Primeira lição do 2º trimestre de 2013
E disse o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma adjutora que esteja como diante dele” (Gn 2:18).
INTRODUÇÃO
O primeiro grupo social a que uma
pessoa pertence é a Família, grupo criado pelo próprio Deus (Gn
2:23,24) e que
procura suprir as necessidades sentimentais, afetivas e emocionais básicas do
ser humano. A função da Família é, precisamente, impedir que haja o sentimento
de solidão, que caracterizava Adão antes da formação da mulher (Gn
2:20).
A
Igreja, principalmente a Igreja Local, é formada pela soma de suas Famílias. A
Igreja é o reflexo das Famílias. Famílias bem estruturadas formam Igrejas bem
estruturadas. Isto é verdade, e Satanás sabe disto! Por esta razão, de forma
mais acentuada nestes “últimos dias”, ele tem investido, pesadamente, contra a
estrutura familiar, de forma especial, através da televisão, usando,
principalmente, suas novelas: desmoralizando o casamento, incentivando as uniões
ilícitas, incentivando o homossexualismo, enaltecendo a liberdade sexual,
quebrando a hierarquia familiar, retirando ou coibindo a autoridade dos pais, e
coisas correlatas. O objetivo de Satanás é enfraquecer, desmoralizar, acabar com
a estrutura familiar. Porém, seu alvo principal é a Igreja. Ele sabe que
combatendo a Família, está prejudicando a Igreja.
Certamente
que o assunto deste Trimestre – Família Cristã no século XXI(protegendo seu lar
dos ataques do inimigo) -, é oportuno e será de grande proveito para cada crente
em Cristo, em particular, e para a Igreja, no seu
todo.
Nesta
Aula inaugural, o assunto proposto é “A Família, criação de Deus”. Veremos,
portanto, a Família tal como foi planejada por Deus, sem entrar nos detalhes das
atribuições - responsabilidades e deveres de seus membros, os quais serão vistos
nas Aulas posteriores.
I. A
FAMÍLIA NO PLANO DIVINO
Deus, o criador da
Família
De
todas as coisas que Deus criou, apenas uma, no seu julgamento, não estava boa –
“E disse o Senhor Deus: não é bom que o homem esteja só...”. Esta constatação
foi feita por Deus logo após o homem ter conhecido e nomeado cada uma de todas
as espécies animais - “Havendo pois o Senhor Deus formado da terra todo o
animal do campo, e toda a ave dos céus, os trouxe a Adão, para ver como lhes
chamaria; e tudo o que Adão chamou a toda a alma vivente isso foi o seu nome. E
Adão pôs os nomes a todo o gado, e às aves dos céus; e a todo o animal do
campo..”(Gn 2:19).
Para
ser companheira do homem, Deus criou uma mulher – “E disse o Senhor Deus: não
é bom que o homem esteja só: far-lhe-ei uma adjutora que esteja como diante
dele” (Gn 2:18). Esta foi a decisão de Deus para suprir a carência afetiva e
física do homem. Qualquer desvio deste principio contraria a decisão de Deus, e
constitui pecado!
E Deus
criou a mulher – “Então o Senhor Deus fez cair um sono pesado sobre Adão, e
este adormeceu; e tomou uma de suas costelas, e cerrou a carne em seu lugar. E
da costela que o Senhor Deus tomou do homem, formou uma mulher; e trouxe-a a
Adão”(Gn 2:22). Observemos a simplicidade da declaração bíblica, ao dizer:
“formou uma mulher”.
Esta
mulher foi formada como resultado da decisão de Deus de que não era bom que o
homem estivesse só. Assim, biblicamente, para ser companheira do homem, Deus
formou uma mulher. Qualquer distorção a este principio viola a decisão de
Deus.
O
Espírito Santo, ao inspirar Moisés, quando este escrevia o Livro de Gênesis, foi
criterioso ao declarar que Deus criou macho e fêmea – “E criou Deus o homem à
sua imagem; à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou “(Gn
1:17).
O
“macho” a Bíblia chama de “homem”; a “fêmea” a Bíblia chama de “mulher”. O
macho, o homem, é chamado de um ser do sexo masculino; a fêmea, a mulher, é
chamada de um ser do sexo feminino. Para a Bíblia existem, apenas, dois tipos de
sexo: ou a criatura é Homem, ou, então, é Mulher. Não existe a “coluna do meio”.
Um Homem e uma Mulher, biblicamente, formam um
casal.
A
Primeira Família
A
primeira Família,
formada pelo próprio Deus, teve como principio a formação de um casal, ou seja,
Deus uniu, com a sua bênção, um homem e uma mulher – “E Deus os abençoou, e
Deus lhes disse: frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra, e
sujeitai-a”(Gn 1:28). Estava, assim, realizado, pelo próprio Deus, o
primeiro casamento, e determinado uma de suas três funções: a perpetuação da
raça humana através da geração de filhos.
Portanto,
segundo o plano de Deus, o modelo para formação de uma Família é a união de um
casal, de um Homem e de uma Mulher, ou seja, de um macho e de uma fêmea -
“Portanto deixará o varão o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher,
e serão ambos uma carne”(Gn 2:24). Qualquer tentativa de formar uma Família
contrariando este principio estabelecido por Deus, é contrária à Bíblia Sagrada.
O
Senhor Jesus Cristo fez questão de confirmar este principio declarando:
“Porém, desde o principio da criação, Deus os fez macho e fêmea. Por isso
deixará o homem a seu pai e a sua mãe, e unir-se-á à sua mulher. E serão os dois
uma só carne; e assim já não serão dois mas uma só carne”(Mc 10:6-8).
Portanto,
pelo casamento entre um homem e uma mulher, forma-se uma Família. Essa Família
poderá, ou não, ter filhos. Os filhos são um complemento da Família, porém, a
família pode subsistir sem eles.
O
propósito de Deus ao criar a Família
a)
Proporcionar ao ser humano abrigo e relacionamento. O texto bíblico de Gênesis
2:18 mostra isso: “Far-lhe-ei uma adjutora, que esteja como diante dele”.
Segundo o pr. Elinaldo Renovato, “atualmente temos visto e vivido um tempo de
escassez na área dos relacionamentos. Estamos ficando cada vez mais
superficiais, frios e distantes uns dos outros”. Jesus mesmo nos alertou que
isso aconteceria nos últimos dias - “por se multiplicar a iniquidade, o amor
de muitos esfriará” (Mt 24:12). Devemos fazer de tudo para que este amor não
seja esfriado no âmbito familiar. Quando o amor fenece o relacionamento sadio e
tolerável também se esvai, e é isso que o inimigo das nossas almas deseja. Um
família sadia significa uma igreja sadia. Esforcemos, pois, em investirmos no
bom relacionamento familiar.
b) Um dos
propósitos de Deus ao instituir a Família foi a propagação da raça humana. O
plano de Deus foi fazer da Família um núcleo pelo qual as bênçãos do Senhor
seria, espalhadas sobre toda a Terra – “E Deus os abençoou e Deus lhes disse:
Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre
os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move
sobre a terra.” (Gn 1:28). Assim, a união de dois homens, ou de duas
mulheres, contraria este propósito de Deus. Portanto, qualquer tentativa de
formar uma Família através da união de duas pessoas do mesmo sexo, não procede
de Deus e não pode ter a concordância de Sua
Igreja.
Jesus e
a Família
Nosso
Senhor Jesus Cristo valorizou a Família. Veio ao mundo através de uma Família.
Além de pais, teve irmãos e irmãs (Mt 13:55-57). Teve seu crescimento físico,
social, intelectual e espiritual no seio da Família (Lc 2:52). No seu
ministério, não costumava a hospedar-se em hotéis, mas desfrutava da
hospitalidade de um lar (Mt 8:14; Lc 10:38-42). Em muitos milagres, demonstrou
seu cuidado para com a Família (Mt 8:14-15; Lc 7:12-16). Seu primeiro milagre
foi realizado numa festa de casamento (João 2:12). Ensinou-nos a orar, chamando
Deus de "Pai Nosso" (Mt 6:9). Enfatizou o quarto mandamento, mandando honrar pai
e mãe (Mt 15:3-6; Mc 7:10-13). Teve um trato especial com as crianças,
abençoando-as (Mc 10:13-16).
II. A
QUEDA E AS SUAS CONSEQUENCIAS PARA A FAMÍLIA
1. O
ataque do inimigo. A
queda de Adão e Eva é apresentada, literalmente, na Bíblia, de modo explícito.
Não foi um relato teórico ou figurativo, mas um histórico da queda humana. A
essência do primeiro pecado está na desobediência do homem à vontade divina e na
realização de sua própria vontade. O seu pecado foi uma transgressão deliberada
ao limite que Deus lhe havia colocado. A tentação veio de fora, da parte de
Satanás, que os instigou a desobedecer à ordem de Deus. Satanás sabia que não
seria tão fácil convencer o casal a desobedecer a Deus. Ele investiu, então,
sobre a mulher, porque entendia que ela, como um ser mais frágil que o homem,
facilmente cederia as suas provocações.
A sutileza é a marca registrada do diabo
(João 8:44) e, portanto, tudo quanto se referir a tal comportamento tem como
mentor e inspirador o inimigo das nossas almas. As Escrituras registram ser ele
o mais sutil de todos os seres criados por Deus e não há coisa alguma sutil que
não esteja, de modo direto ou indireto, relacionado a
ele.
Observamos, no relato da queda do
primeiro casal, que o diabo surge como uma serpente, ou seja, de forma quase
imperceptível, quase sem ser notada, apresentando-se à mulher de repente, de
surpresa, num momento em que a mulher não esperava e que, o texto nos leva a
crer, estava solitária, sem a companhia de seu marido, diríamos que num instante
de distração. O diabo apareceu como uma serpente no Éden e, ante à
distração do primeiro casal, conseguiu entrar no Jardim para efetuar a sua
tarefa destruidora.
A distração, o “cochilo espiritual”, são
fatais para a saúde espiritual da Igreja. O caminho da vigilância está
relacionado com a meditação diuturna da Palavra de Deus. Quando meditamos nas
Escrituras, quando as estudamos ininterruptamente, o adversário não encontra
brecha para agir. Eva, porém, estava distraída e, por causa disto, o diabo pôde
se aproximar e iniciar um diálogo com a mulher, lançando-a no campo da dúvida:
“É assim que Deus disse: não comereis de toda árvore do jardim?” (Gn
3:1b). Diante de tanta amabilidade, Eva aceitou o diálogo, porém, não mostrou
firmeza, pois, em sua resposta não correspondeu aquilo que, de fato, Deus havia
dito. Nossas dúvidas e inseguranças na Palavra de Deus tornam Satanás mais
ardiloso.
Falseando a Palavra, Eva
respondeu: “...do fruto das árvores do jardim comeremos, mas, do fruto
da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: não comereis dele, nem nele
tocareis, para que não morrais”. Percebe-se que a mulher demonstrou
desconhecimento da Palavra de Deus. Enquanto a ordem divina era para que não se
comesse da árvore do conhecimento do bem e do mal (cf. Gn 2:16,17), a mulher
respondeu à serpente que a ordem era a proibição de se comer e se tocar na
árvore que estava no meio do jardim (Gn 3:3). Vemos aqui, portanto, que a mulher
alterou em dois pontos a ordem divina, a saber: a) árvore da ciência do bem e do
mal por árvore que está no meio do jardim; b) não comereis por não comereis nem
tocareis. Agora Satanás estava em condições de contraditar o próprio Deus, pois,
sentiu que já tinha o controle sobre a mulher. Mais uma vez, com muita
sutileza, lançou dúvidas quanto à veracidade da Palavra do próprio Deus -
“...certamente não morrereis”. Uma maneira muito sutil de
afirmar que Deus havia mentido.
Não tendo
havido nenhuma reação por ter ouvido que a Palavra do Criador não era
verdadeira, então Satanás com maior sutileza deu sua cartada final
despertando, agora, a soberba e o desejo de ser como Deus: “Porque
Deus sabe que, no dia em que dele comerdes, se abrirão os vossos olhos, e sereis
como Deus, sabendo o bem e o mal”(Gn 3:1-5).
Sem qualquer
ameaça, sem nenhuma palavra forte, apenas na sutileza, Satanás já estava
com a mulher na “palma de sua mão”. Eva se deixou enganar – pensou que seria
como Deus. Olhou – “Vendo a mulher que a árvore era boa para se comer,
agradável aos olhos”; Desejou – “...árvore desejável para dar
entendimento...”; Tomou – “...tomou-lhe do fruto...”; Comeu -
“...comeu...”; Morreu – A Palavra de Deus era verdadeira –
“...no dia em que dela comeres, certamente morrerás”(Gn
2:17).
O diabo
mentiu, pôs em descrédito os ditos do Senhor e criou fantasias nas quais o
primeiro casal acreditou e que foram a sua derrocada. Assim também trabalha
ainda hoje. Uma vez se desprendendo das Escrituras, os homens são iludidos com
falsas promessas e fantasias (que as Escrituras denominam de “fábulas”, ou seja,
“contos da carochinha” (1Tm 1:4; 4:7; 2Tm 4:4; 2Pe 1:16), falsidades que a seu
tempo se revelarão e que, infelizmente, para muitos, significarão a morte
eterna.
2. Os resultados da Queda no
relacionamento familiar
Em
primeiro lugar, a rebelião. Adão acusou a mulher por lhe ter
oferecido o fruto proibido - “a mulher que me deste por companheira, ela me deu
da árvore, e comi” (Gn 3:12). Daí já se percebe que o relacionamento entre o
casal já não era como dantes.
A rebelião de Adão e
Eva encerrou o
relacionamento íntimo que eles haviam desfrutado com Deus. A natureza de sua
rebelião foi tal que rompeu a sua maneira de se relacionar não só com Deus mas
também um com o outro. Em vez do mútuo amor e compromisso, sua rebelião contra
Deus resultou em vergonha mútua (Gn 3:7). Seu relacionamento interpessoal não
era mais harmonioso. Essa rebelião resultou, acima de tudo, na separação de Deus
e na percepção de que Deus era Alguém a quem temer, Alguém de quem eles
precisavam se esconder (Gn 3:8-10). Deus e os seres humanos não estavam mais
unidos em amor e harmonia. O que era necessário era um ato de
reconciliação.
Em
segundo lugar, a desigualdade de gênero, ou seja, a diferença de tratamento
entre o homem e a mulher. Feitos para serem iguais diante
de Deus, pois, para Deus, não há acepção de pessoas (Dt 10:17), homem e mulher,
por causa do pecado, passaram a ter posições diferenciadas no relacionamento
entre si, tendo o Senhor determinado o domínio do homem sobre a mulher (Gn
3:16). Este domínio não é desejo divino, mas reação divina ao pecado cometido. O
pecado é gerador de desigualdade, pois é iniquidade e, em virtude disto, a
humanidade sob o pecado é um triste quadro de injustiças, de desigualdades e de
dominações. Entre tais desigualdades, destaca-se a “desigualdade de
gênero”.
Em
terceiro lugar, a contaminação da vida familiar. O pecado, ao trazer a
desigualdade de gênero, já tornou tensas as relações entre marido e mulher, mas,
logo em seguida, com o primeiro homicídio, bem demonstrou que vinha a atacar de
forma direta a própria Família. Desde então, o pecado tem transtornado
muitíssimo a vida familiar, vida esta que se encontra, nos nossos dias, em
frangalhos, por causa, precisamente, do pecado. O pecado gera a destruição da
vida familiar, pois desfaz a pureza e a estabilidade entre marido e mulher,
retirando assim a necessária autoridade moral indispensável para o
relacionamento entre pais e filhos, gerando milhares e milhares de vidas sem
afeto e sem amor.
3. A
vida familiar depois da Queda. Quando
Deus criou a Família, Ele o fez em um ambiente perfeito: o Éden. A Família não
foi criada em meio a um ambiente de conflitos, guerras e desgraças, ou de
doenças e falta de recursos para provisão. O plano de divino era que Adão e Eva
pudessem frutificar perto da presença de Deus, e não distante dEle.
A queda, como registrada em
Gênesis, trouxe transtornos e males irreparáveis para a Família e, por
conseguinte, para toda raça humana(Gn 3:17-19; Gl 3:21). Toda natureza passou a
sofrer as consequências do pecado, que introduziu a morte no mundo e destituiu o
homem de sua perfeita comunhão com o Criador (Gn 3:16-19). Entenda-se morte,
aqui, não apenas como a separação física dos entes queridos, mas, sobretudo, a
separação espiritual e eterna de Deus (Rm 5:12). Esse é o efeito mais dramático
da desobediência de nossos primeiros pais, já que Deus não os criou para morte,
mas para a vida. É tanto que a luta pela sobrevivência é algo inato em qualquer
ser humano. Sua expulsão do jardim do Éden, todavia, é o símbolo perfeito dessa
perda (Gn 3:22-24). A enfermidade física é um fato incontestável, e a Escritura
afirma que o primeiro motivo deste terrível mal sobre a humanidade foi a queda
de Adão e Eva.
Mas, o
inimigo ainda não parou a sua investida contra a Família. Por ser de origem
divina, o inimigo tem atacado a Família de maneira implacável. As tentações aos
pais de família, principalmente na área do sexo e do mau relacionamento com os
filhos tem sido constante; os ataques aos filhos, lançando-os contra os pais;
dos pais contra os filhos; o problema das drogas, do sexo ilícito, da
pornografia, de outros vícios, do homossexualismo. Estamos vendo isso com muita
intensidade nestes últimos dias da Igreja na Terra. Satanás sabe que ele já está
julgado e quer levar o maior número de pessoas com ele parta o Inferno (ler
Salmo 9:17).
O
domínio do pecado sobre o homem faz com que sejam praticadas as chamadas “obras
da carne” (Gl 5:19-21), que prejudicam grandemente a própria convivência e
sobrevivência da humanidade. O pecado, a começar da Família, dilapida a
estrutura social e instala a barbárie e o egoísmo como modos de sobrevivência e
de permanência no convívio social. Por mais tecnologicamente civilizados que
estejam os homens, o aumento do pecado produz cada vez mais pecado, cada vez
mais maldade, cada vez mais selvageria. Santifiquemo-nos ainda mais, pois Jesus
está voltando!
III. A CONSTITUIÇÃO FAMILIAR AO LONGO DOS
SÉCULOS
1.
Modelos de Famílias surgidas ao longo dos séculos. A
Família está inserida dentro de um contexto social, e portanto, sujeita a
mudanças. Porém, os princípios divinos para as Famílias são eternos e imutáveis
(Mt 24:35). Ao longo dos séculos o modelo familiar teve várias mudanças.
Vejamos, sucintamente, alguns modelos que a Bíblia
apresenta:
a)
Família patriarcal, quando
o homem tem pelo menos duas esposas. Neste modelo, o
pai(pater) era visto como o senhor da casa e da Família. As esposas e os
filhos não tinham liberdade de escolha, pois a palavra final era sempre do
patriarca. Este modelo é visto em todo Antigo Testamento, a partir de
Lameque(descendente de Caim) – Gênesis 4:19 – “E tomou Lameque para si duas
mulheres; o nome de uma era Ada, e o nome da outra, Zilá”. Lameque foi o
primeiro a rejeitar o princípio do casamento monogâmico, ordenado por Deus (Gn
2:22-24). A partir daí a depravação hereditária se alastrou progressivamente no
lar e na Família.
b)
Famílias monoparenterais,
quando há somente a presença de um dos pais, como é o caso de Agar e Ismael,
depois de serem expulsos por Sara.
c)
Família de solteiros,
como parece ser o caso de Marta, Maria e Lázaro.
d)
Famílias nucleares (monogâmica),
que são aquelas Famílias compostas de pai, mãe e filhos, como é o caso da
Família formada por José, Maria, Jesus e seus irmãos. A poligamia vai contra o
princípio divino do marido e da esposa ser uma só carne (Gn 2:24; Mt
19:5).
e)
Família conjugal,
que é aquela cujo casal ainda não tem filhos ou que não teve
filhos, como é o caso de Áquila e Priscila.
f)
Família ampliada,
que á aquela em cuja convivência há pessoas além dos cônjuges e filhos, como é o
caso de Pedro, que possivelmente tinha a sua sogra por perto.
g)
Famílias unipessoais,
onde só uma pessoa mora numa casa, podendo ser um pessoa solteira, uma viúva, ou
uma divorciada, muito comum nos nossos dias, e não muito difícil de encontrar em
nossas igrejas.
Portanto,
sendo a Família uma instituição criada pelo próprio Deus, ao homem é
indispensável que mantenha o modelo previsto pelo Senhor, pois só assim poderá
cumprir o seu papel na ordem universal e se apresentar como alguém submisso ao
senhorio de Deus. Como crentes, não podemos jamais querer ser tidos como
verdadeiros e autênticos servos do Senhor, se não estivermos vivendo uma vida
familiar de acordo com a vontade do Senhor, que é o modelo estampado na Sua
Santa Palavra.
2. A
Família na atualidade. Temos
ouvido nesses últimos anos uma frase que parece que a cada dia que passa, tem
mais simpatizantes, ei-la: “A Família é uma instituição falida”. Este é o
conceito de Família para a maioria das pessoas do mundo moderno, e de fato, esta
instituição formada por Deus, apresenta assustadoras estatísticas de sua
desintegração. Eis alguns dos sintomas de degeneração familiar que se nos
apresentam nesses dias: crises, desencantos e desilusões nos casamentos;
separações e divórcios; crianças abandonadas; filhos irreverentes e indiferentes
aos pais; brigas constantes entre os casais; etc. Como inverter este triste
quadro e transformar meu lar em um exemplo mais vívido dos propósitos e
objetivos de Deus?
Para a
sua estabilidade a
Família necessita urgentemente de um motivo espiritual. Não será com o conforto
dos lares modernos que iremos construir lares felizes. A Família é um projeto
divino, nasceu no coração e na mente de Deus, não é um acidente histórico ou uma
necessidade social, ou ainda, um sistema para funcionar – A Família é ideia de
Deus.
Sem a
Família não
pode o homem atingir o propósito estabelecido por Deus quando de sua criação.
Não há como o homem atender ao que lhe é exigido pelo seu Criador sem que exista
a Família.
Sem a
Família o
homem não pode sequer ser considerado um homem no sentido estrito da Palavra e
as consequências que têm vindo à sociedade moderna em virtude do intenso e
progressivo processo de desintegração familiar que temos contemplado é uma prova
do que estamos a dizer. Via de regra, os criminosos mais hediondos que têm
surgido, que nem sequer se portam como seres humanos, tamanha a sua
bestialidade, são pessoas que foram vítimas da ausência da instituição familiar
no histórico de suas vidas. A destruição da instituição familiar representa,
assim, a própria destruição da humanidade, da imagem e semelhança de Deus na
vida dos seres humanos e é por isso que o adversário de nossas almas, que nos
odeia e nos detesta, tem investido tanto na destruição desta instituição.
Destrua-se a Família e estarão destruídos os seres humanos e, por conseguinte,
toda a sociedade.
CONCLUSÃO
Ao criar a primeira Família, Deus constituiu, nos limites do Jardim
do Éden, o seu espaço de habitação (Gn 2: 7-15). O lar em que os primeiros
cônjuges viveriam um para o outro, teriam filhos e juntos desfrutariam de tudo
quanto Deus lhes preparara. Era um lugar de bênçãos que cumpriria as verdadeiras
funções do lar. Esse foi e continua sendo o propósito de Deus para a Família.
Podemos fazer do lugar em que habitamos, com a ajuda de Deus, um
abrigo de paz contra as tempestades que nos cercam, onde pais e filhos possam
dar-se as mãos numa vida de permanente celebração da glória de Deus e
alcançarem, por fim, uma velhice feliz e vitoriosa.
Amém!!
Fonte: ebdweb
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