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terça-feira, 23 de dezembro de 2014

13ª lição do 4º trimestre de 2014: O TEMPO DA PROFECIA DE DANIEL

 
Leitura Bíblica: Dn 12:1-4,7-9,11-13

 

“Ninguém, de maneira alguma, vos engane, porque não será assim sem que antes venha a apostasia e se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição” (2Ts 2:3)

 
 
 
 
 

INTRODUÇÃO

Prezados irmãos e amigos, chegamos ao final do 4º Trimestre e do ano letivo de 2014. Nesta Aula, estudaremos o último capítulo do livro de Daniel; o capítulo 12 não somente encerra a sequência iniciada no capítulo 10, como também faz o fecho de todo o livro. O anjo ainda está revelando a Daniel urna brilhante descrição do tempo do fim. Deus levanta a ponta do véu e revela o fim da história com nuanças gloriosas. Neste capítulo iremos encontrar mais alguns detalhes sobre o período de angústia que virá para Israel, avançando, inclusive, para além desse período; mas em meio a esse tempo de angústia, há promessa de intervenção divina na história (Dn 12:10). Vários eventos são descritos nesse capítulo 12, inclusive o evento da ressurreição dos justos e injustos. Esses eventos são como balizas que nos direcionam no entendimento do fim da história. As cortinas se fecham e o fim desse drama é a vitória gloriosa do povo de Deus.

I. O TEMPO DA PROFECIA (Dn 12:1)

“E, naquele tempo, se levantará Miguel, o grande príncipe, que se levanta pelos filhos do teu povo, e haverá um tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até àquele tempo; mas, naquele tempo, livrar-se-á o teu povo, todo aquele que se achar escrito no livro”.

1. Qual é o tempo?  “... naquele tempo...”, ou seja, continua o assunto de Dn 11:45. O tempo é a grande tribulação. É o período de ascensão e queda do Anticristo, o qual liderará o mundo político e bélico contra o povo judeu contra todos aqueles que estiverem a favor de Israel (Dn 11:35,40). Esse último líder mundial se levantará quando a Igreja do Senhor foi tirada deste mundo (2Ts 2:6) e se concretizar a septuagésima semana de Daniel, período este chamado de Grande Tribulação. Ele se levantará na força de Satanás. Ele se oporá e se levantará contra tudo o que se chama Deus ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus (2Ts 2:4). Ele vai blasfemar contra Deus e magoar os santos do Altíssimo (Dn 7:25; 11:45). Ele será adorado em todo o mundo por todos aqueles que aceitarem o seu sinal (Ap 13:8). Ele perseguirá e matará muitos cristãos (Ap 13:7).

- “... haverá um tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até àquele tempo...”. Observe que o texto dá um destaque ao período da Grande Tribulação. Esse período será de angústia sem precedentes na história. Esse tempo é descrito como o pouco tempo de Satanás, a grande apostasia, o aparecimento do homem do pecado e a grande tribulação. Daniel vê não apenas a perseguição do anticristo, mas também seu fim, sua derrota (Dn 11:45).

Concordo com pr. Elienai Cabral quando diz que nem as piores incursões contra Israel, como as da Babilônia e os horrores do holocausto nos dias de Hitler (1939-1945), podem se comparar com o “tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até àquele tempo” (Dn 12:1). A proporção desse conflito ultrapassará qualquer outro momento da história da civilização (Mt 24:21,22; cf. Jr 30:5-7).

2. É Deus quem protege Israel.E, naquele tempo, se levantará Miguel, o grande príncipe, que se levanta pelos filhos do teu povo...” (Dn 12:1).

Deus tem um plano especial para a nação de Israel no futuro. Todas as suas promessas materiais e espirituais destinadas a esta nação, que ainda não se cumpriram, se cumprirão à risca. Isso acontecerá porque Deus é Eterno, e um dos seus atributos é a imutabilidade (Ml 3:6). Deus ama tanto ao povo judeu que tem um arcanjo para protegê-lo, o arcanjo Miguel (Dn 10:21; 12:1).  

Alguém poderá inquirir: “como Deus ama o povo de Israel, se Ele o espalhou por todo o mundo?”. O povo judeu foi espalhado por todas as nações do mundo por causa de sua desobediência aos mandamentos do Senhor. Está escrito em Dt 28.64,65: “E o SENHOR vos espalhará entre todos os povos, desde uma extremidade da terra até à outra extremidade da terra; e ali servirás a outros deuses que não conheceste, nem tu nem teus pais; servirás à madeira e à pedra. E nem ainda entre as mesmas nações descansarás, nem a planta de teu pé terá repouso; porquanto o SENHOR ali te dará coração tremente, e desfalecimento dos olhos, e desmaio da alma”.

Jeremias, entretanto, profetiza que os exilados voltariam à sua pátria e possuiriam a terra prometida: “Porque eis que dias vêm, diz o Senhor, em que farei tornar do cativeiro o meu povo de Israel e de Judá, diz o Senhor; e torná-los-ei a trazer à terra que dei a seus pais, e a possuirão (Jr 30:3).

Ezequiel, também, profetizou sobre esse tema: “E porei em vós o meu Espírito, e vivereis, e vos porei na vossa terra, e sabereis que eu, o SENHOR, disse isso e o fiz, diz o SENHOR” (Ez 37:14); “Dize-lhes, pois: Assim diz o Senhor JEOVÁ: Eis que eu tomarei os filhos de Israel de entre as nações para onde eles foram, e os congregarei de todas as partes, e os levarei à sua terra (Ez 37:21). Ezequiel 36:21,22 diz que Deus restaurará Israel "por amor do meu nome":

“Mas eu os poupei por amor do meu santo nome, que a casa de Israel profanou entre as nações para onde foi. Dize, portanto, à casa de Israel: Assim diz o Senhor JEOVÁ: Não é por vosso respeito que eu faço isto, ó casa de Israel, mas pelo meu santo nome, que profanaste entre as nações para onde vós fostes”.

Israel foi restabelecido como país em 1948 e nunca mais será expulso de sua terra novamente. Israel, hoje, é indestrutível, porque Deus é o seu protetor. As nações deveriam prestar atenção àquilo que Deus diz do Seu "vermezinho Israel" e como Ele o protege: "Porque aquele que tocar em vós toca na menina do seu olho" (Zc 2:8b).

Após sua independência, em 1948, o pequeno Israel já derrotou seus inimigos árabes em seis guerras e os supera política, científica e economicamente. Se compararmos a população dos países árabes no Oriente Médio com a judaica, vemos que Israel é superado em uma proporção de 52 para 1. No entanto, Israel continua a derrotar todas as forças armadas árabes combinadas e será usado por Deus para trazer julgamentos de aniquilação contra muitas dessas nações.

Certa feita, alguém que odiava os judeus, perguntou a um velho judeu: "O que você pensa que acontecerá com o seu povo se nós continuarmos perseguindo vocês?”. O velho judeu respondeu: "Haverá um novo feriado para nós!". "O que você quer dizer com isso?", perguntou o outro, "como vocês podem ter um novo feriado se continuarmos perseguindo vocês?". O velho judeu disse: "veja bem, Faraó quis nos exterminar e nós recebemos um feriado: a Páscoa; Hamã quis enforcar Mordecai e exterminar todos os judeus e nós recebemos um novo feriado: o Purim; Antiôco Epifânio IV, rei da Síria, quis exterminar os judeus - ele ofereceu um porco ao deus Júpiter no templo - e Israel recebeu outro feriado: o Hanucah. Hitler quis nos exterminar e nós recebemos mais um feriado: o Yom Ha’atzmaut - o Dia da Independência; Os jordanianos ocuparam Jerusalém Oriental durante 19 anos, impedindo-nos de orar no Muro das Lamentações, até que, no ano de 1967, nossos soldados libertaram Jerusalém Oriental, desde então, festejamos anualmente o Yom Yerushalaym - o Dia de Jerusalém. E caso continuarem nos perseguindo, receberemos mais feriados da parte de Deus. E o velho judeu tem razão!

3. Os anjos no mundo hoje. A Bíblia Sagrada ensina-nos que os anjos são seres reais, plenamente espirituais, que, embora superiores aos homens, não têm qualquer função na salvação do homem. Eles são ministros da providência de Deus e agentes ativos na vida do crente e da Igreja de Cristo. O não entendimento, ou a falta de estudo, sobre sua natureza e atividades, tem ocasionado o surgimento de muitas seitas, heresias e credos, distintos e distantes da sã doutrina.

a) Os anjos são criaturas. Assim como os homens, os anjos são criaturas de Deus. Gênesis 1:1 e Colossenses 1:16 são incisivos ao mostrar que Deus foi o criador dos anjos, de forma que os anjos são criaturas, ou seja, seres inferiores a Deus, embora sejam superiores aos homens. Isto é muito importante, pois não temos como confundir os anjos com o próprio Deus, nem podemos atribuir a anjos quaisquer atributos divinos, pois Deus é o criador, enquanto os anjos são apenas criaturas.

b) Os anjos são seres espirituais. A Bíblia, também, mostra-nos que os anjos são seres espirituais, ou seja, ao contrário do homem que é formado de uma parte material (corpo) e de outra parte imaterial (o espírito), os anjos são puro espírito. O escritor da carta aos hebreus diz que os anjos são “espíritos ministradores enviados para servir a favor daqueles que hão de herdar a salvação (Hb.1:14).

c) Os anjos são seres poderosos. O salmista os descreveu como "valorosos em poder" que executam as ordens de Deus e lhe obedecem (Sl 103:20). Quando os pais de Sansão levantaram um altar ao Senhor, um anjo desceu sobre as chamas do altar sem sofrer qualquer dano (Jz 13:19,20). Um só anjo destruiu com fogo as cidades de Sodoma e Gomorra (Gn 19). Um só anjo removeu a pedra do sepulcro onde Jesus foi sepultado, quando se exigia vários homens para remover aquela enorme pedra (Mt 28:2). Um só anjo matou a 185 mil soldados do exército assírio (2Rs 19:35).

d) Os anjos são seres pessoais. A Bíblia dá a entender que os anjos possuem uma inteligência superior à dos homens, mas não igual ou superior à de Deus (2Sm 14:20; 1Pe 1:12). Dotados de sentimentos, anjos podem experimentar emoções quando rendem culto a Deus (Sl 148:2).

e) Os anjos são criaturas morais. O Senhor Deus criou os anjos não para que fossem meros autômatos; criou-os dotados de livre-arbítrio, a fim de que o servissem amorosa e voluntariamente. Quando se fala que os anjos são dotados de livre-arbítrio, quer se dizer que eles são dotados de vontade, ou seja, com o poder de escolher entre servir a Deus ou não. Tanto é assim que o “querubim ungido” escolheu o mal, quis ocupar o lugar de Deus e, por isso, pecou, tendo sido achado iniquidade nele, a ponto de ter perdido toda a glória que possuía neste lugar de proeminência diante do Senhor (Is 14:12-16; Ez 28:12-19). Isto só foi possível porque os anjos são dotados de livre-arbítrio. Entretanto, este livre-arbítrio só pode ser exercido uma única vez, visto que os anjos estão na dimensão celestial, onde não existe o tempo e, portanto, o arrependimento se torna impossível. Tendo feito a sua escolha, quando do pecado do “querubim ungido”, os seres angelicais a fizeram para sempre e, por isso, podemos, hoje, falar em “santos anjos” (Mt 25:31; Mc 8:38; Lc 9:26; At 10:22; Ap 14:10), como também em “anjos do diabo” (Mt 25:41; Ap 12:7,9), também chamados de “anjos que não guardaram o seu principado” (Jd.6).

f) Os anjos participarão de eventos especiais da igreja e de Israel. Os anjos de Deus terão uma participação especial antes e após o arrebatamento da igreja e nas circunstâncias que envolverão Israel e o resto do mundo na Grande Tribulação (1Ts 4:13-17; Ap 12:1-9).

II. RESSURREIÇÃO E VIDA ETERNA (Dn 12:2-4)

1. Ressurreição. E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna, e outros para vergonha e desprezo eterno” (Dn 12:2).

Este versículo contém a referência mais clara do Antigo Testamento à ressurreição dos justos e dos ímpios, e revela que há dois e somente dois destinos para toda a humanidade: Céu e Inferno.

2. As duas ressurreições (Dn 12:2). Daniel 12:2 é claro: haverá duas ressurreições. Jesus, também, mostra que haverá duas ressurreições distintas – “Não vos maravilheis disso, porque vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz. E os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal, para a ressurreição da condenação (João 5:28,29). Paulo também afirmou: “Tendo esperança em Deus, como estes mesmos também esperam, de que há de haver ressurreição de mortos, assim dos justos como dos injustos” (Atos 24:15). Estes e muitos outros versículos desfazem a ideia de que os ímpios serão destruídos e de que não haverá condenação porque “Deus é amor”. Segundo a Bíblia, todos ressuscitarão. O que precisamos saber é que os justos não irão ressuscitar juntamente com os ímpios. A ressurreição dos mortos acontecerá em duas etapas diferentes: uma para os justos e a outra para os ímpios.

a) A Ressurreição dos justos – ou Primeira Ressurreição. Na Primeira Ressurreição serão ressuscitados todos os santos, de todos os tempos. Isto terá lugar no arrebatamento da Igreja (João 5:29; 1Co 15:22,23; 1Ts 4:16), sendo depois complementada por outros exemplares deste gênero (as duas testemunhas e os mártires da Grande Tribulação – Ap 11:11,12;20:4). Nesta primeira fase não haverá ressurreição dos ímpios. Os santos receberão corpos glorificados, dotados de vida eterna, e conforme o corpo do Senhor Jesus, segundo o ensino de Paulo: “Mas a nossa cidade está nos céus, de onde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, que transformará o nosso corpo abatido, para ser conforme o seu corpo glorioso, segundo o seu eficaz poder de sujeitar também a si todas as coisas” (Fp 3:20-21). Também o Apóstolo João, declarou: “... Mas sabemos que, quando ele se manifestar seremos semelhantes a ele...” (1João 3:2). Em 1Co 15:52, Paulo assim afirma: “num momento, num abrir e fechar de olhos, ao som da última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos serão ressuscitados incorruptíveis, e nós seremos transformados”.

Quando acontecer a primeira Ressurreição todos os santos, ou seja, aqueles que morreram em Cristo, serão levados para o Céu, ou na expressão usada por Jesus, para a “Casa de meu Pai” (João 14:1-3). Foi assim que Paulo ensinou aos Tessalonicenses: “Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor” (1Tes 4:16-17).

b) A Segunda Ressurreição. “... e os que fizeram o mal, para a ressurreição da condenação” (João 5:29). Conforme se pode observar, esta é a ressurreição dos ímpios. Ela somente acontecerá depois do Milênio – “Mas os outros mortos não reviveram, ate que os mil anos se acabaram...” (Ap 20:5). Estes “outros mortos” são todos aqueles que morreram sem a salvação, tanto no Antigo como no Novo Testamento, ou seja, são os ímpios de todos os tempos, que, certamente, estarão diante do Grande Trono Branco para o Juízo Final. Esse momento foi visto e descrito por João em Apocalipse 20:11-15: “E vi um grande trono branco e o que estava assentado sobre ele, de cuja presença fugiram a terra e o céu; e não foi achado lugar para eles. E vi os mortos, grandes e pequenos, em pé diante do trono; e abriram-se uns livros; e abriu-se outro livro, que é o da vida; e os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras. O mar entregou os mortos que nele havia; e a morte e o hades entregaram os mortos que neles havia; e foram julgados, cada um segundo as suas obras. E a morte e o hades foram lançados no lago de fogo. Esta é a segunda morte, o lago de fogo. E todo aquele que não foi achado inscrito no livro da vida, foi lançado no lago de fogo”.

A ressurreição de Cristo é nossa garantia no presente e no futuro. Quanto a isso, a Bíblia declara: "E, se Cristo não ressuscitou, logo é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé" (1Co 15:14). Se Cristo não tivesse ressuscitado não haveria razão de sermos crentes. A sua ressurreição é a maior substância de nossa pregação, do nosso ensino e de nossa fé. O Senhor havia prometido que ressuscitaria dentre os mortos no terceiro dia. Se não tivesse ressuscitado nessa ocasião seria um impostor ou se havia equivocado. De qualquer modo, não seria digno de confiança. Mas, Ele ressuscitou e: "se apresentou vivo, com muitas e infalíveis provas" (At 1:3).

Se Cristo não tivesse ressuscitado não haveria salvação. Ao ressuscitá-lo dentre os mortos Deus Pai testificou sua satisfação total com a obra redentora de Cristo.

3. “A ciência se multiplicará” (Dn 12:4b). Costuma-se considerar que este texto se refere a avanços científicos, mas William Macdonald (Comentário Bíblico do Antigo Testamento – p. 737) diz o seguinte: “é provável, contudo, que seu significado seja outro. Darby traduz: ‘muitos investigarão com diligência’. Tregelles sugere: ‘muitos examinarão o livro do começo ao fim’. Indica, portanto, que, durante a grande tribulação muitos estudarão a palavra profética, e o saber a seu respeito se multiplicará”.

Bom, a interpretação de William pode está correta, porém, dificilmente podemos evitar em identificar a breve descrição de Daniel com os nossos dias, em que a ciência nunca esteve tão avançada, de uma forma especial nos campos da Comunicação, da Tecnologia da Informação e da Engenharia Genética.

O saber hoje se multiplica espantosamente. Vivemos hoje o tempo do milagre científico. A ficção virou história. Vivemos no mundo cibernético. O planeta terra tornou-se apenas uma aldeia global. Somos cidadãos planetários.

O transporte de massas e a velocidade são marcas do século 21. A mobilidade ininterrupta dos povos do mundo, a comunicação de massa quase instantânea, e a demanda insistente e universal por educação pelas massas, são características do nosso tempo.

O rev. Hernandes Dias Lopes diz que “em 1822, para D. Leopoldina enviar uma mensagem a D. Pedro 1, do Rio de janeiro para São Paulo, precisou um cavalo de corrida. Isaac Newton disse que chegaria o dia em que o homem correria à estrondosa velocidade de 60 km por hora. Voltaire disse que ele estava delirando. Hoje o homem vai à lua e faz viagens interplanetárias”.

No dia 12 de novembro de 2014 assistimos a um feito inédito e espantoso: pela primeira vez uma máquina humana pousou na superfície de um cometa, a 500 milhões de quilômetros da Terra. O módulo Philae, da sonda Rosetta, tornou-se a primeira espaçonave a fazer um pouso suave num cometa. O pouso se deu às 13:35h, sete horas depois que o veículo se desprendeu de sua nave-mãe, a Rosetta, e cerca de dez anos após a decolagem da Terra, realizada em 2004.

Para se ter uma ideia desse feito, vale lembrar que a nave Rosetta viajou 6 bilhões de quilômetros durante dez anos para chegar ao cometa 67-P, uma pedra de apenas 4 km de comprimento e formato muito irregular. O módulo Philae, que fez o pouso, pesa apenas 98 kg e é do tamanho de uma máquina de lavar roupas. O sucesso inédito reforça o poderio tecnológico no desenvolvimento de veículos para missões espaciais. O futuro chegou. Vivemos nele. As profecias estão se cumprindo. Precisamos nos preparar porque o tempo de nossa redenção se aproxima.

III. A PROFECIA FOI SELADA (Dn 12:9-11)

1. A profecia está selada. “E ele disse: Vai, Daniel, porque estas palavras estão encerradas e seladas...” (Dn 12:9).

Três versículos nos chamam atenção: "E tu, Daniel, fecha estas palavras e sela este livro, até ao fim do tempo" (Dn 12:4); "Vai, Daniel, porque estas palavras estão fechadas e seladas até ao tempo do fim" (Dn 12:9); "Tu, porém, vai até ao fim; porque repousarás e estarás na tua sorte, no fim dos dias" (Dn 12:12). Estes versículos demonstram o conselho de Deus para o profeta Daniel. Diante da visão que ele recebera era natural o profeta ter uma atitude de medo acerca do futuro. Mas a palavra de Deus encorajou o profeta, que por certo estava no final da vida, a "ir" até ao fim da existência vivendo em confiança em Deus.

O profeta Daniel recebe a ordem de "encerrar" e "selar" o livro. A palavra “encerrar” contém a ideia de "preservar", enquanto a palavra “selar” se relaciona com o conceito de "autenticar ou assegurar". Assim, a expressão não significa que as coisas reveladas a Daniel deviam permanecer em segredo.

Segundo o rev. Hernandes Dias Lopes, o costume persa era que, uma vez copiado um livro e trazido a público, selava-se uma cópia e colocava-se na biblioteca. Assim, as futuras gerações poderiam lê-lo. Dessa forma, na antiguidade, quando se mandava selar um livro, isso significava que o livro estava completo e recebia o selo de sua integridade, utilidade e proveito para o povo. Depois, uma cópia era disponibilizada para a biblioteca e estava disponível para ser examinada pelos estudiosos. O último ato profético de Daniel foi assegurar-se de que as profecias que lhe haviam sido reveladas se tornassem conhecidas não apenas de sua geração, mas das gerações vindouras. Eis a razão porque muitos o esquadrinharão.

2. O “tempo do fim” (Dn 12:9). Daniel recebe a ordem de selar o livro. As profecias do livro não são para os dias do profeta, mas para os tempos do fim, para despertar os que viverem nos tempos do fim. Daniel, a seguir, observa dois anjos, em um cada lado do rio (Hidéquel), e um deles pergunta quanto tempo falta para o fim. O homem vestido de linho branco (cf. Dn 10:5,6) jura por Deus que o tempo seria de três anos e meio, uma provável referência à segunda metade da septuagésima “semana” de anos (Dn 9:27).

3. Humildade e finitude. “Eu, pois, ouvi, mas não entendi...”. Daniel contemplava a visão e ouviu as palavras, que iam sendo proferidas, mas nada entendia. O anjo também ficou sem entender aquela visão tão sublime. Isso mostra com clareza a finitude, não somente de Daniel, mas também dos anjos. Existem, no eterno propósito de Deus, mistérios desconhecidos até mesmo pelos anjos. Daniel sabia que “as coisas encobertas são para o Senhor nosso Deus” (Dn 29:29), por isso, com toda a humildade, cônscio de sua finitude, Daniel pediu a interpretação dessas coisas – “...eu disse: Senhor meu, qual será o fim dessas coisas?”.

CONCLUSÃO

Finda-se aqui o estudo do Livro de Daniel. Ele escreveu sobre o futuro, contou-nos a história antes dela acontecer. O livro de Daniel nos mostra que Deus é quem está com as rédeas da história nas mãos. Ele a conduz ao seu fim glorioso.

Espero que este ano letivo, de estudos hipermaravilhosos, possam ter inflamado em nós chamas inapagáveis de esperança da volta do Senhor Jesus. Que a Maravilhosa Graça do Nosso Senhor Jesus Cristo seja com todos!

Fonte: ebdweb

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Lições que serão estudadas no 1º trimestre de 2015 - CPAD

 No primeiro trimestre de 2015, o tema discorrido na EBD será sobre os Os Dez Mandamentos: Valores Divinos para uma sociedade em constante mudança. O comentarista será  o Pr.   Esequias Soares. Desejo a todos um bom aprendizado,  e sobretudo um ano de bênção para todos que fazem a Escola Bíblica Dominical em Todo Brasil.


                    Pb. Efigênio Hortêncio

Sumário

 

Lição 1 - Deus Dá a sua Lei ao Povo de Israel
Lição 2 - O Padrão da Lei Moral
Lição 3 - Não Terás outros Deuses
Lição 4 - Não Farás Imagens de Esculturas
Lição 5 - Não Tomarás o Nome do Senhor em Vão
Lição 6 - Santificarás o Sábado
Lição 7 - Honrarás Pai e Mãe
Lição 8 - Não Matarás
Lição 9 - Não Adulterarás
Lição 10 - Não Furtarás
Lição 11 - Não Darás Falso Testemunho
Lição 12 - Não Cobiçarás
Lição 13 - A Igreja e a Lei de Deus

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

12ª lição do 4º trimestre de 2014: UM TIPO DO FUTURO ANTICRISTO






TEXTO ÁUREO
"Ninguém, de maneira alguma, vos engane, porque não será assim sem que antes venha a apostasia e se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição" (2 Ts 2.3)


VERDADE PRÁTICA
As conquistas ditatoriais e as atrocidades de Antíoco Epifânio dão uma noção do que será o futuro Anticristo na Grande Tribulação




INTRODUÇÃO
No capítulo onze, Deus revela a Daniel eventos proféticos que se cumpriram no período interbíblico, ou seja, o período entre o Antigo e o Novo Testamentos.
Nesta revelação profética destaca-se o personagem histórico que estudaremos nesta lição, Antíoco Epifânio. Esse personagem prefigura o Anticristo revelado em o Novo Testamento (Mt 24.15; 2 Ts 2.3-12).





I - PREDIÇÕES PROFÉTICAS CUMPRIDAS COM EXATIDÃO (11.2-20)



Essas profecias reveladas a Daniel cumpriram-se fielmente por uns 500 anos até o período interbíblico, que vai do fim de Malaquias ao início de Mateus.

1. A revelação sobre o fim do Império Medo-Persa (11.2). Aparece no versículo primeiro o nome do rei "Dario, o medo" que é o mesmo de Daniel 5.31. A história bíblica diz que Ciro constituiu a Dario como rei. No capítulo onze é revelado a Daniel uma sucessão de reis que vai de Ciro até o desmoronamento do reino de Alexandre. Foi revelado a Daniel que o rei valente (v.3), Alexandre, se levantaria e dominaria muitos reinos, todavia o Senhor mostrou também que embora imponente, o reino de Alexandre seria partido aos quatro ventos do céu (v.4). Os reinos deste mundo, por mais importantes que sejam, são todos passageiros. Somente o Reino de Deus é eterno.

A história apresenta diferentes datas quanto a estes reis, mas isso não afeta o cumprimento, com exatidão, dos fatos proféticos do capítulo onze.



2. Um rei valente (11.3). O rei valente que seria levantado era Alexandre Magno. A importância dessa profecia está no fato de que é Deus que dirige a história para que sua soberana vontade seja exercida especialmente em relação a Israel.

Até o versículo 35 a profecia de Daniel se concentra em revelar os reinos gentílicos. Depois, o foco principal passa a ser o povo de Deus e seus sofrimentos.

Os reis do Sul descritos no versículo cinco eram os Ptolomeus, sucessores de Ptolomeu Soter, general de Alexandre. E os reis do Norte (v. 6) eram os Selêucidas, sucessores de Seleuco I, que governou parte da Ásia Menor e Síria.



3. A divisão do reino entre quatro generais (11.4-20). Afirma o versículo quatro que "estando ele em pé, o seu reino será quebrado". Alexandre morreu na Babilônia aos 33 anos de idade. O seu reino, como havia sido revelado pelo Senhor, "foi repartido para os quatro ventos do céu" (v.4). Alexandre não teve um sucessor e seu reino foi dividido entre os seus quatro generais: Cassandro, Lisímaco, Seleuco e Ptolomeu. Ainda que os historiadores neguem a questão da soberania de Deus no destino das nações, não podemos duvidar que Ele permite que reinos sejam estabelecidos e destruídos. "Os quatro ventos do céu" (v.4) lembra a profecia sobre a figura das quatro cabeças do leopardo alado (7.6) e a visão do bode com quatro chifres notáveis (8.8). As figuras são diferentes, mas as representações dessas figuras são as mesmas, porque falam do Império Grego e sua divisão, depois da morte de Alexandre. Cassandro reinou na Macedônia; Lisímaco reinou na Trácia e Ásia Menor; Ptolomeu reinou no Egito e Seleuco reinou sobre a Síria e o restante do Oriente Médio.

Nos versículos 5 a 20, temos uma sucessão de guerras entre esses quatro reis, especialmente entre Egito e Síria, entre os reinos do Norte e do Sul. O rei do Norte, Antíoco Epifânio (entre 175 e 164 a.C.) o qual tornou -se um tipo do Anticristo.







II - O CARÁTER PERVERSO DE ANTÍOCO EPIFÂNIO (11.21-35)

Os quatro generais de Alexandre que se tornaram reis não se contentaram com seus territórios e passaram a lutar entre si. Seleuco IV ocupava o trono da Síria em Antioquia e reinou de 187 a 175 a.C. Ele morreu envenenado e seu filho deveria assumir o trono, mas seu tio Antíoco Epifânio tomou o trono da forma mais ignominiosa e detestável possível. Assumiu o trono sírio e mudou seu título de Antíoco IV para Antíoco Epifânio, isto é, o glorioso.
1. Antíoco Epifânio foi um rei perverso e bestial. Ele chegou ao poder em 175 a.C. e tinha apenas 40 anos de idade. O vocábulo Antíoco significa adversário, e Epifânio significa ilustre, o que é uma contradição. Segundo a história, reinou apenas onze anos, e morreu em 164 a.C. Porém, em seus poucos anos de reinado usou artifícios mentirosos, enganosos e cruéis como ninguém. Antíoco Epifânio não tinha escrúpulo. Sua ascensão ao trono da Síria foi atra- vés de intrigas e engano (11.21). Ele derramou muito sangue em guerras. Enriqueceu com os despojos quando lutou contra o Egito (11.25-28). O versículo vinte e um o chama de "homem vil", porque fingindo amizade e aliança, entrou no Egito e se apoderou do reino de Ptolomeu Filometer.



2. Antíoco Epifânio invadiu Jerusalém (11.28).  Antíoco Epifânio, depois de ter entrado no Egito e ter tomado posse do reino de Ptolomeu VI (vv.25,26), resolveu investir contra a Terra Santa, especialmente, Jerusalém. Ele tinha um ódio enorme de Israel. Por isso, partiu para a profanação do Templo e fez cessar os sacrifícios diários (11.30,31). Houve resistência da parte de judeus fieis que não cederam aos abusos de poder e a arrogância desse rei sírio. Ele ordenou o sacrifício de porcos sobre o altar sagrado para profanar o Santuário.




3. Antíoco Epifânio era cruel (vv.31-35). Ao invadir Jerusalém, Antíoco Epifânio desrespeitou valores morais e éticos da sociedade israelita. Estabeleceu regulamentações contra a circuncisão, a observância do sábado e outras práticas dietéticas do povo hebreu. O versículo 31 fala da "abominação desoladora", quando Epifânio construiu um altar a Zeus, deus grego, sobre o altar dos holocaustos no Templo.






III - ANTÍOCO EPIFÂNIO, TIPO DO ANTICRISTO

1.  O "homem vil" que chega ao poder.  Até o versículo 35 a história se cumpriu perfeitamente. A partir do versículo 36, os fatos acontecem de modo especial e fala de um rei que agirá segundo a sua própria vontade. Trata-se de um homem que chega ao poder, prospera, cresce em força e, então, investe contra o Deus de Israel. Esse rei, na figura de Antíoco Epifânio, assume o papel de divindade. Essa profecia tem o respaldo do Novo Testamento nas palavras de Paulo, quando diz que "se opõe contra tudo que se chama Deus ou se adora" (2 Ts 2.4).


2. O futuro governante mundial no "tempo do fim". Nos versículos 36 a 45 do capítulo onze está escrito que ele fará conforme sua própria vontade. O versículo quarenta fala do "fim do tempo" apontando para a Grande Tribulação que é a septuagésima semana do texto de Daniel 9.27. Nesse período, os reis do Norte e do Sul se unirão numa coligação de nações na " terra gloriosa" (11.41) para a grande batalha do Armagedom, onde o Anticristo será derrotado na Segunda Vinda de Cristo (Ap 19.11-20).



3.  Precisão profética. Como vimos, Antíoco Epifânio é um personagem da história que representa o rei futuro, o Anticristo, que provocará o grande conflito com Israel e fará tudo para destruir a nação, até que venha o Senhor para aniquilar o seu poder.










CONCLUSÃO
A Bíblia declara que o "último dia" não acontecerá sem que primeiro venha a apostasia e seja manifestado "o homem da iniquidade, o filho da perdição" que é o Anticristo (2 Ts 2.3). Isto se dará no período da Grande Tribulação, todavia, a Igreja do Senhor não estará mais na Terra e assim não verá o Anticristo.




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Referências
Revista Lições Bíblicas. INTEGRIDADE MORAL E ESPIRITUAL, O legado do livro de Daniel para a Igreja hoje. Lição 12 – Um tipo do futuro anticristo. I – Predições proféticas cumpridas com exatidão. 1. A revelação sobre o fim do Império Medo-Persa. 2. Um rei valente. 3. A divisão do reino entre quatro generais. II – O caráter perverso de Antíoco Epifânio. 1. Antíoco Epifânio foi um rei perverso e bestial. 2. Antíoco Epifânio invadiu Jerusalém. 3. Antíoco Epifânio era cruel. III – Antíoco Epifânio, tipo do Anticristo. 1. O “homem vil” que chega ao poder. 2. O futuro governante mundial no “tempo do fim”. 3. Precisão profética. Editora CPAD. Rio de Janeiro – RJ. 4° Trimestre de 2014.


Elaboração dos slides: Pastor, Ismael Pereira de Oliveira

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

12ª lição do 4º trimestre de 2014: UM TIPO DO FUTURO ANTCRISTO





Texto Base: Daniel 11:1-3,21-23,31,36



  1. “Ninguém, de maneira alguma, vos engane, porque não será assim sem que antes venha a apostasia e se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição” (2Ts 2:3)

INTRODUÇÃO

Nesta Aula, estudaremos o capítulo 11 de Daniel, o qual traz uma profecia que abrange os dois últimos Impérios: o Medo-Persa e o Grego. Neste capítulo Deus revela a Daniel eventos proféticos que se cumpriram no período interbíblico, ou seja, aquele período entre o Antigo e o Novo Testamentos. Mas também Deus revela a Daniel os grandes conflitos pelos quais passarão o povo de Israel até a vinda gloriosa de Jesus Cristo. A revelação maior da profecia de Daniel capítulo 11 diz respeito ao personagem histórico Antíoco Epifânio IV. Pelo caráter traiçoeiro, cruel, astuto e enganador desse déspota, e pelo seu desprezo às coisas sagradas, é que muitos estudiosos o colocam como o tipo mais emblemático do Anticristo descrito no Novo Testamento (Mt 24:15; 2Ts 2:3-12; Ap 13).

A primeira parte das profecias de Daniel, isto é, Dn 11:2b-35, refere-se a fatos que já se cumpriram na história, concentrando-se principalmente nos acontecimentos na Pérsia e na Grécia. Essas profecias cumpriram-se de forma literal e muitíssimo detalhadas na história, causando grande impacto e espanto entre muitos historiadores. A última parte de Daniel 11, do versículo 36em diante, passa para o “tempo do fim”, haja vista os fatos narrados não terem ações correspondentes ao longo da história. A partir do versículo 36, os relatos dizem respeito às ações do Anticristo que virá.

I. PREDIÇÕES PROFÉTICAS CUMPRIDAS COM EXATIDÃO (Dn 11:2-20)

1. A revelação sobre o fim do Império Medo-Persa (Dn 11:2). “E, agora, te declararei a verdade: Eis que ainda três reis estarão na Pérsia, e o quarto será cumulado de grandes riquezas mais do que todos; e, esforçando-se com as suas riquezas, agitará todos contra o reino da Grécia”.

Aqui, Daniel fala sobre quatro reis persas. Embora doze reis persas tivessem reinado, Daniel fica sabendo que três reis sucederão a Dario, o medo, antes que se levantasse um quarto rei de grande prosperidade. Segundo o estudioso Arno Clemens Gaebelein(influente ministro evangélico metodista estadunidense - 1861-1945), os três reis foram Assuero (530-522 a.C), Artaxerxes(522 a.C) e Dario (522-486 a.C), conhecidos na história secular como Cambises, Pseudo-Smirdes(considerado um impostor) e Dario Histapais (não Dario o Medo). O quarto rei foi Xerxes (486- 465 a.C), chamado de Assuero (marido de Ester, Et 1:1), que como nos conta a história, era imensamente rico (Et 1:4). Usou sua fortuna para formar e manter um imenso exército, com o qual atacou a Grécia. A invasão da Grécia aconteceu em 480 a. C. Veja Esdras 4:5-24.

Segundo Comentário Bíblico Beacon, Xerxes ou Assuero, reuniu uma gigantesca força de infantaria, cavalaria, carros de guerra e navios. Estima-se que cerca de cinco milhões de homens se engajaram nessa guerra. Apesar desse imenso poderio bélico, os valentes gregos os venceram nas batalhas cruciais de Termópilas e Salamina. Embora outras campanhas militares tenham acontecido, nenhuma se igualou a essa e o poder da Pérsia declinou até sua derrota final sob Dario III.

2. Um rei valente (Dn 11:3). “Depois, se levantará um rei valente, que reinará com grande domínio e fará o que lhe aprouver”.

Neste versículo o Império Greco-Macedônio entra em cena. Observe que o império Grego não é mais representado como nas composições anteriores descritas por Daniel: (a) "Cobre" (Dn 2:32); (b) "Metal'' (Dn 2:39); (c) "Leopardo" (Dn 7:6); (d) "Bode peludo" (Dn 8:20,21). Agora, no presente versículo, este reino tem sua representação na pessoa de um "rei valente" que reinaria com grande domínio. Este rei valente foi Alexandre Magno, ele realmente tomou o Império Medo-Persa, e reinou com grande poder (Dn 8:3,4).

O pr. Severino Pedro da Silva narra em seu livro que “Alexandre foi, de fato, um guerreiro habilidoso, porém, tudo quanto fez e conquistou foi derramando sangue (dos outros) e pela espada. Ele foi a antítese do verdadeiro Cristo, que tudo quanto fez e conquistou foi derramando o seu próprio sangue, e manifestando seu grande amor”. Ele mostra o quadro antitético do caráter de Alexandre ao comparar com o caráter de Cristo, da seguinte maneira:

“Jesus e Alexandre morreram aos trinta e três anos. Um deles viveu para si mesmo, o outro por mim e por você. O grego morreu num trono; o Judeu morreu numa cruz. A vida de um foi triunfante (aparentemente); a do outro, uma derrota (aparentemente). Um deles comandou imensos exércitos armados, o outro teve apenas um pequeno grupo, desarmado. Um derramou o sangue alheio sem piedade, o outro derramou o seu próprio sangue, e o derramou por amor ao mundo. Alexandre conquistou o mundo em vida; Jesus perdeu a sua vida para ganhar vida para seus seguidores. Um morreu na Babilônia, o outro no Calvário em Jerusalém. Um conquistou tudo para si, e o outro a si mesmo se deu. Alexandre, enquanto viveu, conquistou todos os tronos; Jesus, na morte e na vida, conquistou o Trono de Glória. Um deles sendo servo se fez deus; o outro sendo Deus se fez servo (Fp 2:6-7). Um deles ganhou um grande nome: Alexandre! O outro "um nome que é sobre todo o nome": JESUS! Um deles viveu para se gloriar; o outro para abençoar. Quando o grego morreu, seu trono, conquistado pela espada, ruiu para sempre. Jesus, quando morreu ganhou o trono que permanece para sempre (Sl 93:2)”.

3. A divisão do reino entre quatro generais (Dn 11:4-20). “Mas, estando ele em pé, o seu reino será quebrado e será repartido para os quatro ventos do céu; mas não para a sua posteridade, nem tampouco segundo o poder com que reinou, porque o seu reino será arrancado e passará a outros” (Dn 11:4).

"O seu reino será quebrado". Isto aconteceu realmente como diz a profecia em foco. Alexandre reinou com grande poder; ele foi chamado de Magno, mas morreu prematuramente aos trinta e três anos de idade. Ele conquistou o mundo em dez anos; morreu aos 33 anos de idade, na Babilônia. Conforme estudiosos, afogou-se na própria bebedeira e vaidade. O “chifre” ilustre foi realmente "quebrado", como vaticinara o profeta do Senhor: “E o bode se engrandeceu em grande maneira; mas, estando na sua maior força, aquela grande ponta foi quebrada; e subiram no seu lugar quatro também notáveis, para os quatro ventos do céu” (Dn 8:8).

Depois de sua morte o império de Alexandre foi dividido em quatro partes (“quatro ventos”), depois da batalha de Ipso, em 301 a.C. A sua posteridade (família) não recebeu o reino, e sim seus quatro generais de exércitos: a) Ptolomeu; b) Seleuco; c) Lisímaco; d) Cassandro. As quatro regiões de que fala o texto divino foram: a) O Egito (região Sul); b) A Síria (região Norte); c) A Macedónia (região Oeste); d) A Ásia Menor.

Os generais de Alexandre Magno reinaram também com grande autoridade, mas nenhum deles chegou à sua glória e magnitude; também não eram de sua família; cumprindo-se, assim, a profecia: "... seu reino será repartido... mas não para a sua posteridade". Esse acontecimento sobre seu reino, o próprio Alexandre já o previu em vida como ele mesmo declarou ao seu biógrafo: "Ainda em vida, Alexandre predisse que seus amigos lhe fariam um cruento funeral". Cumpriu-se o vaticínio. Alexandre não deixou sucessor direto ao trono (pr. Severino Pedro da Silva – Daniel – versículo por versículo. CPAD).

II. O CARÁTER PERVERSO DE ANTÍOCO EPIFÂNIO (Dn 11:21-35)

1. Antíoco Epifânio foi um rei perverso e bestial. “Depois, se levantará em seu lugar um homem vil, ao qual não tinham dado a dignidade real; mas ele virá caladamente e tomará o reino com engano” (Dn 11:21).

O “homem vil” referido neste texto refere-se a Antíoco Epifânio IV, que chegou ao poder por volta de 175 a.C, aos 40 anos de idade, e reinou onze anos, até sua morte, em 164 a.C. Foi o grande perseguidor dos judeus na terra de Israel. No seu governo começou a revolta dos Macabeus.

Ele usurpou o trono que por direito pertencia a Demétrio, o jovem filho de Seleuco IV. Antíoco (a “ponta muito pequena” de Dn 8:9-14,23-25) levou a efeito várias campanhas contra o Egito. Assassinou o “príncipe do concerto” (uma profecia sobre o assassinato do sumo sacerdote Onias,em 170 a.C., Dn 11:22). Seus tratados com outras nações eram eivados de intriga e engano. Atacava de improviso cidades ricas em tempo de paz (ver Dn 11:24). Seus ataques contra o Egito foram bem-sucedidos porque os que deviam ajudar o Egito não o fizeram, e Antíoco regressou à Síria com grandes riquezas (veja Dn 11:25-28).

O Rev. Hernandes Dias Lopes, citando Osvaldo Litz, diz que Antíoco Epifânio passou quatorze anos em Roma, em contato com as imoralidades e extravagâncias dos romanos. Ali moldou seu caráter pervertido. Ele deu a si o título de Antíoco Epifânio (ilustre), mas o povo chamava-o Antíoco Epimanes (louco). Certamente, este monarca Seleuca foi, em sua geração, uma figura do verdadeiro Anticristo, “... o homem do pecado, o filho da perdição” (2Ts 2:3).

2. Antíoco Epifânio invadiu Jerusalém (Dn 11:28). “Então, tornará para a sua terra com grande riqueza, e o seu coração será contra o santo concerto; e fará o que lhe aprouver e tornará para a sua terra”.

Antíoco Epifânio IV nutria um grande ódio dos judeus e da santa lei de Deus. Estava convicto de que a língua e a cultura grega eram superiores a qualquer outra língua e cultura, e também odiava os judeus porque a religião deles era exclusivista. Cerca de 168 a.C., invadiu o Egito outra vez, mas os “navios de Quitim”(Dn 11:30, isto é, Chipre) comandados pelo cônsul romano Laenas derrotaram-no, e ele retirou-se para o seu país. Ele, então, procurou vingar-se da sua frustração, opondo-se aos judeus, embora alguns destes o apoiassem. Esses judeus apóstatas convidaram Antíoco a introduzir entre eles a cultura e a religião gregas (Dn 11:30).

Antioco marchou contra Jerusalém, profanou o templo e fez cessar os sacrifícios diários requeridos pela lei de Deus (Dn 11:31). Ele levantou um altar pagão no templo, colocou no lugar santo uma imagem do deus grego, Zeus, e mandou sacrificar um porco no altar e borrifar o sangue no templo. Esse altar a Zeus é “a abominação desoladora” de Dn 11:31, que prefigura outra abominação que, segundo Jesus profetizou, ocorrerá no período do Anticristo, quando ele quebrará o concerto firmado com Israel, na segunda metade da septuagésima semana de Daniel.

Antioco Epifânio seduziu os judeus apóstatas (Dn 11: 31b,32), contudo, aqueles que conheciam a Deus eram fortes e ativos (Dn 11:32) e não cederam nem à sedução nem à violência. Homens com percepção espiritual circulavam entre o povo ensinando as Escrituras (Dn 11:33). Continuaram pregando, mesmo sob perseguição e morte (Dn 11:33-35). Muitos desses sábios morreram, mas aqueles que sobreviveram permaneceram puros até o fim.

Segundo o rev. Hernandes Dias Lopes, “Deus sempre teve um remanescente fiel entre os judeus nos tempos do Antigo Testamento (ver 1Rs 19:18). Agora, Deus também tinha um remanescente que permanecia leal e fiel a Ele. Um grupo de judeus, liderados pelo sacerdote Matatias, resistiu às ordens sacrílegas de Antíoco Epifânio e começou uma guerra de resistência, chamada a guerra dos macabeus (Dn 11:32-35). O líder do movimento contra Antíoco foi um ancião sacerdote chamado Matatias. O fiel sacerdote não só se recusou a obedecer à ordem de oferecer sacrifícios a um deus pagão, mas também matou o emissário real e destruiu o altar pagão. Seguidamente, Matatias e seus filhos João, Simão, Judas, Eleazar e Jônatas organizavam uma guerra de guerrilhas que começou a causar sérios estragos entre as forças de Antíoco. Em dezembro do ano 165 a. C., o exército dos macabeus marchou triunfante pelas ruas de Jerusalém. Em 25 de dezembro daquele ano, o templo foi purificado e restaurado o culto a Deus Jeová”. Até o dia de hoje a Festa da Dedicação ou Hanukkah é observada pelos judeus, comemorando esse evento. Jesus esteve durante essa festa, em Jerusalém – “E em Jerusalém havia a festa da dedicação, e era inverno” (João 10:22).

3. Antíoco Epifânio era cruel (Dn 11:31-35). Ao invadir Jerusalém, Antíoco Epifânio desrespeitou, sem nenhuma inquietação de consciência, os valores morais, éticos e higiênicos tão importantes no povo judeu. Estabeleceu regulamentações contra a circuncisão, a observação do sábado, e outras práticas dietéticas do povo de Israel. O versículo 31 fala da "abominação desoladora", quando construiu um altar a Zeus, deus pagão, sobre o altar dos holocaustos no templo. Ele era um déspota sem par em sua época.

III. ANTÍOCO EPIFÂNIO, TIPO DO ANTICRISTO

1. O “homem vil” que chega ao poder. “Este rei fará segundo a sua vontade, e se levantará, e se engrandecerá sobre todo deus; contra o Deus dos deuses falará coisas incríveis e será próspero, até que se cumpra a indignação; porque aquilo que está determinado será feito” (Dn 11:36).

As profecias de Daniel 11:21-35 referem-se ao “homem vil” (11:21), tipo do Anticristo, Antíoco Epifânio IV. Já as profecias de Daniel 11:36-45 não se enquadram no caso de Antíoco. A menção do “fim do tempo” (Dn 11:35,40) indica que esta profecia tem a ver com um futuro distante, a saber, fim dos tempos, e com o personagem a quem Antíoco tipifica, a saber, o Anticristo (Dn 7:8; 9:27), futuro ditador mundial.


  1. Conforme Daniel 11:36, o Anticristo é a antítese do verdadeiro Cristo; Jesus é Justo, ele será o iníquo; Jesus, ao entrar no mundo, disse ao Pai: "Eis aqui venho, para fazer, ó Deus, a tua vontade" (Hb 10:9), o presente texto diz que o Anticristo "fará conforme a sua vontade". O Senhor Jesus é o Filho de Deus; ele será "o filho da perdição" (2Ts 2:3).

Daniel 11:36 fala-nos também que esse homem vil blasfemará dos "poderes superiores" – “se engrandecerá sobre todo deus” - e ridicularizará a própria existência de Deus - “contra o Deus dos deuses falará coisas incríveis ", isto é, abrirá a sua boca em blasfêmia contra Deus e seu tabernáculo. Ele não terá consideração para com as tradições e preceitos familiares (Dn 11:37). Ele não terá respeito à família por ter sido estabelecida por Deus (2Ts 2:4).

2. O futuro governante mundial no “tempo do fim”. “E, no fim do tempo, o rei do Sul lutará com ele, e o rei do Norte o acometerá com carros, e com cavaleiros, e com muitos navios; e entrará nas terras, e as inundará, e passará” (Dn 11:40).

A expressão “fim do tempo” se refere a uma época escatológica, isto é, aponta para um tempo futuro. Se Antíoco Epifânio demonstrou características de crueldade e destruição contra Israel, no futuro, surgirá outro governante mundial, que promoverá grandes males ao povo de Israel e ao mundo, até que Jesus Cristo, em sua vinda pessoal, desça para desfazer o poder desse personagem, o Anticristo.

O Anticristo será um homem comum, nascido de mulher. Mas será revestido de poder satânico, e terá uma capacitação demoníaca extraordinária (Ap 13:2,4), de modo que exercerá poderosa influência sobre toda a humanidade. Ele é chamado na Bíblia de a Besta (Ap 13:1), o homem do pecado e filho da perdição (2Ts 2:3), assolador (Dn 9:27), designações que bem retratam o seu caráter iníquo.

O que foi feito por Antíoco Epifânio em suas atrocidades contra os judeus fiéis a Deus, durante o seu reinado de trevas, que, de um certo modo, “pisou” o povo de Deus, muito mais ainda será feito pelo Anticristo durante o período da Grande Tribulação que virá.

O Anticristo será um governante ditador, cruel, que se proclamará maior do que Deus, e que falará “coisas incríveis” (blasfêmias) contra o Deus de Israel. O Anticristo prosperará por algum tempo, mas logo haverá batalhas com o “rei do Sul” e o “rei do Norte” (Dn 11:40), batalhas essas que culminarão com a do Armagedom, onde ele será aniquilado pela espada que sai da boca de Cristo (isto é, por sua Palavra) e lançado para sempre no lago de fogo (Ap 19:20).

3. Precisão profética. Tendo em vista a espantosa precisão profética dos fatos exarados no capítulo 11 de Daniel, e querendo desfazer a veracidade das profecias bíblicas, muitos têm julgado este capítulo 11 uma história escrita depois dos acontecimentos nele narrados. Mas Deus, que está entronizado no mais alto e sublime trono, e estava presente no início do tempo, e estará presente quando o tempo não mais existir, pode certamente declarar, com a devida precisão e exatidão, “as coisas futuras, e as que ainda hão de vir” (Is 44:7). Ele não somente é Deus de perto, mas também é Deus de longe (Jr 23:23). Glórias sejam dadas a Deus, eternamente!

CONCLUSÃO

Chegará o Dia, que está muito breve, que o “tipo” não mais se manifestará, mas, sim, o próprio Anticristo, "o homem da iniquidade, o filho da perdição" (2Ts 2:3). A apostasia nunca foi tão acentuada como estamos vendo hoje, em todos os países em que antes o cristianismo autêntico era praticado. E o grau de intensidade da apostasia será ainda mais elevado não muito distante dos nossos dias. Sejamos, pois, vigilantes e discernentes do tempo para o que brevemente irá acontecer. A igreja não espera o Anticristo; espera, sim, desejosa, a vinda de Jesus Cristo. Vem, Senhor Jesus!