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terça-feira, 13 de janeiro de 2015

3ª lição do 1º trimestre de 2015: NÃO TERÁS OUTROS DEUSES


Texto Básico: Dt 5:6,7; 6:1-6

 
“Ouve, Israel, o SENHOR, nosso Deus, é o único Senhor” (Dt 6:4)

INTRODUÇÃO

A partir desta Aula estudaremos o Decálogo. Iniciaremos com o Primeiro Mandamento: "Não terás outros deuses diante de mim" (Éx 20:3; Dt 5:7). Este Mandamento vai além da proibição à idolatria; é contra o politeísmo em qualquer que seja as suas formas. Ele é o testemunho da singularidade e exclusividade de Deus, ou seja, revela o Senhor em Seu caráter, Seu ser e Sua ação. A versão literal deste Mandamento traz em si um problema no que se refere à tradução da expressão "diante de mim", que pode significar "ante minha face" ou "acima de mim". Em ambos os casos o resultado final é o mesmo: Deus não dará Sua glória a nenhum outro deus, ou Sua honra a imagens de escultura (Is 42:8). O que se postula neste Primeiro Mandamento é o fato de que nada menos do que a totalidade de nossas vidas deve estar sob o senhorio do “SENHOR, nosso Deus”, Ele “é o único SENHOR” (Dt 6:4).

I. A AUTORIDADE DA LEI

1. O preâmbulo ao Decálogo. O preâmbulo ao Decálogo expressa a soberania de Deus e o legítimo domínio sobre Seu povo, Israel: "Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão" (Êx 20:2; Dt 5:6). Por que Deus começa os Dez Mandamentos com um preâmbulo? Antes de exigir deveres, antes de dar mandamentos, Deus liberta Seu povo. A primeira ação de Deus é libertação, salvação - só depois vêm as exigências.

2. O fundo histórico do Decálogo. O fundo histórico do Decálogo é uma dupla afirmação e autodeclaração divina: "Eu sou o Senhor teu Deus" e "Eu te tirei do Egito". A primeira afirmação é uma declaração da autoridade divina. A segunda é uma afirmação daquilo que Ele faz: "Eu sou o teu libertador", uma declaração da salvação divina. Em outras palavras: o fundo histórico dos Dez Mandamentos é o Evangelho.

3. Verdades da autodeclaração divina (1). Em hebraico se lê: "O Senhor, teu Deus, sou eu". A ênfase está no "sou eu". Javé significa "sou quem eu sou" (Êx 3:14). Cinco verdades, cinco atributos de Deus são revelados através desta autodeclaração divina:

a) Ele é o Deus e Senhor exclusivo (Josué 1:5). Ele é o Alfa e o Ômega, o Primeiro e o Último, o Início, o Absoluto, a Suprema Autoridade, que tudo ordena e exige. Isso traz luz ao homem perdido, que vive na obscuridade, sem o Senhor dos senhores.

b) Ele é o Deus pessoal: "Sou teu Deus". "Teu" é pronome possessivo. Deus está pronto a Se entregar totalmente, com toda abnegação divina, e faz isso através de Seu único Filho, Jesus Cristo, que Se entregou por nós. Por isso podemos dizer hoje: "Ele é meu Deus". Nosso Deus, e Salvador, é um ser pessoal.

c) Ele é o Deus de relações. Ele Se relaciona com aquilo que criou. Quer ser nosso amigo, deseja comunicar-se conosco, deseja contato: fala conosco e nos revela Sua vontade.

d) Ele é o Deus presente e constante, que deseja nossa comunhão. "Eu sou" significa que Ele é no presente, e mais, Ele é onipresente. Deus é o mesmo hoje e sempre (Hb 13:8); Ele não muda (Ml 3:6). Não é um Deus do passado, é um Deus presente nas aflições do dia a dia (Salmo 46).

e) Ele é o Deus fiel. Ele não muda de opinião ou propósito eterno, é fiel a Si mesmo e a Seu plano eterno para com os homens. "Sou quem sou". Os homens podem mudar de ideias, convicções ou propósitos; Deus não muda (Ml 3:6), Ele reina soberanamente sobre todos de maneira sublime e irrevogável.

4. As partes do ConcertoDeus e Israel (2). “Eu Sou o SENHOR, teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão” (Êx 20:2; Dt 5:6). Estas Palavras são a fonte da Autoridade divina da Lei e o preâmbulo de todo o Decálogo; elas identificam as partes do Concerto do Sinai. É o termo legal de um pacto: de um lado, o próprio Deus, o autor do Concerto; de outro lado, Israel, o povo a quem Deus escolheu dentre todas as nações (Dt 4:37; 10:15).

Precisamos ouvir e acatar todas as Palavras de Deus, pois elas revelam sua perfeita vontade. Quando Deus fala, quer ser ouvido, deseja uma resposta de fé, compromisso, submissão, rendição e obediência.

- Precisamos atender a todas Suas palavras com a devida reverência e merecida submissão. Moisés tirou as sandálias dos pés ao aproximar-se de Deus (Êx 3:5,6). Isaíasreconheceu seu estado humano de impureza (Is 6:5-8). Ezequiel caiu com o rosto em terra (Ez 1:28).

- Precisamos nos lembrar de todas Suas palavras. O que Deus fala merece ser lembrado porque Sua palavra não é vã; antes, é nossa vida (Dt 32:47). Precisamos crer em todas Suas palavras. Quando Deus fala, revela-se, comunica-se. Ele merece uma atenção e resposta do homem. Essa resposta só pode brotar da fé; se brotar da ignorância será uma ofensa a Deus. Precisamos amar todas Suas palavras. O salmista assim se expressou: "Oh! quanto amo a tua lei" (Sl 119:97).

- Precisamos ensinar Suas palavras a nossos filhos. Depois de ter dado a lei moral pela segunda vez, Deus Jeová adverte o povo escolhido a guardá-la em seus corações e a inculcá-la em seus filhos, e dela falar assentando em suas casas e andando pelo caminho, e ao deitar-se e ao levantar-se... (Dt 6:6-9).

- Precisamos obedecer às todas Suas palavras. O fim da lei é a obediência simples e incondicional; isso é visto claramente em Deuteronômio 6:1-25. A simples obediência aos mandamentos do Senhor traz a bênção divina sobre nós (Dt 28:13). As bênçãos decorrentes da obediência são prosperidade espiritual, física, doméstica, material (Dt 28:1-14: 7:12-26).

II. O PRIMEIRO MANDAMENTO

“Não terás outros deuses diante de mim” (Êx 20:3).

Êxodo 20:2 é a introdução deste mandamento – “Eu sou o SENHOR, teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão”. Neste versículo é mostrado quem tirou Israel da servidão egípcia: O SENHOR. Visto que Ele os libertara e provara que era supremo, Ele exigia absoluta prioridade a Ele: “não terás outros deuses diante de mim”.

Deus proíbe o politeísmo que caracterizava todas as religiões do antigo Oriente Próximo. Israel não devia adorar, nem invocar nenhum dos deuses doutras nações. Deus lhe ordenou a temer e a servir somente a Ele (Dt 32:29; Js 24:14,15).

Para nós cristãos, este mandamento importa pelo menos três princípios:

Ø  A nossa adoração deve ser dirigida exclusivamente a Deus. Não deve haver jamais adoração ou oração a quaisquer “outros deuses”, espíritos ou pessoas falecidas, nem se permite buscar orientação e ajuda da parte deles (Lv 17:7; Dt 6:4; 1Co 10:19,20).

Ø  Devemos plenamente nos consagrar a Deus. Somente Deus, mediante sua vontade revelada e Palavra inspirada, pode guiar a nossa vida (Mt 4:4).

Ø  Nós cristãos devemos ter como propósito na vida: amar a Deus de todo o coração, de toda a alma e de todas as nossas forças, confiando nEle para nos conceder aquilo que é bom para a nossa vida (Mt 6:33; Fp 3:8; Cl 3:5).

1. A versão inibidora e crítica do primeiro mandamento no Antigo Testamento (3). "Não terás outros deuses diante de mim" atinge diretamente a idolatria. Quando Deus fez essa proibição, Seu povo estava envolvido com o bezerro de ouro (Êxodo 32).

Os ídolos são artifícios em forma de imagens: nada são, não têm nenhum préstimo, nada entendem, confundem-se, têm olhos e não veem, têm ouvidos e não escutam, têm lábios e não falam, têm cabeças e não pensam, têm braços que não se movimentam e pés que não andam; são deuses inúteis e sem vida, condenados ao ridículo. Repetidas vezes encontramos a loucura da idolatria em termos sarcásticos e enfáticos (Jr 2:26-28; 10:1-16; Is 40:18-20; 41:4-7; 44:9-20; Sl 115; 135).

Na versão crítica ou negativa, o Primeiro Mandamento contém a condenação explícita de qualquer forma de idolatria, seja visível ou invisível; além disso, alveja o ateísmo ("não precisamos de nenhum Deus", em vez de "necessitamos de Deus"), o politeísmo ("precisamos de muitos deuses", em vez de "precisamos somente de um Deus vivo e poderoso sobre todos") e oformalismo ("precisamos somente de uma religião formal", em vez de "precisamos de uma fé viva, que ama, teme e serve ao Senhor de todo coração, corpo, espírito e alma”).

As seguintes referências bíblicas mostram-nos ainda mais detalhadamente as implicações da versão inibidora do Primeiro Mandamento:

a) Êxodo 22:20 revela que sacrificar aos deuses, e não somente ao Senhor, leva à destruição. Novamente é enfatizada a exclusividade e singularidade de Deus Jeová. O sacrifício aos deuses é uma calamidade que aniquila. Deve-se tomar o mandamento do Senhor a sério, pois a simples inobservância conduz o homem imperdoavelmente à derrocada.

b) Êxodo 23:13 nos conscientiza de que não devemos nos lembrar do nome de outros deuses, nem usá-lo em nossa boca. Para o judeu, usar o nome de um indivíduo significa relacionar-se e identificar-se com tal pessoa. O que Deus exige aqui é uma radical separação cultural dos deuses pagãos.

c) Êxodo 34:13,14 refere-se às três espécies mais comuns de idolatria praticadas por Israel: altares, colunas e postes-ídolos. Essas formas visíveis tornaram-se uma prática comum no reino dividido (1 e 2 Reis). Por ser zeloso, Deus adverte o povo escolhido a não adorar esses deuses (Êx 34:14). O Senhor não se refere a um ciúme divino, mas ao testemunho da singularidade e exclusividade de Si mesmo. Em vez de adorar deuses falsos, é necessário derrubar os altares, quebrar as colunas e cortar os postes-ídolos. Isso aconteceu apenas duas vezes na história de Israel: no reinado de Ezequias (2Rs 18:1-4) e no de Josias (2Rs 22:1,2; 2Cr 34:4), e em ambos os casos o povo presenciou um avivamento espiritual.

d) Êxodo 34:15-17 mostra a relação entre os deuses fundidos e os casamentos mistos. Êxodo 34:16 emprega pela primeira vez a metáfora da prostituição espiritual com deuses pagãos como resultado de casamentos mistos. O casamento com um parceiro pagão leva-nos a quebrar, mais cedo ou mais tarde, o Primeiro Mandamento. Muitos jovens cristãos têm se desviado do Deus vivo e verdadeiro por causa de um namoro impuro ou um casamento misto.

Quando esquecemos a aliança do Senhor nosso Deus e negligenciamos a devoção diária, podemos ser levados a substituí-lo por alguma imagem esculpida ou por algo de que o Senhor nos proibiu (Dt 4:23). Apostasia, esquecimento ou mornidão espiritual são as doenças preponderantes deste século. Quando o Deus vivo e verdadeiro é olvidado, volta-se para a superstição, misticismo e os cultos esotéricos, que têm prosperado muito em nossos dias.

Repetidas vezes os profetas se levantam contra a idolatria do povo de Deus (Is 57:5-8; Jr 2:20,24; 3:6; Ez 6:1-14), condenando de forma específica a prostituição espiritual nos "lugares altos", em Israel e Judá. As trágicas consequências da desobediência ao Primeiro Mandamento foram: pestilência, morte, fome, rejeição, deportação, pragas e, pior, separação da comunhão com o Senhor.

Conforme Deuteronômio 11:16, existem quatro quedas consecutivas no caminho da idolatria: o engano do coração, o desviar-se, o servir a outros deuses e, finalmente, o prostrar-se diante deles. O dinheiro e o poder estão entre os "deuses" deste século. Mamom foi o único "deus" que o nosso Senhor chamou pelo nome. Muitos são os elementos produzidos por Mamom: o "deus" dinheiro, a competição, o "deus" televisão, o "deus" internet, o mercantilismo consumista, etc.

O problema hoje quanto à idolatria não se dá no campo do politeísmo, pois a maioria da população, ao menos no Brasil, não acredita nos deuses antigos. Mas se a questão for analisada do ponto de vista dos "deuses" que disputam a atenção da nossa mente e coração, então a coisa muda de figura. Portanto, o convite de Deus para o seu povo é o de amá-lo de todo coração, com toda a força do pensamento e de toda a alma. Ele é o único e eterno Deus das nossas vidas! Exigem-se vigilância e oração para evitar a queda. Feliz o homem que guarda seu coração no caminho do Senhor!

2. A versão inibidora e crítica do Primeiro Mandamento no Novo Testamento (4). Onde se encontra a versão proibitiva do Primeiro Mandamento no Novo Testamento? As referências que seguem não apenas provam sua validade irrevogável, pelas devidas reafirmações dentro dos ensinos de Jesus e dos apóstolos, mas também ampliam o conceito de idolatria, estendendo-o a qualquer objeto ou item, mesmo que invisível.

No Antigo Testamento, a feitiçaria era praticamente limitada a fetiches exteriores, visíveis, tais como deuses de madeira, pedra, bronze, prata, ouro, e a cartomantes, médiuns, etc. Já o Novo Testamento amplia a feitiçaria, incluindo deuses interiores invisíveis e não tangíveis, tais como imagem humana (Rm 1:18ss.), glutonaria (Fp 3:19), ambição, domínio, sabedoria humana, posição, atitudes, orgulho (problema coríntio), avareza (Cl 3:5) ou riqueza (Mt 6:24).

Daí, podemos concluir que quebrar o Primeiro Mandamento significa cultuar qualquer coisa visível ou invisível, exterior ou interior, pessoal ou impessoal. O apóstolo Paulo é até irônico ao escrever aos coríntios: "... sabemos que o ídolo de si mesmo nada é" (1Co 8:4). Com isto ele polemiza a questão, não querendo dizer que os ídolos não são uma realidade, mas que eles não possuem nenhuma divindade em si.

Na Carta aos Gálatas encontramos a versão crítica do Primeiro Mandamento, na passagem onde se diz que outrora, quando não conheciam a Deus, os gálatas haviam servido a deuses que por natureza não o são (Gl 4:8). No contexto, percebe-se que Paulo provavelmente se referia àastrologia, em que dias, meses, tempos e anos são observados conforme a constelação das estrelas (Gl 4:10).

Na primeira Epístola aos Coríntios a versão crítica do Primeiro Mandamento é mencionada por Paulo com grande abrangência. Paulo alude a esse mandamento várias vezes: o apóstoloensina que o idólatra sofrerá dano maior do que o apedrejamento, pois não herdará o reino de Deus (1Co 6:9); revela a nulidade dos deuses falsos (1Co 8:4); associa a idolatria à comida, à bebida e ao divertimento religioso da forma como eram praticados no templo da deusa vênus, em Corinto (1Co 10:7); recomenda-nos a fugir da idolatria (1Co 10:14); e afirma, novamente, que o sacrificado ao ídolo não tem nenhum valor moral ou salvífico (1Co 10:19).

O capítulo 10versículo 20, é a referência mais radical da Epístola de 1Coríntios: Paulo identifica o sacrifício aos ídolos com as oferendas aos demónios. Embora os ídolos em si não sejam necessariamente idênticos a demônios específicos, existe uma dimensão demoníaca na idolatria, isto é, Satanás, que age por trás e através da idolatria.

Finalmente, em 1Co 12:2 temos uma referência a ídolos mudos, isto é, deuses falsos que não falam, que não têm condições de expressar sua vontade, mas que mesmo assim, têm condições de "guiar", ainda que para o caminho errado. É o "guiar" do pensamento gentílico.

Efésios 5:5 repete o pensamento de 1Coríntios 6:9, isto é, que nenhum idólatra tem herança no reino de Cristo e de Deus. Paulo reafirma as consequências da não-observância do Primeiro Mandamento: nenhuma herança no reino de Cristo, exclusão de Seu amor, de Seu cuidado e da vida eterna.

A última palavra do apóstolo João aos cristãos da Ásia Menor foi uma advertência contra a quebra do Primeiro Mandamento: "guardai-vos dos ídolos" (1João 5:21). Este mandamento era tão importante e significativo para o apóstolo que a última frase da carta é uma afirmação de sua validade.

3. Forma positiva de obedecer ao Primeiro Mandamento (5). Dos Dez Mandamentos, oito foram formulados começando com o advérbio "não". Apenas o quarto e o quinto são positivos. A fórmula predominante no Decálogo é proibitiva. Mas é notável observar que no testemunho do Antigo Testamento encontramos repetidas vezes, e em forma explicativa, a versão positiva dos oito mandamentos formulados negativamente. Portanto, na interpretação e aprendizagem dos Dez Mandamentos precisamos sempre procurar sua versão construtiva e afirmativa.

Vejamos, então, algumas formas positivas de obedecer ao Primeiro Mandamento.

a) Confiar na suficiência de Deus. A versão positiva é evidente nesta frase: “Não terás outros deuses". Não temos motivos para querer outros deuses ou precisar deles. Se Deus nos é suficiente, confiamos e esperamos somente nEle. Se temos um problema para resolver, uma decisão a tomar, oramos, acreditando que Ele nos guia, como Pedro sugeriu: "... lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós" (1Pe 5:7).

Para aquele que crê na suficiência de Deus, restam apenas palavras de gratidão e adoração. Salomão orou: "Ó Senhor Deus de Israel, não há Deus como tu, em cima nos céus nem embaixo na terra, como tu que guardas a aliança e a misericórdia a teus servos que de todo o coração andam diante de ti" (1Rs 8:23).

A crença na suficiência de Deus também caracteriza a oração do rei Ezequias relatada em 2Reis 19:15-19 e em Isaías 37:16-20. Nela, o rei Ezequias expressa sua total fé na suficiência, singularidade e exclusividade do Deus Javé: "Ó Senhor Deus de Israel, que está entronizado acima dos querubins, tu somente és o Deus de todos os reinos da terra; tu fizeste os céus e a terra" (2Rs 19:15; Is 37:16b).

b) Ser fiel a Deus. A fidelidade a Deus é outra forma positiva de obedecer ao Primeiro Mandamento. A história de Daniel mostra-nos o piedoso profeta na corte babilônica; em meio a tanta idolatria, superstição e desobediência, ele se manteve fiel a Deus mediante uma vida de oração. Três vezes ao dia ele dirigia o olhar pela janela aberta de seu quarto em direção ao templo em Jerusalém, lembrando o lugar da presença de Deus, e orava. Fidelidade, a despeito de superstição e de paganismo que circundava a babilônia. Quem é meu Senhor? Em quem eu confio? Diante de quem tremo? Estas são as perguntas de Daniel e de todo o Primeiro Mandamento. Nós afirmamos: Deus é nosso Senhor e ninguém mais, nenhum ser humano, nem Satanás, nenhuma religião, nenhuma superstição, nem o dinheiro, etc. Prestamos fidelidade somente ao Deus Jeová e ao Bendito Senhor Jesus Cristo que nos salvou.

c) Adorar ao Senhor. A adoração verdadeira é outra maneira legítima de cumprir o Primeiro Mandamento. Em vez de adorar ídolos, reverenciemos a Deus, e só a Ele. Cultivar conscientemente Sua adoração nos guarda do mal, da queda, da desobediência e da frustração espiritual. Onde há ingratidão, onde domina a crítica e o espírito de desobediência, o verdadeiro culto é rapidamente esquecido. O perfeito louvor é de suma importância para o desenvolvimento espiritual. Numa época em que a frieza espiritual predominava nos corações dos israelitas e os levitas desobedeciam a Deus, Elcana e Ana mantiveram viva sua fé por meio da adoração fiel. Todo ano eles subiam a "adorar e sacrificar ao Senhor dos Exércitos em Siló" (1Sm 1:3), e Deus honrou a veneração deles com o nascimento do profeta Samuel, que chamou o povo de volta à obediência ao Primeiro Mandamento (1Sm 1:19; 2:21; 3:8).

CONCLUSÃO

Diante do exposto podemos afirmar que o Primeiro Mandamento é muito mais que uma simples apologia ao monoteísmo, mas diz essencialmente o que Jesus nos ensinou: “Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou há de odiar um e amar o outro ou se dedicará a um e desprezará o outro” (Mt 6:24).

Fonte: ebdwe

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