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domingo, 13 de maio de 2012

ALUNOS DA ESCOLA BÍBLICA, PRESTAM HOMENAGEM AS MÃES EM VIÇOSA-AL



Professoras sendo homenageadas

Mãe, seu amor me encanta. Sua força me orgulha.
Com base na frase supracitada, os alunos da Escola Bíblica da Assembleia de Deus em Viçosa, junto à superintendência e coordenação, prestaram uma singular homenagem as mães neste sábado(12). O Departamento Infanto Juvenil, coordenado pelas irmãs Fátima e Graça Brandão, louvaram ao Senhor com um belo hino em homenagem as queridas mamães, que emocionadas ouviam atentamente. A superintendência por sua vez, tambem prestou uma merecida homenagem as professoras. "No dia em que comomeramos o dia das mães, e Escola Bíblica na nossa igreja tem o imenso prazer de prestar essa bela homengem as vocês que tem dedicado suas vidas ao ensino, visando sobretudo a edificação espiritual das nossas crianças", declarou o superintendente. "Só o nosso Deus pode recompensar a todas, pelo trabalho prestado aos nossos alunos" , finalizou.

Que Deus em Cristo possa continuar abençoando ricamente essas santas mulheres pelo brilhante serviço prestado ao Senhor.

AO SENHOR SEJA A HONRA, A GLÓRIA E O LOUVOR PARA SEMPRE.
                                                                                           
                                                                                     Fotos: Misael oliveira
                                                           





Crianças louvando.

                                              Superintendentes: Pb. Efigenio e Dc.Sávio André             

                                                          


terça-feira, 8 de maio de 2012

4º Aniversário do Departamento de Senhores Arautos do Rei- AD- Viçosa, AL



4º Aniversário do Departamento de Senhores Arautos do Rei
Dias 08, 09 e 10 de Junho

Assembleia de Deus - Viçosa – Alagoas
75 anos de História

Ore, divulgue e participe




SARDES, A GREJA MORTA


Texto Básico:Ap 3:1-6

“Desperta, ó tu que dormes, e levanta-te dentre os mortos, e Cristo te esclarecerá” (Ef 5:14).

INTRODUÇÃO

Conforme o texto sagrado (Ap 3:1-6), a Igreja em Sardes estava morta espiritualmente. Aos olhos das pessoas apresentava um perfil ortodoxo, a sua aparência exterior era impecável. É possível uma igreja ser ortodoxa e, ao mesmo tempo, estar árida como um deserto. A ortodoxia morta mata. Externamente está tudo bem, mas a motivação está errada. Crentes ortodoxos, mas secos como um poste. Crentes que conhecem a Bíblia, mas perderam o encanto com Jesus. Crentes que conhecem teologia, mas a verdade já não mais os comove. A situação espiritual da igreja em Sardes podia muito bem se enquadrar naquilo que Jesus definiu aos escribas e fariseus: “Pois que sois semelhantes aos sepulcros caia­dos, que por fora realmente parecem formosos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda imundícia” (Mt 23:27). Há igrejas, hoje, cuja aparência é bela e cujo desempenho aos olhos humanos é formidável, mas elas não passam no crivo de Jesus. Precisamos nos acautelar, pois nem tudo que é belo aos olhos dos homens é aceitável diante de Deus. Nem tudo que impressiona os homens é agradável a Deus. O homem vê a aparência; e Deus, o coração. O homem se contenta com o exterior, Deus requer a verdade no íntimo.

I. A IGREJA EM SARDES


1. A cidade de Sardes. O nome Sardes significa: os que estão escapando ou renovação. Segundo o Novo Dicionário da Bíblia - Edição Nova Vida -, Sardes foi “uma cidade da província romana da Ásia, a oeste do que atualmente é a Turquia Asiática. Era capital do antigo reino da Lídia, o maior dos poderes estrangeiros que os gregos encontraram durante sua primitiva colonização da Ásia Menor. Sua antiga prosperidade, especialmente sob Croeso, tornou-se lendária por causa de sua riqueza; essa riqueza se derivava em parte do ouro de aluvião do Pactolos, um ribeiro que atravessava a cidade. A cidade original era uma cidadela-fortaleza quase inexpugnável, elevando-se bem acima do largo vale do Hermo, e quase inteiramente cercada por penhascos cortados de precipícios compostos de rochas traiçoeiramente frouxas. Sua posição como centro da supremacia lídia, sob Croeso, terminou abruptamente quando Ciro, rei da Pérsia, cercou a cidade e conquistou a cidadela (549 a.C.), aparentemente escalando os penhascos e entrando em um ponto fracamente defendido sob proteção da escuridão. As mesmas táticas levaram novamente à queda da cidade em 214 a.C., quando foi capturada por Antíoco, o Grande. Embora a mesma ficasse numa importante rota comercial, no vale do Hermo, sob o domínio romano jamais recuperou a espetacular proeminência que havia tido em séculos anteriores. Em 26 d.C., seu pedido de ser-lhe dada a honra de servir de sede de um templo imperial foi rejeitado em favor de sua rival, Esmirna”. Ainda segundo o Novo Dicionário da Bíblia, a carta ao anjo da igreja em Sardes(Ap 3:1-6) sugere que a primeira comunidade cristã ali existente estava embuída do mesmo espírito da cidade, repousando em sua reputação passada mas sem qualquer grande realização no presente, e falhando, conforme a cidade falhara por duas vezes, por não aprender do passado, e por não ter atitude de vigilância. O símbolo das ‘vestiduras’ pode em parte ser uma alusão ao comércio principal da cidade, que era o fabrico de vestes de lã e a tinturaria. No ano 17 d.C. Sardes foi parcialmente destruída por um terremoto e reconstruída pelo imperador Tibério. A cidade tornou-se famosa pelo alto grau de imoralidade que a invadiu e a decadência que a dominou. Atualmente existe apenas uma pequena vila (Sarte) perto do sítio da antiga cidade.

2. A igreja em Sardes. Provavelmente, assim como em Éfeso, a fundação da igreja em Sardes teve grande influência das viagens missionárias do apóstolo Paulo e, principalmente, de sua forte dedicação ao ensino da Palavra por espaço de dois anos, quando esteve em Éfeso, “de tal maneira que todos os que habitavam na Ásia ouviram a Palavra do Senhor Jesus, assim judeus como gregos”(At 19:10). Sardes era uma igreja aparentemente ativa. Dona de um grande nome e famosa, mas não tinha vida. Tinha desempenho, mas não integridade. Tinha obras, mas não dignidade. Tinha todas as características de um ministério dinâmico, mas estava morta (Ap 3:1). Além disso, havia gente no Centro de Terapia Intensiva (CTI), à beira da morte espiritual - “… o restante que estava para morrer…” (Ap 3.2). A vitalidade dessa igreja se fora. Sua pulsação espiritual cessara. Aos olhos dos homens, era uma igreja entusiasmada, mas, aos olhos de Cristo, estava em estado de coma espiritual. Aquilo que impressiona os homens não impressiona a Deus. É nesse contexto que vemos Jesus enviando essa carta à igreja. Quando João entregou essa carta, Sardes era uma cidade rica, mas totalmente degenerada. Sua glória estava no passado, e seus habitantes entregavam-se aos encantos de uma vida de luxúria e prazer. A igreja tornou-se como a cidade. Em vez de influenciar, foi influenciada. Era como sal sem sabor ou uma candeia escondida. A igreja não era nem perigosa nem desejável para a cidade de Sardes. Conquanto a igreja em Sardes estivesse vivendo de aparência, havia uns poucos que não haviam contaminado suas vestiduras (Ap 3:4). Enquanto uns já estavam mortos e outros no centro de terapia intensiva, à beira da morte, alguns ainda mantinham-se íntegros, puros e incontaminados. No meio da igreja há sempre um remanescente fiel. Esses são os vencedores. São os que “não contaminaram suas vestes” e com Jesus “andarão de branco, porquanto são dignos disso”(Ap 3:4). Para esses Jesus Cristo faz uma promessa: “O que vencer será vestido de vestes brancas, e de maneira nenhuma riscarei o seu nome do livro da vida; e confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos”(Ap 3:5). Não é diferente o estado da igreja hoje. Ao sermos confrontados por Aquele que anda no meio dos candelabros, precisamos também tomar conhecimento de nossa necessidade imperativa de reavivamento hoje. O primeiro passo para o reavivamento é ter consciência de que há crentes mortos e outros dormindo, e todos eles precisam ser despertados.

II. A IDENTIFICAÇÃO DO MISSIVISTA


Jesus é o Missivista. Para a igreja de Sardes que tinha a fama de ser uma igreja viva, mas estava morta, Jesus se revela como “Aquele que tem os sete Espíritos de Deus e as sete estrelas”(Ap 3:1). Ou seja, Ele controla as igrejas e seus mensageiros pelo poder do Espírito Santo. É o único que pode dar vida a uma igreja morta. Isaias assim descreve a sétupla ação do Espírito de Deus: “E repousará sobre Ele o Espírito do Senhor, e o Espírito de sabedoria e de inteligência, e o Espírito de conselho e de fortaleza, e o Espírito de conhecimento e de temor do Senhor“(Is 11:2). Sete representa a totalidade e a perfeição divina. Diante do trono de Deus, “ardem sete lâmpadas, que são os sete Espíritos de Deus” (Ap 4:5). Os sete olhos do Cordeiro “são os sete Espíritos de Deus enviados por toda a terra” (Ap 5:6). Deus tudo sabe e vê tudo. “Seus olhos passam por toda a terra, para mostrar-se forte para com aqueles cujo coração é perfeito para com ele…” (2Cr 16:9). Portanto, nada em Sardes seria escondido de Jesus.

1. “O que tem os sete Espíritos de Deus”(Ap 3:1). Jesus tem e oferece a plenitude do Espírito Santo à igreja. O problema da igreja de Sardes era morte espiritual; Cristo é o que tem o Espírito Santo, o único que pode dar vida. A igreja precisa passar por um avivamento ou enfrentará um sepultamento. Somente o sopro do Espírito pode trazer vida para um vale de ossos secos. O profeta Ezequiel fala sobre o vale de ossos secos: “Filho do homem, esses ossos poderão reviver? Respondi: Senhor Deus, tu sabes” (Ez 37:3). Uma igreja morta, enferma e sonolenta precisa ser reavivada pelo Espírito Santo. Só Ele pode dar vida e restaurar a vida. Só o sopro de Deus pode fazer com que o “vale de ossos secos” se transforme em um exército. Quando Ele sopra, a igreja morta e moribunda levanta-se. Quando Ele sopra, nossa adoração formal passa a ter vida exuberante. Quando Ele sopra, os crentes têm deleite na oração. Quando Ele sopra, os crentes são tomados por uma alegria indizível. Quando Ele sopra, os crentes testemunham de Cristo com poder. Jesus é aquele que tem o Espírito e o derrama sobre sua igreja. É pelo poder do Espírito que a igreja se levanta da morte, do sono e do mundanismo para servir a Deus com entusiasmo. A Palavra diz que devemos orar no Espírito, pregar no Espírito, adorar no Espírito, viver no Espírito e andar no Espírito(Gl 5:16). Uma igreja inerte só pode ser reavivada pelo Espírito Santo. Uma igreja sonolenta só pode ser despertada por Ele. Uma coisa é possuir o Espírito, outra é ser possuído por Ele. Uma coisa é ser habitado pelo Espírito, outra é ser cheio do Espírito. Uma coisa é ter o Espírito residente, outra é ter o Espírito presidente. Oh! que sejamos crentes cheios do Espírito de Deus!

2. “O que tem as sete estrelas”. As “estrelas” são os líderes das igrejas, que estão nas mãos de Jesus. A igreja pertence a Jesus, Ele é a cabeça da Igreja. Ele controla a igreja, tanto local quanto universalmente. Tem autoridade e poder para restaurá-la. Ele disse que as portas do inferno não prevaleceriam contra sua igreja. Somente Ele pode levantar a igreja das cinzas. Ele tem tudo em suas mãos. Cristo é o dono da igreja. Tem cuidado dela. Ele a exorta, a consola, a cura e a restaura.

III. A DOENÇA E A MORTE DE UMA IGREJA

O problema que existia na igreja em Sardes não era heresia, mas morte espiritual. Apesar de sua reputação de ser uma cidade muito ativa, Sardes estava infestada pelo pecado. Suas obras eram más e suas “vestes” estavam contaminadas. Exteriormente parecia muito boa, mas interiormente era extremamente corrupta. Nem ela própria tinha consciência de seu estado espiritual. Não nos enganemos acerca de Sardes. Ela não é o que o mundo chamaria de igreja morta. Talvez ela seja considerada viva mesmo pelas igrejas irmãs. Parecia estar viva, mas, na verdade, estava morta. Tinha um nome respeitável, mas era só fachada. Todos a reputavam como igreja viva, florescente; todos, com exceção de Cristo. Quando Jesus examinou a igreja mais profundamente, disse: “Porque não tenho achado tuas obras perfeitas diante do meu Deus” (Ap 3:2). A fé exercida pela igreja de Sardes era apenas nominal. O seu cristianismo era apenas nominal. Seus membros pertenciam a Cristo apenas de nome, mas não de coração. Tinham fama de vivos; mas, na realidade, estavam mortos. Fisicamente vivos, espiritualmente mortos. Alguém disse que “há igrejas cujos cultos são solenes, mas são como um caixão florido, lá dentro tem um defunto”. Conta-se que certo pastor, ao ver a igreja que pastoreava em um profundo estado de torpor espiritual, negligenciando a Palavra, desobecendo aos preceitos de Deus, chocou a congregação dizendo que, no domingo seguinte, faria a cerimônia de sepultamento da igreja. Convocou todos os crentes para virem para a cerimônia fúnebre. No domingo seguinte, até os faltosos estavam presentes. O pastor começou o culto e, bem defronte do púlpito, estava um caixão. O clima, de fato, era sombrio. Havia uma tristeza no ambiente. A curiosidade misturada com temor assaltou a todos. Depois do sermão, o pastor orientou os crentes a fazer uma fila para ver o defunto que deveria ser enterrado. Cada pessoa que passava e olhava para dentro do caixão ficava comovida. Algumas pessoas saíram quebrantadas, em lágrimas. A congregação inteira prorrompeu em copioso choro. No fundo daquele caixão, não estava um corpo morto, mas um espelho. Cada crente daquela congregação contemplava seu próprio rosto. Todos entenderam a mensagem. Eles estavam dormindo o sono da morte e precisavam ser despertados para a vida em Cristo Jesus.

1. Fatores que levam à morte espiritual de uma igreja local. O que faz uma igreja morrer? Quais são os fatores da morte que ameaçam as igrejas ainda hoje? Eis alguns:

a) Apartar-se da pureza da Palavra de Deus - “Lembra-te, pois, do que tens recebido e ouvido, e guarda-o, e arrepende-te…”(Ap 3:3). O que é que os crentes de Sardes ouviram e deviam se lembrar, guardar e se voltar para isso? A Palavra de Deus! A igreja tinha se apartado da pureza da Palavra. Quando uma igreja abandona a Palavra de Deus ela fica despojada do antídoto para resistir a apostasia e a morte espiritual. Temos visto esses sinais de morte em muitas igrejas na Europa, América do Norte e também no Brasil. Algumas denominações históricas capitularam-se tanto ao liberalismo como ao misticismo e abandonaram a sã doutrina. O resultado inevitável foi o esvaziamento dessas igrejas por um lado ou o seu crescimento numérico por outro, mas um crescimento sem compromisso com a verdade e com a santidade. Hoje vemos muito ajuntamento e pouco quebrantamento; muito do homem e pouco de Deus. Muitas igrejas locais, ditas evangélicas, têm se desviado pelos atalhos da heterodoxia e seguido doutrinas de homens em vez de firmar-se na Palavra de Deus. Estamos precisando voltar às Escrituras e obedecer-lhas. Muitos têm se iludido achando que Deus se agrada se cumprirmos tão somente os deveres litúrgicos, ou seja, se rendermos a Deus um culto formal em alguma igreja. Deus quer de nós, fundamentalmente, sinceridade e obediência à Sua Palavra, pois o “obedecer é melhor do que o sacrificar” (1Sm 15:22). O culto, a oração, o louvor, os dons espirituais e o serviço a Deus não têm valor aos seus olhos, se não forem acompanhados pela obediência explícita a Ele e aos seus padrões de retidão(cf Is 1:11-20;59:2).

b) Conformar-se com o mundo. Exorta-nos o apóstolo Paulo: “Não sede conformados com este mundo…”(Rm 12:2). “Mundo” aqui não significa o universo, a Terra e nem mesmo seus habitantes, mas o sistema que impera em nossa sociedade e que é contrário a Deus. É nesse sentido que o Novo Testamento fala que antes de nos convertermos nós andávamos “segundo o curso deste mundo”, que “o mundo jaz no maligno” e que o diabo é “o príncipe deste mundo”. Estes versos nos ensinam que quem não segue a Jesus segue o mundo e seu príncipe e que tudo que ele pensa não está moldado por Deus e Sua Palavra (Rm 12:12; 1João 2:15-17; Ef 2:2). Por isso é que Paulo nos ensina que quem se converteu está crucificado para o mundo e mundo para ele. Em outras palavras, não dá para viver nos dois barcos. Não dá para ser cidadão de dois reinos. No reino de Deus não é permitida dupla cidadania. A igreja de Pérgamo estava dividida entre sua fidelidade a Cristo e seu apego ao mundo. A igreja de Tiatira estava tolerando a imoralidade sexual entre seus membros. Na igreja de Sardes não havia heresia nem perseguição, mas a maioria dos crentes estava com suas vestiduras contaminadas pelo pecado. Uma igreja que flerta com o mundo para amá-lo e conformar-se com ele não permanece. Seu candeeiro é apagado e removido.

c) Falta de discernimento espiritual. A morte de uma igreja acontece quando ela não discerne sua decadência espiritual. A igreja de Sardes olhava-se no espelho e dava nota máxima para si mesma, dizendo ser uma igreja viva, enquanto aos olhos de Cristo já estava morta. O pior doente é aquele que não tem consciência de sua enfermidade. Uma igreja nunca está tão à beira da morte como quando se vangloria diante de Deus pelas suas pretensas virtudes.

d) Falta de integridade na Obra de Deus - “Não tenho achado íntegras as tuas obras na presença do meu Deus“(Ap 3:2b,ARA). O problema na igreja de Sardes não foi a ausência total de obras, mas a falta de integridade. Aqueles crentes promoviam seus próprios nomes e não o de Cristo. Buscavam sua própria glória e não a de Cristo. Honravam a Deus com os lábios, mas o coração estava longe do Senhor (Is 29:13). Os cultos eram solenes, mas sem vida, vazios de sentido. A vida de seus membros estava manchada pelo pecado. Esses crentes eram como os hipócritas: davam esmolas, oravam, jejuavam, entregavam o dízimo, com o fim da ganhar a reputação de serem bons religiosos. Eles eram como sepulcros caiados. Ostentavam aparência de piedade, mas negavam seu poder (2Tm 3:5). Isso é formalidade sem poder, reputação sem realidade, aparência externa sem integridade interna, demonstração sem vida. Esses crentes viviam um disfarce da fé, uma religião do faz de conta. Cantavam hinos de adoração, mas a mente estava longe de Deus. Pregavam com ardor, mas apenas para exibir sua cultura. É possível defender a doutrina de Deus sem amar ao Senhor (Ap 2:2-4); é possível obedecer a mandamentos de Deus sem inteireza de coração (2Cr 25:2); é possível fazer coisas certas com motivos errados. Os homens podem ver as obras; Deus vê os corações, também. Deus quer obediência, integridade, verdade no íntimo.

e) Falta de Vigilância - “Sê vigilante…” (Ap 3:2). A cidade de Sardes era uma acrópole inexpugnável que nunca fora conquistada em ataque direto; mas, duas vezes na história da cidade, ela foi tomada de surpresa por falta de vigilância da parte dos defensores. Jesus alerta a igreja que se ela não vigiar, se ela não acordar, Ele virá a ela como o ladrão que chega à noite, inesperadamente. A igreja precisa ser vigilante contra as ciladas de Satanás, contra a tentação do pecado. Os crentes devem fugir de lugares, situações e pessoas que podem ser um laço para seus pés. Os tempos são maus. As pressões são muitas. Os perigos são sutis. O diabo não atacou a igreja de Sardes com perseguição nem com heresia, mas minou a igreja com o mundanismo. Os crentes não estão sendo mortos pela espada do mundo, mas pela amizade com o mundo. O bom soldado toma a armadura de Deus e vigia constantemente com perseverança e oração (Ef 6:18; Cl 4:2).

3. A solução para a igreja em Sardes: o reavivamento. Foi o próprio Jesus quem apontou a solução: “Lembra-te, pois, do que tens recebido e ouvido, e guarda-o, e arrepende-te“(Ap 3:3). O reavivamento é resultado da lembrança dos tempos do primeiro amor e da volta à Verdade, à Palavra de Deus. Quando uma igreja experimenta um reavivamento, ela passa a ter fome de Deus e de sua Palavra; Começa a se dedicar ao estudo das Escrituras; Abandona o descaso e a negligência com a Palavra; A Palavra torna-se doce como o mel; As antigas veredas se fazem novas e atraentes; A Palavra torna-se viva, deleitosa, transformadora. Uma igreja pode ser reavivada quando ela volta ao passado e lembra os tempos antigos, de seu fervor, de seu entusiasmo, de sua devoção ao Senhor Jesus. Assim como a cidade de Sardes olhava para seu passado glorioso, a igreja precisava lembrar as grandes bênçãos recebidas e voltar a valorizar a sua comunhão especial com Deus. Se esquecermos da Palavra de Deus, facilmente cairemos no pecado (veja 2Pedro 1:8-9). Para nos firmar na fé, temos que lembrar do que temos recebido. Não é por acaso que a Ceia do Senhor foi dada como a celebração central das reuniões dos cristãos. Quando lembramos da morte de Jesus, do sacrifício que ele fez por nós, ficamos mais firmes em nossos passos rumo ao Céu (1Co 11:24-26). Mas não é suficiente lembrar das coisas que ouvimos; precisamos, também, guardar as palavras do Senhor. O evangelho não é apenas para ouvir; é para ser obedecido (2Tess 1:8; 1Pedro 4:17). No caso do povo desobediente de Sardes, teriam de se arrepender e voltar às boas obras de obediência. É bom ressaltar que avivamento não pode ser confundido com liturgia animada, com culto festivo, inovações litúrgicas, obras abundantes, dons carismáticos, milagres extraordinários. Tem, sim, a ver com mudança de caráter, com mudança de direção, com o guardar os mandamentos do Senhor, com o voltar às boas obras de obediência.

4. As bênçãos do reavivamento - “O que vencer será vestido de vestes brancas, e de maneira nenhuma riscarei o seu nome do Livro da Vida; e confessarei o seu nome diante do meu Pai e diante dos seus anos”(Ap 3:5).

a) “Será vestido de vestes brancas”. A maioria dos crentes de Sardes tinha contaminado suas vestiduras, isto é, eles tornaram-se impuros pelo pecado. Porém, o vencedor receberia vestes brancas - símbolo de festa, pureza, felicidade e vitória. Sem santidade, não há salvação. Sem santificação, ninguém verá a Deus. Sem vida com Deus aqui, não haverá vida com Deus no Céu. A santidade é garantia de glória no futuro.

b) “De maneira nenhuma riscarei o seu nome do Livro da Vida”. O “Livro da Vida” é mencionado várias vezes na Bíblia (veja Ap 3:5; 13:8; 17:8; 20:12,15; 21:27; Fp 4:3). Na cidade iluminada pela glória de Deus, somente entram aqueles cujos nomes são inscritos no Livro da Vida (Ap 21:27). Nosso nome pode constar do registro de uma igreja sem estar no registro de Deus. Ter apenas a reputação de estar vivo é insuficiente. Importa que nosso nome esteja no Livro da Vida a fim de que seja proclamado por Cristo no Céu (Mt 10:32).

c) “Confessarei o seu nome diante do meu Pai e diante dos seus anjos”. A confissão de Cristo a nosso favor e a concessão da impecabilidade, ou seja, a santidade perpétua, é outra promessa que está reservada aos fiéis servos de Deus. O vitorioso atingirá um estágio semelhante ao dos anjos: o estado de impecabilidade, não mais podendo pecar. Estará totalmente livre do pecado e com seu ingresso eterno na glória divina garantido e confirmado pelo Cordeiro de Deus que o perdoou e o fez entrar na cidade pelas portas.


CONCLUSÃO

Não basta começar bem, é preciso terminar bem. Falhamos, muitas vezes, em passar o bastão da verdade para a próxima geração. Um recente estudo revela que a terceira geração de uma igreja já não tem mais o mesmo fervor da primeira geração. É preciso não apenas começar a carreira, mas terminar a carreira e guardar a fé! É tempo de pensarmos: “como será nossa igreja nas próximas gerações?”. “Que tipo de igreja deixaremos para nossos filhos e netos? Uma igreja viva ou morta?”. É bom atentarmos que nem sempre uma grande multidão representa a legítima expressão de devoção espiritual. Nem toda expressão de entusiasmo religioso é resultado de avivamento espiritual. Não é suficiente ter o nome no rol de membros de uma igreja, por mais conceituada e santa que ela seja. Não basta ter o nome de crente, é preciso ser crente. Não basta aparência de santidade, é preciso ter santidade. Não basta parecer vivo, é preciso estar vivo. Não basta parecer salvo, é preciso estar salvo. Não basta ter nosso nome confessado diante dos homens, precisamos tê-lo confessado diante do Pai. Não basta ser conhecido na terra, precisamos ser conhecidos no céu. Não basta ter o nome registrado no rol de membros da igreja, é preciso ter o nome escrito no Livro da Vida. Portanto, devemos olhar para essa carta à igreja de Sardes não como uma relíquia, mas como um espelho em que vemos a nós mesmos. “Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas” (Ap 2:7,11,17,29; 3:6,13,22; 13:9). ——–

Fonte: ebdweb

sábado, 5 de maio de 2012

TRADIÇÃO X LIBERDADE CRISTÃ


A Segunda polarização desnecessária na igreja contemporânea refere-se a “conservadores” e “radicais”. Devemos começar pela definição dos termos. Por “conservador” estamo-nos referindo às pessoas que estão determinadas a conservar ou preservar o passado e são, por isso, resistentes a mudanças. Por “radical” referimo-nos às pessoas que estão em rebelião contra o que é herdado do passado e estão, por isso, fazendo agitações por mudanças.


Deixai-me, agora, definir mais precisamente em que sentido cada crente deveria ser um conservador e um radical, ao mesmo tempo: Cada crente deveria ser conservador porque toda a Igreja é chamada por Deus para conservar sua revelação, para “guardar o depósito” (I Tm. 6:20; II Tm 1:14), para “batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos”, Jd 3. A tarefa da Igreja não é continuar inventando novos evangelhos, novas teologias, novas moralidades e novos cristianismos, mas, antes, ser uma guardiã fiel do único Evangelho eterno, pois a auto-revelação de Deus alcançou sua consumação no seu Filho Jesus Cristo e no testemunho apostólico de Cristo, preservado no Novo Testamento. Isto não pode ser alterado de forma alguma: É imutável em verdade e autoridade.

Os quatro autores do livro “Growing into Union” (Crescendo em União) expressaram este ponto com vigor: “A primeira tarefa da Igreja é manter as boas-novas intactas. É melhor falar do hábito mental que esta vocação requer como “conservacionista” do que como “conservador”, pois a Segunda palavra pode facilmente sugerir uma tendência antiquária: por ser antigo, por ser velho, e uma resistência cega ao pensamento novo, e não é absolutamente a respeito disso que estamos falando.

Antiquarianismo e obscurantismo são vícios da mente cristã, mas conservadorismo está entre as suas virtudes” (SPCK 1970, p. 103).

Alguns crentes, contudo, não limitam o conservantismo deles à teologia bíblica que professam. O fato é que são conservadores por natureza. Eles são conservadores na política e na perspectiva social, no estilo de vida, no estilo de vestir, no estilo de cortar o cabelo, no estilo da barba, em qualquer outro tipo de estilo que se mencione.

Não estão apenas atolados na lama, a lama deles endureceu como concreto. Mudança de qualquer tipo é anátema para eles. São como o duque inglês, o qual teria dito durante seus dias de estudante na Universidade de Cambridge: “Qualquer mudança , em qualquer tempo e por qualquer razão, deve ser deplorada!” O slogan favorito é: “Como foi no princípio, é agora e será para sempre. Amém!”

Um “radical”, por outro lado, é alguém que faz perguntas grosseiras sobre as tradições estabelecidas. Ele não considera qualquer tradição, qualquer convenção e qualquer instituição (ainda que antiga) como sendo sacrossanta. Ele não reverencia “vaca sagrada” alguma. Pelo contrário, está preparado para submeter qualquer coisa herdada do passado ao escrutínio crítico. E seu escrutínio geralmente leva-o a querer reformas, até mesmo revolução (embora, sendo um crente, opte pela não-violência).

Um radical reconhece a rapidez com que a cena do mundo está mudando hoje. Ele não se sente ameaçado por isto, nem é seu primeiro instinto comportar-se como o rei Canute e tentar prender a mudança da maré crescente. Alvin Toffer define “choque do futuro”, a expressão que ele inventou, como paralelo a “choque cultural”, nestes termos: “choque do futuro é a desorientação vertiginosa produzida pela chegada prematura do futuro. Pode bem ser a mais importante moléstia de amanhã...” (p.19). Mas o radical não fica chocado com isto. Sabendo que mudanças são inevitáveis, ele dá-lhes as boas-vindas e se ajusta para a chegada de qualquer mudança. E até mesmo a inicia.

Parece então à primeira vista, que conservadores e radicais estão em oposição e que não podemos fazer outra coisa senão polarizar nesta questão. Mas não é bem assim. Não é bem entendido que nosso Senhor Jesus Cristo foi conciliatoriamente um conservador e um radical, embora em esferas diferentes. Não existe a menor dúvida de que ele foi um conservador em sua atitude para com as Escrituras. As Escrituras não podem ser anuladas, “nem um jota ou um til se omitirá da lei, sem que tudo seja cumprido”, (Jo. 10:17; Mt. 5:17,18). Uma das principais queixas de Jesus contra os líderes judeus da sua época referia-se ao desrespeito por parte deles pelas Escrituras do Velho Testamento e à falta de uma verdadeira submissão à sua autoridade divina.

Mas Jesus pode também ser verdadeiramente descrito como um radical. Ele foi um crítico mordaz e destemido do tradicionalismo judeu, não somente devido à insuficiente lealdade que havia para com a Palavra de Deus, mas, também, devido à lealdade exagerada às próprias tradições humanas. Jesus teve a temeridade de lançar fora séculos de tradições que tinham sido herdadas, “as tradições dos anciãos”, para que a Palavra de Deus pudesse ser apreciada e novamente obedecida. (Mc. 7:1-13). Ele foi, também, muito ousado nas violações das convenções sociais. Insistiu em preocupar-se com todas as áreas da comunidade que eram normalmente menosprezadas: falou com mulheres em público, o que não era aceito nos seus dias, convidou crianças para que viessem a Ele, embora na sociedade romana crianças rejeitadas fossem geralmente “abandonadas” ou deixadas ao relento, o que levou os discípulos a acharem que ele não gostaria de ser incomodado por elas. Ele permitiu que prostitutas o tocassem (os fariseus afastavam-se delas horrorizados) e Ele mesmo, na realidade, tocou num leproso intocável (os fariseus apedrejavam-nos para que fossem mantidos à distância). Destas e de outras maneiras, Jesus recusou-se a ser preso por costumes humanos: sua mente e consciência estavam presas unicamente à Palavra de Deus.

Por conseguinte, Jesus foi uma combinação única do conservador e do radical: conservador em relação às Escrituras, e radical no eu escrutínio (seu escrutínio bíblico) de todas as outras coisas.

Ora, o discípulo não está acima do seu mestre, como Jesus freqüentemente dizia. Portanto, se Jesus pode combinar conservadorismo e radicalismo, assim podemos nós, que afirmamos segui-lo. Verdadeiramente, devemos fazê-lo, se formos leais a Ele. Há uma necessidade urgente para que mais “C Rs “surgem na Igreja; agora, não mais representando as iniciais para católicos romanos, mas para conservadores radicais. É uma necessidade que cristãos evangélicos desenvolvam um discernimento mais crítico entre o que não é possível ser modificado e o que pode, e mesmo deve ser.

Deixai-me dar um exemplo do que não é possível ser modificado:

Era costume, nos dias passados, ter o Pai Nosso, os Dez Mandamentos e o Credo dos Apóstolos pintados na parede leste de muitas igrejas inglesas, para ser visto e lido por todos. Na igreja de uma vila, as letras tinham ficado desbotadas e um pintor desenhista foi contratado para retocá-las. Na ocasião oportuna (assim a estória é contada), o conselho da igreja ficou alarmado com a conta que lhe foi apresentada.

Acontecendo isso antes da implantação do sistema decimal, a conta foi lida como segue:

Pela reparação do Pai Nosso 10 s.

Pelos três Mandamentos novos 12s.

Por ter feito um Credo completamente novo 17s 6d.

Por outro lado, embora tenhamos autoridade para alterar o Credo ou os Mandamentos que Deus tem revelado, todavia (como Leighton Ford disse corretamente, em 1959, no Congresso Americano sobre Evangelismo, em Minneápolis) “Deus não está preso ao inglês do século dezessete, nem aos hinos do século dezoito, nem á arquitetura do século dezenove, nem aos clichês do século vinte”, nem (alguém pode adicionar) a muitas outras coisas. Embora Ele mesmo nunca mude, nem tampouco sua revelação, Ele é, também, o Deus que age, chamando sempre o seu povo para empreendimentos novos e venturosos.

Mais particularmente, todos nós necessitamos discernir com clareza entre Escrituras e cultura. As Escrituras são a Palavra de Deus eterna e imutável, mas cultura é uma mistura de tradição eclesiástica, convenção social e criatividade artística. Seja qual for a “autoridade” que a cultura possa ter, ela é derivada da Igreja e da comunidade, não podendo exigir uma imunidade ao cristianismo ou reforma. Pelo contrário, cultura muda de época para época e de lugar para lugar. Além do mais, nós crentes, que dizemos desejar viver sob a autoridade da Palavra de Deus, deveríamos submeter nossa cultura contemporânea a um contínuo escrutínio bíblico. Longe de ressentirmo-nos com a mudança cultural ou de resistirmos a ela, deveríamos estar na linha de frente, junto aqueles que trabalham por uma modificação progressiva, para fazer com que a mudança realmente expresse, cada vez mais, a dignidade do homem e seja mais agradável ao Deus que os criou. Numa recente visita aos Estados Unidos, fiquei impressionado com um grupo de estudantes que encontrei em Trinity Evangelical Divinity Shooll, em Deerfield, llinois. Eles pertenciam aos mais diversos grupos, mas achavam-se unidos no compromisso para com o cristianismo bíblico, no desencanto com muito do cristianismo americano contemporâneo e na determinação de descobrir uma aplicação radical do cristianismo bíblico aos grandes assuntos do dia. De modo que eles se reuniam num grupo de estudo e oração, do qual surgiu a coligação Cristã do Povo (The People’s Christian Coalition), cujo órgão oficial é o “The Post-American”. O primeiro número publicado em fevereiro de 1971 tinha uma representação do Senhor Jesus na primeira folha, coroado com espinhos, manietado e envolto com as estrelas e listas da bandeira americana. Muitos pensaram que o retrato fazia paralelo com a blasfêmia. Mas eu não compartilhei com a mesma reação. Pelo contrário, achei que foi uma expressão genuína que eles tinham pela honra de Cristo. Jim Wallis publicou no seu editorial: “A ofensa da religião estabelecida é a proclamação e a prática de uma caricatura de cristianismo inculturado, domesticado e sem vida, que nossa geração fácil e naturalmente rejeita. Nós achamos que a igreja americana está cativa dos valores e estilo de vida da nossa cultura. O cativeiro da igreja americana tem resultado na desastrosa equação: a maneira americana de vida somada à maneira cristã de vida”.

Exatamente o mesmo poderia ser dito da expressão cultural do cristianismo em outras partes do mundo. Este é um dos principais problemas em muitas igrejas do Terceiro Mundo, que foram estabelecidas por missões da Europa e da América do Norte, e estão agora procurando suas próprias identidades indígenas. Estas igrejas confrontam-se com dois problemas culturais. O primeiro diz respeito à cultura nativa ou tribal, talvez especialmente na África. Os líderes nacionais reconhecem que alguns costumes africanos tradicionais refletem a origem pagã e são incompatíveis com a fé, amor e justiça cristã. O segundo problema diz respeito à cultura estrangeira (seja européia ou americana) que, muito freqüentemente, foi importada para o Terceiro Mundo com o Evangelho. É, em parte, porque esta invasão cultural tem parecido para muitos como uma afronta à própria dignidade nacional, é que muitos deles chegaram ao “fora com a religião do homem branco”. Naturalmente, o clamor está errado. Cristianismo não pertence ao homem branco e, nem tampouco, a qualquer outro grupo de homens. Jesus Cristo é Senhor de todas as raças, países e épocas, sem qualquer discriminação. Contudo, é certo para os africanos, asiáticos e latinos americanos procurar desenvolver suas próprias expressões indígenas da verdade cristã. Nesse sentido, o Dr. René Padilha fez um apelo eloqüente no Congresso Internacional sobre Evangelização Mundial, em Lausanne, em julho de 1974, quando atacou o que chamou de “cristianismo cultural”.

Por conseguinte, líderes cristãos de igrejas jovens necessitam de grande sabedoria para discernir não apenas entre cultura nacional e cultura importada, mas, também, entre o que em ambas as culturas é honrável a Cristo e o que não é; o que tem valor e o que não tem. Eles precisam, também, coragem para reter uma coisa e rejeitar a outra.

O cristianismo europeu cujas raízes alcançam, aproximadamente, 2000 anos, está, também, profundamente enraizado na cultura dos séculos. Não é sem sentido que podemos falar sobre luteranismo, anglicanismo, presbiterianismo, metodismo e, mesmo, irmanismo. Cada um deles é uma forma tradicional ou cultural do cristianismo histórico que colore não somente nossos formulários doutrinários, mas nossa liturgia (ou falta de liturgia) e música; o formato e a decoração dos nossos templos, nossos métodos pastorais e evangelísticos, e tudo o que fazemos como igreja. Tudo isto deve ser submetido à investigação bíblica regular e crítica.

Portanto, quando resistimos a mudanças - sejam elas na igreja ou na sociedade devemos perguntar-nos se são, na realidade, as Escrituras que estamos defendendo (como é nosso costume insistir ardorosamente) ou, se ao contrário, é alguma tradição apreciada pelos anciãos eclesiásticos ou de nossa herança cultural. Isto não quer dizer que todas as tradições, simplesmente por serem tradicionais, devam a qualquer custo ser lançadas fora. Iconoclasmo sem crítica é tão estúpido quanto conservantismo em crítica, e é algumas vezes mais perigoso. O que eu estou enfatizando é que nenhuma tradição pode ser investida com uma espécie de imunidade diplomática à examinação. Nenhum privilégio especial pode ser-lhe reivindicado.

Quando, por outro lado, clamamos por mudanças, devemos estar certos de que não é contra as Escrituras que estamos nos rebelando, mas contra alguma tradição não-bíblica, que é portanto, aberta à reforma.

Se é “não-bíblica” no sentido de ser claramente contrária às Escrituras, então devemos atacar o assunto corajosamente e trabalhar muito para sua abolição. Se é “não- bíblica” no sentido de não ser requerida pelas Escrituras, então devemos mantê-la sob revisão crítica.

Mas freqüentemente do que a maioria de nós sabe ou procura admitir, nós revestimos nossas idéias e costumes culturais com uma autoridade, verdade e imutabilidade que somente pertencem às Escrituras. Mas são parte da nossa segurança. Quando são ameaçados, nós nos sentimos ameaçados também. Assim, evitamos qualquer risco e lutamos vigorosamente para defender essas coisas, às quais nos agarramos.

Outras vezes, nós nos posicionamos por demais fracamente em relação às Escrituras e tratamos a Palavra de Deus como se pudéssemos colocá-la de lado tão facilmente quanto o fazemos com as opiniões e tradições humanas. Por conseguinte, provamos que somos cristãos mundanos, que têm a tal ponto absorvido a onda antiautoritária do mundo que nem mesmo estamos preparados para viver sob a autoridade de Deus e de Sua Palavra, pela qual ele governa o seu povo.

Os crentes contemporâneos são chamados para andar nesta corda apertada. Nós não devemos resistir às mudanças totais. Além disso, mesmo em questões abertas à mudança, devido à liberdade dada pelas Escrituras, não devemos ser inconoclastas. Crentes que crêem no deus da história e na atividade do Espírito Santo no decorrer da história da Igreja, não podem deleitar-se com mudanças, simplesmente por mudar. Algumas vezes, como Jesus disse, “melhor é o velho “ (Lc. 5:39), porque tem agüentado a prova do tempo. Devemos, também, ser sensíveis ao conservantismo dos crentes de gerações mais antigas; eles não puderam adaptar-se com facilidade a mudanças, mas foram mais facilmente feridos e perturbados por isso. Somos chamados para um sábio discernimento; instruídos por uma perspectiva bíblica, para que sejamos apreciadores do legado do passado e responsáveis pela disposição do presente. Somente então poderemos aplicar para toda a cultura (na Igreja e na sociedade) um cristianismo bíblico radical e procurar o que nós cremos que poderia ser mudado para melhor, sob a orientação de Deus.

Os nossos reformadores da igreja da Inglaterra do século dezesseis entenderam bem este princípio, pelo menos na sua aplicação à reforma eclesiástica. Na pequena impressão do Livro de Oração comum há um prefácio intitulado “Das Cerimônias”, que explica porque algumas são abolidas e outras retidas. Isto foi incluído no primeiro Livro de Oração reformado de 1549, que foi provavelmente composto pelo próprio arcebispo Crammer. Ele considera que, “neste nosso tempo, as mentes dos homens são tão diferentes que alguns pensam que é um grande problema de consciência abandonar, por menor que seja, as cerimônias, pois eles estão presos aos costumes antigos, mas, por outro lado, alguns são tão modernos que inovariam todas as coisas e, assim, desprezariam as antigas, de maneira que somente o que é novo lhes é favorável’. Similarmente ao prefácio, que explica os princípios que regeram a revisão do “Livro de Oração” em 1662, começa: “Tem sido sábia por parte da igreja da Inglaterra, desde a primeira compilação da Liturgia Pública, manter um equilíbrio entre os dois extremos, de rigidez demasiada em recusar, e de facilidade demasiada em admitir, qualquer alteração disto. “Possa Deus dar-nos esta mesma sabedoria hoje e, também, dar-nos a coragem de aplicá-la não somente para os assuntos eclesiásticos, mas também nos assuntos sociais, éticos e políticos!

Talvez eu poderia expressar-me em termos biológicos para dizer que nós necessitamos de moscas varejistas cristãs para aferroar-nos e impelir-nos a agir em busca de mudanças e, também de cães de guarda cristãos que latirão, alta e longamente, se mostramos qualquer sinal de comprometimento da verdade bíblica. Nenhum dos dois, moscas varejistas e cães de guarda, são companhias fáceis de se conviver com eles, nem tampouco acham eles a companhia um do outro compatível. Contudo, as moscas varejistas não devem picar os cães de guarda, nem devem os cães de guarda comer as moscas varejistas. Eles devem aprender a coexistir na Igreja de Deus e a executarem seus papéis ao concentrar a atenção em nós, a maioria do povo de Deus, que, desesperadamente, necessitamos do ministério de ambos.

Tendo advertido sobre os perigos de mudanças demasiadas ou de nenhuma, concluo este capítulo dizendo que o perigo maior (pelo menos entre os evangélicos) é confundir cultura com Escrituras, ser conservador e tradicionalista demais, estar cego a todas as coisas, na Igreja e na sociedade, que desagradam a Deus e que deveriam, portanto, desagradar-nos, ter os pés enterrados no status quo e resistir firmemente à mais desconfortável de todas as experiências: MUDANÇAS.

FONTE:Cristianismo Equilibrado


John R. W. Stott


terça-feira, 1 de maio de 2012

PIONEIRA DE CAMPANHA DAS VISITADORAS É HOMENAGEADA EM VIÇOSA.

  
     A campanha das Visitadoras “ Tudo é Possível ao que Crer” que serve ao Senhor na 1ª congregação da Assembleia de Deus em Viçosa, AL, localizada no Conjunto Residencial Cidade de Deus, fundada em 1992, prestou uma bela homenagem a pioneira Josefa Maria da Conceição, mais conhecida como "irmã Gedalva".

   A homenagem deu-se na data em que a serva de Deus completou seus jubilosos 79 anos. No momento a aniversariante externou a gratidão ao Senhor pela homenagem recebida. Foi uma noite feliz pra irmã Gedalva, que apesar da idade junto as enfermidades, não impediu de transmitir seu sorriso, qualidade que que lhe é peculiar. “ Visitar irmã Gedalva torna-se para nós um grande aprendizado", declarou irmã Vanessa. Quando chegamos em sua casa, voltamos admirada pela alegria com que nos recebe”, concluiu a visitadora.

    Ladeada por filhos, nora, netos, irmãos e demais familiares, como também a presença do Pr. Donizete e esposa, que carinhosamente a trata como vovó, a serva do Senhor estava sobremodo radiante de alegria por tamanha ação dos presentes. “Eu me sinto muito feliz em ter vocês na minha casa se alegrando comigo", disse irmã Gedalva. "Sou grata a Deus por ter feito parte dessa campanha, se eu pudesse ainda estava visitando”, finalizou emocionada.

Muitas declarações foram feitas por vários presentes durante a homenagem: “ A campanha de visitadoras tornou-se uma base espiritual para minha mãe, disse o Pb. Efigênio, além de ser uma aluna assídua da Escola Dominical. Certos estamos que tudo está registrado no livro do Senhor, para sua glória e louvor” finalizou o Presbítero.

Que Deus em Cristo continue abençoando a serva Senhor.

por Efigênio Hortêncio de Oliveira















TIATIRA, A IGREJA TOLERANTE


Texto Básico:Apocalipse 2:18-25



“Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas? E que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel?” (2Co 6:14,15).

INTRODUÇÃO

Nesta Aula estudaremos sobre a carta de Jesus Cristo enviada à igreja em Tiatira. Apesar de ser a menos importante das sete cidades, a carta dirigida a igreja foi a mais extensa. Tiatira, ao contrário de Éfeso, possuía a maior das virtudes - o amor, mas a doutrina praticada por ela não foi validada por Cristo; era operosa, mas não fiel. A igreja era marcada por fé - havia confiança em Deus. A igreja era marcada pela perseverança (ou paciência triunfadora) - ela passava pelas provas com firmeza. O seu progresso espiritual era bastante notório - suas últimas obras eram mais numerosas que as primeiras. John Stott comentando sobre os predicados espirituais da igreja em Tiatira diz: “Tiatira não apenas rivalizava com Éfeso nas atividades do serviço cristão, como também demonstrou o amor que faltava em Éfeso, preservou a fé que estava em perigo em Pérgamo e compartilhava com Esmirna a virtude da resistência paciente na tribulação” (STOTT, John. O que Cristo pensa da Igreja, p. 59). Todavia, Tiatira foi reprovada por Jesus pelo fato de tolerar os falsos mestres e a falsa doutrina. I. A IGREJA EM TIATIRA




1. A cidade de Tiatira. “Uma cidade da província romana da Ásia, a oeste do que atualmente é a Turquia Asiática. Ocupava uma importante posição em um ‘corredor’ baixo que ligava os vales do Hermo e do Caico. Abrigava uma guarnição de fronteira, principalmente sobre a fronteira ocidental do território de Seleuco I, da Síria (que a fundou, no século IV a.C.), e posteriormente, após haver mudado de mãos, na fronteira oriental do reino de Pérgamo. Com esse reino, passou para o domínio dos romanos, em 133 a.C. Porém, continuou sendo um ponto importante do sistema de estradas dos romanos, pois ficava na estrada vinda de Pérgamo até Laodicéia, e daí continuava para as províncias orientais. A descrição feita pelo Senhor Jesus em Ap 2:18 é apropriada para uma cidade famosa por seus trabalhos em bronze. As condições da promessa de Ap 2:26,27 podem refletir a longa história militar da cidade. Uma cidade bastante grande, por nome Akhisar, continua existindo no mesmo local” (O novo dicionário da Bíblia - Editora Vida). Tiatira não era nenhum centro político ou religioso, sua importância era comercial. Era sede de várias associações importantes de comércio, tais como: lã, couro, linho, bronze, tintureiros, alfaiates, vendedores de púrpura. Uma dessas corporações vendia vestimentas de púrpura e é provável que Lídia, a primeira pessoa a ser convertida em Filipos, fosse uma representante dessa corporação em Filipos (At 16:14). Essas associações tinham fins tanto de mútua proteção e benefício como social e recreativo. Seria quase impossível ser comerciante em Tiatira sem fazer parte dessas associações. Não participar era uma espécie de suicídio comercial; era perder as esperanças de prosperidade. Cada associação tinha sua divindade tutelar. Em suas frequentes reuniões havia banquetes com comida sacrificada aos ídolos e que acabavam depois em festas cheias de licenciosidade. O que os cristãos deviam fazer nessas circunstâncias: transigir ou progredir? Manter a consciência pura ou entrar no esquema para não perder dinheiro? Ser santo ou ser esperto? Qual é a posição do cristão? Se sair da associação, perde sua posição, reputação e lucro financeiro; se permanecer nessas festas, está negando Jesus. Alguém tinha que dar uma solução. E é nesse momento que o líder deve se apresentar como o anjo da igreja; isso não ocorreu em Tiatira. Então o inimigo se aproveitou da situação e ergueu a sua representante: “Jezabel”. Sua astúcia foi tão ebriático que logo se sobressaiu como profetiza e mestra na igreja. Ela insinuava que para vencer Satanás é preciso conhecer “as coisas profundas de Satanás”. O seu ensino enfatizava que não se pode vencer o pecado sem conhecer profundamente o pecado pela experiência. Faltou discernimento por parte do líder e de muitos membros da igreja para perceber que Jezabel era um instrumento usado por Satanás.



2. A igreja em Tiatira(Ap 2:18). A igreja em Tiatira foi a quarta(Ap 1:11) das sete igrejas da Ásia. Lídia, a vendedora de púrpura (lã tingida), a primeira pessoa convertida por Paulo na Europa, era de Tiatira (Atos 16:14). É bem provável que o evangelho tenha chegado a essa cidade através dela. Também não se pode descartar a influência da obra missionária de Paulo na organização e formação da igreja em Tiatira(cf At 19:10). Essa igreja se destacava em vários sentidos. Não lhe faltavam “boas obras, […] amor, […] fé, […] serviço e perseverança paciente”. Porém, a congregação havia tolerado doutrinas impuras em seu meio, e o resultado foi a prática de prostituição e idolatria. A igreja havia permitido que uma “mulher” por nome “Jezabel”, que se dizia profetiza, conduzisse servos de Deus ao pecado. A igreja não era criteriosa acerca da verdade, pois cedia seu púlpito sem qualquer critério àqueles que se diziam crentes, mas apresentavam falsos ensinos. Possivelmente, enfatizando o amor a ponto de esquecer a pureza da doutrina, a igreja de Tiatira tolerava esta falsa mestra e cedia o púlpito para ela. Foi um grave erro. Devemos sempre lembrar que a sabedoria de Deus é mais importante do que a paz com pessoas (Tg 3:17; Mt 10:34-38). O povo de Deus deve repreender e rejeitar falsos mestres (Ef 5:11; Rm 16:17-18; Gl 1:6-9; Tito 3:10-11). Segundo estudiosos, era esse o problema de Tiatira: não havia perseguição física; o perigo estava dentro da igreja. Essa é também uma dolorosa realidade na igreja contemporânea. Multiplicam-se os falsos mestres e muitas são as igrejas que abrem suas portas e franqueiam seus púlpitos a aventureiros descomprometidos com a sã doutrina. Há muitas crendices no meio evangélico introduzidas por falsos mestres. As pessoas que são libertas do paganismo e deixam para trás seu misticismo grosseiro tornam-se prisioneiras de outras crendices nos redutos chamados evangélicos. Mantemos as pessoas prisioneiras de práticas absolutamente estranhas às Escrituras. Somos uma igreja que avilta a eficácia do sacrifício perfeito e completo de Cristo. Assistimos ao florescimento da igreja do sal grosso, do óleo ungido, do copo de água em cima do rádio, da cura pelo suor do corpo do “apostolo”, etc. Vemos crescer a igreja das campanhas, das novenas; a igreja que busca sofregamente os milagres e a prosperidade, mas não se deleita na salvação em Cristo Jesus. Vemos uma igreja que desengaveta as indulgências da Idade Média e vende a graça por dinheiro. Vemos multiplicar no Brasil igrejas que parecem mais empresas particulares, que abrem franquias como se abre uma loja comercial. Igrejas que fazem do evangelho um produto lucrativo e transformam os crentes em consumidores vorazes para abastecer os cofres de pregadores inescrupulusos. Somos uma igreja analfabeta na Palavra. Temos extensão, mas não temos profundidade. Temos muitos espetáculos grandiosos, mas não temos a Palavra. Temos muitos atores no palco, mas poucos pregadores fiéis nos púlpitos. Estamos precisando de um genuíno avivamento na igreja, um avivamento que traga de volta o povo de Deus à Palavra.

II. A IDENTIFICAÇÃO DO REMETENTE



“E ao anjo da igreja de Tiatira escreve: Estas coisas diz o Filho de Deus, que tem os olhos como chama de fogo e os pés semelhantes ao bronze polido”(Ap 2:18). 1. Jesus é “o Filho de Deus”. Jesus escolhe aqui o título de Filho de Deus, que é superior ao título escolhido em Apocalipse 1:13 quando se denomina Filho do Homem. Jesus escolhe esse título ao falar com a Igreja de Tiatira por causa do paganismo deles, que pregavam Jesus como humano e desprezavam Sua natureza divina. O final dos tempos é marcado por vários falsos mestres que ensinam que Jesus Cristo seria apenas humano, negando sua natureza divina. Nessa carta, o Filho de Deus é retratado com os olhos como chama de fogo e os pés semelhantes ao bronze polido.



2. Jesus é Onisciente - “tem os olhos como chama de fogo”. Para a igreja de Tiatira que estava tolerando a impureza e caindo em imoralidade, Jesus se apresenta como aquele que tem os olhos como chama de fogo, que se referem à sua visão penetrante, que tudo sonda e conhece. Sim, o Senhor Jesus vê tudo, conhece tudo e sonda a todos. Nada escapa a seu conhecimento. Ele conhece as obras (Ap 2:19) e também as intenções (Ap 2:23). Cristo apresenta-se assim porque muitas práticas vis estavam sendo toleradas secretamente dentro da igreja. Mas ninguém pode esconder-se do olhar penetrante e onisciente de Jesus. Pedro não pôde apagar de sua memória o olhar penetrante de Jesus. Ele esquadrinha o coração e os pensamentos. No dia do juízo, ele julgará o segredo do coração dos homens.



3. Jesus é o Supremo Juiz - Ele tem “os pés semelhantes ao bronze polido”. Para a igreja de Tiatira que estava tolerando a impureza e caindo em imoralidade, Jesus não apenas tem olhos como de fogo (Ap 2:19), não apenas sonda nossa mente e coração (Ap 2:23), mas, também, tem os “pés semelhantes ao bronze polido”(Ap 2.19), que se refere à iminência de julgamento. O bronze reluzente transmitia a ideia de força e estabilidade. Isso fala de sua onipotência para julgar seus inimigos. O Noivo da Igreja tem todo poder e toda autoridade nos céus e na terra (Mt 28:18). Ele tem todas as coisas debaixo de seus pés. Todas as coisas lhe estão sujeitas. Ele tem poder sobre as forças da natureza, sobre os demônios, sobre a enfermidade e sobre a própria morte. Nada escapa ao seu controle e ao seu domínio. No dia do juízo, Cristo colocará todos seus inimigos debaixo de seus pés (1Co 15:25). Naquele dia, o Cordeiro estará irado (Ap 6:17). O Juízo de Deus sobre os ímpios começará a ser executado logo que o Senhor Jesus retirar sua Igreja daqui da Terra. Todavia, o juízo de Deus terá seu ponto alto e final no Julgamento do Trono Branco que acontecerá depois do Milênio e antes do estabelecimento do Estado Eterno. Neste dia todos os ímpios de todos os tempos comparecerão diante do Supremo Juiz para o acerto de contas final.

III. UMA IGREJA RICA EM OBRAS

A igreja em Tiatira tinha todas as qualidades para ser, no mínimo, como a igreja de Esmirna. Ela tinha muito crédito diante de Deus. Suas qualidades eram exteriores e interiores. Foi o próprio Jesus quem reconheceu essas qualidades: “Eu conheço as tuas obras, e o teu amor, e o teu serviço, e a tua fé, e a tua paciência, e que as tuas últimas obras são mais do que as primeiras” (Ap 2:19). Portanto, a igreja em Tiatira era:

1. Uma igreja amorosa, caridosa - “e o teu amor”. Faltava amor na igreja em Éfeso(Ap 2:4), mas Jesus viu esta qualidade boa em Tiatira.

2. Uma igreja trabalhadora, serviçal - “e o teu serviço”. A igreja de Tiatira estava trabalhando mais do que trabalhara no início de sua carreira, mas muito trabalho sem vigilância também não agrada a Jesus. Ação sem zelo doutrinário (em Tiatira) e zelo doutrinário sem ação (em Éfeso) não agradam a Jesus.

3. Uma igreja de fidelidade - “e a tua fé” . Jesus é Aquele que distingue dentro da igreja as pessoas fiéis e as infiéis (Ap 2:24). Na igreja em Tiatira havia três grupos: os que eram fiéis (Ap 2.24), os que estavam tolerando o pecado (Ap 2:20) e os que estavam vivendo no pecado (Ap 2:20-22). A igreja estava bem, estava em perigo e estava mal. Em uma mesma igreja há gente salva e gente perdida. Há joio e trigo. E Jesus sabe distinguir uns dos outros.

4. Uma igreja perseverante - “e a tua paciência”. A igreja era marcada pela perseverança ou paciência triunfadora; ela passava pelas provas com firmeza.

5. Uma igreja operante - “e que as tuas últimas obras são maiores do que as primeiras“. A igreja em Tiatira ao invés de esfriar tornou-se cada vez mais ativa no serviço a Deus. A fé que agrada a Deus é a fé ativa que se mostra pelas suas obras (Tiago 2:14-17). Os servos de Deus devem ser “sempre abundantes na obra do Senhor” (1Co 15:58), pois Deus nos criou para boas obras (Ef 2:10). Por estas qualidades apresentadas poderíamos considerar a igreja em Tiatira completa, exemplar. Entretanto, sua falha estava no excesso de tolerância. Em sua disposição de amar, talvez tenha se confundido um pouco, chegando a aceitar o inaceitável - “Tenho contra ti que toleras Jezabel…” (Ap 2:20). Esta “mulher”, que se intitulava profetisa, não somente ensinava como também seduzia cristãos a praticarem a prostituição e comerem coisas sacrificadas aos ídolos - “...mulher que se diz profetiza, ensinar e enganar os meus servos, para que se prostituam e comam dos sacrifícios da idolatria“(Ap 2:20). Amar não significa tudo aceitar. Ainda hoje, o amor tem sido usado como escudo para esconder o mal e permitir o pecado. Quantos casais caem no erro em nome do amor? Quantos falsos profetas e falsos mestres são tolerados em nome do amor? Atualmente há algumas denominações evangélicas fazendo o que está em Ap 2:19, mas, também dentro delas existem falsos mestres e pastores fazendo o mesmo o que está descrito em Ap 2:20, ou seja, fazendo o mesmo que a falsa profetiza Jezabel fazia. Alguém poderá perguntar: “será que vemos isso nas igrejas evangélicas?”. Sim, infelizmente! E isto não é só de agora. Podemos inferir através do seguinte texto dirigido à igreja em Colossos: “Exterminai, pois, as vossas inclinações carnais; a prostituição, a impureza, a paixão, a vil concupiscência, e a avareza, que é idolatria” (Cl 3:5). Satanás sempre procurou destruir a igreja, mas parece que ele ainda não percebeu que “as portas do inferno não prevalecerão contra ela”(Mt 16:18).

IV. JEZABEL, E AS PROFUNDEZAS DE SATANÁS

“Digo-vos, porém, a vós os demais que estão em Tiatira, a todos quantos não têm esta doutrina, e não conhecem as chamadas profundezas de Satanás, que outra carga vos não porei” (Ap 2:24). Satanás estava presente e ativo na Ásia quando Jesus enviou as cartas às sete igrejas. Satanás tinha sinagogas em Esmirna (Ap 2:9) e em Filadélfia (Ap 3:9), e um trono em Pérgamo (Ap 2:13). Em Tiatira, ele tinha uma profetisa, por nome Jezabel, que incentivava as pessoas a conhecerem as “coisas profundas de Satanás”. Para servir a Deus num ambiente cheio da influência do diabo, o discípulo de Cristo teria que lutar e confiar em Deus, na certeza da recompensa aos vencedores. Quando uma igreja cresce em qualidade Satanás fará de tudo para descontinuar o crescimento dessa igreja. Ele a persegue de todas as maneiras. A igreja de Tiatira estava crescendo (Ap 2:19), por isso Satanás procurou corromper seu interior, em vez de atacá-la de fora para dentro. A perseguição não era física, mas camuflada. Essa é a pior perseguição, pois é sutil e quase imperceptível.


1. A Jezabel de Tiatira. Jezabel (esse nome é provavelmente simbólico) era evidentemente uma mulher que foi aceita dentro da comunhão da igreja (Ap 2:20). Seu ensino provavelmente advogava certa medida de transigência com alguma atividade que era implicitamente pagã. É possível que isso fosse associação com clubes sociais ou corporações em que os negócios diversos estavam organizados. Essas corporações cumpriam muitas funções admiráveis, e seguir alguma atividade comercial era quase impossível para quem não pertencesse a uma dessas corporações; não obstante, suas reuniões estavam inseparavelmente ligadas com atos de adoração e imoralidade pagãs. Provavelmente Jesus tenha escolhido esse nome por representar toda a maldade da mulher do rei Acabe, rei de Israel. Foi Jezabel quem introduziu em Israel o culto pagão a Baal e misturou religião com prostituição (1Rs 6:31). Ela não só perseguiu os profetas de Deus(1Rs 18:4), mas também promoveu o paganismo. A Jezabel de Tiatira agiu de maneira semelhante, seduzindo os cristãos às práticas de idolatria e prostituição (ou imoralidade sexual literal, ou impureza espiritual). Acredita-se que a Jezabel de Tiatira era uma devota da deusa Diana (ou Artemis, seu outro nome), e que, possuindo beleza e o dom da liderança, seguida de gente influente na cidade, e que, atraída à causa crescente do cristianismo, juntara-se à igreja, insistindo no privilégio de ensinar e praticar prazeres licenciosos, alegando que a sua doutrina era inspirada. Esse tipo de procedimento infame é o que o diabo tem usado para tentar destruir a igreja do Senhor Jesus. Sempre que a igreja começa a crescer e glorificar o Senhor com almas redimidas, o diabo contra-ataca, enviando pessoas dele para criarem divisões, intrigas, doutrinas falsas, adultérios, roubos, mentiras, enfim, toda a sorte de sujeira do seu reino para dentro da igreja, para tentar desmoralizá-la perante a opinião pública. Quando tudo isso não alcança o seu objetivo, ele providencia a perseguição por parte das próprias autoridades. Mas, a recomendação de Cristo é: “resisti ao diabo, e ele fugirá de vós”(Tg 4:7).


2. O ministério de Jezabel. A Jezabel de Tiatira parecia ser usada pelo Espírito Santo, com dom de profecia. Entretanto, havia outro espírito agindo nela. Tinha aparência de espiritualidade, mas vivia na carnalidade. Suas palavras podiam ser agradáveis, mas suas obras eram malignas (Ap 2:20-22). Certamente Deus fala através de profecias, mas nem toda profecia vem de Deus. As mensagens proféticas devem ser julgadas à luz da bíblia (1Co 14:29). Precisamos rejeitar toda palavra que não esteja de acordo com as Sagradas Escrituras, principalmente aquela que nos induz ao pecado. É provável que essa “Jezabel” tenha profetizado na igreja, defendendo veladamente os alimentos sacrificados aos ídolos e a prostituição, mas o Senhor, zeloso por seus servos, levantou João, o verdadeiro profeta, para desmascarar aquele engano. Além de “profetizar”, Jezabel ascendera à categoria de mestra na igreja(Ap 2:20), só que o seu ensino induzia os crentes a se desviarem da verdade. A igreja abriu as portas para essa mulher. Ela subia ao púlpito da igreja, exercia a docência na igreja e induzia os crentes ao pecado. A igreja não tinha pulso para desmascará-la e enfrentá-la. A proposta de Jezabel era oferecer uma nova versão do cristianismo, um cristianismo liberal, sem regras, sem proibições, sem legalismos. Ela queria modificar o cristianismo para se adaptar à moralidade do mundo. Ela ensinava uma prática ecumênica com o paganismo. Ela ensinava a igreja que a maneira de vencer o pecado era conhecer “as coisas profundas de Satanás” (Ap 2:24). Assim como a Jezabel do Antigo Testamento havia corrompido o povo de Deus com imoralidade e idolatria, também a Jezabel de Tiaira ensinava que os cristãos podiam envolver-se com tais práticas sem pecar. É possível que incentivasse os cristãos a se afiliarem as associações de profissionais em Tiatira, um compromisso que envolvia o culto ao deus ou deusa da associação e a participação em festivais nos quais se consumiam coisas sacrificadas aos ídolos. O ensino dela era que não há mérito em vencer um pecado sem antes experimentá-lo. O argumento dela é que, para vencer a Satanás, é preciso conhecê-lo e que o pecado jamais será vencido a menos que você tenha conhecido tudo por meio da experiência. O ensinamento perverso que estava por trás dessa falácia era: os pecados da carne podiam ser livremente tolerados sem prejuízo para o espírito. Mas a Bíblia diz que, nós os que para o pecado já morremos, não podemos viver no pecado (Rm 6:1,2). Precisamos ficar atentos para esse tipo de pessoa dentro das igrejas. Não podemos nos iludir com aparência ou eloqüência dela, nem ficar impressionados com suas “profecias”, mas devemos observar seu modo de vida, pois seu exemplo pode influenciar muitos servos de Deus, levando-os ao pecado.

 
3. O tempo da misericórdia. O Senhor disse: “dei-lhe tempo para que se arrependesse da sua prostituição,
e não se arrependeu” (Ap 2:21). Tempo é oportunidade. Em todas as cartas temos a marca do amor de Cristo pela igreja e até pelos falsos. Até Jezabel teve sua oportunidade de arrependimento. Porém, não quis aproveitá-la. Enquanto o juízo não vem, pode-se pensar que Deus seja tolerante com o pecado, mas não é isso. Trata-se do tempo da misericórdia que antecede o julgamento e a sentença.


4. Consequências do pecado(Ap 2:21-23). Durante algum tempo, a falsa profetiza Jezabel esteve confortável na igreja de Tiatira, até que veio sobre ela o juízo de Deus e a consequência do seu pecado. Uma vez que Jezabel não queria arrepender-se, o Senhor lhe daria uma cama de tribulação em lugar de seu leito de lascívia. A Nova Versão Internacional diz que ela ficaria doente. Os que com ela cometeram adultério também seriam prostrados numa cama de grande tribulação, caso não se arrependessem das obras que a suposta profetiza incitava. Então, todas as igrejas saberiam que o Senhor está atento a todas as coisas e recompensa a cada um segundo as suas obras. A idolatria, a prostituição e o adultério não ficarão impunes, a não ser que haja arrependimento.


5. Purificação da igreja. Poderíamos perguntar: por que Deus permite a presença de pessoas assim na igreja? Mas, o Senhor está perguntando por que nós permitimos? Ele disse ao líder da igreja: “Tenho contra ti que toleras Jezabel…”. Era responsabilidade de o líder extirpar aquele mal do meio da congregação. Cabe ao líder zelar pela saúde doutrinária de sua comunidade eclesiástica e não confundir amor com omissão. Os crentes fracos devem ser ajudados, mas os que ensinam falsas doutrinas devem ser afastados do grupo. Não se pode tolerar a presença do lobo dentro do aprisco.

6. Perseverança dos salvos (Ap 2:24,25). Daqueles que não se contaminaram com os referidos pecados, o Senhor esperava perseverança. De nada adianta ser um cristão temporário, que se desvia diante da primeira tribulação. Precisamos ser perseverantes até a vinda do Senhor. O advérbio “até” nos dá idéia de continuidade, insistência, e fidelidade, a despeito das circunstâncias. Os que assim viverem, praticando a vontade do Pai, serão por Ele recompensados.

7. A recompensa dos vencedores (Ap 2:26-28). O vencedor em Tiatira era o cristão fiel que guardava firmemente as obras do cristianismo autêntico. Sua recompensa consistiria em reinar com Cristo no milênio. Teria “autoridade sobre as nações” e as regeria “com cetro de ferro“. A “brilhante Estrela da Manhã” é o Senhor Jesus(Ap 22:16). Assim como a “estrela da manhã” aparece no céu antes de o sol nascer, Cristo aparecerá como Estrela da manhã para arrebatar sua igreja ao Céu antes de vir como o Sol da justiça para reinar sobre a Terra(1Ts 4:13-18; Ml 4:2). O vencedor recebe, portanto, a promessa de que participará do arrebatamento. Amém!

CONCLUSÃO

O Senhor reconheceu realidades boas dentro da igreja em Tiatira: muito trabalho, amor pelos pobres, demonstrações de fé, obras assistenciais de grande tamanho, etc. Mas, também, Jesus viu problemas nela. Não basta a Igreja ter estas qualidades, tem que haver temor do Senhor, respeito pela sua Palavra, santificação dos seus membros, ensinamento de renuncia pelo mundo, busca do Reino dos céus, unidade do corpo de Cristo. Um dos grandes enganos de Satanás é induzir os crentes a pensar que precisam buscar novidades para terem uma experiência mais profunda com Deus. Não precisamos buscar fora das Escrituras inovações, modismos. Tudo está feito. O banquete da salvação está preparado e completo. O que precisamos é tomar posse da vida eterna, reconhecer o que Deus já nos deu, apropriarmo-nos das insondáveis riquezas de Cristo. A provisão de Deus para nós é suficiente para uma vida plena até a volta de Jesus (Ap 2:25). Precisamos permanecer firmes e fiéis, conservando essa herança até o fim. Amém?

Fonte: ebdweb




Ruínas de Tiatira