Leitura Bíblica: Êxodo 20:1-5,7-10,12-17
“Porque o fim da Lei é Cristo para justiça de todo
aquele que crê” (Rm 10:4)
INTRODUÇÃO
A
partir desta Aula, iniciaremos o estudo da segunda parte do Livro de Êxodo (cap.
20-40), cujo conteúdo apresenta uma série de leis e instruções detalhadas para
a vida social e cerimonial dos israelitas. Na Aula de hoje estudaremos os dez
Mandamentos; analisaremos a sua importância para o povo de Israel e os
princípios que Deus espera que sigamos em sua Lei.
Três
meses depois da saída do Egito, Deus conduziu os hebreus pelo deserto até o
Monte Sinai, onde ficaram acampados (Êx 19:1,2). Ali, Israel se tornou uma
nação eleita e santa ao entrar em um relacionamento de aliança com Deus (Êx
19:3-8). A eleição divina de Israel colocou essa nação em uma posição
especialmente privilegiada no mundo. Neste pacto entre o “EU SOU” (Êx 3:14,15;
20:2) e os israelitas, o Senhor fez questão de relatar Sua atuação na
libertação que tirou o povo do cruel cativeiro. Para gravar na mente hebraica a
importância do pacto da lei, Deus se apresentou em forma de nuvem, figura que
Israel não poderia reproduzir.
No
Monte Sinai, o Senhor declarou, em particular, a Moisés, a quem chamou à Sua
presença, as orientações preparatórias para a entrega da Lei (Êx 19:3-6). Ali,
o Senhor proferiu os Dez Mandamentos (Decálogo) que se constituíram nos
estatutos perpétuos para serem obedecidos (Êx 20:6; 24:12). Tais ordenanças
revelam os princípios espirituais e relacionais de Deus ao Seu povo, bem como
Sua natureza santa, os quais os homens devem observar como parâmetro de conduta
(Dt 33:3).
Deus
espera duas atitudes em relação às Suas ordenanças: que possamos ouvir e
obedecer (Dt 11:26,27). Desse modo, tornamo-nos Sua propriedade peculiar, Seu
reino sacerdotal e Seu povo santo (Êx 19:5,6).
I. OS PROPÓSITOS DA LEI
1. O Decálogo (Êx 20:3-17). O Decálogo é muito
mais do que um código ritual ou cerimonial. No sentido espiritual, ele revela, prioritariamente, o caráter do
Deus do pacto, inspirando os homens ao temor e à reverência. Além disso, no sentido moral, o Decálogo confronta o
pecado e impulsiona o homem ao comportamento que conduz à vida.
a) Seu
significado.
No original hebraico, “Decálogo”
significa, literalmente, “dez palavras”.
Segundo Leo G.Cox, “estes dizeres não foram copiados do Egito ou de outras
palavras, como alguns suspeitam. As declarações do monte Sinai são nobres e
inteiramente diferentes de qualquer coisa encontrada em todo o conjunto da
literatura egípcia”. Deus deu estas “palavras” não como meio de salvação,
porque este povo já estava salvo do Egito, mas como norma de conduta. Levando
em conta que a obediência era uma cláusula para a continuação do concerto (Ex
19:5), estas “palavras” se tronaram a base de perseverança na qualidade de povo
de Deus. Paulo deixou claro que a observância da lei não é meio de salvação
pessoal, pois a justificação é pela fé em Cristo (Gl 2:16). A lei conduz a
Cristo, mas não salva (Gl 3:24).
b) Seu
aspecto relacional.
Deus fez escrever o Decálogo em duas tábuas de pedra. Foram guardadas dentro da
arca durante séculos. Portanto, deu-se ao tabernáculo o nome de "tenda do
testemunho" para lembrar aos israelitas que dentro da arca estava a lei e
que deviam viver de acordo com ela. Os
primeiros quatro mandamentos compõem a primeira tábua do Decálogo e mostram
a relação apropriada do homem com Deus. Têm seu cumprimento no primeiro grande
mandamento: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua
alma, e de todo o teu pensamento” (Mt 22:37). Os últimos mandamentos têm
que ver com as relações dos homens entre si e cumprem-se no amor ao próximo
como a si mesmo. Somente os que amam a Deus podem em verdade amar a seu
próximo.
c) Sua
divisão.
Segundo Leo G. Cox, “a divisão do Decálogo é entendida de modos variados.
Segundo Agostinho, a Igreja Católica Apostólica Romana e a Igreja Luterana
consideram Êx 20:2-6 o primeiro mandamento e dividem o versículo 17, que trata
da cobiça, em dois mandamentos. O judaísmo hodierno reputa que o versículo 2
ordena a crença em Deus e é o primeiro mandamento; e combina os versículos 3 a
6 no segundo mandamento. A divisão aceita nos primórdios da igreja torna o versículo 3 o primeiro mandamento e os versículos 4 a 6 o segundo. Esta posição
foi apoiada por unanimidade pela igreja primitiva, e é mantida hoje pela Igreja
Ortodoxa Oriental e pela maioria das igrejas protestantes”.
d) O
Decálogo é, também, para os cristãos? Sim. Os Mandamentos revelam Deus como uma
Pessoa profundamente moral e amável. Como poderíamos nós, que O assumimos como
Pai, não tentarmos ser como Ele? Os Dez Mandamentos aponta o caminho; também
fornecem uma visão de uma sociedade justa e moral. Em Cristo, somos libertos
para expressar a realidade da salvação que recebemos como uma oferta gratuita.
E uma maneira pela qual podemos demonstrar nossa salvação é ter uma vida de
completa harmonia com os padrões revelados por Deus nos Dez Mandamentos
apresentados no Monte Sinai (cf. Rm 8:3,4).
2. Objetivos do
Concerto divino.
Os objetivos de Deus com a Lei foram, inicialmente:
a) Providenciar um
padrão de justiça que pudesse ser alcançado. As leis de Deus
eram demonstração de sua justiça por meio de símbolos e forneciam uma
disciplina pela qual os israelitas poderiam ser conformados à santidade de
Deus. Inicialmente, a lei foi dada ao povo de Israel, mas, de forma atemporal,
os princípios norteadores da lei são eternos e contemplam a todos nós. Segundo
Alexandre Coelho, “esses princípios são expostos em regras, ou seja, quando
Deus desejou proteger o fruto do trabalho dos israelitas, ordenou que não se
furtasse. Os princípios desse mandamento são a proteção da propriedade e a valorização
do trabalho, e eles são expostos na regra ‘não furtarás’. Portanto, os princípios estão no topo, e as regras, na base. Regras
podem variar com o passar do tempo, como o local e o povo, mas os princípios
não” (Dt 4:8; Rm 7:12). Portanto, as leis sociais e cerimoniais mudam, mas as
relações fundamentais entre Deus e o homem, e entre os homens, conforme
exaradas no Decálogo, são eternas.
b) A lei de Deus
também mostra o pecado do homem. Segundo Alexandre Coelho, “ela não faz do
homem um pecador, mas mostra o quanto ele é inclinado a desobedecer às regras e
princípios que Deus determinou. Paulo comenta isso em Romanos 5:20: ‘Veio, porém, a lei para que a ofensa
abundasse’, isto é, fosse
devidamente conhecida. ‘Pela lei vem o
conhecimento do pecado’ (Rm 3:20), ou seja, o conhecimento pleno dele. ‘Mas eu não conheci o pecado, senão pela lei’
(Rm 7:7). Ou seja, Paulo deixa claro que a lei traz o conhecimento de nossos
pecados. Ela não os cria, mas os denuncia”.
c) A lei mostra
ainda a santidade de Deus. Segundo Alexandre Coelho, “Deus é santo, e
não pode tolerar o pecado. A lei mostra que o padrão de Deus para uma vida
justa deve ser buscado pelo homem. Com o passar do tempo, percebe-se que essa
busca pela justiça não poderia ser alcançada sem a ajuda de um Salvador, a quem
Deus enviou ao mundo, seu Filho Jesus Cristo. Apenas por Ele podemos nos
aproximar da santidade de Deus e buscá-la para um viver santo neste mundo
decaído”.
II. OS DEZ MANDAMENTOS (Êx 20:1-17)
A)
DEVERES PARA COM DEUS
1. O primeiro mandamento – Êx 20:3 – “Não terás outros deuses diante de mim”.
O versículo 2 é a introdução deste mandamento – “Eu sou o SENHOR, teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da
servidão”. Neste, mostra quem tirou Israel da servidão egípcia: O SENHOR.
Visto que Ele os libertara e provara que era supremo, Ele exigia absoluta
prioridade a Ele: “não terás outros
deuses diante de mim”. Deus proíbe o politeísmo que caracterizava todas as
religiões do antigo Oriente Próximo. Israel não devia adorar, nem invocar
nenhum dos deuses doutras nações. Deus lhe ordenou a temer e a servir somente a
Ele (Dt 32:29; Js 24:14,15).
Para
nós cristãos,
este mandamento importa pelo menos três princípios:
a) A
nossa adoração deve ser dirigida exclusivamente a Deus. Não deve haver
jamais adoração ou oração a quaisquer “outros deuses”, espíritos ou pessoas
falecidas, nem se permite buscar orientação e ajuda da parte deles (Lv 17:7; Dt
6:4; 1Co 10:19,20).
b) Devemos plenamente nos consagrar a Deus.
Somente Deus, mediante sua vontade revelada e Palavra inspirada, pode guiar a
nossa vida (Mt 4:4).
c) Nós cristãos devemos ter como propósito na
vida, buscar a amar a Deus de todo o coração, de toda a alma e de todas as
nossas forças, confiando nEle para nos conceder aquilo que é bom para a nossa
vida (Mt 6:33; Fp 3:8; Cl 3:5).
2. O segundo mandamento – Êx 20:4-6 – “Não farás para ti imagem de escultura, nem
alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas
águas debaixo da terra. Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque eu, o
SENHOR, teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a maldade dos pais nos filhos até
à terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem”.
O primeiro
mandamento
de Deus no Sinai foi “não terás outros
deuses diante de mim” (Êx 20:3). E o
segundo mandamento foi não fazer imagens de escultura e nem se encurvar a
elas (Êx 20:4-6).
Segundo
Leo G. Cox, “os versículos 4 e 5 devem ser considerados juntos. Não há
condenação para confecção de imagens, contanto que não se tornem objetos de
veneração. No Tabernáculo (Êx 25:31-34) e no primeiro Templo (1Rs 6:18,29)
haviam obras esculpidas. A idolatria consiste em transformar uma imagem em
objeto de adoração e atribuir a ela poderes do deus que representa. Se
considerarmos que gravuras ou imagens de pessoas possuam poderes divinos e que
sejam adorados, então elas se tornam ídolos. Há formas de criaturas nos céus
(anjos), na terra (animais, seres humanos) e nas águas (peixes e baleias), e
nenhuma dessas formas poderia jamais representar Deus. Tentar reduzir Deus a
uma figura conhecida era o mesmo que reduzir sua glória. Deus apresentou os
motivos para esta proibição: ‘Ele é Deus zeloso’, no sentido de
que não permite que o respeito e a reverência devidos a Ele sejam dados a
outrem”. Está escrito: “Eu sou o Senhor;
este é o meu nome; a minha glória,
pois, a outrem não darei, nem o meu
louvor às imagens de esculturas” (Is 42:8).
Observação: As palavras “porque eu, o SENHOR, teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a maldade
dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem”(Êx
20:5) devem ser interpretadas à luz do caráter de Deus e de outras
Escrituras. Deus é zeloso no sentido de ser exclusivista, não tolerando que seu
povo preste culto a outros deuses. Como um marido que ama a sua esposa não
permite que ela reparta seu amor com outros homens, Deus não tolera nenhum
rival.
Deus
não castiga os filhos pelos pecados de seus pais senão nos casos em que os
filhos continuem nos pecados dos pais. Castiga os que o "aborrecem" e
não os arrependidos. "A alma que pecar, essa morrerá"; "o filho
não levará a maldade do pai, nem o pai levará a maldade do filho"
(Ezequiel 18:20). Em vez disso, a maldade passa de geração a geração pela
influência dos pais e quando chega a seu ponto culminante, Deus traz castigo
sobre os pecadores” (Gn 15:16; 2Reis 17:6-23; Mt 23:32-36) (Hoff, Paul. O
Pentateuco. Ed.Vida).
3. O terceiro
Mandamento – Êx 20:7 – “Não tomarás o
nome do SENHOR, teu Deus, em vão; porque o SENHOR não terá por inocente o que
tomar o seu nome em vão”. A proibição de usar o nome de Deus “em vão” ocorre em função de o mesmo
estar intimamente ligado ao caráter divino (Êx 3:15; Lv 22:32). Assim, por
causa da natureza santa do nome do Senhor, o mesmo deve ser reverenciado,
invocado, louvado e bendito (Mt 6:9). Tomar o nome do Senhor “em vão” inclui o fazer uma falsa
promessa usando esse nome (Lv 19:12; cf. Mt 5:33-37), pronunciá-lo de modo
hipócrita ou leviano, ou amaldiçoar e blasfemar envolvendo esse nome (Lv
24:10-16). O nome de Deus deve ser santificado, honrado e respeitado por ser
profundamente sagrado, e deve ser usado somente de maneira santa (ver Mt 6:9).
Era
comum o uso de palavras mágicas em encantamentos no mundo antigo. Um exemplo
bíblico ocorre em Atos 19:13-16, onde lemos sobre a tentativa pecaminosa de
invocar o nome do Senhor Jesus, por magos que usavam o nome do Salvador como
uma forma de encantamento.
4. O quarto
mandamento – Êx 20:8-11 – “Lembra-te do
dia do sábado, para o santificar”. O sábado (mencionado pela primeira vez
em Gênesis 2:1-3 e depois juntamente com o relato do maná em Êxodo 16) agora é
formalmente instituído como lei à nação de Israel. Esse dia era um símbolo do
descanso que os cristãos hoje desfrutam em Cristo e também da redenção que a
criação desfrutará no milênio. O sábado judaico (hb. Shabbath – “cessar, interromper”), o sétimo dia da semana,
começa ao pôr-do-sol da sexta-feira e termina ao pôr-do-sol do sábado. Nenhuma
passagem do Novo Testamento ordena os cristãos a observar o sábado.
Conquanto
o cristão não esteja mais obrigado a observar o sábado judaico, ele tem fortes
razões bíblicas para dedicar um dia, em sete, para seu repouso e adoração a
Deus:
a) O principio de um
dia sagrado de repouso foi instituído antes da lei judaica - “E abençoou Deus o dia sétimo e o santificou”(Gn
2:3). Isto indica que o propósito divino é que um dia, em sete, fosse uma fonte
de benção para toda a humanidade e não apenas para a nação judaica.
b) O propósito
espiritual de um dia de descanso em sete é beneficio ao cristão. No Novo
Testamento esse dia era visto como uma cessação de labor e ao mesmo tempo um
dia dedicado a Deus; um período para se conhecer melhor a Deus e adorá-lo; uma
oportunidade para dedicar-se em casa e em público às coisas de Deus(Nm 28:9; Lv
24:8).
c) Jesus nunca
ab-rogou o principio de um dia de descanso para o homem. O que Ele reprovou foi
o abuso dos líderes judaicos quanto à guarda do sábado(Mt 12:1-8; Lc 13:10-17;
14:1-6).
d) Jesus indica que o
dia de descanso semanal foi dado por Deus para o bem-estar espiritual e físico
do homem (Mc 2:27).
e) Nos tempos do Novo
Testamento os cristãos dedicavam um dia especial, o primeiro dia da semana,
para adorar a Deus e comemorar a ressurreição de Cristo(At 20:7; 1Co 16:2; Ap
1:10).
B)
DEVERES PARA COM O PRÓXIMO
Os
últimos seis mandamentos tratam dos relacionamentos humanos e estabelecem
normas de convivência de suprema importância para a sociedade.
5. O quinto
mandamento – Êx 20:12 – “Honra a teu
pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o SENHOR, teu
Deus, te dá”. Segundo Leo G. Cox, este é o primeiro mandamento em relação
aos homens e rege o primeiro relacionamento que a pessoa tem com outrem: a
relação dos filhos com os pais. Este mandamento é tão básico que é amplamente
universal. A maioria das sociedades reconhece a importância de filhos
obedientes. A melhor exegese deste versículo é a exortação de Paulo encontrada
em Efésios 6:1-3, onde ele destaca as responsabilidades de pais e filhos.
Com
este mandamento ocorre uma promessa. Quem honra os pais tem a garantia de vida
longa. O propósito desta promessa visava a nação em sua permanência no
território prometido (Israel) e o indivíduo que obedece. A promessa ainda
vigora: a nação cujos filhos são obedientes permanece sob a benção de Deus, e
os indivíduos obedientes aos pais têm a promessa de vida mais longa. Haverá
exceções a esta regra, mas aqui destacamos sua aplicação geral.
6. O sexto
mandamento – Êx 20:13 – refere-se ao
respeito e à preservação da vida humana: “não matarás”. Este mandamento proíbe
o homicídio, o qual insulta a Deus, o doador da vida (Gn 9:6). A existência do
homem é a Sua mais importante possessão. Por isso, o Senhor expressa Seu desejo
de que ela seja honrada, respeitada e preservada.
7. O sétimo
mandamento – Êx 20:14 – “Não adulterarás”. Esta ordenança
protege a família de sua desintegração, pois o adultério viola a santidade do matrimônio
enquanto instituição criada por Deus (Hb 13:4). O Mandamento abrange o
comportamento de ambos os cônjuges (Lv 20:10), muito embora a comunidade
judaica, no tempo de Jesus, pareça inclinada a aplicá-la apenas à mulheres
(João 8:1-11).
A
concepção em vigor atualmente afirma haver exceções a esta regra; mas, isso não
tem justificativa bíblica. Jesus deixou claro que o adultério está no coração e
ocorre antes do ato (Mt 5:28).
Este
Mandamento condena todas as relações sexuais que acontecem fora do laço
matrimonial. Também infere a proibição de atos que precedem e conduzem ao ato
sexual.
8. O oitavo
mandamento – Êx 20:15 – “Não furtarás”. Este Mandamento
refere-se a qualquer ato que despoje outra pessoa de algo que lhe pertença.
Ensina o respeito à propriedade particular. Infelizmente, esse mandamento tem
sido desonrado por uma sociedade desonesta e fraudulenta. O amor ao dinheiro é o
pecado básico condenado por este mandamento.
Dentre
os exemplos de atitudes pecaminosas que quebram este mandamento, temos: subornos
e prática de corrupção; comércio de produtos adulterados; roubo de propriedade
intelectual; desídia no emprego; retenção do salário dos empregados; cobrança
majorada ou indevida de valores na prestação de serviços; cobrança de juros
abusivos; falta de pagamento das dívidas.
9. O nono mandamento
– Êx 20:16
– “Não dirás falso testemunho contra o
teu próximo”. Este Mandamento proíbe manchar a reputação de outra pessoa
com declarações falsas que podem levá-la a receber punição ou até mesmo a morte.
Ensina a respeitar a reputação dos outros.
Este
Mandamento focaliza tanto o indivíduo como o sistema judicial, pois de acordo
com as antigas leis de Israel, uma pessoa era considerada culpada ou inocente
com base na declaração de uma testemunha fidedigna (Dt 17:6). O falso
testemunho arruinava gradativamente a justiça.
Portanto,
seja no tribunal ou em outro lugar, nossa palavra sempre deve ser verdadeira. Não
devemos divulgar um relato até que verifiquemos sua veracidade. A repetição da
fofoca é imoral; antes de falar devemos averiguar a correção do que dizemos.
10. O décimo
mandamento – Êx 20:17 - “Não cobiçarás a casa do teu próximo; não cobiçarás a mulher do teu
próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento,
nem coisa alguma do teu próximo”.
Cobiçar
é desejar ter o que o outro possui. Vai muito além de simplesmente admirar o
bem de outra pessoa ou pensar: “eu
gostaria de ter uma destes”. A cobiça inclui a inveja, que é ressentir-se
do fato de outros terem o que você não tem; é possuir uma vontade
incontrolável, excessiva e egoísta de apoderar-se do bem de outrem, sendo,
portanto, a raiz da quebra dos demais mandamentos (Rm 7:7,8). Assim, a aliança
com Deus nos convida a tratar os outros e seus bens com amor e cuidado (1Co 12:25).
CONCLUSÃO
Conquanto
o Decálogo tenha sido destinado, originalmente, ao povo de Israel, o mesmo é
perfeitamente aplicável à atualidade, pois estabelece a perfeita plataforma
moral para a vida social de qualquer nação civilizada.
Fonte: ebdweb
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