Texto Base: Dn 1:1-8; 17,20
“E Daniel assentou no seu coração não se contaminar com a porção do manjar do rei, nem com o vinho que ele bebia; portanto, pediu ao chefe dos eunucos que lhe concedesse não se contaminar” (Dn 1:8).
Nesta Aula, trataremos da firmeza do caráter moral e espiritual de Daniel e dos seus três amigos. “Caráter é o conjunto das qualidades (boas ou más) de um indivíduo, e que lhe determinam a conduta e a concepção moral” (Aurélio). “É o conjunto das características morais de uma pessoa”. “Deriva do grego charaktér, que quer dizer impressão gravada”. Então o caráter se refere àquilo que foi gravado na mente de uma pessoa e assimilado no comportamento, por influência da família, de amigos, líderes religiosos, etc. É válido dizermos que os fatores ambientais (convivência com os pais, a cultura e as realidades da vida) agem sobre o temperamento, influindo na formação do caráter. Ao impor a troca dos nomes de Daniel e dos seus três amigos, o rei Nabucodonosor estava "mudando" a identidade deles, tanto cultural quanto religiosa, advinda da Lei de Deus. O que, então, fizeram esses os jovens servos de Deus? Resistiram sabiamente, propondo outra estratégia para viverem no palácio da Babilônia sem desonrar a Deus e conservando a integridade de caráter herdado da sua família. Mesmo vivendo em uma sociedade pagã eles não se deixaram contaminar. A fé de Daniel fez com que ele se tornasse um exemplo de fidelidade e de integridade para os crentes de todas as épocas. É o grande legado para a igreja de hoje.
I. UMA RETROSPECTIVA HISTÓRICA
1. A situação moral e política de Judá. Depois de ver seus irmãos (as 10 tribos pertencentes ao reino do Norte - Israel) levados para o exílio, o povo de Judá ainda não se arrepende de seus pecados. Os reis Ezequias e Josias começaram muitas reformas, mas isto não foi o bastante para converter permanentemente a nação a Deus. Judá é derrotada pelos babilônios, que enviam muitos deles para o exílio - “Até Judá não guardou os mandamentos do SENHOR, seu Deus; antes, andaram nos estatutos que Israel fizera” (2Rs 17:19). Às vezes não aprendemos com os exemplos de pecado que ocorrem à nossa volta.
Compreendendo melhor...
Nabopolassar, governador da região do Golfo Pérsico, libertou Babilônia dos assírios, e em 626 a. C. foi proclamado rei. Continuou a obter vitórias sobre os assírios até que finalmente em 612 a. C., os Babilônios e os Medos tomaram Nínive, a capital da Assíria. Não se concentraram em dominar a Assíria propriamente dita, mas partiram para a conquista de todo o império Assírio. Os egípciostemendo pela sua segurança marcharam para o norte a fim de ajudar os Assírios. O rei Josias de Judá tentou interceptá-los em Megido, mas na batalha que se travou foi morto e Judá foi subjugada ao Egito (2Rs 23:29-33).
Quatro anos mais tarde, em 605 a. C., o exército babilônico, comandado por Nabucodonosor, derrotou os egípcios em Carquêmis (Jr 46:1,2), ampliando o império da Babilônia. Nesse mesmo ano, pela primeira vez, Jerusalém submeteu-se ao poderio de Babilônia, período esse considerado o marco inicial para contagem dos setenta anos preditos pelo profeta Jeremias. Um período encerrado com a queda e rendição da cidade de Babilônia em 538 a.C.
Os longos anos em que a elite política, militar e religiosa de Judá esteve longe de sua terra são popularmente conhecidos como exílio na literatura moderna, um termo singularmente apropriado, uma vez que não apenas sugere a remoção forçada da população de judeus para a Babilônia, como também comunica a ausência de Jeová durante o processo.
A tragédia do exílio não pode ser interpretada como apenas a deportação de um povo para outra terra, ou a destruição de uma cidade e seu santuário central. Na verdade, Deus havia se retirado do meio de seu povo, uma ausência simbolizada por uma das visões de Ezequiel, na qual aShekinah movia-se do Templo (Ezequiel - cap 1).
2. A situação espiritual de Judá. Depois da grande reforma política e religiosa em Judá, promovida pelo piedoso rei Josias, os filhos deste se desviaram do Deus de Israel. O povo, a casa real, os sacerdotes e demais líderes religiosos, todos estavam vivendo numa situação de miserabilidade espiritual, atolados na lama do pecado, da imoralidade, da idolatria (cf 2Cr 36:13,14). Deus, portanto, por intermédio de Jeremias e Habacuque alerta o povo que um tempo de calamidade aconteceria. A poderosa Babilônia invadiria Jerusalém e levaria o povo para o cativeiro. Os profetas de Deus foram perseguidos, presos e mortos. Em vez de haver quebrantamento, arrependimento e volta para Deus, o rei, os sacerdotes e o povo se endureceram ainda mais.
Os falsos profetas pregavam mensagens “bonitas”, vendiam ilusões, enganavam o povo (Jr 23:16,21). Os profissionais da religião enganavam o povo para tirar proveito pessoal. Falavam aquilo que o povo queria ouvir, e eram aplaudidos. Pregavam abundância de bênçãos, de prosperidade, de libertação material para um povo afundado no pecado e na idolatria (Jr 5:12;8:11;14:13,15). Pelo visto, a base para esta falsa mensagem de esperança era que a nação possuía a lei mosaica (Jr 8:8) e o Templo do Senhor estava entre eles (Jr 7:4). Todavia, o Senhor ressaltou que não achou os sacrifícios aceitáveis (Jr 6:20). Deus também deixou claro que a presença do Templo não era garantia de segurança. Para apoiar o argumento, destacou Siló, outrora o local do Tabernáculo, que foi mais tarde abandonado por Deus. Se o povo não se arrependesse, o Monte do Templo seria destruído como fora Siló (Jr 7:12-14; 26:6,9). Isso foi cumprido literalmente, como vemos hoje.
3. O império babilônico arrasa o reino de Judá. “No ano terceiro do reinado de Jeoaquim, rei de Judá, veio Nabucodonosor, rei da Babilônia, a Jerusalém e a sitiou. E o Senhor entregou nas suas mãos a Jeoaquim, rei de Judá...” (Dn 1:1,2). Isso não aconteceu por acaso, Deus permitiu que Babilônia arrasasse Judá a fim de corrigi-la, pois se esquecera do seu Deus e vivia em plena degradação moral e espiritual. Deus está no controle da história. Até os ímpios estão a serviço dos propósitos de Deus. O Senhor é soberano. A cidade conquistada, o templo saqueado, os tesouros transportados e os cativos a chorar, tudo isso foi obra de Deus, destinada a cumprir Seus soberanos e sábios propósitos. Nabucodonozor era apenas uma “vara” na mão do Deus vivo para castigar o Seu povo desobediente. Em Jeremias 25:9, Deus o chama de "meu servo". Nabucodonozor prestava seus serviços a Deus sem ter consciência disso. Ele era senhor de quase toda a terra, mas era servo de Deus. Foi colocado sobre os homens, mas estava debaixo da poderosa mão daquele que dirige o universo, segundo Seus planos e propósitos.
A deportação de Judá para a Babilônia deu-se em três fases. Deus demonstrou sua misericórdia diante do julgamento merecido e concedeu ao povo repetidas oportunidades de arrependimento.
- A primeira fase. Foi simultânea com a ascensão de Nabucodonosor (605-562) ao trono de Babilônia. Esse jovem príncipe, derrotando os egípcios na batalha de Carquêmis em 605 (Jr 46:1,2), foi, mediante a inesperada morte de seu pai, obrigado a abandonar o propósito de expulsar os egípcios de suas terras. Mesmo assim, no caminho de retorno, Nabucodonosor saqueou Jerusalém, conduzindo muitos judeus em cativeiro para a capital do império, dentre esses judeus estavam Daniel e seus três companheiros (2Cr 36:5,6; Dn 1:1-6). Deixou no trono de Judá o rei Jeoaquim, que veio a rebelar-se, forçando o retorno de Nabucodonosor em 601.
- Segunda fase. O Egito encorajou Jeoaquim, rei de Judá, a se rebelar contra a Babilônia em 600 a. C., provocando outra invasão babilônica em 598. Joaquim o sucedeu no trono de Judá e entregou Jerusalém à Babilônia em 597. Ele e muitos judeus proeminentes foram deportados para a Babilônia, dentre eles estava Ezequiel (2Rs 24:14-16).
- Terceira fase. Zedequias, irmão de Joaquim, foi estabelecido no trono de Judá (2Rs 24:18). Também esta ação foi mal sucedida, pois Zedequias era instável e de pouca confiança. Judá foi persuadido a rebelar-se mais uma vez. Desta feita, Nabucodonosor decidiu retornar para Jerusalém, desta vez para destruí-la completamente, em 586 a.C. Os babilônios invadiram Judá e sitiaram Jerusalém; o assédio durou dezoito meses. Finalmente, abriram uma brecha nos muros e Jerusalém foi tomada. Zedequias foi feito prisioneiro e teve os olhos furados. Os objetos de valor do Templo foram levados para Babilônia. Também, o Templo foi destruído e a maior parte do povo restante foram levados para a Babilônia. Só foram deixadas as pessoas mais pobres para cultivar a terra (2Rs 25:1-21).
II. A FORÇA DO CARÁTER
Para os psicólogos, o caráter é aquilo que é adquirido ao longo da vida, aquilo que é apreendido pelo homem no seu convívio com o ambiente onde vive, ou seja, aquilo que incorpora, conscientemente ou não, ao longo da sua história.
Daniel estava longe de casa, sem a sua família, em um país estranho, com uma língua estranha, sem o templo, sem sacerdotes e sem os rituais do culto. A despeito de tantas perdas, porém, não deixou seu coração ser envenenado pela mágoa, não permitiu que seu caráter fosse deformado pelo meio que ora passou a enfrentar. Procurou ser instrumento de Deus na vida dos babilônios. Daniel não foi um jovem influenciado, mas um influenciador. As pessoas que foram levadas cativas entregaram-se à depressão, nostalgia, choro, desânimo, amargura e ódio (Sl 137). Daniel, porém, escolheu ser uma luz, uma testemunha, um jovem fiel a Deus em terra estranha.
1. A tentativa de aculturamento dos jovens hebreus (Dn 1:3,4). “E disse o rei a Aspenaz, chefe dos seus eunucos, que trouxesse alguns dos filhos de Israel, e da linhagem real, e dos nobres, jovens em quem não houvesse defeito algum, formosos de aparência, e instruídos em toda a sabedoria, e sábios em ciência, e entendidos no conhecimento, e que tivessem habilidade para viver no palácio do rei, a fim de que fossem ensinados nas letras e na língua dos caldeus”.
No meio de uma cultura sem Deus e sem absolutos morais, Daniel não se corrompeu. Ele foi levado para a Babilônia, uma terra eivada de idolatria. Foi levado para esse panteão de divindades pagãs, para a capital mundial da astrologia e da feitiçaria. Daniel vai como escravo para uma terra que não conhecia a Deus, onde não havia a Palavra de Deus, nem o temor de Deus, onde o pecado campeava solto. Mas, mesmo na cidade das liberdades sem fronteiras, do pecado atraente e fácil, Daniel mantém-se íntegro, fiel e puro diante de Deus e dos homens. Seu caráter não era feito de vidro, não se quebrava com facilidade. Tinha um caráter ilibado, formado em um lar temente a Deus, de convicção de fé infringível no Deus vivo. Daniel e seus companheiros possuíam uma maturidade espiritual inexorável, que não foi adquirida em uma universidade secular, mas na Palavra de Deus.
Daniel e seus amigos correram sério risco de aculturamento nos costumes e nas ciências babilônicos. A despeito de eles serem educados em línguas e ciências, Nabucodonosor queria muito mais. Ele queria educá-los nas ciências dos caldeus para que tivessem conhecimento de astrologia e adivinhação. Mas, os babilônios perceberam logo que a formação cultural e, sobretudo, religioso desses jovens hebreus, era forte. Não seria fácil fazê-los esquecer de suas convicções de fé. Para quebrar a rigidez cultural desses jovens, Nabucodonosor elaborou um programa cultural que fosse eficaz na sua extinção: os jovens participariam da mesa do rei. Mas Daniel e seus amigos mantiveram-se íntegros, fieis e puros diante de Deus e dos habitantes da babilônia. O caráter deles era bastante sólido.
2. O caráter colocado à prova (Dn 1:5-8). “E o rei lhes determinou a ração de cada dia, da porção do manjar do rei e do vinho que ele bebia, e que assim fossem criados por três anos, para que no fim deles pudessem estar diante do rei. E entre eles se achavam, dos filhos de Judá, Daniel, Hananias, Misael e Azarias. E o chefe dos eunucos lhes pôs outros nomes, a saber: a Daniel pôs o de Beltessazar, e a Hananias, o de Sadraque, e a Misael, o de Mesaque, e a Azarias, o de Abede-Nego. E Daniel assentou no seu coração não se contaminar com a porção do manjar do rei, nem com o vinho que ele bebia; portanto, pediu ao chefe dos eunucos que lhe concedesse não se contaminar”.
A integridade de Daniel e de seus amigos foi colocada à prova diante da determinação do rei. O maior de todos os perigos era o risco da aculturação. Esses servos de Deus tiveram de se acautelar acerca de dois perigos: (1)
a) O perigo das iguarias do mundo. As iguarias da mesa do rei eram comidas sacrificadas aos ídolos. Cada refeição no palácio real de Babilônia se iniciava com um ato de adoração pagã. Comer aqueles alimentos era tornar-se participante de um culto pagão. Há um ditado que diz que todas as maçãs do diabo são bonitas, mas elas têm bicho. Os banquetes do mundo são atraentes, mas o mundo jaz no maligno. Ser amigo do mundo é ser inimigo de Deus. Aquele que ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Não entre na configuração do mundo. Fuja dos banquetes que o mundo lhe oferece! Os prazeres imediatos do pecado produzem tormentos eternos. As alegrias que o pecado oferece, convertem-se em choro e ranger de dentes. Fuja das boates, das noitadas, dos lugares que podem ser um laço para sua vida. Daniel “assentou no seu coração não se contaminar com a porção do manjar do rei, nem com o vinho que ele bebia”. Daniel preferiu a prisão ou mesmo a morte à infidelidade.
b) O perigo da mudança dos valores. O nome de Daniel e de seus amigos foram trocados. Com isso a Babilônia queria que eles esquecessem o passado. A Babilônia queria remover os marcos e arrancar as raízes deles. Entre os hebreus, o nome era resultado de uma experiência com Deus. Todos os quatro jovens judeus tinham nomes ligados a Deus. Daniel significa: Deus é meu juiz; deram-lhe o nome de Beltessazar, cujo significado é: bel proteja o rei. Hananias significa: Jeová é misericordioso; passou a ser chamado de Sadraque, que significa: iluminado pela deusa do sol. Misael significa: quem é como Deus? Deram-lhe o nome de Mesaque, que significa: quem é como Vênus? Azarias significa: Jeová ajuda; trocaram-lhe o nome para Abede-Nego, cujo significado é: servo de Nego. Assim, seus nomes foram trocados e vinculados às divindades pagãs de Bel, Manduque, Vênus e Nego. Os caldeus queriam varrer o nome de Deus do coração de Daniel, queria tirar a convicção de Deus da mente de Daniel e de seus amigos e plantar neles novas convicções, novas crenças, novos valores, por isso mudaram seus nomes.
A Babilônia mudou os nomes deles, porém, não o coração. Daniel e seus amigos não permitiram que o ambiente, as circunstâncias e as pressões externas ditassem sua conduta. Eles se firmaram na verdade, batalharam pela defesa da fé e mantiveram a consciência pura.
Muitos jovens hoje têm caído na teia do mundo. Muitos se envolvem de tal maneira que perdem o referencial, mudam os marcos, abandonam suas convicções, transigem com os absolutos e naufragam na fé.
III. A ATITUDE DE DANIEL E DE SEUS AMIGOS
1. Uma firme resolução: não se contaminar (Dn 1:8). “E Daniel assentou no seu coração não se contaminar com a porção do manjar do rei, nem com o vinho que ele bebia; portanto, pediu ao chefe dos eunucos que lhe concedesse não se contaminar”.
Viver exige discernimento. Os tolos naufragam, quer pelas oportunidades quer pelos riscos. Daniel e seus companheiros foram arrancados do seio de sua família como escravos, teve oportunidades e riscos. A vida ofereceu-lhes muitas propostas sedutoras. Todavia, souberam discernir a linha divisória entre o certo e errado.
“Daniel assentou no seu coração não se contaminar com a porção do manjar do rei, nem com o vinho que ele bebia”. A razão desta decisão do jovem profeta é que geralmente a comida e bebida daqueles monarcas babilônicos eram, antes de tudo, oferecidas aos ídolos pagãos e, portanto, Daniel, como fiel judeu, não podia participar de comidas consagradas ou dedicadas a deuses pagãos. Comer tal alimento era, para ele, desobediência à Lei de Deus; beber tal vinho significava entorpecer sua mente. Daniel não abriria mão de suas convicções, mesmo se estivesse que pagar com a vida por isso. Note-se que Daniel não tinha agora a presença dos seus pais para orientá-los nas suas decisões; mas seu amor a Deus e à sua lei achava-se de tal modo arraigados nele desde a infância que ele somente desejava servir ao Senhor de todo coração.
“Aqueles que resolvem permanecer fiéis a Deus, enfrentando a tentação, receberão forças para permanecerem firmes por amor ao Senhor. Por outro lado, aqueles que antes não tomam a decisão de permanecer fiéis a Deus e à sua Palavra, terão dificuldades para resistir ao pecado ou evitar conformar-se com os caminhos do mundo” (Bíblia de Estudo Pentecostal).
2. Daniel, um modelo de excelência. A vida de Daniel é um farol a ensinar-nos o caminho certo no meio da escuridão do relativismo. Seu testemunho rompeu a barreira do tempo e ainda encoraja homens e mulheres em todo o mundo a viver com integridade. Possuía valores absolutos no meio de uma geração que se corrompia. Ele era ainda um adolescente, mas conhecia a Deus. Era ainda jovem, mas sabia o que era certo e errado. Estava no alvorecer da vida, mas não se misturava com aqueles que se entregavam ao relativismo moral. Era um jovem que tinha coragem de ser diferente.
Mesmo tendo sido levado muito jovem para o exílio babilônico, Daniel conhecia a Deus e não o trocaria por iguaria alguma que lhe fosse oferecida. É um modelo de excelência para os jovens (Ec 12:1), como também foram outros jovens na história bíblica como Samuel (1Sm 3:1-11), José (Gn 39:2), Davi (1Sm 16:12), Timóteo (2Tm 3:15). Durante toda a sua vida, Daniel foi um exemplo de fidelidade e de oração, pois orava três vezes ao dia, continuamente (Dn 6:10).
3. Daniel é um modelo de integridade numa sociedade corrupta. Apesar de todo o esforço de seus exatores que os trouxeram para uma terra estranha, com costumes e hábitos, dedicados a outros deuses, Daniel soube, durante toda a sua vida, manter-se íntegro moral, espiritual e fisicamente. Apesar da tentativa de neutralizar a força de sua fé, os jovens hebreus permaneceram firmes e dispostos a não render-se, senão a Deus com suas próprias vidas. A mudança de nome não os fez esquecerem de sua fé nos Deus Vivo e Poderoso (Dn 3:6,7). Nas atividades políticas soube conduzir-se, respeitando as autoridades superiores, sem trair a sua fé em Deus. Sabia cumprir seus deveres e, quando foi desafiado na sua fé a deixar de orar, ele não traiu o seu Deus. (2)
CONCLUSÃO
Como preservar um caráter puro em meio a uma sociedade corrompida? Esta pergunta pode ser respondida à luz da vida de Daniel e seus amigos. Um caráter moldado pela Bíblia é a maior necessidade de um cristão, hoje. As pessoas precisam ver que você é um homem ou uma mulher temente a Deus. Afirmou John Wooden: “Preocupe-se mais com seu caráter do que com sua reputação. Caráter é aquilo que você é, reputação é apenas o que os outros pensam que você é“. Portanto, o caráter do cristão é quem ele é de fato, não apenas quando está diante do pastor, ou do seu líder, ou mesmo com um grupo de amigos, mas quando está num ambiente que ninguém o conhece, e ninguém está observando-o. O seu verdadeiro interior é a expressão mais exata da sua pessoa, sem máscaras, sem fingimentos ou aparências.
Quem é você quando ninguém está olhando? Nosso caráter está relacionado com quem somos quando ninguém está olhando. Nossa reputação, por outro lado, diz respeito à nossa conduta como é vista ou percebida por outros. “Boa” conduta sem caráter se torna hipocrisia. Isto foi revelado à igreja em Sardo: “Ao anjo da Igreja que está em Sardo escreve: Isto diz o que tem os sete Espíritos de Deus, e as sete estrelas: Eu sei as tuas obras, que tens nome de que vives, e estás morto!” (Ap 3:1).
Deus está interessado em quem realmente somos. Quando nós temos caráter cristão, a evidência está em nossa conduta. Quando uma pessoa é salva existem evidências da sua salvação. Se alguém diz, “Eu sou salvo”, mas continua a mentir, roubar e viver imoralmente, é muito claro que não está salvo. Se você é salvo, sua conduta muda como evidência de que alguma coisa mudou dentro – no coração. Nós lemos em 2Co 5:17: “Se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo”. Se não há uma mudança de conduta, então o coração não mudou. Deus diz: “Sede santos”. Ele não disse para fazermos algo para que aparentássemos santos. Mas, Ele diz: “sede” santo. Você não pode fazer a si mesmo santo da mesma forma que não pode salvar-se a si mesmo, mas quando você recebe a santidade de Deus por dentro, sua vida e conduta serão santas e agradáveis a Deus.
Fonte: ebdweb
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