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terça-feira, 8 de maio de 2012

SARDES, A GREJA MORTA


Texto Básico:Ap 3:1-6

“Desperta, ó tu que dormes, e levanta-te dentre os mortos, e Cristo te esclarecerá” (Ef 5:14).

INTRODUÇÃO

Conforme o texto sagrado (Ap 3:1-6), a Igreja em Sardes estava morta espiritualmente. Aos olhos das pessoas apresentava um perfil ortodoxo, a sua aparência exterior era impecável. É possível uma igreja ser ortodoxa e, ao mesmo tempo, estar árida como um deserto. A ortodoxia morta mata. Externamente está tudo bem, mas a motivação está errada. Crentes ortodoxos, mas secos como um poste. Crentes que conhecem a Bíblia, mas perderam o encanto com Jesus. Crentes que conhecem teologia, mas a verdade já não mais os comove. A situação espiritual da igreja em Sardes podia muito bem se enquadrar naquilo que Jesus definiu aos escribas e fariseus: “Pois que sois semelhantes aos sepulcros caia­dos, que por fora realmente parecem formosos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda imundícia” (Mt 23:27). Há igrejas, hoje, cuja aparência é bela e cujo desempenho aos olhos humanos é formidável, mas elas não passam no crivo de Jesus. Precisamos nos acautelar, pois nem tudo que é belo aos olhos dos homens é aceitável diante de Deus. Nem tudo que impressiona os homens é agradável a Deus. O homem vê a aparência; e Deus, o coração. O homem se contenta com o exterior, Deus requer a verdade no íntimo.

I. A IGREJA EM SARDES


1. A cidade de Sardes. O nome Sardes significa: os que estão escapando ou renovação. Segundo o Novo Dicionário da Bíblia - Edição Nova Vida -, Sardes foi “uma cidade da província romana da Ásia, a oeste do que atualmente é a Turquia Asiática. Era capital do antigo reino da Lídia, o maior dos poderes estrangeiros que os gregos encontraram durante sua primitiva colonização da Ásia Menor. Sua antiga prosperidade, especialmente sob Croeso, tornou-se lendária por causa de sua riqueza; essa riqueza se derivava em parte do ouro de aluvião do Pactolos, um ribeiro que atravessava a cidade. A cidade original era uma cidadela-fortaleza quase inexpugnável, elevando-se bem acima do largo vale do Hermo, e quase inteiramente cercada por penhascos cortados de precipícios compostos de rochas traiçoeiramente frouxas. Sua posição como centro da supremacia lídia, sob Croeso, terminou abruptamente quando Ciro, rei da Pérsia, cercou a cidade e conquistou a cidadela (549 a.C.), aparentemente escalando os penhascos e entrando em um ponto fracamente defendido sob proteção da escuridão. As mesmas táticas levaram novamente à queda da cidade em 214 a.C., quando foi capturada por Antíoco, o Grande. Embora a mesma ficasse numa importante rota comercial, no vale do Hermo, sob o domínio romano jamais recuperou a espetacular proeminência que havia tido em séculos anteriores. Em 26 d.C., seu pedido de ser-lhe dada a honra de servir de sede de um templo imperial foi rejeitado em favor de sua rival, Esmirna”. Ainda segundo o Novo Dicionário da Bíblia, a carta ao anjo da igreja em Sardes(Ap 3:1-6) sugere que a primeira comunidade cristã ali existente estava embuída do mesmo espírito da cidade, repousando em sua reputação passada mas sem qualquer grande realização no presente, e falhando, conforme a cidade falhara por duas vezes, por não aprender do passado, e por não ter atitude de vigilância. O símbolo das ‘vestiduras’ pode em parte ser uma alusão ao comércio principal da cidade, que era o fabrico de vestes de lã e a tinturaria. No ano 17 d.C. Sardes foi parcialmente destruída por um terremoto e reconstruída pelo imperador Tibério. A cidade tornou-se famosa pelo alto grau de imoralidade que a invadiu e a decadência que a dominou. Atualmente existe apenas uma pequena vila (Sarte) perto do sítio da antiga cidade.

2. A igreja em Sardes. Provavelmente, assim como em Éfeso, a fundação da igreja em Sardes teve grande influência das viagens missionárias do apóstolo Paulo e, principalmente, de sua forte dedicação ao ensino da Palavra por espaço de dois anos, quando esteve em Éfeso, “de tal maneira que todos os que habitavam na Ásia ouviram a Palavra do Senhor Jesus, assim judeus como gregos”(At 19:10). Sardes era uma igreja aparentemente ativa. Dona de um grande nome e famosa, mas não tinha vida. Tinha desempenho, mas não integridade. Tinha obras, mas não dignidade. Tinha todas as características de um ministério dinâmico, mas estava morta (Ap 3:1). Além disso, havia gente no Centro de Terapia Intensiva (CTI), à beira da morte espiritual - “… o restante que estava para morrer…” (Ap 3.2). A vitalidade dessa igreja se fora. Sua pulsação espiritual cessara. Aos olhos dos homens, era uma igreja entusiasmada, mas, aos olhos de Cristo, estava em estado de coma espiritual. Aquilo que impressiona os homens não impressiona a Deus. É nesse contexto que vemos Jesus enviando essa carta à igreja. Quando João entregou essa carta, Sardes era uma cidade rica, mas totalmente degenerada. Sua glória estava no passado, e seus habitantes entregavam-se aos encantos de uma vida de luxúria e prazer. A igreja tornou-se como a cidade. Em vez de influenciar, foi influenciada. Era como sal sem sabor ou uma candeia escondida. A igreja não era nem perigosa nem desejável para a cidade de Sardes. Conquanto a igreja em Sardes estivesse vivendo de aparência, havia uns poucos que não haviam contaminado suas vestiduras (Ap 3:4). Enquanto uns já estavam mortos e outros no centro de terapia intensiva, à beira da morte, alguns ainda mantinham-se íntegros, puros e incontaminados. No meio da igreja há sempre um remanescente fiel. Esses são os vencedores. São os que “não contaminaram suas vestes” e com Jesus “andarão de branco, porquanto são dignos disso”(Ap 3:4). Para esses Jesus Cristo faz uma promessa: “O que vencer será vestido de vestes brancas, e de maneira nenhuma riscarei o seu nome do livro da vida; e confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos”(Ap 3:5). Não é diferente o estado da igreja hoje. Ao sermos confrontados por Aquele que anda no meio dos candelabros, precisamos também tomar conhecimento de nossa necessidade imperativa de reavivamento hoje. O primeiro passo para o reavivamento é ter consciência de que há crentes mortos e outros dormindo, e todos eles precisam ser despertados.

II. A IDENTIFICAÇÃO DO MISSIVISTA


Jesus é o Missivista. Para a igreja de Sardes que tinha a fama de ser uma igreja viva, mas estava morta, Jesus se revela como “Aquele que tem os sete Espíritos de Deus e as sete estrelas”(Ap 3:1). Ou seja, Ele controla as igrejas e seus mensageiros pelo poder do Espírito Santo. É o único que pode dar vida a uma igreja morta. Isaias assim descreve a sétupla ação do Espírito de Deus: “E repousará sobre Ele o Espírito do Senhor, e o Espírito de sabedoria e de inteligência, e o Espírito de conselho e de fortaleza, e o Espírito de conhecimento e de temor do Senhor“(Is 11:2). Sete representa a totalidade e a perfeição divina. Diante do trono de Deus, “ardem sete lâmpadas, que são os sete Espíritos de Deus” (Ap 4:5). Os sete olhos do Cordeiro “são os sete Espíritos de Deus enviados por toda a terra” (Ap 5:6). Deus tudo sabe e vê tudo. “Seus olhos passam por toda a terra, para mostrar-se forte para com aqueles cujo coração é perfeito para com ele…” (2Cr 16:9). Portanto, nada em Sardes seria escondido de Jesus.

1. “O que tem os sete Espíritos de Deus”(Ap 3:1). Jesus tem e oferece a plenitude do Espírito Santo à igreja. O problema da igreja de Sardes era morte espiritual; Cristo é o que tem o Espírito Santo, o único que pode dar vida. A igreja precisa passar por um avivamento ou enfrentará um sepultamento. Somente o sopro do Espírito pode trazer vida para um vale de ossos secos. O profeta Ezequiel fala sobre o vale de ossos secos: “Filho do homem, esses ossos poderão reviver? Respondi: Senhor Deus, tu sabes” (Ez 37:3). Uma igreja morta, enferma e sonolenta precisa ser reavivada pelo Espírito Santo. Só Ele pode dar vida e restaurar a vida. Só o sopro de Deus pode fazer com que o “vale de ossos secos” se transforme em um exército. Quando Ele sopra, a igreja morta e moribunda levanta-se. Quando Ele sopra, nossa adoração formal passa a ter vida exuberante. Quando Ele sopra, os crentes têm deleite na oração. Quando Ele sopra, os crentes são tomados por uma alegria indizível. Quando Ele sopra, os crentes testemunham de Cristo com poder. Jesus é aquele que tem o Espírito e o derrama sobre sua igreja. É pelo poder do Espírito que a igreja se levanta da morte, do sono e do mundanismo para servir a Deus com entusiasmo. A Palavra diz que devemos orar no Espírito, pregar no Espírito, adorar no Espírito, viver no Espírito e andar no Espírito(Gl 5:16). Uma igreja inerte só pode ser reavivada pelo Espírito Santo. Uma igreja sonolenta só pode ser despertada por Ele. Uma coisa é possuir o Espírito, outra é ser possuído por Ele. Uma coisa é ser habitado pelo Espírito, outra é ser cheio do Espírito. Uma coisa é ter o Espírito residente, outra é ter o Espírito presidente. Oh! que sejamos crentes cheios do Espírito de Deus!

2. “O que tem as sete estrelas”. As “estrelas” são os líderes das igrejas, que estão nas mãos de Jesus. A igreja pertence a Jesus, Ele é a cabeça da Igreja. Ele controla a igreja, tanto local quanto universalmente. Tem autoridade e poder para restaurá-la. Ele disse que as portas do inferno não prevaleceriam contra sua igreja. Somente Ele pode levantar a igreja das cinzas. Ele tem tudo em suas mãos. Cristo é o dono da igreja. Tem cuidado dela. Ele a exorta, a consola, a cura e a restaura.

III. A DOENÇA E A MORTE DE UMA IGREJA

O problema que existia na igreja em Sardes não era heresia, mas morte espiritual. Apesar de sua reputação de ser uma cidade muito ativa, Sardes estava infestada pelo pecado. Suas obras eram más e suas “vestes” estavam contaminadas. Exteriormente parecia muito boa, mas interiormente era extremamente corrupta. Nem ela própria tinha consciência de seu estado espiritual. Não nos enganemos acerca de Sardes. Ela não é o que o mundo chamaria de igreja morta. Talvez ela seja considerada viva mesmo pelas igrejas irmãs. Parecia estar viva, mas, na verdade, estava morta. Tinha um nome respeitável, mas era só fachada. Todos a reputavam como igreja viva, florescente; todos, com exceção de Cristo. Quando Jesus examinou a igreja mais profundamente, disse: “Porque não tenho achado tuas obras perfeitas diante do meu Deus” (Ap 3:2). A fé exercida pela igreja de Sardes era apenas nominal. O seu cristianismo era apenas nominal. Seus membros pertenciam a Cristo apenas de nome, mas não de coração. Tinham fama de vivos; mas, na realidade, estavam mortos. Fisicamente vivos, espiritualmente mortos. Alguém disse que “há igrejas cujos cultos são solenes, mas são como um caixão florido, lá dentro tem um defunto”. Conta-se que certo pastor, ao ver a igreja que pastoreava em um profundo estado de torpor espiritual, negligenciando a Palavra, desobecendo aos preceitos de Deus, chocou a congregação dizendo que, no domingo seguinte, faria a cerimônia de sepultamento da igreja. Convocou todos os crentes para virem para a cerimônia fúnebre. No domingo seguinte, até os faltosos estavam presentes. O pastor começou o culto e, bem defronte do púlpito, estava um caixão. O clima, de fato, era sombrio. Havia uma tristeza no ambiente. A curiosidade misturada com temor assaltou a todos. Depois do sermão, o pastor orientou os crentes a fazer uma fila para ver o defunto que deveria ser enterrado. Cada pessoa que passava e olhava para dentro do caixão ficava comovida. Algumas pessoas saíram quebrantadas, em lágrimas. A congregação inteira prorrompeu em copioso choro. No fundo daquele caixão, não estava um corpo morto, mas um espelho. Cada crente daquela congregação contemplava seu próprio rosto. Todos entenderam a mensagem. Eles estavam dormindo o sono da morte e precisavam ser despertados para a vida em Cristo Jesus.

1. Fatores que levam à morte espiritual de uma igreja local. O que faz uma igreja morrer? Quais são os fatores da morte que ameaçam as igrejas ainda hoje? Eis alguns:

a) Apartar-se da pureza da Palavra de Deus - “Lembra-te, pois, do que tens recebido e ouvido, e guarda-o, e arrepende-te…”(Ap 3:3). O que é que os crentes de Sardes ouviram e deviam se lembrar, guardar e se voltar para isso? A Palavra de Deus! A igreja tinha se apartado da pureza da Palavra. Quando uma igreja abandona a Palavra de Deus ela fica despojada do antídoto para resistir a apostasia e a morte espiritual. Temos visto esses sinais de morte em muitas igrejas na Europa, América do Norte e também no Brasil. Algumas denominações históricas capitularam-se tanto ao liberalismo como ao misticismo e abandonaram a sã doutrina. O resultado inevitável foi o esvaziamento dessas igrejas por um lado ou o seu crescimento numérico por outro, mas um crescimento sem compromisso com a verdade e com a santidade. Hoje vemos muito ajuntamento e pouco quebrantamento; muito do homem e pouco de Deus. Muitas igrejas locais, ditas evangélicas, têm se desviado pelos atalhos da heterodoxia e seguido doutrinas de homens em vez de firmar-se na Palavra de Deus. Estamos precisando voltar às Escrituras e obedecer-lhas. Muitos têm se iludido achando que Deus se agrada se cumprirmos tão somente os deveres litúrgicos, ou seja, se rendermos a Deus um culto formal em alguma igreja. Deus quer de nós, fundamentalmente, sinceridade e obediência à Sua Palavra, pois o “obedecer é melhor do que o sacrificar” (1Sm 15:22). O culto, a oração, o louvor, os dons espirituais e o serviço a Deus não têm valor aos seus olhos, se não forem acompanhados pela obediência explícita a Ele e aos seus padrões de retidão(cf Is 1:11-20;59:2).

b) Conformar-se com o mundo. Exorta-nos o apóstolo Paulo: “Não sede conformados com este mundo…”(Rm 12:2). “Mundo” aqui não significa o universo, a Terra e nem mesmo seus habitantes, mas o sistema que impera em nossa sociedade e que é contrário a Deus. É nesse sentido que o Novo Testamento fala que antes de nos convertermos nós andávamos “segundo o curso deste mundo”, que “o mundo jaz no maligno” e que o diabo é “o príncipe deste mundo”. Estes versos nos ensinam que quem não segue a Jesus segue o mundo e seu príncipe e que tudo que ele pensa não está moldado por Deus e Sua Palavra (Rm 12:12; 1João 2:15-17; Ef 2:2). Por isso é que Paulo nos ensina que quem se converteu está crucificado para o mundo e mundo para ele. Em outras palavras, não dá para viver nos dois barcos. Não dá para ser cidadão de dois reinos. No reino de Deus não é permitida dupla cidadania. A igreja de Pérgamo estava dividida entre sua fidelidade a Cristo e seu apego ao mundo. A igreja de Tiatira estava tolerando a imoralidade sexual entre seus membros. Na igreja de Sardes não havia heresia nem perseguição, mas a maioria dos crentes estava com suas vestiduras contaminadas pelo pecado. Uma igreja que flerta com o mundo para amá-lo e conformar-se com ele não permanece. Seu candeeiro é apagado e removido.

c) Falta de discernimento espiritual. A morte de uma igreja acontece quando ela não discerne sua decadência espiritual. A igreja de Sardes olhava-se no espelho e dava nota máxima para si mesma, dizendo ser uma igreja viva, enquanto aos olhos de Cristo já estava morta. O pior doente é aquele que não tem consciência de sua enfermidade. Uma igreja nunca está tão à beira da morte como quando se vangloria diante de Deus pelas suas pretensas virtudes.

d) Falta de integridade na Obra de Deus - “Não tenho achado íntegras as tuas obras na presença do meu Deus“(Ap 3:2b,ARA). O problema na igreja de Sardes não foi a ausência total de obras, mas a falta de integridade. Aqueles crentes promoviam seus próprios nomes e não o de Cristo. Buscavam sua própria glória e não a de Cristo. Honravam a Deus com os lábios, mas o coração estava longe do Senhor (Is 29:13). Os cultos eram solenes, mas sem vida, vazios de sentido. A vida de seus membros estava manchada pelo pecado. Esses crentes eram como os hipócritas: davam esmolas, oravam, jejuavam, entregavam o dízimo, com o fim da ganhar a reputação de serem bons religiosos. Eles eram como sepulcros caiados. Ostentavam aparência de piedade, mas negavam seu poder (2Tm 3:5). Isso é formalidade sem poder, reputação sem realidade, aparência externa sem integridade interna, demonstração sem vida. Esses crentes viviam um disfarce da fé, uma religião do faz de conta. Cantavam hinos de adoração, mas a mente estava longe de Deus. Pregavam com ardor, mas apenas para exibir sua cultura. É possível defender a doutrina de Deus sem amar ao Senhor (Ap 2:2-4); é possível obedecer a mandamentos de Deus sem inteireza de coração (2Cr 25:2); é possível fazer coisas certas com motivos errados. Os homens podem ver as obras; Deus vê os corações, também. Deus quer obediência, integridade, verdade no íntimo.

e) Falta de Vigilância - “Sê vigilante…” (Ap 3:2). A cidade de Sardes era uma acrópole inexpugnável que nunca fora conquistada em ataque direto; mas, duas vezes na história da cidade, ela foi tomada de surpresa por falta de vigilância da parte dos defensores. Jesus alerta a igreja que se ela não vigiar, se ela não acordar, Ele virá a ela como o ladrão que chega à noite, inesperadamente. A igreja precisa ser vigilante contra as ciladas de Satanás, contra a tentação do pecado. Os crentes devem fugir de lugares, situações e pessoas que podem ser um laço para seus pés. Os tempos são maus. As pressões são muitas. Os perigos são sutis. O diabo não atacou a igreja de Sardes com perseguição nem com heresia, mas minou a igreja com o mundanismo. Os crentes não estão sendo mortos pela espada do mundo, mas pela amizade com o mundo. O bom soldado toma a armadura de Deus e vigia constantemente com perseverança e oração (Ef 6:18; Cl 4:2).

3. A solução para a igreja em Sardes: o reavivamento. Foi o próprio Jesus quem apontou a solução: “Lembra-te, pois, do que tens recebido e ouvido, e guarda-o, e arrepende-te“(Ap 3:3). O reavivamento é resultado da lembrança dos tempos do primeiro amor e da volta à Verdade, à Palavra de Deus. Quando uma igreja experimenta um reavivamento, ela passa a ter fome de Deus e de sua Palavra; Começa a se dedicar ao estudo das Escrituras; Abandona o descaso e a negligência com a Palavra; A Palavra torna-se doce como o mel; As antigas veredas se fazem novas e atraentes; A Palavra torna-se viva, deleitosa, transformadora. Uma igreja pode ser reavivada quando ela volta ao passado e lembra os tempos antigos, de seu fervor, de seu entusiasmo, de sua devoção ao Senhor Jesus. Assim como a cidade de Sardes olhava para seu passado glorioso, a igreja precisava lembrar as grandes bênçãos recebidas e voltar a valorizar a sua comunhão especial com Deus. Se esquecermos da Palavra de Deus, facilmente cairemos no pecado (veja 2Pedro 1:8-9). Para nos firmar na fé, temos que lembrar do que temos recebido. Não é por acaso que a Ceia do Senhor foi dada como a celebração central das reuniões dos cristãos. Quando lembramos da morte de Jesus, do sacrifício que ele fez por nós, ficamos mais firmes em nossos passos rumo ao Céu (1Co 11:24-26). Mas não é suficiente lembrar das coisas que ouvimos; precisamos, também, guardar as palavras do Senhor. O evangelho não é apenas para ouvir; é para ser obedecido (2Tess 1:8; 1Pedro 4:17). No caso do povo desobediente de Sardes, teriam de se arrepender e voltar às boas obras de obediência. É bom ressaltar que avivamento não pode ser confundido com liturgia animada, com culto festivo, inovações litúrgicas, obras abundantes, dons carismáticos, milagres extraordinários. Tem, sim, a ver com mudança de caráter, com mudança de direção, com o guardar os mandamentos do Senhor, com o voltar às boas obras de obediência.

4. As bênçãos do reavivamento - “O que vencer será vestido de vestes brancas, e de maneira nenhuma riscarei o seu nome do Livro da Vida; e confessarei o seu nome diante do meu Pai e diante dos seus anos”(Ap 3:5).

a) “Será vestido de vestes brancas”. A maioria dos crentes de Sardes tinha contaminado suas vestiduras, isto é, eles tornaram-se impuros pelo pecado. Porém, o vencedor receberia vestes brancas - símbolo de festa, pureza, felicidade e vitória. Sem santidade, não há salvação. Sem santificação, ninguém verá a Deus. Sem vida com Deus aqui, não haverá vida com Deus no Céu. A santidade é garantia de glória no futuro.

b) “De maneira nenhuma riscarei o seu nome do Livro da Vida”. O “Livro da Vida” é mencionado várias vezes na Bíblia (veja Ap 3:5; 13:8; 17:8; 20:12,15; 21:27; Fp 4:3). Na cidade iluminada pela glória de Deus, somente entram aqueles cujos nomes são inscritos no Livro da Vida (Ap 21:27). Nosso nome pode constar do registro de uma igreja sem estar no registro de Deus. Ter apenas a reputação de estar vivo é insuficiente. Importa que nosso nome esteja no Livro da Vida a fim de que seja proclamado por Cristo no Céu (Mt 10:32).

c) “Confessarei o seu nome diante do meu Pai e diante dos seus anjos”. A confissão de Cristo a nosso favor e a concessão da impecabilidade, ou seja, a santidade perpétua, é outra promessa que está reservada aos fiéis servos de Deus. O vitorioso atingirá um estágio semelhante ao dos anjos: o estado de impecabilidade, não mais podendo pecar. Estará totalmente livre do pecado e com seu ingresso eterno na glória divina garantido e confirmado pelo Cordeiro de Deus que o perdoou e o fez entrar na cidade pelas portas.


CONCLUSÃO

Não basta começar bem, é preciso terminar bem. Falhamos, muitas vezes, em passar o bastão da verdade para a próxima geração. Um recente estudo revela que a terceira geração de uma igreja já não tem mais o mesmo fervor da primeira geração. É preciso não apenas começar a carreira, mas terminar a carreira e guardar a fé! É tempo de pensarmos: “como será nossa igreja nas próximas gerações?”. “Que tipo de igreja deixaremos para nossos filhos e netos? Uma igreja viva ou morta?”. É bom atentarmos que nem sempre uma grande multidão representa a legítima expressão de devoção espiritual. Nem toda expressão de entusiasmo religioso é resultado de avivamento espiritual. Não é suficiente ter o nome no rol de membros de uma igreja, por mais conceituada e santa que ela seja. Não basta ter o nome de crente, é preciso ser crente. Não basta aparência de santidade, é preciso ter santidade. Não basta parecer vivo, é preciso estar vivo. Não basta parecer salvo, é preciso estar salvo. Não basta ter nosso nome confessado diante dos homens, precisamos tê-lo confessado diante do Pai. Não basta ser conhecido na terra, precisamos ser conhecidos no céu. Não basta ter o nome registrado no rol de membros da igreja, é preciso ter o nome escrito no Livro da Vida. Portanto, devemos olhar para essa carta à igreja de Sardes não como uma relíquia, mas como um espelho em que vemos a nós mesmos. “Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas” (Ap 2:7,11,17,29; 3:6,13,22; 13:9). ——–

Fonte: ebdweb

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