Texto Básico: Ef 4:7-16
“E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para
profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores” (Ef
4:11).
INTRODUÇÃO
Nas Aulas anteriores
estudamos os Dons Espirituais de Revelação, de Poder e de Elocução. A partir
desta Aula estudaremos a respeito dos Dons Ministeriais, os quais se encontram
relacionados em Efésios 4:11, a saber: Apóstolos, Profetas, Evangelistas,
Pastores e Mestres. O primeiro Dom alistado por Paulo é o de Apóstolo;
vamos iniciar nosso estudo por ele. É importante que se faça distinção entre os
Dons Ministeriais e os “títulos ministeriais” ou os “cargos eclesiásticos”. Nos
nossos dias, muitos têm confundido estes dois aspectos, que são completamente
diferentes.
O dom é uma concessão de Cristo, que vem diretamente do Senhor para o crente, dom este
que é percebido pelo crente através da comunhão que tem com Deus e pela
presença do Espírito Santo na sua vida, e que independe de qualquer
reconhecimento humano, mesmo da igreja local.
Já os “títulos ministeriais” e os “cargos eclesiásticos”, são posições sociais criadas dentro das igrejas
locais, posições estas que, em sua nomenclatura, muitas vezes estão baseadas na
relação de Ef 4:11, como a indicar que o seu ocupante tem o referido dom
ministerial, mas que, nem sempre, corresponde a este dom. Como a igreja local,
via de regra, é também uma organização humana, acabam sendo criados “títulos” e
“posições” com o propósito de esclarecer a hierarquia administrativa, a própria
estrutura de governo da organização eclesiástica, mas, a princípio, nada tem a
ver com os Dons Ministeriais.
Na igreja primitiva
não havia muita preocupação com “títulos” ou “posições”, tanto que, no texto
sagrado, os incumbidos do governo da igreja, com exceção dos apóstolos (estes
próprios assim estabelecidos pelo próprio Jesus, cujos requisitos se encontram
em At 1:21,22) e dos diáconos (At 6:5,6, cuja função é nitidamente
administrativa e social), são chamados de vários nomes, indistintamente, como
“presbíteros” (1Pe 5:1), “anciãos” (At 14:23) e “bispos” (At 20:28; Fp 1:1),
prova de que não havia, àquela época, uma “carreira
administrativo-eclesiástica”, como se tem hoje em dia.
I. O COLÉGIO
APOSTÓLICO
1. O termo
“apóstolo”. “Ele mesmo deu uns para apóstolos...” (Ef
4:11). O termo grego “apostolos”
significa literalmente “enviado” ou “mensageiro”; ocorre pela primeira vez na
literatura do Novo Testamento em Mateus 10:2. O Senhor Jesus Cristo é
reconhecido como o Supremo Apóstolo (Hb 3:1), tendo sido o modelo para os Doze,
assim como para Paulo, o qual veio a ser escolhido por Deus para ser seu
apóstolo entre os gentios (At 13:1-3; Gl 1:14,15; 2:7-8). A partir do
Pentecostes, os Doze assumiram a proclamação do Evangelho ao mundo, tornando-se
juntamente com os profetas do Antigo Testamento o fundamento da Igreja (Ef
2:20).
2. O Colégio Apostólico. Jesus tinha muitos discípulos, mas apenas doze
apóstolos; um discípulo é um seguidor, um apóstolo é um comissionado. Entende-se
por colégio apostólico o grupo dos doze primeiros discípulos de Jesus
convidados por Ele a auxiliarem o seu ministério terreno. O Salvador os chamou
e nomeou. Em sentido especial, eles constituíram o início do alicerce da Igreja
(cf Ef 2:20; 3:5; Mt 16:18; Ap 21:14).
Tinham autoridade ímpar na igreja, no tocante à revelação divina e à mensagem
original do evangelho, como ninguém mais até hoje (Ef 3:5). Por esta razão,
este ofício inicial de apóstolo do Novo Testamento é ímpar e não repetido. Como
testemunhas e mensageiros diretos do Senhor Jesus, com exceção de Judas
Iscariotes, eles edificaram o alicerce da Igreja de Jesus Cristo, alicerce este
que nunca poderá ser alterado, nem admitir acréscimo. Daí, aquele grupo de
apóstolos não ter sucessores. São “Apóstolos do Cordeiro” num sentido único (Ap
21:14; 1Ts 2:6; Jd 17).
OBSERVAÇÃO:
Todos os crentes e igrejas serão verdadeiros somente à medida que
fizerem o seguinte:
a) Aceitar o ensino e revelação originais dos apóstolos a respeito
do evangelho, conforme o Novo Testamento registra, e procurar manterem-se fiéis
a eles (At 2:42). Rejeitar os ensinos dos apóstolos é rejeitar o próprio Senhor
(João 16:13-15; 1Co 14:36-38; Gl 1:9-11).
b) Continuar a missão e ministério apostólicos, comunicando
continuamente sua mensagem ao mundo e à Igreja, através da proclamação e ensino
fiéis, no poder do Espírito (At 1:8; 2Tm 1:8-14; Tt 1:7-9).
c) Não somente crer na mensagem apostólica, mas também defendê-la
e guardá-la contra todas as distorções ou alterações. A revelação dos
apóstolos, conforme temos no Novo Testamento, nunca poderá ser substituída ou
anulada por revelação, testemunho ou profecia posterior (At 20:27-31; 1Tm 6:20)
(BÍBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL - nota a Efésios 2:20, p.1811).
3. A singularidade dos Doze. O apostolado dos Doze tinha uma singularidade bem
destacada em relação aos demais apóstolos narrados no livro de Atos e também
nas epístolas. Para se qualificar como apóstolo é preciso que atenda
cumulativamente aos seguintes requisitos:
a) Ter visto Jesus
Cristo após a ressurreição (ser testemunha ocular da ressurreição - At 1:21,22). Aqui neste texto Pedro diz que o substituto de Judas
deve “se tornar testemunha conosco de sua ressurreição”. Além disso, foi “aos
apóstolos que escolhera” que “depois de ter padecido se apresentou vivo, com
muitas provas incontestáveis, aparecendo-lhes durante quarenta dias” (At 1:2,3;
cf 4:33). Quando Paulo defendeu seu apostolado, afirmou: “Depois foi visto por Tiago, mais tarde por todos os apóstolos, e,
afinal, depois de todos, foi visto também por mim, como por um nascido fora de
tempo. Porque eu sou o menor dos apóstolos, que mesmo não sou digno de ser
chamado apóstolo” (1Co 15:7-9). Estes versículos indicam que só podia ser
apóstolo alguém que tivesse visto Jesus após a ressurreição.
b) Ter sido
especificamente convocados pelo Senhor como apóstolo (Mt 10:1; Lc 6:13). Mesmo que o termo “apóstolo” não seja comum nos
evangelhos, os doze discípulos são chamados “apóstolos” especificamente em um
contexto onde Jesus os comissiona, “enviando-os” para pregar em seu nome (cf Mt
10:1-7). Da mesma forma, Jesus comissiona seus apóstolos em um sentido especial
para serem “testemunhas [...] até aos confins da terra” (At 1:8). O apóstolo
Paulo conta como, na estrada de Damasco, Jesus disse que o estava designando
como apóstolo dos gentios (At 26:16,17). Mais tarde, Paulo afirma que foi
especificamente designado por Cristo como apóstolo (veja Rm 1:1; Gl 1:1; 1Tm
1:12; 2:7; 2Tm 1:11).
c) Ter o ministério
autenticado com milagres especiais (Mc 16:17,18). Os Doze foram revestidos de autoridade de Deus (At 2:4)
para expulsar os demônios, curar enfermos, operar maravilhas. Disse Paulo: “Os
sinais do meu apostolado foram manifestados entre vós, com toda a paciência,
por sinais, prodígios e maravilhas” (2Co 12:12).
II. O APÓSTOLO PAULO
1. Saulo e sua
conversão. A conversão extraordinária
de Saulo foi um divisor de águas não só em sua vida, mas também na história da
humanidade. Antes dessa insólita experiência, foi o maior perseguidor do
cristianismo; depois dela, tornou-se seu maior arauto. Sua vida foi vivida
sempre com grande ardor e paixão. Antes de sua conversão, seu zelo sem
entendimento o levou a perseguir implacavelmente os cristãos. Depois de sua
conversão, seu zelo pela glória de Deus o fez gastar-se sem reservas pelos
cristãos.
Parece que a
conversão de Paulo não foi repentina.
De acordo com a própria narrativa de Paulo, Jesus lhe disse: "... Dura
cousa é recalcitrares contra os aguilhões" (At 26:14). Jesus comparou
Paulo a um touro jovem, forte e obstinado, e ele mesmo, a um fazendeiro que usa
aguilhões para domá-lo. Deus já estava trabalhando na vida de Paulo antes de
ele se render no caminho de Damasco. Paulo era como um touro bravo que
recalcitrava contra os aguilhões (At 26:14). Jesus já estava ferroando sua
consciência quando ele viu Estevão sendo apedrejado e com rosto de anjo pedir
ao Senhor para perdoar seus algozes. A oração de Estêvão ainda latejava na alma
de Paulo. Jesus estava ferroando a consciência de Paulo quando ele prendia os
cristãos e dava seu voto para matá-los, e eles morriam cantando. Mas, como esse
boi selvagem não amansou com as ferroadas, Jesus apareceu a ele, o derrubou ao
chão e o subjugou totalmente no caminho de Damasco. Paulo precisou ser jogado
ao chão e ficar cego para se converter. Nabucodonosor precisou ir para o campo
comer capim com os animais para se dobrar. E você, até quando vai resistir à
voz do Espírito de Deus?
Se a conversão de Paulo não foi repentina, também não
foi compulsiva. Cristo falou com ele em
vez de esmagá-lo. Cristo o jogou ao chão, mas não violentou sua personalidade.
Sua conversão não foi um transe hipnótico. Jesus apelou para sua razão e para
seu entendimento. Jesus perguntou: "Saulo, Saulo, por que me
persegues?". Paulo respondeu: "Quem és tu, Senhor?".
Jesus respondeu: "Eu sou Jesus, a quem tu persegues". Jesus
ordenou: "levanta-te...", e Paulo prontamente obedeceu! A
resposta e a obediência de Paulo foram racionais, conscientes e livres. A
soberania de Deus não anula a responsabilidade humana. Jesus lanceou a mente e
a consciência de Paulo com os seus aguilhões. Então ele se revelou através da
luz e da voz, não para esmagá-lo, mas para salvá-lo. A graça de Deus não
aprisiona. É o pecado que prende. A graça liberta! (1)
2. Um homem preparado para servir. O primeiro chamado de Paulo foi para andar com Deus e,
como resultado dessa caminhada, fazer a obra de Deus. Ele serve a Deus
ministrando aos homens. Quem serve a Deus não busca projeção pessoal. Quem
serve a Deus não anda atrás de aplausos e condecorações. Quem serve a Deus não
depende de elogios nem desanima com as críticas. Quem serve a Deus não teme
ameaças nem se intimida diante de perseguições. Muitos batem no peito,
arrogantemente, dizendo que são servos de Deus. Outros, besuntados de orgulho,
fazem propaganda de seu próprio trabalho. Outros, ainda, servem a Deus, mas
gostam dos holofotes. Há aqueles que fazem do serviço a Deus um palco onde se
apresentam como os atores ilustres sob as luzes da ribalta. Um servo não busca
glória para si mesmo. Fazer a obra de Deus sem humildade é construir um
monumento para si mesmo. É levantar outra modalidade da torre de Babel. Paulo
servia a Deus com lágrimas. A vida ministerial não lhe foi amena. Em vez de
ganhar aplausos do mundo, recebeu ameaças, açoites e prisões. Paulo manteve sua
consciência pura diante de Deus e dos homens, mas os judeus tramaram ciladas
contra ele. Viveu num campo minado. Enfrentou inimigos reais, porém, às vezes,
ocultos. Nem sempre Deus nos poupa dos problemas. Às vezes, ele nos treina nos
desertos mais tórridos e nos vales mais profundos e escuros.
O apóstolo sintetiza o seu ministério em três verdades
sublimes. Ele diz aos presbíteros de
Éfeso: "Porém em nada considero a vida preciosa para mim mesmo,
contanto que complete a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor
Jesus para testemunhar o evangelho da graça de Deus"(At 20:24). Aqui,
Paulo fala sobre três verdades: vocação, abnegação e paixão.
Paulo diz que recebeu seu ministério do Senhor Jesus. Ele não se lançou no
ministério por conta própria. Ele foi chamado, vocacionado e separado para esse
trabalho. Paulo não se tornou um pastor porque buscava vantagens pessoais. Não
entrou para as lides ministeriais buscando segurança, emprego ou lucro
financeiro. Paulo não tinha apenas convicção de sua vocação, mas também
consciência das implicações desse chamado. Paulo diz que não considerava a vida
preciosa para ele mesmo desde que cumprisse o seu ministério. O coração de
Paulo não estava nas vantagens auferidas do ministério. Ele não estava no
ministério cobiçando prata ou ouro. Não estava numa corrida desenfreada em
busca de prestígio ou fama. Seu propósito não era ser aplaudido pelos homens ou
ganhar prestígio entre os homens. Na verdade, ele estava pronto a trabalhar com
as próprias mãos para ser pastor. Estava pronto a sofrer toda sorte de
perseguição e privação para pastorear. Estava disposto a ser preso, a sofrer
ataques externos e temores internos para pastorear a igreja de Deus. Estava
pronto a dar a própria vida para cumprir cabalmente seu ministério. A grande
paixão de Paulo era testemunhar o evangelho da graça de Deus. A pregação enchia
o peito do velho apóstolo de entusiasmo. Paulo se considerava um arauto, um
embaixador, um evangelista, um pregador. Sua mente estava totalmente voltada
para a pregação. Seu tempo era todo dedicado à pregação. Mesmo quando estava
preso, entendia que a Palavra não estava algemada (1). Não haja
dúvida, Paulo foi um homem preparado para servir.
3. “O menor dos apóstolos”. Paulo não pertenceu ao grupo dos Doze apóstolos. Ele
próprio, humildemente, ao escrever à igreja de Corinto, diz que se considerava
o menor dos apóstolos e até não era digno de ser chamado apóstolo, uma vez que
havia perseguido a igreja de Deus (1Co 15:9). Todavia, mesmo considerando-se
"o menor dos apóstolos", Paulo revelou-se um grande servo de Deus.
Ele foi, indubitavelmente, o maior evangelista, o maior teólogo, o maior missionário
e o maior plantador de igrejas de toda a história do cristianismo. Nenhum homem
exerceu tanta influência sobre a nossa civilização; nenhum escritor foi tão
conhecido e teve suas obras tão divulgadas e comentadas quanto ele. Embora
tenha vivido sob fortes pressões internas e externas, não deixou jamais sua
alma ficar amargurada. Paulo foi o maior bandeirante do cristianismo, seu
arauto mais eloquente, seu embaixador mais ilustre. Pregou com zelo aos gentios
e aos judeus, nas escolas, cortes, palácios, sinagogas, praças e prisões. Com a
mesma motivação, pregou quando tinha fartura e também quando passava por
privações. Ele enriqueceu muitos, sem nada possuir. Embora tenha experimentado
fome e frio, suportado cadeias e tribulações, passado os últimos dias numa
masmorra e enfrentado o martírio por ordem de um imperador insano e déspota,
sua vida ainda inspira milhões de pessoas em todo o mundo. Sua última
doxologia, mesmo diante do patíbulo e já “sendo oferecido por aspersão de
sacrifício”, foi: “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé.
Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz,
me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a
sua vinda “; a Ele “seja glória para todo o sempre. Amém!” (2Tm 4:7,8,18b).
III. APOSTOLICIDADE
ATUAL (Ef 4:11)
1. Ainda há
apóstolos? Os apóstolos, em
sentido restrito designam os Doze (Lc 6:13; At 1:26; 2:14) - os onze discípulos
originais que continuaram após a morte de Judas, e Matias, que o substituiu (At
1:26). Esses Apóstolos “originais” eram testemunhas da ressurreição de Cristo
(At 1:22; 1Co 9:1), escolhidos pessoalmente pelo Senhor (Mc 3:13-19; Gl 1:1),
formando ao lado dos profetas do Antigo Testamento o fundamento sobre o qual a
Igreja está construída (Ef 2:20; cf At 2:42). Tão importante era esse grupo
original de doze apóstolos que lemos que seus nomes estão escritos nos
fundamentos, e estão sobre estes os “doze nomes dos doze apóstolos do Cordeiro”
(Ap 21:14). Nesse sentido restrito, o dom de apóstolo não mais existe.
2. Apóstolos fora dos doze. À primeira vista, poderíamos pensar que o grupo dos
Doze nunca deveria ser expandido, de modo que ninguém pudesse ser acrescentado
a ele. Mas Paulo claramente alega ser também um apóstolo (Rm 1:1; 1Co 9:1; Gl
1:1), o último dos apóstolos (1Co 15:8), no sentido de receber um mandato
especial através de um encontro com o Senhor ressurreto para integrar a
formação do testemunho inicial e fundamental de Jesus Cristo (cf At 9:3-8;
22:6-11; 26:12-18). E Atos 14:4, também, chama Barnabé apóstolo: “Porém, ouvindo isto, os apóstolos Barnabé
e Paulo...”. Assim, com Barnabé e Paulo são catorze os apóstolos de
Jesus Cristo.
Tiago, o irmão de
Jesus(que não era um dos doze
discípulos originais), também é chamado apóstolo em Gálatas 1:19. Paulo conta
que, quando foi a Jerusalém, ele não viu “outro
dos apóstolos senão a Tiago, o irmão do Senhor”. Além disso, quando
alista as aparições de Jesus, Paulo prontamente coloca Tiago com os apóstolos
(cf 1Co 15:7-9).
Outros apóstolos além destes quinze pode ter havido, embora saibamos
pouco ou nada sobre eles e não tenham certeza de que de fato existiram outros.
Outras pessoas, é claro, tinham visto Jesus após a ressurreição (“Depois foi visto por mais de quinhentos
irmãos de uma só vez”, 1Co 15:6). Desse grande número é possível que Cristo
tenha designado alguns outros como apóstolos – mas é também possível que não o
tenha feito. Os dados não são suficientes para decidir a questão. Têm sido
sugeridos como apóstolos: Silas (1Ts 2:7), Apolo (1Co 4:6,9), Andrônico e
Júnias (Rm 16:7).
3. O ministério apostólico atual. Como o termo “apóstolo” significa “enviado”,
esse dom permanece na Igreja contemporânea com uma conotação estritamente missionária, distinguindo
os cristãos separados por Deus para a tarefa missionária (Rm 1:5; 1Co 9:2; Gl
2:8), capacitando-os a fundar e consolidar igrejas (2Co 11:28) por meio das
missões culturais ou transculturais. O próprio Novo Testamento possui três
versículos nos quais a palavra apóstolo (gr. apostolos) é usada em um sentido
amplo, não para se referir a qualquer ofício específico na igreja, mas
simplesmente com o sentido de “mensageiro”.
Em Filipenses 2:25, Paulo chama Epafrodito “vosso mensageiro (apostolos) e vosso auxiliar nas minhas necessidades”;
em 2Coríntios 8:23, Paulo refere-se àqueles que acompanharam a oferta que ele
estava levando para Jerusalém como “mensageiro (apostoloi) das igrejas”; e em João 13:16, Jesus diz: “...nem é o enviado (apostolos) maior do que
aquele que o enviou”.
Assim, o termo
“apóstolo”, em sentido extensivo, é sinônimo
do termo “missionário” (cf. At 9:13-17; 14:21-28; 1Co 9:19-23; Gl 1:15-17;;
2:7-14; Ef 3:6-8). É bom enfatizar que o apostolado não é um título pomposo,
especial; também não é um cargo hierárquico; aliás, não há sucessão apostólica, essa é uma doutrina formada pela igreja
romana para justificar a existência do poder papal. O ministério dos Doze não
existe mais. O que há é o ministério de caráter
apostólico. O verdadeiro apostolado baseia-se na
pessoa e obra de Jesus, o Apóstolo por excelência (Hb 3:1), e a Igreja somente
poderá ser genuína se for alicerçada na revelação infalível, inspirada por
Cristo, aos primeiros apóstolos (ver Ef 2:20).
CONCLUSÃO
Ser apóstolo é ter
uma missão especifica a cumprir no Reino de Deus. Num sentido geral, todos nós
fomos chamados para ser enviados (João 20:21). O verbo grego “apostello” quer dizer “enviar”, e todos
os cristãos são enviados ao mundo como embaixadores e testemunhas de Cristo
para participar da missão apostólica de toda a igreja. Expressamos nossa
convicção de que, hoje, uma igreja apostólica é aquela que segue a doutrina dos
apóstolos, e não aquelas que dão a seus líderes o título de apóstolos. Portanto, sendo um Dom Ministerial, uma operação de Cristo,
feita pelo Espírito Santo, temos de admitir que se trata de um dom que persiste
nos nossos dias, mas não devemos nos esquecer que o Dom de Apóstolo nada tem
que ver com os “títulos” que se têm dado na atualidade e que, se alguma base
bíblica tem, só pode ser a referência de 2Co 11:13: “Porque tais falsos
apóstolos são obreiros fraudulentos, transfigurando-se em apóstolos de Cristo”.
Fonte: ebdweb
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