INTRODUÇÃO
No lar, devemos ter, em primeiro lugar, a presença de Deus, que deve ser uma constante desde o momento em que um homem e uma mulher passam a ter intenção de formar uma família. Deus deve sempre ocupar o primeiro lugar em todas as ações de nossa vida (Mt 22:37,38). A família cristã precisa ter em mente que há um plano diabólico para destruir suas bases e levá-la à queda espiritual e moral. Não há outra forma de fazer face a esse ataque mortal, se não for através da busca da presença de Deus no lar.
O grande segredo da manutenção da esperança do povo de Israel em Deus, apesar da rejeição de Jesus Cristo, está na vida devocional familiar que foi estabelecida desde os primórdios da história daquele povo, e é na manutenção de uma vida devocional familiar, que os cristãos poderão resistir aos ataques do adversário e constituir uma igreja vitoriosa que será arrebatada ao término desta dispensação. A vida devocional familiar é denominada, comumente, de “culto doméstico” e é a mola mestra de toda a prática que conduz a família a uma vida de santidade, de direção do Espírito Santo, e que se constitui no segredo para a vitória da família sobre o mal e, consequentemente, de toda a igreja do Senhor. O culto doméstico propicia os momentos diários para o fortalecimento do lar, por meio da oração, da leitura da Bíblia - "a espada do Espírito" -, e do louvor a Deus, no meio do qual Ele se faz presente.
I. O CULTO DOMÉSTICO
“Escutai a minha lei, povo meu; inclinai os vossos ouvidos às palavras da minha boca; Não os encobriremos aos seus filhos, mostrando à geração futura os louvores do SENHOR, assim como a sua força e as maravilhas que fez; Para que a geração vindoura a soubesse, os filhos que nascessem, os quais se levantassem e a contassem a seus filhos”(Sl 78:1,4,6).
1. O que é o Culto Doméstico? É um período específico na agenda da família cristã quando todos os membros da família reúnem-se para, juntos, terem um momento de intimidade conjunta com Deus. É um tempo de devoção familiar. É um excelente caminho se queremos fazer da nossa família uma extensão da igreja, ou vice-versa. Esta prática no lar é o cimento armado, o alicerce seguro que não pode ser olvidado, se de fato queremos uma casa edificada solidamente.
Infelizmente, precisamos reconhecer, que a estrutura da família moderna se transformou radicalmente nestes últimos anos; a vida é extremamente agitada; corremos para o trabalho, para a escola, faculdade e tantos outros compromissos seculares e eclesiásticos que têm contribuído para o afastamento dos membros da família entre si. Em alguns casos a situação tem se agravado, de tal maneira que o lar não passa de um hotel, onde os membros se encontram apenas para comer e dormir, ou um posto de gasolina, onde só vão para abastecer, ou ainda, um campo de batalha, onde só se encontram para brigar. Precisamos nos esforçar para reestruturar nosso tempo, nossos compromissos e nossos horários para podermos, ao menos uma vez por semana, termos nosso tempo para a leitura da Bíblia com a família, a oração com os filhos e por eles.
O ideal de Deus para a família cristã é que, junta, ela cultue ao Senhor todos os dias. Em alguns lares tem-se tornado uma prática quase impossível devido aos horários que não se harmonizam. Outros o conseguem e as experiências são ricas. Outros há que fazem do culto doméstico uma obrigação diária e se não o fizerem o castigo de Deus pode descer sobre a família. Uma atitude assim, por parte dos pais, pode acarretar dois graves prejuízos: Primeiro, o culto se torna um fardo para todos, quando deve ser uma hora alegre e descontraída; Segundo, isto passa para os filhos a imagem de um Deus punitivo, castigador e não um Deus de amor. Além disso, os feitos de uma participação forçada podem gerar no coração dos filhos um desejo de libertação que geralmente ocorre quando se tornam adolescentes. E daí se originam conflitos nas famílias.
2. A restauração da instrução doméstica. A respeito do ensino divino a ser ministrado no lar, o Senhor ordena: “E estas palavras que hoje te ordeno estarão no teu coração; e as intimidarás a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te, e levantando-te” (Dt 6:6,7).
Estão os nossos lares realmente calçados nas Escrituras Sagradas num mundo tão turbulento como este em que vivemos? Tem sido a Bíblia vivida dentro do Lar? “Não é pela Palavra lida, nem pela Palavra falada, mas pela Palavra vivida que a Palavra da Vida nos foi revelada”. Este é um pensamento que retrata a necessidade humana de ter um lar onde a Bíblia seja vivida diariamente.
Há, também, o problema que filhos enfrentam quando os pais são fiéis e piedosos leitores da Bíblia (leem dez, vinte vezes), mas mantêm um relacionamento péssimo entre e com os filhos. A Bíblia só é lida e não é vivida. Quando os filhos são pequenos é gostoso sentar-se com eles para ler as histórias bíblicas, orar, fazer exercícios bíblicos, etc. Mas, só contar as histórias não é suficiente. Aconfiança de Davi, a ousadia dos profetas, a coragem de Moisés com o povo, a dependência de Deus de Jó e outros mais, são atitudes que os filhos querem ver em nossa vida. As crianças até os sete anos, cuja fase, segundo os psicólogos, é de formação de caráter, estão lendo a nossa vida e o tipo de relacionamento que temos com Deus. Que Bíblia temos apresentado aos nossos filhos nessa faixa etária?
II. O CULTO NO LAR
Segundo o Dr. Caramuru Afonso Francisco, "Lar" é uma palavra latina cujo significado primeiro é o de um local, nas antigas residências romanas, em que se procedia à adoração dos antepassados familiares. Segundo ele, o historiador francês Foustel de Coulanges em seu livro "A Cidade Antiga", nos ensina que havia um compartimento nas casas romanas onde somente poderiam entrar os membros da família, onde eram cultuados os antepassados familiares, os chamados "deuses lares". Normalmente, havia um altar em honra a estas divindades e um fogo que nunca se apagava, onde se realizava tal adoração. Vê-se, portanto, que a ideia do "lar" está vinculada a ideia de uma ligação espiritual entre os membros de uma mesma família, ou seja, o “lar” é a própria unidade espiritual dos integrantes de uma família.
O “lar”, portanto, é o ambiente afetivo, emocional e espiritual que deve existir entre os integrantes de uma família. O que faz gerar uma família é, precisamente, a existência deste clima de fraternidade, de amor e de afeto.
O plano divino para a família é que cada família seja um “lar”, ou seja, um grupo de pessoas que estejam unidas, que tenham supridas suas necessidades existenciais, emocionais, afetivas, psicológicas, como também lhes sejam dadas as condições mínimas para que possam sobreviver até que possam se sustentar materialmente, bem como viver, por si sós, em sociedade, tudo isto sem deixar de considerar que a família deve ser um altar, não a falsas divindades, como faziam os pagãos romanos, mas, sobretudo, um altar onde Deus possa ser adorado e louvado, como vemos, por exemplo, ocorrer na família do patriarca Josué (Js 24:14,15).
1. Quem na família deve ser o responsável pelo culto no Lar? Em primeiro lugar, tal responsabilidade pesa sobre o pai (Ef 6:4; Dt 6:6-7). Quando tal não é possível, então esta missão fica com a mãe (2Tm 1:5). E se nenhum destes dois não puderem, tal ministério passa a ser dosfilhos (Lc 8:39).
2. Exemplos a serem seguidos. Um dos mais conhecidos pregadores da história da Inglaterra foi o Rev. Richard Baxter. Quando ainda jovem, foi chamado a pastorear uma grande igreja, de membros ricos e instruídos, porém frios e carnais. Ficou desanimado e cheio de desapontamentos com o que havia encontrado ali. Experimentou vários meios para despertar a igreja dormente. O jovem pregador dizia: ”O único meio de levantar a igreja e circunvizinhança é restabelecer o culto doméstico! Levantar o altar familiar nos lares!”. Durante três anos consecutivos, visitava os lares no intuito de estabelecer o culto doméstico como prática comum aos membros de sua igreja. Após muito trabalho, finalmente conseguiu. O ambiente de adoração e comunhão nos lares foi a base do movimento que encheu sua igreja não só numericamente, mas também com muito poder e, provocou o surgimento de um glorioso ministério em sua vida. Richard Baxter provou que para a igreja, o altar familiar nos lares dos membros, é indispensável.
Na família de Wesley havia 19 filhos, mas nenhum se achava demasiadamente ocupado para não participar do culto doméstico. Diariamente gozavam de inúmeras bênçãos e mais de cem pessoas, entre vizinhos e amigos, se congregavam nos cômodos humildes da casa dos Wesley para se ajoelharem perante o Trono de Deus. Eram horas perdidas? Não! Isto formou o alicerce do reavivamento mundial que acompanhou o ministério de John Wesley . O Culto Doméstico abençoa a pessoa, o lar, a igreja e o mundo!
3. Quais são os elementos do Culto no Lar? - “E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações” (At 2:42). Este versículo nos dá a fórmula para um relacionamento correto com Deus tanto no lar como entre os lares. Veja que os cristãos primitivos continuavam na doutrina dos apóstolos (seguindo as Escrituras) na comunhão (entre as famílias) no partir do pão (comunhão com Deus) e nas orações (dependência de Deus).
a) Leitura e ensino da Bíblia. A leitura da Bíblia deve ser elemento insubstituível no Culto Doméstico. A mesma deve contribuir com o enriquecimento da família inteira. Os pais devem explicar as passagens que os filhos não entendem. Histórias bíblicas, dramatizações, literaturas evangélicas, são ajudas para variar, mas nunca para tomar o lugar da Bíblia.
b) Oração. Através da Oração o filho fala com o Pai. A oração é, para a vida espiritual, o mesmo que a respiração é para vida física. Deve ser uma parte natural na vida do lar cristão. A oração no culto doméstico pode ser variada. A família pode orar em uníssono. Também o pai ou a mãe pode dirigir uma oração, cada membro da família pode fazer uma oração de apenas uma frase, ou até pode haver oração silenciosa. Seja qual for a maneira, a oração deve ser específica.
c) Louvor. Hinos e corinhos são muito eficazes para se cantar em atitude de adoração, no culto doméstico. As crianças aprendem muito acerca de Deus cantando corinhos.
4. Características de um bom Culto Doméstico:
a) Regularidade. O tempo não é tão importante, mas a regularidade é importante e necessária. Há famílias que gostam de ter as suas devoções familiares no período da manhã, antes que os membros saiam para os deveres do dia. Há outras famílias que preferem tê-los à noitinha, depois do jantar. O importante é achar o tempo apropriado para a sua família e persistir no costume fielmente, dia após dia.
b) Seja Breve. Há pessoas que acham que para que o culto doméstico seja abençoado, tem que ser prolongado. Cultos de oração com duração de uma hora podem ser edificante para os adultos, mas, em havendo crianças participantes dos mesmos, estes deverão ser encurtados. O tempo gasto no culto doméstico é determinado pela idade dos membros da família e sua situação particular.
c) Variedade. Monotonia pode matar o interesse e causar desagrado. A seguir, damos uma ideia para o Culto Domestico:
1. Enriqueça o culto com cânticos que sejam escolhidos pela família. Alguém que toque algum instrumento pode acompanhar os hinos.
2. Promova uma participação maior dos presentes, sem constrangê-los.
3. Após a leitura da Bíblia, aplique a mensagem no dia a dia dos presentes, fazendo esta pergunta: Como mudaria minha vida se eu realmente vivesse o que está dizendo este versículo? Na prática do culto, as Escrituras Sagradas é o mais importante. A discussão e os comentários são muito significativos quando são analisadas algumas passagens objetivando esmiúça-las e digeri-las.
4. Em algumas ocasiões deve-se memorizar algumas partes da Bíblia.
5. Leia histórias bíblicas narrativas.
6. Procure textos que falem de pais, mães, jovens, crianças, e velhos. Depois leia na presença deles, homenageando-os.
7. Leiam juntos um capítulo da Bíblia.
8. Leia em voz alta, partes dos livros de Jó, Salmos, etc.
9. Prepare, com cada membro da família, uma lista de gratidão a Deus.
10. Faça a leitura diária recomendada nas Lições Bíblicas da Escola Dominical da sua Igreja. Se possível procure comentário numa Bíblia de Estudo.
III. A IMPORTÂNCIA DO CULTO DOMÉSTICO
O culto doméstico é um elemento importante, mas não é o único elemento da adoração familiar a Deus. A adoração a Deus envolve todos os nossos gestos, todas as nossas atitudes no lar. Tudo o que fizermos, tudo o que falarmos, tudo o que pensarmos em nossa família deve refletir uma vida transformada por Cristo Jesus. Tudo deverá ser feito para a glória do nome do Senhor e isto será uma adoração a Deus, pois adorar é servir e estamos servindo a Deus durante todo o tempo e não apenas quando nos dedicamos, durante algum tempo, a louvar e a bendizer o nome do Senhor.
1. Para os Pais. O culto doméstico ajuda a criar mais harmonia entre os cônjuges quando eles têm os mesmos propósitos, isto é, ter uma família consagrada a Deus. Através da oração em conjunto e a leitura da Bíblia, eles recebem coragem, conforto, esperança para uma vida em harmonia com Deus e com os outros.
2. Para os Filhos. O culto doméstico produz esperança em Deus desde os primeiros anos de vida dos filhos do crente em Jesus. Eles são salvos de uma vida de vadiagem entre as massas de jovens desocupados, deprimidos e flutuantes sobre o mar da vida, que mais tarde irão chorar ”vaidade de vaidade, tudo é vaidade”(Ec 12:8).
3. Para a união do Lar. O culto doméstico é um fator que unifica a família inteira. Josué incluira sua família quando fez a sua declaração de fé com o propósito de fazer a vontade de Deus: ”Porém, se vos parece mal aos vossos olhos servir ao SENHOR, escolhei hoje a quem sirvais..... porém eu e a minha casa serviremos ao SENHOR.”. Há famílias que estão se desinteressando por causa da falta de um líder e porta-voz. Cornélio, chamou seus parentes e amigos (At 10:24); e o carcereiro de Filipos ouviu, creu e regozijou-se, ele e a sua casa (At 16:27-34).
IV. O CULTO DOMÉSTICO NÃO PODE SUBSTITUIR O CULTO CONGREGACIONAL
Diríamos que, numa situação de normalidade, não pode existir a figura do “crente, em casa”, embora seja frequente encontrar alguém dizendo: “agora eu sou crente, em casa”. Sempre que alguém age desta forma, certamente, do ponto de vista espiritual, está doente.
Quando uma Família, pequena, ou numerosa, se afasta de sua Congregação e passa a dirigir seu próprio culto, em casa, não é uma situação normal. Esse culto, com cheiro de rebeldia, não se encaixa nos padrões do chamado Culto Doméstico.
A Palavra de Deus diz: “Não deixando a nossa congregação como é costume de alguns, antes admoestamos uns aos outros...”, ou como diz a Bíblia, na Linguagem de Hoje: “...animemos uns aos outros” (Hb 10:25).
Paulo afirma que “assim nós, que somos muitos, somos um só corpo em Cristo, mas individualmente somos membros uns dos outros”(Rm 12:5). Um membro separado dos demais membros, tende a morrer.
O apóstolo João afirma que “se alguém diz: eu amo a Deus, e aborrece a seu irmão, é mentiroso. Pois quem não ama a seu irmão, ao qual viu, como pode amar a Deus, a quem não viu?” (1João 4:20). Assim, por analogia, nós dizemos: “Se alguém diz que tem comunhão com Deus, mas não pode congregar com os irmãos, é mentiroso”. A verdadeira comunhão com Deus exige que se tenha comunhão com todos os seus filhos.
Para um crente salvo, em comunhão com Deus, a “sua igreja”, ou congregação, está para ele como o Templo e a Cidade de Jerusalém estavam para os judeus. Mesmo no cativeiro, em Babilônia, os judeus diziam: “Se eu me esquecer de ti, ó Jerusalém, esqueça-se a minha destra da sua destreza. Apegue-se-me a língua ao paladar, se me não lembrar de ti, se não preferir Jerusalém à minha maior alegria” (Salmo 137:5-6). Sendo este o sentimento, o amor do judeu para com o Templo e para com a cidade de Jerusalém, alguma coisa tem que estar errado quando um crente afasta-se de sua Igreja, e de sua Congregação e passa a congregar-se, isoladamente, realizando “cultos” em sua própria casa e para sua família. Esses “cultos” não possuem as características do Culto Doméstico, biblicamente falando.
Por outro lado, há também os que se afastam de suas congregações para serem crentes, em casa, “cultuando” a Deus através dos programas evangélicos, ou cultos, transmitidos pela televisão.
Até mesmo a “Santa Ceia” é tomada em casa. Também os cultos virtuais não podem substituir os cultos congregacionais. O Salmista Davi afirmou: “Oh! Quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união”(Salmo 133:1). Portanto, aquele que se declara que “agora sou crente em casa”, com certeza, espiritualmente, está doente. Creia nisto!
Até mesmo a “Santa Ceia” é tomada em casa. Também os cultos virtuais não podem substituir os cultos congregacionais. O Salmista Davi afirmou: “Oh! Quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união”(Salmo 133:1). Portanto, aquele que se declara que “agora sou crente em casa”, com certeza, espiritualmente, está doente. Creia nisto!
CONCLUSÃO
Por tudo que falamos nesta Aula, seria assaz redundante dizer que o Culto Doméstico é importante para a família e, por conseguinte, para a igreja. No entanto, o que temos verificado é que esta prática tem cada vez mais escasseado nos lares ditos evangélicos; é uma ação que tem se tornado cada vez mais rara, para prejuízo de todos, a começar dos integrantes da família e espalhando-se para a igreja e para a sociedade como um todo. O tempo já pequeno de comunicação entre pais e filhos tem sido ocupado com tudo, menos com um momento de adoração a Deus, onde a família possa compartilhar seus momentos de alegria e de angústia. É imperioso, indispensável que a família tenha estes instantes de adoração coletiva a Deus, que haja uma troca de experiências entre os membros da família, bem como que todos possam se ajudar em oração e aprenderem a Palavra de Deus.
Quando os cônjuges compreendem o dever do Culto Doméstico, podem ser fortalecidos na fé e preparados para enfrentarem as dificuldades que sempre surgem, através de um encontro diário com Deus. Os filhos podem ficar tão envolvidos por este santo costume que quando passarem um dia sem o culto doméstico, sentirão como se o dia estivesse incompleto.
Fonte: ebwweb
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