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terça-feira, 28 de julho de 2015

5ª Lição do 3º trimestre de 2015: APOSTASIA, FIDELIDADE E DILIGÊNCIA NO MINISTÉRIO


“Mas o Espírito expressamente diz que, nos últimos tempos, apostatarão alguns da fé dando ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios” (1Tm 4:1).

 
INTRODUÇÃO

Nesta Aula trataremos das advertências do apóstolo Paulo a Timóteo acerca do perigo das falsas doutrinas e acerca do caráter e a obra do ministro num contexto de deletéria influência dos falsos mestres. Três pontos serão destacados: o perigo das falsas doutrinas, a fidelidade dos ministros e a diligência no ministério.

Quando Nosso Senhor Jesus Cristo estava com seus discípulos, em seu ministério terreno, falou-lhes acerca dos últimos tempos, ou do fim dos tempos, em que uma das características marcantes seria a falsidade, o engano, a mentira e a mistificação. Jesus sabia que sua igreja sofreria os ataques dos falsos mestres, ou falsos profetas, que apareceriam, vindos de fora, ou mesmo surgindo no seio da comunidade cristã. Naturalmente, Paulo tinha bastante ciência destas advertências de Jesus quanto aos "últimos tempos". Em sua carta a Timóteo, ele expressou sua preocupação com os falsos ensinadores, heréticos e astutos, na busca pelo domínio da mente dos que estavam na igreja em Éfeso. Era uma antevisão do que a Igreja está vivendo nos dias presentes, dias que antecedem a volta de Cristo.

I. A APOSTASIA DOS HOMENS

1. A apostasia. “Mas o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé”(1Tm 4:1a). O mesmo Espírito que havia inspirado Paulo a alertar os presbíteros de Éfeso acerca da chegada dos falsos mestres (At 20:29,30), agora leva Paulo a alertar Timóteo, pastor da igreja de Éfeso, de que esse tempo chegaria e o resultado seria a apostasia de alguns.

Apostasia deriva-se da expressão grega “apostásis”, que significa afastamento. Para o cristão, apostasia significa abandonar a fé cristã de forma consciente e premeditada. Então, para que haja apostasia é necessário que a pessoa tenha experimentado o novo nascimento, ou seja, que tenha certeza de sua salvação e aí, de forma consciente e deliberada, abandona a fé e passa a negar toda verdade por ela experimentada. É diferente daquela pessoa que vem para a Igreja, ou já nasce na Igreja, torna-se membro, porém, sem passar pela experiência da conversão e pelo fato da ausência de uma genuína doutrina bíblica em sua vida, e sem nenhuma experiência real de fé, vai para outra denominação, batiza-se novamente. Em casos como estes não se pode falar em apostasia; essa pessoa não tem qualquer noção do erro que está cometendo. O que ela precisa, na verdade, é de uma verdadeira conversão, ou de uma experiência real com Cristo.

Ninguém pode abandonar aquilo que nunca teve. Para que haja apostasia é necessário o abandono consciente e premeditado da fé. Crente salvo pode cometer apostasia; crente não salvo, não pode, pois ele não pode abandonar o que nunca teve.

No Antigo Testamento a apostasia era considerada adultério espiritual. Israel era chamado de “esposa de Jeová”. Sempre que Israel seguia a outros deuses, ou se curvava diante de ídolos, era acusado de apostasia. Esta foi, inclusive, a causa principal do cativeiro babilônico.

Diferença entre o apóstata, o crente desviado e o crente caído. Não fazemos diferença entre desviar-se e afastar-se da Igreja. Todavia, desviar-se não é a mesma coisa de uma queda acidental. Acidentalmente, num momento de descuido, de falta de vigilância, o crente pode pecar, cair. Isto não significa estar desviado. O que caiu pode seguir o conselho de João e levantar-se – “Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo para que não pequeis; e se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o Justo...Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça”(1João 2:1 e 1:9). Aconteceu com Davi. Num momento de descuido, de falta de vigilância, ele pecou, porém, não foi necessário desviar-se, afastar-se, ou ser afastado do Trono. Davi reconheceu o seu pecado, confessando-o diante de Deus (Sl 51); foi perdoado e continuou sendo um homem de Deus (cf. 2Sm 11 e 12). Davi caiu, porém, não se desviou. Contudo, é possível começar a afastar-se, ou desviar-se logo após uma queda acidental, ou seja, após ter cometido um pecado, que precisa ser confessado e ele não quer confessar. Pode, ainda, afastar-se devido a uma tristeza, ou uma decepção. Todavia, isto nada tem a ver com a apostasia.

Pecar, por um momento de descuido, afastar-se da Igreja, ou desviar-se, quer seja porque tenha pecado, quer seja por ter sofrido uma decepção, quer seja por ter perdido o ânimo, por falta de oração, de alimento espiritual, nada tem a ver com o pecado imperdoável ou com apostasia.

O desviado pode, e deve voltar, mas para o apóstata não há retorno. Aconteceu com o rei Saul, com Judas Iscariotes, com Israel e com muitos outros. Pode, também, acontecer conosco. Muitos mestres torcem as Escrituras e vendem a alma ao Diabo, tentam introduzir o mundo na Igreja, sob a alegação de que esta não pode viver alheia à modernização – é a doutrina de Balaão. Tenhamos cuidado! A doutrina de Balaão continua a fazer estragos! Ela quer comprometer a Igreja, impregnando-a com a cultura e com os costumes do mundo (Rm 12:1).

2. Espíritos enganadores (1Tm 4:1). ”... dando ouvidos a espíritos enganadores...”. “Espíritos enganadores” é uma expressão usada em linguagem figurada para descrever os falsos mestres, tomados por maus espíritos, que enganam os menos cautelosos. Quem está por trás das heresias são os espíritos enganadores, os próprios demônios. O apóstolo Paulo sabia que se a igreja deixasse de verificar os seus ensinamentos correria sérios riscos à sua saúde espiritual. Os falsos mestres iriam distorcer com facilidade a verdade cristã. Esse perigo crítico viria de dentro da igreja. Os falsos ensinadores eram e ainda são uma ameaça à igreja. Os falsos mestres que promovem a apostasia engrossam as fileiras das seitas, e muitos estão infiltrados nas igrejas, lecionando nas cátedras dos seminários e subindo aos púlpitos para destilar seu veneno letal.

3. Doutrinas de demônios (1Tm 4:1b). “...dando ouvidos ... a doutrinas de demônios”. Doutrinas de demônios não significam ensinamentos sobre demônios, mas doutrinas inspiradas por demônios, ou que tem sua fonte no mundo demoníaco. Os falsos mestres são inspirados por demônios, assim como os apóstolos eram inspirados pelo Espírito de Deus. Satanás tem seus próprios ministros e suas próprias doutrinas. As Escrituras descrevem o diabo não apenas como tentador, atraindo pessoas para o pecado, mas também como enganador, seduzindo as pessoas para o erro. Os falsos mestres são escravizadores dos homens e difamadores de Deus. Eles proíbem o que Deus ordena e escravizam pessoas, impondo a elas restrições que Deus nunca fez. Sem dúvida, os falsos mestres eram e continuam sendo uma ameaça para a igreja de Cristo. O líder precisa estar atendo e alertar suas ovelhas quanto às falsas doutrinas pregadas pelos falsos pregadores na atualidade.

II. A FIDELIDADE DOS MINISTROS

1. O bom ministro (1Tm 4:6a). “Propondo estas coisas aos irmãos, serás bom ministro de Jesus Cristo...”. Aqui, Paulo adverte a Timóteo sobre o dever de dar instruções aos cristãos da igreja de Éfeso acerca das coisas mencionados em 1Tm 4:1-5, agindo como um “bom ministro de Cristo”. A palavra “ministro”, usada por Paulo aqui, é diakonos, aquele que serve os convidados à mesa como um garçom. Somos mordomos de Deus, e o alimento que servimos a seu povo é a Palavra.

O bom ministro é aquele que serve a igreja, exortando, ensinando e discipulando as ovelhas do Senhor. O pastor precisa advertir o povo de Deus do perigo das falsas doutrinas e da apostasia religiosa. Hoje muitos pastores não gostam de combater as heresias. Outros não têm apreço pelo estudo das doutrinas da graça. Alguns dizem que a doutrina divide e que só deveríamos falar sobre aquilo que nos une. Mas o pastor precisa alertar a igreja sobre o perigo das heresias e sobre a influência perigosa dos falsos mestres. Expondo e alertando os irmãos sobre esses perigos é que ele se torna um bom ministro de Cristo. O bom ministro zela pela vida espiritual do rebanho do Senhor.

O bom ministro se alimenta da Palavra, depois alimenta o rebanho com a Palavra -“...alimentado com a palavra da fé e da boa doutrina que tens seguido” (1Tm 4:6b). Segundo o rev. Hernandes Dias Lopes, primeiro o pastor é um estudante que aprende a Palavra, depois é um mestre que ensina a Palavra. Primeiro ele se debruça sobre os livros, depois se levanta diante da congregação para ensinar. Só ensina bem quem aprende bem. Não podemos combater a heresia se não estivermos calçados com a sã doutrina. Não podemos combater o erro se não estivermos comprometidos com a verdade. Não podemos enfrentar as falsas doutrinas se não permanecermos na sã doutrina. Cabe ao ministro do evangelho combater a mentira e promover a verdade; denunciar as heresias e anunciar o evangelho; desmascarar as falsas doutrinas e colocar em relevo a sã doutrina.

2. Rejeitando as fábulas profanas (1Tm 4:7). “Mas rejeita as fábulas profanas e de velhas e exercita-te a ti mesmo em piedade”. Segundo Hernandes Dias Lopes, “fábulas” aqui provavelmente corresponde a histórias míticas que foram forjadas sobre fatos do Antigo Testamento, mormente as genealogias, mais tarde transformadas em intricados sistemas filosóficos gnósticos. Os falsos mestres gostam de introduzir novidades estranhas às Escrituras em seus ensinos. Eles se apartam da verdade e preenchem esse espaço com esquisitices como fábulas profanas alimentadas por pessoas ensandecidas. Essas tradições apóstatas estão em oposição às Escrituras e as contradizem. Essa mesma advertência é feita a Tito (Tt 1:14) e repetida a Timóteo (1Tm 1:4; 2Tm 4:4).

O apostolo Paulo aconselha Timóteo a rejeitar as fábulas profanas e de velhas. Ele não deve combatê-las nem perder muito tempo com elas. Ao contrário, deve trata-las com desdém e desprezo. Timóteo é aconselhado a se exercitar na piedade, em vez de desperdiçar tempo com mitos e fábulas. Tal exercício envolve leitura e estudo da Bíblia, oração, meditação e testemunho. “É impossível tornar-se piedoso naturalmente, pois o sentido da corrente está contra nós”. É preciso exercício e esforço.

3. O exercício físico e a piedade (1Tm 4:7,8). “...exercita-te a ti mesmo em piedade. Porque o exercício corporal para pouco aproveita, mas a piedade para tudo é proveitosa...”. O sentido básico da palavra “piedade” é "reverência" e "respeito". O pastor é um homem que precisa ter reverência a Deus. A vida do pastor é a vida de seu ministério. Sua piedade pessoal é o fundamento de sua autoridade espiritual.

Em 1Tm 4:8 o apóstolo Paulo contrasta dois tipos de exercício: o exercício físico e o exercício da piedade. O exercício físico tem algum valor para o corpo, mas é limitado e de curta duração. A piedade, por outro lado, é boa para o espirito, a alma e o corpo do ser humano, e não é apenas por um tempo, mas para toda a eternidade. É claro que precisamos cuidar do corpo, e o exercício faz parte desse cuidado. O corpo é o templo do Espírito Santo que deve ser usado para sua glória (1Co 6:19,20) e também é instrumento para seu serviço (Rm 12:1,2). Contudo, os exercícios beneficiam o corpo apenas nesta vida, ao passo que o exercício da piedade é proveitoso hoje e na eternidade. Paulo não pede que Timóteo escolha entre um e outro. Devemos praticar ambos, mas nos concentrar na piedade. Mais que o cuidado com o corpo, o pastor precisa cuidar de seu caráter e de sua reputação. Pense nisso!

III. A DILIGÊNCIA NO MINISTÉRIO

1. O ensino prescritivo (1Tm 4:11). “Manda estas coisas e ensina-as”. Paulo, aqui, determina que Timóteo não fraqueje na ministração da doutrina à igreja em Éfeso, visto que as heresias estavam se espalhando com certa facilidade, por meio dos "homens que falam mentiras, tendo cauterizada a sua própria consciência" (1Tm 4:2). As "coisas" que foram ensinadas pelo apóstolo deveriam ser ministradas aos crentes de forma incisiva, sem condescendência com os falsos mestres e os falsos ensinos, que tinham origem nos "espíritos enganadores" e nas "doutrinas de demônios".

Concordo com o pr. Elinaldo Renovato, quando diz que nos tempos presentes o ensino tem sido negligenciado por muitos lideres de igrejas. Há uma supervalorização do louvor, do cântico, dos hinos, dos instrumentos musicais, em detrimento da pregação e do ensino da Palavra de Deus. Não é por acaso, que há uma geração fraca, “anêmica” e “raquítica” em relação aos conhecimentos e à prática da Palavra de Deus. Há muito falatório, muito barulho, muito grito e dramatização e pouco ensino fundamentado da doutrina sagrada. Já predomina uma cultura, no meio da igreja evangélica, de que “um culto maravilhoso” é aquele em que se apresenta “um cantor de fora”, ou um “pregador famoso, convidado para os eventos”. Ou um culto, em que haja manifestações gratuitas de emocionalismo infantil, como o famoso “re-té-té”, ou exibicionismo carnal, disfarçado de espiritualidade. Por isso, Paulo não diminui a ênfase no ensino da sã doutrina. Pelo contrário, ele disse: “Manda” e “ensina” as coisas que foram determinadas em sua carta.

2. O exemplo dos fiéis (1Tm 4:12). “Ninguém despreze a tua mocidade; mas sê o exemplo dos fiéis, na palavra, no procedimento, no amor, na fé, na pureza”. Timóteo era jovem, tímido e doente. Por isso, algumas pessoas em Éfeso estavam inclinadas a desprezar sua liderança. Paulo, então, desafia o jovem pastor a não ficar desanimado, mas a se erguer como exemplo de maturidade espiritual para todos os fiéis. Não significa que Timóteo deveria se colocar em um pedestal e se considerar imune a críticas. Ao contrário, ele não deveria dar nenhum motivo para alguém condená-lo. Ser exemplo dos fiéis quer dizer que ele deveria evitar a possibilidade de críticas justificadas.

Em 1Tm 4:12, Paulo elenca cinco áreas em que Timóteo deveria ser exemplo: (*)

- Primeiro, na palavra. O líder espiritual não pode tropeçar na própria língua. Seu linguajar precisa ser puro, e suas palavras precisam ser verdadeiras e oportunas. O líder espiritual não pode ser um homem precipitado no falar. Não pode ser maledicente nem usar linguagem profana.

- Segundo, no procedimento. A vida do líder é a vida de sua liderança. A vida do líder precisa ser o avalista de suas palavras. Ele deve ser irrepreensível na conduta, em contraposição aos falsos mestres que professam conhecer Deus, mas o negam com suas obras (Tt 1:16). A vida do líder precisa ser consistente com a grandeza do ministério que ele exerce.

- Terceiro, no amor. O amor é o distintivo do cristão, a marca do líder, a evidência mais eloquente de que ele é nascido de novo e discípulo de Cristo. O líder cristão precisa ter profundo apego pessoal a seus irmãos e genuína preocupação com o seu próximo. Nunca será mordaz, nem ressentido, nem vingador; nunca se permitirá odiar; nunca se negará a perdoar. Só buscará o bem de seus semelhantes, não importa o que sejam nem como atuem com respeito a ele.

- Quarto, na fé. O líder espiritual precisa ter uma fé sem fingimento. Deve confiar em Deus e ser fiel a ele. A fé é a indestrutível fidelidade a Cristo, não importa o que isto lhe custe. É uma fidelidade a Cristo que desafia as circunstâncias.

- Quinto, na pureza. Éfeso era um centro de impureza sexual, e o jovem Timóteo enfrentava muitas tentações. Seu relacionamento com as mulheres da igreja deveria ser puro (1Tm 5:2). A palavra grega hagneia, traduzida por pureza, cobre, além da castidade em matéria de sexo, a inocência e a integridade de coração. Refere-se à pureza de ato e pensamento.

3. O cuidado que o ministro deve ter com o aprendizado (1Tm 4:13). “Persiste em ler, exortar e ensinar, até que eu vá”. Paulo orienta a Timóteo que ele deveria se aplicar à leitura pública das Escrituras, à exortação e ao ensino da doutrina. Há uma ordem definida aqui. Antes de tudo, Paulo enfatiza a leitura pública da Palavra de Deus - uma prática iniciada nos tempos do Antigo Testamento (cf. Êx 24:7; Dt 31:11; Js 8:35; 2Rs 23:2,3; Ne 8:1-18) e continuada nas sinagogas (Lc 4:16; At 15:21; Cl 4:16; 1Ts 5:27). Isso era especialmente necessário naquela época, já que a distribuição das Escrituras era muito limitada. Poucas pessoas tinham a cópia das Escrituras Sagradas.

Depois de ler as Escrituras, Timóteo foi orientado a exortar os crentes, baseando-se no que tinha lido, por meio da pregação. Timóteo devia exortar, ou seja, advertir, aconselhar e incentivar seus ouvintes a respeito das grandes verdades da Palavra de Deus, ajudando-os a aplicar estas verdades em suas vidas diárias.

Ensinar refere-se ao treinamento na doutrina cristã. As pessoas precisam conhecer, entender e ser lembradas constantemente das grandes verdades da fé cristã.

Ler, explicar e aplicar o texto das Escrituras é a essência da pregação expositiva. Todavia, para “ensinar”, o pastor precisa gostar de aprender.

CONCLUSÃO

A apostasia já começou, temo-la visto a cada dia, a cada instante. Muitos, sem qualquer temor, tem trocado Jesus por tudo o que este mundo oferece, endurecendo seus corações às advertências e às palavras que o Espírito Santo tem colocado na boca dos seus servos, indiferentes a todas as advertências constantes das Escrituras. Havendo a apostasia, sabemos que é iminente o aparecimento do “homem do pecado” e, portanto, não nos cabe outra atitude senão vigiar.

Fonte: ebdweb 


sábado, 25 de julho de 2015

ASSEMBLEIANOS DE ALAGOAS LAMENTAM A MORTE DO PASTOR JOSÉ ANTÔNIO DOS SANTOS

         
 “Estamos todos tristes humanamente falando”[...] “Perdemos nosso pastor um grande homem de Deus”[...] “Alagoas está perdendo um homem exemplar”[...]” perdemos um grande tesouro como homem e como Pastor”[ ...] “sem palavras”[...] “o centenário da assemblei a de Deus alagoas vai ser triste sem o pastor Neco”[...]

             Estas e outras expressões  postadas nos mais variados sites, blogs e rede sociais, retrata a comoção sentida pelos assembleianos do estado de Alagoas bem como de  todo país, ao ter conhecimento da morte do Pastor José Antônio dos Santos (Pastor Presidente da Igreja Evangélica Assembleia de Deus no estado de alagoas) nesta sexta-feira 24.

             A morte do Pastor José Antônio dos Santos aconteceu  nesta sexta-feira, 24, no Hospital Santa Paula, em São Paulo, por falência múltipla dos órgãos. Ele esteve internado para tratar problemas de saúde, relacionado a disfunções no fígado.

            O pastor José Neco presidiu a igreja alagoana por 29 anos. Ele também era líder da Umadene, entidade que reúne obreiros de todo o Nordeste, e vice-presidente da CGADB. Para o Pastor José Wellington Bezerra da Costa Presidente da Assembleia de Deus no Brasil, o pastor Neco era o apostolo das Assembleias de Deus no Nordeste e que perdeu um grande amigo.


           O corpo, será velado neste sábado, 25 de julho, a partir das 8 horas da manhã, no templo-sede do bairro Farol, na Avenida Moreira e Silva, 406. Já a cerimônia será no domingo, 26, às 10h, também no templo-sede, com o sepultamento previsto para às 16h no Cemitério Campo Santo Parque das Flores, no bairro Tabuleiro Maceió-AL.

Por Efigênio Hortêncio

quarta-feira, 22 de julho de 2015

4ª lição do 3º trimestre de 2015: PASTORES E DIÁCONOS


Texto Base: 1Timóteo 3:1-4,8-13

 
“Convém, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma mulher, vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto para ensinar” (1Tm 3:2).

 

INTRODUÇÃO

Depois de tratar da correta postura de homens e mulheres no culto público, Paulo passa a falar sobre as qualificações da liderança da igreja. Em 1Tm 3:1-13, o apóstolo aborda os predicados dos bispos ou pastores e do diácono.

I. QUEM DESEJA O EPISCOPADO

1. “Excelente obra deseja”. Paulo diz que aqueles que aspiram ao episcopado excelente obra almejam (1Tm 3:1). Mas também é um trabalho árduo. Não é uma obra para gente preguiçosa, mas uma obra que exige todo esforço, todo empenho e todo zelo. As demandas internas e externas do rebanho são exaustivas, entre elas o cuidado para com as pessoas do rebanho, visita a enfermos, questões relacionadas a administração eclesiástica e o constante desafio de se dedicar à oração e ao ensino da Palavra de Deus. Diz o Rev. Hernandes Dias Lopes, em seu livro “De: Pastor A: Pastor”, que “ser ministro é viver constantemente sob pressão. O ministério é uma arena de lutas contra o poder das trevas e contra o poder da carne. Não há ministério sem lágrimas. Ser pastor é cruzar um deserto escaldante, em vez de pisar os tapetes aveludados da fama. Ser pastor é a arte de engolir sapos e vomitar diamantes. Ser pastor é estar disposto aINVESTIR a vida na vida dos outros sem receber o devido reconhecimento. Ser pastor é amar sem esperar a recompensa, é dar sem esperar receber de volta. Ser pastor é saber que o nosso galardão não nos é dado aqui, mas no céu”.

É bom ressaltar, ainda, que o episcopado não é uma plataforma de privilégios, mas um campo de trabalho árduo. É um chamado para o serviço, e não para o estrelato. O episcopado é mais serviço e menos status. É trabalho, mais do que honra. É dedicação da vida, do tempo, dos talentos e dos dons a Deus e a seu povo.

2. A chamada. Segundo Hernandes Dias Lopes, o episcopado, do ponto de vista divino, é um chamado, uma vocação, um ministério concedido pelo próprio Espírito Santo. Do ponto de vista humano, o episcopado pode ser desejado com legitimidade. O chamado divino, mediante a convicção interna, referendada pelo testemunho externo, atesta a legitimidade do ministério. Ninguém deve exercer a liderança sem ter convicção de que este é um chamado de Deus; por outro lado, ninguém deve fazê-lo sem uma profunda aspiração. Nenhuma pessoa deve exercer a liderança espiritual da igreja por constrangimento (1Pe 5:2).

Concordo com pr. Elinaldo Renovato quando diz que o episcopado não deve ser fruto de acordos e arranjos ministeriais, por amizade, família ou condição social ou financeira. Deve ser resultado de um relacionamento sério com Deus, o dono da obra. Paulo foi chamado desde o ventre (Gl 1:15). Nem todos são chamados assim. Mas quem é chamado, não só tem a convicção da chamada, mas apresenta um perfil que agrada a Deus. Não há uma única forma da chamada.

3. O preparo. O preparo de um pastor é contínuo, não termina quando conclui um seminário teológico, mas se dá durante toda a sua jornada. Em o Novo Testamento vemos que os apóstolos foram chamados, mas só foram enviados após algum tempo de aprendizado com Jesus (Mc 6:7; Mt 10:16; Lc 10:1). O exemplo de Paulo também é bem significativo. Ele foi chamado por Jesus, já possuía o conhecimento das Escrituras Sagradas, pois teve como professor o grande mestre Gamaliel (At 22:3), mas partiu para a Arábia e ali ficou três anos se preparando para exercer ser ministério junto aos gentios (Gl 1:17,18).

Ante a notoriedade que havia alcançado como perseguidor dos cristãos, ele não foi bem aceito entre os cristãos de Jerusalém. A perseguição tomou grandes proporções e o apóstolo acabou sendo enviado de volta para sua terra natal (At 9:30). De retorno a Tarso, Paulo ali não ficou. Dizem as Escrituras que partiu para a Arábia, como também retornou a Damasco (Gl 1:17), esteve quinze dias em Jerusalém (Gl 1:18), bem como esteve em partes da Síria e da Cilícia (Gl 1:20), fazendo, porém, de Tarso a sua “base”, já que ali estava a sua família. Ali teve mais tempo para refletir e meditar nas Escrituras Sagradas, tendo sido, no nosso modesto entendimento, neste período que o apóstolo alicerçou a sua fé, que teve a correta compreensão do significado de servir a Deus e de crer em Jesus como único e suficiente Senhor e Salvador, retomando, assim, em Tarso, a sua rotina de estudos, só que agora não só de filosofia e de direito, mas das Escrituras à luz de todo o conhecimento que havia adquirido ao longo dos anos. Após dez anos, Paulo foi enviado pelo Espírito Santo para realizar a obra missionária efetivando o seu apostolado. Portanto, Deus chama, porém, o preparo cabe aos seus servos.

II. QUALIFICAÇÕES E ATRIBUIÇÕES DOS PASTORES (3:1-7)

1. Atribuições dos pastores (1Tm 3:1-7). Os que almejam o serviço do pastorado precisam compreender as qualificações ou atribuições que tal atividade exige. O líder e a igreja local precisam ver no aspirante ao ministério as qualificações exigidas na Palavra de Deus. No texto de 1Tm 3:1-7 o apóstolo Paulo apresenta uma lista de 15 qualificações exigidas para um homem ocupar o presbiterato ou o pastoado da igreja, e apenas uma se refere à habilidade de ensino. Observe que a maioria são qualificações morais e apenas uma está relacionada à habilidade intelectual. Na verdade, os requisitos para ocupar uma posição de liderança na igreja exigem mais excelência moral do que intelectual. As qualificações estão relacionadas com a personalidade, o caráter e o temperamento da pessoa. São uma espécie de catálogo de virtudes em contraposição ao catálogo de vícios descritos em 2Timóteo 3:2-5. No texto de 1Timóteo 3:1-7, vemos algumas qualificações, que podem ser resumidas num conjunto de indicações, que por sua vez podem ser divididas em três grupos:

1.1. Qualificações espirituais e ministeriais.

a) A primeira qualificação, como não poderia deixar de ser, é ter uma vida irrepreensível (1Tm 3:2). O retrato que Paulo traça do bispo é emoldurado pela irrepreensibilidade. John Stott corretamente diz que isso não quer dizer que os candidatos teriam de ser totalmente isentos de falhas e defeitos, pois nesse caso todos seriam desqualificados. A palavra empregada é anenkletos - “sem culpa, não passível de acusação” - e não anômos - “sem mácula”. O pastor ou presbítero não pode deixar brechas no seu escudo moral. Seu ofício é público e sua reputação pública precisa ser inquestionável.

b) Ser apto para ensinar (1Tm 3:2). Uma das tarefas mais importantes e essenciais de qualquer líder de igreja é ensinar as Escrituras aos membros da congregação. O pastor deve entender e ser capaz de transmitir as verdades profundas das Escrituras, como também lidar com aqueles falsos pregadores ou ensinadores que as tratam de maneira inadequada.

c) Ter bom testemunho diante da igreja e dos descrentes (1Tm 3:7). O pastor é um homem que deve ter bom testemunho na comunidade. Aqueles que estão de fora é uma referência aos não-cristãos. Sem  esse bom testemunho, ele se torna sujeito às acusações dos homens e opróbrio do diabo. Essas acusações podem vir tanto de cristãos como de não-cristãos. Quando Satanás captura homens em sua armadilha, ele os aprisiona para ridicularizar, escarnecer e desprezar.

d) Não deve ser neófito, inexperiente (1Tm 3:6). A maturidade espiritual é essencial para o exercício episcopal. Os novos convertidos podem tornar parte no ministério de Deus, mas não devem ser colocados em posições de liderança até que sejam firmemente enraizados na sua fé, com um modo de vida solidamente cristão e um conhecimento da Palavra de Deus. De outra forma, o novo crente, “ensoberbecendo-se, cairá na condenação do diabo”. O orgulho pode tornar aqueles que são imaturos suscetíveis à influência de pessoas inescrupulosas. A imaturidade é o portal da soberba, e a soberba é o solo escorregadio onde o diabo derruba muitos líderes.

1.2. Qualificações familiares. Ser irrepreensível como líder de sua família (1Tm 3:2,4; Tt 1:6). Nesta área, ele precisa ser irrepreensível em dois pontos vitais:

a) Marido de uma só mulher. “Marido de uma só mulher” quer dizer marido fiel à sua esposa, ou seja, um homem livre de qualquer suspeita quanto à sua relação matrimonial, íntegro em sua conduta conjugal. Ele não pode ser um homem adúltero, mantendo relacionamentos extraconjugais; nem polígamo, casando-se com várias mulheres. Ele deve amar sua esposa “como Cristo amou a Igreja e a si mesmo se entgregou por ela” (Ef 5:25).

b) Irrepreensível como pai. O pastor precisa ser o sacerdote do seu lar, o líder espiritual da sua família. Deve criar seus filhos na disciplina e admoestação do Senhor. Embora um pai não possa determinar a salvação de seus filhos, pode preparar o caminho do Senhor por intermédio da instrução da Palavra, da amorosa disciplina. Se o pastor não sabe governar a própria casa, como poderá governar a igreja de Deus?, pergunta o apóstolo Paulo (1Tm 3:4,5). Obviamente isso se aplica aos filhos que vivem com a família sob a autoridade do pai.

1.3. Qualificações morais. “Convém, pois, que o bispo seja [...] honesto, hospitaleiro ...não dado ao vinho, não espancador, não cobiçoso de torpe ganância, mas moderado, não contencioso, não avarento” (1Tm 3:2,3).

a) Ser honesto, sincero, autêntico (3:2). A honestidade é indispensável ao líder, que deve se credenciar, como nenhum outro, para habitar no tabernáculo de Deus (cf. Sl:15).

b) Hospitalero (acolhedor), sabendo tratar bem as pesoas (3:2). A hospitalidade na igreja primitiva era uma necessidade vital para o avanço missionário da igreja. As hospedarias eram excessivamente caras, sofrivelmente sujas e notoriamente imorais. Sem hospitalidade os missionários itinerantes teriam sua atividade estancada. E mais, nos primeiros dois séculos da era cristã não havia templos, por isso, as igrejas reuniam-se em casas (Rm 16:5; 1Co 16:19; Fm 2). Hoje, esta prática está em desuso. As circunstâncias exigem que os pregadores itinerantes se hospedem em pousadas ou hotéis, e não mais em residências. Não por falta da liberalidade de irmãos, mas porque as circunstâncias favorecem a essa práxis. Todavia, quando a hospitalidade for estritamente necessária, a recomendação é clara: “Seja constante o amor fraternal. Não negligencieis a hospitalidade” (Hb 13:1,2).

c) Não dado ao vinho – não usuário de bebidas alcoólicas (3:3). Um pastor não pode ser um beberrão. A embriaguez não combina com o ministério do pastoreio. O mesmo apóstolo que orientou Timóteo a beber um pouco de vinho por motivos terapêuticos (1Tm 5:23) agora declara que um pastor dado ao vinho não está apto para a liderança da igreja de Deus. Aliás, o obreiro deve ser pessoa que não se deixe dominar por qualquer vício, seja ele qual for, pois não pode, como qualquer crente, deixar-se dominar por coisa alguma (cf. 1Co 6:12).

d) Não espancador, ou seja, não violento, agressivo (3:3). Um pastor busca as ovelhas para apascentá--las, e não para golpeá-las. Um pastor não pode agredir as pessoas com palavras e atitudes. Não pode ser rude com as ovelhas. O pastor é alguém que atrai as pessoas por sua doçura e graça. As pessoas correm para ele na hora da aflição. Uma pessoa violenta agride, humilha e machuca os outros.

e) Não ser contencioso, briguento (3:2; 2Tm 2:24). Ele não insiste em seus próprios direitos, mas tem temperamento constante e agradável.

f) Ser sóbrio (3:2). Isto significa que a vida do pastor deve estar marcada pela moderação, por limites, sem nada extremo ou excessivo, com ausência de extravagâncias.

g) Deve ser simples, moderado (3:3). Em seu trabalho na igreja, o pastor precisa de graça, paciência e de espírito manso e conciliador.

h) Não ser ganancioso ou avarento, ou seja, amante do dinheiro (3:3; 6:5-10). O pastor deve ter uma atitude adequada para lidar com as finanças da igreja. Isto afeta o uso ético dos fundos da igreja e a administração de programas apropriados para arrecadação de dinheiro. Muitos possíveis líderes combinam o amor ao dinheiro com uma natureza contenciosa e acabam brigando na igreja por causa de assuntos financeiros. Uma pessoa assim não deve ser escolhida para liderar.

III. O DIACONATO (1Tm 3:8-13)

Porque os que servirem bem como diáconos adquirirão para si uma posição e muita confiança na fé que há em Cristo Jesus”  (1Tm 3:13).

No início da Igreja, Satanás tentou impedir o seu avanço em pelo menos três táticas: primeiro, ele tentou suprimir a igreja por meio da perseguição - pela força das autoridades judaicas (Atos 4);segundo, tentou corrompê-la com a hipocrisia - através do casal Ananias e Safira (Atos 5);terceiro, ele promoveu dissensões internas (Atos 6:1) - ele tentou distrair seus líderes da oração e da pregação através de algumas viúvas murmuradoras, para expor a igreja a erros e ao mal. Se Satanás tivesse obtido sucesso em qualquer uma dessas tentativas, a nova comunidade de Jesus teria sido aniquilada em sua infância. Todavia, os apóstolos estavam alertas o suficiente para detectar “as ciladas do diabo”. Eles resolveram, então, designar “homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria”, para que cuidassem do sustento da igreja e do cuidado com os pobres, liberando os apóstolos para dedicação exclusiva a oração e ao ensino da Palavra de Deus. E assim, “crescia a palavra de Deus, e em Jerusalém se multiplicava muito o número dos discípulos, e grande parte dos sacerdotes obedecia à fé” (Atos 6:7).

1. Os diáconos. A palavra “diácono” significa “aquele que serve”. O diácono – diákonos – é o servo que coopera com aqueles que se dedicam à oração e ao ministério da Palavra. Os primeiros diáconos foram nomeados assistentes dos apóstolos (At 6:1-7). Há dois ministérios na Igreja: a diaconia das mesas (At 6:2,3) – ação social – e a diaconia da Palavra – a pregação do Evangelho. O ministério das mesas não substitui o ministério da Palavra, nem o ministério da Palavra dispensa o ministério das mesas. Nenhum dos dois ministérios é superior ao outro. Ambos são ministérios cristãos que exigem pessoas espirituais, cheias do Espírito Santo, para exercê-los. A única diferença está na forma que cada ministério assume, exigindo dons e chamados diferentes.

2. Chamado para servir. Assim como os pastores, aqueles que almejam o diaconato precisam ter o desejo de servir a Deus e aos irmãos. Como foi dito acima, a obra dos doze apóstolos e a obra dos sete diáconos são igualmente chamados de diakonia (At 6:1,4 - “ministério” ou “serviço”). A primeira é o “ministério da Palavra” (At 6:4) ou o trabalho pastoral; a segunda, o “ministério junto às mesas” (At 6:2) ou o trabalho social. Ambos são ministérios cristãos, ou seja, meios de servir a Deus e ao seu povo.

3. Qualificações. As qualificações do diácono são semelhantes às dos pastores (cf. 1Tm 3 e Tito 1). Contudo, sua função é provavelmente um pouco diferente, uma vez que o diácono executa algumas das tarefas mais práticas da administração e manutenção de uma igreja. Vejamos algumas qualificações do diácono à luz de 1Tm 3:8-10.

3.1. Ter caráter Moral (1Tm 3:8 - ARA). “Semelhantemente, quanto a diáconos, é necessário que sejam respeitáveis, de uma só palavra, não inclinados a muito vinho, não cobiçosos de sórdida ganância”.

O rev. Hernandes Dias Lopes, analisando o caráter moral dos diáconos, diz que eles devem ser:

a) respeitáveis (3:8a). Os diáconos precisam ser dignos de respeito, ter caráter impoluto, vida irrepreensível e conduta ilibada.

b) de uma só palavra (3:8b). Os diáconos precisam ser verdadeiros, íntegros em suas palavras e consistentes em sua vida. Não devem ser boateiros dados a mexericos. Não dizem uma coisa aqui e outra acolá. Não devem ser maledicentes nem jogam uma pessoa contra a outra. Suas palavras têm peso. Eles são absolutamente confiáveis no que dizem.

c) não inclinados a muito vinho (3:8c). Os diáconos devem ser cheios do Espírito Santo (At 6:3), e não cheios de vinho EF 5:18). Quem é governado pelo álcool não pode administrar a casa de Deus.

d) não cobiçosos de sórdida ganância (3:8d). Os diáconos lidam com as ofertas do povo de Deus e administram os recursos financeiros da igreja na assistência aos necessitados. Não podem ser como o Judas Iscariotes que roubava a bolsa (cf João 12:6). Não podem cobiçar o que devem repartir. Não podem desejar para si o que devem entregar para os outros.

3.2) Ter caráter espiritual (1Tm 3:9,10). “Guardando o mistério da fé em uma pura consciência. E também estes sejam primeiro provados, depois sirvam, se forem irrepreensíveis”.

a) Íntegros na teologia da vida (3:9) - “Guardando o mistério da fé em uma pura consciência”. Aqui, o termo “mistério” significa “verdades outrora ocultas, mas agora reveladas por Deus”. Os diáconos precisam compreender a doutrina cristã, crer na doutrina cristã e viver a doutrina cristã. Sua vida, sua família e seu ministério precisam ser pautados pela Palavra de Deus.

b) provados e experimentados (Atos 6:10; 3:10). Atos 6:10 diz que os diáconos devem ser primeiramente provados. Isso significa que eles devem ser observados por algum tempo e talvez ganhar pequenas responsabilidades na igreja local. Depois de provarem ser confiáveis e fiéis, então podem receber responsabilidades maiores. Depois, exerçam o diaconato; ou simplesmente “sirvam” (1Tm 3:10 - ARC). Assim como no caso dos presbíteros, o destaque não é o cargo eclesiástico, mas o serviço para o Senhor e seu povo. Em qualquer lugar em que um homem for irrepreensível em sua vida pessoal e pública, terá permissão para servir como diácono (1Tm 3:10 – ARA).

3.3) Ter caráter familiar (1Tm 3:12) - “Os diáconos sejam maridos de uma mulher e governem bem seus filhos e suas próprias casas”.

É satisfatório dizer que, como os pastores, os diáconos não devem ter nenhuma reprovação em sua vida conjugal. Eles devem governar bem seus filhos e a própria casa. Não conseguir isso é um defeito de caráter do cristão, segundo o Novo Testamento. Isso não significa que os homens devem ser déspotas e mandões, mas que seus filhos devem ser obedientes e testemunhem a verdade.

IV. SERVIÇO – RAZÃO DE SER DO MINISTÉRIO

A razão de ser do ministério é servir. Servir como Jesus serviu; servir como Paulo e Timóteo serviram. Aliás, todo cristão é chamado para ser servo de Deus. Como tal, sua atividade e missão deve ser contribuir com sua vida, seu testemunho e seu serviço para o engrandecimento do Reino de Deus.

1. O exemplo do Mestre. Paulo diz que Jesus assumiu a forma de servo, mais que isso, a forma de "escravo".

"... sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus. Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte e morte de cruz" (Fp 2:6-8).

A expressão "tomando a forma de servo", "significa aparecer em uma condição humilde e desprezível". Em sua forma de servo, Jesus demonstrou seu caráter e sua personalidade, dando exemplo de humildade, quando, na véspera de sua crucificação, tomou uma toalha e uma bacia com água e lavou os pés dos discípulos (João 13:4,5).

É bom enfatizar que o objetivo de Jesus Cristo nunca foi a de estabelecer uma hierarquia de poder temporal para a sua igreja, mas a de serviço, conforme demonstra sua resposta aos filhos de Zebedeu: “mas entre vós não será assim; antes, qualquer que, entre vós, quiser ser grande será vosso serviçal. E qualquer que, dentre vós, quiser ser o primeiro será servo de todos. Porque o Filho do Homem também não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos” (Mc 10:43-45).

2. O exemplo de Paulo. Paulo era um servo fiel. Ele não media esforço para servir. Ele cuidava das ovelhas do Senhor com ternura, como uma mãe que acarecia seus filhos - “antes, fomos brandos entre vós, como a ama que cria seus filhos” (1Ts 2:7). A ênfase da mãe é a gentileza e a ternura. Paulo era como uma mãe afetuosa cuidando do seu bebê. Ele demonstrou pelos seus filhos na fé amor intenso, cuidado constante, dedicação sem reserva, paciência triunfadora, provisão diária, afeto explícito, proteção vigilante e disciplina amorosa. Muitos obreiros lideram o povo de Deus com truculência e rigor despótico. São ditadores implacáveis, e não pastores amorosos. Esmagam as ovelhas com sua autoridade auto-imposta, em vez de conduzir o rebanho com a ternura de uma mãe. Pedro escreveu que o obreiro deve apascentar o rebanho do Senhor “tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância” (1Pe 5:2). E por falar em ganância, atualmente há muitos falsos obreiros que se aproveitam dos fiéis e da igreja para obter ganho financeiro. Isso é uma vergonha! Paulo exorta a Tito e a Timóteo que um dos requisitos para quem deseja ser pastor é não ser cobiçoso de torpe ganância (Tt 1:7; 1Tm 3:3).

3. O exemplo de Timóteo. Timóteo foi um dos líderes mais destacado da igreja primitiva. Não que fosse forte em todas as áreas. Ele era jovem, tímido e doente, mas foi cooperador de Paulo e o continuador de sua obra. Ele era um bom exemplo do que um ministro e missionário de Deus deve ser. Em Filipenses 2:19-23, o apóstolo Paulo nos fala de algumas características desse importante líder espiritual: (a) um estudante zeloso e obediente à Palavra de Deus (2Tm 3:15); (b) um servo perseverante e digno de Cristo (1Ts 3:2); (c) um homem de boa reputação (At 16:2); (d) amado e fiel (1Co 4:17); (e) com solicitude genuína pelo próximo (Fp 2:20); (f) fidedigno (2Tm 4:9,21) e; (g) dedicado a Paulo e ao evangelho (Fp 2:22; Rm 16:21).

Portanto, Timóteo foi um pastor exemplar, que demonstrou ter um caráter irrepreensível. Ele cuidou da Igreja com desvelo e não teve medo de se opor aos falsos mestres que estavam tentando seduzir os crentes em relação à salvação pela fé em Jesus. Precisamos, urgentemente, de homens de Deus como Timóteo. Oremos para que isso aconteça.

CONCLUSÃO

“Precisamos de pastores que amem a Deus mais do que seu sucesso pessoal. Precisamos de pastores que se afadiguem na Palavra e tragam alimento nutritivo para o povo. Precisamos de pastores que conheçam a intimidade de Deus pela oração e sejam exemplo de piedade para o rebanho. Precisamos de pastores que deem a vida pelo rebanho em vez de explorarem o rebanho. Precisamos de pastores que tenham coragem de dizer “não” quando todos estão dizendo “sim” e, dizer “sim”, quando a maioria diz “não”. Precisamos de pastores que não se dobrem ao pragmatismo nem vendam sua consciência por dinheiro ou sucesso. Precisamos de pastores fiéis e não de pastores populares. Precisamos de homens quebrantados e não de astros ensimesmados” (Rev. Hernandes Dias Lopes. De: Pastor a: Pastor”).
Fonte: ebdweb