os dois personagens anteriores: o Hades, onde aguardarão o julgamento do Grande Trono Branco (Ap 20:5; 11-15). Mas, ainda falta o destino do principal elemento da trindade satânica: o dragão, a antiga serpente, o diabo, o Satanás. João assim descreve o seu destino: “E vi descer do céu um anjo que tinha a chave do abismo e uma grande cadeia na sua mão. Ele prendeu o dragão, a antiga serpente, que é o diabo e Satanás, e amarrou-o por mil anos” (Ap 20:1,2).
Portanto, antes de se iniciar o Milênio, Satanás será preso por mil anos. Com esse fim, um anjo descerá do Céu trazendo na mão a chave do abismo e uma grande corrente. Vale ressaltar que Satanás não será amarrado como castigo – isso acontecerá em Ap 20:10 –, mas para que não engane mais as nações. Satanás será aprisionado e não poderá sair até que Deus decida deixa-lo sair (Ap 20:3).
Com a derrota fragorosa da trindade satânica, Jesus terá preparado as condições e o ambiente espiritual e moral para o estabelecimento do Seu Reino milenial.
3. Quem estará no Milênio com Cristo? Haverá dois grupos de povos distintos no Milênio:
a) os crentes glorificados. Estes consistirão dos salvos do Antigo Testamento, do do Novo Testamento (a Igreja) e dos oriundos da Tribulação.
No estado glorificado os salvos não estarão limitados à Terra. Terão o constante privilégio de acesso ao trono do Pai, no Céu. Seus corpos ressurretos não estarão limitados pelas coisas físicas como os mortais. Serão como os anjos, que por terem corpos espirituais não são limitados pela matéria. Nossos corpos serão apropriados para estarmos na Terra e no Céu. Veja o exemplo de Jesus: quando apareceu aos discípulos; quando ele foi reconhecido por Maria Madalena; estando entre os homens seu corpo era tão semelhante ao de um homem comum que dois de seus discípulos, no caminho de Emaús, nada de mais notaram até o momento em que Ele desapareceu da presença deles.
b) os povos naturais. Estes estarão em estado físico normal, vivendo na Terra; são eles: os judeus salvos saídos da Grande Tribulação; os gentios poupados no Julgamento das Nações; e o povo nascido durante o próprio Milênio. Veja esta nota de João de Oliveira sobre este fato escatológico:
“Encontramos na Bíblia muitas promessas referentes ao crente judeu, mas como são dirigidas a judeu-cristãos, julgamos que essas promessas são para todos os crentes. Por outro lado, encontramos referências diretas aos judeus e não aos gentios. Paulo sempre teve o cuidado de dizer ‘nós’ quando se referia aos judeus (Ef 1:12,13) – ‘Nós que antes havíamos esperado em Cristo...’. No verso 13 ele faz referência aos gentios, dizendo: ‘No qual vós, tendo ouvido a palavra da verdade, o Evangelho da salvação...’. Note que Paulo faz distinção entre judeu(nós) e gentio(vós). Nesta altura, dirá alguém: mas, nas suas Epístolas, Paulo escrevendo aos coríntios(gentios) deixa transparecer que as promessas com respeito ao Milênio ou reino do céu são acessíveis a todos. De fato, a Igreja participará do reino celeste, mas num estado de glória. O reino Messiânico, no entanto, é inteiramente para os judeus, ainda que todas as demais nações gozem dos benefícios do reino milenial. Com respeito a Milênio, as promessas de Deus aos judeus são irrevogáveis, e eles as estão esperando. Os gentios, os que não tiverem a marca da besta, certamente terão privilégio e gozarão da bênção do reino do Messias (Ap 20:4). Quanto a prioridade, ela é dos judeus” (João de Oliveira – O Milênio).
4. Indagações inevitáveis. Por que haverá ainda um período de mil anos na Terra? Por que Deus não passa diretamente do Armagedom para a eternidade? Por que esse intervalo e então outra batalha final – Gogue e Magogue? (Ap 20:8). Não sabemos, mas parece que todas as nações que sobreviveram a Grande Tribulação e ao Julgamento de Cristo – o julgamento das nações – receberão a oportunidade de sentir como é o governo de Cristo. No entanto, como é mostrado em Apocalipse 20:7-10, essas nações, embora vivendo o reinado de Cristo, irão continuar a se rebelar contra Deus, mesmo sem a influência enganadora de Satanás. E, no momento em que este for libertado da prisão, essas nações ímpias irão segui-lo e fazer guerra contra Cristo. Isso provará a completa depravação dessas nações, a sua verdadeira lealdade ao maligno e a necessidade do castigo final no Lago de Enxofre (Sl 9:17; Ap 20:15). Satanás, também, será definitivamente jogado no Lago de fogo e enxofre, que é o inferno propriamente dito (Ap 20:10).
Estudaremos mais sobre o Milênio na Aula nº 10.
CONCLUSÃO
É bastante plausível que o profeta Zacarias conclua esta Aula (Zc 14:3-9):
3. E o SENHOR sairá e pelejará contra estas nações, como pelejou no dia da batalha.
4. E, naquele dia, estarão os seus pés sobre o monte das Oliveiras, que está defronte de Jerusalém para o oriente; e o monte das Oliveiras será fendido pelo meio, para o oriente e para o ocidente, e haverá um vale muito grande; e metade do monte se apartará para o norte, e a outra metade dele, para o sul.
5. E fugireis pelo vale dos meus montes (porque o vale dos montes chegará até Azel) e fugireis assim como fugistes do terremoto nos dias de Uzias, rei de Judá; então, virá o SENHOR, meu Deus, e todos os santos contigo, ó Senhor.
6. E acontecerá, naquele dia, que não haverá preciosa luz, nem espessa escuridão.
7. Mas será um dia conhecido do SENHOR; nem dia nem noite será; e acontecerá que, no tempo da tarde, haverá luz.
8. Naquele dia, também acontecerá que correrão de Jerusalém águas vivas, metade delas para o mar oriental, e metade delas até ao mar ocidental; no estio e no inverno, sucederá isso.
9. E o SENHOR será rei sobre toda a terra; naquele dia, um será o SENHOR, e um será o seu nome.
Fonte: ebdweb - Luciano de Paula Lourenço
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