1º
Trimestre_2013
Texto
Básico: 1Reis 16:29-34INTRODUÇÃO
Nesta
Aula inaugural trataremos, conforme os tópicos propostos pelo comentarista do
trimestre, acerca da apostasia no reino de Israel à época do rei Acabe. Sabe-se
que a história da apostasia nesse reino começo na época de Jeroboão I, filho de
Nebate, logo em seguida à cisão da nação de Israel(doze tribos) em duas partes:
reino de Judá (reino do Sul – duas tribos: Judá e Benjamim) e reino de Israel
(reino do Norte – 10 tribos). Mas, o período mais crítico e perigoso para
Israel(reino do norte) ocorreu no reinado de Acabe, filho de Onri(fundador de
Samaria). Nessa época, o culto ao Deus verdadeiro foi substituído pela adoração
ao deus falso Baal, trazendo como consequências uma apostasia sem precedentes e
pondo em risco a identidade nacional e espiritual do povo de Deus, com o
banimento do verdadeiro culto a Jeová. A perseguição àqueles que se opuseram à
idolatria de Acabe e Jezabel foi ferrenha. Foi tão ferrenha que Elias pensou que
só ele escapara da morte. Mas, quando achava que somente ele havia permanecido
fiel a Deus, foi surpreendido com a notícia de que ainda havia sete mil que não
haviam dobrado seus joelhos a Baal (1Rs 19:14,18).
A
apostasia é obra do maligno, e como tudo que é obra do maligno começa de forma
sorrateira, quase que imperceptível, dentro de uma ou outra atitude que, embora
seja contrária à Palavra de Deus, é tida como aceitável e plenamente
justificável. A apostasia é, sobretudo, um fenômeno interno, um ato de rebeldia
que vem do profundo do ser humano e que, por isso, não é perceptível à primeira
vista. Como nos diz o Senhor por boca do profeta Ezequiel, o primeiro sinal da
apostasia é interno, pois se trata de “levantar ídolos no coração” (Ez
14:3,4). É algo que não é percebido pelo homem, já que só Deus conhece o coração
do homem (1Sm 16:7).
I.
APOSTASIA
1. O
que é apostasia.
Apostasia deriva-se da expressão grega “apostásis”,que significa
afastamento. Com relação à fé cristã, apostasia significa abandonar a fé cristã
de forma consciente e premeditada. Então, para que haja apostasia é necessário
que a pessoa tenha experimentado o novo nascimento, ou seja, que tenha certeza
de sua salvação e aí, de forma consciente e deliberada, abandona a fé e passa a
negar toda verdade por ela experimentada. Ninguém pode abandonar aquilo que
nunca teve. Para que haja apostasia é necessário o abandono consciente e
premeditado da fé.
No
Antigo Testamento a apostasia era
considerada adultério espiritual. Israel era chamado de “esposa de Jeová”.
Sempre que Israel seguia a outros deuses, ou se curvava diante de ídolos, era
acusado de apostasia. Esta foi, inclusive, a causa principal do cativeiro
babilônico.
Satanás,
aquele “querubim ungido”, descrito em Ezequiel 28:13-17 e Isaias 14:12-15, tinha
plena consciência e premeditou sua rebelião contra Deus. Ele não é apenas um
apóstata, é também o pai da apostasia.
O pecado da
Apostasia, normalmente, resulta
como consequência da prática continuada de outros pecados. Foi assim com
o Rei Saul, foi assim com Judas, foi, também assim, com Israel, no deserto,
quando de sua jornada rumo à Canaã. O Senhor Deus não abandonou Israel no
primeiro pecado de murmuração, na primeira rebeldia ou no primeiro pecado de
idolatria. Mas, a prática continuada destes pecados resultou em juízo divino
contra Israel.
Israel conhecia Deus
e tinha experiência com Ele. Esta é uma condição básica para que alguém possa
conhecer o pecado da Apostasia. O apóstata tem que tomar sua decisão de
forma consciente e premeditada. Apesar de tudo que Israel viu Deus fazer no
Egito e em dois anos no deserto, mesmo assim Israel persistiu sendo rebelde,
desobediente, duro de coração, incrédulo. Assim, em Cades Barnéia, no
deserto de Parã, o cálice da ira de Deus se encheu, diante de mais uma
provocação – “E disse Deus a Moisés: até quando me provocará este povo? E
até quando me não crerão por todos os sinais que fiz no meu deles? Com
pestilência o ferirei, e o rejeitarei...”. Agora, não havia mais a
possibilidade de um acordo.A apostasia estava
consumada!
Assim, baseado no que
aconteceu com Israel, que, pela prática do pecado continuado, sem
arrependimento real e sincero, acabou praticando o pecado da apostasia, também
estamos sujeitos a cometer aquele mesmo erro. Este é um risco que corre o crente
desviado, e todos aqueles que têm um pé no mundo e outro na igreja. Está
escrito: “O homem que muitas vezes repreendido endurece a cerviz será
quebrantado de repente sem que haja cura” (Pv
29:1).
2.
Apostasia no reino de Israel. As
palavras: “tu e a casa de teu pai” (1Rs 18:18), não apenas
denunciam a apostasia instaurada no reino do norte, mas também revelam que ela
possuía uma tradição histórica. Muitos anos antes dos ministérios proféticos
de Elias e Eliseu, Israel havia alcançado a estrutura de uma grande nação com o
reinado de Davi (1024-965 a.C). Davi foi um grande estadista e graças à sua
piedade religiosa e sua extraordinária capacidade político
administrativa, conseguiu unificar o fragilizado estado hebreu. Nos dias de
Davi, portanto, havia uma só terra, um só povo, um só Deus, um só Templo e uma
só Lei.
Após o
reinado de Davi, reinou
em Israel, ainda unificado, o seu filho Salomão. Foi neste reinado que a
apostasia fincou raízes; que cresceu durante o reinado de Jeroboão (reino do
Norte – 10 tribos), e que se generalizou superlativamente no reinado de Acabe. É
exatamente durante o reinado de Acabe que a apostasia ameaça suplantar
totalmente a adoração ao Deus verdadeiro e é nesse período que surge Elias, um
dos maiores profetas da história bíblica. Os estudiosos estão de acordo em dizer
que pela primeira vez a verdadeira fé no Deus vivo corria real
perigo.
Desde a
morte de Jeroboão até o
aparecimento de Elias perante Acabe, o povo de Israel experimentou grande
declínio espiritual. Governado por homens que não temiam a Jeová e que
encorajavam formas estranhas de culto, a maioria das pessoas rapidamente perdeu
de vista seu dever de servir ao Deus vivo, e adotou muitas das práticas da
idolatria.
Nadabe,
filho de Jeroboão, ocupou
o trono de Israel apenas por alguns meses. Sua carreira maléfica foi subitamente
interrompida por uma conspiração encabeçada por Baasa, um de seus
generais, para obter o controle do governo. Nadabe foi morto, com toda a sua
descendência na linhagem da sucessão, “conforme a palavra do Senhor que
dissera pelo ministério de seu servo Aías, o silonita; por causa dos pecados de
Jeroboão, o qual pecou, e fez pecar a Israel”(1Rs 15:29,30). Assim pereceu a
casa de Jeroboão. O culto idólatra introduzido por ele tinha levado sobre os
culpados ofensores os juízos retributivos do Céu; e a despeito disso, os reis
que se seguiram – Baasa, Elá, Zinri e Onri – durante o período de
aproximadamente quarenta anos, continuaram no mesmo curso fatal de
perversidade.
Durante
a maior parte deste período de apostasia em Israel, o rei Asa reinava no reino de Judá. No
início de seu reinado, Asa confiou no Senhor e ele foi vitorioso em
vários conflitos. Todavia, o longo relato do fiel serviço de Asa foi
mareado por alguns erros, cometidos nas vezes em que ele deixou de pôr sua
confiança inteiramente em Deus.
Dois
anos antes da morte de Asa, Acabe
começou a reinar em Israel. Seu reinado foi marcado desde o início por uma
estranha e terrível apostasia. Seu pai, Onri, o fundador de Samaria,
tinha feito “o que parecia mal aos olhos do Senhor; e fez pior do que todos
quantos foram antes dele” (1Rs 16:25); mas, os pecados de Acabe foram ainda
maiores. Ele “fez muito mais para irritar o Senhor Deus de Israel do que
todos os reis de Israel que foram antes dele”, agindo “como se fora coisa
leve andar nos pecados de Jeroboão, filho de Nebate” (1Rs 16:33,31). Não
contente com encorajar as formas de adoração seguidas em Betel e Dã, ousadamente
levou o povo a grosseiro paganismo, substituindo o culto de Jeová pelo de
Baal.
Tomando
por esposa a Jezabel,
“filha de Etbaal, rei dos sidônios”, e sumo sacerdote de Baal, Acabe
“serviu a Baal, e se encurvou diante dele. E levantou um altar a Baal, na
casa de Baal que edificara em Samaria” (1Rs
16:31,32).
Acabe não
somente introduziu o culto de Baal na metrópole do reino, mas sob a
liderança de Jezabel construiu altares pagãos em muitos “lugares altos”,
onde ao abrigo de bosques circundantes os sacerdotes e outros relacionados com
esta sedutora forma de idolatria exerciam sua danosa influência, até que quase
todo o Israel estava indo após Baal. “Ninguém fora como Acabe, que se vendera
para fazer o que era mau aos olhos do Senhor; porque Jezabel, sua mulher, o
incitava. E fez grandes abominações, seguindo os ídolos, conforme a tudo o que
fizeram os amorreus, aos quais o Senhor lançou fora da sua possessão, de diante
dos filhos de Israel” (1Rs 21:25,26).
Acabe
era fraco em capacidade moral. Sua
união por casamento com uma mulher idólatra de caráter decidido e temperamento
definido, resultou em desastre tanto para ele como para a nação. Destituído de
princípio, e sem nenhuma alta norma de reto proceder, seu caráter foi facilmente
modelado pelo espírito determinado de Jezabel. Sua natureza egoísta era incapaz
de apreciar as bênçãos de Deus a Israel e seus próprios deveres como guardião e
líder do povo escolhido.
Sob a
danosa influência do reinado de Acabe,
Israel afastou-se do Deus vivo, e corrompeu seus caminhos perante Ele. Por
muitos anos tinham estado a perder o senso de reverência e piedoso temor; e
agora parecia não haver ninguém que ousasse expor a vida colocando-se
abertamente em oposição à predominante blasfêmia. A escura sombra da apostasia
cobria toda a terra. Imagens de Baal e Astarote estavam em todo lugar
para serem vistas. Templos idólatras e bosques consagrados em que se adoravam as
obras das mãos dos homens foram multiplicados. O ar estava poluído com o fumo
dos sacrifícios oferecidos aos falsos deuses. Montes e vales ressoavam com o
perturbado clamor de um sacerdócio pagão que sacrificava ao Sol, à Lua e às
estrelas.
Pela
influência de Jezabel e de
seus ímpios sacerdotes, o povo fora ensinado que os ídolos que haviam sido
erguidos eram divindades que regiam por seu místico poder os elementos da terra,
fogo e água. Todas as dádivas do Céu – os riachos, as fontes de águas vivas, o
suave orvalho, os chuveiros de águas que refrigeravam a terra e faziam que os
campos produzissem com abundância – eram atribuídos ao favor de Baal e
Astarote, em vez de ao Doador de toda boa dádiva e todo dom perfeito. O povo
esqueceu-se de que montes e vales, rios e fontes, estão nas mãos do Deus vivo;
que Ele controlava o Sol, as nuvens do céu e todos os poderes da
Natureza.
Por
intermédio de fiéis mensageiros, o
Senhor enviou repetidas advertências ao rei apóstata e ao povo; mas vãs foram
essas palavras de reprovação. Em vão os inspirados mensageiros sustentaram o
direito de ser Jeová o único Deus em Israel; em vão exaltaram as leis que Ele
lhes havia confiado.
Seduzidos
pela suntuosa exibição e os
fascinantes ritos da idolatria, o povo seguia o exemplo do rei Acabe e sua
corte, e se entregava aos intoxicantes e degradantes prazeres de um culto
sensual. Em sua cega loucura, preferiram rejeitar a Deus e Seu culto. A luz que
lhes fora tão graciosamente concedida tornara-se em trevas.
Nunca
dantes o povo escolhido de Deus caíra tão baixo na apostasia. Havia
“quatrocentos e cinquenta” “profetas de Baal”, além de “quatrocentos profetas de
Asera” (1Rs 18:19). Nada menos que o milagroso poder operador de Deus poderia
preservar a nação de destruição total. Voluntariamente, Israel havia-se separado
de Jeová; todavia, o Senhor por compaixão ainda amava aqueles que haviam sido
levados ao pecado, e estava prestes a enviar-lhes um de Seus mais poderosos
profetas, Elias, por cujo intermédio poderiam ser levados de volta à fidelidade
ao Deus de seus pais.
II. AS
CAUSAS DA APOSTASIA
1.
Casamento misto.
O casamento misto é um instrumento poderosíssimo na mão do inimigo para retirar
a identidade do povo de Deus, para
impedir a sua continuidade. Os casamentos mistos foram o fator principal da
apostasia religiosa de Israel. Salomão e Acabe são exemplos tristes desse fato.
Acabe
era um israelita, mas não se preocupou em obedecer a lei de Deus no tocante ao
casamento, e casou com uma mulher maligna, Jezabel. Esta mulher era oriunda da
cidade de Tiro onde seu pai fora “sumo sacerdote” e rei (1Rs 16:31). Ela adorava Baal
(Baal significa “senhor” ou “marido”. Era um deus da tempestade, uma
divindade dominante da religião Cananéia. Segundo os seus adoradores, ele era
considerado providencial por enviar chuvas e fertilidade à terra, semeando a
vida).
Provavelmente,
Onri arranjou o casamento entre seu filho Acabe e Jezabel, filha de Etbaal, rei
dos sidônios. Foi sem dúvida, um casamento que selou o acordo entre os dois
países. Embora as implicações políticas tenham sido omitidas do registro
bíblico, o programa religioso que Jezabel promoveu pode muito bem ter sido parte
desse acordo.
Certamente,
o casamento de Acabe foi realizado sob um profundo desrespeito às determinações
de Deus contra tais casamentos mistos. A desconsideração de Onri e de Acabe ao
mandamento divino levou a uma total rebelião contra os outros mandamentos. A fim
de agradar a sua esposa idólatra, Acabe construiu um templo e um altar para o
falso deus Baal (1Rs 16:32), que foi ocupado pelas centenas de sacerdotes de
Jezabel (1Rs 18:19); promoveu deste modo a idolatria e levou toda a nação de
Israel ao pecado. Ele construiu uma espécie de símbolo de Aserá, uma
indicação de que o degradante culto à fertilidade estava instalado em Samaria.
De certo modo, ele aparentemente tentou permanecer fiel a Deus (1Rs 21:27-29),
mas a adoração a Baal era a sua verdadeira religião. Um casamento fora da
vontade de Deus pode nos conduzir para longe dEle.
Não
tenha dúvida, o casamento misto é uma declarada desobediência ao mandamento de
Deus (Ml 2:11). Tanto no Antigo quanto no Novo Testamento não encontramos amparo
para o casamento misto. Ele não é a vontade de Deus para o Seu povo (Dt 7:3,4;
2Co 6:14-17).
2.
Institucionalização da idolatria. Após a
divisão do reino de Israel (945 a.C.) - em Judá (reino do sul) e Israel (reino
do norte) -, Jeroboão é aclamado rei em Israel. Esse rei entendeu que seu povo
poderia ir a Judá para adorar ao Deus único e verdadeiro, Jeová, e voltar-se
contra ele e até o matar. O rei então, ergue altares de adoração em lugares
importantes em Israel, constrói dois bezerros para que o povo adorasse, um em Dã
e o outro em Betel (1Rs 12:26-31). Israel então mergulha na idolatria e se
afasta do Senhor por meio de um rei mau que permaneceu por 22 anos no seu
reinado. Outros reis vieram após Jeroboão e deram prosseguimento a idolatria em
Israel. Um desses reis foi o ímpio Acabe. Ele surgiu pouco mais de 50 anos
depois Jeroboão. Diz o texto sagrado que ele não só cometeu os pecados de
Jeroboão, como também casou-se com Jezabel e instituiu o culto a Baal (1Rs
18:18), tornando essa adoração como religião oficial em Israel. Era como se o
Deus de Israel passasse a ser Baal e não Jeová. Sua mulher por outro lado
matava os profetas de Deus (1Rs 18:13).
O
Senhor, porém, reage contra a idolatria de seu povo, e prediz grande seca em
Israel, através de Elias (1Rs 17), numa época em que o povo vivia um dos piores
momentos de sua história, um povo eleito que conhecia os grandes feitos do
Senhor, mas estava mais uma vez entregue ao pecado da idolatria.
O que
levava aquele povo a se afastar tão facilmente do Senhor e seguir a outros
deuses? Por que a idolatria era tão fascinante aos israelitas?
a)
Porque
as nações ao redor de Israel criam que a adoração a vários deuses era superior à
adoração a um único Deus, ou seja, quanto mais deuses melhor. O povo de Deus
sofria influência dessas nações e constantemente as imitava, ao invés de
obedecer ao mandamento de Deus no sentido de se manter santo e separado
delas.
b)
Porque
os deuses das nações vizinhas a Israel não exigiam nenhum tipo de obediência a
padrões morais, como o Deus de Israel. Por exemplo, muitas das religiões pagãs
incluíam imoralidade sexual religiosa no seu culto, tendo para isso prostitutas
cultuais. Essa prática sem dúvida atraia muitos israelitas. Deus, por sua vez,
exigia padrões morais para o seu povo, vida de consagração, adoração com
reverência.
c) Porque
acreditavam que os deuses da fertilidade prometiam o nascimento de filhos; os
deuses do tempo (sol, lua, chuva etc.) prometiam as condições apropriadas para
colheitas abundantes e os deuses da guerra prometiam proteção dos inimigos e a
vitória nas batalhas. A promessa de tais benefícios fascinava os israelitas;
daí, muitos se dispunham a servir aos ídolos, ou seja, aos demônios(cf Dt
32:17).
A
Bíblia deixa claro que por trás de toda idolatria, há demônios, que são seres
sobrenaturais controlados pelo diabo. Tanto Moisés quanto o salmista associam os
falsos deuses com demônios. Veja: "Sacrifícios ofereceram aos diabos, não a
Deus; aos deuses que não conheceram, novos deuses que vieram há pouco, dos quais
não se estremeceram seus pais”(Dt 32:17); "E serviram os seus ídolos, que
vieram a ser-lhes um laço. Demais disto, sacrificaram seus filhos e suas filhas
aos demônios” (Sl 106:36-37 ).
O
grande pecado de Israel em
toda a sua história, desde o Egito, foi a idolatria. Mas será que nós, como
igreja de Deus, estamos isentos de tal abominação? Algumas vezes, talvez nos
falte o entendimento e o discernimento espiritual das coisas espirituais.
Satanás tem semeado no meio do povo de Deus, muitas vezes, de uma forma sutil e
discreta o principio da idolatria. Há grande semelhança entre os dias de hoje e
os dias de Elias. Entre os homens de hoje e os daquela época, ou entre a igreja
de hoje e o povo de Israel, as atitudes dos homens quase sempre são as mesmas.
Nossas fraquezas, necessidades e desejos, que nos levam ao pecado, são os
mesmos.
Idolatria
não é somente adorar a imagens de escultura, mas é tudo aquilo que toma o lugar
de Deus em nossa vida; é aquilo que amamos, nos dedicamos, entregamos toda a
nossa atenção, intenção e tempo, em detrimento da presença de Deus em nossa
vida; é aquilo que rouba a nossa adoração e comunhão com Ele. Muitas vezes, o
trabalho, a faculdade, prazeres, propósitos de vida, filhos, enfim, tudo isto é
bênção do Senhor, mas não podem ocupar o lugar do Senhor em nossa vida, não
podem roubar a nossa adoração e o nosso tempo com Deus. Ele precisa estar no
centro, mas quando todos esses fatores de nossa vida estão cheios da nossa
atenção, dedicação e tempo, de maneira que não há mais tempo para orar, não há
mais tempo para adorar e relacionar-se com o Pai, e ouvir a sua voz através da
sua Palavra - e o problema maior é que perdemos a sensibilidade espiritual e
passamos a viver assim -, então há ídolos na nossa vida.
Para
muitos a religião é um grande ídolo, ao invés de aproximá-lo de Deus o
distancia. Seus conceitos e doutrinas tornam-se mais importantes que o próprio
Deus, como aquelas religiões que Jesus condenou por não reconhecerem que ele era
o Messias. Essa é uma situação que nos cega e nos leva a viver distante da vida
que o Senhor tem para todos nós. Pense nisso!
III. OS
AGENTES DA APOSTASIA
1.
Acabe. Acabe
foi o oitavo rei de Israel. Foi um líder e estrategista militar de grande
capacidade. Todavia, foi o rei mais ímpio de Israel – “E fez Acabe, filho de
Onri, o que era mal aos olhos do SENHOR, mais do que todos os que foram antes dele. E sucedeu que (como se fora coisa
leve andar nos pecados de Jeroboão, filho de Nebate), ainda tomou por mulher a Jezabel, filha de Etbaal,
rei dos sidônios; e foi, e serviu a Baal, e se encurvou diante dele. E levantou um altar a Baal, na
casa de Baal que edificara em Samaria. Também Acabe fez um bosque, de maneira
que Acabe fez muito mais para irritar ao SENHOR, Deus de Israel, do que todos os
reis de Israel que foram antes dele”(1Rs
16:30-33).
Os reis
de Israel e de Judá, tanto os bons como os maus, tiveram profetas enviados pelo
Senhor para aconselhá-los, confrontá-los e ajudá-los. O rei Davi teve um amigo
fiel, Natã, um homem de Deus. Acabe poderia ter tido em Elias um conselheiro.
Mas enquanto o primeiro escutou Natã e estava disposto a se arrepender de seus
pecados, o segundo viu Elias como seu inimigo. Por quê? Pelo fato de que Elias
sempre lhe trazia más notícias, e ele se recusou a reconhecer que havia sido a
sua própria desobediência constante a Deus e a persistente adoração aos ídolos,
não as profecias de Elias, que trouxeram o mal à sua nação. Acabe culpou Elias
por trazer profecias de juízo em vez de aceitar seu conselho e mudar seus maus
caminhos.
Acabe
não estava disposto a tomar atitudes corretas. Além do mais, era casado com uma
mulher ímpia que o impeliu à adoração aos ídolos; era um homem infantil que se
remoia por vários dias caso a sua vontade não fosse feita; aceitava os conselhos
de sua esposa má, escutava somente os “profetas” que lhe davam boas notícias e
cercava-se de pessoas que o encorajavam a fazer o que bem quisesse. Mas, o valor
do conselho não pode ser julgado pelo número de pessoas a favor ou contra. Acabe
constantemente escolheu seguir a opinião da maioria daqueles que o cercavam, e
isto o levou à morte.
Pode
parecer agradável ter alguém que nos encoraje a fazer qualquer coisa que
quisermos, porque é difícil aceitar o
conselho que é contrário aos nossos desejos. Porém, as nossas decisões devem ser
baseadas na qualidade de conselho, não em sua atratividade ou na opinião da
maioria de nossos companheiros. Deus nos encoraja a seguir as orientações de
conselheiros sábios, mas como podemos testar o conselho que recebemos? A
orientação que concorda com os princípios contidos na Palavra de Deus é
confiável. Devemos sempre separar o conselho dos nossos próprios desejos, da
opinião da maioria, ou de qualquer coisa que pareça melhor em nossa perspectiva
limitada, e pesá-lo à luz dos mandamentos de Deus. Ele nunca nos levará a fazer
o que proibiu em sua Palavra – mesmo em relação aos princípios. Diferentemente
de Acabe, devemos confiar nos conselheiros retos e ter a coragem de nos
posicionar contra aqueles que desejam que façamos o contrário. (fonte: Bíblia
de Estudo Aplicação Pessoal).
2.
Jezabel. A
história de Jezabel encontra-se em 1Reis 16:31 a 2Reis 9:37. Seu nome é usado
como um sinônimo para a grande iniquidade em Apocalipse 2:20. Ela eliminou
sistematicamente os representantes de Deus em Israel. Promoveu e patrocinou a
adoração a Baal. Esposa de Acabe, ocupa o lugar de esposa mais ímpia na Bíblia.
A Palavra de Deus até usa seu nome como um exemplo das pessoas que rejeitam
completamente o Senhor (AP 2:20,21).
Muitas
mulheres pagãs casaram-se em Israel sem reconhecer o Deus que seus maridos
adoravam. Estas trouxeram consigo as suas religiões. Mas nenhuma foi tão
determinada quanto Jezabel para fazer com que todo os Israel adorasse os seus
deuses. Para o profeta Elias, ela parecia ter tido sucesso. Ele sentiu que era o
único ainda fiel a Deus até que o Senhor lhe disse que ainda existiam sete mil
que não haviam se apostatado da fé. Um “sucesso” notável de Jezabel foi
contribuir para a causa da queda final de Israel – a idolatria. Deus castigou as
dez tribos do norte por sua idolatria e fez com que fossem levadas para o
exílio.
Jezabel
detinha
grande poder. Ela não só controlava seu marido, Acabe, mas tinha também 850
sacerdotes pagãos sob seu controle. Estava comprometida com o seus deuses e a
conseguir o que desejava. Acreditava que o rei tinha o direito de possuir
qualquer coisa que quisesse. Quando Nabote se recusou a vender a sua vinha a
Acabe, Jezabel cruelmente mandou matá-lo e tomou a posse da terra. O plano dela
para eliminar a adoração a Deus em Israel levou a dolorosas consequências. Antes
de morrer, sofreu a perda de seu marido em combate e seu filho nas mãos de Jeú,
que tomou o trono à força. Ela faleceu da mesma maneira hostil e desdenhosa como
viveu.
Quando
vemos Jezabel e Elias, precisamos admirar a força do comprometimento de cada um.
A grande diferença era com quem estavam comprometidos. Ela, consigo mesma e com
seus falsos deuses; ele, com o único Deus verdadeiro. No final, o Senhor provou
que Elias estava certo.
Com o
que ou com quem você está mais comprometido? Como Deus avaliaria o seu
comportamento? (fonte: Bíblia de Estudo Aplicação
Pessoal).
IV. AS
CONSEQUENCIAS DA APOSTASIA
1. A
perda da identidade nacional e espiritual.
A
identidade dessa nação como povo escolhido é algo bem definido nas Escrituras
Sagradas. Desde a sua criação como nação eleita, Israel foi identificado como
povo de Deus (Ex 19:5). Todavia, nos dias do rei Acabe Israel teve sua
identidade nacional e espiritual ameaçada. A idolatria era a causa principal. A
idolatria é infidelidade a Deus. É rompimento da aliança. É quebra dos votos de
fidelidade. É uma torpeza.
O povo
da aliança havia abandonado o Deus vivo, criador, provedor e redentor, para se
curvar diante dos ídolos pagãos. A nação de Israel era culpada de adorar aos
deuses das nações pagãs a seu redor, especialmente o deus cananeu da chuva,
Baal. Sempre que havia uma seca ou fome, em vez de se voltarem para o
Senhor, os israelitas buscavam a ajuda de Baal (1Rs 18:19). A adoração
pagã envolvia ritos sensuais de fertilidade, e para isso havia prostitutos
cultuais de ambos os sexos.
A
idolatria era sinônimo de prostituição tanto
no sentido literal quanto no simbólico. Israel havia rompido sua aliança com
Deus, quebrara seus votos de fidelidade, indo após outros deuses e se
prostituindo com eles.
A
idolatria de Israel era como a infidelidade conjugal. O
“adultério” rompeu o laço de “casamento” de Israel com o Senhor e impossibilitou
uma comunhão mútua. A idolatria anuída e supervisionada pelo casal real, Acabe e
Jezabel, quase levou Israel à perda de usa identidade nacional e espiritual.
Mas, Deus tinha preservado um remanescente fiel. Elias
quando achava que somente ele havia permanecido fiel a Deus, foi surpreendido
com a notícia de que ainda havia sete mil que não haviam dobrado seus joelhos a
Baal (1Rs 19:14,18).
2. O
julgamento divino. Uma
religião que se desvia da verdade não agrada a Deus, ao contrário, está sob Seu
juízo.
Deus
ama o seu povo. Ele não desejava que Isael perdesse sua identidade espiritual e
nacional. Desta feita, manda o seu profeta, Elias, para confrontar a família
real idólatra e os seus seguidores. Neste contexto de degradação moral e
espiritual, Elias foi o profeta extremamente necessário para o conflito entre a
verdadeira religião, com seus padrões de uma vida virtuosa, e o culto a Baal
com sua ênfase na devassidão. A época do profeta Elias exigia não só um
grande espírito de coragem e ousadia como também de realizações maiúsculas. Deus
manifestou o seu supremo poder e juízo através deste profeta em acontecimentos
milagrosos que ocorreram um após o outro, a fim de derrotar as forças de
Baal e de Aserá. Esse relato no faz lembrar a forma como o Senhor
revelou o seu supremo poder nas pragas contra o Faraó e os deuses do Egito na
época de Moisés.
Elias,
na qualidade de mensageiro de Deus, pronunciou uma palavra de juízo da parte do
Senhor contra a nação rebelde de Israel. Deus ia reter a chuva durante três anos
e meio (cf 1Rs 17:1; Tg 5:17). Esse juízo humilhava Baal, pois seus
adoradores criam que ele controlava a chuva e que era responsável pela
abundancia nas colheitas.
O
anúncio da seca deu início ao conflito entre Deus e Baal, que atingiu o
seu clímax no Monte Carmelo. Assim que a batalha foi consolidada, Elias recebeu
ordens do Senhor para se isolar no deserto durante o período da seca, e Deus
milagrosamente proveu seu alimento através dos meios mais
improváveis.
CONCLUSÃO
O
caminho da apostasia é resultado da multiplicação da iniquidade (Mt 24:12). Em
períodos de crise espiritual, onde a maldade se dissemina com muito maior
facilidade, é maior o perigo da apostasia, em especial, num mundo como o de
nossos dias, onde o desenvolvimento tecnológico permite a ampla divulgação, em
tempo real, de toda e qualquer informação, ideia ou pensamento. Os dias finais
da dispensação da graça são dias em que haverá multiplicação da ciência (Dn
12:4), mas a ciência será, quase sempre, dirigida para o aumento do pecado e da
maldade entre os homens. Diante de uma atitude desta, muitos sofrerão
grandemente por se manterem fiéis à Palavra de Deus, sendo considerados
retrógrados, atrasados e, não raras vezes, mantidos sob severa censura,
reprovação e incompreensão por parte dos homens. Muitos não suportarão esta
pressão e serão levados a tomar a forma do mundo, a aceitar viver de acordo com
os princípios depravados hoje vigentes e seguidos pelos ímpios, o que fará com
que se inicie o caminho rumo à apostasia. Estejamos, pois, alertas! Devemos
sempre estar firmes na Palavra do Senhor e não cedermos um milímetro sequer do
que nos mandam as Escrituras Sagradas.
Fonte:ebdweb
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