Texto
Básico: Ageu 1:1-9
“Veio,
pois, a palavra do SENHOR, pelo ministério do profeta Ageu, dizendo: É para vós
tempo de habitardes nas vossas casas estucadas, e esta casa há de ficar deserta?
Semeais muito e recolheis pouco; comeis, mas não vos fartais; bebeis, mas não
vos saciais; vestis-vos, mas ninguém se aquece; e o que recebe salário recebe
salário num saquitel furado. Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Aplicai o vosso
coração aos vossos caminhos. Subi o monte, e trazei madeira, e edificai a casa;
e dela me agradarei e eu serei glorificado, diz o SENHOR. A glória desta última
casa será maior do que a da primeira, diz o SENHOR dos Exércitos” (Ag 1:3,4,6,7;
2:9).
Ageu é o primeiro profeta a exercer o ministério no período pós-exílio. Sua mensagem girava em torno da construção do segundo Templo. Os judeus estavam indiferentes, espiritualmente mornos e acomodados em relação à obra de Deus. O povo estava cuidando de embelezar suas próprias casas, enquanto a Casa do Senhor permanecia em ruínas. Na construção do primeiro Templo, houve uma atitude oposta à atitude que eles estavam adotando: Davi pensou em fazer o melhor para Deus (2Sm 7:2), eles estavam pensando em fazer o melhor para si mesmos; Davi colocou Deus e sua casa em primeiro lugar, eles estavam colocando a si mesmos e suas casas em primeiro lugar. O problema deles não era falta de recursos, mas falta de prioridade. Porém, tão logo a voz de Deus soou em seus ouvidos por intermédio de Ageu, o povo demonstrou arrependimento. Imediatamente, então, Deus os restaurou e os confortou com sua presença.
A
presença de Deus conosco é a maior necessidade, o maior refúgio e o maior
estímulo para fazermos sua obra. Tão logo o povo se voltou para Deus, Deus se
voltou para o povo. Tão logo eles se humilharam e obedeceram, Deus se tornou
favorável a eles e os fortaleceu com sua presença.
O
problema do povo não era a presença dos inimigos nem a enormidade dos
obstáculos, mas a ausência de Deus. Se Deus está conosco nenhum problema pode
deter os nossos passos. O apóstolo Paulo pergunta: "Se Deus é por nós, quem será
contra nós?" (Rm 8:31).
I. O LIVRO DE AGEU
1.
Contexto histórico.
O livro
do profeta Ageu é o segundo menor do Antigo Testamento. Ageu foi o primeiro
profeta do período pós cativeiro babilônico. O livro de Esdras relata as
primeiras décadas do período pós-exílio.
Juntamente
com Zacarias, seu contemporâneo, Ageu foi usado por Deus para encorajar o povo a
reconstruir o Templo de Jerusalém, que havia sido destruído por Nabucodonosor em
586 a.C. Em 538 a.C., Ciro, rei da Pérsia, promulgara um decreto, permitindo aos
judeus exilados voltarem à pátria para reconstruir Jerusalém e o Templo,
cumprindo, assim, as profecias de Isaías e Jeremias (Is 45:1-3; Jr 25:11,12;
29:10-14), e a intercessão de Daniel (Dn 9). Dezesseis anos antes da
reconstrução do Templo em Jerusalém, o remanescente, com aproximadamente 50 mil
pessoas, voltava à Judéia sob a liderança de Zorobabel e Jesua(ou Josué) a fim
de pôr em prática o decreto real (Ed 1 e 2), em 536 a.C. Dois anos depois, os
alicerces do Templo haviam sido assentados, entre louvores e lágrimas (Ed
3:8-13), e as expectativas da reconstrução pareciam brilhantes. Todavia, os
inimigos, da raça mista dos samaritanos, haviam-se colocado contra os judeus
durante todo o reinado de Ciro, rei da Pérsia, até ao ano segundo do reinado de
Dario, rei da Pérsia (Ed 4:24). A construção do Templo cessou pouco depois de
ter começado, em 534 a.C. A letargia espiritual generalizou-se, induzindo o povo
a voltar à reconstrução de suas próprias casas. Somente em 520 a.C, sob
autorização de Dario (cf. Ed cap. 6) e, após este, sob autorização de Artaxerxes (cf. Ed 6:14),
Ageu, acompanhado pelo profeta Zacarias, conclama Zorababel e o povo a retomar a
construção da casa de Deus. Em 516 a.C., vinte e um anos após lançados os
alicerces (Ed 3:10), o Templo foi completado e dedicado ao Senhor (cf Ed 4-6). A
arca da aliança, contendo as duas tábuas da lei, não fazia parte do Templo novo.
Ela teria sido destruída numa ocasião anterior desconhecida, da história de
Israel.
O
reinício e conclusão da construção do Templo só foi possível graças aos
ministérios proféticos de Ageu e Zacarias (ver Ag 1:9-11). Suas profecias
incluíam: (1) ordens diretas de Deus (Ag 1:8); (2) advertência e repreensão (Ag
1:9-11); (3) exortação (Ag 2:4); e (4) alento mediante a promessa de bênçãos
futuras (ver Ag 2:6-9).
O
inimigo surgiu e se opôs à obra (Ed 5:3). Sempre que houver progresso
espiritual, podemos prever que virão oposição e provação da parte de
Satanás e dos inimigos de Deus. O povo
de Deus deve enfrentar tal oposição com oração contínua a Deus, confiando nele e
avançando até à conclusão da obra.
Ageu
profetizou apenas durante quatro meses (Ag 1:1; 2:1; 2:10; 2:20). Zacarias
começou a profetizar dois meses depois de Ageu (Zc 1:1) e teve um ministério
mais longo. O ministério destes dois profetas pós-exílio, em muito contribuíram
para a conclusão das obras, apesar dos muitos obstáculos e reveses.
A obra
de Deus sempre requer a participação dos seus profetas, na realização do seu
propósito concernente a qualquer geração.
2. Vida
Pessoal. O nome
Ageu significa "festivo”. Provavelmente ele nasceu num dia de festas, e por isto
foi chamado de "minha festa". Ageu só é citado fora do seu livro em Esdras 5:1 e
6:14. Alguns eruditos o consideravam membro da classe
sacerdotal.
Há um
consenso praticamente unânime de que Ageu foi o autor do livro que leva o seu
nome. Pouco sabemos acerca dele. Nada sabemos sobre seu pai nem sobre o lugar do
seu nascimento. Ageu é a única pessoa com esse nome mencionado no Antigo
Testamento.
Possivelmente,
Ageu conhecera as glórias do Templo salomônico (Ag 2:3). De acordo com a
tradição judaica, ele viveu a maior parte de sua vida na Babilônia. Sendo assim,
ele já devia ser um homem com mais de oitenta anos quando levantou sua voz
profética em Jerusalém. Alguns estudiosos defendem que ele nasceu na Babilônia
durante o exílio e conviveu com o profeta Daniel.
Ageu
profetizou no segundo ano do rei Dario, no sexto mês e no primeiro dia da
semana. Ageu apareceu repentinamente no ano 520.C. e de igual modo desapareceu.
Nada se sabe de sua vida antes ou depois da sua
pregação.
3. Zorobabel.
Zorobabel, governador de Judá, e Josué, o sumo sacerdote, eram os líderes-chaves
para a reconstrução do Templo. Quando Ageu se levantou, a mando de Deus, para
motivar o povo à reconstrução do Templo, ele dirigiu primeiramente a sua
mensagem a estes lideres notáveis, a fim de encorajá-los a terminar a obra de
reconstrução do Templo em Jerusalém.
“Zorobabel
é uma das pessoas listadas nas genealogias de Jesus. Duas coisas fazem Zorobabel
significativo e o ligam a Cristo: primeiro, Zorobabel é um sinal de um homem
escolhido por Deus, de cuja natureza dedicada Deus fez fluir vida, liderança e
ministério. O que Zorobabel fez em partes, Jesus fez por completo como o Servo
do Senhor; segundo, Zorobabel está, também, na linhagem do Messias. As listas
dos ancestrais de Jesus em Mateus e Lucas incluem o nome de Zorobabel, o filho
de Selatiel, cuja própria importância pessoal foi excedida por seu papel como um
dos que apontaram à frente para a vinda do Salvador ao mundo” (Bíblia de Estudo
Plenitude, p. 914).
Só
relembrando, o povo judeu voltou do cativeiro babilônico em três levas: (a) Sob
a liderança de Zorobabel, com a autorização do imperador Ciro, para reconstruir
o Templo; (b) Sob a liderança de Esdras para ensinar a Lei; (c) Sob a liderança
de Neemias para reconstruir os muros. Tanto Esdras como Neemias voltaram sob o
governo de Artaxerxes I (465-424 a.C). Os judeus que voltaram para Jerusalém
foram profundamente influenciados pela fé dos seus pais mesmo no cativeiro. A
criação das sinagogas no exílio para o estudo da lei e dos profetas exerceu uma
grande influência na inspiração da fé religiosa daqueles que retornaram à
Jerusalém.
O
cativeiro babilônico foi decisivo para os judeus deixarem a
idolatria.
4.
Estrutura e Mensagem. O livro
contém quatro mensagens, cada uma delas introduzidas pela frase: “a palavra do
SENHOR” (Ag 1:1;2:1;2:10;2:20):
Primeira
mensagem. Ageu
repreende os repatriados por estarem tão interessados em suas próprias casas,
revestidas de cedro por dentro, enquanto a Casa de Deus permanecia em desolação
(Ag 1:4). O profeta exorta-os por duas vezes a considerar seus caminhos (Ag
1:5,7), revelando-lhes ter o Senhor Deus retirado a bênção sobre eles em
consequência de seus maus caminhos (Ag 1:6,9-11). Zorobabel e Josué, juntamente
com o restante do povo, reagindo à palavra do profeta, demonstram reverência a
Deus, e recomeçam a obra (Ag 1:12-15).
Segunda
mensagem. Poucas
semanas depois, a reação dos repatriados, que haviam visto a glória do primeiro
Templo e que consideravam como nada o segundo, começava a desanimar o povo (Ag
2:3). Ageu, então, exorta os lideres a se mostrarem corajosos,
porque:
-
(a)
seus esforços faziam parte de um quadro profético mais amplo (Ag
2:4-7).
-
(b) “a
glória desta ultima casa será maior do que a da primeira” (Ag
2:9).
Terceira
mensagem. A
terceira mensagem de Ageu conclama o povo a viver uma vida de santa obediência
(Ag 2:10-19). Ageu afirma a inversão da sorte de Israel por causa da edificação
do Templo.
Quarta
mensagem. A
quarta mensagem traz uma promessa relativa a Zorobabel; ele representaria a
continuação da linhagem e da promessa messiânica (Ag
2:20-23).
II.
RESPONSABILIDADES E OBRIGAÇÕES
1. A
desculpa do povo (Ag 1:2). Os
judeus que retornaram para a reconstrução do Templo afrouxaram as mãos e
abandonaram a obra, dando a seguinte desculpa para Deus: "... Não veio ainda
o tempo, o tempo em que a Casa do SENHOR deve ser edificada" (Ag 1:2).
Observe que eles não diziam que a edificação não devia ser feita; apenas que
ainda não havia chegado o tempo oportuno para fazê-la. O pecado deles foi de
acomodação. Eles adiaram o projeto de Deus para priorizar seus projetos.
Abandonaram a Casa de Deus para investir tudo em suas próprias casas. Julgaram
que a oposição para fazer a obra era um sinal de que não era o tempo de fazer a
obra. Fizeram uma leitura errada quando interpretaram que a presença de
dificuldades devia levá-los a desistir da obra.
Enfatizamos
que a presença de circunstancias adversas jamais devem nos impedir de fazermos a
obra de Deus. O servo de Deus deve olhar para as circunstancias na perspectiva
da soberania de Deus, da providencia divina. O apóstolo Paulo assim se
comportou, a ponto de dizer aos crentes de Filipo: “...as coisas que me
aconteceram ou que tem me acontecido contribuíram para o progresso do Evangelho”
(Fp 1:12). Ele era cônscio de “que todas as coisas contribuem juntamente para o
bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados por seu decreto” (Rm
8:28).
2.
Inversão de prioridades (Ag 1:3,4). Deus
denuncia a inversão de prioridades do povo judeu em fazer os melhores
investimentos em suas próprias casas e os piores investimentos na casa de Deus.
Eles desistiram de investir na casa de Deus, mas estavam fazendo investimentos
redobrados em suas próprias casas. As casas forradas tinham requinte e luxo.
Eles deixaram a casa de Deus em ruínas, sem teto, para dar um toque de requinte,
luxo e extravagância em suas casas. Os judeus tinham construído casas de fino e
caro acabamento, até mesmo com paredes amadeiradas. Essa prática era considerada
luxuosa até para um rei (Jr 22:14). Houve até quem sugerisse que os judeus
usaram para suas casas a madeira de cedro reservada para o Templo. Os
investimentos que eles haviam cortado da Casa de Deus estavam sendo usados para
o seu próprio deleite. Que valor eles estavam dando a Deus se deixavam seu
Templo em ruínas? Então Deus denuncia essa inversão de valores: “Veio, pois, a
palavra do SENHOR, pelo ministério do profeta Ageu, dizendo: Porventura é para vós
tempo de habitardes nas vossas casas forradas, enquanto esta casa permanece em
ruínas?”
(Ag 1:3,4). Essa
inversão de prioridades do povo indicava a sua falta de saúde
espiritual.
O povo
tinha provas suficientes de que era da vontade de Deus que eles reconstruíssem o
Templo. Deus já havia tocado o coração do rei Ciro para libertá-los e enviá-los
a Jerusalém, provendo-lhes recursos com esse propósito (2Cr 36.22,23; Ed 1.1-4).
Também os judeus conheciam a profecia de Isaías acerca de Ciro: "Ele é meu
pastor e cumprirá tudo o que me apraz; que digo também de Jerusalém: Será
reedificada; e do Templo: Será fundado" (Is 44:28). Apesar de estarem
plenamente cônscios disso, o povo inverteu as prioridades: em vez de cuidar
primeiro das coisas de Deus, estavam priorizando o seu progresso material:
primeiro a minha vida, mais tarde a de Deus; primeiro cuidarei dos meus
negócios, se tempo houver mais tarde cuidarei dos negócios de Deus; eu primeiro,
depois Deus.
Em vez
de honrar ao Senhor com os seus bens, eles estavam desonrando a Deus. Em vez de
buscar em primeiro lugar o reino de Deus, eles estavam buscando antes de tudo os
seus interesses. Era, portanto, uma clara e perigosa inversão de prioridades.
Deus não aceita ser colocado em segundo plano (ler Is
42:8;48:11).
O
capital da igreja é a fé. A igreja que se propõe a dar glória ao nome de Deus
realiza coisas extraordinárias para Deus. Porém, sempre que colocamos os nossos
interesses à frente dos interesses de Deus, deixamos sua casa em
ruínas.
3. Um
convite à reflexão.
“Ora, pois, assim diz o SENHOR dos Exércitos: Aplicai o vosso coração aos
vossos caminhos” (Ag 1:5). Deus chama o seu povo a olhar pelas lentes do
retrovisor. Ele convida o seu povo a meditar, pensar com cuidado sobre o
passado. Era hora de o povo fazer uma séria introspecção diante do
Senhor.
O
desprezo em relação a Deus e o descaso para com sua obra tinham levado o povo de
Israel a quebrar sua aliança com Deus. A violação do pacto trouxe o chicote da
disciplina às suas costas, a fome às suas casas e a insatisfação aos seus
corações. Por não terem aprendido com as lições do passado, o povo estava caindo
nos mesmos erros. Precisamos aprender com o passado para não cair nos mesmos
erros.
O
pecado não compensa. O pecado é uma fraude. O passado precisa tomar-nos pela
mão, conduzir-nos no presente e orientar-nos rumo ao futuro. O passado precisa
ser nosso pedagogo, não nosso coveiro.
III. A
EXORTAÇÃO DIVINA.
1.
Crise econômica. Nos
versículos 6 e 9 há o contraste entre a ação do povo e a sua expectativa (muito)
e o resultado (pouco). Nos versículos 10 e 11, a crise econômica é bem exposta e
o seu causador é identificado; ou seja, é o próprio Deus o provocador da crise.
O profeta Ageu, em nome do Senhor dos Exércitos, assim se expressa: "Tendes
semeado muito e recolhido pouco; comeis, mas não chega para fartar-vos; bebeis,
mas não dá para saciar-vos; vesti-vos, mas ninguém se aquece; e o que recebe
salário, recebe-o para pô-lo num saquitel furado" (Ag 1:6).
Reter
em nossas mãos o que devemos empregar na obra de Deus gera em nós grande
insatisfação. O profeta usa cinco situações de investimento, todas com
resultados insatisfatórios: quem semeia muito colhe pouco; quem come não se
farta; quem bebe não se sacia; quem se veste não se aquece; e quem recebe
salário perde-o pelo caminho. Deus mesmo é o Agente dessa frustração. É Ele quem
impede a colheita abundante. É Ele quem não deixa que a pessoa se farte, se
sacie e se aqueça. O povo estava retendo em suas mãos o que deveria entregar na
casa de Deus. O povo estava correndo atrás apenas dos seus interesses ao mesmo
tempo que desprezava a Casa de Deus. O povo estava morando luxuosamente enquanto
a Casa de Deus permanecia em ruínas, cobrindo suas casas com madeira importada,
a passo que o Templo permanecia sem teto. Então, Deus lhe mostrou a loucura de
abandonar Sua Casa, gerando dentro deles uma incurável
insatisfação.
2. A
solução. Só
haveria uma saída para reverter a crise que o povo estava sofrendo: dispor-se a
atender à convocação de Deus para fazer a sua obra, ou seja, reconstruir o
Templo. O versículo 8 apresenta o que o povo devia fazer: “Subi ao monte,
trazei madeira e edificai a casa; dela me agradarei e serei glorificado, diz o
Senhor”. O propósito de Deus nesse empreendimento era o regozijo especial
que Ele teria nesse edifício e a honra apropriada que Ele, ali, receberia do seu
povo.
A
resposta do povo à Palavra de Deus foi pronta e imediata (Ag 1:12). O Espírito
Santo atuou de maneira tão maravilhosa, que ocorreu um verdadeira avivamento e a
construção do Templo prosseguiu sob a liderança de Zorobabel e do sumo sacerdote
Josué (Ag 1:14).
Três
fatos merecem destaque:
a)
A resposta à Palavra de Deus começa pela liderança (Ag 1:12).
Zorobabel e Josué, o governador e o sumo sacerdote, o poder civil e o poder
religioso, deram exemplo e foram os primeiros a aceitar a Palavra de Deus. Os
líderes precisam ser o exemplo e dar o primeiro passo. Precisam ser modelo para
o povo. Quando a liderança acerta sua vida com Deus, os liderados seguem seus
passos. Se de um lado a vida do líder é a vida da sua liderança, por outro lado
os pecados do líder são os mestres do pecado. O líder é um influenciador. Ele
influencia sempre, para o bem ou para o mal. Zorobabel e Josué foram líderes que
influenciaram para o bem.
b)
A resposta à Palavra de Deus manifesta-se pela obediência.
"Então Zorobabel... e Josué.... e todo o resto do povo atenderam à voz do
Senhor, seu Deus, e às palavras do profeta Ageu, as quais o Senhor, seu Deus, o
tinha mandado dizer..." (Ag 1:12). Quando a liderança obedece a Deus, os
liderados seguem seus passos. Quando o povo viu seus líderes atendendo à voz de
Deus, eles prontamente se dispuseram a também obedecer. A obediência é a única
evidência de que alguém de fato ouviu a voz de Deus.
c) A
resposta à Palavra de Deus passa pela reverência.
"... e o povo temeu diante do Senhor" (Ag 1:12). A falta de temor diante
do Senhor havia levado o povo ao cativeiro e agora os desviava da obra. Mas o
temor os fez voltar para Deus e colocar as mãos na obra de Deus. É impossível
ouvir a Deus sem temê-lo.
Uma
postura sem temor em relação a Deus esposada por muitos crentes é responsável
pelo baixo nível espiritual de tantas igrejas em nossos dias. A falta de temor
de Deus desemboca em decadência espiritual.
3. O
segundo Templo. Na
construção do segundo Templo, todos colocaram as mãos na obra. Os líderes na
frente e em seguida todo o povo. O trabalho é grande e precisa da participação
de todos. Hoje, infelizmente, cerca de vinte por cento dos membros realizam a
obra enquanto os demais assistem. Precisamos entender que somos um corpo no qual
cada membro tem sua função. Somos uma família na qual cada um exerce o seu
papel. Somos um exército onde cada soldado tem seu campo de luta. Somos
construtores do santuário de Deus no qual cada um deve trabalhar com zelo e
alegria.
A
glória do segundo Templo seria maior do que a glória do primeiro. Os anciãos de
Judá estavam chorando diante da insignificância do segundo Templo, porque
olhavam apenas para as aparências, para o exterior, para o visível e material. A
grandeza de um Templo não está na suntuosidade do seu prédio, no luxo de seus
mobiliários, nem na alta posição social e financeira dos seus membros, mas na
presença de Deus. É a presença de Deus no Templo que o torna
glorioso.
CONCLUSÃO
O descaso com a Casa de Deus desencadeou grandes transtornos materiais e espirituais para o povo de Judá. O povo de Judá lançou os fundamentos do Templo e paralisou a obra por dezesseis anos. Mesmo assim, eles continuaram oferecendo seus sacrifícios no altar que já havia sido levantado. Eles começaram a construção e abandonaram a obra no meio do caminho. Isso era um sinal evidente de desleixo com a Casa de Deus. Isso significa fazer a obra do Senhor relaxadamente. Ageu não pedia ostentação, mas também não aceitava descaso. O aspecto físico dos Templos revela os valores espirituais dos adoradores. A aparência externa da Casa de Deus diagnostica a realidade interna daqueles que a frequentam.
Como
servos do Deus Todo-Poderoso precisamos estar atentos, pois como os israelitas,
também podemos negligenciar a obra de Deus e o cuidado com a Casa do Senhor. Que
sejamos servos comprometidos com o Reino, trabalhando para o seu crescimento
aqui na Terra.
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