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terça-feira, 29 de novembro de 2011

Em nota Papa Bento XVI , defende a criação de um governo único mundial. Cristãos acreditam ser o sinal do anticristo



O Pontifício Conselho Justiça e Paz do Vaticano publicou uma nota abordando o tema da crise financeira mundial, intitulada “Para uma reforma do sistema financeiro e monetário internacional na perspectiva de uma autoridade pública de competência universal”.

Nessa nota, sob argumentos humanitários, o Vaticano propõe que todos os países do mundo avancem nos estudos de estabelecer uma autoridade mundial, para assuntos financeiros e bélicos. Segundo a nota, “ninguém, conscientemente, pode aceitar o desenvolvimento de alguns países em desvantagem de outros”. Para o Vaticano, “o caminho rumo à construção de uma família humana mais fraterna e justa e, antes ainda, de um renovado humanismo aberto à transcendência, parece ainda muito atual”.

Ressaltando a Carta encílica “Pacem in Terris”, (termo em latim que pode ser traduzido como Paz na Terra), escrita em 1963 por João XXVIII e que previa uma unificação cada vez maior do mundo, a nota afirma que desde aquela época, se reconhecia o fato de que, na comunidade humana, faltava uma correspondência entre a organização política, ‘no plano mundial, e as exigências objetivas do bem comum universal’. Por conseguinte, desejava que um dia se pudesse criar ‘uma Autoridade pública mundial”, afirma a nota.

O processo de globalização do mundo e dependência mútua cada vez maior dos países é classificada pela Igreja Católica como um fato previsto pelo Papa João XVIII em sua carta, e apoiada pelo Papa atual, Bento XVI. “Face à unificação do mundo, favorecida pelo complexo fenômeno da globalização; perante a importância de garantir, para além dos demais bens coletivos, o bem representado por um sistema econômico-financeiro mundial livre, estável e ao serviço da econômica real, hoje o ensinamento da Pacem in terris parece ainda mais vital e digno de urgente concretização. O próprio Bento XVI, no sulco traçado pela Pacem in Terris, manifestou a necessidade de constituir uma Autoridade política mundial”.

O comunicado explica os motivos, classificados pela igreja católica como humanitários, de se apoiar um governo único, proposta que é entendida por teólogos como parte do surgimento do Anticristo, previsto nas profecias do Apocalipse. O Vaticano propõe uma reflexão na luta pelo desarmamento dos países: “Pensemos, por exemplo, na paz e na segurança; no desarmamento e no controle dos armamentos; na promoção e na tutela dos direitos fundamentais do homem; no governo da economia e nas políticas de desenvolvimento; na gestão dos fluxos migratórios e na segurança alimentar; e na salvaguarda do meio ambiente. Em todos estes âmbitos, é cada vez mais evidente a crescente interdependência entre Estados e regiões do mundo, e a necessidade de respostas, não apenas setoriais e isoladas, mas sistemáticas e integradas, inspiradas pela solidariedade e pela subsidiariedade, e orientadas para o bem comum universal.”

O Pastor Antônio Mesquita, do blog “Fronteira Final” entende que sob o argumento de ações humanistas, o Vaticano acaba protagonizando uma profecia bíblica sobre o assunto: “Analise a semelhança com o alerta bíblico a respeito do acordo entre o Anticristo e os judeus. O texto de 1 Tessalonicenses 5:1-5 diz: ‘Mas, irmãos, acerca dos tempos e das estações, não necessitais de que se vos escreva; Porque vós mesmos sabeis muito bem que o dia do Senhor virá como o ladrão de noite; Pois que, quando disserem: Há paz e segurança, então lhes sobrevirá repentina destruição, como as dores de parto àquela que está grávida, e de modo nenhum escaparão. Mas vós, irmãos, já não estais em trevas, para que aquele dia vos surpreenda como um ladrão; Porque todos vós sois filhos da luz e filhos do dia; nós não somos da noite nem das trevas”, opina o Pastor.

Em determinado trecho da nota, o Vaticano afirma que essa “Autoridade Mundial” deve surgir de um processo em que todos os países a reconheçam e aceitem. “A autoridade supranacional deve possuir uma delineação realista e ser realizada gradualmente, com o objetivo de favorecer também a existência de sistemas monetários e financeiros eficientes e eficazes, ou seja, mercados livres e estáveis, disciplinados por um adequado quadro jurídico, funcionais para o desenvolvimento sustentável e para o progresso social de todos, inspirados nos valores da caridade na verdade”.
Para o Pastor Mesquita, as ideias propostas pelo Vaticano se aproximam muito do que as Escrituras Sagradas dizem a respeito desse tema, com perseguição aos cristãos: “A Bíblia diz o seguinte, sobre o Governo Único: ‘E foi-lhe permitido fazer guerra aos santos, e vencê-los; e deu-se a ele poder sobre toda a tribo, e língua, e nação. E adoraram-na todos os que habitam sobre a terra, esses cujos nomes não estão escritos no livro da vida do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo. Se alguém tem ouvidos, ouça’.

FONTE: GOSPEL +

O EXERCÍCIO MINISTERIAL NA CASA DO SENHOR


INTRODUÇÃO
Após doze anos de serviço em Jerusalém, Neemias retornou à Babilônia em 433 a.C., onde permaneceu por algum tempo antes de obter permissão para retornar a Jerusalém. Ao chegar de regresso a Jerusalém, Neemias descobriu que os judeus tinham negligenciado a sua dedicação moral e espiritual a Deus. Com maior desvelo, tratou dos abusos cometidos em sua ausência. O capitulo 13 registra vários desses fracassos espirituais.
Estamos vivendo tempos trabalhosos, onde muitos já perderam o temor e a reverencia ao Todo-Poderoso; onde muitos líderes, tal qual o sumo sacerdote Eliasibe, estão tratando da obra do Senhor e da administração da Sua Casa sem temor e tremor, e com interesses escusos. O caráter desses líderes e seus comportamentos acabam maculando e prejudicando a Igreja do Senhor Jesus Cristo. O nosso serviço para Deus deve ser feito com muito desvelo, amor, alegria, temor e santidade, porque Deus não se deixa escarnecer.

I. A CONTAMINAÇÃO DO MINISTÉRIO


No capítulo 10 de Neemias estudamos sobre o compromisso que o povo de Israel, juntamente com os seus lideres, fizeram de cumprir os mandamentos do Senhor(Ne 10:28-33). O compromisso foi público e notório; e o fizeram por escrito (9:38). Mas no capítulo 13, vemos esse compromisso sendo quebrado. Só foi Neemias deixar por algum tempo a liderança que o povo desprezou o compromisso firmado. A tolerância com o mal foi a causa da quebra da aliança firmada. Com a ausência de Neemias por algum tempo, o sacerdote Eliasibe, que sempre fora um opositor velado, abusivamente usou seu posto para desviar o povo de Deus. Sem nenhum remorso, contaminou a Casa do Senhor. Possivelmente, nesse tempo, o profeta Malaquias denunciou a corrupção do sacerdócio de Jerusalém (Ml 2:1-9). A mistura com os pagãos era palpável e repugnante.
O ecumenismo é uma mistura proibida por Deus(Ne 13:1-3). O alerta de Neemias é que a mistura com aqueles que adoram outros deuses corrompe a teologia, o culto e a moral. Deus nunca ordenou ao seu povo a se unir com os pagãos com o fim de ganhá-los. A ordem de Deus é sempre: “Retirai-vos do meio deles…” (2Co 6:17). “Retirai-vos dela, povo meu, para não serdes cúmplices de seus pecados e para não participardes de seus flagelos” (Ap 18:4).
Neemias diz que o povo, ao ouvir a Palavra de Deus, apartou de Israel todo elemento misto (Ne 13:3). Foi a leitura pública das Escrituras que tornou Israel consciente das suas obrigações diante de Deus como Seu povo. Há muita coisa do mundo entrando na Igreja que precisa ser tirado. Alguém, apropriadamente, já disse: “Procurei a igreja e a encontrei no mundo; procurei o mundo e o achei na igreja”.
Infelizmente, por dolo de uns e conivência de outros, existem doutrinas falsas entrando nos seminários, nos púlpitos, nas igrejas. Precisamos nos acautelar. Muitas igrejas que um dia professaram uma fé genuína em Deus e adotaram doutrinas evangélicas ortodoxas estão hoje de braços dados com seitas heréticas. Com isso, essas igrejas perderam sua mensagem e sua autoridade como embaixadora de Deus.
O líder autêntico, que tem compromisso com a Obra de Deus, não se cansa; nada poderá impedi-lo de restaurar os “muros caídos”. Então, Neemias põe-se, com afinco e destemor, de forma aguerrida, a restaurar novamente a aliança quebrada. A restauração recomeçou quando o livro de Moisés foi aberto. Sem profecia o povo se corrompe. Sem a Palavra de Deus, o povo perde o caminho. Não há reforma sem volta às Escrituras. Precisamos de uma nova reforma na vida da Igreja. Hoje a maior necessidade da igreja evangélica é uma volta profunda à Palavra. Carregamos a Bíblia, estudamo-la, mas não a colocamos em prática.
1. O sacerdote aparentado com o ímpio. Eliasibe, o sacerdote, se aparentou com Tobias, o amonita. Ele se tornou aliado do inimigo, fez aliança com o próprio adversário e corrompeu o sacerdócio. O neto do sacerdote tornou-se genro de Sambalate, o arquiinimigo de Israel (Ne 13.28). Formaram uma aliança espúria e perigosa. Quando Neemias expulsou esse sacerdote, diz Flávio Josefo, Sambalate construiu para ele um templo em Gerisim e aí começou o culto pagão dos samaritanos. Como diz o pr. Elinaldo Renovato, “se nos associarmos ao mundo, em breve estaremos descartando a ética cristã como algo de somenos importância em nossa vida. Assim, perderemos nossas propriedades de luz do mundo e sal da terra”.
2. Privilégios abusivos (Ne 13:5-9). Um líder religioso sem piedade é um desastre. Charles Spurgeon diz que o maior instrumento de Satanás dentro da igreja é um líder sem piedade. Se não bastasse o parentesco com o inimigo, agora Eliasibe levou Tobias para dentro do Templo. Ele pôs o inimigo dentro da Casa de Deus. Ele fez uma câmara grande para Tobias exatamente no lugar onde eram depositados os dízimos e ofertas para os sacerdotes, levitas e cantores (13:5). Neemias diz que ele fizera isso para beneficiar Tobias (13:7). Certamente ele substituiu os sacerdotes e levitas que cuidavam da Casa de Deus por um homem vil, que perseguira tão tenazmente o povo de Deus. Os dízimos e as ofertas para o sacerdócio foram desviados para Tobias. Por isso, os obreiros da Casa de Deus, por falta de sustento, precisaram fugir (tudo indica, por causa de perseguição) para os campos, e o inimigo instalou-se dentro da Casa de Deus e a profanou (13:10). Não há maior corrupção do que essa, de tirar da Casa de Deus os obreiros fiéis e colocar no lugar o próprio inimigo. [1]
Eliasibe usou de forma repulsiva sua liderança
e aproveitou a ausência de Neemias para destruir a obra de Deus. Ele era o grande líder religioso, mas em vez de usar sua influência para abençoar o povo, usou-a para minar a fé do povo. A parcialidade já era um grave pecado, mas o favorecimento daqueles que são inimigos do povo de Deus tornou-se uma declarada apostasia.
3. O desprezo pelas coisas do Senhor e o indiferentismo são uma demonstração clara da falta de temor e amor a Deus. Quando passamos a desprezar as coisas do Senhor, a desviar nossas atenções e desejos para algo que não é o compromisso que firmamos com o Senhor, passamos a ser sacerdotes desprezíveis e abomináveis ao Senhor (Ml 2:9). Com efeito, quando amamos a Deus, servimo-lo e, em consequência, temos prazer na Sua lei e nela meditamos de dia e de noite(Sl 1:2).
Quando amamos a Deus, buscamo-lo de todo o coração e, por isso, não nos desviamos dos Seus mandamentos(Sl 119:10). O desvio caracteriza-se por deixarmos o caminho traçado pela Palavra de Deus(Is 30:21). Quando começa a faltar o amor a Deus, vemos o surgimento e acolhimento de outras doutrinas, de outros princípios que não os estabelecidos pelo Senhor(Cl 2:22; 1Tm 4:1; 2Tm 4:3).
Quando nos tornamos indiferentes a Deus, não temos mais amor a Ele, não mais procuramos ter uma vida de santidade e, como é a Palavra de Deus uma das fontes de nossa santificação(João 17:17), passamos, naturalmente, a questionar o contido nas Escrituras e a termos uma vida em desacordo com os mandamentos do Senhor.

II. A JUSTA INDIGNAÇÃO DO HOMEM DE DEUS

Não foi à toa que Neemias irritou-se com o sacerdote Eliasibe, que aproveitara da sua ausência para beneficiar Tobias, o amonita, dando a ele uma das salas anexas do santuário para servir de morada. Tobias casara-se com uma mulher de família sacerdotal aparentada com Eliasibe, o sumo sacerdote, e em consideração, o próprio Eliasibe remodelou e mobiliou uma grande moradia na área do Templo para Tobias. Conforme a Lei de Moisés, os amonitas jamais deveriam se aproximar do Templo do Senhor (Dt 23:3). Em uma ocasião anterior, Tobias, juntamente com Sambalate, o governador de Samaria, tinha zombado dos judeus, quando da edificação dos muros de Jerusalém(Ne 2:10,19).
Não só havia acontecido uma utilização errada das câmaras do santuário - caso da ocupação de Tobias - como em muitas ocasiões as ofertas não haviam sido recebidas. Consequentemente, os levitas e até os cantores tinham sido obrigados a voltar ao campo e ganhar a vida na agricultura. Isso significa que, apesar das cuidadosas providências que haviam sido tomadas por Neemias há muito pouco tempo (12:44-47), os serviços do Templo haviam sido negligenciados. Os diversos deveres que eram de responsabilidade dos levitas não estavam sendo executados.
Quando Neemias viu essa profanação, ardeu com justa indignação e jogou fora os pertences de Tobias e os móveis luxuosos que Eliasibe colocara ali para ele. Neemias estava indignado porque tal profanação da casa de Deus era uma afronta à santidade de Deus. Foi uma atitude radical para uma desobediência radical. Após, ordenou a purificação daquele espaço e colocou de volta os utensílios dedicados ao culto ao Senhor(cf Ne 13:9).
A coragem de Neemias ao rejeitar dessa maneira a autoridade do sumo sacerdote, e defender firmemente o que acreditava ser a vontade de Deus, não deixa de ser digna de louvor. Essa medida ousada e enérgica fez que o povo recobrasse o ânimo e voltasse a contribuir com mais amor e liberalidade: “Então, todo o Judá trouxe os dízimos do grão, e do mosto, e do azeite aos celeiros”(Ne 13:12).
Eliasibe poderia ter entrado para a história com uma narrativa diferente, mas foi descrito como um sacerdote que fez prevalecer os interesses pessoais. O povo de Deus espera que os seus líderes sejam realmente íntegros, transparentes e comprometidos com os negócios do Reino.
Em nossos dias, os líderes do povo de Deus devem vigiar, para que interesses pessoais não se sobreponham aos interesses do Senhor. À semelhança de Neemias, jamais devem abusar da autoridade que os confiou o Senhor Jesus, mas ajam com toda sabedoria e prudência (Rm 12:8; 1Pe 5:1-4).

III. HONESTIDADE E TRANSPARENCIA NA ADMINISTRAÇÃO


Na obra do Senhor, o Ministro é considerado um mordomo, um despenseiro (1Co 4:1) da despensa do Senhor (o seu rebanho, os recursos financeiros destinados a Obra de Deus, etc). Especificamente, despenseiro é o guardião da propriedade alheia, administrador de bens que pertencem a outrem, mordomo, gerente ou superintendente de uma casa. O que se espera do despenseiro? Espera-se que seja rigorosamente leal e honesto por uma razão especial: terá acesso irrestrito aos bens e valores de seu Senhor. Essa responsabilidade de cuidar das propriedades de seu patrão não pode ser assumida sem que o despenseiro seja fiel. Aos bispos, Paulo enfatiza que sejam responsáveis e irreprováveis como despenseiros de Deus(Tt 1:7).
Por não receber auxílio financeiro do governo, as igrejas evangélicas precisam sustentar a si próprias financeiramente. Se por um lado a Constituição Federal do Brasil permite o culto de qualquer fé, por outro lado, deixa claro que o Estado é laico, ou seja, não se envolve em assuntos religiosos nem se deixa ser influenciado por eles. Portanto, não podemos esperar que o Estado nos permita cultuar e ao mesmo tempo preste subsídios financeiros aos templos.
Precisamos entender que sustentar financeiramente a igreja é uma das funções da própria igreja, por meio de seus congregados. Para esse fim, como organização, a igreja depende dos dízimos e ofertas para saldar seus compromissos e suas obrigações, principalmente cumprir a “Grande Comissão”(Mt 28:19) e o serviço social(Tg 1:27). Assim, a Igreja local, no desempenho de suas atividades, tem de se servir de recursos materiais, sem o que não tem como realizar as suas tarefas que, embora sejam espirituais, demandam o uso de recursos materiais, inclusive financeiros.
Lembremo-nos que, para ajudar os necessitados, Jesus, que tinha todo o poder, também se valeu de recursos financeiros, tanto que tinha uma bolsa para os pobres e contribuintes para a realização de sua obra (Lc 8:3). Não há como fugir da dimensão financeira no desenvolvimento da obra de Deus, sendo hipocrisia e mentira toda e qualquer afirmação no sentido contrário, ou seja, de que não há que se lidar com dinheiro no desempenho da atividade da Igreja.
Todavia, não se pode esquecer que, na administração dos recursos financeiros arrecadados, os líderes do povo de Deus têm de agir com fidelidade, lealdade, sinceridade, responsabilidade, honestidade e transparência (ler Tt 1:7). Os dízimos e ofertas não são para ser administrados de forma irresponsável, mas sempre levando em consideração que são contribuições dedicadas ao Senhor, que tem por objetivo o adimplemento das obrigações relacionadas ao culto (como, por exemplo, energia elétrica, aquisição de mobiliário e sua manutenção); aquisição de material para escola dominical e evangelização; assistência social, entre outros.
Os gestores do santuário devem sempre se lembrar desse detalhe. Se um objeto é dedicado ao Senhor, ele não deve ser alvo de má utilização, ou de utilização irresponsável, pois Deus há de cobrar contas da forma com que os recursos dos santos estão sendo utilizados.
 
CONCLUSÃO


A função do mordomo, do administrador, do despenseiro, não é ser popular aos olhos dos homens, mas fiel aos olhos de Deus - “mas, assim como fomos aprovados por Deus para que o evangelho nos fosse confiado, assim falamos, não para agradar aos homens, mas a Deus, que prova os nossos corações” (1Ts 2:4). O apóstolo Paulo e seus companheiros não se consideravam donos da obra de Deus, mas simplesmente despenseiros (1Co 4:1).
Certa feita, Jesus contou a parábola do bom servo a quem ele deu uma séria incumbência: alimentar a todos de sua casa: “E disse o Senhor: Qual é, pois, o mordomo fiel e prudente, a quem o senhor pôs sobre os seus servos, para lhes dar a tempo a ração (porção medida de semente ou comida)?” - Lc 12:42. “Quem é, pois, o servo fiel e prudente, que o Senhor constituiu sobre a sua casa, para dar o sustento (alimento, nutrimento) a seu tempo?”(Mt 24:45). Em ambos os textos, Jesus alerta que o servo mau e infiel, achando que seu senhor iria demorar a voltar, começou a espancar os criados e criadas, a comer e beber e embriagar-se. Estes figuram servos que não cuidam das pessoas, não as amam, não as respeitam. Só se importam de cuidar de si mesmos; desprezam a distribuição adequada do alimento de Deus (Jesus, o evangelho, as riquezas da Palavra); apropriam-se, indevidamente, dos recursos financeiros destinados a Obra de Deus. Em suma, o exercício ministerial na casa de Deus é reprovável. Estes serão surpreendidos com a volta do Senhor que lhes punirá juntamente com os hipócritas e infiéis. Certamente, os que agem desta maneira irresponsável não serão reconhecidos pelos homens como ministros de Cristo nem despenseiros de Deus. “Tomemos, pois, o exemplo de Neemias. Ajamos com fidelidade e sabedoria em todas as coisas. E o nome de Cristo será exaltado em nossa vida”. Pense nisso!

Fonte: ebdweb

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

3º ENCONTRO INFANTIL NA AD- VIÇOSA ALAGOAS

     
"Celebrai com Júbilo ao Senhor todos os moradores das terra"... Salmos 100.1. Embasado no sugestivo tema, a Igreja Assembléia de Deus em Viçosa localizada na Zona da Mata de Alagoas, realizou neste final de semana o 3º Encontro Infantil.



   No sábado (19), foi realizada a cerimônia de abertura. O templo-sede, ornamentado à caráter infantil encantou as crianças e chamou a atenção dos adultos. Pouco mais de cem crianças adentraram ao templo com sorriso irradiante, estampando na blusa de cor azul o tema da festividade, ao tempo que a "Tia Fátima" recitava um belíssimo texto expondo o valor dos pequeninos na igreja, e na sociedade como todo. Foi por demais emocionante a abertura do evento.
   O conjunto Infantil Cântico de Davi (Capela-AL), abrilhantou o primeiro dia da festa, todos vestidos de soldadinhos louvaram ao Senhor com muita coragem, e unção. Trazendo a historinha da ovelha perdida, a Tia Graça transmitiu com muita propriedade e unção, que atentamente cada um dos pequenos absorvia o conteúdo da riquíssima história.


    No domingo pela manhã , as coordenadoras programaram um marcante momento de diversão para a criançada. O Ginásio Poliesportivo da Escola Estadual Joaquim Diégues foi tomado pelo brilho no rosto da garotada. Dinâmicas, cama elástica, pipoca, algodão doce, sorvetes, pirulitos e tantas outras atrações irradiaram as crianças. Os adolescentes, jovens e adultos também tornaram-se crianças no momento. Acompanhado da animação do Dc. Flávio ( O tio pipoquinha- Maceió-AL).A ALEGRIA foi tamanha no Ginásio, "nunca vamos esquecer esse momento" essa era a expressão que podia-se ouvir por muitas crianças.

  Depois da diversão proporciona aos pequenos, todos estavam de volta ao templo às 19:00 horas para o encerramento do evento. O momento de louvor ficou por conta o Conjunto Infantil Brilho Celeste ( Cajueiro) e dos aniversariantes. Depois de louvarem ao Senhor com as tias, o “ Tio Pipoquinha” ministrou a palavra expondo o nascimento de João Batista. O preletor foi usado poderosamente pelo Senhor no momento em que ministrava a história.

    Logo em seguida as coordenadoras louvaram ao Senhor com as crianças com o hino oficial do Encontro emocionando assim toda igreja. Externando sua sua gratidão ao Senhor, declarou a tia Fátima: " Sinto-me reealizada na realização deste evento, sabendo de que ficará marcado na vida de cada pequeno, enfatizou. Meu maior regozijo é saber que tudo fizemos para vermos cada rosto brilhando de alegria. finalizou a coordenadora. 

   Toda nossa gratidão a Deus, toda equipe da coordenação, ao pastor Donizete, aos visitantes e convidados, a igreja de Creisto em Viçosa e todos que de bom grado contribuíram para alegria de cada criança.

AO SENHOR SEJA DADA TODA HONRA, GLÓRIA, LOUVOR E ADORAÇÃO.




















terça-feira, 15 de novembro de 2011

O COMPROMISSO COM A PALAVRA DE DEUS


INTRODUÇÃO



   O avivamento, conforme temos estudado nestas últimas lições, traz implicações duradouras. Na aula de hoje, atentaremos para os resultados de um compromisso com a Palavra de Deus. A princípio, destacaremos a necessidade de um compromisso incondicional com a Palavra de Deus. Em seguida, apontaremos a consolidação da obra de Deus através da Sua Palavra. Por fim, ressaltaremos algumas verdades bíblicas que devam ser consideradas. Uma boa aula!!!!

 

1. COMPROMISSO COM A PALAVRA DE DEUS


     Ainda que tenhamos estudado a respeito em lições anteriores, mesmo assim vale a pena repetir: não existe avivamento autêntico sem a intervenção direta da Palavra de Deus por meio da qual o Espírito Santo atua (II Tm. 3.16,17). Nos tempos de Esdras e Neemias tudo começou quando o povo de Israel se reuniu para buscar a Palavra de Deus (Ne. 8.1), não há possibilidade de reforma genuína sem a ministração bíblica (Ne. 8.13,18). Ela é o fundamento e os limites da reforma. Não podemos pôr outra base além daquela que recebemos de Deus (Ne. 10.29). Existem muitos movimentos evangélicos nos dias atuais que querem impor seus modismos, baseados em modelos de administração mundana, mas não podemos esquecer que os parâmetros a serem seguidos foram estabelecidos pelo Senhor em Sua Palavra. Depois que a Palavra é exposta, aqueles que a ouvem devem sair da zona de conforto, buscar a obediência ao Senhor, demonstrar compromisso diante da Palavra (Ne. 9.38). A liderança exerce papel primordial nesse aspecto, pois o exemplo deve partir daqueles que estão à frente do trabalho (Ne. 9.38; 10.1-27). Neemias foi um dos primeiros a assinar o documento (Ne. 10.1), dando o exemplo a ser observados pelos demais, os sacerdotes (Ne. 10.2-8), os levitas (10.9-13), chefes de famílias (Ne. 10.14-27), e o povo em geral (Ne. 10.28). Nesses dias de crise, os líderes evangélicos precisam voltar ao compromisso com a Palavra de Deus. Ainda que implique em falta de popularidade, ou perseguições daqueles que desconhecem a Bíblia. Carecermos de uma liderança totalmente consagrada a Deus, que não faça concessão com o pecado (Ne. 10.28), que coloque a Palavra de Deus em primeiro plano (Ne. 10.29), que se oponha à mistura do evangelho com as práticas mundanas (Ne. 10.30).

2. A CONSOLIDAÇÃO DA OBRA PELA PALAVRA DE DEUS


A obra de Deus é consolidada através da Palavra de Deus, e essa privilegia pessoas, não estruturas. Existem obreiros que se preocupam demasiadamente com construções, transformam edificações de tijolos no alvo principal. Neemias sabia da necessidade da reparação dos muros, mas seu objetivo era o desenvolvimento das pessoas. A cidade fora reconstruída para as pessoas, não as pessoas por causa das cidades. Do mesmo modo, os templos existem para as pessoas, não as pessoas por causa dos templos. Depois da cidade erguida, os líderes decidiram nela habitar (Ne. 11.1,2), resolveram abrir mão da prosperidade financeira, e viverem uma vida mais simples, juntamente com o povo. Paulo nos lembra que a piedade com contentamento é grande fonte de lucro (I Tm. 6.6). Templos são erguidos todos os dias nas igrejas evangélicas no Brasil, mas eles precisam ser freqüentados. Eles não devem servir apenas de adorno para as cidades, é preciso que a Palavra seja ali exposta, e os crentes não podem abandonar a congregação como é costume de alguns (Hb. 10.25). Nesta era de internet e televisão, há aqueles que não mais querem ir às igrejas, são os chamados desigrejados. Ainda que seja uma expressão da moda, e muitos o estejam fazendo, não podemos esquecer que somos partes de um todo, membros do corpo de Cristo, portanto, precisamos uns dos outros (I Co. 12). Não existem igrejas perfeitas, todas elas têm seus entraves, é necessário agir com tolerância em relação aos outros. A normalidade na igreja é justamente a anormalidade, somos todos cristãos incompletos, em um processo de construção, caminhando para a glória de Deus. Do mesmo modo que fomos alcançados pela graça de Deus, devemos ser graciosos no tratamento com os irmãos da igreja (Ef. 2.8,9).

3. AS VERDADES DA PALAVRA DE DEUS


Consoante ao exposto, devemos atentar para a Palavra de Deus. Como ponto de partida, devemos renovar nosso pacto, e permanecermos em contato com o Senhor e com o povo a quem Ele denominou de igreja (Mt. 16.18). Para tanto, precisamos perseguir a vontade de Deus (Ne. 10.30), separemo-nos, portanto, do pecado (Ne. 10.28) e estejamos dispostos a viver para Deus. A observância do Dia do Senhor também deva ser levada em consideração (Ne. 10.31). Os cristãos não dependem da guarda de dias para serem salvos, nem mesmo do Sábado (Cl. 2.16,17), considerando que este foi feito por causa do homem e não o homem por causa dele (Mc. 2.27). Por outro lado, o mercantilismo e a ganância estão transformando as pessoas em máquinas. Em busca de lucro desenfreado, as pessoas trabalham dia e noite, não separam tempo necessário para ir à igreja e para se congregarem com os irmãos. A natureza, criação de Deus, também tem sido desrespeitada (Ne. 10.31). Alguns crentes se utilizam de passagens descontextualizadas das Escrituras para propagarem a destruição ao meio ambiente. Aguardamos a volta do Senhor a qualquer momento, e essa é a bendita esperança da igreja, mas não sabemos quando ela acontecerá (I Ts. 4.13-17). Por isso, sejamos mordomos da criação de Deus, estejamos envolvidos no processo de redenção da natureza, que geme (Rm. 8.22). Em meio a essa sociedade controlada pelo lucro e o dinheiro, não podemos nos deixar conduzir pela lógica de Mamon (Mt. 6.24). Aprendamos, pois a exercer a generosidade (II Co. 8.4; 9.13; I Tm. 6.18), as dívidas não podem continuar, para sempre, sendo um jugo sobre as pessoas (Ne. 10.31), ainda que o cristão deva ser prudente ao contrair dívidas, ser parcimonioso em suas compras (Rm. 13.8). Não esqueçamos de contribuir para o desenvolvimento da obra do Senhor, a casa de Deus precisa ser mantida (Ne. 10.32-39), para isso servem os dízimos e as ofertas (Ml. 3.10).


CONCLUSÃO



A crise evangélica se revela no descaso em relação à Palavra de Deus. Precisamos resgatar o compromisso com a Bíblia, necessitamos de uma liderança firme, que não faça concessões ao pecado e que não se distancie dos princípios da Sagrada Escritura. Os crentes também devam ser admoestados a abandonarem seus pecados, a viverem em santificação para Deus. A “graça barata”, para usar uma expressão de Bonhoeffer, está formando uma geração de “crentes baratos”, que não mais carregam a cruz do discipulado, e que não levam a sério a radicalidade do cristianismo (Mt. 16.24).

Fonte:ebdweb












segunda-feira, 7 de novembro de 2011

ARREPENDIMENTO, A BASE PARA O CONCERTO


Texto Básico:9:1-36



“...e se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face, e se converter dos seus maus caminhos, então, eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra"(2Cr 7:14).




INTRODUÇÃO


A leitura e o ensino da Palavra de Deus trouxe um profundo arrependimento ao povo de Israel por causa de seus pecados. Isso resultou num verdadeiro avivamento àquela nação. Esse avivamento não se limitou aos cânticos e às celebrações, mas gerou contrição e sinceras confissões dos pecados. Eles reconheceram que pecaram contra o Senhor, desprezando sua Palavra, e que foram exilados como consequência de seus próprios atos. Mas que também, Deus estava ofertando-lhes uma nova chance, um tempo de arrependimento para que fossem restaurados. O povo precisava arrepender-se, e o avivamento trazido pela exposição da Palavra conduziu ao verdadeiro arrependimento, que foi a base de um novo concerto.

I. OS RESULTADOS DE UM GENUÍNO AVIVAMENTO


1. Arrependimento e confissão de pecados(Ne 9:1). Deus sempre alertou o povo de Israel acerca da maldição causada pela desobediência. Mas o povo não atentou para o que Deus disse, e sofreu as consequências do pecado da desobediência. A dispersão e o cativeiro foram juízos de Deus contra o Seu povo por causa do pecado. O pecado sempre atrai juízo, derrota, dispersão. Mas Deus é compassivo. Ele é o Deus de toda graça, aquele que restaura o caído e não rejeita o coração quebrantado. Neemias sabia que se o povo se arrependesse, viria um tempo novo de restauração e refrigério. Isto aconteceu. O povo, ao ouvir e entender a Palavra de Deus, chorou pelos pecados cometidos (8:9). Isso e um sinal claro de arrependimento. Arrependimento começa com choro, humilhação e quebrantamento diante de Deus (2Cr 7:14). Aliás, arrependimento é a tristeza profunda e suficiente para não repetir o erro.

Hoje vemos muita adesão e pouca conversão, muito ajuntamento e pouco quebrantamento. Estranhamente, vemos a pregação da fé sem o arrependimento e da salvação sem a conversão. O pragmatismo com a sua numerolatria está em voga hoje. Muitos pregadores abandonaram a pregação bíblica para alcançar um número maior de pessoas. Pregam o que o povo quer ouvir e não o que ele precisa ouvir. Pregam sobre cura e prosperidade e não sobre salvação. Pregam para agradar e não para conduzir ao arrependimento. Desta forma, multidões estão entrando para a igreja sem conversão. A Palavra de Deus tem sido deixada de lado para atrair as pessoas e isso é um mal.

2. Sinais do verdadeiro arrependimento. O verdadeiro arrependimento implica na mudança de atitude e conduta daquele que pecou. A orientação amorosa do Senhor Jesus é: “vai-te e não peques mais” (João 8:11). Deus restaura o pecador que verdadeiramente se arrepende e muda de atitude.

Vimos no capítulo 8 de Neemias[Aula 06] que o povo se reuniu para ouvir a Palavra. A leitura, a explicação e a aplicação da Palavra trouxeram choro pelo pecado (8:9). Este é um dos efeitos da Palavra de Deus no coração daqueles que a ouvem; ela produz quebrantamento, arrependimento e choro pelo pecado. Quanto mais você lê e entende a Palavra de Deus, mais perto de Deus você fica; logo, mais consciência você tem de que é pecador e mais chora pelo pecado. O emocionalismo é inútil, mas a emoção produzida pelo entendimento é parte essencial do cristianismo. É impossível compreender a verdade sem ser tocado por ela.

Não podemos adorar o Rei da glória antes de contemplarmos a triste realidade do nosso pecado. Observe que o choro do povo não foi mero remorso, pois as atitudes e gestos que eles demonstraram pregam um sincero arrependimento; o povo jejuou e cobriu-se com pano de saco. Esses são sinais de contrição, arrependimento e profundo quebrantamento. O povo reconheceu o seu pecado.

O verdadeiro arrependimento resulta em mudança de vida. Veja o exemplo do Filho Pródigo. Ele, distante do pai, sem dinheiro ou condições dignas de, inclusive, se alimentar reconheceu seu pecado e resolveu voltar. Confessou suas transgressões ao pai e pediu-lhe perdão. O importante, porém, foi que a oração o levou à ação. Ele foi, fez tudo o que havia proposto e alcançou misericórdia (Lc 15:11-24). O povo de Israel também demonstrou com atos sinceros e profundos o arrependimento, vindo da alma.

3. Apartaram-se dos povos idólatras - “E a geração de Israel se apartou de todos os estranhos”(9:2a). Um dos sintomas mais sérios de que o avivamento estava chegando entre o povo de Deus é que eles foram desafiados a afastarem-se dos povos estranhos. Arrependimento sincero envolve obediência! O povo toma a decisão de deixar todos aqueles que não eram da linhagem de Israel para se consagrar ao Senhor. Aqueles que não havia se convertido ao judaísmo não participariam dessa reunião. Eles não tinham a mesma fé e o mesmo Deus. Não há comunhão fora da verdade. O problema aqui não é racial, mas teológico (10:28). Unir-se aos outros povos era transigir com a fé, era aceitar o sincretismo, era uma espécie de ecumenismo. Em 1Co 10:14-22, Paulo ataca com vigor a tese da união entre todas as religiões; ele resiste fortemente ao ecumenismo universalista. O pensamento de que toda religião é boa e todo caminho leva a Deus está em completo descompasso com a Escritura. Não há comunhão verdadeira fora da verdade. “Não há comunhão entre a luz e as trevas” (2Co 6:14; João 3:19-21).

Para que fique claro o propósito de Deus em relação às outras nações, devemos entender que Israel foi chamado para ser uma nação santa, ou seja, separada para Deus. Mas como ser separado em um mundo decaído? Em primeiro lugar, nunca se afastando da Palavra de Deus e de sua prática. Em segundo lugar, influenciando pelo testemunho as pessoas que estão à nossa volta. A influência do testemunho do povo de Israel deveria ser um grande exemplo, mas como eles se afastaram de Deus, foram influenciados pelas práticas e cultos daqueles que os cercavam. Israel misturou-se com esses povos, e foi influenciado por eles. O povo não apenas se esqueceu da lei de Deus, como adotou diversos costumes das nações à sua volta, e entre esses costumes, contrair casamentos não permitidos pela Lei de Moisés. O rei Acabe casou-se com Jezabel, uma estrangeira, e ela o conduziu à idolatria, matando profetas do Senhor e mergulhando Israel numa grave rebeldia contra Deus, além de praticar diversas injustiças contra a sociedade de Israel. Salomão casou-se com muitas mulheres estrangeiras, que trouxeram seus deuses para o casamento e perverteram o coração do homem tido como mais sábio do Antigo Testamento. Esses são alguns dos exemplos que a Bíblia traz sobre não haver uniões entre ímpios e servos de Deus. Deus foi favorável ao término daquelas uniões ilícitas, pois foram frutos da desobediência e desprezo à Palavra de Deus. Esse exemplo nos mostra o quanto Deus espera que mantenhamos a obediência aos seus preceitos. Que busquemos uniões que o agradem, entre pessoas tementes a Deus. Uma união sem a bênção de Deus costuma trazer problemas terríveis para a vida espiritual daquele que pertence ao Senhor. [1]

O apóstolo Paulo foi enfático: “Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas?”(6:14). A expressão “jugo desigual” contém a ideia de alguém estar num jugo desnivelado. Assim como água e óleo não se misturam, a comunhão dos santos com os infiéis equivale a um jugo desigual. Aprofundar a comunhão com pessoas descompromissadas com o Evangelho de Jesus Cristo é abrir brechas para Satanás. A associação entre o cristão e o incrédulo deve ser o mínimo necessário à conveniência social ou econômica. Leia e medite no Salmo 1. O crente, portanto, não deve ter comunhão ou amizade íntima com incrédulos, porque tais relacionamentos corrompem sua comunhão com Cristo.

II. A LEI DO SENHOR E REMINISCÊNCIA


1. Valorizando a Lei do Senhor - “E, levantando-se no seu posto, leram no livro da Lei do Senhor, seu Deus, uma quarta parte do dia…”(Ne 9:3a). A Bíblia era o anseio do povo. Eles se reuniram como um só homem (8:1), com os ouvidos atentos (8:3), reverentes (8:6), chorando (8:9) e alegrando (8:12) e prontos a obedecer (8:17). Eles valorizaram sobremodo a Palavra de Deus; foram seis horas de ensino; e todos a ouviram atentamente; ninguém deixou o lugar onde estava sendo realizada a leitura da Lei do Senhor.

O Salmo 119 nos revela de forma sublime o valor da Palavra de Deus e a necessidade que temos de colocá-la como nosso guia, como a lâmpada para nossos pés, como luz para o nosso caminho, como a preciosa jóia que devemos esconder em nossos corações para não pecarmos contra o Senhor. Esta Palavra que temos prazer em estudar em cada Escola Bíblica Dominical; esta Palavra que temos a graça divina de ouvir, meditar e seguir; este tesouro que o Senhor nos dá de dia e de noite; deve ser cada vez mais valorizada em nosso meio, pois num mundo onde os fundamentos se transtornam, onde não há mais absolutos, verdades ou certezas, somente aqueles que conhecem e praticam a Palavra de Deus poderão ter esperança, a esperança de um novo céu e uma nova terra onde habitam a justiça.

2. A confissão dos pecados. A confissão dos pecados é o maior sinal do arrependimento (Pv 28:13); é o caminho para o reavivamento. Logo após a Festa dos Tabernáculos, isto é, no vigésimo quarto dia desse movimentado mês, o povo retornou, provavelmente a convite de Esdras, para passar um dia em jejum e oração, e em um profundo exame da alma. Em jejum e lamentação, leram as Escrituras por três horas; e, em seguida, fizeram confissão e adoração por três horas.

Não podemos ter por hábito apenas dizer para Deus o que fizemos como se lêssemos para Deus uma lista de nossas infelizes decisões e atos. Mais que enumerar pecados, Deus espera que concordemos com Ele que erramos e que precisamos do seu perdão. E o povo de Israel, naquela ocasião, reconheceu os seus erros e confessou os seus pecados: “… fizeram confissão; e adoraram o Senhor, seu Deus”(Ne 9:3b). Alguém disse que “enquanto a verdade condena, a verdade e a graça juntas restauram o pecador”.

Qual é a garantia de que a confissão é importante para Deus? A própria Palavra de Deus. Ela garante que a confissão é premiada com a misericórdia - “O que encobre as suas transgressões nunca prosperará; mas o que as confessa e deixa alcançará misericórdia” (Pv 28:13).

Deus sabe que estamos sujeitos às leis deste mundo, mais exige que pautemos uma vida dentro dos padrões estabelecidos por Ele. E quando nos afastamos desse padrão, Ele espera que admitamos nossa falha e retornemos para Ele por meio da confissão. Todos nós conhecemos o texto áureo da confissão: “Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (1João 1:9).

Pecado é a transgressão deliberada e consciente das leis estabelecidas por Deus. O pecado afronta o caráter de Deus e a sua santidade. O pecado nos afasta de Deus(Is 59:2). Quando se peca, é somente através da oração que se chega a Deus para confessar as culpas, pedir-lhe o seu perdão e demonstrar profundo arrependimento. A oração que Davi fez, logo após ser confrontado pelo profeta Natã a respeito de seu adultério (com Bate-Seba) seguido de assassinato (de Urias), é um exemplo do que se deve fazer ao pecar, a fim de alcançar misericórdia diante de Deus(vide Salmo 51).

3. Relembrando a história do seu povo(Ne 9:4-38). Depois da confissão dos pecados, sob a liderança dos levitas(9:5), talvez com Esdras como seu principal porta-voz, eles relataram detalhadamente, as muitas ocasiões, através de toda a história de sua nação, durante as quais Deus providencialmente cuidou deles. Eles reconheceram que, apesar de sua rebeldia e dos muitos atos de desobediência, o Senhor havia sido extremamente misericordioso. Admitiram, livremente, que sua atual aflição se devia a seus próprios pecados e aos de seus antepassados. Foi somente pela grande misericórdia de Deus que eles não foram completamente destruídos(9:31).

Essa reminiscência da historia de Israel, exarada em Neemias 9:4-38, contém uma das orações mais longas da Bíblia. Ela pode ser esboçada da seguinte forma: a criação (9:6); o chamado de Abraão e a aliança que Deus fez com ele (9:7,8); o êxodo do Egito(9:9-12); a entrega da lei no monte Sinai(9:13,14); a providencia divina durante a jornada pelo deserto(9:15); as repetidas rebeliões do povo no deserto, em contraste com a imutável bondade de Deus(9:16-21); a conquista de Canaã(9:22-25); a era dos juizes(9:26-28); a falta de atenção às advertências, resultando no cativeiro(9:29-31); os apelos por perdão e libertação das consequências do cativeiro(9:32-37) e o desejo do povo de estabelecer aliança com Deus(9:38). Este versículo é, de várias maneiras, a parte mais importante da oração. Os judeus perceberam que o problema eram eles, não o Senhor. Com base nisso, se dispuseram a fazer um novo concerto com o Senhor.

Todos os acontecimentos são observados do ponto de vista de Deus. A fidelidade do Senhor é reconhecida através da história, e sua misericórdia e graça são reconhecidas como o único fundamento no qual Israel pode se firmar.

III. A GRANDE MISERICÓRDIA DE DEUS

“As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos; porque as suas misericórdias não têm fim“(Lm 3:22).

“Ao Senhor, nosso Deus, pertencem a misericórdia e o perdão“(Dn 9:9).

“O Senhor é bom para todos, e as suas misericórdias estão sobre todas as suas obras”(Sl 145:9).

“Embora entristeça a alguém, contudo terá compaixão segundo a grandeza da sua misericórdia“(Lm 3:32).

1. “Deus clemente e misericordioso”(Ne 9:31). Israel foi devastado em épocas de intensa rebelião e pecado. Contudo, quando o povo se arrependia e se voltava para Deus, Ele o livrava. Deus não limita o número de vezes que podemos ir a Ele para obter misericórdia. No entanto, devemos reconhecer nossa necessidade e pedir-lhe ajuda. Este milagre da graça deve nos inspirar a dizer: Tu “és um Deus clemente e misericordioso!”.

Não estamos imunes ao pecado em um mundo decaído. Não podemos dizer que jamais pecaremos, ou que ficaremos o tempo todo em vigilância. Mas podemos ter certeza de que Deus, em sua grande misericórdia, aceitará o pecador arrependido e o restaurará à comunhão perdida.

2. A súplica de Israel. Os israelitas, já arrependidos de seus pecados e prestes a firmar o “concerto” com o Senhor, suplicaram pelo perdão e libertação das consequências do cativeiro (9:32-37). Eles encontravam-se numa situação estranha de serem escravos em sua própria terra, tendo que entregar uma parte de seus recursos, todo ano, a um domínio estrangeiro. Que situação irônica, uma vez que Deus lhes havia dado a terra. Eles suplicaram, portanto, ao Senhor para que Ele não os abandonasse (9:34,35).

A oração é o modo pelo qual o homem fala com Deus e coloca diante dEle suas alegrias, tristezas, necessidades, anseios, enfim, tudo o que aflige sua alma.

3. Um firme Concerto. Depois de anos de decadência e exílio, o povo uma vez mais levou a sério sua responsabilidade de seguir a Deus e praticar suas leis com sinceridade. Após narração detalhada das muitas ocasiões ocorridas com Israel ao longo de sua história (9:4-38), o povo, cheio de humildade, e sem implorar qualquer alívio de sua aflição, prometeu estabelecer um “concerto” de lealdade e obediência para as épocas vindouras. Era através desses remanescentes de Israel que o Messias, o Salvador do mundo, chegaria. Vemos, portanto, como foi importante que, depois de um longo período, acontecesse uma completa reconciliação entre Deus e o povo que Ele havia escolhido, apesar de toda a rebeldia e de todos os pecados praticados por esse povo.

Neemias e Esdras, de acordo com as palavras de Ezequiel, estiveram “tapando o muro“(Ez 22:30), ao trazerem a nação de volta para Deus e ao assegurarem a continuidade do movimento redentor. Isso tudo aconteceu em um momento em que, sob um ponto de vista exclusivamente humano, toda esperança de um reavivamento espiritual e nacional da nação de Israel parecia totalmente perdida.

Esse “firme concerto” foi feito com base na Palavra e para guardarem a Palavra (Ne 10:30-38). O compromisso era para andar, guardar e cumprir os mandamentos, juízos e estatutos da Palavra. Além dos líderes, homens, mulheres e crianças assumiram o compromisso de andar com Deus e de obedecer à Sua Palavra. Fica completamente claro que todos, até mesmo as crianças menores que podiam compreender (8:12; 10:28), participaram desse juramento.

Possivelmente, um dos mais graves problemas da Igreja contemporânea não seja falta de conhecimento, mas de obediência. Muitos dizem crer na Bíblia, mas não obedecem aos seus ensinos. A autoridade da Bíblia tem sido atacada por “amigos” de dentro da Igreja e inimigos de fora.

Os grandes avivamentos surgiram quando o povo entrou em aliança com Deus para O buscar, O conhecer e O obedecer. Vivemos hoje uma espiritualidade centrada no homem e no que podemos receber de Deus. Não é mais o homem quem está a serviço de Deus, mas Deus é quem está a serviço do homem. Não é mais a vontade de Deus que deve ser feita na terra como no céu, mas a vontade do homem que deve ser imperativa no céu. Precisamos voltar-nos para Deus por causa de Deus e não apenas por causa de Suas bênçãos. Deus é melhor do que Suas bênçãos, o doador é mais importante do que a dádiva.

CONCLUSÃO


Nosso misericordioso Senhor está pronto a acolher de volta aqueles que O abandonaram e que pecaram contra a Sua Palavra, tão logo se arrependam. Ao mesmo tempo, Ele é paciente e longânimo com as faltas e fraquezas de seus filhos, sempre que a vontade manifesta deles for segui-lo sem reservas e obter vitória total contra o pecado, Satanás e o mundo

Fonte: ebdweb

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Corra para Vencer


Não sabeis vós que os que correm no estádio,

todos, na verdade, correm, mas um só leva o prêmio?

Correi de tal maneira que o alcanceis.

Todo atleta em tudo se domina; aqueles,

para alcançar uma coroa corruptível;

nós, porém, a incorruptível.

1 Coríntios 9.24-25.


Com que atitude estamos participando da corrida? Precisa¬mos correr com o objetivo de vencer! O diabo, porém, não quer que vençamos, pois sabe que se vencermos, poderemos transformar o mundo. Nossa vida será transformada e, conseqüentemente, muitas outras vidas também o serão. Se desenvolvermos ple-namente o nosso potencial, o efeito positivo disso se fará sentir não somente em nossa vida, como também na de outros, os quais, por sua vez, também irão desenvolver seu potencial e influenciar outras vidas, e assim por diante, num processo interminável.


Nesse texto, o apóstolo Paulo menciona dois aspectos de uma corrida que nos incomodam. O primeiro é que os que cor¬rem para vencer "em tudo se dominam". Ou seja, não podem se dar ao luxo de fazer tudo o que querem. Em segundo lugar, Paulo diz que eles "se submetem a um treinamento rigoroso" (NVI), isto é, levam uma vida equilibrada. Sem exceção, todas as áreas da vida deles estão sob controle.


Para alguns de nós, o ato de levar uma vida equilibrada pode ter alguns significados bem simples: ter horário adequado para se deitar e para se levantar, para não ficar exausto no dia seguinte; fazer faxina na casa mesmo que esteja sem vontade, etc. Esses exemplos retratam coisas práticas do cotidiano, porém revelam quão pouco controle temos sobre a nossa própria vida.


Hoje, no Corpo de Cristo, há muitas pessoas que tentam expulsar demônios, mas nunca sequer conseguiram "enfrentar" uma pia cheia de louça suja!


Segundo a Bíblia, o líder tem de estar com a própria casa (ou vida) em 1 ordem antes de tentar ajudar a colo¬car ordem na casa (ou na vida) de outros.15


Há muitas formas de alguém se preparar para tornar-se líder. Colocar a própria vida em ordem é uma delas. Algo que exige mudanças na conduta pessoal. Porém, com a ajuda de Deus, trabalho árduo e determi¬nação, conseguiremos abandonar ve-lhos hábitos que nos prejudicam e nos impedem de desenvolver novos hábitos — hábitos saudáveis que irão nos ajudar a progredir no desenvolvimento do nosso potencial e a alcançar nossos alvos.


O potencial é um tesouro de valor inestimável, assim como o ouro. Como veremos adiante, temos ouro escondido em nosso interior, mas teremos de cavar para retirá-lo.






Fonte: A Formação de Líder - ( Joyce Meyer)













Tudo Começa com uma Semente




    A manifestação de nossos sonhos e visões dados por Deus não acontece da noite para o dia. Ela vai crescendo a partir de uma semente plantada por Deus em nosso coração. Devemos adubar essa semente e cuidar dela todos os dias, até que, gradualmente, ela brote e venha a dar fruto em nossa vida.




É semelhante à semente que foi plantada no útero da mulher no momento da concepção. O bebê não aparece imediatamente; há um período de desenvolvimento que dura nove meses.


Normalmente vemos que há padrões na forma como Deus faz as coisas, e Deus usa o padrão da gestação como referencial em muitas áreas de nossa vida. Ele começa com uma semente, que Ele mesmo planta em nós, seja na forma de um pensamento, um sonho ou um desejo. Para que a semente cresça e se desenvolva, devemos nutri-la e cuidar dela, observando-a e protegendo-a atentamente, pois o diabo é especialista em roubar sementes.. Então, se assim fizermos, um dia a semente germinará, florescerá e frutificará do modo como desejávamos.)


Foi isso a que Jesus se referiu quando disse que o diabo veio para "roubar, matar e destruir"." Jesus também disse que Satanás é mentiroso; é o pai da mentira.12 Assim, por meio do roubo e da mentira, ele impede a maior parte da raça humana de realizar muitas boas obras.


Temos o potencial, mas nem todos têm disposição de trabalhar com dedicação. Quando presenciamos um pianista de vinte anos num concerto tocando lindamente, deduzimos imediatamente que ele passou anos praticando enquanto seus amigos brincavam e se divertiam, como a maioria dos jovens faz. Talvez esse jovem pianista tenha perdido muitos momentos de diversão, mas, em compensação, usou esse tempo para desenvolver seu potencial. Assim, desenvolveu algo que lhe trará satisfação pelo resto da vida.


Muitos nunca experimentarão esse tipo de satisfação porque não querem pagar o preço. Preferem usufruir um divertimento instantâneo.


O que me preocupa é o fato de que muitos gastam seu tem¬po satisfazendo seus desejos carnais e, em conseqüência, acabam tornando-se vazios por dentro.


Quando desenvolvermos plenamente o nosso potencial, en¬tão desfrutaremos das realizações. É o único modo de desenvolvê-lo é persistindo nele, recusando-nos a desistir e jamais abandonando nosso objetivo.





Fonte: A Formação de um Líder ( Joyce Meer)

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

NEEMIAS LIDERA UM GENUÍNO AVIVAMENTO


Texto Básico: Neemias 8:1-18


“E Esdras, o sacerdote, trouxe a Lei perante a congregação […] E leu nela […] desde a alva até ao meio-dia, perante homens, e mulheres, e sábios; e os ouvidos de todo o povo estavam atentos ao livro da Lei“(Ne 8:2,3).



INTRODUÇÃO

    Os capítulos 8 a 10 de Neemias descrevem um dos maiores avivamentos do Antigo Testamento e apontam vários instrumentos fundamentais para um avivamento e renovação espirituais; são eles: a Palavra de Deus(8:1-8), a oração(8:6), a confissão de pecados(cap.9), um coração quebrantado e contrito(8:9), renúncia às práticas pecaminosas da sociedade contemporânea(9:2) e renovação do compromisso de andar segundo a vontade de Deus e de fazer da Palavra de Deus a nossa regra de fé e prática(10:29). Ressalte-se que não há possibilidade alguma de avivamento espiritual sem que se tenha o devido cuidado e a prioridade no ensino da Palavra de Deus. Os avivamentos ocorridos no Antigo e no Novo Testamento, bem como ao longo da história da Igreja, só tiveram resultados duradouros quando começaram e prosseguiram sob o ensino da Palavra de Deus.

Nesta aula, estudaremos o avivamento ocorrido em Israel sob a liderança de Neemias. Tal avivamento só foi possível porque houve o ensino e a compreensão da Lei do Deus Jeová. Aliás, a restauração da autoridade da Palavra de Deus sobre o povo foi a maior reforma que Neemias implementou em Jerusalém; sem essa restauração, Jerusalém seria absolutamente vulnerável.

Lamentavelmente, em nossos dias, vivemos a predominância de uma concepção sem qualquer base bíblica, qual seja, a de que avivamento se confunde com prevalência de manifestações sobrenaturais e que o crente avivado é aquele que participa de tais ambientes, onde pouco ou nenhum espaço é dado ao ensino da Palavra de Deus. No entanto, quando abrimos a Bíblia Sagrada, não vemos um só caso de avivamento que não esteja centrado, baseado, fundamentado no ensino das Escrituras. Portanto, Avivamento sem o ensino e a prática das Escrituras Sagradas é apenas movimento passageiro que não dá frutos.


I. O POVO SE AJUNTOU NA PRAÇA PARA OUVIR A LEITURA DA LEI

“E chegado o sétimo mês, e estando os filhos de Israel nas suas cidades, todo o povo se ajuntou como um só homem, na praça, diante da Porta das Águas; e disseram a Esdras, o escriba, que trouxesse o livro da Lei de Moisés, que o Senhor tinha ordenado a Israel“(Ne 8:1). O avivamento do povo de Israel teve inicio mediante um autêntico retorno à Palavra de Deus e um esforço decisivo para a compreensão da sua mensagem (Ne 8:8).

1. Reunidos para ouvir a Lei. Uma das principais evidências de um avivamento bíblico entre o povo de Deus é a grande fome de ouvir e ler a Palavra de Deus. No primeiro dia do sétimo mês, todo o povo se reuniu para uma convocação solene, a Festa das Trombetas (cf Lv 23:24,25), que simbolizava o ajuntamento de Israel dentre as nações gentílicas. Esdras subiu numa plataforma especialmente construída para a ocasião e, ao lado de treze levitas, leu por várias horas o que havia no Livro da Lei de Moisés. O povo demonstrou profundo respeito pela Palavra de Deus (ler 8:5,6), à medida que os levitas mencionados no versículo 7 do capitulo 8 forneciam explicações sobre o que estava sendo dito (Ne 8:8). Uma vez que o aramaico substituiu o hebraico após o cativeiro, era necessário explicar ao povo muitas palavras hebraicas presentes nas Escrituras.

Citando o rev. Hernandes Dias Lopes, o ajuntamento do povo para ouvir a Palavra de Deus naquela ocasião tem quatro características distintas que devem servir de modelo para a igreja contemporânea:

a) Foi espontâneo (8:1). Deus moveu o coração do povo para reunir-se para buscar a Palavra de Deus. Eles não se reuniram ao redor de qualquer outro interesse. Hoje o povo busca resultados e não a verdade; coisas materiais e não a Deus; benefícios pessoais e não a Palavra de Deus. Querem as bênçãos de Deus, mas não o Deus das bênçãos. Têm fome de prosperidade e sucesso, mas não têm fome da Palavra.

b) Foi coletivo (8:2,3). Todo o povo, homens e mulheres, reuniram-se para buscar a Palavra de Deus. Ninguém ficou de fora. Pobres e ricos, agricultores e nobres, homens e mulheres, jovens e crianças. Eles tinham um alvo em comum: buscar a Palavra de Deus. Precisamos ter vontade de nos reunir não apenas para ouvirmos cantores famosos ou pregadores conhecidos, mas reunirmo-nos para ouvir a Palavra de Deus. O centro do culto é a pregação da Palavra de Deus.

c) Foi harmonioso (8:1). “Todo o povo se ajuntou como um só homem” (8:1). Não havia apenas ajuntamento, mas comunhão. Não apenas estavam perto uns dos outros, mas eram unidos de alma. A união deles não era em torno de encontros sociais, mas em torno da Palavra de Deus.

d) Foi proposital (8:1): “[…] e disseram a Esdras, o escriba, que trouxesse o livro da lei de Moisés, que o Senhor tinha prescrito a Israel” (8:1). O propósito do povo era ouvir a Palavra de Deus. Eles tinham sede da Palavra. Eles tinham pressa de ouvir a Palavra. Não era qualquer novidade que os atraía, mas a Palavra de Deus.

Séculos depois desses acontecimentos e vivendo em culturas e línguas completamente deferentes, os pregadores e professores bíblicos de hoje tem uma tarefa muito maior para explicar as Escrituras Sagradas. Esse método de Esdras e dos levitas tem sido abençoado por Deus ao longo dos séculos e continua a ser um instrumento eficaz para levar os cristãos à maturidade espiritual. Pregações textuais e temáticas podem, com frequência, ser inspiradoras e úteis, porém seus benefícios espirituais não se comparam aos resultados alcançados por ministérios semelhantes ao de Esdras. Abençoados são os cristãos que tem o privilégio de ouvir pregações expositivas sobre as Escrituras.

2. O povo estava atento à leitura da Lei - “E leu nela, diante da praça, que está diante da Porta das Águas, desde a alva até ao meio-dia, perante homens, e mulheres, e entendidos; e os ouvidos de todo o povo estavam atentos ao livro da Lei“(Ne 8:3). De pé sobre um púlpito de madeira, durante sete dias, seis horas por dia, Esdras leu o livro da lei(8:3,18). O povo permaneceu desde a alva até ao meio-dia, sem sair do lugar (8:7), com os ouvidos atentos. Não havia dispersão, distração nem enfado. Eles estavam atentos não apenas ao pregador, mas sobretudo ao livro da lei. Não havia esnobismo nem tietagem, mas fome da Palavra. Eles queriam Pão do Céu, a Verdade de Deus. Só o Pão nutritivo da Verdade pode saciar a fome daqueles que anseiam por Deus.

3. O culto de doutrina. Nestes nossos dias, é de se notar um certo “fastio” ou cansaço da congregação concernente à forma com que alguns líderes expõem a Palavra de Deus. Em muitos santuários, há líderes que apresentam a Palavra de Deus sem o devido preparo, sem se preocuparem em estudar de forma correta as Escrituras e sem aplicá-la à vida de seus ouvintes. O resultado desse descaso por parte desses líderes é a baixa assiduidade aos cultos de doutrina e ensino, onde deveria a igreja estar reunida para aprender a Palavra de Deus. Esses líderes responsabilizam o povo como que se este fosse o vilão que despreza a Palavra, mas na verdade, tais líderes é que deixaram de apresentar a Palavra de Deus como Palavra que transforma o ser humano. Quando a Palavra é ministrada e ensinada com unção, o povo não sente “fastio” dela, pois Deus sempre tem algo novo a nos trazer por meio das Escrituras. Em Neemias lemos que os líderes leram a Lei de Deus, explicaram o sentido dela e à medida que era lida, era entendida (Ne 8:8). O que faz diferença em nossa vida é o que aprendemos.


II. O ENSINO BÍBLICO

Ensinar é explicar o texto. A mensagem é baseada na exegese, ou seja, tirar do texto, o que está no texto. Não podemos impor ao texto nossas idéias; isso é eisegese.

O avivamento liderado por Neemias e Esdras foi marcado por oração e adoração, mas principalmente pelo ensino da Palavra de Deus. O livro da Lei foi lido e explicado, de forma que o avivamento chegou. Desde o Antigo Testamento, sempre vemos que os momentos de avivamento do povo de Deus são caracterizados por uma busca da lei do Senhor, por uma renovação no interesse e na observância das Escrituras. Todo e qualquer movimento que menosprezar a Palavra de Deus, que não der espaço ao estudo e ao ensino da Palavra, não é um verdadeiro avivamento espiritual, mas um movimento místico, que se misturará facilmente com manifestações sobrenaturais de procedência maligna.

Infelizmente, vivemos dias difíceis, dias em que muitos dentre os crentes se dizem ser, como nos afirmam as Escrituras, terão comichões nos ouvidos e não sofrerão mais a sã doutrina (2Tm 4:3), ou seja, não quererão se dobrar aos ensinos da Palavra de Deus e o distorcerão, a fim de poderem praticar os seus pecados, construindo para si doutores que justifiquem seus pecados e iniquidades. São dias difíceis, mas nós, que conhecemos a Palavra, que fomos ensinados na boa doutrina, sabendo que estas coisas iriam mesmo acontecer, só devemos ser cautelosos e, sobretudo, submissos aos ensinos do Senhor, pois a doutrina é essencial à vida cristã. As Escrituras devem guiar a Igreja, sempre! A primeira tentação do diabo no Éden não foi sobre sexo ou dinheiro, mas suscitar dúvidas acerca da Palavra de Deus.

1. Homens preparados para o ensino - “E Jesua, e Bani, e Serebias, e Jamim, e Acube, e Sabetai, e Hodias, e Maaséias, e Quelita, e Azarias, e Jozabade, e Hanã, e Pelaías, e os levitas ensinavam ao povo na Lei; e o povo estava no seu posto“(Ne 8:7).

Vemos aqui neste versículo que Neemias e Esdras designaram instrutores para ensinar a Palavra de Deus em todas as cidades de Judá. Até os levitas que serviam no Templo foram envolvidos neste mister (11:1). Estes líderes tinham plena consciência de que a base do avivamento espiritual é o ensino da Palavra de Deus e a sua obediência.

Para cumprir a tarefa do ensino da Palavra, é preciso, em primeiro lugar, que a Igreja se veja dotada de homens e mulheres preparados para ensinar. Um dos grandes problemas que temos visto nas igrejas locais da atualidade é o despreparo das pessoas para ensinarem a Palavra de Deus. Quando falamos em preparo, não estamos nos referindo à escolaridade ou ao conhecimento secular de alguém, mas, sobretudo, ao seu conhecimento bíblico, à sua capacidade de manejar bem a Palavra da Verdade (1Tm 2:15).

Atualmente temos visto que, à medida que a escolaridade nas igrejas evangélicas sobe o conhecimento bíblico decresce. É válido ressaltar que décadas passadas, grande parte dos obreiros das Assembléias de Deus era composta de pessoas iletradas, semi-alfabetizados, mas tinham profundo conhecimento bíblico; atualmente, estamos repletos de obreiros dotados de diplomas universitários, mas que, biblicamente, são completamente analfabetos. O que é isto? É falta de estudo da Palavra de Deus!

O descaso com as Escolas Bíblicas Dominicais por parte de muitos pastores e dirigentes de igrejas locais, eles próprios eternos ausentes destas reuniões, leva, muitas vezes, à entrega das classes a pessoas despreparadas, que mal sabem para si, que dirá para os outros. Estamos muito longe do modelo bíblico, em que os apóstolos, apesar de serem os principais nomes da igreja, tomavam para si a responsabilidade do ensino da Palavra(cf At 6:2,4), ensino este que era prioritário, tanto que a primeira coisa que Lucas faz notar na igreja primitiva é de que eles “perseveravam na doutrina dos apóstolos” (At 2:42).

2. O líder deve ser apto para ensinar. Entre os crentes sempre há a necessidade de ensino e esta oportunidade não deve de forma alguma ser negligenciada pelo líder; ele deve procurar aproveitá-la ao máximo possível. O apóstolo Paulo escrevendo a Timóteo afirma que o verdadeiro líder deve estar apto para ensinar (1Tm 3:2). Ele deve ensinar a outros e treinar líderes (Tt 1:9). Neemias 8:13 indica que depois do trabalho de massas do dia anterior, Esdras promove uma oficina intensiva de estudo da Palavra para os líderes.

A maior necessidade da igreja é de homens que conheçam, vivam e ensinem a Palavra de Deus com aptidão. O ensino da Palavra de Deus é a tarefa mais importante que existe no mundo. As pessoas não buscam alguém para lhes contar bonitas experiências, mas procuram um fiel e apto expositor das Escrituras.

3. A Bíblia é a Palavra de Deus. Esta é a definição canônica mais curta da Bíblia. Tudo o que Deus tem preparado para o homem, bem como o que Ele requer do homem, e tudo o que o homem precisa saber espiritualmente da parte dEle quanto a sua redenção e felicidade eterna, está revelado na Bíblia. Tudo o que o homem tem a fazer é tomar a Palavra de Deus e apropriar-se dela pela fé.

Todos os cristãos genuínos reconhecem que a Bíblia é a Palavra de Deus porque ela mesma, diversas vezes, o afirma. “Assim diz o Senhor”, por exemplo, é uma expressão que aparece dezenas de vezes no Antigo Testamento. E mais, o cumprimento exato de tudo quanto nela está desde os primórdios da história da humanidade é a prova irrefutável de que ela é, sem sombra de dúvida, a Palavra de Deus, a revelação de Deus aos homens. Muitos têm tentado, ao longo dos séculos, levantar-se contra o divino Livro, mas todos têm fracassado em seu intento de calá-lo ou desacreditá-lo, precisamente porque não se trata de uma obra feita pela mente, vontade ou imaginação humana, mas tem sua origem, sua concepção e o zelo pelo seu cumprimento diretamente em Deus.

Podemos afirmar que a Bíblia é a Palavra de Deus entre outros motivos, porque: (1) A própria Bíblia faz menção da sua inspiração; (2) O Espírito Santo testifica em nosso íntimo que ela é a Palavra de Deus; (3) Nenhum outro livro apresenta tantos testemunhos a respeito da transformação de uma pessoa; muitas conversões foram feitas por meio da leitura da Bíblia, demonstrando o poder da Palavra; (4) A unidade da Bíblia: seus sessenta e seis livros apresentam a pessoa de Jesus Cristo; o Antigo Testamento falava da vinda do Messias e as suas profecias se cumpriram no Novo Testamento; o próprio Jesus destacou ser Ele o tema do Antigo Testamento (Mt 5:17; Lc 24:27:44; João 5:39; Hb 10:7).

Certas características escritas na Bíblia a levaram ser considerada o “Livro de Deus”:

* Ela é pura -”Toda palavra de Deus é pura; ele é escudo para os que nele confiam.” (Pv 30:5).

* Ela é valiosa - “Aceitai o meu ensino, e não a prata, e o conhecimento, antes do que o ouro escolhido. Porque melhor é a sabedoria do que jóias, e de tudo o que se deseja nada se pode comparar com ela.”(Pv 8:10-11).

* Ela é a verdade - “As tuas palavras são em tudo verdade desde o princípio, e cada um dos teus justos juízos dura para sempre“(Sl 119:160).

* Ela é eterna - “Para sempre, ó Senhor, está firmada a tua palavra no céu” (Sl 119:89).

* Ela é imutável - “A palavra do Senhor, porém, permanece eternamente. Ora, esta é a palavra que vos foi evangelizada“(1 Pe 1:25).

* Ela é profética - “porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens santos falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo“(2 Pe 1:21).

* Ela é perfeita e fiel - “A lei do Senhor é perfeita e restaura a alma; o testemunho do Senhor é fiel e dá sabedoria aos simples” (Sl 19:07).

* Ela é Lâmpada - “Lâmpada para os meus pés é a Tua Palavra e Luz para o meu caminho“(Sl 119:105).

Se a Bíblia não fosse a inspirada Palavra de Deus, por que tantas pessoas arriscaram suas vidas, para preservar as Escrituras? Por que Deus levantou inúmeras pessoas para traduzir a Bíblia e esses servos não se importaram de sacrificar suas vidas para que a Palavra fosse conhecida? Eles tinham plena confiança de que valia a pena dar sua vida por um livro, não por um livro qualquer, mas pela inspirada e inerrante Palavra de Deus! Nenhum livro fala ao coração humano como este!


III. O ENTENDIMENTO DA PALAVRA GEROU O AVIVAMENTO

“Então, todo o povo se foi a comer, e a beber, e a enviar porções, e a fazer grandes festas, porque entenderam as palavras que lhes fizeram saber“(Ne 8:12).

Por meio de Esdras e dos levitas, vemos o que deve acontecer sempre que a Palavra de Deus for ministrada aos fieis. Muitos dos que voltaram do exílio, já não entendiam o hebraico, uma vez que o seu idioma era agora o aramaico. Por isso, quando as Escrituras eram lidas em hebraico, um grupo de homens dedicados fazia a interpretação para o aramaico, de tal maneira que os fiéis pudessem compreendê-las e aplicá-las à sua vida. Deste modo, o povo se regozijou “porque entenderam as palavras que lhes fizeram saber“(8:12). A explicação era lógica, para que todos entendessem. O reavivamento não foi um apelo às emoções, mas um apelo ao entendimento.

CONCLUSÃO

Concluindo esta aula afirmamos que não há avivamento autêntico e genuíno sem que se recorra às Escrituras. Qualquer movimento espiritual que dispense o estudo das Escrituras, que dispense a meditação na Palavra do Senhor, que se faça de reuniões onde há muita oração, muito louvor, muito sobrenaturalismo, muito “reteté” e nenhuma ou pouquíssima exposição da Palavra de Deus é algo que não tem origem em Deus e que não pode produzir vida espiritual alguma. Para que tenhamos um verdadeiro avivamento, para que nos santifiquemos e nos tornemos fortes espiritualmente, é mister que sejamos iluminados e a única luz que existe é a Palavra de Deus (Sl 119:105). Portanto, se quisermos igrejas avivadas, comecemos pela Palavra de Deus. Sem ela, não pode haver avivamento.

FONTE: EBDWEB