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segunda-feira, 23 de outubro de 2017

5ª lição do 4º trimestre de 2017: A OBRA SALVÍFICA DE JESUS CRISTO


Texto Base: João 19:23-30

"E, quando Jesus tomou o vinagre, disse: Está consumado. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito" (João 19:30).

INTRODUÇÃO

O ser humano ao pecar tornou-se servo do pecado (João 8:34), dominado totalmente por ele (Gn.4:7), sem condição alguma de modificar esta situação. Entretanto, a história não terminou com esta tragédia; bem ao contrário, a Bíblia Sagrada nos ensina que, mesmo antes da fundação do mundo, dentro de sua presciência, Deus já havia elaborado um plano para retirar o homem desta situação tão delicada (Ef.1:4; Ap.13:8). Esse plano, já existente mesmo antes da criação do mundo, foi revelado ao homem no dia mesmo de sua queda, quando o Senhor anunciou que haveria de surgir alguém da semente da mulher que golpearia a cabeça da serpente e tornaria a criar inimizade entre o homem e o mal e, consequentemente, comunhão entre Deus e o homem (Gn.3:15). O Plano salvífico de Deus foi plenamente cumprido no sacrifício inocente, amoroso e vicário de nosso Senhor Jesus Cristo (João 1:29; Gl.4:4,5); esse sacrifício nos garante a salvação eterna porque foi um sacrifício completo, perfeito e definitivo.

I. O SACRIFÍCIO DE JESUS CRISTO

1. O sacrifício completo. Nenhum outro sacrifício, tanto o de animais no Antigo Testamento quanto o de seres humanos na história das nações pagãs, com vistas a alcançar a salvação do homem, teve o êxito de apagar os pecados do passado, do presente e do futuro; so­mente o sacrifício de Cristo foi completo nesse sentido, a ponto de anular uma aliança antiga para inaugurar um novo tempo de relacionamento com Deus, estabelecendo uma aliança nova, superior e perfeita.

No Antigo Testamento, milhares de animais foram sacrificados a fim de apagar os pecados do ser humano, mas nenhum deles teve efeito permanente. O escritor aos Hebreus afirma este fato: ”Porque, tendo a lei a sombra dos bens futuros e não a imagem exata das coisas, nunca, pelos mesmos sacrifícios que continuamente se oferecem cada ano, pode aperfeiçoar os que a eles se chegam” (Hb.10:1). Porém, o sacrifício do Cordeiro de Deus foi perfeito, completo e único para o perdão dos nossos pecados. Ele foi completo e pode alcançar todos os que creem; teve o êxito de apagar os pecados do passado, do presente e do futuro - “...mas, agora, na consumação dos séculos, uma vez se manifestou, para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo” (Hb.9:26). Pelo sacrifício de Cristo, estamos livres da condenação do pecado, na justificação; do poder do pecado, na santificação e; estaremos livres da presença do pecado, na glorificação.

O sacrifício do Cordeiro de Deus estabeleceu uma nova aliança com a humanidade caída, uma aliança baseada não mais em ritos sacrificais, mas na sua graça, amor e misericórdia. Temos, agora, o grande privilégio de podermos nos achegar a Deus diretamente, sem um intermediário, o sacerdote, e sem a necessidade de que um animal inocente seja morto. O sacrifício de Cristo anulou uma aliança antiga e inaugurou um novo tempo de relacionamento com Deus, estabelecendo uma aliança nova, superior e perfeita (Hb.8:6,7,13). Então, vivamos em comunhão com o Pai de modo que seu nome seja glorificado.

2. O sacrifício de Cristo: um ato de amor e misericórdia. A cruz de Cristo além de ser um fato planejado na eternidade, expressa pra você e pra mim o gesto do maior amor e misericórdia de Deus por nós. Ali na cruz aconteceu o maior de todos os sacrifícios, porque o Filho de Deus deixou a glória, deixou o Céu, deixou a companhia dos anjos, deixou a glória do Pai, veio e se humilhou, se fez servo; foi perseguido, foi preso, foi insultado, foi cuspido, foi zombado, foi escarnecido, foi pregado na cruz. Ele nasceu pra morrer. Ele nasceu pra ser o nosso substituto, nosso representante, nosso fiador. Na verdade a cruz sempre esteve incrustada na mente de Deus, no coração de Deus. Jesus cristo jamais recuou diante dessa cruz, Ele caminhou resoluto pra ela como um rei caminha para sua coroação.

Deus deveria derramar sobre nós o cálice da Sua ira, mas Cristo o bebeu por nós. Assim, Jesus aplacou a ira do Pai, satisfazendo a Sua justiça (Is.53:10). A nossa dívida eterna com Deus não foi simplesmente esquecida; ela foi paga pelo Filho amado (Is.53:5,6; Cl.2:14).

Em vez de condenar a humanidade, Deus a amou e lhe providenciou propiciação pelos seus pecados  (1João 4:9,10). Na cruz, Cristo pagou o preço pelos pecados de toda a humanidade - “Ele [Jesus Cristo] é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos pecados de todo o mundo” (1João 2:2). Assim, Deus demonstrou o seu amor por nós - “Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm.5:8).

3. O sacrifício de Cristo foi um ato perfeito. A Bíblia diz que os sacrifícios levíticos eram incapazes para remover o pecado do ser humano. O Livro de Hebreus ilustra de duas maneiras esta verdade:

·    Se o sacrifício pelo pecado aperfeiçoasse quem o oferecia em adoração, não haveria necessidade de repeti-lo (Hb.10.2).

·    Se os israelitas tivessem sido verdadeiramente purificados do pecado através de sacrifícios de animais, “não mais teriam consciência [senso] de pecados” (Hb.10:2).

Na verdade, nenhum de seus sacrifícios podia torná-los perfeitos ou livrá-los da consciência do pecado (Hb.9:9), “porque é impossível que o sangue de touros e de bodes remova pecados” (Hb.10:4). O sangue de animais não tinha o poder de efetuar a redenção; a imolação ritual não podia purificar a carne, isto é, realizar a purificação cerimonial (Hb.9:13).

Através de um nítido contraste, o Livro de Hebreus explica como Deus providenciou um sacrifício melhor para a redenção do homem. Deus Pai enviou Seu Filho Jesus para ser o sacrifício pelo pecado. Jesus tomou parte na obra da redenção e tornou-se o sacrifício da expiação, com profundo e total envolvimento. Obedecendo à vontade do Pai, Cristo entregou Seu corpo como uma oferta definitiva, permitindo que o pecado do homem fosse removido (Hb.10:5-10). Desta feita, Deus revogou o primeiro sacrifício, o sacrifício levítico, que dependia da morte de animais, para estabelecer o segundo sacrifício, que dependia da morte de Cristo, um sacrifício perfeito e completo.

Sendo Jesus divino e eterno (Is.9:6 Mt.1:23; João 1:1; 8:24, 58; 13:19; 20:28; Cl.1:15-17; 1Tm.1:12-17; Hb.1:8-12; 1João 5:20; Ap.21:6,7; etc.), Seu sacrifício foi pleno, perfeito e suficiente para pagar a nossa dívida eterna com Deus. Jesus cancelou a escrita de dívida, que consistia em ordenanças e que nos era contrária. Ele a removeu, pregando-a na cruz, e, tendo despojado os poderes e as autoridades, fez deles um espetáculo público, triunfando sobre eles na cruz (Cl.2:14,15). Como Jesus nunca pecou (2Co.5:21; 1João 3:5; 1Pd.1:19; 3:18; 2:22; Hb.4:15; 7:26; 9:14), Ele não poderia morrer (Rm.6:23); foi pelos nossos pecados que Ele morreu - “Deus tornou pecado por nós aquele [Jesus] que não tinha pecado, para que nele nos tornássemos justiça de Deus” (2Co.5:21). Como Ele não tinha pecado, a morte, que é o salário do pecado (Rm.6:23), não pôde detê-lo (At.2:24; Ap.1:18). Ele certamente ressuscitaria, como profetizado nos Salmos 16:10,11; 30:3. Por isso, o Seu sacrifício por nós foi perfeito. De fato, “Ele foi entregue à morte por nossos pecados e ressuscitado para nossa justificação” (Rm.4:25). Após ressuscitar, Jesus subiu ao céu e se apresentou ao Pai em nosso favor, para interceder por nós (Hb.9:24-26).

4. O sacrifício remidor. Na cruz do calvário, Jesus clamou em alta voz: “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito! Dito isto, expirou” (Lc.23:46). Não devemos entender esse brado como um grito de desespero, mas como uma voz de triunfo de quem estava consumando a obra da redenção ao custo incomensurável de sua morte. Jesus estava consumando sua obra, triunfando sobre o diabo e suas hostes e comprando-nos para Deus. A Bíblia diz que Deus estava em Cristo reconciliando o mundo consigo mesmo (2Co.5:19), já que a humanidade foi criada para viver em comunhão com o Pai, em pleno relacionamento de dependência com o Criador (At.17:28).

Jesus não foi morto, Ele não morreu como um mártir; Ele se entregou como sacrifício remidor, como sacrifício pelos pecados da humanidade; Ele voluntariamente deu sua vida (João 10:11,15,17,18). O pecado, além de ser horrendo, faz separação entre o homem e Deus (Is.59:2); além disso, o pecado deteriora o ser humano, degenera o seu caráter, deforma nele a imagem divina. Mas, o sacrifício de Jesus Cristo trouxe de volta a integridade humana e restabelece plenamente o caráter de todos aqueles que aceitam o Seu sacrifício e o recebem como único e suficiente Senhor e Salvador (2Co.5:17-19; 2Pd.3:9).

II. A NOSSA RECONCILIAÇÃO COM DEUS PAI

A reconciliação é um dos aspectos da obra de Cristo como redenção; refere-se à restauração do pecador à comunhão com Deus. A reconciliação entra em vigor mediante o arrependimento e a fé pessoal em Cristo, do pecador (Mt.3:2; Rm.3:22).

1. O fim da inimizade. No principio, havia plena comunhão entre Deus e o ser humano. Era uma harmonia perfeita. Mas, a queda trouxe terrível inimizade entre o homem e Deus. A reconciliação com o Pai só foi possível porque o Filho nos resgatou, nos redimiu e libertou-nos do poder do pecado, promovendo, assim, a nossa união com Deus - “E tudo isso provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo e nos deu o ministério da reconciliação, isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados, e pôs em nós a palavra da reconciliação” (2Co.5:18,19). Aqui, fica claro, que Deus removeu ativamente a causa do distanciamento entre ele e o ser humano ao tratar do pecado. Não é Deus quem precisa reconciliar-se com o ser humano, mas, sim, o ser humano é quem precisa reconciliar-se com Deus.

“Não lhes imputando os seus pecados” (2Co.5:19). Aqui, à primeira vista, podemos ter a impressão de que esse versículo ensina a salvação universal, ou seja, que todas as pessoas serão salvas mediante a Obra de Cristo. Esse conceito, porém, é inteiramente contrário ao restante das Escrituras. Deus proveu um recurso para que as transgressões dos homens não lhes sejam imputadas. Apesar de todos terem acesso a esse recurso, ele só é eficaz para quem está em Cristo. As transgressões daqueles que não receberam a salvação lhes são imputadas, contudo, no momento em que aceitam o Senhor Jesus como Salvador, tais indivíduos são considerados justos nele e seus pecados são cancelados.

Portanto, o sacrifício de Jesus Cristo eliminou de uma vez para sempre a causa da inimizade entre Deus e o ser humano, e nos abriu um novo e vivo caminho em direção ao Pai (Hb.10:20). Todavia, para que haja novamente uma plena comunhão com Deus é preciso que ocorra a regeneração e a justificação do pecador pela fé em Cristo (Rm.5:1,2), que se dará através de uma sincera conversão, por intermédio do Espírito Santo (João 16:8-11). Quando somos justificados, recebemos, em nossos corações, o amor de Deus que é derramado pelo Espírito Santo, um efeito imediato da nossa reconciliação com o Senhor.

2. A eliminação da causa da inimizade. O pecado é a causa da inimizade entre Deus e a humanidade (Is.59:1-3). Aliás, o pecado e a rebelião da raça humana trouxeram como resultado, hostilidade contra Deus e alienação dele (Ef.2:3;Cl.1:21). Essa rebelião provoca a ira de Deus e seu julgamento (Rm.1:18,24-32; 1Co.15:25,26; Ef.5:6). Mediante a morte expiatória de Cristo, Deus removeu a barreira do pecado e abriu um caminho para a volta do pecador a Deus (Rm.3:25; 5:10; Ef.2:15,16); pela morte do Senhor Jesus na cruz, Deus anulou, em sua graça, o distanciamento que o pecado havia causado entre ele e o homem, para que todas as coisas, por meio de Cristo, sejam apresentadas de modo agradável a Ele. Os cristãos já foram reconciliados mediante a morte de Cristo, a fim de serem apresentados santos, inculpáveis e irrepreensíveis (como novas criaturas). Quando Cristo estava na Terra, Deus estava em Cristo reconciliando o mundo consigo, não lhe imputando suas transgressões; agora, porém, que o amor de Deus foi plenamente revelado na cruz, o testemunho foi levado ao mundo todo, rogando aos homens que se reconciliem com Deus; é o que o apóstolo Paulo diz: “E tudo isso provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo e nos deu o ministério da reconciliação” (2Co.5:18). A igreja recebeu de Deus o ministério da reconciliação (2Co.5:18), para conclamar todas as pessoas a se reconciliarem com Ele (2Co.5:20).

3. A vivificação. Em Adão, no Éden, todos morreram e começaram a praticar o ato do pecado (só para lembrar: pecado é a prática má sob qualquer forma, intencional ou não; pecado são todos os pensamentos, palavras ou atos que não atingem o padrão perfeito de Deus). Espiritualmente, todos estavam mortos por causa dos seus delitos e pecados. Isso quer dizer que, em relação a Deus, todos estavam sem vida. Não tínhamos nenhum contato vital com Ele. Mas fomos vivificados em Cristo Jesus, quando o mesmo morreu na Cruz por nós. Cristo nos deu uma nova vida, nos vivificou; é o que o apóstolo Paulo afirma em 1Co.15:21,22: “Porque, assim como a morte veio por um homem, também a ressurreição dos mortos veio por um homem. Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo”.

Na cruz, todas as nossas ofensas foram perdoadas e que nada ficou para ser pago ou resolvido entre nós e Deus (cf.Cl.2:14), de modo que o sacrifício de Cristo é suficiente, sendo mentira satânica qualquer ensinamento contrário. Não se faz preciso quebrar qualquer maldição hereditária depois que aceitamos a Cristo, pois, como diz o apóstolo Paulo, fomos vivificados juntamente com Ele e fomos perdoados de todas as ofensas, não restando coisa alguma, tudo foi cravado na cruz (Cl.2:14). Havendo o perdão dos pecados, somos vivificados e o nosso espírito passa a ter, novamente, ligação com o Espírito Santo e este derrama em nós o amor divino. Este amor produz, na vida do justificado, boas obras, o fruto do Espírito Santo (Gl.5:22).

III. A REDENÇÃO ETERNA

A Re­denção é o ato ou efeito de remir ou redimir; remir significa adquirir de novo; tirar do cativeiro, do poder alheio; resgatar; indenizar, compensar, reparar, ressarcir; livrar das penas do Inferno; salvar; fazer esquecer; expiar, pagar. O Novo Testamento demonstra claramente que Jesus Cristo proporcionou a nossa redenção mediante o seu sangue, pois era impossível que o sangue dos touros e dos bodes tirasse os pecados do ser humano (cf.Hb.10:4). Cristo nos comprou de volta para Deus, e o preço foi o seu sangue – “E cantavam um novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro e de abrir os seus selos, porque foste morto e com o teu sangue compraste para Deus homens de toda tribo, e língua, e povo, e nação” (Ap.5:9). Cristo se deu a si mesmo como preço de redenção por todos (1Tm.2:6).

1. O estado perdido do pecador. O pecado prejudicou a vida interior dos seres humanos. Sem Cristo, os seres humanos estão escravos do pecado (Rm.5:12; João 8:34); estão presos e impossi­bilitados de, por si mesmos, livrarem-se dele. Os seres humanos não podem resistir ao poder do pecado, porque, moral e espiritualmente, a natureza humana é fraca e, como resultado, onde quer que exista um ser humano existe pecado e maldade. O fenômeno é tão universal que “não há justo, nem um sequer” (Rm.3:10).

Os valores morais e espirituais que governavam sobre o Universo de Deus não mais governam o coração humano natural. Os seres humanos sabem que existe algo errado com eles e desejam algo melhor. Às vezes, tentam fazer o que é bom e correto só para descobrir que a mentalidade do homem pecador é a morte (Rm.6:23). Os seres humanos precisam de uma saída da situação terrível provocada pelo pecado, e só há uma saída: a redenção em Cristo Jesus.

Imediatamente depois da queda, Deus veio ao homem; o homem tinha cometido o terrível pecado da desobediência e estava coberto de vergonha e temor. Ele foge de seu Criador e se esconde por entre a densa folhagem do jardim. Mas Deus não se esquece dele; Deus não o abandona, mas tem misericórdia dele e vai ao seu encontro, fala com ele e chama-o de volta para ter comunhão com Ele (Gn.3:7-15). Na plenitude dos tempos, Deus, pela Sua graça, envia Seu Filho unigênito ao mundo (Gl.4:4), que agora nessa dispensação de toda a raça humana, reúne uma Igreja que ele elegeu para a vida eterna, e que a preserva para a herança celestial (Ef.1:10; 1Pd.1:5).

2. A redenção do pecador. A ideia principal de redenção é tornar livre uma pessoa ou algo (uma propriedade que passou a outro dono). Na Bíblia, a redenção é a libertação de um escravo do jugo ou o livramento do mal mediante um resgate (Mt.20:28). Aqui no Ceará há uma cidade chamada redenção, onde, segundo os historiadores, aconteceu a primeira libertação dos escravos. Portanto, redenção implica resgate de alguém ou coisa pertencente a outro dono. Jesus pagou o preço da nossa salvação e, por isso, nos comprou a liberdade. Este ato é conhecido por “redenção”, ou seja, “o ato de remir ou redimir”, o “resgate”, ou seja, “o ato de livrar (algo) de ônus por meio do pagamento”, o “ato de comprar para libertar”. Não haveria nada que pagasse o preço da desobediência de quem foi criado à imagem e semelhança de Deus, o ser humano. Só o Pai, median­te seu amor gracioso, poderia prover a remissão do pecador por intermédio de seu único Filho (Gl.3:13; 1Tm.2:5,6).

Para nos redimir, Jesus pagou um alto preço; Cristo nos comprou de volta para Deus, e o preço foi o seu sangue (cf.Ap.5:9); o apóstolo Pedro afirma isto: “Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver, que por tradição recebestes dos vossos pais, mas com precioso sangue, como de um cordeiro sem defeito e sem mancha, o sangue de Cristo, o qual, na verdade, foi conhecido ainda antes da fundação do mundo, mas manifesto no fim dos tempos por amor de vós”(1Pd.1:18-20).

A Bíblia declara que não poderíamos ser redimidos sem o sacrifício de Cristo (Hb.9:22; Lv.17:11). Como fomos comprados por Cristo, libertamo-nos do jugo do pecado e, por isso, não mais estamos sob condenação, alcançamos a justificação. Por isso, bem disse o poeta sacro: “… Jesus comprou-me da escravidão, a paz eu gozo por Seu perdão. (…) Jesus comprou-me, e eu fiquei pra sempre livre da dura lei!…” (primeira parte da 2ª e 3ª estrofes do hino 13 da Harpa Cristã).

3. Uma redenção plena. Na Cruz do Calvário, quando ele declarou “Está consumado”(João 19:30), o preço da redenção estava pago, a Justiça de Deus estava satisfeita. A punição exigida pela Justiça de Deus estava concretizada sobre Jesus. Agora, nele, o homem pode ser justificado; agora, nele, o redimido é beneficiado não somente no tempo presente, mas por toda a eternidade, e o principal benefício é a garantia de estar para sempre com o Senhor na pátria celestial (João 14:1-3; Ap.19:9; Lc.23:43).

A redenção foi plena porque na Cruz do Calvário, Jesus pagou a nossa dívida que era contra nós; assim afirma o apóstolo Paulo: “Havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós, cravando-a na cruz”(Cl.2:14). A quem foi pago esse resgate? Certamente não foi a Satanás, como pensam alguns teólogos. Não devemos nada a Satanás. O resgate (o preço ou a dívida) foi apresentado única e exclusivamente ao Deus justo, pois é a Ele que havemos ofendido com nossos pecados e delitos. Mas como não podíamos pagar semelhante resgate, Jesus apresentou-se para quitá-lo em nosso lugar. Ele pagou o preço que o caráter de Deus requeria. Podemos afirmar com segurança que Ele cancelou a nossa dívida; glória a Deus, a nossa dívida foi paga com expressivo preço! A dívida foi paga à Pessoa certa, pois que adiantaria a dívida ser paga a quem não devemos nada?. Quando da criação do homem, Satanás já era um inimigo vencido, colocado debaixo dos pés do Senhor nosso Deus. O vencido nada pode exigir do vencedor. Apenas obedecer. Satanás não pode exigir nada de Deus. Porém, não basta saber que Ele pagou nossa divida para com a Justiça de Deus, é necessário tomar posse do “recibo de quitação” da dívida; é a posse desse “recibo” que nos confere o direito de sermos justificados diante de Deus.

CONCLUSÃO

A Obra salvífica de Jesus Cristo evidencia a concretização do amor de Deus por toda humanidade. Se você ainda tem dúvida do amor de Deus, entenda que não há possibilidade de nós expressarmos de forma mais eloquente e mais profunda o amor de Deus por nós do que a manifestação da cruz. O Filho de Deus deixou o Céu, deixou a companhia dos anjos, deixou a glória do Pai, e veio e se humilhou, se fez servo; foi perseguido, foi preso, foi insultado, foi cuspido, foi zombado, foi escarnecido, foi pregado na cruz. Ali aconteceu o maior de todos os sacrifícios: Jesus foi crucificado por nós (1Co.5:7). Glorifiquemos, pois, a Deus, pela Obra salvífica de Jesus Cristo, que é extensiva a todos os que se arrependerem e crerem no Unigênito de Deus.

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Fonte: Luciano de Paula Lourenço

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

4º lição do 4º trimestre de 2017: SALVAÇÃO: O AMOR E A MISERICÓRDIA DE DEUS



Texto Base: 1 João 4:13-19

 'Vós que, em outro tempo, não éreis povo, mas, agora, sois povo de Deus; que não tínheis alcançado misericórdia, mas, agora, alcançastes misericórdia" (1Pd.2:10).

 
INTRODUÇÃO

Trataremos nesta Aula a respeito do grande Amor e da Misericórdia de Deus no perfeito plano divino da Salvação, que é a culminação destes dois atributos de Deus, e somente é possível porque Ele amou a humanidade infinitamente a ponto de entregar seu Filho Jesus para morrer no lugar dela. Por méritos próprios, nenhum ser humano alcançaria a dádiva da Salvação, pois ela é, e continuará sendo, resultado da maravilhosa graça de Deus. Assim, por intermédio de sua misericórdia, Deus concedeu perdão ao pecador, fazendo deste seu filho por adoção, dando-lhe vida em abundância. E assim como o Pai nos amou e nos perdoou, nós como filhos seus, precisamos também amar e sermos misericordiosos, pois agindo com amor e misericórdia, estaremos glorificando o nome dEle.

I. O MARAVILHOSO AMOR DE DEUS

1. Deus é amor. A Bíblia nos diz que "Deus é amor" (1João 4:8). Mas como podemos começar a entender essa verdade? Há várias passagens na Bíblia que nos dão a definição de Deus para o amor. O verso mais conhecido é João 3:16: "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. Então, uma forma que Deus define amor é com o ato de dádiva; e a maior demonstração do amor de Deus pelo mundo foi quando Ele deu o seu Filho Unigênito para morrer, vicariamente, por toda a humanidade, “para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. Esse é um amor incrível, porque somos nós que escolhemos permanecer separados de Deus através de nossos próprios pecados, mas é Deus quem conserta essa separação através de Seu grande sacrifício pessoal, e tudo que precisamos fazer é aceitar esse presente.

Outro verso excelente sobre o amor de Deus é encontrado em Romanos 5:8: "Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco, pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores”. Assim como em João 3:16, não é mencionado nesse versículo nenhuma condição imposta por Deus para o Seu amor. Deus não diz: "assim que você colocar sua vida em ordem, eu vou amar você"; Ele também não diz: "sacrificarei meu Filho se você prometer me amar". Na verdade, encontramos justamente o contrário em Romanos 5:8. Deus quer que saibamos que Seu amor é incondicional, por isso Ele mandou Seu Filho, Jesus Cristo, para morrer por nós quando ainda éramos pecadores que não mereciam ser amados. Não tínhamos que arrumar nossas vidas, nem tínhamos que fazer promessas a Deus para que pudéssemos experimentar do Seu amor. Seu amor por nós tem sempre existido, e, por causa disso, Ele já deu e sacrificou tudo que era necessário muito tempo antes de percebermos que precisávamos de Seu infinito amor.

2. Deus é amor, mas a Salvação é Condicional. Cremos no livre arbítrio, ou seja, na liberdade de escolha dada por Deus ao homem. Para nós, a Salvação preparada por Deus destina-se a todos os homens; é o que o texto sagrado explicita: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3:16). Nesse “todo aquele” não há exclusão de ninguém. Todos podem crer, e Deus quer que todos creiam, pois “a graça de Deus se há manifestada, trazendo Salvação a todos os homens” (Tito 2:11); “porque isto é bom e agradável diante de Deus, nosso Salvador, que quer que todos os homens se salvem, e venham ao conhecimento da verdade” (1Tm.2:3,4). Porém, cremos que essa Salvação é condicional, ou seja, exige-se que o homem permaneça em Jesus. Paulo falou da possibilidade do “irmão fraco”, perecer - “E pela tua ciência perecerá o irmão fraco, pelo qual Cristo morreu” (1Co.8:11). Portanto, cremos que a Salvação é extensiva a todos os homens, desde que creiam em Jesus e o aceitem como seu Salvador - “Quem crer e for batizado será salvo...” (Mc.16:16). Assim, para nós, as bênçãos que o ser humano recebe de Deus, incluindo a própria Salvação, precisam ser cuidadas e guardadas com muito temor, pois é possível perdê-las - “...guarda o que tens, para que ninguém tome a tua coroa” (Ap.3:11). Creia nisso!

3. Deus é amor, mas castiga o filho rebelde. A pior coisa para Deus é quando seu povo se afasta dele (Oséias 11:1,2). A pior coisa para Deus é quando o seu povo quer voltar para o Egito (Números 11). A pior coisa é quando o povo de Deus se recusa a converter-se (Oséias 11:5), e quando está “acostumado a desviar-se de Deus” (Oséias 11:7). Veja o exemplo de Israel. Israel não quis ouvir e se mostrou insuportável. E o que Deus fez com Israel? Quando lemos a profecia de Oséias (Os.11:5-7), vamos ver que Deus iria castigar o seu povo. Deus não aceitava a atitude rebelde do seu povo. Deus mandaria o rei da Assíria para castigar o seu povo. O rei da Assíria seria como um chicote nas mãos de Deus. Deus mandou o profeta Oséias a dizer:  

“Não voltará para a terra do Egito, mas a Assíria será seu rei, porque recusam converter-se. E cairá a espada sobre as suas cidades, e consumirá os seus ferrolhos, e os devorará, por causa dos seus conselhos”.

Oséias profetizou sobre este castigo, e isso realmente aconteceu. O rei da Assíria chegou e levou em exílio uma grande parte do povo de Israel. Muitos morreram na guerra; muitos morreram por causa da fome; muitos morreram no cativeiro e; muitos morreram no exílio. Deus castigou o seu filho, mas Ele não o matou. Deus reagiu como está escrito em Provérbios 19:18: “Castiga o teu filho enquanto há esperança, mas não deixes que o teu ânimo se exalte até o matar”.

Deus fala também sobre o castigo que dará ao seu filho, mas ele fala também sobre o seu amor, que prevalece:

“Como te deixaria, ó Efraim? Como te entregaria, ó Israel? Como te faria como Admá? Ou como Zeboim? Está comovido em mim o meu coração, as minhas compaixões à uma se acendem. Não executarei o furor da minha ira; não voltarei para destruir a Efraim, porque eu sou Deus e não homem, o Santo no meio de ti; eu não virei com ira” (Os.11:8,9).  

Deus castigou enquanto tinha esperança, e alguns filhos foram assassinados, mas aqueles que voltaram, tremendo e se arrependendo, foram recebidos com graça e amor. Assim é Deus! Ele castiga aquele a quem muito ama, e quer que ele volte para Ele novamente. Cabe aqui a Parábola do Filho pródigo (Lc.15:11-32). Deus se revelou assim em Êxodo 34:7 e depois mais uma vez no Salmo 103:

“O Senhor é misericordioso e compassivo; longânimo e assaz benigno; não repreende perpetuamente, nem conserva para sempre a sua ira. Não nos trata segundo os nossos pecados, nem nos retribui consoante as nossas iniquidades. Pois quanto o céu se alteia em cima da terra, assim é grande a sua misericórdia para com os que o temem. Quanto dista o Oriente do Ocidente, assim afasta de nós as nossas transgressões. Como um pai se compadece de seus filhos, assim o Senhor se compadece dos que o temem”.

Assim é Deus! Assim é o amor do nosso Pai celestial!

II. UM DEUS MISERICORDIOSO

1. O que é misericórdia? No plano vertical, ou seja, no plano de Deus em relação ao pecador, misericórdia significa a fidelidade de Deus mediante a aliança de amor estabelecida com a humanidade (Sl.89:28), apesar da infidelidade dela. O homem não tinha esperança de nada além da culpa do pecado. Ele era impotente para livrar-se do pecado porque não podia resistir às tentações do diabo, “mas Deus prova o seu próprio amor para conosco, pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores. Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira” (Rm.5:8,9). Sob a nova aliança, Deus afirma: “Porque serei misericordioso para com as suas iniquidades e de seus pecados e de suas prevaricações não me lembrarei mais” (Hb.8:12).

Agradeçamos a Deus por sua misericórdia. Mas, lembremo-nos que ainda que agora tenhamos esperança através de sua misericórdia em Cristo, ainda podemos pecar. A misericórdia de Deus não é incondicional. Assim como mostrou misericórdia a Israel e depois tirou-a, por causa da desobediência do seu povo, ele nos promete o mesmo.

“Porque, se vivermos deliberadamente em pecado, depois de termos recebido o pleno conhecimento da verdade, já não resta sacrifício pelos pecados; pelo contrário, certa expectação horrível de juízo e fogo vingador prestes a consumir os adversários. Sem misericórdia morre pelo depoimento de duas ou três testemunhas quem tiver rejeitado a lei de Moisés. De quanto mais severo castigo julgais vós será considerado digno aquele que calcou aos pés o Filho de Deus, e profanou o sangue da aliança com o qual foi santificado, e ultrajou o Espírito da graça? Ora, nós conhecemos aquele que disse: A mim pertence a vingança; eu retribuirei. E outra vez: O Senhor julgará o seu povo. Horrível coisa é cair nas mãos do Deus vivo” (Hb.10:26-31).

Conhecendo a misericórdia de Deus, bem como nossa fraqueza da carne, adverte-nos as Escrituras Sagradas: “... guardai-vos no amor de Deus, esperando a misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo, para a vida eterna” (Judas 1:21); “Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna” (Hb.4:16).

No plano horizontal, ou seja, no plano humano em relação ao próximo, misericórdia significa lançar o coração na miséria do outro e estar pronto em qualquer tempo para aliviar a sua dor. Misericórdia é ver uma pessoa sem alimento e lhe dar comida, é ver uma pessoa solitária e lhe fazer companhia; é atender às necessidades e não apenas senti-las; é mais do que sentir piedade por alguém. A palavra hebraica para misericórdia é “chesed”, que é a capacidade de entrar em outra pessoa até que praticamente podemos ver com os seus olhos, pensar com sua mente e sentir com o seu coração.

O maior exemplo de amor e misericórdia foi demonstrado por Jesus. Ele declarou que veio ao mundo não para ser servido, mas para servir e dar a sua vida por nós (Mt.20:28). Ele curou os doentes, alimentou os famintos, abraçou as crianças, foi amigo dos pecadores, tocou os leprosos. Ele fez com que os solitários se sentissem amados. Ele consolou os aflitos, perdoou os que haviam caído em opróbrio.

O apóstolo Paulo disse que exercer misericórdia com os necessitados é uma graça que Deus nos dá em vez de um favor que fazemos às pessoas. Veja o testemunho que ele dá dos crentes da Macedônia com relação a este aspecto (2Co.8:1-5):

1. Também, irmãos, vos fazemos conhecer a graça de Deus dada às igrejas da Macedônia;

2. como, em muita prova de tribulação, houve abundância do seu gozo, e como a sua profunda pobreza superabundou em riquezas da sua generosidade.

3. Porque, segundo o seu poder (o que eu mesmo testifico) e ainda acima do seu poder, deram voluntariamente,

4. pedindo-nos com muitos rogos a graça e a comunicação deste serviço, que se fazia para com os santos.

5. E não somente fizeram como nós esperávamos, mas também a si mesmos se deram primeiramente ao Senhor e depois a nós, pela vontade de Deus.

Este ato misericordioso dos irmãos da Macedônia é uma demonstração tangível daquilo que Paulo exortou em Gálatas 6:2: “Levai as cargas uns dos outros e assim cumprireis a lei de Cristo”.

A misericórdia, portanto, não é uma virtude natural. Para realizamos tal ato precisamos amar com amor divino. Por natureza o homem é mau, cruel, insensível, egoísta, incapaz de exercer a misericórdia. Precisamos nascer de novo antes de sermos misericordiosos. Precisamos de um novo coração, antes de termos um coração misericordioso. Você tem ajudado seus irmãos a carregarem suas cargas ou você tem ainda acrescentado mais peso a elas?

2. O Pai da misericórdia. A Bíblia afirma que Deus é o Pai da misericórdia (2Co.1:3) – “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias e o Deus de toda consolação”. Essa expressão “Pai de misericórdia” significa a fonte inesgotável de todas as misericórdias de que os crentes são e serão objeto. Observe que Deus precisa ser primeiro o Pai de Cristo, para que Ele possa ser “o Pai de misericórdia” para nós. A misericórdia de Deus precisa ver a justiça de Deus satisfeita. Um atributo de Deus não pode destruir o outro (Salmos 85:10). Deus não pode falhar em Sua própria justiça, mas ela precisa ser satisfeita por Cristo (Rm.3:26). Cristo tomou para si a nossa natureza, para morrer por nós (Hb.2:14,17), para que Deus pudesse ser nosso Pai, apesar dos nossos pecados, pois Ele puniu os nossos pecados em Cristo, nosso fiador (Hb.7:22). Deus, portanto, a partir do seu coração de misericórdia, encontrou um caminho para que Ele pudesse nos fazer o bem, e juntar a Sua misericórdia com a Sua justiça. Deus é santidade; nós somos uma massa de pecado e corrupção. Mas Cristo morreu por nós, e Deus é o Pai de misericórdias para todos aqueles que estão em Cristo. Como a justiça de Deus para o pecado foi satisfeita, o obstáculo é removido e a torrente de misericórdias de Deus flui livremente.

O Pai da misericórdia glorifica a Si mesmo ao mostrar misericórdia. Deus é misericordioso antes de sermos convertidos. Ele atrasa a Sua ira e não pune o pecador imediatamente. Deus é misericordioso no perdão de todos os pecados, na punição e na culpa, quando nós confiamos em Cristo. Deus é misericordioso na correção de alguns dos pecados dos Seus filhos (Hb.12:6). Ele é misericordioso na continuação das nossas bênçãos diárias. Se nós temos conforto, isto é misericórdia; se nós temos força, isto é misericórdia. As Suas misericórdias não falham, mas renovam-se cada manhã (Lm.3:22-23). Tudo que vem de Deus para os Seus filhos é mergulhado em misericórdia.

3. Misericórdia com o pecador. Misericórdia é um atributo moral de Deus, que o leva a não dar ao pecador o que ele merece. Merecemos o seu castigo, mas Ele nos dá sua graça imerecida - “As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos” (Lm.3:22). Todas as misericórdias têm sua origem em Deus e só podem ser recebidas dele. A Bíblia fala da riqueza das misericórdias de Deus (Sl.5:7;69:16), da sua terna misericórdia (Tg.5:11) e da grandeza da sua misericórdia (Nm.14:19); também fala da multidão das suas misericórdias (Sl.51:1) – “Tem misericórdia de mim, ó Deus, segundo a tua benignidade; apaga as minhas transgressões, segundo a multidão das tuas misericórdias”. A cada dia, a misericórdia de Deus pode ser experimentada, pois ela nunca acaba – “Rendei graças ao SENHOR, porque ele é bom; porque a sua misericórdia dura para sempre” (Sl.136:1 - ARA).

As promessas de Deus são promessas de misericórdia. Sempre que um pecador se arrepende, independentemente de quantos ou quão maus os seus pecados possam ser, Deus irá esquecer-se de todos eles (1João 1:7). A Bíblia fala para a alma culpada: “Deixe o perverso o seu caminho, o iníquo, os seus pensamentos; converta-se ao SENHOR, que se compadecerá dele, e volte-se para o nosso Deus, porque é rico em perdoar” (Is.55:7). Nós somos vingativos, rápidos para nos ofendermos e procurarmos vingança. Nossos pensamentos de misericórdia são pobres e estreitos, porque somos inclementes e sem piedade. Mas os pensamentos de Deus estão acima dos nossos pensamentos, e os Seus caminhos estão acima dos nossos caminhos (Is.55:7,8). A misericórdia de Deus é infinita!

Quando Deus é severo com pecadores, na Sua justiça, é por causa do erro deles. O Seu coração é misericordioso (Lm.3:33). Ele é bom em Si mesmo. Nós O provocamos para ser severo na justiça. Contudo, em Sua própria natureza, Ele “tem prazer na misericórdia” (Mq.7:18). Portanto, Ele será misericordioso com todo aquele que se arrepender dos seus pecados e se apossar de Cristo, através de uma fé verdadeira. Este é o nome pelo qual Deus quer ser conhecido: “compassivo, clemente e longânimo e grande em misericórdia e fidelidade” (Êx.34:6).

III. AMOR, BONDADE E COMPAIXÃO NA VIDA DO SALVO

1. Amor como adoração a Deus. O principal mandamento bíblico é: “Amarás, pois, ao Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças” (Mc.12:30). Este não é apenas um preceito moral, mas um sentimento de profunda devoção de coração. Logo, mediante o amor divino, o salvo em Cristo é levado a demonstrar, em atitudes e palavras, o quanto ele ama a Deus, sabendo que isso só foi possível porque o Pai amou-o primeiro (1João 4:19).

Amar a Deus significa submeter-se à vontade do Senhor, fazer aquilo que Ele nos manda na sua Palavra; significa renunciar à vontade própria, ao ego, à sua individualidade para fazer aquilo que o Senhor determinou que fizéssemos. Não é possível amar a Deus sem observar a sua Palavra.

O pecador que rejeita a oferta da Salvação, por meio de Jesus Cristo, único e suficiente Salvador (João 14:6), por natureza, é considerado inimigo de Deus – “Porque, se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida”. Mas, por intermédio da reconciliação que Cristo operou na cruz, o próprio Deus tomou a iniciativa e capacitou o salvo a amá-lo – “Amados, se Deus assim nos amou, também nós devemos amar uns aos outros. Nós o amamos porque ele nos amou primeiro” (1João 4:11,19). A primeira prova que temos de que alguém realmente se tornou um filho de Deus é o fato de que ele passou a amar a Deus, e amar a Deus é simples de ser verificado: “Vós sereis meus amigos se fizerdes o que Eu vos mando” (João 15:14); “Aquele que tem os Meus mandamentos e os guarda, este é o que Me ama” (João 14:21a).

2. Amar ao próximo. O amor a Deus é pressuposto para que se tenha amor ao próximo. Quem ama a Deus, ama o próximo(1João 4:21). Não é possível amar o próximo sem que antes se ame a Deus. Vimos no tópico I deste estudo que Deus, nosso Pai, é amor. Ora, se Deus é amor, como pode gerar filhos que não tenham o mesmo amor? Somos filhos de Deus, e, como filhos, possuímos as características do nosso Pai celestial; assim sendo, naturalmente, devemos amar como Ele amou (2Pd.1:4; João 15:12); do contrário, não seremos considerados seus filhos. Jamais alguém que seja feito filho de Deus (João 1:12), que tenha sido gerado da água e do Espírito (João 3:5), que seja participante da natureza divina (2Pd.2:4), não tenha, pois, o amor divino.

O apóstolo Paulo afirma que “o amor de Cristo nos constrange" (2Co.5:14); nos constrange a amar o próximo (Mt.5:43-45; Ef.5:2; 1João 4:11), porque Cristo morreu por ele também (Rm.14:15; 1Co.8:11), e quando fazemos o bem a quem precisa fazemos ao próprio Senhor (Mt.25:40), isto é bem ensinado na famosa parábola do bom samaritano (Lc.10:30-37).

- Amar o próximo é assumir o lugar do outro. É sentir as necessidades alheias, tomar para si o sofrimento de alguém. É ver o próximo como gostamos que este nos veja. Mas como amar assim, se a natureza humana é, em si mesma, egoísta e interesseira? O apóstolo Paulo, escrevendo aos Romanos, no capítulo 5, versículo 5, diz que o amor de Deus é derramado em nosso coração. É esse amor de Deus a fonte do amor que nos habilita a amar uns aos outros.

- Amar o próximo não é somente dizer que o ama, mas demonstrar isso na prática – os atos falam mais alto do que as palavras. Por isso é que dizem que a pregação com a nossa vida, com os nossos atos, são mãos penetrantes do que as palavras. A Bíblia diz que devemos suportar uns aos outros - isso é o amor em prática, no sentido pleno. Suportar não significa concordar com os erros do outro, por exemplo, mas não excluir alguém de nosso convívio, de imediato e definitivamente, por ter praticado algo contra nós. Devemos suportar nosso próximo, mesmo sem gostar de sua atitude, sabendo que um dia iremos fazer alguma coisa contra aquela mesma pessoa e vamos querer que ela nos suporte.

- Amar o próximo é sentir compaixão por ele, ou seja, sentir a sua dor, como se fosse nossa e, assim, suprir as necessidades imediatas do nosso semelhante, lembrando que ele é tão imagem e semelhança de Deus quanto nós. O individualismo e o egoísmo têm dificultado, e até impedido, gestos de amor ao próximo, até mesmo entre cristãos. Quem é o nosso próximo? É qualquer ser humano, como bem nos explicitou Jesus na parábola do bom samaritano (Lc.10:30-37), e este amor supera todo e qualquer preconceito, toda e qualquer barreira, toda e qualquer tradição.

- Amar o próximo não é apenas ajudar alguém do ponto-de-vista material, mas, sobretudo, levar este alguém a uma vida de comunhão com Deus, a um equilíbrio em todos os aspectos da sua vida. Medidas emergenciais são necessárias, como nos mostra a parábola do bom samaritano, mas é extremamente necessário que levemos o próximo a entender que deve, sobretudo, amar a Deus, para que também ame o próximo, como nós o amamos.

3. Amor como serviço diaconal. O mandamento de amar o próximo é antigo; ele é da Lei Mosaica - “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Lv.19:18). Mas, Jesus transformou este mandamento em novo mandamento no fato de que Ele realmente chamou as pessoas a vivê-lo. Sua vida toda o encarnou. “Quando Ele lavou os pés dos discípulos, Ele ensinou, na prática, um estilo de vida que deveria caracterizar seus discípulos (João 13:14), ou seja, o de um servir ao outro”.

A vida cristã é um sem-número de novos começos instigados pelo desafio sempre novo de amar uns aos outros como Cristo nos amou. É nossa missão quando lidamos com pessoas difíceis e impossíveis. Na verdade, a vida é difícil para todos, porém alguns têm mais dificuldade que outros. Não entendemos bem o porquê disso. Talvez Deus permita essa diferença para que haja oportunidade de crescimento espiritual no serviço diaconal do cristão. Assim expressou Paulo: “Levai as cargas uns dos outros e assim cumprireis a lei de Cristo”(Gl.6:2). É na pratica do amor de alto preço que o mandamento se torna novo outra vez. O cristianismo experimental é sempre novo, conquanto o cristianismo doutrinário seja sempre antigo.

Aliviar os sofrimentos e as angústias de outras pessoas é serviço diaconal cristão. Muitas vezes podemos fazer muito com pouco. Esse tipo de serviço é também um testemunho de amor cristão. Provavelmente Tiago tenha falado que a fé sem as obras seja morta, nos exortando ao serviço para o bem comum. Ele disse: “Aquele que sabe fazer o bem e não o faz, comete pecado”(Tg.4:17). E Jesus declarou o seguinte: “E aquele que der até mesmo um copo de água fresca a um destes pequeninos, na qualidade de discípulos, em verdade vos digo, que de modo algum perderá sua recompensa”(Mt.10:42 ). Portanto, o serviço em favor do próximo, uma vida sacrificada em favor de quem está perto de nós, demonstra, na prática, a grandeza do amor de Deus.

Portanto, o amor como serviço diaconal é um dever e é coerente com o caráter de Deus. O cristão que passou pelo novo nascimento, que foi regenerado, justificado e santificado deve amar sem preconceito e incondicionalmente a todas as pessoas. É o que João exorta aos seus leitores: "Amados, se Deus assim nos amou, também devemos amar uns aos outros" (1João 4:11). Ele nos encoraja a amarmos à maneira de Deus, que entregou seu Filho à morte por amor. Aquele que não ama como Deus amor não pode ser considerado conhecedor de Deus – “...e qualquer que ama é nascido de Deus e conhece a Deus; Aquele que não ama não conhece a Deus”(1João 4:7,8). Portanto, não há alternativa para nós, pois está escrito que, como filhos de Deus, temos de agir como Ele agiu. A Bíblia diz que se nós amamos uns aos outros Deus está em nós(1João 4:11).

CONCLUSÃO

“O amor e a misericórdia de Deus extrapolam a compreensão humana, pois ainda que se usem os melhores recursos linguísticos, estes não seriam capazes de descrever quão incomensuráveis são essas virtudes divinas. Nem mesmo o amor de uma mãe pelo seu filho é capaz de sobrepor o amor e a misericórdia de nosso Deus. Por isso, resta-nos expressar esse amor em nossa relação com cada criatura” (LBM.CPAD).

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Fonte: Luciano de Paula Lourenço

quinta-feira, 12 de outubro de 2017

ASSEMBLEIA DE DEUS EM VIÇOSA REALIZA 4º ENCONTRO INFANTIL

                
           
Nesta quinta-feira 12, sob o tema: E toda família entrou na arca, extraído do livro do Gênesis 7:1, a coordenação da Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Viçosa-Alagoas realizou o 4º Encontro Infantil.
                O templo tronou-se pequeno para comportar o expressivo número de crianças de todo campo evangelístico desta cidade. A criançada esteve acompanhada das coordenadoras de cada congregação.
                A  historinha infantil foi contada pela preletora Neane (Maceió). Irmã Neane tomou como base para sua preleção o tema Por dentro ou por fora da Arca. A mensagem foi extremamente proveitosa para cada criança presente, bem como para igreja como todo.
                A tarde desse dia foi um presente  para criançada no dia em que é comemorado o dia da criança.
Ao término, o Pastor João Pedro de Lima, agradeceu a Deus pelo evento realizado, como também a coordenação do templo sede, a todas as coordenadoras das congregações e todos que contribuíram em prol do brilhante evento.

AO SENHOR JESUS CRISTO TRIBUTAMOS TODA GLÓRIA.


Por Efigênio Hortêncio
EQUIPE DE COORDENAÇÃO DO TEMPLO  SEDE