free counters

Seguidores

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Jônatas Edwards: Um Instrumento de Deus



Há dois séculos que o mundo fala do famoso sermão: Pecadores nas mãos de um Deus irado e dos ouvintes que se agarravam aos bancos pensando que iam cair no fogo eterno. Esse fato foi, apenas, um dos muitos que acontece­ram nas reuniões em que o Espírito Santo desvendava os olhos dos presentes para eles contemplarem as glórias do Céu e a realidade do castigo que está bem perto daqueles que estão afastados de Deus.
Jônatas Edwards, entre os homens, era o vulto maior nesse avivamento, que se intitulava O grande desperta­mento. Sua vida é um exemplo destacado de consagração ao Senhor para o desenvolvimento maior do intelecto e, sem qualquer interesse próprio, de deixar o Espírito Santo usar o mesmo intelecto como instrumento nas suas mãos. Amava a Deus, não somente de coração e alma, mas tam­bém de todo o entendimento. "Sua mente prodigiosa apo­derava-se das verdades mais profundas". Contudo, "sua alma era, de fato, um santuário do Espírito Santo". Sob aparente calma exterior, ardia nele o fogo divino, como um vulcão.
Os crentes atuais devem a esse herói, graças à sua per­severança em orar e estudar sob a direção do Espírito, a volta às várias doutrinas e práticas da igreja primitiva. Grande é o fruto da dedicação do lar em que Edwards nas­ceu e se criou. Seu pai foi o amado pastor de uma só igreja durante um período de sessenta e quatro anos. Sua piedosa mãe era filha de um pregador que pastoreou uma igreja durante mais de cinqüenta anos.
Dez das irmãs de Jônatas, quatro eram mais velhas do que ele e seis mais novas. "Muitas foram as orações que os pais ofereceram a Deus, para que o único e amado filho fos­se cheio do Espírito Santo, e que se tornasse grande peran­te o Senhor. Não somente oravam assim, fervorosa e cons­tantemente, mas mostravam-se igualmente zelosos em criá-lo para Deus. As orações, à volta da lareira, os estimu­laram a se esforçarem, e seus esforços redobrados os moti­varam a orarem mais fervorosamente... O ensino religioso e permanente resultou em Jônatas conhecer intimamente a Deus, quando ainda criança".
Quando Jônatas tinha sete ou oito anos, houve um despertamento na igreja de seu pai, e o menino acostumou-se a orar sozinho, cinco vezes, todos os dias, e a chamar ou­tros da sua idade para orarem com ele.
Citamos aqui as suas palavras sobre esse assunto: "A primeira experiência, de que me lembro, de sentir no ínti­mo a delícia de Deus e das coisas divinas, foi ao ler as pala­vras de 1 Timóteo 1.7: 'Ora, ao Rei dos séculos, imortal, in­visível; ao único Deus seja honra e glória para todo o sem­pre. Amém'. Sentia a presença de Deus até arder o coração e abrasar a alma de tal maneira, que não sei descrevê-la... Gostava de passar o tempo olhando para a lua e, de dia, a contemplar as nuvens e os céus. Passava muito tempo ob­servando a glória de Deus, revelada na natureza e cantan­do as minhas contemplações do Criador e Redentor... An­tes me sentia demasiado assombrado ao ver os relâmpagos e ouvir a troar do trovão. Porém mais tarde eu me regozija­va ao ouvir a majestosa e terrível voz de Deus na trovoada". Antes de completar treze anos, iniciou seu curso em Yale College, onde, no segundo ano, leu atentamente a fa­mosa obra de Locke: Ensaio sobre o entendimento huma­no. Vê-se, nas suas próprias palavras acerca dessa obra, o grande desenvolvimento intelectual do moço: "Achei mais gozo nisso do que o mais ávido avarento, em ajuntar gran­des quantidades de ouro e prata de tesouros recém-adquiridos".
Edwards, antes de completar dezessete anos, diplo­mou-se no Yale College com as maiores honras. Sempre es­tudava com esmero, mas também conseguia tempo para estudar a Bíblia, diariamente. Depois de. diplomar-se, con­tinuou seus estudos em Yale, durante dois. anos e foi então separado para o ministério.
Foi nessa altura que seu biógrafo escreveu acerca de seu costume de dedicar certos dias para jejuar, orar e exami­nar-se a si mesmo.
Acerca da sua consagração, com idade de vinte anos, Edwards escreveu: "Dediquei-me solenemente a Deus e o fiz por escrito, entregando a mim mesmo e tudo que me pertencia ao Senhor, para não ser mais meu em qualquer sentido, para não me comportar como quem tivesse direi­tos de forma alguma... travando, assim, uma batalha com o mundo, a carne e Satanás até o fim da vida".
Alguém assim se referiu a Jônatas: "Sua constante e solene comunhão com Deus, em secreto, fazia com que o rosto dele brilhasse perante o próximo, e sua aparência, semblante, palavras e todo o seu comportamento eram acompanhados por seriedade, gravidade e solenidade".
Aos vinte e quatro anos casou-se com Sara Pierrepont, filha de um pastor, e desse enlace nasceram, como na família do pai de Edwards, onze filhos.
Ao lado de Jônatas Edwards, no Grande Despertamento, estava o nome de Sara Edwards, sua fiel esposa e ajudadora em tudo. Como seu marido, ela nos serve como exemplo de rara intelectualidade. Profundamente estudio­sa, inteiramente entregue ao serviço de Deus, ela era co­nhecida por sua santa dedicação ao lar, pelo modo de criar seus filhos e pela economia que praticava, movida pelas palavras de Cristo: "Para que nada se perca". Mas antes de tudo, tanto ela como seu marido eram conhecidos por suas experiências em oração. Faz-se menção destacada es­pecialmente dum período de três anos, durante o qual, apesar de gozar de perfeita saúde, ficava repetidas vezes sem forças, por causa das revelações do Céu. A sua vida in­teira foi de intenso gozo no Senhor.
Jônatas Edwards costumava passar treze horas, todos os dias, estudando e orando. Sua esposa, também, diaria­mente o acompanhava na oração. Depois da última refei­ção, ele deixava toda a lida, a fim de passar uma hora com a família.
- Mas, quais as doutrinas de que a igreja havia esqueci­do e quais as que Edwards começou a ensinar e a observar de novo, com manifestações tão sublimes?
Basta uma leitura superficial para descobrir que a dou­trina, à qual deu mais ênfase, foi a do novo nascimento, como sendo uma experiência certa e definida, em contras­te com a idéia da Igreja Romana e de várias denominações.
O evento que marcou o começo do Grande Despertamento foi uma série de sermões feitos por Edwards sobre a doutrina da justificação pela fé, que fez os ouvintes senti­rem a verdade das Escrituras, de que toda a boca ficará fe­chada no dia de juízo, e que "não há coisa alguma que, por um momento, evite que o pecador caia no Inferno, senão o bel prazer de Deus".
É impossível avaliar o grau do poder de Deus, derrama­do para despertar milhares de almas, para a salvação, sem primeiro nos lembrarmos das condições das igrejas da Nova Inglaterra, e do mundo inteiro, nessa época. Quem, até hoje, não se admira do heroísmo dos puritanos que co­lonizaram as florestas da Nova Inglaterra? Passara, po­rém, essa glória e a igreja, indiferente e cheia de pecado, se encontrava face com o maior desastre. Parecia que Deus não queria abençoar a obra dos puritanos, obra que existiu unicamente para sua glória. Por isso, no mesmo grau que havia coragem e ardor entre os pioneiros, houve entre seus filhos, perplexidade e confusão. Se não pudessem alcan­çar, de novo, a espiritualidade, só lhes restava esperar o juízo dos céus.O famoso sermão de Edwards, ''Pecadores nas mãos de um Deus irado", merece menção especial.
O povo, ao entrar para o culto, mostrava um espírito le­viano, e mesmo de desrespeito, diante dos cinco pregado­res que estavam presentes. Jônatas Edwards foi escolhido para pregar. Era homem de dois metros de altura; seu ros­to tinha aspecto quase feminino, e o corpo magro de jejuar e orar. Sem quaisquer gestos, encostado num braço sobre a tribuna, segurando o manuscrito na outra mão, falava em voz monótona. Discursou sobre o texto de Deuteronômio 32.35: "Ao tempo em que resvalar o seu pé".
Depois de explicar a passagem, acrescentou que nada evitava, por um momento, que os pecadores caíssem no In­ferno, a não ser a própria vontade de Deus; que Deus esta­va mais encolerizado com alguns dos ouvintes do que com muitas pessoas que já estavam no Inferno; que o pecado era como um fogo encerrado dentro do pecador e pronto, com a permissão de Deus, a transformar-se em fornalhas de fogo e enxofre, e que somente a vontade do Deus indig­nado os guardava da morte instantânea.
Prosseguiu, então, aplicando o texto ao auditório: "Aí está o Inferno com a boca aberta. Não existe coisa alguma sobre a qual vós vos possais firmar e segurar. Entre vós e o Inferno existe apenas a atmosfera... há, atualmente, nu­vens negras da ira de Deus pairando sobre vossas cabeças, predizendo tempestades espantosas, com grandes trovões. Se não existisse a vontade soberana de Deus, que é a única coisa para evitar o ímpeto do vento até agora, serieis des­truídos e vos tornaríeis como a palha da eira... O Deus que vos segura na mão, sobre o abismo do Inferno, mais ou me­nos como o homem segura uma aranha ou outro inseto no­jento sobre o fogo, durante um momento, para deixá-lo cair depois, está sendo provocado em extremo... Não há que admirar, se alguns de vós com saúde e calmamente sentados aí nos bancos, passarem para lá antes de ama­nhã..."
O resultado do sermão foi como se Deus arrancasse um véu dos olhos da multidão para contemplar a realidade e o horror da posição em que estavam. Nessa altura o sermão foi interrompido pelos gemidos dos homens e os gritos das mulheres; quase todos ficaram de pé, ou caídos no chão. Foi como se um furacão soprasse e destruísse uma floresta. Durante a noite inteira a cidade de Enfield ficou como uma fortaleza sitiada. Ouvia-se, em quase todas as casas, o clamor das almas que, até aquela hora, confiavam na sua própria justiça. Esperavam que, a qualquer momento, o Cristo descesse dos céus com os anjos e apóstolos ao lado, e que os túmulos entregassem os mortos que neles havia.
Tais vitórias, contra o reino das trevas, foram ganhas de joelhos. Edwards não abandonara, nem deixara de go­zar os privilégios das orações, costume que vinha desde a meninice. Continuou a freqüentar, também, os lugares so­litários na floresta onde podia ter comunhão com Deus. Como um exemplo citamos a sua experiência com a idade de trinta e quatro anos, quando entrou na floresta, a cava­lo. Lá, prostrado em terra, foi-lhe concedido ter uma visão tão preciosa da graça, amor e humilhação de Cristo como Mediador, que passou uma hora vencido por uma torrente de lágrimas e pranto.
Como era de esperar, o Maligno tentou anular a obra gloriosa do Espírito Santo no "Grande Despertamento", atribuindo tudo ao fanatismo. Em sua defesa Edwards es­creveu : "Deus, conforme as Escrituras, faz coisas extraor­dinárias. Há motivos para crer, pelas profecias da Bíblia, que sua obra mais maravilhosa seria feita nas últimas épo­cas do mundo. Nada se pode opor às manifestações físicas, como as lágrimas, gemidos, gritos, convulsões, falta de for­ças... De fato, é natural esperar, ao lembrarmo-nos da re­lação entre o corpo e o espírito, que tais coisas aconteçam. Assim falam as Escrituras: do carcereiro que caiu perante Paulo e Silas, angustiado e tremendo; do Salmista que ex­clamou, sob a convicção do pecado: 'Envelheceram os meus ossos pelo meu bramido durante o dia todo' (Salmo 32.3); dos discípulos, que, na tempestade do lago, clama­ram de medo; da Noiva, do Cântico dos Cânticos, que fi­cou vencida, pelo amor de Cristo, até desfalecer..."
Certo é que na Nova Inglaterra começou, em 1740, um dos maiores avivamentos dos tempos modernos. É igual­mente certo que este movimento se iniciou, não com os ser­mões célebres de Edwards, mas com a firme convicção deste, de que há uma "obra direta que o Espírito divino faz na alma humana". Note-se bem: Não foram seus sermões mo­nótonos, nem a eloqüência extraordinária de alguns, como Jorge Whitefield, mas, sim, a obra do Espírito Santo no co­ração dos mortos espiritualmente, que, "começando em Northampton, espalhou-se por toda a Nova Inglaterra e pelas colônias da América do Norte, chegando até a Escó­cia e a Inglaterra". De uma época de maior decadência, a Igreja de Cristo, entre a população escassa da Nova Ingla­terra, despertou e foram arrebatadas de trinta a cinqüenta mil almas do Inferno durante um período de dois a três anos.
No meio das suas lutas, sem ninguém esperar, a vida de Jônatas Edwards foi tirada da Terra. Apareceu a varíola em Princeton e um hábil médico foi chamado de Filadélfia para inocular os estudantes. O nosso pregador e duas de suas filhas foram também vacinados. Na febre que resul­tou, as forças de nosso herói diminuíram gradualmente até que, um mês depois, faleceu.
Assim diz um de seus biógrafos: "Em todo o mundo onde se falava o inglês, era considerado o maior erudito desde os dias do apóstolo Paulo ou de Agostinho".
Para nós, a vida de Jônatas Edwards é uma das muitas provas de que Deus não quer que desprezemos as faculda­des intelectuais que Ele nos concede, mas que as desenvol­vamos, sob a direção do Espírito Santo, e que as entregue­mos desinteressadamente para o seu uso.

Heróis da Fé - Orlando Boyer

domingo, 12 de junho de 2011

LUTA, SE QUISERES VIVER




Que esperais encontrar na estrada da vida cristã? Flores? Glória? Honra? Riqueza? Bem estar? Acaso pensais que, na frente de batalha há perene alegria e banquetes sem fim? Não sabeis que os cristãos são sol­dados do Senhor, e que como soldados tem que lutar para viver? Quem vos apontou este mundo como recanto de paz? Se ainda não percebestes a vossa condição desper­tai e vede que estais em pleno campo de luta espiritual, onde se fere a gigantesca batalha entre as forças do mal e os exércitos do Senhor, e que a única alternativa é lutar a tempo e fora de tempo para alcançar a coroa da vida.
Lutar para viver, aceitar o desafio com altivez e enfrentar os perigos da jornada foi a tarefa imposta à Igreja do Senhor em todos os tempos. Lembrai-vos de que o povo de Deus nos primeiros séculos teve as cata­cumbas por moradas, a fim de poder sobreviver. Acei­tou o desafio dos inimigos, não capitulou ao primeiro decreto de um rei ímpio.  Guardou a fé.  Preferiu carregar a cruz da perseguição a fazer negócios de Judas. Escolheu a senda espinhosa e agreste do desprezo, a um conluio ímpio e satânico. Corajosamente atirou-se à luta para vencer e, vencendo, viveu.
Acaso o Evangelho não declara quão grandes são os perigos, as desvantagens materiais e os sofrimentos a que estão expostos os seguidores de Jesus? Que pro­meteu Jesus aos discípulos que desejassem segui-lo? Ace­nou-lhes com vantagens ou apontou-lhes a cruz?
Percorrei a história da verdadeira Igreja e vereis, a cada passo, que os santos jamais tiveram tréguas pro­longadas. O mundo, o Diabo e a carne jamais oferecem armistício aos salvos. Entrai nas Catacumbas e tereis uma visão clara do que foi a tremenda batalha da fé; parai diante dos sarcófagos e sentireis que ali repousam heróis que lutaram e venceram; sentai-vos nas salas sub­terrâneas em que se reunia esse povo e respirareis san­tidade que ficou por herança. Se tocardes qualquer ob­jeto que haja pertencido a esses heróis, sentir-vos-eis ins­pirados a imitá-los, a lutar para viver como cristãos dignos da vocação que recebestes.
Mas não foi somente nos dias da primitiva Igreja que a fé brilhou, valorosa e robusta, impondo admira­ção ante as ameaças dos poderes apóstatas!
Ao tempo da Reforma, quando um gesto ou uma palavra a favor do verdadeiro Cristianismo represen­tava ser encarcerado, condenado à morte, desterrado, ou ser destituído de cargos de confiança, tratando-se de go­vernadores de Estados, Condados ou Províncias, nesse período, Deus também teve testemunhas que não dobraram seus joelhos diante de Baal.
Entre os muitos casos em que a fé agigantou-se, brilhou e ateou fogo nos corações, citemos apenas como se portaram alguns Príncipes cristãos: O imperador Car­los V dominava a Alemanha e grande parte da Europa, e era por todos temido e obedecido, pois linha o apoio do papa. Vários Príncipes alemães haviam abraçado a Reforma, creram na pureza do Evangelho e na suficiência de Cristo como Salvador.
Isto não agradava ao imperador e seus aliados, que tudo fazia para impedir a luz do Evangelho. Certo dia o imperador recebeu os Príncipes protestantes numa con­ferência particular e pediu-lhes que impusessem silên­cio aos capelães evangélicos que celebravam cultos pú­blicos. Dentre os Príncipes, levantou-se o velho Mal-grave de Brandenburg que avançou alguns passos para o imperador, e num gesto que denotava disposição e ener­gia, levou as mãos ao pescoço, e, inclinando-se, disse: "Era mais fácil a minha cabeça rolar aos pés de Vossa Majestade do que eu privar-me da Palavra de Deus e negar a meu Senhor".
Imaginai o efeito que tiveram estas palavras diante do imperador e de outros Príncipes. Conclui quanta co­ragem o Espírito Santo dá ao coração que se dispõe a lutar pelo céu. Homens desta tempera que amam a Deus mais do que a própria vida, que não se acomodam ante os interesses nem se acobardam diante dos, poderosos, são os que lutam e vencem. Qualquer que não colocar sua vida no altar do sacrifício e da renúncia, para ser oferecida, se necessário for, não alcançará as píncaros alcandorados da graça, onde se preparam os guerreiros que lutam para viver e vencer.
A Reforma deu-nos grande número desses homens. Pena é que a sua história não seja conhecida em todo o mundo evangélico, pois são páginas de heroísmo que arrebatam e atos de amor que sensibilizam.
Outro Príncipe contemporâneo da Reforma, o Elei­tor da Saxônia, o qual abraçou a fé evangélica, foi aconselhado a não assinar a Confissão, para evitar atritos e desgostos aos amigos. Porém o nobre Príncipe, foi nobre também na resposta, quando afirmou: "Estou disposto a fazer o que for justo, sem me importar com a minha coroa. Estou decidido a adorar, a honrar e a ser­vir ao Senhor. Para mim, o Senhor vale mais do que todas as coroas da Europa. Deixarei atrás de mim, tal­vez, ondas de minha humanidade, porém uma coisa é certa:  A graça «de Jesus Cristo me levará ao céu."
Quando a vida espiritual está em contato com Deus e luta com Deus e para Deus, não há inimigos fortes. Até os demônios fogem espavoridos, ante a decisão da alma que prometeu fidelidade a Jeová. O que acima es­crevemos sobre a decisão nobre e corajosa do Eleitor da Saxonia, foi completada pela seguinte declaração, ao assinar o documento, quando afirmou perante todos: "Vou assinar este documento na presença dos represen­tantes do Império. Se meu Deus. requer isto de mim, estou disposto a deixar tudo para alcançar uma coroa imortal. Renunciaria a meus súditos e perderia meu Es­tado; preferia ganhar a vida limpando sapatos de es­tranhos a deixar de assinar este documento que contém os fundamentos da salvação para todos."
Qual o inimigo que não vacila e não teme ante declaração tão positiva é tão enfática de lutar confiado em Quem fez vitoriosas os santos quando enfrentaram as feras, os reis, os tiranos e os demônios?
Mais um fato para tornar ainda mais claro o as­sunto: todos os estudiosos sabem como os Huguenotes (o povo evangélico) foram tratados na França e não desconhecem a culminância da perseguição,   na célebre noite de São Bartolomeu quando, no dizer de Sully, pri­meiro ministro de Henrique IV, foram massacrados, só em Paris, cerca de 70 mil protestantes.
Quando a conspiração havia alcançado o clímax, sendo já público e notório que o povo de Deus estava à mercê de um governo de homens ímpios, o Almirante Colingy, líder dos protestantes, foi convidado a ir à Côrte.
Seus amigos rogaram-lhe que não fosse, pois ir, equi­valia a entregar-se às mãos dos inimigos. Mas Coligny tinha consigo o Deus de Jacó e assim respondeu: "Prefiro morrer mil vezes a, por urna indevida solicitude pela minha vida, dar ocasião a que se avente uma suspeita em todo o reino''.
Com caracteres deste quilate, Deus pode fazer mui­to sobre a terra; com homens armados com esta fé, o cristianismo será honrado. Com soldados como este, o inferno tem muito a perder e o céu muito a ganhar.

Fonte: Nos domínios da fé - Emílio Conde

sábado, 11 de junho de 2011


Igreja Evangélica Assembleia de Deus
Rua Frederico Maia Maia, 49 -
Viçosa Alagoas
Escola Bíblica Dominical
Pastor Local: Pr. Donizete Inácio de Melo
Superintendente: Pb. Efigênio Hortêncio de Oliveira


INTRODUÇÃO
Estaremos a dispor de mais importante lição deste trimestre, desta vez estudaremos um substancial assunto que faz parte do sustentáculo doutrinário da igreja de Cristo na terra. Lamentavelmente há tantos que até defende a mesma fé, que chegam se expressam que não tem tanta relevância a disciplina na igreja, a lição apresenta que sem tal assunto, não há sustentabilidade espiritual.Será abordado que lição podemos tirar no caso de Ananias e Safira, Boa aula.

Há quem defenda que a disciplina não é mais necessária na igreja dos dias atuais. O Deus que disciplina em amor, conforme revelado na Bíblia, não é mais considerado. Em contraponto a essa abordagem, estudaremos, na lição de hoje, a respeito da importância da disciplina na igreja: definição no Antigo e Novo Testamento, o caso Ananias e Safira e as condições para a disciplina na igreja.

1. A DEFINIÇÃO BÍBLICA DE DISCIPLINA
No Antigo Testamento, a palavra hebraica para disciplina é musar e significa, prioritariamente, “instrução”. Isso porque na Lei Judaica a disciplina tem a ver com a instrução por meio de recompensas e punições a fim de orientar a conduta do comportamento. É nesse sentido que, em Dt. 11.2, é destacada a disciplina do Senhor. A Lei Mosaica opera por meio de um complexo sistema de punições a fim de reforçar os Mandamentos de Deus (Lv. 25.23; Dt. 4.36; Ex. 20.20). Por esse motivo, o ímpio, ou seja, aquele que não observa a Torah, odeia a disciplina (Sl. 50.17). O genuíno filho de Deus, por sua vez, ama a disciplina (Pv. 3.11), pois nesta repousa a sua vida (Pv. 5.12) e o seu próprio bem (Pv. 19.18). No Novo Testamento, a palavra grega é paidia que tanto se refere à instrução ou orientação quanto ao treinamento. Esse termo, em sentido amplo, diz respeito ao ato de “criar, educar, instruir”. O fundamento da disciplina, conforme exposta no Novo Testamento, é o amor (Hb. 12.6-11). A disciplina aplicada com ódio não passa de vingança, nada tem a ver com a disciplina de Jesus (Mt. 11.29).

2. A CONDENAÇÃO DE ANANIAS E SAFIRA
No capítulo 5 de Atos, estudamos a respeito da condenação de Deus sobre Ananias e Safira. Barnabé, um cristão recém-convertido, e de posses, vendeu tudo o que possuía e depositou aos pés dos apóstolos. Sua generosidade chamou a atenção da igreja, levando Ananias e Safira a querem imitar tal ato, a fim de serem honrados pelos irmãos. Para tanto, venderam uma propriedade e combinaram em reter parte do valor recebido. Em seguida, depositaram-no aos pés dos apóstolos, dizendo ser aquela a quantia total da venda. Através daquele ato, Satanás quis instaurar a hipocrisia no seio da igreja primitiva. Eles demonstraram, por meio dessa atitude, ser vangloriosos e cobiçosos em relação ao dinheiro (I Tm. 6.10). Eles poderiam permanecer com o dinheiro que receberam pela venda da herdade, mas não precisariam mentir, em busca de fama. Mas Pedro, pelo Espírito Santo, discerniu que aqueles corações estavam tomados pela hipocrisia: “por que encheu Satanás o teu coração?” (At. 5.3), eis a origem do pecado (Jo. 13.2; Tg. 4.7). Não se tratava de um pecado somente aos homens, pois, conforme argumentou Pedro, “Não mentiste aos homens, mas a Deus” (At. 5.4). Eles foram disciplinados imediatamente, com o objetivo específico, para servir de instrução aos demais “houve um grande temor em toda a igreja e em todos os que ouviram estas coisas” (At. 5.11). Em virtude da igreja está em seus momentos iniciais, Deus antecipou o castigo de Ananias e Safira, e ainda pode fazer o mesmo nos dias atuais, ainda que, em geral, continue dando oportunidade para o arrependimento (Ap. 2.5; 3.19).
3. A DISCIPLINA NA IGREJA
Jesus declarou que a igreja, na terra, tem a responsabilidade árdua, mas necessária de disciplinar (Mt. 18.18-20), mas essa deve fazê-lo de acordo com a Palavra, em oração, na dependência do Espírito Santo, e sobretudo, em amor (I Pe. 4.8). Existem algumas falhas que podem dispensar a disciplina, a esse respeito tratam os seguintes textos: Rm. 15.1; Fp. 4.5; I Pe. 4.8). Nos casos de transgressões que não sejam passíveis de comprovação, o melhor é orar pela pessoa, confiando que Deus trabalhará na sua vida, conduzindo-a ao arrependimento (Mt. 18.16). Nos casos de ofensas pessoais, isto é, que envolvam membros da igreja, é recomendável que a pessoa ofendida busque a pessoa culpada em busca de reconciliação (Mt. 18.15). Caso a pessoa permaneça impenitente em relação ao pecado, deva-se levar à igreja, através da liderança, a fim de que o caso seja avaliado (Mt. 18.17). A pessoa que está sendo objeto da acusação deva ter amplo direito à defesa e somente ser disciplinada após a comprovação dos fatos, o que acarretará, se for o caso, em exclusão (Mt. 18.17). Nos casos de pecados públicos, a disciplina é necessária a fim de: 1) proteger a integridade da igreja (At. 20.28-31; Hb. 12.14-16); e 2) restaurar o transgressor à igreja, conduzindo-o ao arrependimento (Gl. 6.1; Tg. 5.19,20). Não saudável viver a procura de casos de pecados na igreja, mas, por outro lado, não se pode deixar de atentar para os casos dignos de disciplina (Mt. 13.28-30). A disciplina preventiva, por meio do ensino da Palavra, é a melhor maneira de evitar medidas mais amargas posteriormente (II Tm. 2.24-26; Tt. 1.9).

CONCLUSÃO

sexta-feira, 10 de junho de 2011

EBD PRESTA HOMENAGEM A PROFESSORAS


“Mulher. Tu és o mais belo pensamento de Deus. Teu coração é manancial de sabedoria”.

   Com a frase supracitada, a superintendência, junto a Coordenação Pedagógica da Escola Bíblica da Assembléia de Deus em Viçosa Alagoas, na direção  do Pr. Donizete Inácio, prestou uma honrosa homenagem as mulheres que fazem parte do corpo docente da igreja sede.  A referida  homenagem, se fez jus, ao dia Internacional da Mulher do ultimo dia 08/03. Ao término da homenagem as professoras ficaram sobremaneira agradecidas e  expressaram sua gratidão pela feliz homenagem. “Sinto-me muito valorizada e mais  querida por ser prstigiada dessa forma enfatizou Isabel Martins, que  leciona na Classe de pré-adolescentes. “Minha gratidão a todos que formam a Escola Bíblica”, concluiu a professora.  Viviane Maria, que ensina na Classe de Jovens Senhoras também expressou sua gratidão. “ a homenagem nos fez sentir  mais importante, mais valorizadas, como mulher e como professora da EBD” .Disse a professora.
        A superintendência estendeu seus sinceros agradecimentos, as abnegadas mulheres que tem dedicado suas vidas, usando dos seus talentos e habilidades, em prol de ensino aprendizagem,  da palavra do Senhor nessa cidade.         
       Nossa gratidão ao Dc. Cícero Alves e irmã Fátima dos S. Oliveira, que tem feito um excelente trabalho na área de apoio aos professores, que Deus em Cristo abençoe a todas de forma poderosa,  finalizou o superintendente.
          
 Galeria de Fotos


INTRODUÇÃO

     Segundo o diciconário da lingua portuguesa, capacidade é a qualidade de quem é apto a fazer determinada coisa, a compreendê-la; competência:  aptidão, faculdade, habilidade; inteligência, talento, valor. Isso é o que traduz a nossa lingua gramatical. Assim muitos pensam serem capazes de tudo fazer, porém entendemos pela Santa Palavra e Deus que não é assim. Por que não dizer que  muitos cristãos estão tão somente voltados para o sentido etimológico da referida palavra, e anulam a operação do Espírito Santo. Na lição de hoje, aprenderemos que, sem a operação do Santo Espírito do Senhor a "igreja não seria igreja", "obreiro não seria obreiro" niguém nada seria. Nossa capacidade vem de Deus através do Espírito Santo. Desde a primeira lição deste trimestre temos visto que o Espírito Santo foi fator primordial para expansão do Evangelho. Que Deus nos ajude, a depender constantemente do Santo Espírito Capacitador.
Uma Boa aula!!!!!!!!  Pb. Efigênio 
(II. DESENVOLVIMENTO) Regeneração é o ato realizado só por Deus, no qual Ele renova o coração do homem, fazendo-o reviver depois de estar morto. Na regeneração, Deus age no âmago, no ponto mais fundamental da pessoa humana. Paulo escrevendo aos Efésios afirma que os homens estão mortos em seus delitos e pecados, sem Deus e sem esperança no mundo. Pela graça, o Espírito Santo aplica a Palavra que faz o morto reviver. Para convencer o homem natural sobre seu estado de separação de Deus e leva-lo a nascer de novo, o Espírito Santo opera em três áreas distintas: na mente, nos sentimentos e na vontade (1Tm 2.1-4). É o agente que opera o convencimento através da exposição da Palavra (Hb 4.12). Do texto de Hb 4.12 entendemos que o Espírito Santo opera na totalidade do homem: no seu corpo, identificado como “juntas e medulas”; na sua alma e no seu espírito. Neemias 9.20 afirma: “e lhes concedeste o teu bom Espírito, para os ensinar”. Ele trabalha para convencer o ser humano sobre as verdades espirituais. É Ele, ainda, quem revela todas as coisas e perscruta a nossa mente (1Co 2.10,11). A regeneração é o dom da graça de Deus; é obra imediata e sobrenatural do Espírito Santo realizada em nós.
I. O RELACIONAMENTO DO ESPÍRITO SANTO COM A HUMANIDADE
1. O Espírito Santo operando em nossas faculdades mentais.
2. O Espírito Santo operando em nossos sentimentos e vontades. O Espírito Santo convence o pecador do seu pecado, da justiça e do juízo. Seu efeito é fazer com que nós, do estado de mortos e separados de Deus, passemos à vida espiritual. Ele muda a disposição de nossa alma, inclinando nosso coração para Deus. Jesus ensinou sobre a atuação do Espírito Santo em três áreas, das quais o pecador não pode fugir (Jo 16.8-10). A regeneração é um ato criador, pelo qual o pecador espiritualmente morto é devolvido à vida através da verdade do Evangelho agindo de maneira moral e persuasiva. A Bíblia distingue entra a influência do Espírito Santo e a da Palavra de Deus, e declara que aquela influência é necessária para o recebimento próprio da verdade (Jo 6.64,65; At 16.14; 1Co 2.12-15; Ef 1.17-20). Observemos o caso de Lídia, de quem diz Lucas: ela “nos escutava (Gr. Ekouen, imperfeito); o Senhor lhe abriu (dienoixem, aoristo, ato simples) o coração para atender (prosechein, infinito de resultado ou propósito) às coisas que Paulo dizia”. “Pois, segundo o seu querer, ele nos gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos como que primícias das suas criaturas”(Tg 1.18).
3. O Espírito Santo e a adoção. Uma das tarefas do Espírito Santo é criar no filho de Deus a convicção da filiação e de amor filial que o leva a conhecer a Deus como Pai. “para remir os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção de filhos. E, porque sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai” (Gl 4.5,6). O termo “Aba” é aramaico e significa “Pai”. Era a palavra que Jesus empregava quando se referia ao Pai celestial. A combinação da palavra aramaica Abba com o termo grego pater, “Pai”, expressa a grande intimidade, a profunda emoção, o anelo, o afeto e a confiança mediante os quais o Espírito Santo nos leva a clamar a Deus (Mc 14.36; Rm 8.15,26,27). Dois sinais determinantes da obra do Espírito dentro de nós são: (a) o nosso apelo espontâneo a Deus como “Pai” e, (b). a nossa obediência espontânea a Jesus como “Senhor” (1Co 12.3). Paulo tem em mente, sobretudo, o batismo no Espírito Santo e sua plenitude contínua (cf. At 1.5; 2.4; Ef 5.18), pois define nossa filiação com Deus como a causa do envio do Espírito a nós por já sermos “filhos” pela fé em Cristo. E Deus derrama o Espírito em nossos corações!
SINÓPSE DO TÓPICO (1)
O Espírito Santo age nas faculdades mentais, sentimentos e vontades do homem a fim de operar a vontade do Pai.
II. O ESPÍRITO SANTO NA VIDA DO CRENTEExistem diversas maneiras pelas quais o Espírito Santo se manifesta na vida do crente. Ele foi enviado para habitar no crente, no momento da conversão. Esta nova vida requer dinamismo, ação e bom testemunho. Quando Ele habita nosso ser, somos cheios da alegria da salvação, do gozo e da paz que excedem a todo entendimento, no dizer de Paulo: “Enchei-vos do Espírito” (Ef 5.18). Note que todo crente autêntico pode ser “cheio do Espírito Santo” através da vida de comunhão, oração e serviço ao Senhor; há diferença entre ser “cheio do Espírito Santo” e o ser “batizado com o Espírito Santo”, isso por que toda pessoa regenerada torna-se habitação do Espírito Santo – “Jesus respondeu e disse-lhe: Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos para ele e faremos nele morada”(Jo 14.23).
1. A presença constante do Espírito Santo.
2. O desenvolvimento da relação com o divino Espírito Santo. Paulo escreve em Rm 8.16: “O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus”, é esta a certeza que só o Espírito Santo pode conceder. O Espírito Santo nos transmite a confiança de que, por Cristo e em Cristo, agora somos filhos de Deus (v. 15). Ele torna real a verdade de que Cristo nos amou, ainda nos ama e vive por nós no céu, como nosso Mediador (cf. Hb 7.25). O Espírito também nos revela que o Pai nos ama como seus filhos por adoção, não menos do que Ele ama seu Filho Unigênito (Jo 14.21,23; 17.23). É o Espírito Santo quem confirma e fortifica essa confiança na salvação recebida e nos garante o direito da filiação. Não nos tornamos filhos de Deus apenas porque a Bíblia declara, mas porque o Espírito clama dentro de nós: “Aba, Pai”.
3. Ser “cheio do Espírito Santo”. Em Efésios 5.18 Paulo num imperativo passivo presente, declara: “Enchei-vos”. Esse imperativo traduz-se por “ser enchido repetidas vezes”. Nosso relacionamento com o Deus Espírito Santo deve experimentar a renovação constante (Ef 3.14-19; 4.22-24; Rm 12.2). Experimentamos enchimentos repetidos do Espírito Santo quando mantemos uma fé viva em Jesus Cristo (Gl 3.5), estamos repletos da Palavra de Deus (Cl 3.16), oramos, damos graças e cantamos ao Senhor (1Co 14.15; Ef 5.19,20), servimos ao próximo (Ef 5.21 ) e fazemos aquilo que o Espírito Santo quer (Rm 8.1-14; Gl 5.16ss.; Ef 4.30; 1 Ts 5.19). Alguns resultados de ser cheio do Espírito Santo são:
(a) falar com alegria a Deus, em salmos, hinos e cânticos espirituais (Ef 3.19);
(b) dar graças (Ef 3.20), e
(c) sujeitar-nos uns aos outros (Ef 3.21).
SINÓPSE DO TÓPICO (2)
O Espírito Santo trabalha na vida do crente, aperfeiçoando o caráter, moldando a personalidade e controlando o temperamento.
III. O BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO CAPACITA-NOS A FAZER A OBRA DE DEUS O batismo com o Espírito Santo outorga maior dinamismo espiritual, isto é, mais disposição e maior coragem na vida cristã para testemunhar de Cristo (Mc 14.66-72; At 4.6-20). Jesus foi ungido com o Espírito Santo para servir (At 10.38; Lc 4.18, 19). Assim também cada crente foi chamado para servir (1Ts 1.9). O Espírito Santo desperta o crente para entregar-se ao serviço de Deus (Rm 6.13,19,22). O mesmo Espírito eterno que levou Jesus a se oferecer para expiar os nossos pecados, opera também em nós o propósito de servir ao Deus vivo (Hb 9.14). Se antes do batismo com o Espírito Santo o crente tem prazer em servir ao Senhor Jesus, quanto mais depois que “recebe a virtude do Espírito Santo para ser testemunha”! (At 1.8). O propósito principal do batismo no Espírito Santo é o recebimento de poder divino para testemunhar de Cristo, para ganhar os perdidos para Ele, e ensinar-lhes a observar tudo quanto Cristo ordenou.
1. A intrepidez para testemunhar.
2. Formação de discípulos. Mateus 28.18,19 diz: “E, chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: É-me dado todo o poder no céu e na terra. Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo;”, estas palavras constituem a Grande Comissão de Cristo a todos os seus seguidores, em todas as gerações. Elas declaram o alvo, a responsabilidade e a outorga da tarefa missionária da igreja. O propósito da Grande Comissão é fazer discípulos que observem os mandamentos de Cristo. Este é o único imperativo direto no texto original deste versículo. A intenção de Cristo não é que o evangelismo e o testemunho missionário resultem apenas em decisões de conversão. As energias espirituais não devem ser concentradas meramente em aumentar o número de membros da igreja, mas, sim, em fazer verdadeiros discípulos que se separem do mundo, que observem os mandamentos de Cristo e que o segam de todo o coração, mente e vontade (Jo 8.31). Observe-se, ainda, que Cristo nos ordena a concentrar nossos esforços para alcançar os perdidos e não em cristianizar a sociedade ou assumir o controle do mundo.
3. Chamados para servir. “[…] qualquer que, entre vós, quiser ser grande será vosso serviçal”(Mc 10.43). A verdadeira grandeza não é questão de liderança, de autoridade, nem de grandes realizações pessoais (Mc 10.42), mas, sim, uma atitude do coração, de sinceramente viver para Deus e para o próximo. Devemos nos dedicar a Deus de tal modo que nos identifiquemos com sua vontade e propósitos na terra, sem desejarmos honrarias, posições de destaque ou recompensas materiais. Cumprir a vontade de Deus, levar os outros à salvação em Cristo, e agradar-lhe são as recompensas dos que são realmente grandes (ver Lc 22.24-30, nota sobre a grandeza). A Bíblia de Estudo Pentecostal em nota de roda-pé comentando o texto de Lc 22.27, diz: “No tocante àqueles que são escolhidos para dirigir a igreja (1 Tm 3.1-7), Cristo diz que devem dirigi-la como servos, ajudando as pessoas sob sua orientação a cumprirem a vontade de Deus para suas vidas. Nunca devem abusar da sua posição, nem traí-la por motivo de fama, poder, riquezas ou privilégios especiais” [1].
SINÓPSE DO TÓPICO (3)
O batismo com o Espírito Santo dá intrepidez ao crente para testemunhar, capacitando-o para fazer a obra de Deus.

O sucesso da Igreja como do crente particular, tem sido a presença gloriosa do Espírito Santo. É Ele quem trabalha na vida do crente, aperfeiçoando o caráter, moldando a personalidade e controlando o temperamento, é Ele quem concede intrepidez para testemunhar de Cristo e capacitação para fazermos a obra de Deus.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

UMA IGREJA AUTENTICAMENTE PENTECOSTAL

Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”(Mt 28:19)

INTRODUÇÃOQuais são os requisitos necessários para que uma igreja seja reconhecida como autenticamente pentecostal? Essa é uma pergunta pertinente, pois, em nossos dias, muitas igrejas são abertas com o adjetivo pentecostal. No entanto, nem sempre elas trazem a tradição pentecostal, com seus costumes, liturgia e características inerentes ao verdadeiro pentecostalismo.
Entendemos que uma Igreja autenticamente pentecostal preocupa-se com o bem-estar espiritual ensinando o caminho de Deus, evangelizando, pregando o Evangelho a toda a criatura e encaminhando-a para a comunhão com Deus. Ela cuida da alma e encaminha aqueles que carecem de conforto, orientação e afeto; e cuida do corpo físico, suprindo suas necessidades básicas. Na área social, a igreja genuinamente pentecostal tem um exemplo digno de ser seguido nos primeiros capítulos de Atos dos Apóstolos. O modelo que temos é o da Igreja Primitiva, a qual se estruturou de tal maneira que conseguiu conquistar a confiança e o respeito da sociedade(At 2:42,47; 4:32,35 e 5:13-14). Podemos classificar o perfil da igreja da época dos apóstolos, à luz dos primeiros capítulos do livro de Atos, em três áreas distintas, a saber: a marturia (o testemunho, a orientação espiritual, o evangelismo e a pregação e ensino da palavra); a koinonia (a formação da comunidade social) descrita em Atos 2:42,47; a diaconia (o serviço de atendimento social, descrito em Atos 6:1-10). Observando esse modelo a igreja estará cumprindo a sua missão integral. Assim sendo, crescerá de forma sadia.
I. EVANGELIZAÇÃO, MISSÃO PRIORITÁRIA DA IGREJA PENTECOSTAL

II. A MISSÃO EDUCADORA DA IGREJA PENTECOSTAL

1. Jesus e o ensino da Palavra.

2. O exemplo da igreja em Antioquia.A igreja em Antioquia priorizava a doutrina, o ensino da Palavra de Deus (At.11:22-26). Barnabé, ao verificar que havia conversão autêntica de muitos irmãos naquela igreja, tratou de buscar a Paulo e, durante todo um ano, houve o ensino da Palavra àqueles crentes. O resultado daquele ano de ensino não poderia ser melhor: os convertidos passaram a ter uma vida muito semelhante a de Jesus; passaram a ser diferentes dos demais moradores de Antioquia; passaram a ser provas vivas da transformação que o Evangelho produz nas pessoas.
Após terem sido ensinados na Palavra e terem mudado de vida, os moradores de Antioquia passaram a notar a diferença e, cumprindo o que disse Jesus a respeito do efeito das boas obras dos Seus discípulos, passaram a chamar os discípulos de “cristãos”, isto é, “parecidos com Cristo”, “semelhantes a Cristo” (At 11:26). Eram os homens glorificando ao Pai que está nos céus (Mt 5:16). Era o resultado do ensino da Palavra.
Portanto, não basta que a Igreja pregue o Evangelho, ou seja, proclame a Palavra de Deus, mas é preciso, também, que a Igreja “ensine as nações”, “faça discípulos”, cuidado este que era patente nos tempos apostólicos, a ponto de os apóstolos terem chamado para si esta tarefa, considerando, inclusive, não ser razoável deixar de se dedicar à oração e ao ensino da Palavra (At 6:2,4), sem falar dos conselhos que Paulo dá a Timóteo no sentido de jamais se descuidar com o ensino junto aos crentes (1Tm 4:12-16).
Muita meninice que vemos por aí se deve à ausência do ensino da Palavra de Deus. O crente permanece infantil quando tem uma compreensão inadequada das verdades bíblicas e pouca dedicação a elas(Ef 4:14,15). Por isso o ensino da Palavra de Deus é importante “Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo vento de doutrina, pelo engano dos homens que, com astúcia, enganam fraudulosamente”(Ef 4:14).
3. A ortodoxia do ensino bíblico.A palavra ortodoxia significa “absoluta conformidade com um princípio ou doutrina bíblica”. Todo ensino bíblico-doutrinário tem de estar de acordo com a mensagem divina revelada na Bíblia Sagrada. A Bíblia Sagrada é colocada no lugar em que ela tem de estar: como a nossa suprema e inquestionável árbitra em matéria de fé e prática. Se a Bíblia o diz, é a nossa obrigação obedecê-la sem quaisquer questionamentos. Ela é soberana!
O pastor Silas Daniel em seu comentário “Sobre a ortodoxia, meios e fins“, disse: “Um dos sintomas da influência da mentalidade pós-moderna no meio cristão é a aversão que alguns cristãos manifestam hoje em relação à ortodoxia bíblica, isto é, à Verdade. Infelizmente, o cristão pós-moderno tem a tendência de ignorar, e até mesmo criticar, a importância da doutrina correta. O termo “verdade absoluta” causa em muitos arrepios. E a razão é simples: cansados das disputas teológicas intermináveis (a maioria em relação a doutrinas bíblicas secundárias) que marcaram os últimos séculos, muitos cristãos de hoje resolveram tomar uma atitude radical e tola: abraçar a idéia de que o que importa realmente são relacionamentos corretos e não doutrinas corretas. Porém, a idéia de que uma coisa é mais importante do que a outra é uma premissa absolutamente falsa. Ambas - relacionamentos corretos e doutrinas corretas - são importantes. E isso não é uma inferência particular. A própria Bíblia as trata como igualmente importantes, e a experiência da vida corrobora.

Alguém pode ser um primor de ortodoxia, mas um péssimo cristão em termos práticos, em termos de comportamento. Isso porque o fato de saber a verdade não impede a pessoa de errar. Vide o caso do rei Salomão. O homem mais sábio do mundo cometeu uma tolice, pecou absurdamente, mesmo sabendo, mais do que todos, que a sua atitude era reprovável diante de Deus.


Por outro lado, aquele que valoriza o comportamento correto em detrimento da ortodoxia esquece que é impossível termos um comportamento completamente correto se nos falta a compreensão da Verdade. É justamente por isso que, invariavelmente, aqueles que colocam relacionamentos acima de doutrina aceitam e reproduzem, às vezes inconscientemente, posicionamentos e comportamentos absolutamente equivocados.


Ou seja, ortodoxia e ortopraxia se completam. Para que haja real ortopraxia, é preciso ortodoxia; e para que a ortodoxia gere frutos, é necessário que ela seja encarnada na vida, se manifeste nas ações; é necessário que seja algo mais do que mero conhecimento; é necessário que se materialize em ortopraxia. Ortodoxia sem ortopraxia é verdade sem vida; já ortopraxia nem existe em sua plenitude sem ortodoxia, pois não há Vida se ignoramos a Verdade
“.[1]
III. A IGREJA PENTECOSTAL NÃO DEVE DESCUIDAR DO SERVIÇO SOCIAL E DA COMUNHÃO

CONCLUSÃO

Diante do que foi exposto, podemos concluir que uma Igreja autenticamente pentecostal não é caracterizada somente pela manifestação do batismo com Espírito Santo e do falar em línguas estranhas. Ela evangeliza, discipula, ensina, comunga, socorre os necessitados e mantém os seus membros em comunhão, ou seja, cumpre sua missão de forma integral. Que venhamos, como igreja do Senhor, agir no poder do Espírito Santo a fim de cumprir integralmente a missão que nos confiou o Senhor Jesus.
Fonte: EBDWEB
A igreja, na sua dimensão local, é um grupo social. Além de ser um grupo social, foi feita por Deus para ser um grupo social que vive em meio aos demais, que não pode deles se separar. Como “astros no meio de uma geração corrompida e perversa” (Fp 2:15), como “luz do mundo” (Mt 5:14) e como “sal da terra” (Mt 5:13), a igreja local não pode, mesmo, se apartar do convívio com os demais homens, tanto que Jesus disse ao Pai que não pedia que os Seus discípulos fossem tirados do mundo, mas, sim, libertos do mal (João 17:15). Ora, se a igreja local é um grupo social que deve ser mantido, por vontade de Cristo, a cabeça da Igreja (Ef 1:22; 5:23), entre os demais homens, é evidente que deve, enquanto tal, exercer uma “missão social”, ou seja, deve, enquanto grupo, exercer um papel relevante no relacionamento com as demais pessoas da sociedade onde se encontra.
1. O Serviço social.A função de assistência social na Igreja é uma das suas pedras de toque e, sem dúvida, uma das formas mais poderosas de demonstrarmos ao mundo a nossa diferença e o amor de Deus que está em nossos corações.
Ao efetuar “ação social”, a Igreja mostra ao mundo que é um povo especial, zeloso de boas obras, a agência do reino de Deus na Terra. Comprova, com fatos (e contra fatos, não há argumentos), que Jesus ama e veio salvar a humanidade.
Uma das demonstrações de que a “ação social” da Igreja é uma necessidade é que Ele é a demonstração do próprio “amor ao próximo”, que Jesus considerou como sendo um dos dois mandamentos a que se resumia a lei e os profetas (Mt 22:39,40).
Sendo o amor uma característica indispensável para quem diz ser filho de Deus, é como se fosse o próprio DNA espiritual do cristão sincero e verdadeiro, devemos observar que este amor não é apenas a essência da comunhão entre Deus e o homem, o próprio núcleo da vida espiritual, mas é, como afirma Paulo, o primeiro “gomo” do fruto do Espírito (Gl 5:22), ou seja, necessariamente este amor tem de se traduzir em atitudes, em ações, tem de se manifestar fora do indivíduo.
Logicamente que a ação social da Igreja não se limita apenas ao “serviço social”, nem pode se circunscrever ao aspecto material. Por isso, não é desculpa a falta de recursos materiais para não se praticar atos de ação social. Quem não pode vestir, dar de comer ou dar abrigo a alguém, pode consolar, instruir, confortar, visitar. A bondade não consiste em dar presentes, mas na doçura e na generosidade do espírito.
2. Atender aos necessitados.“Quem, pois, tiver bens do mundo, e, vendo o seu irmão necessitado, lhe fechar o seu coração, como permanece nele o amor de Deus? Filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas por obras e em verdade”(1João 3:17,18).
Ajudar aos necessitados, tanto do ponto-de-vista material quanto espiritual, é um dos elementos do serviço cristão, é uma característica da igreja autenticamente pentecostal. Há quem pense que a assistência social não faz parte da missão da igreja, mas esse é um pensamento equivocado. Deus espera que socorramos os domésticos da fé, de forma que não haja em nosso meio pessoas necessitadas.
Podemos fazer muitas declarações ao Senhor e prometer-lhe obediência e amor. No entanto, é diante do nosso próximo que vamos mostrar se há mesmo amor, benignidade, bondade, etc, em nossos corações. De nada vale o nosso discurso se não há a prática de boas obras palpáveis(Tg 2:14-17). Os irmãos pobres estão na igreja em grande maioria, e Jesus disse que sempre haveria pobres sobre a face da Terra (João 12:8), não fugindo desta realidade nem mesmo aqueles que pertencem à igreja, como nos mostra o episódio que levou à criação do diaconato (At 6:1-3).
Nos textos de Deuteronômio 15:7-11, Deus manda que para os necessitados devamos ser: receptível, sensível, generoso, misericordioso e benigno.
3. Comunhão.A comunhão faz parte das práticas de uma igreja pentecostal. É a principal característica da Igreja. É a sua marca perante a humanidade. É a característica indispensável para que o Senhor possa realizar a sua obra através do seu povo. Pela comunhão, a Igreja mostra-se como um povo perante os demais seres humanos e, graças a ela, pode cumprir todas as tarefas determinadas a ela. Tanto assim é que o relato de Lucas a respeito da igreja primitiva termina com o cumprimento da principal missão da Igreja: “E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar”(At 2:47 ).
A expressão “comunhão” é típica da Igreja, tanto que só é encontrada nas Escrituras Sagradas em o Novo Testamento e, mais especificamente, após a “inauguração” da Igreja a partir do Pentecostes subsequente à ascensão do Senhor Jesus. Seu primeiro aparecimento na Bíblia é em At 2:42, na primeira descrição deste novo povo de Deus, quando se diz que os crentes perseveravam na doutrina dos apóstolos e na “comunhão”. O segredo para o rápido crescimento da Igreja Primitiva, formada por dois povos, judeus e gentios, foi a comunhão entre os crentes. A Igreja somente progrediu mediante a comunhão e unidade de seus membros.
Enfatizando, Comunhão é o sentimento de unidade que leva os cristãos a se sentirem um só corpo em Cristo Jesus. Tendo como vínculo o amor, a comunhão cristã desconhece distinções sociais, culturais e nacionais. Agora somos um em Cristo. Não basta amar o próximo como a nós mesmos; temos de amá-lo como Jesus nos amou. O amor de Jesus por nós é o exemplo do amor que devemos expressar na comunhão diária com nossos irmãos em Cristo. O amor agápe, manifestado entre os irmão, é mais precioso do que a manifestação do dom profético, da sabedoria ou da fé. Pois somente através do amor é que podemos entender e nos relacionarmos adequadamente uns com os outros.
Lucas, ao sintetizar o ministério terreno de Jesus, no início do livro de Atos dos Apóstolos, disse que Jesus, na Terra, veio “fazer e ensinar” (At 1:1). Prova bíblica de que o ensino foi uma das proeminentes funções de todo o ministério terreno de Cristo(cf Mc 2:1,2; João 3:3-21). Foi Ele quem ordenou aos discípulos: “Ide, ensinai todas as nações […] ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado” (Mt 28.19, 20). Se Seu ministério se resumisse tão somente na pregação, ante a rejeição de Israel (João 1:11), teria havido um fracasso.
Jesus é o Mestre por excelência, é a Pessoa que deveria, como nenhuma outra, trazer conhecimento ao ser humano. Aliás, se houve um título que Jesus sempre aceitou foi o de Mestre (João 13:13), numa clara demonstração de que sempre quis ser reconhecido como tal. Ele ensinava com autoridade deixando a todos atônitos com a singular autoridade de sua doutrina(Mt 7:29).
O crente deve entender que o padrão de doutrina é o ensino de Cristo: “Se alguém ensina outra doutrina e não se conforma com as palavras de nosso Senhor Jesus Cristo e com a doutrina, que é segundo a piedade, é soberbo e nada sabe, mas delira acerca de questões e contendas de palavras, das quais nascem invejas, porfias, blasfêmias, ruins suspeitas” (1Tm 6:.3-4). Isso quer dizer que qualquer mensagem que não provém do Senhor Jesus Cristo e que não contém em si um veemente apelo à piedade e à santidade, é um evangelho diferente daquele que é apresentado no Novo Testamento.
Os pentecostais genuínos se dedicam ao ensino, tanto no sentido de pesquisar de forma correta as Sagradas Escrituras quanto no sentido de transmitir o resultado dessas pesquisas de forma didática. Jesus dedicou grande parte de seu ministério ao ensino, e uma igreja pentecostal deve fazer o mesmo.
Quando os cristãos têm consciência que a tarefa primordial da Igreja é a evangelização, passam a entender que sua existência gira em torno desta missão dada a cada crente, que é membro do corpo de Cristo em particular (1Co 12:27). Assim, tudo quanto fizermos nesta vida, em qualquer setor ou aspecto, deve levar em consideração, em primeiro lugar, o reino de Deus e a sua justiça (Mt 6:33). Todas as nossas ações, todo o nosso cotidiano deve ser criado e executado diante da perspectiva de que somos testemunhas de Cristo Jesus (At 1:8) e que devemos, portanto, testificar do Senhor, mostrar ao mundo, através de nossas boas obras, que Deus é nosso Pai, que somos filhos de Deus e, por meio deste comportamento, levar os homens a glorificar o nosso Pai que está nos céus (Mt 5:16).
1. O que é o Evangelho.Só entenderemos a importância da missão evangelizadora da igreja compreendendo o significado de evangelho.
· O evangelho é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê - “Porque não me envergonho do evangelho, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê…”(Rm 1:16).
· O Evangelho é a mensagem de fé que pregamos - “Mas que diz? A palavra está perto de ti, na tuaboca e no teu coração; isto é, a palavra da fé, que pregamos”(Rm 10:8).
· O Evangelho é a palavra da cruz, loucura para os que perecem, mas para os que são salvos, poder de Deus - “Porque a palavra da cruz é deveras loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus”(1Co 1:18).
· O Evangelhoé a notícia do perdão de Deus oferecido aos pecadores. As boas novas de grande alegria para todo o povo - “O anjo, porém, lhes disse: Não temais, porquanto vos trago novas de grande alegria que o será para todo o povo”( Lc 2:10).
2. O imperativo da evangelização. Idepor todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura“(Mc 16:15). Depois de ter consumado a obra da redenção do homem no Calvário (João 19:30), sacrifício aceito pelo Pai como nos prova a ressurreição(At 3:25,26; 13:29,20), Jesus, após ter passado quarenta dias dando prova da Sua ressurreição aos discípulos e falado a respeito do reino de Deus (At 1:3), explicitamente determinou qual seria a tarefa principal da Igreja. Mandou que o evangelho fosse pregado por todo o mundo a toda a criatura, uma ordem que estabeleceu um verdadeiro dever a todo cristão, a ponto de o apóstolo Paulo ter exclamado: “Porque, se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois me é imposta essa obrigação; e ai de mim se não anunciar o evangelho!”(2Co 9:16).
Essa ordem de Cristo é conhecida pelos estudiosos da Bíblia como a “Grande Comissão”, pois “comissão” significa “ato de cometer, encarregar, incumbir”. O verbo em Mc 16:15 está no modo imperativo, ou seja, trata-se de uma ordem, de uma determinação, de alguém que se apresenta como Senhor e, portanto, com autoridade de mando, a quem se apresenta como servo, ou seja, como alguém disposto a obedecer. Tanto assim é que o evangelho segundo Marcos termina com a afirmação de que, em cumprimento à ordem, os discípulos foram e pregaram por todas as partes (Mc 16:20).
Portanto, o assunto principal da Igreja é a salvação do homem na pessoa de Jesus Cristo. É para isto que ela existe. Assim sendo, não devemos nos perder em discussões inúteis e que não trazem proveito algum (1Tm 1:4-7; 6:3,5). O Senhor nos mandou pregar o Evangelho e não ficar discutindo filigranas (assuntos sem importância) doutrinário-teológicas ou nos perdendo em interpretações de aspectos absolutamente secundários das Escrituras, quando não de questões relacionadas com a cultura. “Ide, ensinai todas as nações”, diz o Senhor, é esta a função da Igreja, nada mais, nada menos que isto.
A melhor e mais impressionante forma de pregarmos o Evangelho é vivermos de acordo com o Evangelho, é termos uma vida sincera e irrepreensível diante de Deus e dos homens. É necessário que cada um de nós, com nossas vidas, “pregue o Evangelho”, que cada um de nós seja “… uma carta de Cristo e escrita não com tinta, mas com o Espírito de Deus vivo, não em tábuas de pedra, mas nas tábuas de carne do coração, conhecida e lida de todos os homens” (cf. 2Co 3:2,3).
Portanto, evangelizar não é somente entregar folhetos, bater de porta em porta, levar alguém até uma igreja ou subir em um púlpito ou pregar ao ar livre, não. Evangelizar é tudo isto e muito mais: é viver de acordo com a Palavra de Deus, é desfrutar de uma comunhão sincera e perfeita com o Senhor, a ponto de sermos vasos de honra em todos os lugares em que estivermos ou vivermos (2Tm 2:20,21).
3. O discipulado.Além de evangelizar, a Igreja tem outra tarefa fundamental: a de aperfeiçoar os santos, a de promover o ensino da sã doutrina a tantos quantos chegam aos pés do Senhor. É, também, um imperativo, uma ordem do Senhor(cf Mt 28:,19).
Discipular nada mais é que ensinar a Palavra de Deus aos novos convertidos, àqueles que aceitaram a Cristo como seu único e suficiente Senhor e Salvador de suas vidas e fazer com que eles, que foram escolhidos por Deus, possam viver de tal maneira que dêem o fruto do Espírito, ou seja, tenham um novo caráter, uma nova maneira de viver que leve as pessoas a glorificar o nosso Pai que está nos céus, ou seja, vivam de tal maneira que suas ações os transformem em testemunhas de Jesus, em prova de que Jesus salva e, por isso, outras pessoas reconheçam o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, ou seja, o Evangelho (Rm 1:16).
Foi exatamente isto que Barnabé e Paulo fizeram na igreja de Antioquia, a primeira igreja formada por gentios na história da cristandade. Como estes crentes não partilhavam das promessas de Deus, como os judeus (Rm 9:4,5), havia necessidade de instruí-los nas Escrituras, para que aprendessem o que é servir a Deus. Tinham, sim, se convertido ao Senhor, como pudera ser atestado por Barnabé, que percebeu terem eles, realmente, nascido de novo, terem sido alcançados pela graça de Deus e terem o propósito do coração de permanecer no Senhor (At 11:23). Mas isto era insuficiente para que pudessem transformar o propósito em realidade.
Não basta pregar o Evangelho, é necessário que, uma vez as pessoas se decidindo por Cristo, sejam elas devidamente ensinadas na Palavra do Senhor, tenham conhecimento das Escrituras, sem o que não se tornarão discípulos de Jesus e quem não for discípulo de Jesus não entrará no Céu(vide Lc 14:27,33).
Portanto, o ensino é uma das tarefas principais da igreja, tão importante quanto a tarefa de evangelização, até porque é complemento necessário e indispensável da evangelização.