TEXTO ÁUREO
“Então os sacerdotes e os levitas se levantaram e abençoaram o povo; e a sua voz foi ouvida, porque a sua oração chegou até à sua santa habitação, aos céus” (2Cr 30.27).
- Depois que o templo foi purificado, os sacerdotes e o povo se santificaram e celebraram por 14 dias a festa da páscoa e dos pães asmos. Após a celebração, o povo saiu para as cidades de Judá e quebrou as imagens, cortou os aseras e derrubou os altos, destruindo toda a idolatria. As turmas de sacerdotes e levitas no templo, responsáveis pelo sacrifício e pela musica, foram novamente estabelecidas por Ezequias. Durante algum tempo, esses serviços haviam sido interrompidos. Foram restaurados e continuaram durante o reinado de Ezequias, mas novamente foram interrompidos no reinado do seu filho Manassés.
VERDADE PRÁTICA
Assim como hoje, a oração no Antigo Testamento era um canal permanente de comunicação entre Deus e o seu povo.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
1Rs 18.31-39
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
- Descrever a oração no Pentateuco, e nos livros Proféticos e Poéticos;
- Explicar o desenvolvimento da oração no Antigo Testamento, e
- Conscientizar-se de que a oração é o elo entre Deus e o homem.
PALAVRA-CHAVE
Antigo Testamento:- É a primeira das duas maiores divisões da Bíblia. Nela consta uma biblioteca de 39 livros canônicos.
COMENTÁRIO
(I. INTRODUÇÃO)
A Bíblia inteira exorta o crente a oração. Sem esse recurso valioso e indispensável à vitória contra o mal, é impossível ao crente e a igreja resistirem às investidas das heresias. No mundo antigo, o que caracterizava a existência de uma família era a existência de um lar; um compartimento da casa onde tinham acesso apenas os membros da família e onde havia um altar para culto aos antepassados – os deuses lares (Gn 31.30,34). A oração é um dever de todo cristão, quem o diz é o próprio Jesus com a parábola do juiz iníquo para ilustrar o dever de orar sempre e nunca desfalecer (Lc 18.1). A oração não é algo formal, para atrair a atenção dos homens, como faziam os fariseus, e por isso foram condenados (Mt 6.5). Eles estavam acostumados a orar formalmente 18 vezes no dia, segundo as leis herdadas dos seus antepassados e observavam com rigor pontual os horários destinados à oração, onde quer que estivessem. Apesar de tanto rigor e respeito às tradições herdadas, eles esqueceram que a oração é como uma via de mão dupla através da qual o crente, com seu clamor, chega à presença de Deus, e este vem ao seu encontro com as respostas – ‘Clama a mim, e responder-te-ei e anunciar-te-ei coisas grandes e firmes, que não sabes’ (Jr 33.3). Vivemos numa geração que não sabe mais orar. Quando lemos na Bíblia as orações dos grandes servos de Deus, ou quando lemos a biografia dos santos do passado, percebemos o quanto nos distanciamos do ensino bíblico. Não é por acaso que encontramos nas livrarias, prateleiras abarrotadas com diversos escritores ensinando uma visão incorreta da oração e da fé. Ensinam a exigir as bênçãos de Deus, a dar ordens de comando, a usar palavras mágicas para que as coisas aconteçam; para estes, orar é pensar positivamente. Na primeira lição, tivemos a oportunidade de estudar o sentido e o significado da oração. Prosseguindo com o nosso estudo, vamos focalizar mais alguns aspectos que caracterizam a oração genuinamente bíblica. Faremos isso, examinando a oração no Antigo Testamento, o qual apresenta o exemplo dos grandes patriarcas, homens de oração: Abraão, Jacó, Moisés, Davi e os profetas; falavam com Deus como se fala com um amigo, porque Deus, de fato, assim o é. Os Salmos são uma obra mestra de oração dos homens do Antigo Testamento e continuam a ser uma peça fundamental da oração da Igreja. Neles colocavam as suas necessidades e as suas esperanças, nomeadamente a vinda do Salvador, tão anelada e suplicada. Boa Aula!
(II. DESENVOLVIMENTO)
I. A ORAÇÃO NO PENTATEUCO
1. A oração durante o êxodo de Israel. A amargura da escravidão no Egito trouxe para Israel um aprofundamento no seu relacionamento com Deus. YAHWEH deu a si mesmo o nome pessoal: EU SOU O QUE SOU (de onde deriva o hebraico. YAHWEH), uma expressão hebraica que expressa ação. Deus estava efetivamente dizendo a Moisés: ‘Quero ser conhecido como o Deus que está presente e ativo’. Inerente no nome YAHWEH estava a promessa da presença viva do próprio Deus, dia após dia com o seu povo. Este nome expressa seu fiel amor e cuidado e seu desejo de redimir o seu povo e estar em comunhão com ele. Essa verdade corresponde à promessa fundamental do concerto: para te ser a ti por Deus (Gn 17.7; Sl 46). É digno de nota que quando Jesus Cristo nasceu, foi chamado Emanuel, que significa Deus conosco (Mt 1.23); Ele também chamava-se a si mesmo pelo nome Eu sou (Jo 8.58). Os israelitas tinham sido convidados para a terra de Gósen, no Egito, e posteriormente foram escravizados injustamente. Nesse período, oravam por libertação. Assim como Deus estava atento ao sofrimento do seu povo no Egito, Ele também conhece as aflições de todos os outros seus servos. Aos libertar seu povo escolhido, deu-lhes também todo o salário que nunca lhes foi pago, mas não deviam tomar nada à força. Deus faria surgir nos egípcios uma atitude favorável, de tal maneira que quando o povo de Israel pedisse prata, ouro e roupas, os egípcios lhes dariam com abundância. Assim, ao invés de se retirarem furtivamente do Egito, como escravos fugitivos, sairiam então triunfantemente, como um exército vitorioso conduzindo os frutos da vitória. Deus é aquele que está presente e ativo – EU SOU O QUE SOU - Ele ouve o clamor dos aflitos e dos oprimidos. Em tais ocasiões, os santos precisam clamar a Deus para que Ele intervenha com misericórdia em seu favor. Quer nossa opressão provenha das circunstâncias, das pessoas, de Satanás, do pecado, ou do mundo o consolo, graça e ajuda de Deus são plenamente suficientes para satisfazer todas as nossas necessidades (Rm 8.32). No tempo certo, Deus nos livrará (Gn 15.13).
2. A gratidão de Israel a Deus. Deus prometeu aos israelitas que ia lutar por eles, mas eles tinham a obrigação de avançar, pela fé, em direção ao mar. Deus luta em prol dos seus, à medida que estes andam pela fé e em obediência à sua Palavra (Ne 4.20; Sl 35.1). Na epopéia da fuga do Egito, na escuridão, a nuvem milagrosamente protegeu Israel, interpondo-se entre os egípcios e os israelitas. Ao mesmo tempo, a coluna de fogo da parte de Deus, projetava abundante luz sobre o caminho através do mar, de modo que os israelitas pudessem atravessá-lo (Ex 14.24). A travessia do mar Vermelho (Ex 13.18; 14.31), literalmente mar de Juncos (hb. Yam Suph), foi um ato milagroso diretamente da parte de Deus. Os escritores bíblicos posteriores citaram esse evento para relembrar ao povo de Deus a respeito do seu poder e grandeza (Js 24.6,7; Sl 106.7,8; Is 51.15; Jr 31.35; Na 1.3,4). O livramento de Israel através do mar Vermelho confirmou a promessa de Deus: O Senhor pelejará por vós (Ex 14.14). Vendo o pavoroso juízo que Deus executou contra o exército egípcio, o povo temeu ao Senhor; e, vendo o livramento milagroso da parte de Deus, creu no Senhor. Quando temos uma revelação autêntica da majestade de Deus e dos seus juízos contra o pecado, nós nos apegamos a Ele com fé e crescemos no seu temor. ‘Então, cantou Moisés e os filhos de Israel este cântico ao SENHOR…’ (15.1). Este cântico celebrou a vitória de Deus no mar Vermelho contra o poder do Egito. É um hino de louvor e ações de graças a Deus por sua majestade, por seu poderio nas batalhas e pela sua fidelidade ao seu povo. O livramento dos israelitas das mãos dos egípcios prefigura e profetiza a vitória do povo de Deus sobre Satanás e o anticristo nos últimos dias; daí, um dos cânticos dos redimidos ser chamado o ‘cântico de Moisés’ (Ap 15.3).
3. O esquecimento e a ingratidão de Israel. Depois de apenas três dias de viagem (Nm 10.33), o povo começou a murmurar e a queixar-se porque as condições não eram excelentes. Quão rapidamente se esqueceram do livramento da escravidão do Egito e dos atos poderosos de Deus em seu favor! Não quiseram confiar em Deus e deixar com Ele sua vida e seu futuro. Atraíram assim, contra eles, a ira e o juízo divinos. Nós, como crentes do tempo da Graça, nunca devemos deixar de agradecer pela morte sacrificial de Cristo por nós, pela libertação do pecado e pela graciosa provisão divina de orientação e bênção em nossa vida. A conduta de Israel nos ensina acerca do perigo de haver o ‘vulgo’ em nosso meio (Nm 11.4). O termo ‘vulgo’ refere-se aos não-israelitas que se juntaram ao povo de Israel, no êxodo (Êx 12.38). Influenciaram Israel a rebelar-se contra Deus e a desejar os ilusórios prazeres do Egito. O povo queixou-se amargamente da maneira como Deus ia conduzindo os acontecimentos; eram quais crianças mimadas que choram para impor sua própria vontade (Nm 11.1,4-6). Deus deixou-os ter aquilo que queriam, mas ‘fez definhar a sua alma’ (Sl 106.15; cf. Sl 78.29-33). Assim, esse episódio configura uma solene advertência para quem insiste em andar na sua própria vontade e desejos, ao invés de humildemente submeter-se à vontade de Deus e de ser-lhe grato por sua providência. Rejeitar os caminhos de Deus para conosco equivale à incredulidade e à rebelião contra Ele; tal atitude leva ao seu julgamento (cf. Sl 78.17-22). Os israelitas foram alvos da graça de Deus no Êxodo. Foram libertos da escravidão, batizados (1Co 10.2), divinamente sustentados no deserto e tiveram íntima comunhão com Cristo (1Co 10.3,4). Mesmo assim, a despeito dessas bênçãos espirituais, deixaram de agradar a Deus e foram destruídos por Ele no deserto; perderam a sua eleição divina e, portanto, deixaram de alcançar a Terra Prometida. Paulo argumenta que, assim como Deus não tolerou a idolatria, pecado e imoralidade de Israel, assim também Ele não tolerará o pecado dos crentes da Nova Aliança. O terrível juízo divino sobre os israelitas desobedientes serve de exemplo e advertência aos que estão sob a Nova Aliança, para não cobiçarem as coisas más. Paulo adverte aos coríntios que se eles forem infiéis a Deus como Israel (1Co 10.7-10), eles também serão julgados e não entrarão na pátria celeste prometida. Assim, a história do julgamento divino do povo de Deus no AT ficou gravada nas Escrituras para bem advertir os crentes do NT contra o pecado e o cair da graça.
SINÓPSE DO TÓPICO (1)
A oração durante o êxodo de Israel pode ser dividida em: gratidão a Deus pela libertação da escravidão do Egito e ingratidão e esquecimento por deixar-se contaminar com outros povos.
II. A ORAÇÃO E OS PROFETAS
1. A oração como fator decisivo no ministério Profético. Os profetas foram pessoas que se levantaram em momentos de crise social. Eles surgem em grupos (1Sm 19.20; 1Rs 2.3); viviam em comunidades (2Rs 4.38-41); eram sustentados por esmolas e doações (2 Rs 4.8, 42); cantavam, soltavam gritos e lamentações (1Sm 10.6-9; Mq 1.8), chegavam até a cair por terra, prostrados ou desmaiados (1Sm 19.24; Dn 8.18, 27). Assim como hoje, houve uma classe de profetas profissionais, antropocêntricos, que só pensavam no crescimento do reino humano (Is 42.18-43.2; Jr 29.8,9). Só pregavam Deus apoiando o povo, não lhes importava a aliança, ou a justiça. Sua teologia era de apenas uma ponta, não levava em consideração toda realidade e história do povo. Não eram simplesmente indivíduos perceptivos no sentido político ou social. Eram pessoas que, pela revelação de Deus, tinham conhecimento da importância dos eventos e das necessidades do povo comum. Em seu trabalho eles falavam de acontecimentos futuros, de modo a advertir sobre as conseqüências dos atos presentes (ver Am 1.2), e no geral falavam contra a sociedade em que viviam. […] Havia muito mais profetas do que aqueles que conhecemos pelas profecias registradas ou eventos históricos ‘E falarei aos profetas e multiplicarei a visão; e, pelo ministério dos profetas, proporei símiles’ (Os 12.10). Ninguém poderia alegar ignorância como desculpa, Deus alertava seu povo através de profecias. O Senhor tinha uma acusação contra o povo, por isto os conclama a ouvir-lhe a queixa, e a justificar suas ações iníquas, caso o pudessem. Que direito tinham de rejeitar a seu Deus segundo o concerto, e desobedecer-lhe às leis? As acusações formais contra o povo são alistadas na perícope de Mq 6.9-16. Deus pergunta ao seu povo se Ele os decepcionou de alguma maneira. Seria sua culpa terem eles desobedecido à sua palavra? Deus negligenciara os seus, deixando de amá-los? A resposta é óbvia. Israel não tinha desculpa. Deus havia tratado o seu povo com bondade e paciência no decurso de sua história. Hoje, Deus poderia repetir as mesmas perguntas a todos quantos lhe viram as costas. Se nos tornarmos desleais a Ele e aos seus justos padrões, conformando-nos com o mundo, não será porque Deus nos tem sido infiel. Pelo contrário: será devido aos nossos próprios desejos egoístas e à nossa ingratidão para com a sua graça e amor. Miquéias oferece uma tríplice definição do modelo divino concernente à nossa fidelidade a Deus:
a. agir com justiça, sendo imparciais e honestos em nosso trato com o próximo (cf. Mt 7.12);
b. amar a misericórdia, demonstrando compaixão e misericórdia genuínas aos necessitados;
c. andar com o nosso Deus, humilhando-nos diante dEle todos os dias, com piedoso temor e reverência à sua vontade (cf. Tg 4.6-10; 1 Pe 5.5,6).
O povo de Deus diante dEle orava, adorava, cantava e louvava, mas seus corações não estavam em Deus, nem obedeciam à sua Palavra. Agiam como se a revelação de Deus e seus padrões de santidade não fossem obrigatórios. Ao invés de se deleitarem em Deus e na sua Palavra, levavam o seu tempo em formalidades e tradições religiosas ensinadas por seus dirigentes. Viviam egoisticamente e numa falsa segurança (cf. Jr 4.3,4; 24.7; 31.31-34). Em idêntica condição de perigo destruidor, estão certas igrejas hoje. O povo exalta e louva a Deus com os lábios, mas não lhe tem o mínimo de amor, nem aos seus santos ensinos. Terminado o culto, voltam aos prazeres do pecado e do mundo, para satisfação da carne (Mc 7.6,8). O resultado disso é cegueira e engano espirituais.
2. O profeta Elias. A coragem e a fé patentes em Elias não têm paralelo em toda a história da redenção. Seu desafio ao rei, sua repreensão a todo o Israel e seu confronto com os 450 profetas de Baal (1Rs 18.16- 22) foram embates que ele os enfrentou dispondo apenas das armas da oração e da fé em Deus. Vemos sua confiança em Deus na brevidade e simplicidade da sua oração (41 palavras em hebraico). O propósito de Elias no seu confronto com os profetas de Baal, e a oração que se seguiu, foi revelar a graça de Deus para com o seu povo. Elias queria que o povo se voltasse para Deus. Semelhantemente, João Batista, o ‘Elias’ do NT, tinha como alvo levar muitos a buscarem a Deus como preparação para o advento de Cristo. O Senhor milagrosamente produziu fogo para consumir o sacrifício de Elias (1Cr 21.26; 2Cr 7.1). Esse milagre vindicou Elias como profeta de Deus e comprovou que somente o Senhor de Israel era o Deus vivo, a quem deviam servir. De modo semelhante, o crente deve orar, com fé, pela manifestação divina em seu meio, mediante o Espírito Santo (1Co 12.4-11; 14.1-40).
3. O profeta Eliseu. ‘E orou Eliseu e disse: Senhor, peço-te que lhes abra os olhos, para que veja.’ (2Rs 6.17). Com essa oração, o profeta Eliseu dá uma demonstração a seu moço do poder da oração. Como resposta à oração do profeta, Deus mostrou que existe um mundo espiritual invisível, que consiste nas hostes de anjos ministradores, que estão ativos na vida do povo de Deus (Gn 32.1,2; Sl 91.11; 34.7; Is 63.9). Desse ocorrido podemos assimilar vários princípios:
a. Não somente Deus está a favor do seu povo (Rm 8.31), como também exércitos dos seus anjos estão disponíveis, prontos para defender o crente e o reino de Deus (Sl 34.7);
b. Todos os que crêem na Bíblia devem orar continuamente para Deus livrá-los da cegueira espiritual e abrir os olhos dos seus corações para verem mais claramente a realidade espiritual do reino de Deus (Lc 24.31; Ef 1.18-21) e suas hostes celestiais (Hb 1.14);
c. Os espíritos ministradores de Deus não estão distantes mas, sim, bem perto (Gn 32.1,2), observando os atos e a fé dos filhos de Deus e agindo em favor deles (At 7.55-60; 1 Co 4.9; Ef 3.10; 1 Tm 5.21);
d. A verdadeira batalha no reino de Deus não é contra a carne e o sangue. É uma batalha espiritual ‘contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais’ (Ef 6.12; Ap 12.7-9; Ef 6.11);
e. Há um relacionamento de causa e efeito nas batalhas espirituais; o resultado das batalhas espirituais é determinado parcialmente pela fé e oração dos santos (2Rs 6.16-20; Ef 6.18,19; Mt 9.38).
SINÓPSE DO TÓPICO (2)
As vidas dos profetas Elias e Eliseu confirmam a oração como elo entre os profetas do AT e Deus
III. OS LIVROS POÉTICOS E A ORAÇÃO
1. Jó. Não se sabe exatamente em que época viveu e escreveu o autor de Jó, mas o hebraico clássico do prólogo o situa numa data posterior a 1500 a.C. O prólogo descreve a submissão de Jó à vontade divina em meio ao sofrimento. Ali, Jó aparece como um homem bom que confia na bondade do seu Deus. Como pai piedoso, Jó tinha muito zelo pelo bem-estar espiritual de seus filhos. Vivia atento à conduta e modo de vida deles, orando a Deus para que os protegesse do mal e que experimentassem da parte de Deus a salvação e suas bênçãos. Jó exemplifica o pai de coração voltado para os filhos, dedicando-lhes tempo e atenção necessários para mantê-los afastados do pecado
2. Salmos. O nome ‘Salmos’ significa ‘cânticos’ e é proveniente da Septuaginta, a antiga tradução do AT. O NT usa esse nome nas passagens de Lc 20.42; 24.44; At 1.20. A palavra hebraica correspondente, mizmor, ocorre com freqüência nos salmos e significa um cântico vocal ou instrumental. O pai da Reforma Martinho Lutero, denominou o Livro de Salmos de ‘uma pequena Bíblia e o resumo do Antigo Testamento’. E, por mais breves que devamos ser, não podemos omitir o nome de Davi. Se a sua história é marcada por uma vida de oração, as profundas experiências que teve com o Senhor, a quem ele amava de todo o coração, estão relatadas de forma belíssima e imensamente inspirativa nos Salmos. Através dos séculos, o livro dos Salmos tem sido fonte de inspiração pessoal e de fortalecimento espiritual. Enquanto os crentes lidam com as adversidades da vida, muitas vezes ficam frustradas por não serem capazes de expressar adequadamente suas dores emocionais ou angustia mental. Salmos com suas orações penitentes, gritos de dor, expressam habilmente os nossos anseios mais profundos.
3. A experiência de Asafe. Asafe, líder de um dos coros levíticos do Templo nos dias de Davi (1Cr 25.1). Ele reuniu os Sl 73 a 83, mas pode não ter escrito todos eles. Ao escrever o inquietante Salmo 73, Asafe explicou que, até entrar no santuário de Deus, não podia entender a justiça que permitia que o ímpio prosperasse, enquanto o justo suportava o sofrimento. Embora Deus seja soberano e justo, os ímpios geralmente prosperam (vv. 3-12), enquanto quem serve a Deus parece sofrer mais (vv. 13,14). O salmista ficou desanimado ao comparar as suas aflições com a evidente prosperidade e felicidade de muitos ímpios. Porém, Deus restaura a confiança do salmista nEle e nos seus caminhos, ao revelar o fim trágico dos ímpios e a verdadeira bênção dos justos. Deus revela ao salmista o destino final dos ímpios. Isso coloca seu problema na perspectiva tanto da eternidade como da suprema bem-aventurança do crente. No final, todos os justos serão felizes e vitoriosos com Deus, ao passo que os ímpios perecerão. Levando em conta a breve duração da nossa vida, se avaliarmos as coisas daqui, tão somente da nossa perspectiva limitada, terrena e humana, é bem possível ficarmos desanimados e frustrados. Precisamos ter a Palavra revelada de Deus e seu Espírito Santo, para completarmos a jornada da vida com fé e confiança na bondade e justiça de Deus. Nesta vida, com tantos problemas, nosso supremo bem é a comunhão íntima com Deus através da oração. Não importa que o ímpio prospere; nossa riqueza, tesouro e vida é o próprio Deus sempre conosco, guiando-nos por sua Palavra e seu Espírito, sustentando-nos pelo seu poder e depois nos recebendo na glória celestial. No dizer do apóstolo Paulo: ‘Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho’ (Fp 1.21) deve ser nosso lema face aos cuidados da vida. Esta atitude leva ao triunfo da fé.
SINÓPSE DO TÓPICO (3)
Os livros poéticos de Jó e Salmos mostram o valor da oração e o relacionamento pessoal de Deus com o seu povo respectivamente.
(III. CONCLUSÃO)
Continuando com a nossa atenção voltada para os registros do Antigo Testamento, verificamos que a riqueza de ensinamentos sobre a oração é incontável, destacando-se este ponto: os grandes servos do Senhor, homens e mulheres que, com inteireza de coração amaram a Deus e O serviram, eram pessoas de oração e, por meio dela, tiveram marcantes experiências com Deus. ‘Mas de lá buscarás ao Senhor teu Deus, e o acharás quando o buscares de todo o teu coração e de toda a tua alma. Quando estiveres em angústia, e todas estas coisas te alcançarem, então nos últimos dias voltarás para o Senhor teu Deus, e ouvirás a sua voz; porquanto o Senhor teu Deus é Deus misericordioso, e não te desamparará, nem te destruirá , nem se esquecerá do pacto que jurou a teus pais.’ (Dt 4.29-31). Que maior incentivo poderíamos receber, senão este? Somos conclamados a buscar ao Senhor. Para isso, recebemos a orientação de como fazê-lo: buscar de todo o coração e de toda a alma. Porém, além de ser uma orientação, esta é também uma condição, reiterada por Deus mesmo que usa o profeta Jeremias para novamente dizer isso ao povo: ‘Então me invocareis, e ireis e orareis a mim, e eu vos ouvirei. Buscar-me-eis, e me achareis, quando me buscardes de todo o vosso coração.’ (Jr 29.12,13). Assim fazendo, temos a certeza de que acharemos o Senhor e de que ouviremos a sua voz, porque o nosso Deus é misericordioso e não nos desamparará, diz a Palavra.
APLICAÇÃO PESSOAL
Muitos crentes têm sido ensinados de uma maneira equivocada de que Deus nos dá um cheque em branco e, tudo o que pedirmos, Ele se obriga a conceder. Acreditam que Deus atende as orações de todos independentemente da vida do que suplica e da vontade de Deus. Basta pedir com fé e confessar positivamente, e a pessoa recebe a bênção. Baseados no ensino geral das Escrituras, e lendo a biografia dos grandes homens de Deus do passado, entendemos que precisamos preencher alguns requisitos para que nossas orações sejam ouvidas pelo Senhor:
IGREJA EVANGÉLICA ASSEMBLEIA DE DEUS
RUA FREDERICO MAIA, 49, CENTRO
VIÇOSA ALAGOAS
ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL
PASTOR: DONIZETE INÁCIO DE MELO
SUPERINTENDENTE: PB. EFIGÊNIO HORTÊNCIO DE OLIVEIRA
- A oração aceita por Deus é aquela em que entramos em sua presença profundamente tomada pelo senso da nossa indignidade e incapacidade;
- Consciência de que não se pode agradar a Deus sem fé, sem confiar nEle (Hb 11.6);
- Alguns acreditam que o nome de Jesus é apenas uma fórmula para que nossas orações sejam atendidas Precisamos entender o que isso realmente significa: orar em nome de Jesus é – em obediência ao Seu mandamento e na confiança de Suas promessas – suplicar por misericórdia por Sua causa, não pela mera menção do Seu nome, mas para derivarmos de Cristo e Sua mediação o encorajamento para orar e a nossa ousadia, força e esperança de aceitação em oração.
John Bunyan descreveu a oração como sendo ‘derramar de modo sincero, consciente e afetuoso o coração ou alma diante de Deus, por meio de Cristo, no poder e ajuda do Espírito Santo, buscando as coisas que Deus prometeu, ou que são conforme a Sua Palavra, para o bem da igreja, com submissão, em fé, à vontade de Deus’.
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