Subsídio para a Lição 05
Texto Base: Lucas 1:26-33,39-45
“E eis que em teu ventre conceberás, e darás à luz um filho, e pôr-lhe-ás o nome de Jesus” (Lc.1:31).
LUCAS 1:
26.E, no sexto mês, foi o anjo Gabriel enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré,
27.a uma virgem desposada com um varão cujo nome era José, da casa de Davi; e o nome da virgem era Maria.
28.E, entrando o anjo onde ela estava, disse: Salve, agraciada; o Senhor é contigo; bendita és tu entre as mulheres.
29.E, vendo-o ela, turbou-se muito com aquelas palavras e considerava que saudação seria esta.
30.Disse-lhe, então, o anjo: Maria, não temas, porque achaste graça diante de Deus,
31.E eis que em teu ventre conceberás, e darás à luz um filho, e pôr-lhe-ás o nome de Jesus.
32.Este será grande e será chamado Filho do Altíssimo; e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai,
33.e reinará eternamente na casa de Jacó, e o seu Reino não terá fim.
39.E, naqueles dias, levantando-se Maria, foi apressada às montanhas, a uma cidade de Judá,
40.e entrou em casa de Zacarias, e saudou a Isabel.
41.E aconteceu que, ao ouvir Isabel a saudação de Maria, a criancinha saltou no seu ventre; e Isabel foi cheia do Espírito Santo,
42.e exclamou com grande voz, e disse: Bendita és tu entre as mulheres, e é bendito o fruto do teu ventre!
43.E de onde me provém isso a mim, que venha visitar-me a mãe do meu Senhor?
44.Pois eis que, ao chegar aos meus ouvidos a voz da tua saudação, a criancinha saltou de alegria no meu ventre.
45.Bem-aventurada a que creu, pois hão de cumprir-se as coisas que da parte do Senhor lhe foram ditas!
INTRODUÇÃO
Trataremos nesta Lição sobre a Dessacralização da Vida no Ventre Materno. De acordo com Genesis 2:7, Deus formou o homem a partir do pó da terra e soprou em suas narinas o fôlego de vida, fazendo com que o homem se tornasse alma vivente. Essa passagem enfatiza que Deus é o criador e o doador da vida, conferindo à humanidade uma existência única e especial. Através desse ato de criação, Deus demonstra seu poder e autoridade como o autor da vida, tendo ela, conforme está escrito no Salmos 139:13-16, o seu divino valor desde a concepção no ventre materno. Logo, toda ideologia que tem a intenção malévola de dessacralizar a vida e fazer apologia à cultura de morte, inclusive de criatura ainda em formação no ventre materno, afronta a soberania de Deus que a criou e desqualifica a autoridade das Escrituras Sagradas, que a valoriza por ser obra prima do Criador. Somente Deus, que é o autor da vida, tem o direito soberano de tirá-la (1Sm.2:6). Somente Deus tem a autoridade absoluta sobre todas as coisas, incluindo a existência humana e o destino após a morte.
I. A CONCEPÇÃO DE CRISTO
1. O anúncio do nascimento
O anúncio da encarnação e nascimento de Jesus Cristo foi o mais maravilhoso que já ocorreu neste mundo. O mesmo anjo Gabriel que há seis meses visitara Zacarias na Judeia, agora é enviado por Deus a Maria, em Nazaré, na Galileia, para comunicar o evento mais auspicioso e esperado da história: o nascimento do Messias, o Salvador do mundo. Gabriel só aparece na Bíblia em Lucas, capítulo 1, e em Daniel 8:16 e 9:21. Este ser angelical faz a seguinte revelação a Maria: “em teu ventre conceberás, e darás à luz um filho, e pôr-lhe-ás o nome de Jesus” (Lc.1:31). Diante do inusitado, Maria indaga: “como se fará isso, visto que não conheço varão?” (Lc.1:34). A pergunta demonstra a perplexidade da virgem de como se daria a concepção sem a participação de um homem.
A concepção virginal de Jesus é um dos maiores milagres das Escrituras, pois, segundo os estudiosos entendidos no assunto, se fosse possível criar um feto usando apenas o óvulo de uma mulher, essa criança seria do sexo feminino, e não do sexo masculino. Apenas um homem pode dar o cromossomo que, junto com o da mulher, torna possível o nascimento de uma criança do sexo masculino. Este cromossomo, com os outros que formaram a pessoa teantrópica de Jesus (totalmente Deus e totalmente homem), foi dado pelo Espírito Santo. No plano de Deus, a virgem Maria estava destinada a ser a mãe do Cristo, o Messias e Salvador. Maria aceitou sem nenhuma restrição o convite de Deus feito por intermédio do anjo. Ela respondeu com firmeza, se colocando na posição de serva e se submetendo a todas as dificuldades que ela teria que superar.
Maria foi agraciada em ser escolhida para ser a mãe de Jesus Cristo, o Messias prometido; todavia, ela estava na mesma condição de qualquer outro ser humano: separada de Deus; portanto, como qualquer ser humano, totalmente dependente do ato salvífico de Cristo na cruz. Paulo afirma em Romanos 3:10 que: “[…] Não há um justo, nem um sequer”. Este texto ratifica a dependência humana da salvação por meio de Cristo, incluindo Maria.
O ventre que guardaria o maior de todos os tesouros não era o de uma princesa, mas de uma virgem comprometida a casar-se com um carpinteiro da aldeia de Nazaré, um pequeno vilarejo da Galileia, considerado por alguns com desdém (João 1:46). Nazaré era tão obscura que, dentre as 56 cidades da Galileia, nunca é mencionada no Antigo Testamento nem na lista de Flavo Josefo. Nazaré tampouco é mencionada no Talmude que lista 63 cidades.
Mateus diz que Jesus seria chamado de Nazareno (Mt.2:23). Certamente, Mateus pensou em Isaias 11:1, que diz: “do tronco de Jessé sairá um rebento, e das suas raízes, um renovo”. A palavra “renovo ou broto” no hebraico é ”nezér”. Jesus é chamado por Isaías de “nezér”. Por causa do seu local de residência, Nazaré, Jesus é designado Nazareno (Mt.2:23; Mc.1:24). Sobre a cruz de Jesus foi escrito: “Jesus Nazareno, o rei dos judeus”. Para os cristãos, esse título significa que Jesus como Nazareno é o “broto” de Jessé, sobre o qual Isaias falou. Assim, Mateus vê a mão coordenadora e diretiva de Deus na circunstância de que, no Antigo Testamento, o Messias é chamado de “nezér” e no Novo Testamento, de Nazareno.
2. A miraculosa concepção
A concepção virginal de Jesus foi obra sobrenatural do Espírito Santo (Lc.1:35), e não resultado de uma relação entre José e Maria. Foi no interregno do noivado à consumação do casamento que o anjo Gabriel visitou Maria em Nazaré. Nessa ocasião, Maria foi comunicada de que seria a mãe do Salvador, de que desceria sobre ela a sombra do Altíssimo e de que, pela ação soberana do Espírito Santo, ela conceberia e daria à luz o Filho de Deus. Seu corpo foi preparado para Ele pelo Espírito Santo (Hb.10:5).
Existem algumas alegações errôneas e não bíblicas de que a concepção virginal de Cristo foi baseada no relato de mitos pagãos; todavia, Mateus afirma que Maria simplesmente “achou-se grávida pelo poder do Espírito Santo” (Mt.1:18-NVI). O anjo Gabriel explicou a Maria que a concepção seria singular e miraculosa: “descerá sobre ti o Espírito Santo” (Lc.1:35a) e, por isso, declarou que o menino, “o Santo, [...] será chamado Filho de Deus” (Lc.1:35b). Para comprovar o plano divino do nascimento virginal, Mateus não recorre à mitologia e sim ao profeta Isaías: “Portanto, o mesmo Senhor vos dará um sinal: eis que uma virgem conceberá, e dará à luz um filho, e será o seu nome Emanuel” (Is.7:14).
Quando se fala de concepção virginal, o que está em questão é a preservação da virgindade de Maria no processo da concepção. Mateus evidencia a origem divina de Jesus por meio da narrativa da concepção sem ação humana e unicamente pela ação divina, independente do casal escolhido para a missão de criar e educar o Messias prometido. Assim, Jesus é apresentado como o Messias divino no qual se cumpriram as profecias do Antigo Testamento. Após o nascimento de Jesus, Maria e José tiveram vários filhos (Mt.13:55).
Negar a concepção virginal de Jesus é negar a sua condição de Salvador, é procurar desacreditar a sua missão de salvação do ser humano. Jesus veio para libertar o povo do pecado e, por isso, não poderia ser formado em pecado.
É interessante observar que a vinda de Jesus por obra e graça do Espírito Santo, em momento algum, pode ser usada como argumento para negar a sua humanidade, porquanto sua concepção virginal teve o propósito de fazê-lo entrar no mundo do mesmo modo que Adão, numa natureza sem pecado, ainda que humana, a fim de que pudesse vencer o mundo e o pecado, e, por conseguinte, garantir a salvação a todo aquele que nele crer(João 3:16).
3. A bênção do nascimento
O nascimento de uma criança é um momento especial e significativo, repleto de emoção e esperança. É um lembrete da maravilha da vida e da responsabilidade de cuidar e orientar essa nova vida. O nascimento conecta gerações passadas e futuras, e nos inspira a construir um futuro melhor. É uma oportunidade de celebrar a vida, nutrir, proteger e guiar a criança em seu crescimento. É uma lembrança da importância da vida e da necessidade de criar um ambiente amoroso e propício. É um evento que merece ser valorizado e celebrado como um presente valioso de Deus (Sl.127:3), uma bênção enviada por Deus.
O nascimento de uma criança é um evento sagrado que carrega consigo uma profunda conexão com a espiritualidade e a fé. Acredita-se que cada criança traz consigo uma missão única e um propósito especial nesta vida. É um lembrete de que a vida é um milagre e de que devemos valorizar e proteger cada nova vida que surge.
O nascimento de uma criança é um lembrete do amor de Deus e da sua presença constante em nossas vidas. É um momento de gratidão e devoção, no qual celebramos a dádiva da vida que nos é concedida. Por isso, dessacralizar a vida no útero de uma mulher é uma afronta ao Criador da vida, que não faz distinção entre embrião e feto, pois aos seus olhos ambos são pessoas completas. O homem, pois, não deve se posicionar como deus e senhor da vida determinando quem deve viver e quem tem de morrer. Esse direito só cabe a Deus, pois a pessoa humana tem início nele e para Ele terá de retornar (Ec.12:7).
Com relação ao nascimento de Jesus Cristo, foi o maior e o mais impactante acontecimento da história; foi a bênção magna para todos os seres humanos; trouxe uma missão e um propósito para toda a humanidade. O nascimento de Jesus foi o cumprimento da promessa de Deus logo após a queda do homem, no afã de restaurá-lo ao status quo da criação (Gn.3:15). Sem esse acontecimento o ser humano estaria perdido para sempre.
É possível perceber como Deus moveu céus e terra para que, na plenitude do tempo, de acordo com Gálatas 4:4, Jesus, o próprio Deus encarnado, nascesse para trazer salvação a toda humanidade: “Vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei”. Portanto, o nascimento de Jesus significou boas-novas de salvação para toda a humanidade. Disse o anjo a José: “Ela dará à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles” (Mt.1:21).
II. A CULTURA DA MORTE
1. O projeto ideológico
A cultura da morte é um conjunto de ideias que visa modificar o conceito de vida e de família. É vista como uma desconstrução da sacralidade e valorização da vida. É uma visão ou mentalidade que enfatiza o descarte, a desvalorização ou a instrumentalização da vida humana. Essa perspectiva se manifesta de várias formas como, por exemplo, a aceitação ou promoção do aborto, eutanásia, suicídio assistido, genocídio, pena de morte ou outras práticas que desconsideram a dignidade e o valor intrínseco da vida.
Na cultura da morte é estimulada a “eugenia”: o descarte do ser humano com alguma má formação ainda no útero materno; a depreciação da maternidade a fim de que a mulher não deseje ser mãe; a modificação do conceito de saúde reprodutiva para justificar o aborto como medida de saúde feminina. Neste projeto ideológico, o direito à vida no útero é substituído pelo direito incondicional da mulher sobre o próprio corpo, que por meio do aborto decreta a morte do fruto de seu ventre. Portanto, a cultura da morte visa modificar o conceito bíblico da vida.
Entretanto, o cristão verdadeiro defende a "cultura da vida", o respeito pela vida humana em todas as suas fases e circunstâncias. Somos cônscios de que a vida humana é sagrada e deve ser protegida em todas as suas fases, desde a concepção até a morte natural. A sociedade deve promover uma cultura que valorize e respeite a vida, promova a dignidade e o valor intrínseco de cada pessoa, independentemente de sua idade, saúde ou condição. Isto é bíblico.
2. O direito sobre o corpo
A cultura degradante do pós-modernismo insiste que é direito do ser humano exercer autonomia sobre o próprio corpo. O slogan "meu corpo, minhas regras" é frequentemente utilizado como uma expressão de autonomia individual e defesa dos “direitos” reprodutivos e das escolhas pessoais. Além disso, este slogan pode ser interpretado de forma ampla e aplicado a situações além dos direitos reprodutivos. Em alguns casos, pode ser usado para justificar comportamentos irresponsáveis ou prejudiciais à saúde, ignorando o bem-estar próprio e o impacto na saúde pública. Sob este manto é defendida e promovida a liberdade de práticas sexuais ilícitas, bem como a escolha de vida ou de morte. Também estão amparados neste guarda-chuva de libertinagem os “direitos” à prostituição, ao aborto, à eutanásia, ao suicídio e outros. Qualquer opinião contrária a estas práticas é considerada violação da liberdade humana. Isto é o retrato de uma cultura degradante em oposição ao padrão moral estabelecido por Deus.
É válido ressaltar que as ações de uma pessoa que utilizam este posicionamento de banalização da vida podem afetar não apenas seu próprio corpo, mas também a vida de outros indivíduos. Por exemplo, quando se trata de questões como o aborto, o argumento "meu corpo, minhas regras" ignora a existência de outro ser humano em desenvolvimento, o feto, que também possui direitos e dignidade intrínseca. Esse slogan pode promover uma mentalidade individualista, na qual as consequências sociais e comunitárias são negligenciadas em nome da liberdade pessoal. As ações individuais têm impacto na sociedade como um todo, e é necessário considerar o equilíbrio entre a liberdade individual e a responsabilidade coletiva.
Essa questão de “liberdade humana” não é de agora. Na cidade de Corinto, na época do apóstolo Paulo, defendia-se uma liberdade total, irrestrita e incondicional. Eles estavam transformando a liberdade em libertinagem. No entanto, Paulo exortou aquela igreja da seguinte forma: ”Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas convêm. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma delas. [...] o corpo não é para a impureza, mas, para o Senhor, e o Senhor, para o corpo” (1Co.6:12,13). Aquela sociedade não tinha limites. Eles chegaram a aplaudir o pecado de incesto dentre da comunidade que professava o cristianismo ortodoxo, e se jactaram dessa posição permissiva. A lei que regia a vida deles era: “é proibido proibir!”. Eles consideravam todas as coisas indistintamente como lícitas, sem nenhuma restrição. Eles não suportavam restrições, leis ou proibições. Porventura, não é isto que estamos vendo de forma mais intensa nesta cultura pós-moderna?
A filosofia grega não dava nenhum valor ao corpo. O corpo era apenas a prisão da alma. Por isso, os gregos pensavam que tudo aquilo que se faz com o corpo não importa. Paulo, porém, rechaça a filosofia grega e diz que Deus criou o corpo. O corpo é tão importante para Deus que Ele vai ressuscitá-lo. Esse corpo tem uma origem maravilhosa, pois Deus o criou e terá um fim glorioso, pois Deus o ressuscitará. Por conseguinte, o corpo não pode ser usado para a impureza, mas, para o Senhor, e o Senhor, para o corpo (1Co.6:13). Ele deve ser usado para a glória de Deus.
Paulo diz também que Jesus Cristo comprou e remiu o nosso corpo (1Co.6:15-18). Ele agora não pertence mais a nós, pertence a Jesus Cristo. Os membros do nosso corpo estão ligados a Cristo (1Co.6:15-17); logo, não podemos unir o corpo de Cristo à impureza.
O crente, portanto, nunca deve se espelhar nesta cultura degradante que impera nesta sociedade de hoje, que exige liberdade para praticar tudo aquilo que vem de encontro aos valores absolutos da Palavra de Deus. Somos livres em Cristo visando algo muito mais importante e especial. É valido dizer que, embora o crente não esteja cercado por uma multidão de restrições, há o perigo de que, ao reclamar a sua liberdade cristã, o homem pode colocar-se na escravidão das coisas que pratica. A vida só tem sentido quando está sob o domínio de Cristo, como afirma o apostolo Paulo: “...Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim” (Gl.2:19,20).
3. A prática do aborto
O aborto é a interrupção do nascimento por meio da morte do embrião ou do feto; é o ato de descontinuar a gestação do ser vivo. Um dos desdobramentos da filosofia pós-moderna em nossa sociedade pode ser observado na crescente defesa da legalização do aborto pelos setores intelectuais e culturais. Defensores do direito ao aborto (feticídio) argumentam que a mulher tem autonomia sobre seu próprio corpo e pode fazer escolhas reprodutivas de acordo com suas circunstâncias individuais. Essa visão muitas vezes enfoca os direitos e interesses da mulher, colocando-os acima do direito à vida do feto. No entanto, cada vida humana é valiosa desde a concepção e merece proteção e respeito, pois a vida criada por Deus é sagrada, desde o momento da concepção (Sl.139:13-16) até o último suspiro (Ec.12:7). Não por acaso, há registros na Bíblia de pessoas chamadas por Deus ainda no ventre (Gn.25:20-23; Is.49:1; Lc.1:15,41; Gl.1:15,16). Deus tem um plano e um propósito para cada vida humana, mesmo antes do nascimento (Jr.1:5).
Além disso, a Bíblia frequentemente menciona a ideia de que Deus conhece e forma cada pessoa no ventre materno. Por exemplo, o Salmo 139:13-16 diz: "Pois tu formaste o meu interior; tu me teceste no ventre de minha mãe. Eu te louvo porque me fizeste de modo especial e admirável. Tuas obras são maravilhosas! Digo isso com convicção. Meus ossos não estavam escondidos de ti quando em secreto fui formado e entretecido como nas profundezas da terra". Essa passagem enfatiza a intencionalidade e a criação divina de cada ser humano.
Outro argumento bíblico é baseado no mandamento "não matarás" (Êxodo 20:13). Este mandamento proibi, enfaticamente, tirar a vida do ser humano, incluindo feto em desenvolvimento. Isto enfatiza a sacralidade da vida e a responsabilidade de protegê-la.
Além disso, a Bíblia frequentemente menciona a ideia de que Deus conhece e forma cada pessoa no ventre materno. Por exemplo, o Salmo 139:13-16 diz: "Pois tu formaste o meu interior; tu me teceste no ventre de minha mãe. Eu te louvo porque me fizeste de modo especial e admirável. Tuas obras são maravilhosas! Digo isso com convicção. Meus ossos não estavam escondidos de ti quando em secreto fui formado e entretecido como nas profundezas da terra". Essa passagem enfatiza a intencionalidade e a criação divina de cada ser humano. Assim, quem mata um embrião ou feto atenta contra a dignidade humana e a sacralidade da vida no ventre materno.
III. A SACRALIDADE DA VIDA
1. A vida é inviolável
A inviolabilidade da vida é um princípio ético e moral que defende a sacralidade e o valor intrínseco de cada vida humana. Esse princípio sustenta que todas as pessoas têm o direito fundamental à vida, e que ela deve ser protegida em todas as suas formas e valorizada desde o estágio inicial de desenvolvimento até a morte natural. Isso abrange questões como a proibição do homicídio, do feticídio, o respeito à integridade física e mental, e a promoção do bem-estar e da dignidade de todas as pessoas. Deus é o autor e Senhor da vida, por isso ela é considerada um dom sagrado, e cabe aos seres humanos respeitar e proteger esse dom.
Em virtude da inviolabilidade da vida, questões como o aborto, a eutanásia, a pena de morte etc., violam o valor intrínseco da vida humana e devem ser rejeitadas em favor de alternativas que preservem e promovam a vida humana em todas as suas formas, pois ela é um ato criativo de Deus, que é o autor e a fonte originária do fôlego da vida (Gn.2:7; Jó 12:10). Somente Deus tem poder sobre a vida e a morte (1Sm.2:6).
Portanto, o cristão precisa tomar cuidado com o relativismo moral, não fazer concessões e estar alerta quanto às ações de manipulação de sua consciência e o desrespeito à vida humana (2Co.4:2; 1Tm.4:1,2).
2. O começo da vida
Médicos e cientistas comprovam: a vida humana começa no momento da concepção. O profeta Jeremias afirma que a vida tem início na fecundação (Jr.1:5). O salmista afirma que Deus vê o embrião ainda informe e o ama em todos os processos formativos da vida intrauterina, desde a fecundação até o nascimento e por toda a sua vida (Sl.139:15,16).
Deus, pessoalmente, zela pela criancinha desde o momento da sua concepção e estabelece um plano para a vida dela. Por esta razão, Deus ver o aborto de um nascituro como homicídio. De acordo com Êxodo 21:22,23), o nascituro é considerado um ser humano, e provocar a morte desse feto é considerado assassinato. Na época da Lei mosaica, se isto ocorresse, o transgressor seria réu de homicídio e teria que pagar com a própria vida (Ex.21:23).
Em Salmos 139:15,16, o salmista volta ao tempo em que seu corpo estava sendo formado no ventre materno. Observe como ele usa a primeira pessoa do singular para se referir ao embrião ou feto – “Tu me observavas quando eu estava sendo formado em segredo, enquanto eu era tecido na escuridão. Tu me viste quando eu ainda estava no ventre...”. De acordo com a visão bíblica, a vida começa quando ocorre a união do gameta masculino ao feminino, e a personalidade humana existe antes do nascimento; por isso, o aborto, exceto em casos de necessidade médica extrema, é homicídio. Portanto, o embrião é um ser humano, que possui identidade própria, e o seu nascimento não pode ser interrompido por vontade, desejos ou caprichos humanos.
3. A posição cristã
A posição cristã é a mesma da Bíblia: a vida é inviolável desde a sua concepção. É um princípio ético e moral que enfatiza o valor intrínseco e sagrado de cada vida humana. Cada vida humana é valiosa desde a concepção e merece proteção e respeito. Cada feto é um ser humano em desenvolvimento, com potencial para se tornar uma pessoa com direitos e dignidade. Portanto, todas as pessoas têm o direito fundamental à vida e que ela deve ser protegida e valorizada desde o seu início até o seu fim natural. Só Deus tem a autoridade de tirar a vida (1Sm.2:6). Portanto, toda ideologia contrária a isso e que seculariza os princípios bíblicos deve ser combatida (2Tm.3:8).
CONCLUSÃO
A vida humana deve ser respeitada e protegida de maneira absoluta a partir do momento da concepção. Portanto, a dessacralização da vida desde o ventre materno deve ser repudiada por todos os cristãos que dizem ser. Desde o primeiro momento de sua existência, o ser humano deve ter os seus direitos de pessoa reconhecidos, entre os quais o direito inviolável à vida. A valorização da dignidade humana, o direito à vida e o cuidado à pessoa vulnerável são princípios imutáveis do cristianismo bíblico. Acerca do assunto, a Bíblia assegura que Deus é o autor e o detentor da vida humana (Jó 12:10). “Se aceitarmos que uma mãe mate o seu filho no próprio ventre, como podemos dizer às pessoas que não matem umas às outras?” (Madre Tereza de Calcutá)
Fonte: Luciano de Paula Lourenço – EBD/IEADTC
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