No deserto, você recebe o "pão de cada dia", e não a "abundância de riquezas". É um tempo em que nada lhe falta para o suprimento físico e material, mas você não ganha tudo o que quer. Deus sabe do que você precisa para o suprimento espiritual, e nem sempre ele dá o que você acha que precisa!
Na América, quando temos falta de alguma coisa, dizemos: "o Diabo atravessou o meu caminho". O problema é que nossa definição de necessidades e desejos difere da realidade. Achamos que o que queremos é uma "necessidade", quando a realidade é bem outra!
A Igreja americana tem de aprender o sentido das palavras de Paulo em Filipenses 4:11-13:
"Digo isto, não por causa da pobreza, porque aprendi a viver contente em toda e qualquer situação. Tanto sei estar humilhado como também ser honrado; de tudo e em todas as circunstâncias, já tenho experiência, tanto de fartura como de fome; assim de abundância como de escassez; tudo posso naquele que me fortalece " (Grifo do autor).
Paulo aprendeu que, na força de Cristo, poderia viver alegre na pobreza e na abundância. Entretanto, aqui na América, os crentes pensam diferente! Os que vivem na fartura sentem-se mais infelizes do que aqueles que sofrem necessidades diárias.
Se não possuímos algo do qual podemos nos gabar de que é nosso, achamos que alguma coisa nos "falta". Julgamos a fé de uma pessoa e mensuramos sua espiritualidade por aquilo que ela possui, quando deveríamos atentar para o carácter dela, e não para suas posses. Os israelitas fugiram do Egipto com muita riqueza; ouro, prata e tecidos finíssimos. Contudo, usaram o precioso metal para fazer ídolos no deserto, e os tecidos e jóias, como adorno, para dançar diante deles.
Na realidade, o bem que possuíam não era sinal de santidade! Somente duas pessoas, dentre as milhares que saíram do Egipto com idade acima de 20 anos, tinham o carácter necessário para entrar na terra prometida. Josué e Calebe entraram na terra porque tinham "espírito diferente". Seguiam a Deus de verdade (Nm 14:24)! Erramos em nossos sistemas de valores quando julgamos as pessoas pelas riquezas e posses, e não por aquilo que são.
Por outro lado, quando um crente tem abundância de recursos ou galga uma posição de influência e de liderança, ele acha que Deus lhe deu tudo isso para usar como quiser! Compra o que quer, gasta o dinheiro no que bem entende e no que lhe satisfaz, ou usa sua posição de influência para benefício próprio.
Na realidade, a abundância de recursos e a posição de autoridade deveriam levar a pessoa a depender cada vez mais de Deus e a fazer a sua vontade.
Tem gente que ocupa a posição de autoridade que Deus lhe concede apenas para realizar seus sonhos pessoais. Paulo, mesmo tendo autoridade para receber ajuda financeira daquelas igrejas que ele mesmo começara, disse: "Se nós vos semeamos as coisas espirituais, será muito recolhermos de vós bens materiais? Se outros participam desse direito sobre vós, não o temos nós em maior medida? Entretanto, não usamos desse direito; antes, suportamos tudo, para não criarmos qualquer obstáculo ao evangelho de Cristo" (1 Co 9:11, 12 - grifo do autor). Para Paulo, era mais importante não criar obstáculo à pregação do evangelho do que receber bens materiais que por direito eram dele!
Escrevendo a respeito da ajuda financeira que os filipenses lhe deram, Paulo disse: "Não que eu procure o donativo, mas o que realmente me interessa é o fruto que aumente o vosso crédito" (Fp 4:17). Ele se preocupava com o bem-estar dos que ofertaram, e não com os benefícios pessoais que poderia obter com a oferta, tampouco com o sucesso ministerial.
Existem pessoas que não aprenderam a viver com a unção; usam-na para ajuntar multidões e para terem fama. A motivação de alguns pregadores é ficarem conhecidos em todo o país e levantar grandes somas de dinheiro. Toda motivação cujo foco seja outra coisa, que não o carácter de Deus, redundará em destruição. Deus deseja o bem-estar do seu povo, e não apoia os motivos pessoais de seus obreiros.
Esta é a admoestação que se encontra em Filipenses 2:3-5:
"Nada façais por partidarismo ou vanglória, mas por humildade, considerando cada um os outros superiores a si mesmo. Não tenha cada um em vista o que é propriamente seu, senão também cada qual o que é dos outros. Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus ".
Jesus agia em seu ministério despojado de toda motivação pessoal. Ele tomou sobre si os nossos pecados, e a pena de morte que nos estava reservada (portanto, levando em conta que o nosso bem-estar era mais importante do que o dele), mesmo sendo inocente. Seu alvo na vida era servir e dar a vida em nosso favor. Negando-se a si mesmo, deu-nos o maior de todos os dons: a vida eterna!
É esse tipo de carácter que Deus aperfeiçoa em nós no deserto. É no deserto que o fruto do Espírito é cultivado e irrigado. O intenso desejo de conhecer o Senhor nos leva a caminhar seguindo os seus passos. Paulo não tinha como objectivo de vida edificar um grande ministério; tudo o que almejava era conhecer a Jesus de forma mais íntima e, acima de tudo, agradar-lhe!
O deserto é um lugar de secura. Pode ser secura espiritual, financeira, social ou física. É no deserto que recebemos de Deus o "pão de cada dia", não a "abundância de riquezas". Ele supre nossas necessidades, porém não nos dá aquilo que desejamos. Afinal, o objectivo do deserto é o nosso aperfeiçoamento. Nosso alvo deve ser conhecer melhor o Senhor, e não apenas viver em busca de suas provisões. Assim, quando tivermos em abundância, reconheceremos que foi o Senhor quem nos deu. Ele nos concede abundância de sua graça, para confirmar a sua aliançai (Dt 8:12-18)
FONTE: VITÓRIA NO DESERTO ( JONH BEVERE)
muito bom o estudo aprimoriou mais o meu conhecimento
ResponderExcluirobrigado pastor
muito bom oestudo me ajudou bastante obrigado pastor
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