Texto Base: Êxodo 20:12; Ef 6:1-3;
Marcos 7:10-13
“Vós, filhos, obedecei em tudo a vossos
pais, porque isto é agradável ao Senhor” (Cl 3:20).
INTRODUÇÃO
Já
estudamos os quatro primeiros mandamentos, os quais nos colocam numa relação
direta com o nosso Criador, mostrando-nos a Sua natureza, Sua manifestação
santa e o quanto Ele nos leva a sério, não permitindo nos relacionarmos com a
sua pessoa através da mera reprodução de imagens elaboradas pelas mãos e a
imaginação humana, e exigindo de nós um dia na semana para descanso das
atividades labutais e maior dedicação em serviços e adoração a Ele. A partir do
quinto ao décimo mandamentos, vamos nos dedicar a conhecer uma dimensão prática
do Decálogo em relação ao nosso próximo.
O
Quinto Mandamento do Decálogo afirma que os filhos devem honrar pai e mãe (Ex
20:12; Dt 5:16; Ef 6:2,3). A honra envolve o reconhecimento dos filhos de que
seus pais são um dos fatores primordiais da sua existência e não se resume
apenas na obediência, que é um fator importante, mas não exclusivo. Honrar pai
e mãe envolve, também, zelar pela imagem social dos genitores, evitando que os
pais sejam alvo de calúnias, injúrias e difamações na sociedade onde vivemos.
Lamentavelmente, vemos que, em nos nossos dias, há um grande incentivo para que
os filhos critiquem e denigram a imagem de seus pais no meio em que vivem.
Aliás, dentro da filosofia mundana hoje reinante, é construtivo que o jovem ou
o adolescente xinguem, difamem e desprezem seus pais perante os seus amigos e
companheiros de grupo. Isto é uma clara afronta aos ditames das Escrituras
Sagradas, que exortam os filhos a respeitar seus pais, ser-lhes obedientes e
dar-lhes a devida dignidade.
I.
O QUINTO MANDAMENTO
“Honra
a teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o
SENHOR, teu Deus, te dá.”.
"Honrar"
traduz o vocábulo kabod e significa
dar importância, dar significado, valorizar, venerar, ter apreço, prestigiar.
Isso implica em consultar nossos pais, pedir a orientação deles e obedecer-lhes
quando a vontade de Deus não é relativizada.
Este
Mandamento é o primeiro que trata da relação da pessoa com o seu próximo e rege
o primeiro relacionamento que a pessoa tem com outrem: a relação dos filhos com
os pais. A melhor exegese deste mandamento é a exortação de Paulo encontrada em
Efésios 6:1-3, onde ele destaca as responsabilidades de pais e filhos.
Este
mandamento é o primeiro ligado a uma promessa e o segundo formulado
positivamente. Eis porque Paulo ensina que é "o primeiro mandamento com
promessa" (Ef 6:2). Quando é dito que é o “primeiro mandamento com promessa” está se referindo que este é o
primeiro mandamento básico destinado aos filhos, e contém uma promessa que se
aplica a eles. Quando os filhos obedecem ao mandamento de honrar os seus pais,
demonstram uma atitude de amor e respeito e a levam para o seu relacionamento
com Deus. Tal atitude cria uma comunidade que sustenta e protege os mais
velhos. Em nível individual, quando cada pessoa cuida dos mais velhos, estes
vivem mais, e os mais jovens ajudam a transmitir esses valores para a próxima
geração.
Segundo Hans Ulrich Reifler,
quem honra os pais tem a garantia de vida longa. O prolongamento dos dias pode
ser entendido de três maneiras. Na
interpretação histórica, vemos o exemplo de Josué e Calebe, os únicos que
entraram em Canaã após quarenta anos de peregrinação, justamente por causa da
obediência aos princípios espirituais dos pais. Na interpretação literal, entende-se que os dias são prolongados de
maneira física (Pv 10:27). Esta verdade ainda pode ser vista hoje em dia:
obedecer aos conselhos dos pais contra o alcoolismo e as drogas de fato pode
prolongar nossos dias. Na interpretação
espiritual, ter os dias prolongados é estar em comunhão contínua com o
Senhor; a vida eterna é o prolongamento da vida e da comunhão até depois da
morte.
II.
OBEDIÊNCIA
1.
Obediência. “Vós,
filhos, sede obedientes a vossos pais no Senhor, porque isto é justo” (Ef
6:1). O dever fundamental de todos os filhos é obedecer aos “pais no Senhor”. Não importa se os
filhos ou os pais são crentes ou não. A relação pai-filho foi ordenada para
toda a humanidade e não apenas para os crentes. O mandamento que determina
obedecer “no Senhor” significa, em primeiro lugar, que a atitude dos filhos
deve ser tal que, obedecendo aos pais, ajam como se estivessem obedecendo ao
Senhor. Sua obediência deve ser como se fosse a Cristo. Em segundo lugar,
significa que devem obedecer em tudo o que estiver de acordo com a vontade de
Deus. Não é dito para obedecerem se seus pais mandarem cometer um pecado. Numa
situação assim devem se recusar com educação e depois sofrer as consequências
humildemente, sem retalhar. Em todas as demais situações devem obedecer. (1)
Quatro razões são dadas pelas quais os filhos devem
obedecer.
a) “... porque isto é justo”.
É um principio básico da vida familiar que os ainda imaturos, impulsivos e
inexperientes se submetam à autoridade dos seus pais, que são mais velhos e
mais sábios. Segundo o pr. Esequias Soares, “Deus já havia colocado a sua lei
no coração de todos os homens, mesmo antes de se revelar a Moisés no Sinai (Rm
1:19; 2:14,15). Essa prática existe em todas as civilizações antes e depois de
Moisés. Todos esses povos já reconheciam a importância de obedecer e respeitar
aos pais como fundamento para uma sociedade estável. Sua inobservância sinaliza
a decadência da estrutura social. Infelizmente, o que se vê na atualidade é
inversão desses valores; os pais estão perdendo o direito de opinar e decidir sobre
a vida dos filhos adolescentes por imposição até do Estado”.
b) As Escrituras assim
ensinam – “Honra
a teu pai e a tua mãe, que é o primeiro mandamento com promessa” (Ef 6:2).
Aqui, Paulo cita Êxodo 20:12. Essa ordem para honrar os pais é o primeiro dos
Dez Mandamentos que traz uma promessa específica de bênção. Apela aos filhos
para que respeitem, amem e obedeçam a seus pais. Desobedecer aos pais é
desobedecer a Deus, pois eles estão investidos de autoridade sobre a vida e
receberam a responsabilidade do bem-estar dos filhos. A lei estabelecia a pena
capital para o filho desobediente, o rebelde contumaz (Dt 21:18-21). A punição
era severa para os casos de agressão física e moral, violência e desrespeito.
Qualquer atitude de desonra era um grave insulto. Por isso, a lei impõe
respeito e honra aos pais (Êx 20:12; Dt 5:16). Desonrar a pai e mãe é desonrar
a Deus.
c) O bem-estar dos filhos depende disso
– “...para
que te vá bem...” (Ef 6:3). Penso
no que aconteceria a um filho que nunca recebera instrução ou correção dos seus
pais. Ele se tornaria insuportável pessoalmente e intolerável socialmente.
d) A
obediência promove uma vida plena – “para que te vá bem, e vivas muito tempo sobre a terra” (Ef 6:3).
Nos dias do Antigo Testamento o filho que obedecia aos pais desfrutava de uma
vida longa. Hoje isso não é mais uma regra sem exceção. De fato, obediência
filial nem sempre traz longevidade. Um filho respeitoso pode morrer jovem.
Porém, de modo geral é verdade que a vida de disciplina e obediência é mais
segura, saudável e longa, enquanto a vida de rebelião e imprudência muitas
vezes termina em morte prematura.
2. A obediência dos filhos
aos pais traz bênção de Deus para eles. Obedecer e honrar
são coisas diferentes. Obedecer significa fazer aquilo que o outro diz para
fazer; honrar significa respeitar e amar. Os filhos devem obedecer enquanto
estiverem sob os cuidados de seus pais, mas devem honrá-los por toda vida. Mas
como praticar a honra a nossos pais? Podemos reverenciá-los com palavras de
apoio; ajudá-los financeiramente quando necessário. Devemos amá-los mesmo
quando se tornam senis (Pv 23:22) e tratá-los bem em qualquer circunstância
(1Tm 5:4).
Honrar
pai e mãe melhora a qualidade de vida da família, sustenta os alicerces da
sociedade, lança os fundamentos de um futuro casamento feliz e uma descendência
bem-aventurada. Os filhos que honram aos pais são mais felizes, mais estáveis
emocionalmente, mais bem sucedidos nos estudos, mais bem-aventurados na vida
profissional e certamente são os que alcançam maior sucesso no casamento e na
vida.
Os
filhos que obedecem aos pais poupam-se de muitas dores, fogem de muitos
caminhos perigosos e evitam muitas lágrimas. O caminho da desobediência, porém,
é um caminho tortuoso, escuro, escorregadio e ladeado de abismos perigosos. A
desobediência atrai maldição, deságua em traumas profundos, provoca feridas e
gera a morte.
Deus
espera que o coração dos filhos seja convertido ao coração dos pais. Deus
espera que a família seja um lugar de vida abundante, de amor profundo, de
diálogo respeitoso, de comunicação transparente, de companheirismo sincero e
encorajamento recíproco.
Os
filhos precisam ser amigos dos pais. Os pais precisam ter canais abertos de
comunicação com os filhos. Os filhos precisam ter abertura e confiança para
segredar aos pais seus conflitos, suas fraquezas e suas necessidades mais
íntimas.
Peçamos
a Deus que nos dê uma geração de filhos que ousem obedecer e honrar a seus
pais, para que vejamos tempos mais venturosos na família, na igreja e na
sociedade.
3.
Exemplos bíblicos de filhos que foram rebeldes.
a)
Hofni e Fineias. “Eram, porém, os filhos de Eli filhos de
Belial e não conheciam o Senhor”. “Belial”, um termo hebraico que
literalmente significa “sem valor,
imprestável”, mas que é aplicada no sentido de iniquidade. Isso significa
que os filhos de Eli eram homens maus, rebeldes, obreiros degenerados na casa
de Deus, que se aproveitavam da sua posição para obter ganho ilícito e praticar
imoralidade sexual (1Sm 2:13-17,22). O pai deles, Eli, sumo sacerdote e juiz,
não os disciplinou, nem os destituiu do sacerdócio (ler 1Sm 2:29).
Eli
teve dificuldades para educar seus filhos Hofni e Fineias. Aparentemente, ele
não tomou qualquer atitude para discipliná-los, ao tomar conhecimento de seus
erros. Mas Eli não era só um pai que tentava lidar com seus filhos rebeldes;
ele era o sumo sacerdote que ignorava os pecados dos sacerdotes sob sua
jurisdição. Como resultado, o Senhor executou a disciplina necessária no lugar
de Eli (1Sm 2:29-34). Ele foi culpado por honrar seus filhos acima de Deus, ao
permitir que eles continuassem com seus modos pecaminosos.
Observando
o juízo que o próprio Deus fez do sumo sacerdote Eli com relação à falta de
cuidado com suas obrigações de pai - “e ele os não repreendia” (1Sm 3:13) -, notamos
a indignação do Senhor contra o pecado do relaxamento e da negligência dos pais
que agem de igual modo diante de tão grande e sublime tarefa. A Bíblia inteira
destaca a necessidade da santidade e do temor a Deus, como seu padrão para quem
lida com o seu povo (cf 1Tm 3:1-10).
b)
Absalão. Absalão se tornou inimigo do próprio pai. Durante anos,
agiu como um filho rebelde, desrespeitando o pai, Davi, o rei de Israel, e pior
ainda, desrespeitando o próprio Senhor. Davi desejava a comunhão eterna com
Deus, e certamente queria a mesma salvação para os seus filhos. Mas Absalão não
deu valor à Palavra de Deus e não buscou as bênçãos espirituais que seu pai
tanto ansiava. Absalão se mostrou um homem, rebelde, vão e carnal, e jogou fora
a sua vida na busca por satisfação passageira.
Quando
Davi soube da morte de Absalão, toda a esperança por aquele filho rebelde
morreu. Até aquele momento, ainda alimentava a esperança, como fazem todos os
pais de filhos desobedientes, do arrependimento e volta de Absalão. Mas a morte
é o fim. Não teria outra chance. Não existe reencarnação, nem purgatório, nem
qualquer outra segunda chance após a morte: “E, assim como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo,
depois disto, o juízo” (Hb 9:27). A notícia da morte de Absalão sinalizou,
para muitos em Israel, o fim do conflito e sofrimento que ele causou. Para
Davi, trouxe as profundas emoções de um pai que perdeu um filho, para sempre.
É
comum, especialmente diante da morte triste de um filho como Absalão, procurar
explicações para justificar sua trajetória à destruição. Muitos culpam a
sociedade, os pais ou o próprio Senhor. Sem dúvida, outros seres humanos, e até
os próprios pais, frequentemente contribuem ao fracasso de um filho. Mas tais
fatores não podem servir como desculpas ou justificativas. Apesar de qualquer
circunstância de sua vida e independente das falhas dos outros, Absalão foi
desobediente e rebelde. Ele tomou as decisões que o levaram ao fim trágico.
Teve muitas oportunidades durante vários anos para arrepender-se e
reconciliar-se com seu pai, mas não o fez. Poderia ter se humilhado diante de
Deus, diante Davi, e diante do povo de Israel, mas não venceu seu próprio
orgulho e egoísmo.
III.
SUSTENTO
1. O
cuidado. Os filhos devem cuidar dos pais idosos e
conceder a eles o devido respeito e honra. Os filhos adultos têm a
responsabilidade de sustentar seus pais, quando necessário. E isso não se
limita apenas ao aspecto material, mas também ao aspecto social e emocional.
Muitos pais são explorados, humilhados, esquecidos ou até deixados no
isolamento dos asilos e pensionatos pelos filhos.
Honrar
pai e mãe é muito abrangente e envolve cuidar dos pais, principalmente na
velhice: "Ouve a teu pai, que te gerou, e não desprezes a tua mãe, quando
vier a envelhecer" (Pv 23:22). O termo "filho meu",
frequentemente empregado em Provérbios, em geral se aponta para o
aconselhamento de um mestre a seus discípulos, mas aqui se refere aos pais
naturais.
2. Oferta Corbã. O
Quinto Mandamento deveria ser observado igualmente pelos líderes religiosos - o
sumo-sacerdote e os sacerdotes. Mas não foi isso que Jesus denunciou em Marcos
7:9-13:
9.
E dizia-lhes: Bem invalidais o mandamento de Deus para guardardes a vossa
tradição.
10.
Porque Moisés disse: Honra a teu pai e a tua mãe e: Quem maldisser ou o pai ou
a mãe deve ser punido com a morte.
11.
Porém vós dizeis: Se um homem disser ao pai ou à mãe: Aquilo que poderias
aproveitar de mim é Corbã, isto é,
oferta ao Senhor,
12.
nada mais lhe deixais fazer por seu pai ou por sua mãe,
13.
invalidando, assim, a palavra de Deus pela vossa tradição, que vós ordenastes.
E muitas coisas fazeis semelhantes a estas.
À
revelia da Lei, os líderes religiosos criaram uma tradição dizendo que a pessoa
que consagra a sua vida a Deus, quer dizer, ao serviço do Templo, os bens pelos
quais poderiam socorrer os seus pais em suas necessidades não poderiam ser
desviados do Templo. Com a desculpa de que "eram fiéis a Deus"
tornavam-se infiéis aos seus pais.
Como
diz o pr. Esequias Soares, “essa doutrina dos fariseus era uma afronta a Deus e
à sua Palavra (Mc 7:13). Eles violavam a lei sob um manto de santidade,
exibindo uma religiosidade externa e falsa”.
“Ninguém
precisa sacrificar a família pela causa do evangelho. Quem cuida do pai e da
mãe já está fazendo a obra de Deus; o cuidado da família deve ser prioritário,
só depois é que vem a Igreja (1Tm 5:8). Esse é o pensamento cristão, que muitas
vezes, infelizmente, é invertido entre nós”.
3. Exemplos de Jesus.
Citamos alguns exemplos para mostrar como Jesus dava toda atenção a este
assunto tão fundamental: o cuidado dos filhos com os seus pais.
Primeiro exemplo, a
história da ressurreição do filho da
viúva de Naim (Lc 7:11-17). A viúva já não possuía o sustentáculo principal
da família, o esposo. Com o falecimento do único filho, perdia também a última
esperança de sobrevivência digna. A ressurreição desse filho não foi apenas um
sinal da autoridade messiânica de Jesus e uma clara indicação da futura
ressurreição de Cristo e dos cristãos. Ela também mostra como Jesus restaura um
lar em crise. Lucas formulou certo quando escreveu: "... e Jesus o restituiu a sua mãe" (Lc
7:15).
Segundo exemplo,
maravilhoso é a cura de uma mulher enferma que havia sofrido de uma hemorragia
por doze anos e gastara tudo com médicos (Lc 8:42-56). Jesus a curou e a
restituiu ao lar.
Terceiro o
exemplo, o de Jesus na cruz. Era um
dia de contrastes: o dia era o mais triste da história da humanidade, o dia era
o mais glorioso da história da humanidade; Jesus morria, Jesus vencia; humilhado,
mas glorificado; cercado de ódio por todos os lados, transbordando de amor por
todos os poros. Ao pé da cruz está Maria sofrendo indescritivelmente ao ver seu
filho morrendo. Ali uma espada traspassou a sua alma. A espada era invisível,
mas não o seu efeito. Na cruz Jesus confia sua mãe ao seu discípulo João. Ali
Jesus revelou seu amor cheio de cuidado por sua mãe. Ali Jesus ensina que os
filhos precisam cuidar dos pais. Jesus o fez porque José já havia morrido e
seus irmãos não criam nele, e além do mais João era sobrinho de Maria.
IV.
ENTRE A LEI E A GRAÇA
Graças
ao Novo Concerto não vivemos mais por coerção da lei, que exigia pena capital a
todos aqueles que fossem rebeldes e desobedientes aos pais (Êx 21:15,17; Lv
20:9; Dt 21:18-21). Porém, não significa que os filhos podem fazer o que quer,
não. O âmago do Mandamento ainda está em pleno vigor; desobedecer o mandamento
implica em perder bênçãos essenciais de Deus. O cristão está debaixo da graça e
é guiado pelo Espírito Santo para as boas obras que "Deus preparou para que andássemos nelas" (Ef 2:10). Cabe a
cada um de nós não desperdiçar o privilégio e a oportunidade de honrar pai e
mãe para não perdermos as bênçãos de Deus.
1. Autoridade dos pais. O
ensino da Palavra de Deus é a base para a formação espiritual, moral, emocional
e social dos filhos. Os filhos precisam saber o valor da Palavra de Deus;
compreender que a autoridade de Deus, a autoridade da Igreja, a autoridade dos
pais e a autoridade humana, provêm de Deus, quando legitimamente executadas.
Isso é importante para que não se cometam desrespeito e rebeldia contra a
autoridade constituída.
Os
pais estão investidos de autoridade divina sobre os filhos, logo, desobedecer
aos pais implica desobedecer a Deus, que é um pecado grave. A autoridade dos
pais sobre os filhos é uma autoridade delegada pelos céus e não uma lei imposta
pela convenção ou conveniência da cultura humana. Portanto, resistir a
autoridade dos pais é resistir a autoridade de Deus.
2. O sistema mosaico. Segundo o pr. Esequias Soares, o Quinto
Mandamento, “originalmente, era exclusividade de Israel, pois menciona a
herança da terra de Canaã. A segunda parte do referido mandamento traz a
promessa divina de vida longa aos que honrarem aos pais: "para que se
prolonguem os teus dias na terra que o SENHOR, teu Deus, te dá" (Êx
20.12). Deuteronômio diz a mesma coisa, mas de forma ampliada: ‘como o
SENHOR, teu Deus, te ordenou, para que se prolonguem os teus dias e para que te
vá bem na terra que te dá o SENHOR, teu Deus’ (Dt 5.16).
A
frase ‘como o SENHOR, teu Deus, te
ordenou’ mostra que Moisés está se referindo à revelação no Sinai que
ocorreu cerca de 40 anos antes. Em seguida, vem a dupla promessa de vida longa
e sucesso na terra prometida. Essa promessa é específica e indica que o quinto
mandamento originalmente se restringia aos israelitas durante o tempo da
teocracia. Isso estão claro e explícito no texto, que afirma que tais bênçãos
hão de vir ‘na terra que te dá o SENHOR, teu Deus’, uma referência
inequívoca à terra dos cananeus, a Terra Prometida. Fazia parte do concerto a
segurança e o bem-estar da nação, a longevidade e o sucesso (Dt 5.33; 6.2,3;
22.7). Essas bênçãos são as mesmas que se tomaram promessa padrão para quem
amar a Javé e permanecer no concerto do Sinai” (Lv 26.3-13; Dt 7.12-16;
28.1-14).
3. Adaptado sob a graça.
Segundo o pr. Esequias Soares, “como Israel violou o concerto do Sinai, o
profeta Jeremias anunciou a vinda de um Novo Concerto (Jr 31:31-34). Deus
cumpriu a promessa (Hb 8:8-12). Isso muda muita coisa. O apóstolo Paulo
deliberadamente combina as palavras do quinto mandamento nos textos do
Decálogo, em Êxodo e Deuteronômio - "Honra
a teu pai e a tua mãe, que é o primeiro mandamento com promessa, para que te vá
bem, e vivas muito tempo sobre a terra" (Ef 6.2,3). Aqui, a terra
prometida desaparece; trata-se da terra não especificada no Decálogo - "que te dá o SENHOR, teu Deus". A
Igreja, o povo de Deus do novo concerto, é uma comunidade universal, uma
congregação supranacional de estrangeiros e peregrinos (1Pe 2.11). O nosso lar
não é aqui (Fp 3.20). Hoje essa promessa é abrangente”.
CONCLUSÃO
Os
pais devem ser amados e respeitados pelos seus filhos. Honrá-los implica numa
família perene, que não se desfará, numa sociedade com padrões morais virtuosos
e permanentes, e a certeza de que a vida será respeitada.
Fonte: ebdweb
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