quarta-feira, 27 de outubro de 2010
5ª Lição: Orando como Jesus ensinou
Igreja Evangélica Assembléia de Deus
Viçosa - Alagoas
Escola Bíblica Dominical
Pr. Donizete Inácio de melo
Superintendente: Pb. Efigênio Hortêncio de Oliveira
TEXTO ÁUREO
“Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca” (Mt 26.41).
VERDADE PRÁTICA
Ao orar o Pai Nosso, o Senhor Jesus ensina-nos a essência da oração.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Mateus 6.5-13
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
- Explicar porque a oração é vital ao crente.
- Compreender as implicações espirituais e práticas da oração-modelo.
- Conscientizar-se de que a Palavra de Deus nos ensina a orar.
PALAVRA-CHAVE
Modelo:- Representação em escala reduzida de objeto a ser reproduzido em dimensões normais; maquete.
COMENTÁRIO
(I. INTRODUÇÃO)
Na lição de hoje, estudaremos a respeito da oração mais conhecida de todos os tempos: a Oração do Pai Nosso. Para ensinar os discípulos a orar, Jesus proferiu esta conhecida oração (Mt 6.9-13). Esse modelo de oração é singular pela sua simplicidade e adequado pela sua objetividade e propósito; é um modelo que serve aos crentes. Com esta oração modelo, Cristo indicou áreas de interesse que devem constar da nossa oração. Esta oração contém seis petições: três dizem respeito à santidade e à vontade de Deus e três dizem respeito às nossas necessidades pessoais. A brevidade desta oração não significa que devemos ser breves quando oramos. Às vezes, Cristo orava a noite inteira (Lc 6.12). Boa aula!
(II. DESENVOLVIMENTO)
I. A ORAÇÃO DEVE SER INERENTE AO CRENTE
1. Aprendendo a orar com o Mestre. O maior exemplo de oração. Constantemente, Jesus procurava estar a sós em oração com o Pai, principalmente nos momentos de grandes decisões. Sendo Ele o Filho de Deus, cujos atributos divinos lhe assegurava o direito de agir sobrenaturalmente, poderia dispensar a oração como prática regular de sua vida. No entanto, ao assumir a forma humana, esvaziou-se de todas as prerrogativas da divindade e assumiu plenamente a natureza humana (Fp 2.5-8) experimentado todas as circunstancias inerentes à vida humana, inclusive a tentação (Hb 4.15). Isto significa que o Senhor dependeu tanto da oração como qualquer outra pessoa que se comprometa a servir com inteireza de coração a Deus. A oração foi o instrumento pelo qual Cristo suportou as afrontas, por ela, não deu lugar ao pecado, por ela, tomou o peso da cruz e venceu o maligno (Mt 26.36-46). Os evangelhos registram a vida de oração do Mestre: Depois de passar uma noite em oração, Jesus escolheu os doze para serem seus apóstolos. Se Jesus, o perfeito Filho de Deus, passou uma noite toda em oração ao Pai, para tomar uma importante decisão, quanto mais nós, com nossas fraquezas e nossos fracassos, precisamos orar muito e cultivar uma íntima comunhão com nosso Pai celestial. A oração modelo registrada em Mt 6.9-13, não é simplesmente uma fórmula para ser repetida como uma reza ou um mantra, a menos que o Mestre não tivesse condenado ‘as vãs repetições’ dos gentios. Seria incongruente. O seu propósito é revelar os pontos principais que dão forma ao conteúdo da oração cristã. Finalmente, ela não é uma oração universal, para toda a humanidade, mas destina-se exclusivamente àqueles que podem reconhecer a Deus como Pai, por meio da fé em Cristo Jesus.
2. Os discípulos já conheciam a respeito da oração? O Salmo 55.17 registra a busca perseverante de Davi em oração (de tarde, e de manhã, e ao meio-dia), os judeus tinham um horário determinado para as orações: de manhã (as 9h), à tarde (as 15h) e à noite (no pôr do sol). O apóstolo Paulo nos exortou a levar todas as nossas ansiedades a Deus em oração, com a promessa de que, assim, a paz de Deus guardará nossos corações e mentes (ver Fp 4.7). Os discípulos já tinham conhecimento da importância da oração, pois os judeus devotos e os gentios que criam em Deus tinham como costume orar. “Quando orares, não sejas como os hipócritas (v. 5). Como podemos saber se a nossa religião é realmente hipocrisia? Quando é para ser vista pelos homens. É apenas hipocrisia quando as igrejas têm bons coros, exigem pregação de elevado estilo, fazem orações eloquentes…, mas sem o Espírito. É hipocrisia colocar todas as mercadorias na vitrine, dando a entender que a loja tem grande estoque. É hipocrisia quando a adoração sai da boca para fora; é sinceridade somente se sair do íntimo do coração. Os hipócritas… se comprazem em orar em pé nas sinagogas (v. 5). Muitas vezes, a hipocrisia é tão acentuada nas igrejas que o mundo julga que todos os crentes são hipócritas. Jesus ensinou acerca disso, porque os líderes religiosos de sua época, gostavam das orações em lugares públicos para chamarem a atenção (Mt 6.5,6), porém Jesus ensina que devemos ter o nosso momento secreto com o Pai em oração (Mt 6.3).
3. A oração era algo habitual para Jesus e seus discípulos. Lucas ressalta mais do que os outros Evangelhos a prática da oração na vida e na obra de Jesus. Quando o Espírito Santo desceu sobre Jesus no Jordão, Ele estava orando (Lc 3.21); em certas ocasiões, afastava-se das multidões para orar (Lc 5.16), e passou a noite em oração antes de escolher os doze apóstolos (Lc 6.12). Ficou orando em particular antes de fazer uma pergunta importante aos seus discípulos (Lc 9.18); por ocasião da sua transfiguração, Ele subiu ao monte a orar (Lc 9.28); sua transfiguração ocorreu estando Ele orando (v.29); e estava ele a orar antes de ensinar aos discípulos a chamada Oração do Senhor (Lc 11.1). No Getsêmani, Ele orava mais intensamente (Lc 22.44); na cruz, orou pelos outros (Lc 23.34); e suas últimas palavras antes de morrer foram uma oração (Lc 23.46). Está registrado que Ele também orou depois da sua ressurreição (Lc 24.30). Ao observarmos a vida de Jesus nos outros Evangelhos, nota-se que Ele orou antes do convite, Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos (Mt 11.25-28); Ele orou junto ao túmulo de Lázaro (Jo 11.41,42) e durante a instituição da Ceia do Senhor (Jo 17). Enquanto estava neste mundo, Jesus freqüentemente procurava estar a sós com Deus (cf. Mc 1.35; 6.46; Lc 5.16; 6.12; 9.18; 22.41,42; Hb 5.7). Passar tempo a sós com Deus é essencial para o bem-estar espiritual de cada crente. Devemos estar continuamente conscientes de que a falta de oração individual ao nosso Pai celestial é um sinal inconfundível de que a vida espiritual dentro de nós está em declínio. Se assim acontecer, devemos repudiar tudo que ofende ao Senhor e renovar nosso compromisso de perseverar em buscá-lo e a sua graça salvífica. O empenho constante de Jesus era levar seus seguidores a reconhecerem a necessidade de estarem continuamente em oração, para cumprirem a vontade de Deus nas suas vidas.
SINÓPSE DO TÓPICO (1)
A oração deve ser uma prática habitual na vida do crente.
II. A ORAÇÃO-MODELO
1. “Pai nosso, que estás nos céus” (v.9). Muitas pessoas erroneamente compreendem a oração do Pai Nosso como uma oração que devemos fazer palavra por palavra. Alguns tratam a oração do Pai Nosso quase como uma fórmula mágica, como se as palavras por si só tivessem algum poder específico ou influência sobre Deus. A Bíblia nos ensina o oposto. Deus está muito mais interessado em nossos corações quando oramos do que em nossas palavras. Na oração, devemos derramar nossos corações a Deus (Fp 4.6-7), e não simplesmente recitar a Deus palavras memorizadas. Pelo seu uso do “Pai nosso”, Jesus fala daquela relação especial estabelecida pela fé e continuada pela submissão à vontade divina (Mt 7.21). Esta é a oração do discípulo. Esta é a oração do “filho de Deus” renascido. Somente aqueles que receberam o evangelho do reino, que seguem o “novo e vivo caminho”: o seu Filho Jesus Cristo (Hb 9.20; Jo 1.12,13; 14.6), são privilegiados para orar “Pai nosso.…”. O Espírito Santo nos transmite a confiança de que, por Cristo e em Cristo, agora somos filhos de Deus (v. 15). Ele torna real a verdade de que Cristo nos amou, ainda nos ama e vive por nós no céu, como nosso Mediador (Hb 7.25). O Espírito também nos revela que o Pai nos ama como seus filhos por adoção, não menos do que Ele ama seu Filho Unigênito (Jo 14.21,23; 17.23). Finalmente, o Espírito cria em nós o amor e a confiança que nos capacitam a lhe clamar: “Aba, Pai” (v. 15). Ao contemplar a Deus como Pai, o crente deve ter em mente três verdades bíblicas sobre o amor de Deus:
a) Deus nos amou primeiro. Uma palavra a qual a cristandade deu um novo significado – ágape – amor. Empregada pelos poetas gregos, ágape denota uma benevolência invicta e boa vontade inconquistável que sempre procura o bem maior da outra pessoa, independente do que ela faz. É o amor autoconcedido que dá livremente sem esperar receber nada em troca e sem considerar o valor de seu objeto. Agape é mais um amor por escolha do que philos , que é amor por acaso; e refere-se a vontade, ao invés da emoção. Agape descreve o amor incondicional que Deus tem pelos seus. Pela Palavra temos o conhecimento e a certeza de que a esperança de futuras grandes bênçãos não virá a ser falsa, pois o Espírito Santo dá generosas provas em nosso coração do amor de Deus por nós.
b) Deus nos adotou como filhos pelo Espírito de adoção (Rm 8.15). A verdade que Deus é nosso Pai celestial e que nós somos seus filhos é uma das maiores revelações do NT. Ser filho de Deus é o privilégio mais sublime da nossa salvação (Jo 1.12; Gl 4.7); ser filho de Deus é a base da nossa fé e confiança em Deus (Mt 6.25-34) e da nossa esperança da glória futura. Como filhos de Deus, somos herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo (Rm 8.16,17; Gl 4.7). Deus quer que nos tornemos cada vez mais conscientes, mediante o Espírito Santo, o ‘Espírito de adoção’ (Rm 8.15), de que somos seus filhos. O Espírito suscita a exclamação ‘Aba’ (Pai) em nosso coração (Gl 4.6) e produz o desejo de sermos ‘guiados pelo Espírito’ (Rm 8.14). É fundamental, contudo,saber que, mesmo sem o reconhecimento, por enquanto, por parte de outros, podemos ter a certeza de que somos filhos de Deus e de que nascemos dele. A revelação pública dessa verdade aguarda a revelação publica do próprio Deus quando Ele se manifestar, por ocasião do segundo advento.
c) Deus nos fez herdeiros seus. Deus nos oferece livremente a vida eterna em Jesus Cristo. Salvação (gr. soteria) significa “livramento”, “chegar à meta final com segurança”, “proteger de dano”. Na Soteriologia de Paulo, esclarece-se uma verdade fundamental no tocante ao modo de Deus lidar com a raça humana no seu todo: Deus castiga os malfeitores e recompensa os justos (Jo 5.29; Gl 6.7,8). Os justos são os que foram justificados pela fé em Cristo (1.16,17; 3.24) e que perseveram em fazer aquilo que é certo, segundo o padrão divino (Rm 2.7,10; Mt 24.13; Cl 1.23; Hb 3.14; Ap 2.10). Paulo nos faz lembrar que a vida vitoriosa no Espírito Santo não é nenhum caminho fácil. Jesus sofreu, e nós que o seguimos sofreremos também. Esse sofrimento é considerado um sofrimento em conjunto com Ele (2Co 1.5; Fp 3.10; Cl 1.24; 2 Tm 2.11,12) e advém do nosso relacionamento com Deus como seus filhos e da nossa identificação com Cristo.
2. “Santificado seja o teu nome” (v.9). A oração modelo é iniciada dirigindo-se ao ‘Pai nosso…’, salientando a relação íntima que podemos ter com Deus. Entretanto, na frase seguinte (‘santificado seja o teu nome’), Jesus ressalta a separação entre Deus e nós, em santidade, glória e pessoa. Note como as primeiras expressões desta oração mantêm uma relação estreita com os primeiros três dos dez mandamentos. Moisés começa com a condenação da corrupção da exaltada posição de Deus com falsos deuses, ídolos e uso do nome de Deus em vão. Jesus começa com uma afirmação da unicidade de Deus no universo e em nossas vidas. Com este conceito firme em nossas mentes, jamais corromperemos quem Deus é. O termo santificar pode ser definido como ‘separar de tudo o que é comum e profano, estimar, prezar, honrar, reverenciar e adorar como divino e infinitamente abençoado’. Quando oramos, não estamos tendo uma conversa informal com um colega igual a nós. Ainda que nossas orações tenham que refletir a bem íntima relação que temos desenvolvido com Deus, precisamos sempre reconhecer que estamos nos aproximando de um ser muito poderoso, santo e justo, somente por causa do acesso que Ele mesmo nos garantiu através do sangue de Cristo. ‘…teu nome’ - No Velho Testamento, os judeus receberam um nome especial para Deus. Em Êxodo 3.13,14, Moisés disse que os filhos de Israel perguntariam a respeito do Deus que o enviou: ‘Qual é o seu nome?’. Deus mandou Moisés dizer-lhes, ‘Eu Sou me enviou a vós outros’. A palavra traduzida como ‘Senhor’ (YAHWEH) vem da palavra-raiz para ‘Eu Sou’. Portanto, no sistema mosaico, um certo ‘nome’ foi usado para Deus. Eles não poderiam usar este nome de nenhum modo vão (Lv 24.16). Aparentemente, os judeus estavam tão temerosos de usarem o nome de Deus em vão que a pronúncia deste nome foi perdida. Ainda que eles tomassem grande cuidado no uso do nome de Deus, é claro que seu respeito pelo próprio Deus deixou a desejar. Através de Malaquias, Deus contrastou esta falta de reverência do povo judeu dos seus dias com a atitude que deveria prevalecer na nova aliança: ‘Mas, desde o nascente do sol até ao poente, é grande entre as nações o meu nome; e em todo lugar lhe é queimado incenso e trazidas ofertas puras, porque o meu nome é grande entre as nações, diz o Senhor dos Exércitos’ (1:11). Neste modelo de oração, a ênfase de Jesus não está em separar uma designação específica para Deus, e sim, em nossa atitude para com a natureza e a pessoa de Deus. A pessoa de Deus não pode se limitar a um determinado nome mais do que sua presença pode permanecer num templo feito com as mãos. É preciso notar, contudo, que os judeus foram hipócritas mostrando grande respeito pelo nome especial de Deus, mas pouco pelo próprio Deus. Podemos fazer o mesmo, dizendo que respeitamos a Deus, mas então usando seu nome em vão. As pessoas que usam os termos ‘Senhor’ e ‘Deus’ sem nenhum pensamento em Deus não estão santificando seu nome. ‘Santificado seja o teu nome’ deve ser uma expressão substancial do coração e não um mero código de acesso para ganhar entrada na presença de Deus. De fato, no contexto próximo de Mateus 6, Jesus está fazendo um contraste. Ele está dizendo ao povo que não ‘digam todas as coisas certas’ para serem vistos pelos homens. Em vez disso, temos que nos aproximar sinceramente de Deus, de coração, com nossas petições e agradecimentos, para sermos ouvidos por ele. Jesus nos mostra que precisamos começar tornando claro que sabemos quem é a criatura e quem o Criador.
3. “Seja feita a tua vontade” (v.10). É importante compreender o relacionamento entre a vontade de Deus e a responsabilidade do crente. Não é da vontade de Deus que nenhum crente caia da graça (Gl 5.4) e seja depois excluído da presença de Deus. Não é, tampouco, da sua vontade que alguém pereça (2 Pe 3.9), nem que deixe de vir ao conhecimento da verdade e ser salvo (1 Tm 2.4). Há, no entanto, muita diferença entre a perfeita vontade de Deus e a sua vontade permissiva. Deus não anula a responsabilidade do homem arrepender-se e crer, mesmo que isso signifique que sua perfeita vontade não é realizada (Lc 19.41). De modo geral, a Bíblia refere-se à vontade de Deus em três sentidos diferentes:
(1) A vontade de Deus é outra maneira de se identificar a Lei de Deus. Davi, por exemplo, forma um paralelo entre a frase “tua lei” e “tua vontade” no Sl 40.8. Semelhantemente, o apóstolo Paulo considera que, conhecer a Deus é sinônimo de conhecer a sua vontade (Rm 2.17,18). Noutras palavras: como em sua Lei o Senhor nos instrui no caminho que Ele traçou, ela pode ser apropriadamente chamada “a vontade de Deus”. “Lei” significa essencialmente “instrução”, e inclui a totalidade da Palavra de Deus.
(2) Também se emprega a expressão “a vontade de Deus” para designar qualquer coisa que Ele explicitamente quer. Pode ser corretamente designada de “a perfeita vontade” de Deus. E a vontade revelada de Deus é que todos sejam salvos (1Tm 2.4; 2Pe 3.9) e que nenhum crente caia da graça (ver Jo 6.39).
(3) Finalmente, a “vontade de Deus” pode referir-se àquilo que Deus permite, ou deixa acontecer, embora Ele não deseje especificamente que ocorra. Tal coisa pode ser corretamente chamada “a vontade permissiva de Deus”.
De fato, muita coisa que acontece no mundo é contrária à perfeita vontade de Deus (o pecado, a concupiscência, a violência, o ódio, e a dureza de coração), mas Ele permite que o mal continue por enquanto. A chamada de Jonas para ir a Nínive fazia parte da perfeita vontade de Deus, mas sua viagem na direção oposta estava dentro de sua vontade permissiva (Jn 1).
O ensino bíblico a respeito da vontade de Deus não expressa apenas uma doutrina. Afeta a nossa vida diária como crentes:
(1) Primeiro, devemos descobrir qual é a vontade de Deus, conforme revelada nas Escrituras. Como os dias em que vivemos são maus, temos de entender qual a perfeita e agradável vontade de Deus (Ef 5.17).
(2) Uma vez que já sabemos como Ele deseja que vivamos como crentes, precisamos dedicar-nos ao cumprimento da sua vontade. O salmista, por exemplo, pede a Deus que lhe ensine a “fazer a tua vontade” (Sl 143.10). Ao pedir, igualmente, que o Espírito o guie “por terra plana”, indica que, em essência, está rogando a Deus a capacidade de viver uma vida de retidão. Semelhantemente, Paulo espera que os cristãos tessalonicenses sigam a vontade divina, evitando a imoralidade sexual, e vivendo de maneira santa e honrosa (1Ts 4.3,4). Noutro lugar, Paulo ora para que os cristãos recebam a plenitude do conhecimento da vontade divina, a fim de viverem “dignamente diante do Senhor, agradando-lhe em tudo” (Cl 1.9,10).
(3) Os crentes são exortados a orarem para que a vontade de Deus seja feita (cf. Mt 6.10; 26.42; Lc 11.2; Rm 15.30-32; Tg 4.13-15). Devemos desejar, com sinceridade, a perfeita vontade de Deus, e ter o propósito de cumprí-la em nossa vida e na vida de nossa família (ver Mt 6.10 nota). Se essa for a nossa oração e compromisso, teremos total confiança de que o nosso presente e futuro estarão sob os cuidados do Pai (cf. At 18.21; 1Co 4.19; 16.7). Se, porém, há pecado deliberado em nossa vida, e rebelião contra a sua Palavra, Deus não atenderá as nossas orações.
SINÓPSE DO TÓPICO (2)
A oração-modelo ensina reconhecer a Deus como Pai; expressar sua soberania, santidade e dependência plena do Eterno.
III. DECORRÊNCIAS PRÁTICAS DA ORAÇÃO-MODELO
1. “O pão nosso de cada dia”: A terceira petição do modelo de oração diz: ‘O pão nosso de cada dia dá-nos hoje’; é, provavelmente, a petição mais conhecida, na mais conhecida das orações. Deus dá através de seu mundo natural criado. Desde o tempo de Noé, Deus tem prometido ‘…não deixará de haver sementeira e ceifa…’ (Gn 8.22). O crente sabe e reconhece sua dependência de Deus, é Ele quem dá a capacidade para ganhar, a possibilidade de germinação e o crescimento das plantações, ainda que possamos trabalhar com nossas mãos (Ef 4.28), entendemos que nosso trabalho não apaga a realidade da dádiva de Deus. ‘Se o Senhor quiser, não só viveremos, como também faremos isto ou aquilo’ (Tg 4.13-17). O Israel antigo recebia o maná diariamente. Isto era para humilhá-los e prová-los. Deus queria que eles aprendessem que eram dependentes d’Ele. O crente vive ‘de tudo o que procede da boca do Senhor’ (Dt 8.2,3). Israel fracassou miseravelmente em aprender a lição. Sua descrença e falta de confiança em Deus fizeram com que fossem ignorantes do propósito de Deus. Ouçam o ponto de vista deles sobre o propósito de Deus. ‘E por que nos traz o Senhor a esta terra, para cairmos à espada e para que nossas mulheres e nossas crianças sejam por presa?’ (Nm 14.3). Se eles tivessem reconhecido e apreciado o cuidado diário de Deus, não teriam deixado de entender a meta final de Deus. Uma realidade em nossa vida é o perigo da abundância de boas coisas que nos faz deixar de apreciar o cuidado diário de Deus. Tornamo-nos crentes mimados. Sim, é pelo pão diário que oramos, porque é pela graça de Deus que comemos e vivemos cada dia. Entendendo nossa total dependência de Deus, estamos contentes ‘tendo sustento e com que nos vestir’ (1Tm 6.8).
2. Perdão das nossas dívidas. Esta declaração de Jesus salienta o fato de que o crente deve estar pronto e disposto a perdoar as ofensas sofridas da parte dos outros. Caso ele não perdoe seu ofensor arrependido, Deus não o perdoará e suas orações não terão resposta. Aqui está um princípio essencial para obtermos o perdão de Deus (18.35; Mc 11.26; Lc 11.4). “Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará; se, porém, não perdoardes aos homens [as suas ofensas], tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas” (Mt 6.14,15). Quando um crente ofendido deixa de estender o perdão a outro, ele deixa de exemplificar a imagem de seu Senhor. Ele mesmo foi perdoado por Cristo quando se submeteu ao evangelho. Quando Pedro perguntou a Jesus quantas vezes tinha que perdoar seu irmão que peca contra ele, Jesus respondeu: ‘até setenta vezes sete’ (Mt 18.22). Jesus, além disso, ilustrou com a parábola do servo injusto a importância de perdoar aos outros. Este servo injusto recebeu o perdão de uma grande dívida para com o seu senhor, mas quando chegou sua vez de perdoar um camarada que estava em débito para com ele, meteu-o na prisão, em vez de perdoá-lo. Quando o senhor soube do que tinha acontecido, pediu a presença do servo injusto, chamou-o de peverso e incompassivo e, por causa da raiva dele, entregou-o aos torturadores até que pagasse tudo o que devia. Que lição para nós nestes dias!
3. Livramento do mal. Não poderá haver nenhum poder celestial em nossa batalha contra o pecado, Satanás e o mundo, nem vitória em nossa tentativa de ganhar os perdidos, sem muita oração diariamente. As palavras ‘nos deixes cair’ sugerem a necessidade da orientação de Deus nas decisões da vida. ‘Não cabe ao homem determinar o seu caminho’ (Jr 10:23). Precisamos olhar para Deus, para que nos mostre o caminho que devemos tomar. A frase ‘não…em tentação’ pode significar a mesma idéia que ‘pelas veredas da justiça’ (Sl 23.3). Se for, toda a exortação revela a intenção de nosso coração, não somente de abster-se de toda forma de mal (1Ts 5.22), mas também de agradá-lo em tudo (Cl 1.10). Tal meta exige a maior sobriedade e vigilância contra as várias ciladas do diabo (1Pe 5.8) para que não sejamos conduzidos ao pecado. Exige que estejamos constantemente em contato com as palavras do Senhor, lendo-as diariamente e meditando sobre elas continuamente, desde que elas revelam o caminho no qual devemos andar (Sl 119.105). As palavras ‘livra-nos’ sugerem a necessidade do poder de Deus nos perigos da vida. ‘O espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca’ (Mt 26.41); mas Deus ‘é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos, conforme o seu poder que opera em nós’ (Éf 3.20). Aqueles ‘guiados pelo Espírito’ através de sua revelação serão capazes de motificar ‘os feitos do corpo’ (Rm 8.13,14) e produzir ‘o fruto do Espírito’ (Gl 5.22). Quando formos assim ‘fortalecidos com poder, mediante o seu Espírito no homem interior’ (Éf 3.16), Cristo habitará em nós; estaremos libertados do mal. Além disso, Deus promete dar libertação, pondo limitações às tentativas de Satanás de nos destruir. Ele promete nunca deixar Satanás nos testar com tentações acima de nossa experiência humana normal ou com aquelas para as quais não haja escapatória: ‘Não vos sobreveio tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação, vos proverá livramento, de sorte que a possais suportar’ (1Co 10.13). Com esta garantia podemos enfrentar as provações da vida com esperança da libertação de Deus.
SINÓPSE DO TÓPICO (3)
O suprimento diário, o perdão dos pecados e o livramento do mal são decorrências práticas da oração-modelo.
(III. CONCLUSÃO)
Quando o crente aprende biblicamente como se dirigir a Deus em oração, estando com a sua vida cristã em ordem, passa a ter a certeza de que suas orações serão respondidas. Quando Jesus disse aos seus discípulos: ‘Se teu irmão pecar contra ti, repreende-o; se ele se arrepender, perdoa-lhe. Se, por sete vezes no dia, pecar contra ti e, sete vezes, vier ter contigo, dizendo: Estou arrependido, perdoa-lhe’, os discípulos disseram: ‘Senhor: Aumenta-nos a fé’ (Lc 17.3-5). Às vezes, usamos esta história para falar da necessidade de ter uma fé forte, mas Jesus disse que isso não exigiria muita fé! ‘Se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a esta amoreira: Arranca-te e transplante-te no mar; e ela vos obedecerá’ (v 6). A ênfase não é a grande fé deles, mas para pequena fé num poderoso Deus. Isso é confortante. Nossa fé não está simplesmente no poder da fé, mas no poder de Deus. ‘Fé como um grão de mostarda’ removerá ‘montes’ (Mt 17.20). Não montanhas literais, mas fortes obstáculos que fiquem no nosso caminho. Que confortante! Aleluias!
terça-feira, 26 de outubro de 2010
A Tercerira Perseguição
Na série "Os Mártires: Sangue que fala" estarei expondo a terceira perseguição da igreja primitiva. Desejo ao amado leitor uma boa e reflexiva leitura
A Tercerira Perseguição
A Terceira perseguição, sob Trajano, 108 d.C.
Na terceira perseguição, Plínio o Jovem, homem erudito e famoso, vendo a lamentável matança de cristãos, e movido por ela à compaixão, escreveu a Trajano, comunicando-lhe que havia muitos milhares deles que eram mortos a diário, que não tinham feito nada contrário à lei de Roma, motivo pelo qual não mereciam perseguição. "Tudo o que eles contavam acerca de seu crime ou erro (como deva chamar-se) só consistia nisto: que costumavam reunir-se em determinado dia antes do amanhecer, e repetirem juntos uma oração composta de honra de Cristo como Deus, e em comprometer-se por obrigação não certamente a cometer maldade alguma, senão ao contrário, a nunca cometer furtos, roubos ou adultério, a nunca falsear a palavra, a nunca defraudar ninguém; depois do qual era costume separar-se, e voltar a reunir-se depois para participar em comum de uma comida inocente".
Nesta perseguição sofreram o bem-aventurado mártir Inácio, quem é tido em grande reverência entre muitos. Este Inácio tinha sido designado para o bispado de Antioquia, seguindo a Pedro na sucessão. Alguns dizem que ao ser enviado da Síria para a Roma, porque professava a Cristo, foi entregue às feras para ser devorado. Também se diz dele que quando passou pela Ásia (a atual Turquia), estando sob o mais estrito cuidado de seus guardiões, fortaleceu e confirmou as igrejas por todas as cidades por onde passava, tanto com suas exortações como predicando a Palavra de Deus. Assim, tendo negado a Esmirna, escreveu à Igreja de Roma, exortando-os para que não empregassem médio algum para libertá-lo de seu martírio, não fosse que o privassem daquilo que mais anelava e esperava. "Agora começo a ser um discípulo. nada me importa das coisas visíveis ou invisíveis, para poder somente ganhar a Cristo. Que o fogo e a cruz, que manadas de bestas selvagens, que a ruptura dos ossos e a dilaceração de todo o corpo, e que toda a malícia do diabo venham sobre mim; assim seja, se só puder ganhar a Cristo Jesus!". E inclusive quando foi sentenciado a ser lançado às feras, tal era o ardente desejo que tinha de padecer, que dizia, cada vez que ouvia rugir os leões: "Sou o trigo de Cristo; vou ser moído com os dentes de feras selvagens para que possa ser achado pão puro".
Adriano, o sucessor de Trajano, prosseguiu esta terceira perseguição com tanta severidade como se antecessor. Por volta desta época foram martirizados Alexandre, bispo de Roma, e seus dois diáconos; também Quirino e Hermes, com suas famílias; Zeno, um nobre romano, e por volta de outros dez mil cristãos.
Muitos foram crucificados no Monte Ararate, coroados de espinhos, sendo traspassados com lanças, em imitação da paixão de Cristo. Eustáquio, um valoroso comandante romano, com muitos êxitos militares, recebeu a ordem de parte do imperador de unir-se a um sacrifício idólatra para celebrar algumas de suas próprias vitórias. Porém sua fé (pois era cristão de coração) era tanto maior que sua vaidade, que recusou nobremente. Enfurecido por esta negativa, o ingrato imperador esqueceu os serviços deste destro comandante, e ordenou seu martírio e o de toda sua família.
No martírio de Faustines e Jovitas, que eram irmãos e cidadãos de Bréscia, tantos foram seus padecimentos e tão grande sua paciência, que Calocério, um pagão, contemplando-os, ficou absorto de admiração e exclamou, num arrebato: "Grande é o Deus dos cristãos!", pel qual foi preso e foi-lhe feito sofrer parelha sorte.
Muitas outras crueldades e rigores tiveram de padecer os cristãos, até que Quadratus, bispo de Atenas, fez uma erudita apologia em seu favor perante o imperador, que estava então presente, e Aristides, um filósofo da mesma cidade, escreveu uma elegante epístola, o que levou Adriano a diminuir sua severidade e a ceder em favor deles.
Adriano, ao morrer no 138 d.C., foi sucedido por Antonino Pio, um dos mais gentis monarcas que jamais reinou, e que deteve as perseguições contra os cristãos.
Fonte: O livro: Os Mártires ( Jonh Fox)
sábado, 23 de outubro de 2010
A segunda perseguição da igreja primitiva.
Considerando o Cristianismo que ora professamos, veio a mim o desejo de expor o tema: OS MÁRTIRES: SANGUE QUE FALA. Levando contudo em consideração a você que já conhece o tema supracitado,,no entanto estarei expondo as cruciantes perseguições que a igreja de Cristo foi submetida ao longo dos séculos, ao mesmo tempo em que aprendemos de cristãos valorosos que não tiveram suas vidas por preciosas, que deixaram sobretudo, exemplos de fé e coragem para nós que hoje confessamos e seguimos o mesmo Deus. Que o tema possa tornar para você proveitoso e reflexivo.
Pb. Efigênio Hortêncio
A segunda perseguição, sob Domiciano, em 81 d.c O imperador Domiciano, de natural inclinado à crueldade, deu morte primeiro a seu irmão, e logo suscitou a segunda perseguição contra os cristãos. Em seu furor deu morte a alguns senadores romanos, a alguns por malícia, e a outros para confiscar seus bens. Depois mandou que todos os pertencentes à linhagem de Davi fossem executados.
Entre os numerosos mártires que sofreram durante esta perseguição estavam Simeão, bispo de Jerusalém, que foi crucificado, e são João, que foi fervido em óleo e depois desterrado a Patmos. Flavia, filha de um senador romano, foi do mesmo modo desterrada ao Ponto; e se ditou uma lei dizendo: "Que nenhum cristão, uma vez trazido ante um tribunal, fique isento do castigo sem que renuncie a sua religião".
Durante este reinado se redargüiram várias histórias inventadas, com o fim de danificar os cristãos. Tal era a paixão dos pagãos que toda fome, epidemia ou terremoto que assolasse qualquer das províncias romanas, era atribuída aos cristãos. Estas perseguições contra os cristãos aumentaram o número de informantes, e muitos, movidos pela cobiça, testemunharam em falso contra as vidas de inocentes.
Outra dificuldade foi que quando qualquer cristão era levado ante os tribunais, era submetido a um juramento de prova, e se recusavam tomá-lo, eram sentenciados a morte; também, se confessavam serem cristãos, a sentença era a mesma.
Os seguintes foram os mais destacados entre os numerosos mártires que sofreram durante esta perseguição.
Dionísio, o areopagita, era ateniense de nascimento, e foi instruído em toda a literatura útil e estética da Grécia. Viajou depois a Egito para estudar astronomia, e realizou observações muito precisas do grande eclipse sobrenatural que teve lugar no tempo da crucifixão de nosso Senhor.
A santidade de sua forma de viver e a pureza de suas maneiras o recomendaram de tal modo entre os cristãos em geral que foi designado bispo de Atenas.
Nicodemo, um benevolente cristão de alguma distinção, sofreu na Roma durante o furor da perseguição de Domiciano.
Protásio e Gervásio foram martirizados em Milan.
Timóteo, o célebre discípulo de são Paulo, foi bispo de Éfeso, onde governou zelosamente a Igreja até o 97 d.C. neste tempo, quando os pagãos estavam para celebrar uma festa chamada Catagogião, Timóteo, enfrentando-se à procissão, os repreendeu severamente por sua ridícula idolatria, o que exasperou de tal modo a plebe que caíram sobre ele com paus, e o espancaram de maneira tão terrível que expirou dois dias depois pelo efeito dos golpes.
Fonte: O Livro dos Mártires ( Jonh Fox)
sexta-feira, 22 de outubro de 2010
A primeira perseguição da igreja primitiva
Considerando o Cristianismo que ora professamos, veio a mim o desejo de expor o tema: "OS MÁRTIRES: SANGUE QUE FALA". Levando contudo em consideração a você que já conhece o tema supracitado, estarei expondo as cruciantes perseguições que a igreja de Cristo foi submetida ao longo dos séculos, ao mesmo tempo em que aprendemos de cristãos valorosos que não tiveram suas vidas por preciosas, que deixaram sobretudo, exemplos de fé e coragem para nós que hoje confessamos e seguimos o mesmo Deus. Desejo ao amado leitor, que o tema possa tornar para você, uma leitura proveitosa e reflexiva. Pb. Efigênio Hortêncio
Fonte: O Livro dos Mártires ( Jonh Fox)
A primeira perseguição da Igreja teve lugar no ano 67, sob Nero, o sexto imperador de Roma. Este monarca reinou pelo espaço de cinco anos de uma maneira tolerável, mas depois deu liberdade ao maior desenfreio e as mais atrozes barbaridades. Entre outros caprichos diabólicos, ordenou que a cidade de Roma fosse incendiada, ordem que foi cumprida pelos seus oficiais, guardas e servos. Enquanto a cidade imperial estava em chamas, subiu na torre de Mecenas, tocando a lira e cantando o cântico do incêndio de Tróia, declarando abertamente que "desejava a ruína de todas as coisas antes de sua morte". Além do grande edifício do Circo Romano, muitos outros palácios e casas ficaram derruídos; vários milhares de pessoas pereceram nas chamas, ou se afogaram com a fumaça, ou foram sepultados sob as ruínas.
Fonte: O Livro dos Mártires ( Jonh Fox)
A primeira perseguição da Igreja teve lugar no ano 67, sob Nero, o sexto imperador de Roma. Este monarca reinou pelo espaço de cinco anos de uma maneira tolerável, mas depois deu liberdade ao maior desenfreio e as mais atrozes barbaridades. Entre outros caprichos diabólicos, ordenou que a cidade de Roma fosse incendiada, ordem que foi cumprida pelos seus oficiais, guardas e servos. Enquanto a cidade imperial estava em chamas, subiu na torre de Mecenas, tocando a lira e cantando o cântico do incêndio de Tróia, declarando abertamente que "desejava a ruína de todas as coisas antes de sua morte". Além do grande edifício do Circo Romano, muitos outros palácios e casas ficaram derruídos; vários milhares de pessoas pereceram nas chamas, ou se afogaram com a fumaça, ou foram sepultados sob as ruínas.
Este terrível incêndio durou nove anos. quando Nero descobriu que sua conduta era intensamente censurada, e que era objeto de um profundo ódio, decidiu inculpar os cristãos, aproveitando a oportunidade para escusar-se ao mesmo tempo que enchia seu olhar com novas crueldades. Esta foi a causa da primeira perseguição; e as brutalidades cometidas contra os cristãos foram tais que inclusive moveram os próprios romanos à compaixão. Nero inclusive refinou suas crueldades e inventou todo tipo de castigos contra os cristãos que puder ter sido inventado pela mais infernal imaginação. Particularmente, fez que alguns deles fossem costurados em peles de animais silvestres, lançando-os aos cães até morrerem; a outros os vestiu de camisas untadas com cera, amarrando-os a postes, e os incendiou nos seus jardins, para iluminá-los. Esta perseguição foi geral por todo o Império Romano; porém mais bem aumentou que diminuiu o espírito do cristianismo. Foi durante esta perseguição que foram martirizados são Paulo e são Pedro.
A seus nomes podem-se agregar Erasto, tesoureiro de Corinto; Aristarco, o macedônio, e Trófimo de Éfeso, convertido por são Paulo e seu colaborador, assim como José, comumente chamado Barsabé e Ananias, bispo de Damasco; cada um dos Setenta.
Fonte: O Livro dos Mártires ( Jonh Fox)
quinta-feira, 14 de outubro de 2010
quarta-feira, 13 de outubro de 2010
3ª Lição: A Oração Sábia
Igreja Evangélica Asembleia de Deus
Rua Frederico Maia, 49 - centro
Viçosa - Alagoas
Escola Bíblica Dominical
Pastor: Donizete Inácio de Melo
Superintendente: Pb. Efigênio Hortencio de Oliveira
I – Vivendo a diferença.
1. O Lar de Salomão.
Quero aqui mostrar para as pessoas que tiveram sua infância, conturbada com os mais diversos problemas, que é possível através da oração sábia, da comunhão com o Senhor, do desejo de acertar e não ser igual aos pais ou irmãos que deixaram exemplos maus, ter uma vida sadia, alegre com o Senhor. Salomão viveu no lar conturbado, cheios de problemas morais, como o incesto entre seus irmãos Tamar e Amnom ( 2 Sm 13.1-17); o assassinato de Amnom (13.23-29); a usurpação do trono de Davi por seu filho Absalão (15.1-8); que mais tarde prostituiu-se com as concubinas de seu pai (16.20-23). E muitos outros episódios que marcaram a vida de Salomão, no entanto, enquanto Salomão esteve na presença do Senhor, Deus o abençoou.
Obs. Queridos irmãos, muitos tem sido criados em lares, cheios das mais diversas dificuldades, em comunidades onde a violência tem tomado conta. Mas eu tenho uma ótima notícia para vocês, Deus ainda é o mesmo, suas misericórdias não tem fim, seja fiel ao Seus Deus, busque-o, ame-o e Ele cumprirá o desejo do seu coração.
2. Salomão e o altar de Deus.
As experiências de Salomão com Deus no altar da oração evidenciam que é possível, a qualquer crente, permanecer firme e inabalável na fé, independente do meio no qual esteja, como é o caso de José (Gn 39.7-21), Daniel (Dn 1.8,9), Misael, Hananias e Azarias. Muitos crentes através da história sofreram ao ter de viver a sua fé em ambientes hostis, no entanto, permaneceram fiéis ao Senhor (Hb 11.36-38).
Obs. Sejamos fiéis ao Senhor, independente de onde estamos, pois ainda temos liberdade de servi-lo, adorá-lo sem sermos perseguidos pelo regime político, ou até religioso. Porém essa liberdade pode cessar a qualquer momento, lembremos dos irmãos que vivem em países aonde é proibido falar de Jesus, onde cristãos vivem no mundo hostil, mas que permanecem com sua fé inabalável, e por tem a certeza de sua salvação em Cristo Jesus. Aos amados que vivem no lar aonde só ele ou ela é cristão, fique firme, pois o Senhor é a sua vitória, ele é a sua bandeira, tenha bom ânimo esforça-te e cristo de ajudará.
3. A oração de Salomão na inauguração do Templo.
A oração do Justo pode muito em seus efeitos (Tg 5.16). Josué orou e o sol parou ( Js 10.13); Elias orou e o fogo desceu e consumiu o holocausto (1 Rs 18. 36-38), um homem chamado Jorge Muller, em certa ocasião ao fazer uma viagem para pregar a palavra em outro continente, embarcando ele no navio depois de algum tempo o comandante lhe disse que não era possível chegar no horário marcado pois caíra um grande nevoeiro e estava dificultando a visão, Jorge Muller, respondeu: eu nunca cheguei atrasado a um compromisso com meu Deus, e não será desta vez, convidou o comandante a orar, no porão do navio e aos sair o céu estava limpo sem nenhuma nuvem. Deus ainda responde orações sábias. Nesta oração de Salomão o objetivo foi dar ao Senhor uma Casa (embora Deus não habite em templos feitos por mãos) e ao povo um local para adorar, reconhecendo o que Deus é capaz de fazer por meio da oração. Você reconhece que Deus é o Deus do impossível, e que não há nada que Ele não possa fazer?(Mt 19.26; Mc 10.27) Confiemos em Deus que tudo pode.
II – As características da oração de Salomão
1. Salomão confessou que Deus é único (2 Cr 6.14).
A oração precisa ser objetiva, e toda oração tem início, meio e fim, Se observarmos na oração de Salomão ele inicia exaltando ao Senhor Deus, reconhecendo sua grandeza, seu poderio, que guarda a aliança, ou seja cumpre com suas palavras, Salomão faz um resumo das promessas do Senhor ao seu pai Davi, demonstrando conhecimento da história de Israel, e do que Deus fez pelo seu povo. Que nas nossas orações antes de pedirmos, possamos reconhecer o que Deus fez por nós, trazendo em nossas lembranças os livramentos e benefícios realizados por este Deus, que é digno de honras, glórias e louvores.
2.Salomão proclama a fidelidade de Deus.
Observamos neste tópico algo muito importante que precisa está sempre em nossa mente, independente da situação em que estamos vivendo, estou falando da fidelidade de Deus – [ do heb. Aman; do Gr. Aletheia; do lat. Fidelitatem] Firme compromisso de Deus em manter as cláusulas das alianças que Ele estabeleceu com o seu povo. Sua fidelidade advém de sua natureza moral, absoluta e infinitamente justa ( 2 Ts 3.3), e do exercício de seus atributos incomunicáveis: onipotência, onisciência, onipresença, infinitude etc. Salomão estava vivendo o cumprimento das ricas e infalíveis promessas divinas feitas, antes do seu nascimento, a seu pai Davi. Este reconhecimento é manifesto através de uma oração de gratidão a Deus. No finalzinho deste tópico o comentarista nos chama a atenção para uma vida santa e abundante no Senhor, pois despertará no povo de Deus o desejo de conhecê-lo mais e mais pelas gerações futuras.
2. Salomão era sensível ao bem-estar do seu povo.
Salomão demonstra amor e sua preocupação pelas necessidades sociais e espirituais do povo, observe aqui mais uma característica da oração sábia, não buscar seus próprios interesses, ter em mente o bem-estar da comunidade. Os dons ministeriais foram dados com o objetivo de servir a comunidade (Ef 4.14), Abraão intercede por Ismael Gn 17.18,20, intercede por Ló 18.23-32, entre vários exemplos de orações em favor de outrem, ou orações intercessoras, que é o que veremos no próximo tópico.
III – A Oração intercessora.
Podemos dizer que esta oração, demonstra o amor que devotamos aos nossos irmãos, a ponto de termos empatia pelo próximo.
Intercessão: Súplica em favor de outrem. A intercessão pressupõe sofrer comos que sofrem; chorar com os que choram; e, tomar, como se fossem nossas, as dores alheias. É dizer a Deus que nos importamos com o sofrimento do próximo.
1.No antigo testamento.
Salomão demonstrou a mesma sensibilidade espiritual vista em Abraão, quando intercedeu diante de Deus, antes da destruição de Sodoma e Gomorra (Gn 18.22-33) O mesmo sentimento teve Moisés, concernente ao povo de Deus escravizado no Egito. Ele não só orava, mas também sofria pelo povo ( Hb 11.24-26) 1Sm 7.8 diz: Por isso disseram os filhos de Israel a Samuel: Não cesses de clamar ao SENHOR nosso Deus por nós, para que nos livre da mão dos filisteus, Jeremias foi o profeta que mais intercedeu pelos Judeus(Jr 14.11).
2. No período Interbíblico.
O vocábulo interbíblico significa “entre a Bíblia”, ou seja, período entre o antigo e o novo testamento. Sabemos que neste período não houve nenhuma revelação divina escrita, porém, acreditamos que os piedoso servos de Deus deste período oravam, aguardando a vinda do Messias e a redenção em Jerusalém.
3. Em o Novo Testamento
A mais bela de todas as intercessões acha-se em João 17. Nesta passagem, Jesus mostra porque recebeu o sacerdócio segundo a ordem de Melquisedeque. (Jo 17. 9,11) “Eu rogo por eles; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus. E eu já não estou mais no mundo, mas eles estão no mundo, e eu vou para ti.
Pai santo, guarda em teu nome aqueles que me deste, para que sejam um, assim como nós”. Glória a Deus nas maiores alturas, leia toda esta oração do Senhor Jesus.
Fonte:ebdweb
Todaquimta das 18:10 às 19:00 hs
Escola Bíblica Dominical e Ação
acesse: wwww.princesadasmatas.com
segunda-feira, 11 de outubro de 2010
Dez razões para ir à Escola Dominical
1. Por causa da enorme e crescente necessidade do genuíno
e sadio alimento espiritual que só pode ser obtido pelo estudo claro, metódico,
continuado e progressivo da Palavra de Deus;
2. Porque a EBD é a própria igreja crescendo e desenvolvendo-se através do estudo da Palavra de Deus;
3. Porque os objetivos da EBD são os mesmo objetivos
da Igreja e, se eles forem alcançados na vida dos alunos, tudo se transformará
na vida da igreja local;
4. Porque a qualidade da EBD determina a qualidade e
o nível espiritual da igreja local;
5. Porque é na EBD que homens,
mulheres, jovens, adolescentes e crianças adquirem uma fé mais robusta e
madura, e, assim, estarão prontos e mais aptos a desempenharem suas atividades
na obra de Deus;
6. Porque a EBD desenvolve a espiritualidade e o caráter dos crentes;
6. Porque a EBD desenvolve a espiritualidade e o caráter dos crentes;
7. Porque a EBD é um dos meios
de evangelização que a igreja possui, ou seja, pode-se evangelizar na Escola e
através dela. Além disso, é onde o crente aprende a amar e cooperar com a obra
missionária;
8. Porque a EBD é o lugar para a descoberta, motivação e treinamento de novos talentos;
8. Porque a EBD é o lugar para a descoberta, motivação e treinamento de novos talentos;
9. Porque a EBD reúne a família: pais e filhos
fortalecem o relacionamento, as crianças crescem na disciplina do Senhor e os
casais aperfeiçoam a vida conjugal;
10. Porque a EBD é uma fonte de avivamento espiritual para a igreja, pois, onde a Palavra de Deus é ensinada e praticada, o avivamento acontece.
10. Porque a EBD é uma fonte de avivamento espiritual para a igreja, pois, onde a Palavra de Deus é ensinada e praticada, o avivamento acontece.
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Apostila para EBD
quinta-feira, 7 de outubro de 2010
2ª Lição: A ORAÇÃO NO ANTIGO TESTAMENTO
TEXTO ÁUREO
“Então os sacerdotes e os levitas se levantaram e abençoaram o povo; e a sua voz foi ouvida, porque a sua oração chegou até à sua santa habitação, aos céus” (2Cr 30.27).
- Depois que o templo foi purificado, os sacerdotes e o povo se santificaram e celebraram por 14 dias a festa da páscoa e dos pães asmos. Após a celebração, o povo saiu para as cidades de Judá e quebrou as imagens, cortou os aseras e derrubou os altos, destruindo toda a idolatria. As turmas de sacerdotes e levitas no templo, responsáveis pelo sacrifício e pela musica, foram novamente estabelecidas por Ezequias. Durante algum tempo, esses serviços haviam sido interrompidos. Foram restaurados e continuaram durante o reinado de Ezequias, mas novamente foram interrompidos no reinado do seu filho Manassés.
VERDADE PRÁTICA
Assim como hoje, a oração no Antigo Testamento era um canal permanente de comunicação entre Deus e o seu povo.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
1Rs 18.31-39
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
- Descrever a oração no Pentateuco, e nos livros Proféticos e Poéticos;
- Explicar o desenvolvimento da oração no Antigo Testamento, e
- Conscientizar-se de que a oração é o elo entre Deus e o homem.
PALAVRA-CHAVE
Antigo Testamento:- É a primeira das duas maiores divisões da Bíblia. Nela consta uma biblioteca de 39 livros canônicos.
COMENTÁRIO
(I. INTRODUÇÃO)
A Bíblia inteira exorta o crente a oração. Sem esse recurso valioso e indispensável à vitória contra o mal, é impossível ao crente e a igreja resistirem às investidas das heresias. No mundo antigo, o que caracterizava a existência de uma família era a existência de um lar; um compartimento da casa onde tinham acesso apenas os membros da família e onde havia um altar para culto aos antepassados – os deuses lares (Gn 31.30,34). A oração é um dever de todo cristão, quem o diz é o próprio Jesus com a parábola do juiz iníquo para ilustrar o dever de orar sempre e nunca desfalecer (Lc 18.1). A oração não é algo formal, para atrair a atenção dos homens, como faziam os fariseus, e por isso foram condenados (Mt 6.5). Eles estavam acostumados a orar formalmente 18 vezes no dia, segundo as leis herdadas dos seus antepassados e observavam com rigor pontual os horários destinados à oração, onde quer que estivessem. Apesar de tanto rigor e respeito às tradições herdadas, eles esqueceram que a oração é como uma via de mão dupla através da qual o crente, com seu clamor, chega à presença de Deus, e este vem ao seu encontro com as respostas – ‘Clama a mim, e responder-te-ei e anunciar-te-ei coisas grandes e firmes, que não sabes’ (Jr 33.3). Vivemos numa geração que não sabe mais orar. Quando lemos na Bíblia as orações dos grandes servos de Deus, ou quando lemos a biografia dos santos do passado, percebemos o quanto nos distanciamos do ensino bíblico. Não é por acaso que encontramos nas livrarias, prateleiras abarrotadas com diversos escritores ensinando uma visão incorreta da oração e da fé. Ensinam a exigir as bênçãos de Deus, a dar ordens de comando, a usar palavras mágicas para que as coisas aconteçam; para estes, orar é pensar positivamente. Na primeira lição, tivemos a oportunidade de estudar o sentido e o significado da oração. Prosseguindo com o nosso estudo, vamos focalizar mais alguns aspectos que caracterizam a oração genuinamente bíblica. Faremos isso, examinando a oração no Antigo Testamento, o qual apresenta o exemplo dos grandes patriarcas, homens de oração: Abraão, Jacó, Moisés, Davi e os profetas; falavam com Deus como se fala com um amigo, porque Deus, de fato, assim o é. Os Salmos são uma obra mestra de oração dos homens do Antigo Testamento e continuam a ser uma peça fundamental da oração da Igreja. Neles colocavam as suas necessidades e as suas esperanças, nomeadamente a vinda do Salvador, tão anelada e suplicada. Boa Aula!
(II. DESENVOLVIMENTO)
I. A ORAÇÃO NO PENTATEUCO
1. A oração durante o êxodo de Israel. A amargura da escravidão no Egito trouxe para Israel um aprofundamento no seu relacionamento com Deus. YAHWEH deu a si mesmo o nome pessoal: EU SOU O QUE SOU (de onde deriva o hebraico. YAHWEH), uma expressão hebraica que expressa ação. Deus estava efetivamente dizendo a Moisés: ‘Quero ser conhecido como o Deus que está presente e ativo’. Inerente no nome YAHWEH estava a promessa da presença viva do próprio Deus, dia após dia com o seu povo. Este nome expressa seu fiel amor e cuidado e seu desejo de redimir o seu povo e estar em comunhão com ele. Essa verdade corresponde à promessa fundamental do concerto: para te ser a ti por Deus (Gn 17.7; Sl 46). É digno de nota que quando Jesus Cristo nasceu, foi chamado Emanuel, que significa Deus conosco (Mt 1.23); Ele também chamava-se a si mesmo pelo nome Eu sou (Jo 8.58). Os israelitas tinham sido convidados para a terra de Gósen, no Egito, e posteriormente foram escravizados injustamente. Nesse período, oravam por libertação. Assim como Deus estava atento ao sofrimento do seu povo no Egito, Ele também conhece as aflições de todos os outros seus servos. Aos libertar seu povo escolhido, deu-lhes também todo o salário que nunca lhes foi pago, mas não deviam tomar nada à força. Deus faria surgir nos egípcios uma atitude favorável, de tal maneira que quando o povo de Israel pedisse prata, ouro e roupas, os egípcios lhes dariam com abundância. Assim, ao invés de se retirarem furtivamente do Egito, como escravos fugitivos, sairiam então triunfantemente, como um exército vitorioso conduzindo os frutos da vitória. Deus é aquele que está presente e ativo – EU SOU O QUE SOU - Ele ouve o clamor dos aflitos e dos oprimidos. Em tais ocasiões, os santos precisam clamar a Deus para que Ele intervenha com misericórdia em seu favor. Quer nossa opressão provenha das circunstâncias, das pessoas, de Satanás, do pecado, ou do mundo o consolo, graça e ajuda de Deus são plenamente suficientes para satisfazer todas as nossas necessidades (Rm 8.32). No tempo certo, Deus nos livrará (Gn 15.13).
2. A gratidão de Israel a Deus. Deus prometeu aos israelitas que ia lutar por eles, mas eles tinham a obrigação de avançar, pela fé, em direção ao mar. Deus luta em prol dos seus, à medida que estes andam pela fé e em obediência à sua Palavra (Ne 4.20; Sl 35.1). Na epopéia da fuga do Egito, na escuridão, a nuvem milagrosamente protegeu Israel, interpondo-se entre os egípcios e os israelitas. Ao mesmo tempo, a coluna de fogo da parte de Deus, projetava abundante luz sobre o caminho através do mar, de modo que os israelitas pudessem atravessá-lo (Ex 14.24). A travessia do mar Vermelho (Ex 13.18; 14.31), literalmente mar de Juncos (hb. Yam Suph), foi um ato milagroso diretamente da parte de Deus. Os escritores bíblicos posteriores citaram esse evento para relembrar ao povo de Deus a respeito do seu poder e grandeza (Js 24.6,7; Sl 106.7,8; Is 51.15; Jr 31.35; Na 1.3,4). O livramento de Israel através do mar Vermelho confirmou a promessa de Deus: O Senhor pelejará por vós (Ex 14.14). Vendo o pavoroso juízo que Deus executou contra o exército egípcio, o povo temeu ao Senhor; e, vendo o livramento milagroso da parte de Deus, creu no Senhor. Quando temos uma revelação autêntica da majestade de Deus e dos seus juízos contra o pecado, nós nos apegamos a Ele com fé e crescemos no seu temor. ‘Então, cantou Moisés e os filhos de Israel este cântico ao SENHOR…’ (15.1). Este cântico celebrou a vitória de Deus no mar Vermelho contra o poder do Egito. É um hino de louvor e ações de graças a Deus por sua majestade, por seu poderio nas batalhas e pela sua fidelidade ao seu povo. O livramento dos israelitas das mãos dos egípcios prefigura e profetiza a vitória do povo de Deus sobre Satanás e o anticristo nos últimos dias; daí, um dos cânticos dos redimidos ser chamado o ‘cântico de Moisés’ (Ap 15.3).
3. O esquecimento e a ingratidão de Israel. Depois de apenas três dias de viagem (Nm 10.33), o povo começou a murmurar e a queixar-se porque as condições não eram excelentes. Quão rapidamente se esqueceram do livramento da escravidão do Egito e dos atos poderosos de Deus em seu favor! Não quiseram confiar em Deus e deixar com Ele sua vida e seu futuro. Atraíram assim, contra eles, a ira e o juízo divinos. Nós, como crentes do tempo da Graça, nunca devemos deixar de agradecer pela morte sacrificial de Cristo por nós, pela libertação do pecado e pela graciosa provisão divina de orientação e bênção em nossa vida. A conduta de Israel nos ensina acerca do perigo de haver o ‘vulgo’ em nosso meio (Nm 11.4). O termo ‘vulgo’ refere-se aos não-israelitas que se juntaram ao povo de Israel, no êxodo (Êx 12.38). Influenciaram Israel a rebelar-se contra Deus e a desejar os ilusórios prazeres do Egito. O povo queixou-se amargamente da maneira como Deus ia conduzindo os acontecimentos; eram quais crianças mimadas que choram para impor sua própria vontade (Nm 11.1,4-6). Deus deixou-os ter aquilo que queriam, mas ‘fez definhar a sua alma’ (Sl 106.15; cf. Sl 78.29-33). Assim, esse episódio configura uma solene advertência para quem insiste em andar na sua própria vontade e desejos, ao invés de humildemente submeter-se à vontade de Deus e de ser-lhe grato por sua providência. Rejeitar os caminhos de Deus para conosco equivale à incredulidade e à rebelião contra Ele; tal atitude leva ao seu julgamento (cf. Sl 78.17-22). Os israelitas foram alvos da graça de Deus no Êxodo. Foram libertos da escravidão, batizados (1Co 10.2), divinamente sustentados no deserto e tiveram íntima comunhão com Cristo (1Co 10.3,4). Mesmo assim, a despeito dessas bênçãos espirituais, deixaram de agradar a Deus e foram destruídos por Ele no deserto; perderam a sua eleição divina e, portanto, deixaram de alcançar a Terra Prometida. Paulo argumenta que, assim como Deus não tolerou a idolatria, pecado e imoralidade de Israel, assim também Ele não tolerará o pecado dos crentes da Nova Aliança. O terrível juízo divino sobre os israelitas desobedientes serve de exemplo e advertência aos que estão sob a Nova Aliança, para não cobiçarem as coisas más. Paulo adverte aos coríntios que se eles forem infiéis a Deus como Israel (1Co 10.7-10), eles também serão julgados e não entrarão na pátria celeste prometida. Assim, a história do julgamento divino do povo de Deus no AT ficou gravada nas Escrituras para bem advertir os crentes do NT contra o pecado e o cair da graça.
SINÓPSE DO TÓPICO (1)
A oração durante o êxodo de Israel pode ser dividida em: gratidão a Deus pela libertação da escravidão do Egito e ingratidão e esquecimento por deixar-se contaminar com outros povos.
II. A ORAÇÃO E OS PROFETAS
1. A oração como fator decisivo no ministério Profético. Os profetas foram pessoas que se levantaram em momentos de crise social. Eles surgem em grupos (1Sm 19.20; 1Rs 2.3); viviam em comunidades (2Rs 4.38-41); eram sustentados por esmolas e doações (2 Rs 4.8, 42); cantavam, soltavam gritos e lamentações (1Sm 10.6-9; Mq 1.8), chegavam até a cair por terra, prostrados ou desmaiados (1Sm 19.24; Dn 8.18, 27). Assim como hoje, houve uma classe de profetas profissionais, antropocêntricos, que só pensavam no crescimento do reino humano (Is 42.18-43.2; Jr 29.8,9). Só pregavam Deus apoiando o povo, não lhes importava a aliança, ou a justiça. Sua teologia era de apenas uma ponta, não levava em consideração toda realidade e história do povo. Não eram simplesmente indivíduos perceptivos no sentido político ou social. Eram pessoas que, pela revelação de Deus, tinham conhecimento da importância dos eventos e das necessidades do povo comum. Em seu trabalho eles falavam de acontecimentos futuros, de modo a advertir sobre as conseqüências dos atos presentes (ver Am 1.2), e no geral falavam contra a sociedade em que viviam. […] Havia muito mais profetas do que aqueles que conhecemos pelas profecias registradas ou eventos históricos ‘E falarei aos profetas e multiplicarei a visão; e, pelo ministério dos profetas, proporei símiles’ (Os 12.10). Ninguém poderia alegar ignorância como desculpa, Deus alertava seu povo através de profecias. O Senhor tinha uma acusação contra o povo, por isto os conclama a ouvir-lhe a queixa, e a justificar suas ações iníquas, caso o pudessem. Que direito tinham de rejeitar a seu Deus segundo o concerto, e desobedecer-lhe às leis? As acusações formais contra o povo são alistadas na perícope de Mq 6.9-16. Deus pergunta ao seu povo se Ele os decepcionou de alguma maneira. Seria sua culpa terem eles desobedecido à sua palavra? Deus negligenciara os seus, deixando de amá-los? A resposta é óbvia. Israel não tinha desculpa. Deus havia tratado o seu povo com bondade e paciência no decurso de sua história. Hoje, Deus poderia repetir as mesmas perguntas a todos quantos lhe viram as costas. Se nos tornarmos desleais a Ele e aos seus justos padrões, conformando-nos com o mundo, não será porque Deus nos tem sido infiel. Pelo contrário: será devido aos nossos próprios desejos egoístas e à nossa ingratidão para com a sua graça e amor. Miquéias oferece uma tríplice definição do modelo divino concernente à nossa fidelidade a Deus:
a. agir com justiça, sendo imparciais e honestos em nosso trato com o próximo (cf. Mt 7.12);
b. amar a misericórdia, demonstrando compaixão e misericórdia genuínas aos necessitados;
c. andar com o nosso Deus, humilhando-nos diante dEle todos os dias, com piedoso temor e reverência à sua vontade (cf. Tg 4.6-10; 1 Pe 5.5,6).
O povo de Deus diante dEle orava, adorava, cantava e louvava, mas seus corações não estavam em Deus, nem obedeciam à sua Palavra. Agiam como se a revelação de Deus e seus padrões de santidade não fossem obrigatórios. Ao invés de se deleitarem em Deus e na sua Palavra, levavam o seu tempo em formalidades e tradições religiosas ensinadas por seus dirigentes. Viviam egoisticamente e numa falsa segurança (cf. Jr 4.3,4; 24.7; 31.31-34). Em idêntica condição de perigo destruidor, estão certas igrejas hoje. O povo exalta e louva a Deus com os lábios, mas não lhe tem o mínimo de amor, nem aos seus santos ensinos. Terminado o culto, voltam aos prazeres do pecado e do mundo, para satisfação da carne (Mc 7.6,8). O resultado disso é cegueira e engano espirituais.
2. O profeta Elias. A coragem e a fé patentes em Elias não têm paralelo em toda a história da redenção. Seu desafio ao rei, sua repreensão a todo o Israel e seu confronto com os 450 profetas de Baal (1Rs 18.16- 22) foram embates que ele os enfrentou dispondo apenas das armas da oração e da fé em Deus. Vemos sua confiança em Deus na brevidade e simplicidade da sua oração (41 palavras em hebraico). O propósito de Elias no seu confronto com os profetas de Baal, e a oração que se seguiu, foi revelar a graça de Deus para com o seu povo. Elias queria que o povo se voltasse para Deus. Semelhantemente, João Batista, o ‘Elias’ do NT, tinha como alvo levar muitos a buscarem a Deus como preparação para o advento de Cristo. O Senhor milagrosamente produziu fogo para consumir o sacrifício de Elias (1Cr 21.26; 2Cr 7.1). Esse milagre vindicou Elias como profeta de Deus e comprovou que somente o Senhor de Israel era o Deus vivo, a quem deviam servir. De modo semelhante, o crente deve orar, com fé, pela manifestação divina em seu meio, mediante o Espírito Santo (1Co 12.4-11; 14.1-40).
3. O profeta Eliseu. ‘E orou Eliseu e disse: Senhor, peço-te que lhes abra os olhos, para que veja.’ (2Rs 6.17). Com essa oração, o profeta Eliseu dá uma demonstração a seu moço do poder da oração. Como resposta à oração do profeta, Deus mostrou que existe um mundo espiritual invisível, que consiste nas hostes de anjos ministradores, que estão ativos na vida do povo de Deus (Gn 32.1,2; Sl 91.11; 34.7; Is 63.9). Desse ocorrido podemos assimilar vários princípios:
a. Não somente Deus está a favor do seu povo (Rm 8.31), como também exércitos dos seus anjos estão disponíveis, prontos para defender o crente e o reino de Deus (Sl 34.7);
b. Todos os que crêem na Bíblia devem orar continuamente para Deus livrá-los da cegueira espiritual e abrir os olhos dos seus corações para verem mais claramente a realidade espiritual do reino de Deus (Lc 24.31; Ef 1.18-21) e suas hostes celestiais (Hb 1.14);
c. Os espíritos ministradores de Deus não estão distantes mas, sim, bem perto (Gn 32.1,2), observando os atos e a fé dos filhos de Deus e agindo em favor deles (At 7.55-60; 1 Co 4.9; Ef 3.10; 1 Tm 5.21);
d. A verdadeira batalha no reino de Deus não é contra a carne e o sangue. É uma batalha espiritual ‘contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais’ (Ef 6.12; Ap 12.7-9; Ef 6.11);
e. Há um relacionamento de causa e efeito nas batalhas espirituais; o resultado das batalhas espirituais é determinado parcialmente pela fé e oração dos santos (2Rs 6.16-20; Ef 6.18,19; Mt 9.38).
SINÓPSE DO TÓPICO (2)
As vidas dos profetas Elias e Eliseu confirmam a oração como elo entre os profetas do AT e Deus
III. OS LIVROS POÉTICOS E A ORAÇÃO
1. Jó. Não se sabe exatamente em que época viveu e escreveu o autor de Jó, mas o hebraico clássico do prólogo o situa numa data posterior a 1500 a.C. O prólogo descreve a submissão de Jó à vontade divina em meio ao sofrimento. Ali, Jó aparece como um homem bom que confia na bondade do seu Deus. Como pai piedoso, Jó tinha muito zelo pelo bem-estar espiritual de seus filhos. Vivia atento à conduta e modo de vida deles, orando a Deus para que os protegesse do mal e que experimentassem da parte de Deus a salvação e suas bênçãos. Jó exemplifica o pai de coração voltado para os filhos, dedicando-lhes tempo e atenção necessários para mantê-los afastados do pecado
2. Salmos. O nome ‘Salmos’ significa ‘cânticos’ e é proveniente da Septuaginta, a antiga tradução do AT. O NT usa esse nome nas passagens de Lc 20.42; 24.44; At 1.20. A palavra hebraica correspondente, mizmor, ocorre com freqüência nos salmos e significa um cântico vocal ou instrumental. O pai da Reforma Martinho Lutero, denominou o Livro de Salmos de ‘uma pequena Bíblia e o resumo do Antigo Testamento’. E, por mais breves que devamos ser, não podemos omitir o nome de Davi. Se a sua história é marcada por uma vida de oração, as profundas experiências que teve com o Senhor, a quem ele amava de todo o coração, estão relatadas de forma belíssima e imensamente inspirativa nos Salmos. Através dos séculos, o livro dos Salmos tem sido fonte de inspiração pessoal e de fortalecimento espiritual. Enquanto os crentes lidam com as adversidades da vida, muitas vezes ficam frustradas por não serem capazes de expressar adequadamente suas dores emocionais ou angustia mental. Salmos com suas orações penitentes, gritos de dor, expressam habilmente os nossos anseios mais profundos.
3. A experiência de Asafe. Asafe, líder de um dos coros levíticos do Templo nos dias de Davi (1Cr 25.1). Ele reuniu os Sl 73 a 83, mas pode não ter escrito todos eles. Ao escrever o inquietante Salmo 73, Asafe explicou que, até entrar no santuário de Deus, não podia entender a justiça que permitia que o ímpio prosperasse, enquanto o justo suportava o sofrimento. Embora Deus seja soberano e justo, os ímpios geralmente prosperam (vv. 3-12), enquanto quem serve a Deus parece sofrer mais (vv. 13,14). O salmista ficou desanimado ao comparar as suas aflições com a evidente prosperidade e felicidade de muitos ímpios. Porém, Deus restaura a confiança do salmista nEle e nos seus caminhos, ao revelar o fim trágico dos ímpios e a verdadeira bênção dos justos. Deus revela ao salmista o destino final dos ímpios. Isso coloca seu problema na perspectiva tanto da eternidade como da suprema bem-aventurança do crente. No final, todos os justos serão felizes e vitoriosos com Deus, ao passo que os ímpios perecerão. Levando em conta a breve duração da nossa vida, se avaliarmos as coisas daqui, tão somente da nossa perspectiva limitada, terrena e humana, é bem possível ficarmos desanimados e frustrados. Precisamos ter a Palavra revelada de Deus e seu Espírito Santo, para completarmos a jornada da vida com fé e confiança na bondade e justiça de Deus. Nesta vida, com tantos problemas, nosso supremo bem é a comunhão íntima com Deus através da oração. Não importa que o ímpio prospere; nossa riqueza, tesouro e vida é o próprio Deus sempre conosco, guiando-nos por sua Palavra e seu Espírito, sustentando-nos pelo seu poder e depois nos recebendo na glória celestial. No dizer do apóstolo Paulo: ‘Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho’ (Fp 1.21) deve ser nosso lema face aos cuidados da vida. Esta atitude leva ao triunfo da fé.
SINÓPSE DO TÓPICO (3)
Os livros poéticos de Jó e Salmos mostram o valor da oração e o relacionamento pessoal de Deus com o seu povo respectivamente.
(III. CONCLUSÃO)
Continuando com a nossa atenção voltada para os registros do Antigo Testamento, verificamos que a riqueza de ensinamentos sobre a oração é incontável, destacando-se este ponto: os grandes servos do Senhor, homens e mulheres que, com inteireza de coração amaram a Deus e O serviram, eram pessoas de oração e, por meio dela, tiveram marcantes experiências com Deus. ‘Mas de lá buscarás ao Senhor teu Deus, e o acharás quando o buscares de todo o teu coração e de toda a tua alma. Quando estiveres em angústia, e todas estas coisas te alcançarem, então nos últimos dias voltarás para o Senhor teu Deus, e ouvirás a sua voz; porquanto o Senhor teu Deus é Deus misericordioso, e não te desamparará, nem te destruirá , nem se esquecerá do pacto que jurou a teus pais.’ (Dt 4.29-31). Que maior incentivo poderíamos receber, senão este? Somos conclamados a buscar ao Senhor. Para isso, recebemos a orientação de como fazê-lo: buscar de todo o coração e de toda a alma. Porém, além de ser uma orientação, esta é também uma condição, reiterada por Deus mesmo que usa o profeta Jeremias para novamente dizer isso ao povo: ‘Então me invocareis, e ireis e orareis a mim, e eu vos ouvirei. Buscar-me-eis, e me achareis, quando me buscardes de todo o vosso coração.’ (Jr 29.12,13). Assim fazendo, temos a certeza de que acharemos o Senhor e de que ouviremos a sua voz, porque o nosso Deus é misericordioso e não nos desamparará, diz a Palavra.
APLICAÇÃO PESSOAL
Muitos crentes têm sido ensinados de uma maneira equivocada de que Deus nos dá um cheque em branco e, tudo o que pedirmos, Ele se obriga a conceder. Acreditam que Deus atende as orações de todos independentemente da vida do que suplica e da vontade de Deus. Basta pedir com fé e confessar positivamente, e a pessoa recebe a bênção. Baseados no ensino geral das Escrituras, e lendo a biografia dos grandes homens de Deus do passado, entendemos que precisamos preencher alguns requisitos para que nossas orações sejam ouvidas pelo Senhor:
IGREJA EVANGÉLICA ASSEMBLEIA DE DEUS
RUA FREDERICO MAIA, 49, CENTRO
VIÇOSA ALAGOAS
ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL
PASTOR: DONIZETE INÁCIO DE MELO
SUPERINTENDENTE: PB. EFIGÊNIO HORTÊNCIO DE OLIVEIRA
- A oração aceita por Deus é aquela em que entramos em sua presença profundamente tomada pelo senso da nossa indignidade e incapacidade;
- Consciência de que não se pode agradar a Deus sem fé, sem confiar nEle (Hb 11.6);
- Alguns acreditam que o nome de Jesus é apenas uma fórmula para que nossas orações sejam atendidas Precisamos entender o que isso realmente significa: orar em nome de Jesus é – em obediência ao Seu mandamento e na confiança de Suas promessas – suplicar por misericórdia por Sua causa, não pela mera menção do Seu nome, mas para derivarmos de Cristo e Sua mediação o encorajamento para orar e a nossa ousadia, força e esperança de aceitação em oração.
John Bunyan descreveu a oração como sendo ‘derramar de modo sincero, consciente e afetuoso o coração ou alma diante de Deus, por meio de Cristo, no poder e ajuda do Espírito Santo, buscando as coisas que Deus prometeu, ou que são conforme a Sua Palavra, para o bem da igreja, com submissão, em fé, à vontade de Deus’.
“Então os sacerdotes e os levitas se levantaram e abençoaram o povo; e a sua voz foi ouvida, porque a sua oração chegou até à sua santa habitação, aos céus” (2Cr 30.27).
- Depois que o templo foi purificado, os sacerdotes e o povo se santificaram e celebraram por 14 dias a festa da páscoa e dos pães asmos. Após a celebração, o povo saiu para as cidades de Judá e quebrou as imagens, cortou os aseras e derrubou os altos, destruindo toda a idolatria. As turmas de sacerdotes e levitas no templo, responsáveis pelo sacrifício e pela musica, foram novamente estabelecidas por Ezequias. Durante algum tempo, esses serviços haviam sido interrompidos. Foram restaurados e continuaram durante o reinado de Ezequias, mas novamente foram interrompidos no reinado do seu filho Manassés.
VERDADE PRÁTICA
Assim como hoje, a oração no Antigo Testamento era um canal permanente de comunicação entre Deus e o seu povo.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
1Rs 18.31-39
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
- Descrever a oração no Pentateuco, e nos livros Proféticos e Poéticos;
- Explicar o desenvolvimento da oração no Antigo Testamento, e
- Conscientizar-se de que a oração é o elo entre Deus e o homem.
PALAVRA-CHAVE
Antigo Testamento:- É a primeira das duas maiores divisões da Bíblia. Nela consta uma biblioteca de 39 livros canônicos.
COMENTÁRIO
(I. INTRODUÇÃO)
A Bíblia inteira exorta o crente a oração. Sem esse recurso valioso e indispensável à vitória contra o mal, é impossível ao crente e a igreja resistirem às investidas das heresias. No mundo antigo, o que caracterizava a existência de uma família era a existência de um lar; um compartimento da casa onde tinham acesso apenas os membros da família e onde havia um altar para culto aos antepassados – os deuses lares (Gn 31.30,34). A oração é um dever de todo cristão, quem o diz é o próprio Jesus com a parábola do juiz iníquo para ilustrar o dever de orar sempre e nunca desfalecer (Lc 18.1). A oração não é algo formal, para atrair a atenção dos homens, como faziam os fariseus, e por isso foram condenados (Mt 6.5). Eles estavam acostumados a orar formalmente 18 vezes no dia, segundo as leis herdadas dos seus antepassados e observavam com rigor pontual os horários destinados à oração, onde quer que estivessem. Apesar de tanto rigor e respeito às tradições herdadas, eles esqueceram que a oração é como uma via de mão dupla através da qual o crente, com seu clamor, chega à presença de Deus, e este vem ao seu encontro com as respostas – ‘Clama a mim, e responder-te-ei e anunciar-te-ei coisas grandes e firmes, que não sabes’ (Jr 33.3). Vivemos numa geração que não sabe mais orar. Quando lemos na Bíblia as orações dos grandes servos de Deus, ou quando lemos a biografia dos santos do passado, percebemos o quanto nos distanciamos do ensino bíblico. Não é por acaso que encontramos nas livrarias, prateleiras abarrotadas com diversos escritores ensinando uma visão incorreta da oração e da fé. Ensinam a exigir as bênçãos de Deus, a dar ordens de comando, a usar palavras mágicas para que as coisas aconteçam; para estes, orar é pensar positivamente. Na primeira lição, tivemos a oportunidade de estudar o sentido e o significado da oração. Prosseguindo com o nosso estudo, vamos focalizar mais alguns aspectos que caracterizam a oração genuinamente bíblica. Faremos isso, examinando a oração no Antigo Testamento, o qual apresenta o exemplo dos grandes patriarcas, homens de oração: Abraão, Jacó, Moisés, Davi e os profetas; falavam com Deus como se fala com um amigo, porque Deus, de fato, assim o é. Os Salmos são uma obra mestra de oração dos homens do Antigo Testamento e continuam a ser uma peça fundamental da oração da Igreja. Neles colocavam as suas necessidades e as suas esperanças, nomeadamente a vinda do Salvador, tão anelada e suplicada. Boa Aula!
(II. DESENVOLVIMENTO)
I. A ORAÇÃO NO PENTATEUCO
1. A oração durante o êxodo de Israel. A amargura da escravidão no Egito trouxe para Israel um aprofundamento no seu relacionamento com Deus. YAHWEH deu a si mesmo o nome pessoal: EU SOU O QUE SOU (de onde deriva o hebraico. YAHWEH), uma expressão hebraica que expressa ação. Deus estava efetivamente dizendo a Moisés: ‘Quero ser conhecido como o Deus que está presente e ativo’. Inerente no nome YAHWEH estava a promessa da presença viva do próprio Deus, dia após dia com o seu povo. Este nome expressa seu fiel amor e cuidado e seu desejo de redimir o seu povo e estar em comunhão com ele. Essa verdade corresponde à promessa fundamental do concerto: para te ser a ti por Deus (Gn 17.7; Sl 46). É digno de nota que quando Jesus Cristo nasceu, foi chamado Emanuel, que significa Deus conosco (Mt 1.23); Ele também chamava-se a si mesmo pelo nome Eu sou (Jo 8.58). Os israelitas tinham sido convidados para a terra de Gósen, no Egito, e posteriormente foram escravizados injustamente. Nesse período, oravam por libertação. Assim como Deus estava atento ao sofrimento do seu povo no Egito, Ele também conhece as aflições de todos os outros seus servos. Aos libertar seu povo escolhido, deu-lhes também todo o salário que nunca lhes foi pago, mas não deviam tomar nada à força. Deus faria surgir nos egípcios uma atitude favorável, de tal maneira que quando o povo de Israel pedisse prata, ouro e roupas, os egípcios lhes dariam com abundância. Assim, ao invés de se retirarem furtivamente do Egito, como escravos fugitivos, sairiam então triunfantemente, como um exército vitorioso conduzindo os frutos da vitória. Deus é aquele que está presente e ativo – EU SOU O QUE SOU - Ele ouve o clamor dos aflitos e dos oprimidos. Em tais ocasiões, os santos precisam clamar a Deus para que Ele intervenha com misericórdia em seu favor. Quer nossa opressão provenha das circunstâncias, das pessoas, de Satanás, do pecado, ou do mundo o consolo, graça e ajuda de Deus são plenamente suficientes para satisfazer todas as nossas necessidades (Rm 8.32). No tempo certo, Deus nos livrará (Gn 15.13).
2. A gratidão de Israel a Deus. Deus prometeu aos israelitas que ia lutar por eles, mas eles tinham a obrigação de avançar, pela fé, em direção ao mar. Deus luta em prol dos seus, à medida que estes andam pela fé e em obediência à sua Palavra (Ne 4.20; Sl 35.1). Na epopéia da fuga do Egito, na escuridão, a nuvem milagrosamente protegeu Israel, interpondo-se entre os egípcios e os israelitas. Ao mesmo tempo, a coluna de fogo da parte de Deus, projetava abundante luz sobre o caminho através do mar, de modo que os israelitas pudessem atravessá-lo (Ex 14.24). A travessia do mar Vermelho (Ex 13.18; 14.31), literalmente mar de Juncos (hb. Yam Suph), foi um ato milagroso diretamente da parte de Deus. Os escritores bíblicos posteriores citaram esse evento para relembrar ao povo de Deus a respeito do seu poder e grandeza (Js 24.6,7; Sl 106.7,8; Is 51.15; Jr 31.35; Na 1.3,4). O livramento de Israel através do mar Vermelho confirmou a promessa de Deus: O Senhor pelejará por vós (Ex 14.14). Vendo o pavoroso juízo que Deus executou contra o exército egípcio, o povo temeu ao Senhor; e, vendo o livramento milagroso da parte de Deus, creu no Senhor. Quando temos uma revelação autêntica da majestade de Deus e dos seus juízos contra o pecado, nós nos apegamos a Ele com fé e crescemos no seu temor. ‘Então, cantou Moisés e os filhos de Israel este cântico ao SENHOR…’ (15.1). Este cântico celebrou a vitória de Deus no mar Vermelho contra o poder do Egito. É um hino de louvor e ações de graças a Deus por sua majestade, por seu poderio nas batalhas e pela sua fidelidade ao seu povo. O livramento dos israelitas das mãos dos egípcios prefigura e profetiza a vitória do povo de Deus sobre Satanás e o anticristo nos últimos dias; daí, um dos cânticos dos redimidos ser chamado o ‘cântico de Moisés’ (Ap 15.3).
3. O esquecimento e a ingratidão de Israel. Depois de apenas três dias de viagem (Nm 10.33), o povo começou a murmurar e a queixar-se porque as condições não eram excelentes. Quão rapidamente se esqueceram do livramento da escravidão do Egito e dos atos poderosos de Deus em seu favor! Não quiseram confiar em Deus e deixar com Ele sua vida e seu futuro. Atraíram assim, contra eles, a ira e o juízo divinos. Nós, como crentes do tempo da Graça, nunca devemos deixar de agradecer pela morte sacrificial de Cristo por nós, pela libertação do pecado e pela graciosa provisão divina de orientação e bênção em nossa vida. A conduta de Israel nos ensina acerca do perigo de haver o ‘vulgo’ em nosso meio (Nm 11.4). O termo ‘vulgo’ refere-se aos não-israelitas que se juntaram ao povo de Israel, no êxodo (Êx 12.38). Influenciaram Israel a rebelar-se contra Deus e a desejar os ilusórios prazeres do Egito. O povo queixou-se amargamente da maneira como Deus ia conduzindo os acontecimentos; eram quais crianças mimadas que choram para impor sua própria vontade (Nm 11.1,4-6). Deus deixou-os ter aquilo que queriam, mas ‘fez definhar a sua alma’ (Sl 106.15; cf. Sl 78.29-33). Assim, esse episódio configura uma solene advertência para quem insiste em andar na sua própria vontade e desejos, ao invés de humildemente submeter-se à vontade de Deus e de ser-lhe grato por sua providência. Rejeitar os caminhos de Deus para conosco equivale à incredulidade e à rebelião contra Ele; tal atitude leva ao seu julgamento (cf. Sl 78.17-22). Os israelitas foram alvos da graça de Deus no Êxodo. Foram libertos da escravidão, batizados (1Co 10.2), divinamente sustentados no deserto e tiveram íntima comunhão com Cristo (1Co 10.3,4). Mesmo assim, a despeito dessas bênçãos espirituais, deixaram de agradar a Deus e foram destruídos por Ele no deserto; perderam a sua eleição divina e, portanto, deixaram de alcançar a Terra Prometida. Paulo argumenta que, assim como Deus não tolerou a idolatria, pecado e imoralidade de Israel, assim também Ele não tolerará o pecado dos crentes da Nova Aliança. O terrível juízo divino sobre os israelitas desobedientes serve de exemplo e advertência aos que estão sob a Nova Aliança, para não cobiçarem as coisas más. Paulo adverte aos coríntios que se eles forem infiéis a Deus como Israel (1Co 10.7-10), eles também serão julgados e não entrarão na pátria celeste prometida. Assim, a história do julgamento divino do povo de Deus no AT ficou gravada nas Escrituras para bem advertir os crentes do NT contra o pecado e o cair da graça.
SINÓPSE DO TÓPICO (1)
A oração durante o êxodo de Israel pode ser dividida em: gratidão a Deus pela libertação da escravidão do Egito e ingratidão e esquecimento por deixar-se contaminar com outros povos.
II. A ORAÇÃO E OS PROFETAS
1. A oração como fator decisivo no ministério Profético. Os profetas foram pessoas que se levantaram em momentos de crise social. Eles surgem em grupos (1Sm 19.20; 1Rs 2.3); viviam em comunidades (2Rs 4.38-41); eram sustentados por esmolas e doações (2 Rs 4.8, 42); cantavam, soltavam gritos e lamentações (1Sm 10.6-9; Mq 1.8), chegavam até a cair por terra, prostrados ou desmaiados (1Sm 19.24; Dn 8.18, 27). Assim como hoje, houve uma classe de profetas profissionais, antropocêntricos, que só pensavam no crescimento do reino humano (Is 42.18-43.2; Jr 29.8,9). Só pregavam Deus apoiando o povo, não lhes importava a aliança, ou a justiça. Sua teologia era de apenas uma ponta, não levava em consideração toda realidade e história do povo. Não eram simplesmente indivíduos perceptivos no sentido político ou social. Eram pessoas que, pela revelação de Deus, tinham conhecimento da importância dos eventos e das necessidades do povo comum. Em seu trabalho eles falavam de acontecimentos futuros, de modo a advertir sobre as conseqüências dos atos presentes (ver Am 1.2), e no geral falavam contra a sociedade em que viviam. […] Havia muito mais profetas do que aqueles que conhecemos pelas profecias registradas ou eventos históricos ‘E falarei aos profetas e multiplicarei a visão; e, pelo ministério dos profetas, proporei símiles’ (Os 12.10). Ninguém poderia alegar ignorância como desculpa, Deus alertava seu povo através de profecias. O Senhor tinha uma acusação contra o povo, por isto os conclama a ouvir-lhe a queixa, e a justificar suas ações iníquas, caso o pudessem. Que direito tinham de rejeitar a seu Deus segundo o concerto, e desobedecer-lhe às leis? As acusações formais contra o povo são alistadas na perícope de Mq 6.9-16. Deus pergunta ao seu povo se Ele os decepcionou de alguma maneira. Seria sua culpa terem eles desobedecido à sua palavra? Deus negligenciara os seus, deixando de amá-los? A resposta é óbvia. Israel não tinha desculpa. Deus havia tratado o seu povo com bondade e paciência no decurso de sua história. Hoje, Deus poderia repetir as mesmas perguntas a todos quantos lhe viram as costas. Se nos tornarmos desleais a Ele e aos seus justos padrões, conformando-nos com o mundo, não será porque Deus nos tem sido infiel. Pelo contrário: será devido aos nossos próprios desejos egoístas e à nossa ingratidão para com a sua graça e amor. Miquéias oferece uma tríplice definição do modelo divino concernente à nossa fidelidade a Deus:
a. agir com justiça, sendo imparciais e honestos em nosso trato com o próximo (cf. Mt 7.12);
b. amar a misericórdia, demonstrando compaixão e misericórdia genuínas aos necessitados;
c. andar com o nosso Deus, humilhando-nos diante dEle todos os dias, com piedoso temor e reverência à sua vontade (cf. Tg 4.6-10; 1 Pe 5.5,6).
O povo de Deus diante dEle orava, adorava, cantava e louvava, mas seus corações não estavam em Deus, nem obedeciam à sua Palavra. Agiam como se a revelação de Deus e seus padrões de santidade não fossem obrigatórios. Ao invés de se deleitarem em Deus e na sua Palavra, levavam o seu tempo em formalidades e tradições religiosas ensinadas por seus dirigentes. Viviam egoisticamente e numa falsa segurança (cf. Jr 4.3,4; 24.7; 31.31-34). Em idêntica condição de perigo destruidor, estão certas igrejas hoje. O povo exalta e louva a Deus com os lábios, mas não lhe tem o mínimo de amor, nem aos seus santos ensinos. Terminado o culto, voltam aos prazeres do pecado e do mundo, para satisfação da carne (Mc 7.6,8). O resultado disso é cegueira e engano espirituais.
2. O profeta Elias. A coragem e a fé patentes em Elias não têm paralelo em toda a história da redenção. Seu desafio ao rei, sua repreensão a todo o Israel e seu confronto com os 450 profetas de Baal (1Rs 18.16- 22) foram embates que ele os enfrentou dispondo apenas das armas da oração e da fé em Deus. Vemos sua confiança em Deus na brevidade e simplicidade da sua oração (41 palavras em hebraico). O propósito de Elias no seu confronto com os profetas de Baal, e a oração que se seguiu, foi revelar a graça de Deus para com o seu povo. Elias queria que o povo se voltasse para Deus. Semelhantemente, João Batista, o ‘Elias’ do NT, tinha como alvo levar muitos a buscarem a Deus como preparação para o advento de Cristo. O Senhor milagrosamente produziu fogo para consumir o sacrifício de Elias (1Cr 21.26; 2Cr 7.1). Esse milagre vindicou Elias como profeta de Deus e comprovou que somente o Senhor de Israel era o Deus vivo, a quem deviam servir. De modo semelhante, o crente deve orar, com fé, pela manifestação divina em seu meio, mediante o Espírito Santo (1Co 12.4-11; 14.1-40).
3. O profeta Eliseu. ‘E orou Eliseu e disse: Senhor, peço-te que lhes abra os olhos, para que veja.’ (2Rs 6.17). Com essa oração, o profeta Eliseu dá uma demonstração a seu moço do poder da oração. Como resposta à oração do profeta, Deus mostrou que existe um mundo espiritual invisível, que consiste nas hostes de anjos ministradores, que estão ativos na vida do povo de Deus (Gn 32.1,2; Sl 91.11; 34.7; Is 63.9). Desse ocorrido podemos assimilar vários princípios:
a. Não somente Deus está a favor do seu povo (Rm 8.31), como também exércitos dos seus anjos estão disponíveis, prontos para defender o crente e o reino de Deus (Sl 34.7);
b. Todos os que crêem na Bíblia devem orar continuamente para Deus livrá-los da cegueira espiritual e abrir os olhos dos seus corações para verem mais claramente a realidade espiritual do reino de Deus (Lc 24.31; Ef 1.18-21) e suas hostes celestiais (Hb 1.14);
c. Os espíritos ministradores de Deus não estão distantes mas, sim, bem perto (Gn 32.1,2), observando os atos e a fé dos filhos de Deus e agindo em favor deles (At 7.55-60; 1 Co 4.9; Ef 3.10; 1 Tm 5.21);
d. A verdadeira batalha no reino de Deus não é contra a carne e o sangue. É uma batalha espiritual ‘contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais’ (Ef 6.12; Ap 12.7-9; Ef 6.11);
e. Há um relacionamento de causa e efeito nas batalhas espirituais; o resultado das batalhas espirituais é determinado parcialmente pela fé e oração dos santos (2Rs 6.16-20; Ef 6.18,19; Mt 9.38).
SINÓPSE DO TÓPICO (2)
As vidas dos profetas Elias e Eliseu confirmam a oração como elo entre os profetas do AT e Deus
III. OS LIVROS POÉTICOS E A ORAÇÃO
1. Jó. Não se sabe exatamente em que época viveu e escreveu o autor de Jó, mas o hebraico clássico do prólogo o situa numa data posterior a 1500 a.C. O prólogo descreve a submissão de Jó à vontade divina em meio ao sofrimento. Ali, Jó aparece como um homem bom que confia na bondade do seu Deus. Como pai piedoso, Jó tinha muito zelo pelo bem-estar espiritual de seus filhos. Vivia atento à conduta e modo de vida deles, orando a Deus para que os protegesse do mal e que experimentassem da parte de Deus a salvação e suas bênçãos. Jó exemplifica o pai de coração voltado para os filhos, dedicando-lhes tempo e atenção necessários para mantê-los afastados do pecado
2. Salmos. O nome ‘Salmos’ significa ‘cânticos’ e é proveniente da Septuaginta, a antiga tradução do AT. O NT usa esse nome nas passagens de Lc 20.42; 24.44; At 1.20. A palavra hebraica correspondente, mizmor, ocorre com freqüência nos salmos e significa um cântico vocal ou instrumental. O pai da Reforma Martinho Lutero, denominou o Livro de Salmos de ‘uma pequena Bíblia e o resumo do Antigo Testamento’. E, por mais breves que devamos ser, não podemos omitir o nome de Davi. Se a sua história é marcada por uma vida de oração, as profundas experiências que teve com o Senhor, a quem ele amava de todo o coração, estão relatadas de forma belíssima e imensamente inspirativa nos Salmos. Através dos séculos, o livro dos Salmos tem sido fonte de inspiração pessoal e de fortalecimento espiritual. Enquanto os crentes lidam com as adversidades da vida, muitas vezes ficam frustradas por não serem capazes de expressar adequadamente suas dores emocionais ou angustia mental. Salmos com suas orações penitentes, gritos de dor, expressam habilmente os nossos anseios mais profundos.
3. A experiência de Asafe. Asafe, líder de um dos coros levíticos do Templo nos dias de Davi (1Cr 25.1). Ele reuniu os Sl 73 a 83, mas pode não ter escrito todos eles. Ao escrever o inquietante Salmo 73, Asafe explicou que, até entrar no santuário de Deus, não podia entender a justiça que permitia que o ímpio prosperasse, enquanto o justo suportava o sofrimento. Embora Deus seja soberano e justo, os ímpios geralmente prosperam (vv. 3-12), enquanto quem serve a Deus parece sofrer mais (vv. 13,14). O salmista ficou desanimado ao comparar as suas aflições com a evidente prosperidade e felicidade de muitos ímpios. Porém, Deus restaura a confiança do salmista nEle e nos seus caminhos, ao revelar o fim trágico dos ímpios e a verdadeira bênção dos justos. Deus revela ao salmista o destino final dos ímpios. Isso coloca seu problema na perspectiva tanto da eternidade como da suprema bem-aventurança do crente. No final, todos os justos serão felizes e vitoriosos com Deus, ao passo que os ímpios perecerão. Levando em conta a breve duração da nossa vida, se avaliarmos as coisas daqui, tão somente da nossa perspectiva limitada, terrena e humana, é bem possível ficarmos desanimados e frustrados. Precisamos ter a Palavra revelada de Deus e seu Espírito Santo, para completarmos a jornada da vida com fé e confiança na bondade e justiça de Deus. Nesta vida, com tantos problemas, nosso supremo bem é a comunhão íntima com Deus através da oração. Não importa que o ímpio prospere; nossa riqueza, tesouro e vida é o próprio Deus sempre conosco, guiando-nos por sua Palavra e seu Espírito, sustentando-nos pelo seu poder e depois nos recebendo na glória celestial. No dizer do apóstolo Paulo: ‘Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho’ (Fp 1.21) deve ser nosso lema face aos cuidados da vida. Esta atitude leva ao triunfo da fé.
SINÓPSE DO TÓPICO (3)
Os livros poéticos de Jó e Salmos mostram o valor da oração e o relacionamento pessoal de Deus com o seu povo respectivamente.
(III. CONCLUSÃO)
Continuando com a nossa atenção voltada para os registros do Antigo Testamento, verificamos que a riqueza de ensinamentos sobre a oração é incontável, destacando-se este ponto: os grandes servos do Senhor, homens e mulheres que, com inteireza de coração amaram a Deus e O serviram, eram pessoas de oração e, por meio dela, tiveram marcantes experiências com Deus. ‘Mas de lá buscarás ao Senhor teu Deus, e o acharás quando o buscares de todo o teu coração e de toda a tua alma. Quando estiveres em angústia, e todas estas coisas te alcançarem, então nos últimos dias voltarás para o Senhor teu Deus, e ouvirás a sua voz; porquanto o Senhor teu Deus é Deus misericordioso, e não te desamparará, nem te destruirá , nem se esquecerá do pacto que jurou a teus pais.’ (Dt 4.29-31). Que maior incentivo poderíamos receber, senão este? Somos conclamados a buscar ao Senhor. Para isso, recebemos a orientação de como fazê-lo: buscar de todo o coração e de toda a alma. Porém, além de ser uma orientação, esta é também uma condição, reiterada por Deus mesmo que usa o profeta Jeremias para novamente dizer isso ao povo: ‘Então me invocareis, e ireis e orareis a mim, e eu vos ouvirei. Buscar-me-eis, e me achareis, quando me buscardes de todo o vosso coração.’ (Jr 29.12,13). Assim fazendo, temos a certeza de que acharemos o Senhor e de que ouviremos a sua voz, porque o nosso Deus é misericordioso e não nos desamparará, diz a Palavra.
APLICAÇÃO PESSOAL
Muitos crentes têm sido ensinados de uma maneira equivocada de que Deus nos dá um cheque em branco e, tudo o que pedirmos, Ele se obriga a conceder. Acreditam que Deus atende as orações de todos independentemente da vida do que suplica e da vontade de Deus. Basta pedir com fé e confessar positivamente, e a pessoa recebe a bênção. Baseados no ensino geral das Escrituras, e lendo a biografia dos grandes homens de Deus do passado, entendemos que precisamos preencher alguns requisitos para que nossas orações sejam ouvidas pelo Senhor:
IGREJA EVANGÉLICA ASSEMBLEIA DE DEUS
RUA FREDERICO MAIA, 49, CENTRO
VIÇOSA ALAGOAS
ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL
PASTOR: DONIZETE INÁCIO DE MELO
SUPERINTENDENTE: PB. EFIGÊNIO HORTÊNCIO DE OLIVEIRA
- A oração aceita por Deus é aquela em que entramos em sua presença profundamente tomada pelo senso da nossa indignidade e incapacidade;
- Consciência de que não se pode agradar a Deus sem fé, sem confiar nEle (Hb 11.6);
- Alguns acreditam que o nome de Jesus é apenas uma fórmula para que nossas orações sejam atendidas Precisamos entender o que isso realmente significa: orar em nome de Jesus é – em obediência ao Seu mandamento e na confiança de Suas promessas – suplicar por misericórdia por Sua causa, não pela mera menção do Seu nome, mas para derivarmos de Cristo e Sua mediação o encorajamento para orar e a nossa ousadia, força e esperança de aceitação em oração.
John Bunyan descreveu a oração como sendo ‘derramar de modo sincero, consciente e afetuoso o coração ou alma diante de Deus, por meio de Cristo, no poder e ajuda do Espírito Santo, buscando as coisas que Deus prometeu, ou que são conforme a Sua Palavra, para o bem da igreja, com submissão, em fé, à vontade de Deus’.
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