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segunda-feira, 8 de agosto de 2016

7ª lição do 3º trimestre de 2016: O EVANGELHO NO MUNDO ACADÊMICO E POLÍTICO


Texto Base: Daniel 2:24-28

 

"A minha palavra e a minha pregação não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração do Espírito e de poder, para que a vossa f é não se apoiasse em sabedoria dos homens, mas no poder de Deus" (1Co 2.4,5).

 

INTRODUÇÃO

Na Lição 05, estudamos o desafio da evangelização urbana. Na Lição 06, estudamos o desafio da evangelização dos grupos desafiadores. Nesta Lição, estudaremos o desafio da evangelização no mundo acadêmico e político. Sem dúvida alguma, este é um dos maiores desafios a ser enfrentado, haja vista que as universidades são hostis aos alunos e aos professores oriundos da tradição cristã. Essa hostilidade é sentida principalmente nos cursos das áreas de humanas; nestes cursos os alunos que professam a fé cristã são marginalizados e desafiados pelos professores, que são majoritariamente ateus ou agnósticos. Infelizmente, a maioria dos universitários cristãos não está preparada teologicamente para defender sua fé num campus. Desta feita, muitas vezes o desespero toma conta do jovem cristão ao confrontar um oposicionista, e, por isso, se isolam e viram “007 evangélico”, não fazendo uso do seu direito constitucional de manifestar a sua fé de forma explícita e destemida. Cabe aos líderes das igrejas locais e aos departamentos de evangelismo engendrarem esforços e estratégias a fim de preparar adequadamente jovens cristãos, a fim de que, no âmbito acadêmico, atuem como reais testemunhas de Jesus Cristo. É válido ressaltar que é do universo acadêmico que saem os cientistas, educadores, formadores de opinião e boa parte dos governantes e le­gisladores.

Nesta Aula, analisaremos a vida dos jovens hebreus Daniel e seus companheiros - Hananias, Misael e Azarias. Apesar do exílio babilônico, eles se destacaram como acadêmicos, servidores públicos e políticos. Eles mostraram, em atos e palavras, a supremacia do Deus de Israel. A vida desses hebreus serve de exem­plo aos acadêmicos e políticos cristãos, que lutam por levar o Evangelho às mais altas esferas do conhecimento e do poder.

I. POSSIBILIDADES E LIMITAÇÕES DA EVANGELIZAÇÃO NO AMBIENTE ACADÊMICO(1)

1. É um ponto de convergência. As pessoas presentes na escola se deslocaram de outros bairros, ou cidades, ou estados ou países, no caso de estudantes estrangeiros. Ter essas pessoas concentradas ali é uma economia de esforço, do ponto de vista da estratégia evangelística. É claro que ninguém comparece à escola para tomar conhecimento do evangelho. O nosso trabalho começa com a comunicação evangelística correta para esse ambiente.

2. É um Local onde as pessoas interagem. Na escola as pessoas precisam se comunicar e têm oportunidade de se conhecerem, fazer amizades, trocar ideias. Talvez não exista outra instituição mais apropriada para essa finalidade. Na verdade, é lamentável vermos que muitos evangélicos ocultam o seu testemunho cristão e perdem essa grande oportunidade para comunicarem o evangelho aos seus colegas. Isso é notado entre alunos, professores e funcionários.

3. A fé é confrontada. A escola repassa conceitos filosóficos e científicos equivocados, que são antagônicos à Palavra de Deus, mas são tornados válidos pelo consenso da Comunidade Científica. Entre os não-cristãos, isso acentua o ceticismo e a incredulidade. Entre cristãos menos alicerçados no conhecimento bíblico há ameaças de esfriamento na fé. O que cabe a nós fazermos quanto a isto? Muito pode ser feito. Todo o Comunicador do Evangelho tem a missão de manifestar um posicionamento bem fundamentado, tanto na Bíblia como em assuntos científicos e, principalmente, com um testemunho de vida coerente com a fé professada.

4. O inimigo tem planos de ação. O ambiente escolar nada mais é do que uma amostragem do que se encontra na sociedade. Uma grande maioria apresenta um comportamento carnal, liberal, contrário à vontade de Deus. Isso faz surgir o fenômeno conhecido como pressão do grupo, pois essa maioria cobra de todos um comportamento padronizado, para poder interagir. A posição dos comunicadores do Evangelho precisa ser equilibrada. Isolar-se do grupo não é a solução. Na verdade, é preciso orar e vigiar, pois o Espírito Santo nos unge para estarmos integrados e podermos exercer a ação benéfica de sal da terra e luz do mundo.

(1) (Edson Talarico Rodrigues. A Comunicação do Evangelho no Meio Acadêmico).

II. DANIEL NA UNIVERSIDADE BABILÔNICA

Daniel foi escolhido para estudar na Universidade da Babilônia. Nabucodonosor era estadista e estrategista. Ao mesmo tempo em que seus exércitos eram devastadores, queimando casas, cidades, demolindo palácios e templos, também criara uma universidade para formar jovens cativos que pudessem se tornar divulgadores de sua cultura.

Para ingressar na Universidade Babilônica era preciso fazer vestibular, que era composto de três exames: (a) Qualidades sociais: linhagem real e dos nobres; (b) Qualidades físicas e morais: jovens sem nenhum defeito e de boa aparência; (c) Qualidades intelectuais: instruídos em toda sabedoria, doutos em ciência, versados no conhecimento e competentes para assistir no palácio. Os aprovados deveriam andar pelos corredores do poder. Após o período acadêmico eles mesmos governariam sobre os demais súditos conquistados. 

Daniel 1:5 nos informa que o curso da Universidade de Babilônia era intensivo, pois durava apenas três anos. Depois disso, eles assistiriam no palácio, com garantia de emprego no primeiro escalão do governo mais poderoso do mundo. Era uma chance de ouro. Era tudo que um jovem queria na vida. Era tudo que um pai podia sonhar para seus filhos. Mas, nesse quadro de oportunidades ímpares, havia riscos tremendos para saúde espiritual. Por isso, todo cuidado seria pouco. O que adianta você ganhar o mundo inteiro e perder sua alma? O que adianta você ficar rico, vendendo a sua alma ao diabo? O que adianta você ter sucesso, mas perder sua fé? O que adianta você ser famoso, mas não ter uma vida limpa? Muitas pessoas mentem, corrompem-se, roubam, matam e morrem para alcançar o sucesso. Muitos destroem a honra e a família para chegar ao topo da pirâmide social. Mas esse sucesso é pura perda. Ele tem sabor de derrota.

1. Uma vida testemunhal. Uma das características marcantes na vida de Daniel era a firmeza do seu caráter moral e espiritual – “E Daniel assentou no seu coração não se contaminar com a porção do manjar do rei, nem com o vinho que ele bebia” (Dn 1:8). Este é um pré-requisito indispensável na vida do evangelizador neste âmbito tão complexo e exigente que é o meio acadêmico: não se conformar com o mundo (Rm 12:2).

Para os psicólogos, o caráter é aquilo que é adquirido ao longo da vida, aquilo que é apreendido pelo homem no seu convívio com o ambiente onde vive, ou seja, aquilo que incorpora, conscientemente ou não, ao longo da sua história. Daniel estava longe de casa, sem a sua família, em um país estranho, com uma língua estranha, sem o templo, sem sacerdotes e sem os rituais do culto. A despeito de tantas perdas, porém, não deixou seu coração ser envenenado pela mágoa, não permitiu que seu caráter fosse deformado pelo meio que ora passou a enfrentar. Procurou ser instrumento de Deus na vida dos babilônios. Daniel não foi um jovem influenciado, mas um influenciador. As pessoas que foram levadas cativas entregaram-se à depressão, nostalgia, choro, desânimo, amargura e ódio (Sl 137). Daniel, porém, escolheu ser uma luz, uma testemunha, um jovem fiel a Deus em terra estranha.

O caráter do cristão é quem ele é de fato, não apenas quando está diante do pastor, ou do seu líder, ou mesmo com um grupo de amigos, mas quando está num ambiente que ninguém o conhece, e ninguém está observando-o. O seu verdadeiro interior é a expressão mais exata da sua pessoa, sem máscaras, sem fingimentos ou aparências. Quem é você quando ninguém está olhando? Nosso caráter está relacionado com quem somos quando ninguém está olhando.

Deus está interessado em quem realmente somos. Quando nós temos caráter cristão, a evidência está em nossa conduta. Se você é salvo, sua conduta muda como evidência de que alguma coisa mudou dentro – no coração. Existem evidências da sua salvação. Se alguém diz, “eu sou salvo”, mas continua a mentir, roubar e viver imoralmente, é muito claro que não está salvo.

Daniel e seus amigos tiveram caráter santo e testemunhal. Mais adiante, eles vieram a influenciar até mesmo a classe política do império babilônico.

Portanto, o universitário crente evangeliza através de um testemunho santo e ir­repreensível que, por si mesmo, é uma mensagem. E, também, por meio de uma abordagem sábia e oportuna, que mostre a razão de nossa esperança (1Pd 3:15).

2. Daniel, um jovem universitário fiel a Deus, apesar das grandes perdas. Daniel teve muitas perdas. Perdeu sua nacionalidade e sua bandeira. Foi arrancado de sua Pátria e de seu lar. Perdeu sua família, foi arrancado dos braços de seus pais, de seus amigos, de seus vizinhos. Ele foi agredido, violentado em seus direitos mais sagrados. Ele perdeu sua liberdade, saiu de casa não como estudante, mas como escravo; ele não é dono de sua vida nem de sua agenda. Daniel perdeu sua religião. Seu país foi invadido, sua cidade arrasada e o templo do Senhor derrubado. Seu povo estava debaixo de opróbrio. Mas, em vez de buscar a vingança dos inimigos, procurou ser instrumento de Deus na vida deles. Daniel escolheu ser uma luz, uma testemunha, um jovem fiel a Deus em terra estranha. Não é o que as pessoas nos fazem que importa, mas como reagimos a isso.

3. Daniel, um jovem universitário fiel a Deus, apesar dos grandes perigos. A integridade de Daniel e de seus amigos foi colocada à prova diante da determinação do rei. Esses servos de Deus tiveram de se acautelar acerca de quatro perigos:

a) O perigo das iguarias do mundo (Dn 1:5-8). As iguarias da mesa do rei eram comidas sacrificadas aos ídolos. Cada refeição no palácio real de Babilônia se iniciava com um ato de adoração pagã. Comer aqueles alimentos era tornar-se participante de um culto pagão. Há um ditado que diz que todas as maçãs do diabo são bonitas, mas elas têm bicho. Os banquetes do mundo são atraentes, mas o mundo jaz no maligno. Ser amigo do mundo é ser inimigo de Deus. Aquele que ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Não entre na configuração do mundo. Fuja dos banquetes que o mundo lhe oferece. Os prazeres imediatos do pecado produzem tormentos eternos. As alegrias que o pecado oferece, convertem-se em choro e ranger de dentes. Fuja das boates, das noitadas, dos lugares que podem ser um laço para sua vida. Daniel “assentou no seu coração não se contaminar com a porção do manjar do rei, nem com o vinho que ele bebia”. Daniel preferiu a prisão ou mesmo a morte à infidelidade.

b) O perigo de aculturamento no meio acadêmico (Dn 1:3,4). “E disse o rei a Aspenaz, chefe dos seus eunucos, que trouxesse alguns dos filhos de Israel, e da linhagem real, e dos nobres, jovens em quem não houvesse defeito algum, formosos de aparência, e instruídos em toda a sabedoria, e sábios em ciência, e entendidos no conhecimento, e que tivessem habilidade para viver no palácio do rei, a fim de que fossem ensinados nas letras e na língua dos caldeus”.

Daniel e seus amigos correram sério risco de aculturamento nos costumes e nas ciências babilônicos. A despeito de eles serem educados em línguas e ciências, Nabucodonosor queria muito mais. Ele queria educá-los nas ciências dos caldeus para que tivessem conhecimento de astrologia e adivinhação. Mas, os babilônios perceberam logo que a formação cultural e, sobretudo, religiosa desses jovens hebreus, era forte. Não seria fácil fazê-los esquecer de suas convicções de fé. Para quebrar a rigidez cultural desses jovens, Nabucodonosor elaborou um programa cultural que fosse eficaz na sua extinção: os jovens participariam da mesa do rei. Mas Daniel e seus amigos mantiveram-se íntegros, fieis e puros diante de Deus e dos habitantes da Babilônia. O caráter deles era bastante sólido.

No meio de uma cultura sem Deus e sem absolutos morais, Daniel não se corrompeu. Daniel vai como escravo para uma terra que não conhecia a Deus, onde não havia a Palavra de Deus, nem o temor de Deus, onde o pecado campeava solto. Mas, mesmo na cidade das liberdades sem fronteiras, do pecado atraente e fácil, Daniel mantém-se íntegro, fiel e puro diante de Deus e dos homens. Seu caráter não era feito de vidro, não se quebrava com facilidade. Tinha um caráter ilibado, formado em um lar temente a Deus, de convicção de fé inquebrável no Deus vivo. Daniel e seus companheiros possuíam uma maturidade espiritual inexorável, que não foi adquirida em uma universidade secular, mas na Palavra de Deus.

c) O perigo da mudança dos valores. O nome de Daniel e de seus amigos foram trocados. Com isso a Babilônia queria que eles esquecessem o passado. A Babilônia queria remover os marcos e arrancar as raízes deles. Entre os hebreus, o nome era resultado de uma experiência com Deus. Todos os quatro jovens judeus tinham nomes ligados a Deus. Daniel significa: “Deus é meu juiz”; deram-lhe o nome de Beltessazar, cujo significado é: “bel proteja o rei”. Hananias significa: “Jeová é misericordioso”; passou a ser chamado de Sadraque, que significa: “iluminado pela deusa do sol”. Misael significa: “quem é como Deus?”; deram-lhe o nome de Mesaque, que significa: “quem é como Vênus?”. Azarias significa: “Jeová ajuda”; trocaram-lhe o nome para Abede-Nego, cujo significado é: “servo de Nego”. Assim, seus nomes foram trocados e vinculados às divindades pagãs de Bel, Manduque, Vênus e Nego. Os caldeus queriam varrer o nome de Deus do coração de Daniel, queria tirar a convicção de Deus da mente de Daniel e de seus amigos e plantar neles novas convicções, novas crenças, novos valores, por isso mudaram seus nomes.

A Babilônia mudou os nomes deles, porém, não o coração. Daniel e seus amigos não permitiram que o ambiente, as circunstâncias e as pressões externas ditassem sua conduta. Eles se firmaram na verdade, batalharam pela defesa da fé e mantiveram a consciência pura.

Muitos jovens hoje têm caído na teia do mundo, conformaram-se com o mundo. Muitos se envolvem de tal maneira que perdem o referencial, mudam os marcos, abandonam suas convicções, transigem com os absolutos e naufragam na fé. Isto é trágico!

d) O perigo das ofertas vantajosas. Muitos judeus se dispuseram a aceitar as ofertas generosas da Babilônia. Pensaram: é melhor esquecer Sião. É melhor esquecer os absolutos da Palavra de Deus. Isso não tem nada a ver. A Bíblia já não serve mais para nós. Agora estamos num estágio mais avançado: estamos estudando as ciências. Além do mais, a Babilônia oferecia riquezas, prazeres e Jerusalém era muito repressora. A lei de Deus, pensavam, é muito rígida, tem muitos preceitos. E assim, muitos se libertaram de seus escrúpulos e se esqueceram de Deus e de Sua Palavra. Para eles, tudo havia se tornado relativo. Os tempos estavam mudando depressa e eles precisavam se adaptar às mudanças.

Todavia, Daniel e seus companheiros eram comprometidos com a Verdade. Os caldeus mudaram seus nomes, mas não seus corações. Eles compreenderam que a babilonização era uma porta aberta para a apostasia. A guerra das ideias, a lavagem cerebral, a relativização da moral, a filosofia de que "nada tem nada a ver" é procedente do maligno. Daniel não negociou seus valores. Ele não se corrompeu. Não se mundanizou. Ele teve coragem para ser diferente mesmo quando foi pressionado a se contaminar, mesmo quando não era vigiado e mesmo quando estava correndo risco de vida.

Daniel estava no mundo, mas não era do mundo. Deus não livrou Daniel do perigo, mas lhe deu livramento no perigo. Ele não satanizou a cultura, dizendo que tudo era do diabo, mas ele percorreu os corredores da universidade e do palácio sem se corromper. Daniel e seus amigos não anatematizaram a vida pública como pecado. Contudo, jamais se corromperam. Eles tinham consciência que pertenciam e serviam a outro Reino. Mesmo cercados por uma babel de outras vozes, sempre se orientaram pela voz de Deus. Resistiram sempre aos interesses da Babilônia, quando esses se chocavam com os interesses do Reino de Deus.

4. Uma carreira acadêmica teste­munhal. Finalmente, o curso de três anos terminou. Era hora dos exames finais. Como nas universidades britânicas, em dias passados, esses exames não eram escritos, mas orais. O próprio rei os examinou. E Daniel e seus amigos foram examinados, aprovados e considerados dez vezes mais sábios que os outros estudantes – “E em toda matéria de sabedoria e de inteligência, sobre que o rei lhes fez perguntas, os achou dez vezes mais doutos do que todos os magos ou astrólogos que havia em todo o seu reino"(Dn 1:20). Como resultado, cada um dos quatro foi colocado em um alto cargo. Porque foram fiéis a Deus, o Senhor os honrou e os fez dez vezes mais cultos e mais eminentes que os mais sábios da Babilônia. Eles estavam no palácio do rei da Babilônia, servindo ao Rei Eterno, o Deus Todo-Poderoso.

Daniel e seus amigos são modelos para os jovens universitários de hoje. Devem se esforçar ao máximo para serem os melhores dentre os seus colegas universitários. Conformo disse o Pr. Claudionor de Andrade, “a mediocridade acadêmica depõe contra o Evangelho. O crente que ama a Cristo adora-o também com as suas notas, graduações, mestrados e doutorados”.

5. Uma carreira testemunhal. Daniel e seus três companheiros foram inseridos, imediatamente, na elite cultural e científica de Babilónia. Daniel tornou-se Primeiro Ministro da Babilônia. Figurou entre os maiores do grande império. Tornou-se homem de projeção. Foi uma bênção durante toda sua vida.

Muitos crentes anseiam por posições mais altas, mas para isso negociam valores, vendem a consciência, se corrompem e envergonham o nome de Deus. Se não vivermos agora honrando a Deus nas pequenas coisas, jamais o honraremos quando chegarmos às altas posições.

Daniel foi maior que a própria Babilônia. A Babilônia caiu, mas Daniel continuou em pé. A Babilônia perdeu seu poder, mas Daniel continuou sendo uma bênção para o outro império. Daniel 1:21 mostra o triunfo de Daniel. Ele continuou fiel até o primeiro ano de Ciro, o rei persa – “E Daniel esteve até ao primeiro ano do rei Ciro”. Ele atravessou setenta anos de cativeiro com uma vida limpa diante de Deus e dos homens. Ele começou bem e terminou bem. Hoje muitos começam bem e terminam mal. São crentes consagrados até enfrentarem a primeira prova, mas depois negociam seus valores, vendem a consciência e se perdem no cipoal de suas paixões. Muitos nessa corrida ao sucesso deixam sua devoção a Jesus, deixam a igreja e se contaminam com o mundo.

A Babilônia passou, e um novo império surgiu, mas Daniel continuou servindo a Deus com integridade. Reis subiram ao trono e desceram do trono, mas Daniel continuou como um homem incontaminado.

Você tem se guardado incontaminado do mundo? Você é um influenciador? Você faz diferença no meio em que vive? As pessoas são despertadas a conhecer a Deus por intermédio de seu testemunho? Concordo com o Pr. Claudionor de Andrade quando diz que “Jesus precisa de testemunhas em todas as áreas do saber humano. Ele também morreu pelos cientistas, médicos, advogados, sociólogos e educadores. Se preparar­mos devidamente os crentes, levaremos Cristo à elite cultural de nossa nação e do mundo. Portanto, treinemos os crentes para que formem, nocampus, grupos de oração, estudo bíblico e evangelismo. Desses núcleos, Deus haverá de suscitar testemunhas irresistíveis de sua Palavra. O Evangelho de Cristo não pode ausentar-se das áreas cultas”.

III. A INTERVENÇÃO DE DEUS NA POLÍTICA BABILÔNICA

Há uma linha invisível que separa a paciência de Deus de Sua ira. Os que persistem em andar no caminho errado cruzam essa linha invisível. Chega um dia em que Deus diz: "Basta!”. Deus oferece ao homem muitas oportunidades para arrepender-se; convida-o insistentemente a se voltar para Ele e o persuade; mas se o homem continua no pecado, ele cruza essa linha invisível e, depois, perece inapelavelmente. Belsazar foi um homem que desprezou o conhecimento de Deus e não lhe deu glória, a despeito de conhecer a verdade (Dn 5:22). Ele conhecia a verdade, mas não foi dirigido por ela. Ele conhecia a verdade, mas a rejeitou deliberadamente para viver regaladamente em seus pecados. A impiedade produz perversão. O desprezo do conhecimento de Deus leva o homem a uma vida dissoluta moralmente. Deus teve que intervir na política babilônica. Chamou Daniel para proclamar a Sua sentença sobre o reino de Belsazar.

1. A corrupção de Babilônia. Catorze anos como segunda pessoa no comando do reino, Belsazar precisava encarar grandes responsabilidades. Nabonido, seu pai, estava no campo de batalha com o exército caldeu tentando rechaçar os ataques das forças conjuntas dos Medos e Persas. Uma província após outra do império da Babilônia tinha caído. Agora, os exércitos de Ciro cercavam a capital como o último obstáculo a ser vencido. Mas, Belsazar não estava nenhum pouco preocupado com as ameaças de Ciro. Ele acreditava que Babilônia era impenetrável e que seus muros eram inexpugnáveis. Tendo em vista a fartura de mantimentos e o suprimento de água inesgotável que a cidade possuía, Belsazar tinha a confiança que os habitantes poderiam sobreviver a qualquer cerco. Para demonstrar o seu desdém pela ameaça persa, Belsazar decretou uma festa para toda a cidade. Por meio de um convite especial para mil dos seus grandes (Dn 5:1), ele preparou uma festa no palácio real. Ele convidou as mulheres do harém real para acrescentar diversão à festa. O próprio rei liderou a festa oferecendo bebida para todos. Em dado momento, inflamado pelo muito vinho, Belsazar se deixou levar por um impulso imprudente. Ele ordenou que fossem buscados os utensílios sagrados que seu avô tinha trazido de Jerusalém para a Babilônia (Dn 5:3). Eles beberam dessas taças, coisa que nenhum outro ousara fazer até então. Belsazar e seus companheiros de festa beberam dessas taças e deram louvores aos deuses da Babilônia (Dn 5:4).

O desprezo do conhecimento de Deus leva o homem a uma vida dissoluta moralmente. Belsazar conhecia a verdade (Dn 5:22), mas não foi dirigido por ela. Ele conhecia a verdade, mas a rejeitou deliberadamente para viver regaladamente em seus pecados. Belsazar profanou os utensílios consagrados ao Deus de Israel. Logo, o juízo de Deus seria inevitável e irrevogável.

Em meio àquela orgíaca festividade pagã, onde ressoavam risos sarcásticos regados a muita bebida embriagante, a mão de Deus escreveu na parede com letras de fogo, estranhas e misteriosas palavras. A Bíblia diz que o semblante do rei mudou, e os seus pensamentos o turbaram; as juntas dos seus lombos se relaxaram, e os seus joelhos bateram um no outro. A festança parou, e um silêncio lúgubre encheu a sala (Dn 5:5,6).

Quando Belsazar conseguiu falar, ele começou a gritar e chamar os peritos em astrologia, os caldeus e os adivinhadores (Dn 5:7), para explicar esse mistério. O rei prometeu todo tipo de recompensa e promoção para qualquer um que pudesse ler a escrita na parede e interpretar a sua mensagem. Esse homem seria vestido de púrpura (púrpura real), uma cadeia de ouro seria colocada ao redor do seu pescoço e ele se tornaria o terceiro em importância no governo do seu reino. Esse era o posto mais elevado disponível, visto que Nabonido ocupava o posto mais elevado, e Belsazar, o segundo. Quando os sábios não conseguiram decifrar a escrita, o rei e todos os convidados ficaram outra vez aterrorizados.

O banquete tinha como objetivo afrontar o Deus vivo. A atitude do rei em utilizar os utensílios do templo de Jerusalém em sua festa devassa e idólatra, mostrava o caráter perverso de Belsazar. Ele estava afrontando ao Senhor e profanando publicamente aquilo que pertencia a Deus. Mas, esse foi o último desafio do imoral Belsazar. O castigo viria inevitavelmente e imediatamente.

A vida é uma semeadura, colhemos o que plantamos. Aqueles que plantam o mal colhem o mal. Aqueles que semeiam vento colhem tempestade. Aqueles que semeiam na carne, da carne colhem corrupção. Aquilo que fazemos aqui determinará nosso destino amanhã. Querer fazer o mal e receber o bem é zombar de Deus, e de Deus ninguém zomba (Gl 6:7). Os políticos e os governantes brasileiros precisam se conscientizar que Deus é o Senhor. As consequências pelos erros cometidos de forma deliberada e consciente são muito duras e inexoráveis.

2. Daniel, o incorruptível. Como nenhum acadêmico babilónico foi capaz de ler a sentença divina escrita na parede, o nome de Daniel, agora com idade avançada, é evocado. A rainha-mãe (esposa de Nabonido e mãe de Belsazar), ciente do fato da escrita na parede, informa ao rei sobre Daniel e conta a respeito dos dons sobrenaturais que ele possuía. Ela disse: “Ó rei, vive eternamente! Não te turbem os teus pensamentos, nem se mude o teu semblante. Há no teu reino um homem que tem o espírito dos deuses santos; e nos dias de teu pai se achou nele luz, e inteligência, e sabedoria, como a sabedoria dos deuses; e teu pai, o rei Nabucodonosor, sim, teu pai, ó rei, o constituiu chefe dos magos, dos astrólogos, dos caldeus e dos adivinhadores. Porquanto se achou neste Daniel um espírito excelente, e ciência, e entendimento, interpretando sonhos, e explicando enigmas, e solvendo dúvidas, ao qual o rei pôs o nome de Beltessazar; chame-se, pois, agora Daniel, e ele dará interpretação” (Dn 5:10-12).

Após contar tudo, a rainha-mãe aconselha ao rei que chamasse Daniel, e, certamente, ele daria a interpretação. Daniel, então, foi introduzido à presença do rei (Dn 5:13-16). Ele agora era um homem idoso, mas continuava sendo um homem de Deus. Bom é conservarmos a fidelidade ao Senhor até o fim de nossas vidas!

Belsazar propõe a Daniel a mesma recompensa extravagante que havia prometido aos sábios (Dn 5:16), mas Daniel não deu nenhuma importância às “ninharias” do rei (Dn 5:17) e foi direto ao assunto. Mais uma vez, ele não se deixou enlaçar pelo charme do politicamente correto. Daniel confrontou o rei de forma cortês, mas sem rodeios, com uma mensagem de Deus. Daniel recordou a Belsazar como Deus humilhou Nabucodonosor. Embora Belsazar soubesse desse evento trágico, não deu importância à sua lição - “E tu, seu filho Belsazar, não humilhaste o teu coração, ainda que soubeste de tudo isso. E te levantaste contra o Senhor do Céu. Então, dele foi enviada aquela parte da mão, e escreveu-se esta escritura” (Dn 5:22-24). Belsazar, ao profanar os vasos santos do Senhor cometeu um ato de afronta deliberada contra o Deus vivo. Poucas pessoas aprendem as lições da história.

“Esta, pois, é a escritura que se escreveu: MENE, MENE, TEQUEL e PARSIM” (Dn 5:25). “MENE: Contou Deus o teu reino e o acabou” (Dn 5:26). “TEQUEL: Pesado foste na balança e foste achado em falta” (Dn 5:27). “PERES: Dividido foi o teu reino e deu-se aos medos e aos persas”. A mensagem era clara e específica. Deus havia empilhado os crimes do rei e completado a sua medida. O período de supremacia política de Babilônia havia terminado. Essa foi a última noite dos babilônios e do rei Belsazar. Os babilônios cruzaram a linha-limite que Deus traçara. “Naquela mesma noite, foi morto Belsazar, rei dos caldeus. E Dario, o medo, ocupou o reino, na idade de sessenta e dois anos” (Dn 5:30,31).

Belsazar testemunhou as obras de Deus dentro de sua casa, mas as desprezou. Ele era da família real. Ele presenciou todos os acontecimentos relatados nos capítulos 1 a 4 do livro de Daniel. Ele devia ter a idade de Daniel e viu seu testemunho, bem como o testemunho de seus amigos. Viu como Deus libertou os amigos de Daniel da fornalha, como Nabucodonosor foi arrancado do trono para tornar-se um animal, até que seu coração foi humilhado e convertido. Belsazar conviveu com o testemunho fiel a respeito de Deus, mas tapou seus ouvidos, fechou seus olhos e endureceu seu coração. Deus deu um ano para Nabucodonosor arrepender-se, mas Belsazar cruzou a linha da ira de Deus naquela mesma noite e pereceu. Viver no pecado é loucura. Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo (Hb 10:31).

A queda de Babilônia está associada a profecias que em breve deverão cumprir-se com a Babilônia espiritual, um dos destacados temas do Apocalipse. Nações estão sendo avaliados bem de perto pelo Deus Altíssimo. Todos estão por sua própria escolha decidindo seu destino e Deus indubitavelmente cumprirá os Seus propósitos. Que os homens públicos cristãos não se furtem ao seu dever. Que venhamos neste momento de crise de liderança, econômica e política que debilita o Brasil, anunciar que Jesus Cristo é o caminho, a verdade e a vida e que bem-aventurada é a nação cujo Deus é o Senhor. 

CONCLUSÃO

Evangelizar o meio acadêmico é uma estratégia de grande alcance. É uma oportunidade sem precedentes e essa responsabilidade precisa ser assumida pelos cristãos brasileiros ligados à vida escolar. Como Corpo Vivo de Cristo, a igreja deve cumprir ali a tarefa de sal da terra e luz do mundo, esforçando para comunicar as Verdades divinas com uma linguagem que o estudante possa entender. Que os líderes saibam como pre­parar aqueles que vão frequentar um ambiente acadêmico. À semelhança de Daniel e seus companheiros, estes poderão fazer uma grande diferença no mundo acadêmico e na esfera política.

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Fonte: Luciano de Paula Lourenço

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

6ª lição do 3º trimestre de 2016: A EVANGELIZAÇÃO DOS GRUPOS DESAFIADORES


Texto base:
“[...] e o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora (João 6.37)”.

 

INTRODUÇÃO

A evangelização que não inclui as pessoas marginalizadas pela sociedade é incompleta e não expressa plenamente o amor de Deus. O amor de Deus é inclusivo. Ele não admite que ninguém fique de fora, mas "quer que todos os seres humanos se salvem e venham ao conhecimento da verdade" (1Tm 2:4). Certamente é um grande desafio evangelizar os grupos desafiadores, dentre os quais desta­camos as prostitutas, os homossexuais, os criminosos e os viciados. Todavia, a Igreja deve engendrar todo esforço possível, com estratégias inteligíveis e bem direcionadas, para atingir a mensagem do amor de Deus a todos esses que a sociedade pertinaz procura exclui-los. O Salvador Jesus não exclui ninguém. Ele nunca aprovou o pecado, porém sempre se mostrou acessível ao pecador. Seu convite generoso ainda continua aberto: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei” (Mt 11:28).

I. JESUS ANUNCIA O EVANGELHO DA INCLUSÃO

Para mostrar a ação inclusiva de Jesus Cristo, quero destacar duas narrativas do Novo Testamento: da mulher prostituta que, além de ungir Jesus, lavou-lhe os pés com as lágrimas, enxugando-os com os pró­prios cabelos (Lc 7:36-50); da mulher samaritana, que tinha uma vida conjugal libertina (João 4:5-42).

1. A mulher prostituta. Trata-se da mulher que ungiu os pés de Jesus por ocasião de uma refeição na casa de um fariseu chamado de Simão (Lc 7:36-50). Uma refeição tal qual aquela que Jesus estava participando não era particular, as pessoas podiam entrar e ver o que estava acontecendo. Entretanto, uma prostituta não seria benvinda na casa de Simão, de modo que exigia coragem chegar até lá. Embora a mulher não fosse uma convidada, ainda assim ela entrou na casa e ajoelhou-se por detrás de Jesus, aos seus pés. As pessoas estavam reclinadas para comer, de modo que a mulher ungiu os pés de Jesus sem aproximar-se da mesa. A mulher levou um vaso de alabastro com unguento. Muitas mulheres judias usavam um pequeno frasco de perfume em um cordão ao redor do pescoço. Este vaso com unguento deve ter custado um grande valor para essa mulher. Ela começou a chorar, e a regar-lhe os pés com lágrimas, e os enxugou com os cabelos. Essa mulher compreendeu que Jesus era muito especial. Talvez ela, como uma pecadora, tivesse vindo a Jesus com grande tristeza pelos seus pecados. Talvez ela tenha vindo a Jesus agradecida por ter sido perdoada, e por isto ofereceu a Ele o seu unguento caro, o melhor que ela tinha. Lavar os pés de Jesus era um sinal de profunda humildade – este era o trabalho de um escravo. É uma conjectura razoável afirmar que Jesus fizera esta mulher voltar-se dos seus caminhos pecaminosos, e que tudo isto era a expressão do amor e da gratidão dela. A gratidão é um sinal da conversão. 

Algumas deduções são possíveis a partir deste episódio:

a) A mulher pecadora era “cobiçada” pelos homens, mas não se sentia amada por Deus. Não há dúvida de que essa mulher, sempre disponível para os homens, sendo cobiçada por eles, não se sentia uma mulher amada. É somente quando ela encontra o Senhor Jesus que ela de fato vai saber o que é se sentir realmente amada. Jesus fez com que a mulher pecadora se sentisse perdoada por Deus.

b) A mulher pecadora levava consigo um frasco de perfume, mas não conseguia encobrir o fedor do seu passado. O fariseu que convidou Jesus, ao observar a cena da mulher ungindo o Senhor, pensou: “Se este fora profeta, bem saberia quem e qual é a mulher que lhe tocou, pois é uma pecadora”. Pela lei, aquela mulher de fato era uma pecadora. O fariseu e todos os presentes ali sabiam disso. Parece que aquela mulher fedia a pecado. Foi somente quando teve o contato com o Mestre que o seu pecado e consequentemente o seu passado foram esquecidos diante de Deus. Agora ela não fedia mais a pecado, mas tornara-se o bom perfume de Cristo (2Co 2:15).

c) A mulher pecadora vendia o seu corpo, mas não conseguia comprar a paz. O que de fato essa mulher procurava e buscava com intensidade era encontrar a paz. Ela tinha os homens à sua volta, ganhava dinheiro com seu corpo, mas não conseguia encontrar a paz. Jesus mostra-lhe que ser amada por Deus e perdoada por Ele é o que importa. A paz vem quando o perdão de Deus é derramado em seu coração.

d) A mulher pecadora aprendeu que a Lei condena, mas a graça perdoa. A Lei puniu aquela mulher, a graça a perdoou. A Lei a excluía, a graça a abraçou. A Lei foi dada através de Moisés, a graça e a verdade vieram através de Jesus Cristo (João 1:17).

2. A mulher Samaritana. João 4:5-42 descreve o diálogo de Jesus com a mulher samaritana. Ela era uma pessoa que tinha tudo para ser relegada ao desprezo. Além de pagã, essa mulher (inimiga dos judeus) tinha uma vida totalmente desregrada. Ao acolher a samaritana, naquelas condições, Jesus abriu caminho para que ela pregasse o seu Evangelho ao povo a que ela pertencia, o que pode ser visto em João 4:26-29 - “Deixou, pois, a mulher o seu cântaro e foi à cidade e disse àqueles homens: Vinde e vê um homem que me disse tudo quanto tenho feito; porventura não é este o Cristo? Saíram, pois, da cidade e foram com ter com ele”. É interessante constatarmos que as pessoas que são libertas, que são salvas por Jesus, transformam-se em seguidoras dEle; em proclamadoras do reino de Deus, usando os recursos que tem em suas mãos. Você se sente liberto por Jesus? Você tem seguido a Jesus de forma secreta ou pública?

II. O EVANGELHO ÀS PROSTITUTAS

Prostituta é a profissional do sexo, é o modo de vida de uma mulher que pratica a atividade sexual por dinheiro. Neste sentido, a Bíblia fala de Raabe: “Foram, pois, e entraram na casa duma mulher prostituta, cujo nome era Raabe, e dormiram ali”(Josué 2:1).

A prostituta é também conhecida como meretriz e rameira. Em Israel não podia haver prostituta, ou rameira – “Não haverá rameira dentre as filhas de Israel...”(Dt 23:17). O dinheiro da prostituta não podia ser aceito na Casa do Senhor – “Não trarás salário de rameira... à casa do Senhor, teu Deus, por qualquer voto...”(Dt 23:18). Até o seu dinheiro era considerado como “...abominação ao Senhor, teu Deus”.

Deus aborrece os atos praticados pelas prostitutas, mas Ele almeja salvá-las - “Porque esta é a vontade de Deus, a vossa santificação: que vos abstenhais da prostituição”(1Ts 4:3). Raabe creu no Deus de Israel, abandonou a prostituição, casou e tornou-se a tataravó do rei Davi apesar de sua vida sórdida – “E Salmom gerou, de Raabe, a Boaz; e Boaz gerou de Rute a Obede; e Obede gerou a Jessé” (Mt 1:5). O nome dela está no nobre rol dos heróis da fé – “Pela fé Raabe, a meretriz, não pereceu com os incrédulos, acolhendo em paz os espias” (Hb 11:31).

O Senhor Jesus Cristo desejava e deseja a conversão das meretrizes. Por isso, Ele profere as seguintes palavras aos escribas e fariseus: "Em verdade vos digo que os publicanos e as meretrizes entram adiante de vós no reino de Deus" (Mt 21:31,32).

No tópico anterior, mencionamos um fato narrado por Lucas, que retrata o amor de Jesus por qualquer pessoa, inclusive pelas prostitutas. Deus não faz acepção de pessoas, Ele quer salvar todas elas, indistintamente. Diz João 3:16: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. Veja que o texto sagrado diz: “todo aquele que nele crê”, não exclui nenhum ser humano, por mais vil que ele seja.

O apóstolo João narra um episódio que ocorrera com uma mulher apanhada em adultério (João 8:1-11). A palavra adultério tem origem no latim, onde “adulterium” significa “dormir em cama alheia”. Logo, adultério é o pecado sexual praticado por pessoa casada.

Certa feita, Jesus foi para o monte das Oliveiras e, pela manhã cedo, voltou para o templo, e todo o povo vinha ter com ele, e, assentando-se, os ensinava. E os escribas e fariseus trouxeram-lhe uma mulher apanhada em adultério. E, pondo-a no meio, disseram-lhe: Mestre, esta mulher foi apanhada, no próprio ato, adulterando, e, na lei, nos mandou Moisés que as tais sejam apedrejadas. Tu, pois, que dizes? Isso diziam eles, tentando-o, para que tivessem de que o acusar. Mas Jesus, inclinando-se, escrevia com o dedo na terra. E como insistissem, perguntando-lhe, endireitou-se e disse-lhes: Aquele que dentre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela. E, tornando a inclinar-se, escrevia na terra. Quando ouviram isso, saíram um a um, a começar pelos mais relhos até aos últimos; ficaram só Jesus e a mulher, que estava no meio. E, endireitando-se Jesus e não vendo ninguém mais além da mulher, disse-lhe: Mulher, onde estão os teus acusadores? Ninguém te condenou? E ela disse: ninguém, Senhor. E disse-lhe Jesus: nem eu também te condeno; vai-te e não peques mais.

Max Lucado, narra em seu livro - “Ele ainda remove pedras” -, a cerca deste episódio:

“Mestre, esta mulher foi apanhada, no próprio ato, adulterando” (Jo 8:4). A acusação ressoa para fora dos tribunais. Num instante ela foi arrancada da paixão privada para o espetáculo público. As cabeças apareciam em todas as janelas enquanto tais homens a arrastavam pelas ruas. Os cachorros latiam. A cidade inteira estava olhando. Agarrando um fino véu sobre seus ombros, ela esconde sua nudez. Mas nada podia esconder sua vergonha.

A partir daquele momento, ela seria conhecida como a mulher adúltera. Quando fosse ao mercado, as mulheres comentariam. Quando passasse pelas ruas, as cabeças se voltariam para o outro lado. Quando seu nome fosse mencionado, as pessoas se lembrariam.

Os fracassos morais são facilmente lembrados. Contudo, o que é mais ridículo passa despercebido. O que a mulher fez é vergonhoso, porém, o que os fariseus fizeram foi desprezível. De acordo com a Lei, o adultério era punido com a morte, mas apenas se duas pessoas tivessem testemunhado o fato. Era preciso haver duas testemunhas oculares. Pergunto: qual a probabilidade de duas pessoas serem testemunhas oculares de um adultério? Quais são as chances de duas pessoas, de manhã cedo, encontrarem subitamente um homem e uma mulher em abraços proibidos? É improvável. Todavia, se isso acontecer, há muita chance de não ter sido uma simples coincidência.

Assim, somos levados a pensar: por quanto tempo aqueles homens ficaram olhando pela janela antes de entrarem no local? Porquanto tempo eles ficaram espreitando por trás das cortinas até que se revelassem?

E quanto ao homem? O adultério exige a participação de duas pessoas. O que aconteceu com ele? Será que fugiu?

As evidências deixam poucas dúvidas.  Era uma armadilha. A mulher fora pega. Mas logo descobriria que ela não era a presa — era apenas a isca.

"Na lei, nos mandou Moisés que as tais [mulheres] sejam apedrejadas. Tu, pois, que dizes?" (João 8:5). Como eram convencidos os membros daquele “nobre” comité de ética. Muito orgulhosos de si mesmos, esses agentes da “retidão”. Este será um momento do qual eles se lembrarão por muito tempo: a manhã em que pegaram e derrotaram o poderoso Nazareno.

E quanto à mulher? Bem, ela era secundária. Era simplesmente um peão no jogo. Seu futuro? Isso não era importante. Sua reputação? Quem se importa se for arruinada? Para eles, ela era uma parte necessária de seu plano, mas totalmente descartável.

A mulher olha para o chão. Seus cabelos suados caem sobre os ombros. Suas lágrimas escorrem diante de tamanho sofrimento. Seus lábios estão apertados e sua boca, cerrada. Ela sabe que foi apanhada. Não adianta buscar ajuda. Nunca receberá nenhuma misericórdia. Ela olha para as pedras nas mãos dos homens. Eles apertam com tanta força que seus dedos estão esbranquiçados. Ela, então, pensa em correr. Mas para onde? Poderia alegar maus-tratos. No entanto, para quem? Poderia negar o fato, mas fora vista. Poderia clamar por misericórdia, mas aqueles homens não estavam dispostos a lhe oferecer tal piedade. A mulher não tinha para onde ir.

Você poderia esperar que Jesus se levantasse e proferisse um julgamento contra aqueles hipócritas. Todavia, Ele não fez isso. Poderia até esperar que Ele tomasse a mulher e os dois se teletransportassem para a Galiléia. Mas não foi isso o que aconteceu. Você também poderia imaginar que um anjo desceria do céu e falaria alguma coisa ou que a terra tremeria. Não, não foi nada disso.

Mais uma vez, o movimento de Jesus é sutil. Porém, uma vez mais, sua mensagem é clara. O que Jesus faz? Ele escreve na areia. Ele se curva e começa a desenhar na terra. Os mesmos dedos que gravaram os Mandamentos do Sinai e escreveram o aviso na parede da sala de banquete de Belsazar, agora rabiscam o chão. Enquanto escreve, Ele fala: "Aquele que dentre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela" (João 8:7). Os jovens olharam para os velhos. Os velhos olharam para dentro de seus corações. Estes são os primeiros a deixar as pedras caírem no chão. Enquanto se viram para ir embora, os jovens, tomados do mesmo sentimento, fazem a mesma coisa. O único som que se houve é o da batida das pedras no chão e o dos passos daqueles que estão se retirando.

Jesus e a mulher são deixados sozinhos. Sem o júri, a sala do tribunal se transforma no gabinete do juiz e a mulher espera seu veredicto. É certo que Ele está preparando um sermão. Sem dúvida vai querer que eu peça desculpas. Mas o Juiz não fala. Sua cabeça está baixa; talvez ainda esteja escrevendo alguma coisa na areia. Ele parece surpreso quando percebe que a mulher ainda está ali.

Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou? Ninguém, Senhor. Então, disse-lhe Jesus: Nem eu também te condeno; vai-te e não peques mais (João 8:10,11).

Se você já se maravilhou com o modo como Deus reage quando você fracassa, coloque essas palavras num quadro e pendure-o na parede. Leia este quadro. Pondere sobre ele. Coloque-se diante dele e deixe que sua mensagem lave a sua alma. Permita que Cristo se coloque ao seu lado, enquanto você torna a contar todos os eventos das noites mais escuras de sua alma. Depois disso, ouça. Ouça atenciosamente. Ele está falando: "Eu não julgo a sua culpa”.

Depois, assista. Assista com atenção. Ele está escrevendo. Está deixando uma mensagem. Não na areia, mas numa cruz. Não com sua mão, mas com seu sangue. Sua mensagem é composta por uma única declaração: inocente.

Este episódio nos leva a entender que o tribunal dos homens é mais rigoroso que o tribunal de Deus, pois no tribunal dos homens a mulher saiu envergonhada e condenada; mas, no tribunal de Cristo, ela foi exortada a deixar o seu pecado e a recomeçar sua vida.

Portanto, Jesus quer salvar todas as pessoas, indistintamente, inclusive as prostitutas, porque Ele morreu por elas também (João 3:14-16). Cabe à igreja estabelecer estratégias para evangelizar essas pessoas.

III. O EVANGELHO AOS HOMOSSEXUAIS

Não há como negar a relevância de tema como este: a evangelização de homossexuais. Para alguns, o esforço para a evangelização de homossexuais é inútil, é como lançar pérolas aos porcos. Mas acredito que pessoa alguma, por pior que seja, jamais está fora do alcance da graça, do amor e do poder de Deus. Deus diz, em sua Palavra, que ainda que os nossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, tornar-se-ão como a lã (cf. Is 1:18). Para quem crer na origem divina desta palavra há motivos para compartilhar as boas-novas aos homossexuais.

1. O que você precisa saber para evangelizar os homossexuais. Em primeiro lugar, você precisa saber que ninguém nasce homossexual. Assim sendo, você não deve tratar e olhar para essas pessoas como se fossem homossexuais deste o ventre da mãe. É ao longo da criação e da vida que as pessoas se tornam desajustadas moral, psicológica e socialmente. Não é o corpo que torna corruptível a mente ou a alma, mas é uma mente desajustada que torna o corpo desenfreado. Uma mente pervertida leva a pessoa a um comportamento sexual (ou outro qualquer) pervertido, antinatural.

Em segundo lugar, o cristão que vai evangelizar os homossexuais precisa também tomar consciência de que, embora Deus ame essas pessoas, Ele reprova o comportamento delas. Paulo em sua Primeira Carta aos Coríntios, diz que "nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas...herdarão o reino de Deus (1Co 6:9,10). Em Levítico 18:22 Deus exorta seu povo para que o homem não se deite com outro homem como se fosse uma mulher, pois isso é abominação. Essa é uma outra razão por que tais pessoas precisam ser trazidas de volta para Deus, para o caminho da verdadeira vida.

2. Como evangelizar os homosse­xuais. O Cristão ao evangelizar um homossexual não deve discriminá-lo, tratá-lo como se fosse sujo, indigno ou inferior. É uma pessoa, é gente, é criatura de Deus. Deve ser tratado com dignidade. Devemos vê-lo como as demais pessoas carentes da graça de Deus. Se crer no Evangelho e arrepender-se de seus pecados, certamente será salvo.

É preciso paciência, perseverança, insistência, muita oração e solidariedade na evangelização dessas pessoas. Precisamos tomar consciência de que os frutos dessa evangelização não são imediatos, rápidos. Se queremos ganhar essas pessoas para Jesus, precisamos estar possuídos de um profundo amor por elas. Aquele amor de Jesus que não se envergonhava, mas que se identificava sem dar apoio ao mal.

Muitas pessoas estão na prática do homossexualismo e da prostituição não porque gostam dessa vida. Muitas dessas pessoas foram levadas a isso por traumas de infância, ou traumas recentes ou por abuso de adultos inescrupulosos e impiedosos.

A recuperação dessas pessoas e a integração delas na sociedade em geral, e na igreja em particular, é muito difícil. Elas precisam de um acompanhamento todo especial. Caso não haja um trabalho de acompanhamento, essas pessoas logo serão novamente assediadas pelos falsos amigos, que as arrastarão para a vida de prostituição, masculina e feminina.

A recuperação do homossexual é difícil, mas não impossível. Temos exemplos na igreja de Corinto. Diz o apóstolo Paulo: “Tais fostes alguns de vós” (1Co 6:11). Aqui, Paulo dá testemunho de conversão genuína naquela igreja. Essa é uma frase milagrosa. Houve um milagre da graça de Deus no inferno moral da cidade de Corinto. Paulo chama-os de “irmãos” vinte vezes na Primeira Carta aos Coríntios.

Quando se começa a ler a Carta Primeiro aos Coríntios, a gente coça a cabeça e pergunta: “será que esse povo era crente mesmo? Será que esse povo era convertido mesmo?”. Paulo tem o cuidado de chamá-los vinte vezes de irmãos. Paulo dá esse testemunho: “Tais fostes alguns de vós...”: injustos, impuros, idólatras, adúlteros, homossexuais.... Porém, Paulo acrescenta: houve um momento em que Jesus transformou a vida de vocês e vocês foram mudados.

Portanto, devemos olhar os homossexuais como pessoas que precisam do arrependimento e da fé em Cristo Jesus.

IV. O EVANGELHO AOS CRIMINOSOS

O Senhor Jesus está interessado em salvar não apenas as prostitutas, os homossexuais, mas igualmente os criminosos que estão presos. As prisões, em todos os estados da federação, acham-se abar­rotadas de homens e mulheres que precisam ouvir a verdade libertadora do Evangelho. A maior prisão de um ser humano não é a cadeia que prende o homem exterior, mas a cadeia que prende o homem interior. Só quem pode libertá-lo é Jesus Cristo. Está escrito: “e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (João 8:32). Quem é a verdade? Jesus. Ele disse: “Eu sou o caminho a verdade e a vida...” (João 14:6).

1. Por que devemos evangelizar o criminoso. Em novembro de 2015, certo pastor por nome Davey Blackburn - que lidera a Resonate Church em Indianapolis, Indiana -, perdeu sua esposa grávida durante um assalto à sua residência. Ele, que já havia anunciado que perdoava os assassinos, afirmou que gostaria de evangelizá-los.

Sua esposa estava grávida de três meses quando foi estuprada e assassinada a tiros em sua própria casa no dia 10 de novembro. Os criminosos, Larry Taylor, Jalen Watson e Diono Gordon, foram presos e processados pela morte de Amanda Blackburn, que deixou um filho pequeno.

Em uma entrevista concedida ao pastor Perry Noble, líder da megaigreja New Spring, em Anderson, Carolina do Sul (EUA), Davey disse que “o perdão não é uma emoção”, e que, portanto, precisa colocá-lo em prática.

“Eu nunca poderia simplesmente sentir que iria perdoá-los. Você nunca vai se sentir como se quisesse perdoar alguém que lhe fez algo que é irreparável… O que eu percebi é que o perdão é uma decisão e não apenas uma decisão de uma só vez. É uma decisão diária”, pontuou. “Todos os dias eu tenho que acordar… e eu tenho que decidir perdoar. E eis o motivo pelo qual eu decidir perdoar. A amargura e a falta de perdão seriam um câncer que mais ninguém além de mim estaria desenvolvendo. Isso iria me corroer por dentro se eu o alimentasse”, acrescentou.

“Eu sei que isso parece loucura, e eu honestamente não sei como vou fazê-lo fora da graça de Deus, mas eu realmente espero ter a oportunidade de compartilhar o Evangelho com esses caras […] Imagine se esses três caras conhecem Jesus. Imagine o grande golpe que isto seria para o inimigo”, concluiu (fonte: https://noticias.gospelmais.com.br/pastor-evangelizar-criminosos-assassinaram-esposa-82480.html).

Então, por que devemos evangelizar os criminosos? Porque cada alma convertida é um grande golpe para Satanás, o arqui-inimigo de Deus, e um grande triunfo para o Reino e Deus. Devemos visitar os presídios para evangelizar os ladrões e criminosos que porventura lá estejam, pois Jesus não veio para os sãos e sim para os doentes, não veio para os justos, mas para os injustos, não veio para os salvos, mas para buscar e salvar os perdidos (Lc 19:10; Mt 9:10-13).

2. Como Evangelizar nos Presídios. A evangelização nos presídios requer muito cuidado e sabedoria do evangelizador. Pode acontecer o fato de o preso procurar um visitante para dizer de sua inocência, que está ali injustamente. É possível também ser isso verdade. Mas esse é um caso para advogado. Peça que ele converse com o seu advogado sobre isso, e se a igreja tiver algum serviço nessa área, diga ao preso que pedirá ao advogado para conversar com ele. Não obstante, não se esqueça de dizer ao preso que tanto você quanto ele são pecadores diante de Deus e precisam do perdão de Jesus, da paz de Deus.

Os evangelizadores devem respeitar os regulamentos estabelecidos para visita. Eles visam à boa ordem nos presídios e à segurança de todos. Infringir tais regulamentos, sob o pretexto de que Deus nos guarda e não permitirá que coisa alguma de mal aconteça é imprudência. Procure saber sobre quantas pessoas podem ir ao presídio, se pode levar instrumentos, se pode cantar, se há um lugar para culto com todos os presos, quanto tempo disponível para tal visita, se pode distribuir literatura, etc.

Os evangelizadores devem contar com literatura especial. Devemos ter muito cuidado ao escolher a literatura a ser usada na evangelização nos presídios. Leia o material a ser distribuído, e certifique-se se tal material é o mais indicado. Cuidado com os textos bíblicos a serem lidos. Não se deve apontar o dedo acusador. Não use a Bíblia ou Deus como uma arma ou um juiz implacável contra os pecadores. Lembre-se que nós todos somos pecadores. Não são pecadores apenas aqueles que estão nos presídios. Portanto, em sua fala nos presídios, procure sempre incluir-se entre os pecadores, entre os que necessitam do amor de Deus.

A Igreja deve se esforçar para evangelizar os presídios e os menores que estão sofrendo medidas socioeducativas. Além disso, não deve se ausentar das áreas de risco, levando o Evangelho de Cristo às pessoas que traficam drogas e dependentes químicos. Há muitos crentes chamados por Deus para evangelizar nesses ambientes. A igreja deve dar todo apoio logístico a esses evangelizadores.

V. O EVANGELHO AOS VICIADOS

O vício da droga e do álcool está cada vez mais se tornando comum entre os jovens. Muitos começam a usá-los para preencher um profundo vazio interior e/ou esquecer traumas de suas vidas. Porém, não conseguem. Outros acabam indo para o caminho das drogas através de "amigos" do colégio ou faculdade. E muitas pessoas, só se sentem bem atrás do álcool e das drogas. É uma terrível situação que tira toda tranquilidade e alegria das famílias. Mas isso não significa que sejam impossíveis de serem ganhos para Cristo. Aquilo que é impossível para os homens é possível para Deus (Mt 19:25,26). Pessoas viciadas precisam dessa libertação, e sabemos que a verdadeira liberdade é em Jesus Cristo.

Como evangelizar os viciados? Não é fácil expor o Evangelho aos alcoólatras e aos que vivem nas cracolândias. Levá-los a uma conversão a Cristo exige um grande trabalho, com uma equipe evangelizadora especializada e assistida por profissionais competentes. Você deve mostrar o amor e o poder de Deus para perdoar e transformar nossas vidas por completo. Aceitando a Cristo, encaminhe-o para alguma casa de recuperação. Paralelamente a um encaminhamento, você deve orar por ele e levá-lo a Jesus, lendo textos da Bíblia que mostram o amor e o poder de Deus para perdoar e transformar toda nossa vida, tais como estes: Salmo 32 e 51; Isaías 53; Mateus 11:28-30; Lucas 19:1-10; João 14:6; Romanos 12:1,2; 1João 1:7-9.

Evite colocar-se numa posição de juiz. Mostre, com amor, a necessidade que o viciado tem, como você, de Jesus como Salvador e Senhor. 

É preciso conscientizar o que consome e abusa do álcool e das drogas que ele não é um viciado inveterado, que não tem mais jeito. É preciso dizer-lhe que há solução em Cristo Jesus para a vida dele. Isso pode ser feito com oração, paciência e pelo poder do Espírito Santo.

Na obra de evangelização dos viciados, o cristão precisa reconhecer a validade e a necessidade dos lares de recuperação. Encaminhar um viciado do álcool ou das drogas para essas comunidades que visam à recuperação dessas pessoas dependentes é algo que não deve ser negligenciado.

Na igreja em Corinto, havia também muitos irmãos libertos do álcool que, à semelhança de outras drogas, vinha minando as bases do Império Romano. Entretanto, os que dantes eram escravos do vício levavam, agora, uma vida produtiva e digna (1Co 6:10,11). O mesmo aplica-se aos que, hoje, vivem aprisionados à cocaína, ao crack, ao haxixe e outras substâncias nocivas. A igreja tem a obrigação de oferecer todo apoio logístico aos irmãos que evangelizam nesses ambientes.

CONCLUSÃO

A Igreja de Cristo não deve viver acomodada e descompromissada com os valores do evangelho face ao mundo enfermo. Não devemos contemplar, paralisados, ou rir, ironicamente, das desgraças e carências que há no mundo. Deus amou esse mundo enfermo (João 3:16; Rm 5:8). Vamos pregar com convicção e amor, na graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que há cura e perdão para o homossexual, a prostituta, o ladrão, o criminoso, o opressor, o avarento, o mentiroso, o hipócrita, e para qualquer outro pecador. Nenhum segmento social pode ficar de fora de nossa ação evangelística. Que o Espírito Santo nos habilite para tal testemunho, para tão grande obra de evangelização (At 1:8).

Fonte: ebdweb: Luciano de Paula Lourenço