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segunda-feira, 25 de maio de 2015

9ª lição do 2º trimestre de 2015: AS LIMITAÇÕES DOS DISCÍPULOS


Texto Base: Lucas 9:38-42,46-50

 
“E roguei aos teus discípulos que o expulsassem, e não puderam” (Lc 9:40).

 

INTRODUÇÃO

Nesta Aula trataremos das limitações que os discípulos de Jesus apresentavam. Conquanto privilegiados eram em ter o maior Mestre da história da humanidade ao lado deles de forma tão intima e imediata, eles não eram perfeitos. Percebemos isso quando lemos as quatro narrativas do Evangelho de Jesus Cristo, o qual mostra que eles eram homens rodeados de imperfeições e limitações. Aprenderam, sim, com o Mestre dos mestres e nunca mais foram as mesmas pessoas, mas não deixaram de ser humanos com todas as suas limitações.

Às vezes se imagina que a fé cristã para ser genuinamente bíblica deve anular todas as fragilidades humanas, eliminar todos as suas limitações. Mas não é assim que a coisa acontece, nem tampouco é isso o que ensinam as Escrituras Sagradas. É verdade que Deus trabalha com homens, porém, homens imperfeitos, limitados e que constantemente estão dependendo dEle. Em nossa caminhada espiritual não dá para fingirmos superioridades espirituais ou coisas semelhantes. Somos humanos, isto é, somos limitados em nossas ações. Por isso, a partir da realidade da vida de alguns discípulos e da maneira como Jesus tratou com eles, algumas lições podem ser aprendidas por nós.

I. LIDANDO COM A DÚVIDA

1. A oração e a fé. No dia seguinte (Lc 9:37) à experiência gloriosa do cume do monte da transfiguração, Jesus se deparou com uma situação característica daqueles que querem fazer a obra de Deus de qualquer maneira: improficuidade. Lucas 9:37-43 mostra a incapacidade angustiante dos discípulos de tratar de um caso de possessão demoníaca. O contraste é marcante. De um lado, temos aqueles que se regozijavam na luz de Deus no cume da montanha, e, do outro lado, aqueles que estavam sendo derrotados pelos poderes das trevas na planície. Aqueles discípulos que há pouco tempo tinham recebido poder sobre os demônios (Lc 9:1), agora estão derrotados diante deles (Lc 9:40). Será que houve algum fracasso na vida espiritual deles?

O certo é que agora os discípulos de Jesus estavam no vale cara a cara com o diabo, sem capacidade espiritual, colhendo um grande fracasso. Diante da incapacidade espiritual dos discípulos, o pai do menino possesso, clamou a Jesus em alta voz, explicando sua necessidade. Aquele menino, filho único, de tempos em tempos era possesso por um demônio. E agora o pai completa o seu sofrimento dizendo que rogara aos discípulos que lidassem com o demônio, mas que, infelizmente, eles não puderam. Há algumas lições importantes que podemos extrair desse episódio: (1)

a) no vale há gente sofrendo o cativeiro do diabo sem encontrar na igreja solução para o seu problema (Lc 9:39).

Aqui está um pai desesperado (Mt 17:15,16). O diabo invadiu a sua casa e está arrebentando com a sua família. Está destruindo seu único filho. Aquele jovem estava possuído por uma casta de demônios, que tornavam a sua vida um verdadeiro inferno. No auge do seu desespero o pai do jovem correu para os discípulos de Jesus em busca de ajuda, mas eles estavam sem poder.

A Igreja tem oferecido resposta para uma sociedade desesperançada e aflita? Temos confrontado o poder do mal?  A Igreja hoje está cheia de conhecimento, mas conhecimento apenas não basta, é preciso revestimento de poder. O reino de Deus não consiste de palavras, mas de poder.

b) no vale há gente desesperada precisando de ajuda, mas os discípulos estão perdendo tempo, envolvidos numa discussão infrutífera (Mc 9:14-18).

Os discípulos estavam envolvidos numa interminável discussão com os escribas, enquanto o diabo estava agindo livremente sem ser confrontado. Eles estavam perdendo tempo com os inimigos da obra de Deus em vez de fazer a obra.

A discussão, muitas vezes é saudável e necessária. Contudo, passar o tempo todo discutindo é uma estratégia do diabo para nos manter fora da linha de combate. Há crentes que passam a vida inteira participando de retiros e congressos, mas nunca entram em campo para agir. Sabem muito e fazem pouco. Discutem muito e trabalham pouco.

Os discípulos estavam discutindo com os opositores da obra de Deus (Mc 9:14). Discussão sem ação é paralisia espiritual. O inferno vibra quando a igreja se fecha dentro de quatro paredes, em torno dos seus empolgantes assuntos. O mundo perece enquanto a igreja está discutindo. Há muita discussão, mas pouco poder. Há multidões sedentas, mas pouca ação da igreja.

c) no vale os discípulos estão sem poder para confrontar os poderes das trevas (Lc 9:40; Mc 9:18; Mt 17:16). Por que os discípulos estão sem poder?

- Os discípulos não oraram (Mc 9:28,29). Não há poder espiritual sem oração. O poder não vem de dentro, mas do alto. Pouca oração, pouco poder. Nenhuma oração, nenhum poder.

- Os discípulos não jejuaram (Mc 9:28,29). O jejum nos esvazia de nós mesmos e nos reveste com o poder do alto. Quando jejuamos, estamos dizendo que dependemos totalmente dos recursos de Deus.

- Os discípulos tinham uma fé tímida (Mt 17:19,20). A fé não olha para a adversidade, mas para as infinitas possibilidades de Deus. Jesus disse para o pai do jovem: "Se tu podes crer; Tudo é possível ao que crê" (Mc 9:23). O poder de Jesus opera, muitas vezes, mediante a nossa fé.

2. A Palavra de Deus e a fé. “Se a falta de oração traz incredulidade, por outro lado, a falta de conhecimento da Palavra de Deus produz efeito semelhante. É isso o que mostra a história dos discípulos de Emaús” (Lc 24:13-35). Um desses discípulos chamava-se Cléopas, mas o outro ninguém sabe o seu nome. O Senhor Jesus, no mesmo dia que ressuscitou apareceu a esses dois discípulos quando se dirigiam para a aldeia de Emaús. Depois de dialogar com eles, Jesus percebeu o quanto eram incrédulos. Jesus passa a indicar que a raiz do problema é que eles não tinham absorvido aquilo que se ensina nas profecias bíblicas. Os profetas tinham falado com clareza suficiente, mas as mentes de Cléopas e do seu companheiro não tinham sido suficientemente alertas para captar aquilo que queriam dizer. Jesus reprovou a incredulidade dos dois discípulos e os chamou de néscios, isto é, desprovidos de conhecimento ou discernimento (Lc 24:25).

Jesus, então, dá a aqueles dois discípulos um estudo bíblico sistemático. Moisés e todos os profetas formaram o ponto de partida, mas Ele também passou para as coisas que se referiam a Ele em todas as Escrituras. Lucas não dá indicação alguma de quais passagens o Senhor escolheu, mas torna claro que a totalidade do Antigo Testamento era envolvida. Aqueles dois discípulos tinham ideias erradas daquilo que o Antigo Testamento ensinava, e, portanto, tinham ideias erradas acerca da cruz.

As ideias erradas daquilo que o Antigo Testamento ensinava, também, estavam impregnadas na mente dos onze apóstolos. A dúvida é um mal terrível que impregna a mente das pessoas, causando-lhes incredulidade, quando lhes falta o conhecimento da Palavra de Deus. Os apóstolos fugiram quando Jesus foi preso no Getsêmani (Mc 14:50); estiveram ausentes no Calvário (exceto João); não compareceram diante de Pilatos para reivindicar o seu corpo para o sepultamento; estiveram ausentes no seu sepultamento; não acreditaram na mensagem da sua ressurreição (Mc 16:11-14). Marcos nos informa que eles não deram credito ao testemunho de Maria Madalena (Mc 16:9-11) e não creram no testemunho dos dois discípulos que estavam de caminho para o campo (Mc 16:12,13). Jesus, então, aparece a eles quando estavam à mesa e censura-lhes a incredulidade e dureza de coração (Mc 16:14).

Muitos hoje estão como esses discípulos, não acreditam na ressurreição; não acreditam que Jesus virá outra vez; muitos, não acreditam mais em Deus, não acreditam que as Escrituras é a Palavra de Deus. Infelizmente, muitos têm se apostatado da fé. Isso é lamentável!

II. LIDANDO COM A PRIMAZIA E O EXCLUSIVISMO


1. Evitando a Primazia. Certa feita, enquanto Jesus se preparava para enfrentar o calvário, os discípulos estavam preocupados em saber quem era o maior (Lc 9:46-48). Isso revelava a ideia errada que eles tinham de Jesus. Para eles Jesus era um Messias-Rei dominador, um libertador de Israel, e eles, de algum modo, iriam participar de um poder dominante. E, na luta pelo poder, veio a competição pela supremacia. Quem manda mais? Certamente os discípulos foram tentados pelo orgulho espiritual. Certamente eles foram tentados a usufruir o poder que Jesus tinha lhes dado. Diante disso, Jesus entendeu que eles precisavam de um tratamento de choque.

Jesus lhes apresentou uma parábola viva. E usou para essa lição um elemento inesperado para eles. Jesus tomou uma criança e, certamente, a colocou no colo e lhes ensinou: “Qualquer que receber uma criança, tal como esta, em meu nome, a mim me recebe; e qualquer que a mim me recebe não recebe a mim, mas ao que me enviou; porque aquele que entre vós todos for o menor, esse mesmo é grande” (Lc 9:48). A criança, além de ser o símbolo da despretensão, da fraqueza e da dependência, era o símbolo da pureza de fé, da humildade e principalmente da falta de hipocrisia, isto é, da sinceridade e da transparência. Naqueles dias, a criança não tinha qualquer valor na sociedade, assim como os escravos. E a lição ensinada acabava com qualquer pretensão: o menor é o maior. Quem acolhe os pequenos, humildes e sinceros acolhe Jesus e a Deus Pai que o enviou!

A ambição humana não vê outro sinal de grandeza senão coroas, status, riquezas e elevada posição na sociedade. Porém, o Filho de Deus declara que o caminho para a grandeza e o reconhecimento divino é devotar-se ao cuidado dos mais tenros e fracos da família de Deus.

2. Evitando o exclusivismo. Novamente Jesus corrige os seus discípulos, agora acerca da intolerância e do exclusivismo estreito (Lc 9:49,50; Mc 9:38-41). João proíbe um homem que expulsava demônios em nome de Cristo, pelo simples fato de não fazer parte do grupo apostólico, de não estar lutando alinhado com eles. Na teologia de João, somente o grupo deles estava com a verdade; os outros eram excluídos e desprezados. João pensava que apenas os discípulos tinham o monopólio do poder de Jesus. O homem estava fazendo uma coisa boa, expulsando demônios; da maneira certa, em nome de Jesus; com resultado positivo, socorrendo uma pessoa necessitada. Contudo, mesmo assim, João o proíbe.

De igual modo, hoje, muitos segmentos religiosos tem a pretensão de serem os únicos que servem a Deus. Pensam e chegam ao disparate de pregarem com altivez como se fossem os únicos seguidores fiéis de Jesus e batem no peito com arrogância, como se fossem os únicos salvos. Muitos, tolamente, creem que Deus é um patrimônio exclusivo da sua denominação. Agem com soberba e desprezam todos quantos não aderem à sua corrente sectária. Muitos chegam até mesmo a perseguir uns aos outros, e se engalfinham em vergonhosas brigas e contendas, como acontecia na igreja em Corintos (1Co 6:7). Esse espírito intolerante e exclusivista está em desacordo com o ensino de Jesus, o Senhor da Igreja. Na verdade, muitas pessoas que não faziam parte dos doze demonstraram, algumas vezes, uma fé mais robusta em Jesus do que eles (cf. Mc 7:28,29; 15:42-46; Mt 8:10).

Jesus, então, repreende os discípulos e acentua que quem não é contra Ele, é por Ele (Lc 9:50). A lição que Jesus ensina é clara: não podemos ter a pretensão de julgar os outros nem de considerar-nos os únicos seguidores de Cristo, pelo fato de essas pessoas não estarem em nossa companhia, em nossa denominação.

Obviamente, Jesus não está dizendo que os hereges, os heterodoxos e aqueles que acrescentam ou retiram parte das Escrituras devam ser considerados os seus legítimos seguidores. Jesus não está ensinando aqui o inclusivismo religioso nem dando um voto de aprovação a todas as religiões. Jesus não comunga com o erro doutrinário; antes, o reprovou severamente. Jesus não aprova o universalismo nem o ecumenismo. Não há unidade espiritual fora da verdade. Contudo, Jesus não aceita a intolerância religiosa. Não podemos proibir nem rejeitar os outros pelo simples fato de eles não pertencerem ao nosso grupo.

Certa vez, no Antigo Testamento, Josué pediu a Moisés para proibir Eldade e Medade que estavam profetizando no campo. Ele exclama: “Moisés, meu senhor, proíbe-lhos”. Mas Moisés lhe responde: ”Tens tu ciúmes por mimTomara todo o povo do Senhor fosse profeta, que o Senhor lhes desse o seu Espírito” (Nm 11:26-29). Moisés ensina aqui que devemos evitar o exclusivismo.

III. LIDANDO COM A AVAREZA (Lc 12:13-21).

Segundo o dicionário Aurélio, avareza é o “excessivo e sórdido apego ao dinheiro; esganação”. A avareza é um pecado perigoso, pois facilmente conduz a outros pecados, como a mentira e a desonestidade. Jesus disse: “Acautelai-vos e guardai-vos da avareza; porque a vida de qualquer não consiste na abundância do que possui” (Lc 12:15). O valor de uma pessoa não consiste no valor de seus bens. Esse ensinamento pode ser ridicularizado por alguns que amam o dinheiro. E infelizmente essa foi a reação de alguns líderes religiosos diante das Palavras de Jesus (Lc 16:14). Curiosamente, hoje, os “pregadores da riqueza” fazem o mesmo. Igualmente zombam dos verdadeiros servos de Deus, que combatem a exagerada “teologia da prosperidade” e pregam a verdade revelada na Palavra de Deus.

Certa feita, Jesus ainda estava no meio da multidão, ensinando o povo a ter cuidado com os religiosos, quando alguém levantou uma questão: alguém pediu que Jesus fosse o juiz num caso de divisão de herança - “Mestre, dize a meu irmão que reparta comigo a herança” (Lc 12:13). Essa solicitação estava na contramão dos ensinos de Cristo e por isso recebeu a censura dEle: “Homem, quem me pôs a mim por juiz ou repartidor entre vós?” (Lc 12:14). Enquanto Jesus ensinava a se evitar uma atitude legalista e materialista, esse homem age de forma diametralmente oposta àquilo que fora ensinado. Ele estava preocupado com a herança.  Segundo a Bíblia de Estudo Nova Versão Internacional, esse pedido feito a Jesus não era algo estranho:

A lei, em Dt 21:17 promulgou a regra genérica de que um filho mais velho receberia o dobro da porção de um filho mais jovem. As disputas sobre tais questões eram em geral dirimidas pelos rabinos. Esse pedido que o homem fez a Jesus era egoísta e materialista…Jesus então lhe responde com uma Parábola a respeito das consequências da ganância”.

Como bem sabemos, a divisão de uma herança é sempre um problema, pois nesse momento aparecem a usura e a avareza. Com certeza, muita gente pensa: “Ah! Tudo estaria resolvido se aparecesse agora alguma herança”. Será que esse não é o desejo de alguns de nós nesse momento? Mas aí é que está o engano. É um erro pensar assim, pois a partir desse momento é que começam os conflitos e as dificuldades entre os herdeiros. Jesus foi muito claro quando disse: “Acautelai-vos e guardai-vos da avareza, porque a vida de qualquer não consiste na abundância do que possui” (Lc 12:15).

Jesus, então, contou a seguinte parábola: “a herdade de um homem rico tinha produzido com abundância. E arrazoava ele entre si, dizendo: Que farei? Não tenho onde recolher os meus frutos. E disse: Farei isto: derribarei os meus celeiros, e edificarei outros maiores, e ali recolherei todas as minhas novidades e os meus bens; e direi à minha alma: alma, tens em depósito muitos bens, para muitos anos; descansa, come, bebe e folga. Mas Deus lhe disse: Louco, esta noite te pedirão a tua alma, e o que tens preparado para quem será? ” (Lc 12:16-20).

Irmãos, a vida não nos pertence! Os bens não nos pertencem! Nem a vida nem os bens são nossas propriedades; são apenas um empréstimo! Desta feita, de que adiantam os bens acumulados? As riquezas não podem atender as maiores necessidades da vida e nem mesmo nos libertar da ansiedade. Elas não são garantia de vida, porque a vida é um presente de Deus, do qual temos que prestar conta a qualquer momento.

Observe que Jesus chama o homem da parábola de louco. Ele foi chamado de louco não porque estivesse cometendo algum crime, escândalo, roubo ou adultério, mas porque era avarento, voltado somente para sua riqueza. Ele pensava que a alma se alimenta de cereal. Ele foi considerado um pecador tão perigoso quanto aquele que mata, rouba e adultera. Em outras palavras, esse homem era materialista ou ateu, como tantos que existem hoje em nossa sociedade, vivendo como se Deus não existisse.

Portanto, devemos entender que o dinheiro ou os bens não oferecem qualquer segurança, porque de um momento para o outro seu possuidor pode ser surpreendido com o chamado de Deus. Onde você tem depositado sua confiança? Nas suas posses? Nos seus bens? Desejo que sua segurança esteja totalmente depositada em Jesus Cristo!

Ao aceitarmos Jesus, podemos não nos tornar milionários, mas aqueles que aceitam tomar a cruz e segui-lo, certamente encontrarão a verdadeira riqueza, a riqueza espiritual, as quais Deus nos dará na eternidade: “As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem, são as que Deus preparou para os que o amam” (1Co 2.9).

IV. LIDANDO COM O RESSENTIMETNO (Lc 17:3,4)

“Olhai por vós mesmos. E, se teu irmão pecar contra ti, repreende-o; e, se ele se arrepender, perdoa-lhe; e, se pecar contra ti sete vezes no dia e sete vezes no dia vier ter contigo, dizendo: Arrependo-me, perdoa-lhe”.

1. A necessidade de perdão. Na vida cristã não há somente o perigo de ofender outros. Há também o perigo de nutrir rancores, de se recusar a perdoar quando alguém que nos ofendeu pede perdão. É isso que o Senhor trata aqui em Lucas 17:3,4.

O perdão é uma necessidade vital para nossa alma, para nosso bem-estar. Mas o perdão não é fácil. É fácil pregar um sermão sobre o perdão até se deparar com alguém para perdoar. Mas Jesus Cristo nos informa e nos ensina que se eu não perdoar não posso orar; se eu não perdoar não posso adorar; se eu não perdoar não posso ofertar; se eu não posso perdoar eu não posso ser perdoado; se eu não perdoar, eu adoeço fisicamente, emocionalmente, espiritualmente; se eu não perdoar a minha alma, a minha vida será entregue aos verdugos da consciência e eu ficarei cativo e prisioneiro sem paz.

O perdão é uma terapia para a alma, um tônico para o coração, uma condição indispensável para a saúde emocional e física. Muitas enfermidades deixariam de existir se aprendêssemos a terapia do perdão. Quem não perdoa adoece física, emocional e espiritualmente. O perdão é o remédio necessário que tonifica o coração para caminharmos pela vida sem amargura. Sem perdão a vida torna-se um fardo insuportável e a alma fica prisioneira do ódio e da vingança. Sem perdão somos destruídos pelos nossos sentimentos.

Aliás, o perdão não é simplesmente uma questão de ação, mas de reação. Jesus ilustra isso no sermão do monte (Mt 5:39-41). Ele diz que quando uma pessoa nos ferir a face direita, devemos voltar-lhe a outra face. Quando a pessoa nos forçar a andar uma milha, devemos ir com ela duas milhas. Quando uma pessoa procurar nos tirar a capa, devemos dar-lhe também a túnica. O que, na verdade, Jesus estava ensinando? Ele não estava falando de ação, mas de reação.

O que representa essas três figuras alistadas por Jesus?  Primeiro, quando uma pessoa nos fere no rosto, ela agride a nossa honra. Segundo, quando uma pessoa nos força a fazer o que não desejamos, ela agride a nossa vontade. Terceiro, quando uma pessoa nos toma as vestes pessoais, ela agride o nosso bem mais íntimo e sagrado. Jesus, então, realça que mesmo que os pontos mais vitais da vida sejam atingidos - como a honra, a vontade e os bens inalienáveis -, devemos reagir transcendentalmente, ou seja, com perdão.

O perdão é a transcendência do amor, é vencer o mal com o bem. Perdoar é tratar o outro não como ele merece, mas segundo a misericórdia exige. O perdão não é a execução da justiça, mas o braço estendido da misericórdia. Perdoar é abrir mão dos seus direitos. Perdoar é colocar o outro na frente do eu. Perdoar é não se ressentir do mal, mas vencer o mal com o bem, abençoando o próprio malfeitor.

2. Perdão, uma vida de mão dupla. “... Perdoai e sereis perdoados” (Lc 6:37). Aqui, Jesus mostra que o perdão é uma via de mão dupla.

Você já percebeu que na palavra perdoar tem a palavra doar? Quem perdoa está doando alguma coisa. De certa forma misteriosa, o perdão de Deus depende de nosso perdão. O que Jesus ensinou na oração do Pai Nosso? Duas vezes ele fala sobre o perdão. Em Mateus 6:12 Ele diz assim: “perdoa as nossas dividas, assim como nós perdoamos”. Depois no versículo 15 ele diz: “se, porém, não perdoardes aos homens vosso pai celestial também não vos perdoará”. Portanto, se eu não perdoar, eu também não recebo perdão de Deus. É uma via de não dupla.

Quer consubstanciar este texto? Então leia Mateus 18:23-35, que fala sobre “a parábola do credor incompassivo”. Sabe qual é a conclusão desta parábola? Se vós não perdoardes as ofensas dos vossos irmãos, vosso pai celestial também não vos perdoará - “Assim vos fará também meu pai celestial, se do coração não perdoardes, cada um a seu irmão, as suas ofensas” (Mt 18:35). Então, de certa forma o perdão de Deus depende do nosso perdão. Se você quer perdão de Deus, aprenda a liberar perdão para aquele que tem apedrejado você.

Quanto eu perdoo eu me pareço com Deus. Em Mateus capitulo 5, a partir do versículo 44, você vai entender. Jesus disse: “eu, porém, vos digo: amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem, para que sejais filhos do pai que está nos céus...”. Aqui eu tenho a real compreensão que quando eu perdoo eu me pareço com Deus. Todo filho recebe uma herança genética do pai. Você não se parece com Deus quando você ora. Mas, quando você perdoa você se parece com Deus. Portanto, para que você seja filho do vosso Pai que está no Céu, tem que saber perdoar.

CONCLUSÃO

“Ao estudarmos as limitações dos discípulos, alguns fatos ficam em evidência. Observamos que a incapacidade para enfrentar Satanás em Lucas 9:40 é justificada em Mateus 17:20 pela falta de fé; a incredulidade dos discípulos no caminho de Emaús (Lc 24:13-35) é justificada pela falta de conhecimento das Escrituras (Lc 24:25-27); o desejo por grandeza e primazia (Lc 9:46-48) é uma consequência de terem se amoldado à cultura do mundo, e; a falta de perdão existe por não se reconhecer a natureza perdoadora do Pai celestial” (LBM. CPAD. p. 69).

Fonte: ebdweb

segunda-feira, 18 de maio de 2015

8ª Lição do 2º trimestre de 2015: O PODER DE JESUS SOBRE A NATUREZA E OS DEMÔNIOS



Texto Base: Lucas 8:22-25,35-39

“E disse-lhes: Onde está a vossa fé? E eles, temendo, maravilharam-se, dizendo uns aos outros: Quem é este, que até aos ventos e à água manda, e lhe obedecem? ” (Lc 8:25)

 
INTRODUÇÃO

Durante seu ministério, Jesus mostrou o seu poder sobre a doença, a morte, a natureza e os demônios. Embora Deus tivesse se utilizado de outros profetas para realizar sinais e prodígios que envolveram a agitação das leis naturais, como a passagem do mar vermelho por intermédio de Moisés (Ex 14:15-26), ou a passagem pelo rio Jordão por Elias (2Rs 2:8), ou, ainda, o flutuar do ferro de um machado por Eliseu (2Rs 6:5-7), Jesus a todos superou, a ponto de Seus discípulos, em um destes milagres, ter exclamado: “…quem é este que até o vento e o mar lhe obedecem? ” (Mc 4:41). Enquanto Moisés passou o mar em seco (Ex 14:22), Jesus andou sobre as águas (João 6:19); enquanto Eliseu fez com que vinte pães satisfizessem cem homens (2Rs 4:42-44), Jesus, partindo poucos pães, por duas oportunidades, saciou a milhares de homens, fora mulheres e crianças (Mt 14:14-21, Mc 6:34-44, Lc 9:11-17, João 6:3-14; Mt 15:32-38: Mc 8:1-9). Vemos, pois, que Jesus demonstrou, com muito maior intensidade, o poder de Deus em sua vida, a comprovar que era distinto de todos os demais profetas, pois além de homem, era também Deus.

I. JESUS E AS FORÇAS SOBRENATURAIS

1. Poder sobre a natureza. O Novo Testamento narra vários episódios que pregam o poder de Jesus sobre a natureza. Um desses episódios encontra-se em Lucas 8:22-25. Mas, quero enfatizar aqui outro episódio que ocorreu, em que Jesus demonstrou o seu poder sobre a natureza. Está registrado em Mt 14:22-33.

Certa feita Jesus compeliu os discípulos que atravessam para o outro lado do Mar da Galileia (Mt 14:22). Os discípulos prontamente obedeceram a Jesus. Agora, o mínimo que eles esperavam era uma viagem segura e uma chegada certa. Todavia, mesmo obedecendo a Jesus, eles são colhidos por uma terrível e ameaçadora tempestade. Aqueles discípulos já haviam enfrentado outra tempestade no mar (Lc 8:22-25), mas Jesus estava com eles. Eles clamaram ao Mestre, que prontamente os socorreu. Mas agora eles estão sozinhos. O mar fica empolado. O vento rijo sopra com fúria. O barco é chicoteado pelas ondas. O pavor começa a inundar o coração deles. Eles remam com toda a virilidade e destreza, mas o barco não segue o rumo desejado. Eles fazem o máximo esforço, mas o barco ainda rodopia no meio do mar, no epicentro do perigo. Eles gritam por socorro, mas só ouvem o barulho da tempestade. Oram, mas só encontram como resposta o silêncio. Você já viveu a experiência de passar por uma tempestade, orar e só ouvir o silêncio de Deus? Você já passou por vales escuros e teve a sensação de que, quanto mais orava, mais as coisas se agravavam? Você já teve a sensação de clamar a Deus com todas as forças da sua alma sem obter resposta alguma? Creio que muitos passaram e estão passando por essa tensão em sua vida. Contudo, o silêncio de Deus não significa distância nem indiferença. Ele não deixa de velar por nós e de nos cercar com o seu cuidado quando está em silêncio. Creia, muitas vezes o silêncio de Deus é pedagógico. Sempre que ele fica em silêncio é porque nos quer ensinar verdades sublimes.

Jesus não estava indiferente ao clamor dos discípulos no mar da Galileia. Ele estava no monte orando por eles. Hoje, Jesus está à destra do Pai intercedendo por nós. Mesmo quando não ouvimos a sua voz, ele está intercedendo em nosso favor junto ao Pai.

E na quarta vigília da noite Jesus aparece caminhando sobre as ondas. A noite era escura. O mar estava bravio. O vento fuzilava com fúria, encrespando as ondas. O naufrágio parecia inevitável. Eles estavam diante de uma catástrofe iminente. De repente, um vulto estranho se movimenta sobre a tormenta, caminha com firmeza e segurança sobre a superfície das águas. Jamais alguém vira algo semelhante. Os discípulos se apavoram e gritam: "É um fantasma!". Os discípulos esperavam Jesus, mas não daquele jeito. Esperavam vê-lo noutro barco, chegando por um caminho convencional. Jesus mostra a sua autoridade e poder sobre aquilo que aflige os seus filhos. As ondas representavam o perigo real que conspirava contra os discípulos. O mar se tornara o grande gigante que os ameaçava. A turbulência das águas era um monstro indomável. Quando Jesus aparece, subjuga aos seus pés aquilo que amedronta os discípulos.

Jesus é maior do que os nossos problemas. Aquilo que é maior do que as nossas forças e nos mete medo, está literal e completamente debaixo dos pés de Jesus. Ele tem toda a autoridade e todo o poder no céu e na Terra. Quem está com Cristo está do lado mais forte, do lado do vencedor. Se Deus é por nós, quem será contra nós?

2. Poder sobre os demônios. Além do seu domínio sobre a natureza, Jesus tem poder sobre toda a sua criatura, inclusive sobre os demônios. Estes tremiam de pavor quando Jesus chegava. Veja o caso do endemoninhado gadareno (Lc 8:22-33). Logo que Jesus desembarcou em Gadara, o homem possesso correu cheio de medo, e prostrou-se aos seus pés para adorá-lo (Lc 8:28). Os demônios sabiam quem era Jesus; sabiam que Jesus é o Filho do Deus Altíssimo, que tem todo poder para atormentar os demônios e mandá-los para o abismo. Os demônios creem na divindade de Cristo, na sua total autoridade. Eles creem nas penalidades eternas – “.... Vieste aqui atormentar-nos antes do tempo? ” (Mt 8:29).

Jesus libertou o homem gadareno da escravidão dos demônios (Lc 8:6-15). Jesus se manifestou para destruir as obras do diabo (1João 3:8). Até os demônios estão debaixo da sua autoridade. Mediante a autoridade da palavra de Jesus, a legião de demônios bateu em retirada e o homem escravizado ficou livre (Lc 8:33). Cristo é o atormentador dos demônios e o libertador dos homens. Aonde Ele chega, os demônios tremem e os cativos são libertos. Satanás tentou matar Jesus na tempestade quando estava indo em direção a Gadara, e agora tenta impedi-lo de entrar na região de Gadara. Mas em vez de intimidar-se com a legião de demônios, Jesus é quem espalha terror no exército demoníaco, porque Ele tem poder sobre os demônios.

II. JESUS E A REALIDADE DOS DEMÔNIOS

1. Uma realidade bíblica. A realidade dos demônios é ensinada no Novo Testamento. Só no Evangelho de Lucas encontramos dezenas de textos mostrando esta verdade (Lc 4:41; 6:18; 8:26-39; 9:42). Mas, os liberais, os céticos e incrédulos negam a existência e ação dos demônios. Para eles, o diabo é uma figura lendária e mitológica. Negar a existência e ação do diabo é cair nas malhas do mais ardiloso satanismo. Apesar da pura realidade bíblica sobre os demônios não se deve fazer apologia dos seus hábitos. Há segmentos chamados evangélicos que falam mais no Diabo do que anunciam Jesus; pregam mais sobre exorcismo do que arrependimento; vivem caçando demônios, neurotizados pelo chamado movimento de batalha espiritual. Isso não deve acontecer numa igreja que se diz cristã.

2. Uma realidade experimental. Na Palestina do primeiro século, bem como nestes últimos dias de dominação gentílica, a presença de pessoas oprimidas ou possuídas por demônios era e é uma realidade cotidiana. Lucas diz que Jesus libertou muitas pessoas de espíritos demoníacos (Lc 8:26-39; 9:37-43). Descrevo aqui, com mais detalhes, sobre o poder maligno que estava na vida de um jovem, narrado por Lucas (Lc 9:37-43). A casta de demônios fazia esse jovem ranger os dentes, convulsionava-o e lançava-o no fogo e na água, para matá-lo. Os sintomas desse jovem apontam para uma epilepsia, mas não era um caso comum de epilepsia, pois além de estar sofrendo dessa desordem convulsiva, era também um surdo-mudo. O espírito imundo que estava nele o havia privado de falar e ouvir.

A possessão demoníaca é uma realidade dramática que tem afligido muitas pessoas ainda hoje. Os ataques àquele jovem eram tão frequentes e fortes que o menino não crescia, mas ia definhando.

O Diabo não poupa nem mesmo as crianças. Aquele jovem vivia dominado por uma casta de demônios desde a sua infância (Mc 9:21). Há uma orquestração do inferno para atingir as crianças. Se Satanás investe desde cedo na vida das crianças, não deveríamos nós, com muito mais fervor investir na salvação delas? Se as crianças podem ser cheias de demônios, não poderiam ser também cheias do Espírito de Deus?

É válido ainda salientar que o poder demoníaco que estava sobre esse jovem agia com requinte de crueldade – “... o despedaça até espumar; e só o larga depois de o ter quebrantado” (Lc 9:39). Esse jovem era filho único (Lc 9:38). Ao atacar esse rapaz, o diabo estava destruindo os sonhos de uma família. Onde os demônios agem, há sinais de desespero. Onde eles atacam, a morte mostra sua carranca. Onde eles não são confrontados, a invasão do mal desconhece limites. Isso não é mito, é uma triste realidade.

III. JESUS E A OBRA DOS DEMÔNIOS

1. Jesus e a oposição dos demônios. O caso da libertação do endemoninhado de Gadara é um dos muitos relatos que mostra como os demônios se manifestam em oposição a obra de Jesus: “Quem tenho eu contigo, Jesus, Filho do Deus Altíssimo? Peço que não me atormentes” (Lc 8:28). As Escrituras Sagradas ensinam quais as obras principais de Satanás e seus demônios:“Matar, roubar e destruir”(João 10:10).

Veja a seguir, uma visão clara sobre o que Satanás pode fazer com as pessoas. Tomemos como base a situação degradante do endemoninhado gadareno (Adaptado do livro “MARCOS – O Evangelho dos Milagres. Hernandes Dias Lopes”).

a) Ele domina as pessoas, através da possessão (Mc 5:2,9). O gadareno estava possuído por espíritos imundos. Havia uma legião de demônios dentro dele - “E, saindo ele do barco, lhe saiu logo ao seu encontro, dos sepulcros, um homem com espírito imundo, o qual tinha a sua morada nos sepulcros, e nem ainda com cadeias o podia alguém prender”.

(1) uma pessoa possessa tem dentro de si uma entidade maligna (5:2,9). Esse homem não estava no controle de si mesmo. Suas palavras e suas atitudes eram determinadas pelos espíritos imundos que estavam dentro dele. Ele era um cavalo dos demônios, um joguete nas mãos de espíritos assassinos.

(2) uma pessoa possessa manifesta uma força sobre-humana (Mc 5:3,4) - “o qual tinha a sua morada nos sepulcros, e nem ainda com cadeias o podia alguém prender. Porque, tendo sido muitas vezes preso com grilhões e cadeias, as cadeias foram por ele feitas em pedaços, e os grilhões, em migalhas, e ninguém o podia amansar”. As pessoas não podiam detê-lo nem as cadeias subjugá-lo. A força destruidora com que despedaçava as correntes não procedia dele, mas dos espíritos malignos que nele moravam.

(3) uma pessoa possessa tem frequentes acessos de raiva (Mt 8:28) - “...tão ferozes eram, que ninguém podia passar por aquele caminho”. O evangelista Mateus, narrando esse episódio, diz que os endemoninhados estavam a tal ponto furiosos, que ninguém podia passar por aquele caminho.

(4) uma pessoa possessa perde o amor próprio (Mc 5:3,5) - “o qual tinha a suamorada nos sepulcros. E andava sempre, de dia e de noite, clamando pelos montes e pelos sepulcros e ferindo-se com pedras”. Esse homem andava nu e feria-se com pedras. Em vez de proteger-se, feria-se a si mesmoEle era o seu próprio inimigo. O ser maligno que estava dentro dele empurrou-o para as cavernas da morte. A legião de demônios que estava nele tirou dele o pudor e queria destruí-lo e matá-lo. O diabo veio para roubar, matar e destruir. Ele é ladrão e assassino. Há muitas pessoas que hoje ceifam a própria vida, quando esses espíritos imundos entram nelas. Foi assim com Judas, Satanás entrou nele e o levou ao suicídio.

b) Satanás arrasta as pessoas para a impureza (5:2,3a). Gadara era uma terra gentílica, onde as pessoas lidavam com animais imundos. O espírito que estava naquele homem era um espírito imundo. Por isso, levou esse homem para um lugar impuro - o cemitério -, para viver no meio dos sepulcros.

Os espíritos malignos levam as pessoas a se envolverem com tudo o que é imundo. Quem pratica o pecado é escravo do pecado. Há pessoas que hoje entram nos cemitérios e desenterram defuntos para fazerem despacho aos demônios. Isso é prática demoníaca.

A promiscuidade está atingindo patamares insuportáveis. A pornografia tornou-se uma indústria poderosa. A promiscuidade dos valores da geração contemporânea faz de Sodoma e Gomorra cidades muito puritanas.

c) Satanás torna as pessoas violentas (Mc 5:3,4) - “...e nem ainda com cadeias o podia alguém prender. Porque, tendo sido muitas vezes preso com grilhões e cadeias, as cadeias foram por ele feitas em pedaços, e os grilhões, em migalhas, e ninguém o podia amansar”.

O endemoninhado constituiu-se um problema para a família e para a sociedade. O amor familiar e a repressão da lei não puderam domesticar aquela fera indomável. Ele era como um animal selvagem. Resistia a qualquer tentativa de controle externo. Os seus familiares não o suportaram mais e o expulsaram.

Há seres humanos que se transformam em monstros malfeitores, em feras indomáveis. Nem o amor da família nem o rigor da lei têm abrandado a avalanche de crimes violentos em nossos dias: são terroristas que enchem o corpo de bomba e explodem espalhando morte. São os vândalos que incendeiam ônibus nas ruas. São pistoleiros de aluguel que derramam sangue por dinheiro. São traficantes que matam e morrem para alimentar o seu vício abominável.

d) Satanás atormenta as pessoas (Mc 5:5) - e andava sempre, de dia e de noite, clamando pelos montes e pelos sepulcros e ferindo-se com pedras”.

O gadareno estava perturbado mentalmente. Ele andava sempre, de noite e de dia gritando por entre os sepulcros. Não havia descanso para sua mente nem para seu corpo. Além da perturbação mental, ele golpeava-se com pedras. Vivia nu e ensanguentado, correndo pelos montes escarpados. Seu corpo emagrecido refletia o estado deprimente a que um ser humano pode chegar quando está sob o domínio de Satanás.

Há muitas pessoas hoje atormentadas, inquietas e desassossegadas, vivendo nas regiões sombrias da morte, sem família, sem liberdade, sem dignidade, sem amor próprio, ferindo-se a si mesmas e espalhando terror aos outros.

2. Jesus e a libertação de endemoninhados. Jesus veio para destruir as obras do Diabo (1João 3:8). Ele veio para que as pessoas tenham vida, e a tenham em abundância (João 10:10). Veja o exemplo do gadareno.

a) Jesus libertou esse homem da escravidão dos demônios (Mc 5:6-15). Diante de Jesus, todo joelho precisa se dobrar; até os demônios estão debaixo da autoridade de Jesus. Mediante a autoridade da palavra de Jesus a legião de demônios bateu em retirado e o homem escravizado ficou livre. Aonde Jesus chega, os demônios tremem e os cativos são libertos.

b) Jesus devolveu a esse homem a dignidade da vida (Mc 5:15) - e foram ter com Jesus, e viram o endemoninhado, o que tivera a legião, assentado, vestido e em perfeito juízo, e temeram”.

Jesus restituiu a esse homem sua sanidade mental. Aonde Jesus chega, ele restaura a mente, o corpo, a alma. Esse homem não é mais violento. Ele não oferece mais nenhum perigo à família nem à sociedade. Não há outro poder que transforma além do poder de Jesus. Só Ele cura; só Ele restaura; só Ele salva. Ele continua transformando monstros em homens santos; escravos de Satanás em homens livres; abortos vivos da sociedade em vasos de honra. Glórias sejam dadas ao Seu santo nome!

CONCLUSÃO

Os demônios e sua força destrutiva é uma realidade. Todavia, o cristão que é cheio do Espírito Santo, que está em contínua comunhão com Deus, está guardado e não há porque temer as forças do mal (Rm 8:38,39; Lc 10:18,19; Ef 6:10-18). Temos plena confiança que Deus está no controle de tudo, e que Satanás não agirá sem a devida permissão de Deus. Creia nisso!

Fonte ebdweb

terça-feira, 12 de maio de 2015

7ª lição do 2º trimestre de 2015: PODER SOBRE AS DOENÇAS E MORTE



Texto Base: Lucas 4:38,39; 7:11-17

 
“E de todos se apoderou o temor, e glorificavam a Deus, dizendo: Um grande profeta se levantou entre nós, e Deus visitou o seu povo” (Lc 7:16)

 

INTRODUÇÃO

A doença é uma consequência do juízo divino sobre a humanidade, feita ao primeiro casal, por causa do pecado. Herdamos do primeiro casal a natureza pecaminosa e passamos a viver numa terra amaldiçoada em virtude da iniquidade. Nascidos à imagem e semelhança de Adão (Gn 5:3), concebidos em pecado (Sl 51:5), não temos como deixar de possuir um corpo que está marcado para tornar à terra, como também uma natureza que, adquirida a consciência, nos leva a pecar contra Deus. Paulo afirma: “como por um homem entrou o pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram” (Rm 5:12). Mas Jesus Cristo veio para tratar do problema do pecado e das suas consequências (Is 53:4-7; 6:1,2).

Quanto à morte, ela é a situação mais difícil que o ser humano pode enfrentar. Ela é o terrível legado que herdamos dos nossos primeiros pais, que desobedeceram ao Criador no Éden (Gn 2:15-17; 3:19; Rm 5:12). É o pagamento indesejado que recebemos por ter pecado (Rm 6:23). É o fim para o qual caminhamos a passos largos (Ec 12:1-7). Mais do que isso, é o inimigo implacável que vem em nosso encalço para, no inevitável dia do encontro, nos deixar prostrados (Lc 12:20). É o último inimigo a ser aniquilado (1Co 15:26). Contudo, para o verdadeiro cristão, a morte é “lucro”. Sabe por quê? Porque Jesus venceu a morte. Para o apóstolo Paulo a morte não era uma tragédia. Ele chegou a dizer: ”Para mim o viver é Cristo, e o morrer é lucro”(Fp 1:21). Para ele, morrer é partir para estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor (Fp 1:23). Ele desejava, preferencialmente, estar com o Senhor - “Desejamos, antes, deixar este corpo, para habitar com o Senhor”(2Co 5:8). Somente aqueles que têm o Espírito Santo como penhor (2Co 5:5) podem ter essa confiança do além-túmulo. O penhor do Espírito é uma garantia de que caminhamos não para um fim tenebroso, mas para um alvorecer glorioso. Caminhamos não para a morte, mas para a vida eterna, para habitação de uma mansão permanente.

I. DOENÇAS, PERDÃO E CURA

1. Culpa, perdão e cura. Certa vez, Jesus ensinava dentro de uma casa ou de um lugar coberto. O local estava cheio e, entre os presentes, estavam os fariseus e os doutores da lei, os escribas, vindo da Galiléia, da Judeia e até de Jerusalém. Então, chegaram algumas pessoas carregando um paralítico para ver o Senhor Jesus; na verdade, para ser curado por Jesus. Como não conseguiram entrar pela porta, dirigiram-se ao terraço, tiraram as telhas e desceram o paralítico no meio, bem diante de Jesus. O esforço daqueles homens foi tão grande que Jesus viu neles uma grande fé, a confiança no seu poder de curar. Jesus teve que reagir. Mas o curioso é que Ele não curou a paralisia. Em vez disso, disse: “homem, estão perdoados os teus pecados” (Lc 5:20). Para entendermos essas palavras precisamos recordar que, para os antigos, as doenças eram causadas pelos demônios e pelos pecados (veja João 5:14; 9:2). Ora, ao perdoar os pecados, Jesus estava curando o mal pela raiz, eliminando a causa e não simplesmente os sintomas. Mas diante disso surgiu uma outra questão: segundo as Escrituras, somente Deus podia perdoar pecados (veja Êx 34:6,7; Is 43:25; 44:22).

“Quem é esse que diz blasfêmias? Quem pode perdoar pecados, senão Deus? ” (Lc 5:21). Esse foi o questionamento dos doutores da lei e dos fariseus. Jesus logo percebeu o que estavam pensando (João 2:25), e os desafiou (vide Lc 5:23,24). Foi exatamente assim que aconteceu. Jesus curou a causa e o sintoma. Libertou por dentro e por fora, no espirito e no corpo. Ou como disse o pr. José Gonçalves: “o Filho do Homem, demonstrou o seu poder tratando o problema da alma, removendo a culpa e depois cuidou do corpo, removendo a enfermidade”.

E Jesus fez isso de graça, ao passo que naquele tempo o perdão dos pecados era conseguido no templo, por meio de troca de ofertas e sacrifícios. Talvez seja até por isso que os doutores da lei e os fariseus estavam tão incomodados. Uma salvação gratuita vinha sendo anunciada e praticada. Mas não é isso também que vemos hoje em alguns movimentos religiosos? “Você só será curado, ou o seu problema só será resolvido depois de demonstrar a sua fé e o seu amor através da contribuição financeira”. Que lamentável! A transformação que Jesus faz é gratuita!

2. A ação de Satanás. A doença física é um fato incontestável, e a Escritura afirma que o primeiro motivo deste terrível mal sobre a humanidade foi a queda de Adão e Eva. O pecado é a razão pela qual o mal natural impera sobre a humanidade, todavia, nem toda enfermidade é consequência do pecado pessoal. Há debilidades físicas que são o efeito do pecado (2Cr 26:16-19; João 5:14; 9:1,2), outras procedem de causas naturais (Mt 8:2,3; 9:18-26), outras ocorrem de acordo com o propósito divino (João 9:2,3); outras derivam da permissão divina (Jó 1:10-12; 2Co 12:7-10), enquanto outras estão associadas à ação de Satanás (Lc 13:10-12; Mt 9:33,34; 17:18-21; Lc 13:11).

Veja o exemplo da mulher que andava encurvada (Lc 13:10-13). “E eis que estava ali uma mulher que tinha um espírito de enfermidade havia já dezoito anos; e andava curvada e não podia de modo algum endireitar-se” (Lc 13:11). A curvatura da espinha dorsal dessa mulher foi causada por Satanás. Ela vivia presa há dezoito anos pelo demônio. Mas Jesus se compadeceu dela, chamou-a, libertou-a do demônio. Demonstrando o seu amor, Jesus impôs as mãos sobre essa mulher, curou-a, restaurou-a. Restaurou-lhe a saúde e a dignidade, a despeito da oposição dos legalistas de plantão (Lc 13:14). A imposição das mãos não era essencial, pois Ele chegou a fazer outras curas sem usar esse gesto. Porém, as mãos ajudam o enfermo a ter fé. Podemos dizer que esse contato com Jesus é pessoal, porque Ele vem até nós por meio da fé.

Sabemos de outras partes da Bíblia que certas doenças são o resultado de atividade satânica. Os furúnculos de Jó eram infligidos por Satanás. O espinho na carne de Paulo era um mensageiro de Satanás para esbofeteá-lo. Ao Diabo não é permitido agir assim num crente, sem a permissão do Senhor. E Deus predomina sobre qualquer doença ou sofrimento para a sua própria glória.

Muitos gostam das obras de Jesus, mas não abrem o coração para que Ele os liberte de um mal que é tão grande quanto o daquela pobre mulher: o mal do pecado e da escravidão de Satanás. Você já aceitou Jesus como seu Senhor e Salvador? Ou ainda está preso pelo peso da religiosidade falsa ou pelo poder demoníaco do pecado? Saiba que Jesus pode e quer libertar você. Recebe-o em sua vida!

3. Os salvos podem adoecer? Sim. O fato de que a saúde faz parte do plano de Deus para a salvação não significa que a doença venha a ser erradicada da vida de todo aquele que aceita a Jesus Cristo como Senhor e Salvador da sua vida. Assim como o fato de ser salvo não nos livra da morte física, consequência praticamente inevitável do pecado e que acomete tanto os salvos quanto os ímpios, assim também não estamos imunes à doença. Jesus cura os enfermos, este é um sinal de que Ele venceu a morte e o inferno, de que Ele é o Salvador do mundo, mas daí a se dizer que todo salvo não fica doente há uma grande distância.

A Bíblia está repleta de exemplos de homens e mulheres de Deus que, apesar de terem uma vida de comunhão com o Senhor, adoeceram e, por vezes, até morreram doentes, sem que esta doença significasse qualquer desvio espiritual ou pecado por parte do servo do Senhor. O ser humano se desgasta, pois, o seu corpo é corruptível (2Co 4:16). Um dia, os salvos se revestirão de incorruptibilidade (1Co 15:54). Por enquanto, embora Jesus tenha poder para nos curar, segundo a sua vontade (1Jo 5:14; Mt 6:9,10), estamos sujeitos às enfermidades. Mas, os pregadores da saúde perfeita sempre 'exigem' a cura e dizem “que o Senhor cura sempre, pois a saúde é um direito do crente”. Se a saúde é um direito do crente, por que ele fica doente? Por que Paulo, Timóteo e Trófimo não foram curados (2Co 12:7-9; 1Tm 5:23; 2Tm 4:20)? Jó estava em pecado, quando adoeceu (Jó 1:1; 2:12,13)? A propósito, o profeta que maior número de milagres fez no Antigo Testamento, Eliseu, em que repousava porção dobrada do Espírito Santo que havia estado em Elias, diz-nos as Escrituras, morreu por causa de uma doença (2Rs 13:14). Em Salmos 41:3, está escrito: “O Senhor o sustentará no leito de enfermidade; tu renovas a sua cama na doença”. Isso prova que o cristão, salvo em Cristo, adoece som certeza!

II. RAZÕES PARA CURAR

1. A compaixão. Lucas mostra que uma das razões da cura dos enfermos no ministério de Jesus estava em sua capacidade de demonstrar compaixão. Para justificar isso Lucas descreve a cura do leproso descrito em Lc 5:12,13. Este leproso se aproximou tanto de Jesus a ponto do Senhor poder tocá-lo. Isso é digno de nota porque a lei ordenava: “[...] habitará só; a sua habitação será fora do arraial” (Lv 13:46). Esse leproso não se escondeu, mas correu na direção de Jesus. Ele furou o bloqueio, transcendeu, fez o que não era comum fazer. Ele contrariou os clichês sociais e quebrou paradigmas. Dispôs a enfrentar o desprezo, a gritaria ou mesmo as pedradas da multidão. Ele rompeu com declaração do fracasso imposto à sua vida. Ele estava fadado à morte, ao abandono, ao opróbio, à caverna, ao leprosário. Contudo, ele se levantou e foi ao Salvador. Ele esperou contra a esperança e não desanimou.

Qual foi a atitude de Jesus para com esse leproso? Jesus demonstrou uma compaixão profunda (Mc 1:41): “E Jesus, movido de grande compaixão, estendeu a mão, e tocou-o, e disse-lhe: Quero, sê limpo!”. Jesus sentiu compaixão pelo leproso em vez de pegar em pedras para o expulsar da sua presença. Jesus sentiu profundo amor por esse pária da sociedade em vez de sentir náuseas dele. Todos tinham medo dele e fugiam dele com náuseas, mas Jesus teve profunda compaixão e o tocou.

O real valor de uma pessoa está em seu interior e não em sua aparência. Embora o corpo de uma pessoa possa estar deformado pela enfermidade, o seu valor é o mesmo diante de Deus. Jesus não considerava ninguém indigno, quer leproso, ou cego, surdo ou paralitico. Ele veio ao mundo para ajudar, curar e salvar. Alguém disse que “as pessoas não estão perdidas porque elas são muito más para serem salvas, mas estão perdidas porque não querem vir a Cristo para erem salvas”.

Mesmo que todos rejeitem você, Jesus se compadece. Ele sabe o seu nome, seu problema, sua dor, suas angustias, seus medos. Ele não o escorraça. Portanto, não corra de Deus, corra para Ele. Não fuja de Jesus, prostre-se aos seus pés. Ele convida: “vinde a mim todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei” (Mt 11:28).

2. Manifestação messiânica. Lucas nos mostra outra justificativa do poder de Jesus sobre as doenças: a revelação da sua natureza messiânica. Veja o aspecto messiânico de Jesus na cura do cego de Jericó (Lc 18:38-42). Este não era somente cego, também era mendigo (Lc 18:35). Faltava-lhe luz nos olhos e dinheiro no bolso. Estava entregue às trevas e à miséria. Vivia a esmolar à beira da estrada, dependendo totalmente da benevolência dos outros. Um cego não sabe para onde vai, um mendigo não tem aonde ir.

Esse homem não era apenas cego e mendigo, também não tinha nome; ele era conhecido apenas por filho de Timeu (Mc 10:46). Desta feita, esse homem estava também com sua autoestima achatada. Portanto, não tinha saúde, nem dinheiro, nem valor próprio. Ele carregava não apenas sua capa, mas também seus complexos, seus traumas, suas feridas abertas.

Um detalhe importante deve ser destacado: aquela era a última vez que Jesus passaria por Jericó (Lc 18:37). Era a última vez que Jesus subiria a Jerusalém. Portanto, aquela era a última oportunidade de Bartimeu. Não há nada mais perigoso do que desperdiçar uma oportunidade. As oportunidades vêm e vão. Se não as agarrarmos, elas se perderão para sempre.

Bartimeu clamou: “Jesus Filho de Davi, tem misericórdia de mim” (Lc 18:38; Mc 10:47). O fato de esse cego mendigo chamar Jesus de “Filho de Davi” revela que ele reconhecia Jesus como o Messias. Este era um título messiânico. Não há nenhuma cura de cego no Antigo Testamento; os judeus acreditavam que tal milagre era um sinal de que a era messiânica havia chegado (Is 29:18; 35:5).

Apesar de cego, Bartimeu enxergou mais do que os sacerdotes, escribas e fariseus. Estes tinham olhos, mas não discernimento. Muitos que haviam testemunhado os milagres de Jesus estavam cegos a respeito da sua identidade, recusando-se abrir seus olhos para a verdade.

Bartimeu era cego no corpo, mas enxergava com os olhos da alma. Os olhos do seu entendimento estavam abertos. Ele viu coisas que Anás, Caifás e as hostes de mestres em Israel não viram.

Bartimeu compreendeu que Jesus, o Messias, tinha poder e autoridade para dar-lhe visão. Ele foi curado por Cristo (Lc 18:42). Saiu de uma cegueira completa para uma visão completa. Num momento, cegueira total; no seguinte, visão intacta. A cura foi total, imediata e definitiva.

Mas Jesus não apenas curou e cegueira física de Bartimeu, também perdoou os seus pecados, salvou a sua alma: “...a tua fé te salvou” (Lc 18:42). Jesus diagnosticou uma doença mais grave e mais urgente do que a cegueira física. Não apenas os olhos de Bartimeu estavam em trevas, mas também a sua alma. Ele foi buscar a cura para seus olhos, e encontrou a salvação da sua alma. Diz o texto lucano: “E logo viu, e seguia-o, glorificando a Deus” (Lc 18:43).

Bartimeu viu, com os olhos da alma, que Jesus era o Messias esperado, o Todo Poderoso Deus. Você tem os olhos da sua alma abertos? Pedro adverte: “para que a prova da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro que perece e é provado pelo fogo, se ache em louvor, e honra, e glória na revelação de Jesus Cristo; ao qual, não o havendo visto, amais; no qual, não o vendo agora, mas crendo, vos alegrais com gozo inefável e glorioso, alcançando o fim da vossa fé, a salvação da alma” (1Pedro 1:7-9).

III. AUTORIDADE PARA CURAR

A saúde do homem é um objetivo perseguido por Deus quando do estabelecimento do plano da salvação. O Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (João 1:29), ao tirar o pecado, haveria, também, de tirar tudo aquilo que era consequência do pecado, ou seja, a morte física e o seu corolário, que é a doença. Não é por acaso que, durante Seu ministério terreno, Jesus tenha, por diversas vezes, curado enfermos, como comprovação de que Seu trabalho, sobre a face da Terra, era restaurar aquele estado anterior ao pecado, um estado onde a doença simplesmente inexistia (Mt 8:16,17; Mc 1:34; Lc 7:21). Na sua feliz síntese do ministério de Cristo, o apóstolo Pedro não deixou de lembrar que Jesus “… andou fazendo bem e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com Ele” (At 10:38b).

Essa autoridade foi delegada à Igreja. Jesus é o mesmo ontem, hoje e eternamente (Hb 13:8) e prometeu estar conosco todos os dias até a consumação dos séculos (Mt 28:20), tendo, como uma de suas missões, a de cooperar com o trabalho evangelizador da Igreja (Mc 16:20), e esta cooperação se dá através da realização de curas, sinais e maravilhas, que confirmem a Palavra que é pregada.

A história da Igreja está repleta de exemplos de que, quando os crentes passaram a buscar a Deus de forma mais decidida, orando, jejuando e se santificando, Deus promoveu grandes avivamentos, sempre acompanhados de sinais e maravilhas, de que é prova, aliás, o avivamento pentecostal, que já tem mais de 100 anos de existência, embora, tenhamos de admitir, que nestes últimos dias da Igreja, pela falta de persistência, não vemos mais sinais e maravilhas como no passado. Todavia, Jesus continua a ser Aquele que foi dar saúde ao criado do centurião romano (Mt 8:7), o mesmo que foi anunciado por Pedro e que deu saúde para Enéias (At 9:34). O Seu propósito é fazer com que os milagres que ocorreram em seu ministério terreno continuem a acontecer durante a dispensação da graça, que só terminará com o arrebatamento da Igreja.

IV. A REDENÇÃO DO NOSSO CORPO

Vivemos no mundo sujeito às consequências do pecado, e a Terra foi maldita por causa do pecado do homem (Gn 3:17). Portanto, enquanto estivermos aqui estaremos sujeitos às doenças e à morte, todavia, quando o nosso corpo for revestido da incorruptibilidade aí sim, gozaremos para sempre uma vida de plena saúde.

Um dia não haverá mais doenças, nem lágrimas – “E Deus limpará de seus olhos toda lágrima, e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor, porque já as primeiras coisas são passadas” (Ap 21:4). No novo Céu e na nova Terra não haverá mais sofrimento. Não haverá mais enfermidades, defeito físico, cansaço, fadiga, depressão, lágrimas. Não haverá choro nas ruas da Nova Jerusalém. Este mundo é um vale de lágrimas. Muitas vezes encharcamos o nosso leito com nossas lágrimas. Choramos por nós, por nossos filhos, nossa família, nossos amigos. Entramos num mundo chorando e saímos dele com lágrimas, mas no Céu não haverá lágrimas. Deus é quem vai enxugar nossas lágrimas. Aleluia!

No Novo Céu e na Nova Terra não haverá luto nem morte (Ap 21:4). A morte vai morrer e nunca vai ressuscitar. Ela será lançada no lago de fogo e enxofre. Ela não poderá mais nos atingir. Seremos revestidos da imortalidade. No Céu não haverá vestes mortuárias, velórios, enterros, cemitérios. No Céu não há despedida. No Céu não há separação, acidente, morte, hospitais. Diante de uma esperança tão gloriosa da redenção do nosso corpo, o que poderíamos dizer? “Ora, vem, Senhor Jesus!” (Ap 21:20).

“A ressurreição de Cristo mediante o Espírito é a garantia de que seremos ressuscitados e transformados de tal maneira que nosso corpo ressuscitado será imortal e incorruptível (1Co 15:42-44,47,48,50-54). Nosso novo corpo será tão diferente do atual quanto a planta é diferente da semente (1Co 15:37).

O corpo ressurreto do crente também é descrito como ‘espiritual’ em contraste com o nosso corpo ‘natural’. Geralmente concorda-se que ‘espiritual’ não significa ‘consistente em espírito’, pois esse corpo não é imaterial, ou sem densidade. Os discípulos sabiam por sua própria experiência que o corpo ressurreto de Cristo era real e palpável – não era fantasma, mas diferente, ajustável tanto à terra quanto ao céu, e não limitado às atuais condições de tempo e de espaço. Por isso, nosso corpo ressurreto é chamado ‘celestial’” (HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal, 1 ed. Rio de Janeiro. CPAD, pp 615,616).

CONCLUSÃO

A cura divina não é um fim em si mesmo. Não se trata de uma promessa sem finalidade ou propósito a não ser a remoção da doença, mas o seu objetivo é a glorificação do nome do Senhor, a confirmação da palavra da pregação, a comprovação da presença de Deus no meio do seu povo. Jesus cura para que o nome de Deus seja glorificado e engrandecido. Todavia, muitas vezes, a glorificação do nome de Deus vem não pela cura física, mas, sim, pela morte de um justo. Não podemos querer saber os desígnios de Deus nem discutir porque Deus fez assim ou daquele outro modo, pois, se o fizermos, seremos como o caco de barro que discute o que deve fazer o oleiro. A grande segurança da fé em Cristo está na certeza de que, vivendo ou morrendo, o bem supremo de nossa vida é o Senhor, de modo que tudo é lucro, no dizer apostólico (Fp 1:21-27).

Fonte: ebdweb