TEXTO ÁUREO
“E os fiéis que eram da circuncisão, todos quantos tinham vindo com Pedro, maravilharam-se de que o dom do Espírito Santo se derramasse também sobre os gentios..” (At 9.15,16).
INTRODUÇÂO
Glorificamos e exaltamos o nosso Deus, por nos proporcionar sua preciosa e gloriosa salvação através do seu Filho Jesus Cristo. A lição em apreço, apresenta-nos essa salvação sendo estendida a toda raça humana, não havendo assim acepção de pessoas, como os apóstolos mencionam.
O conteúdo em foco, apresenta-nos o amor imensurável de Deus em resgate de toda raça humana sem nenhuma restrição. Uma boa aula!!!!
I. OS GENTIOS NO ANTIGO TESTAMENTO
Gênesis 1.26-28 narra a respeito da criação dos seres humanos oferecendo os pormenores mais específicos a respeito dessa criação e do seu meio-ambiente. Tanto o homem quanto a mulher foi uma criação especial de Deus, não um produto da evolução (Mt 19.4; Mc 10.6). O homem e a mulher, igualmente, criados à imagem e semelhança de Deus, podiam comunicar-se com e ter comunhão com Ele expressando de modo incomparável o seu amor, glória e santidade. Eles tinham semelhança moral com Deus, pois não tinham pecado, eram santos, tinham sabedoria, um coração amoroso e o poder de decisão para fazer o que era certo (Ef 4.24). Ao desviarem-se da vontade de Deus para suas vidas, sua semelhança moral com Deus foi desvirtuada (Gn 6.5). Nos dias de Noé, o pecado abertamente se manifestava no ser humano na concupiscência carnal e pela violência (Gn 6.2,11,12). Deus se revela, já nestes primeiros capítulos da Bíblia, como um Deus pessoal para com o ser humano, e que é passível de sentir emoção, desagrado e reação contra o pecado deliberado e a rebelião da humanidade. Quando se fala sobre o ‘arrependimento de Deus’, isso significa que, por causa do trágico pecado da raça humana, Deus mudou a sua disposição para com as pessoas; sua atitude de misericórdia e de longanimidade passou à atitude de juízo. A existência de Deus, o seu caráter e seus eternos propósitos traçados, permanecem imutáveis (1Sm 15.29; Tg 1.17), porém, Ele pode alterar seu tratamento para com o homem, dependendo da conduta deste. Deus altera, sim, seus sentimentos, atitudes, atos e intenções, conforme as pessoas agem diante da sua vontade (Êx 32.14; 2 Sm 24.16; Jr 18.7-10; 26.3,13,19; Ez 18.4-28; Jn 3.8-10). O dilúvio foi o castigo divino universal sobre um mundo corrompido, ímpio e impenitente. Pedro refere-se a esse evento histórico para relembrar a seus leitores que Deus outra vez julgará o mundo inteiro no fim dos tempos, mas agora por fogo (2Pe 3.10). Tal julgamento resultou no derramamento da ira de Deus sobre a humanidade ímpia, como nunca houve antes na história. Há um intenso clamor de Deus aos crentes - assim como Ele fez com Noé na antiguidade - para avisarem e instar com os homens para que se arrependam dos seus pecados, e se voltem para Deus por meio de Cristo, e assim sejam salvos.
1. Um novo começo com Noé. Por 150 dias Noé teve sua fé provada, pois ele não tinha a mínima idéia de quando as águas baixariam, nem de quando Deus interviria naquela situação novamente. E então Deus agiu, em virtude do seu amor para com Noé e sua família. Os filhos de Noé repovoam a terra e não demorou muito PA insurgirem outra vez contra o Senhor; o pecado do povo na terra de Sinar foi a ambição de dominar o mundo e dirigir o seu próprio destino, à parte de Deus, através da união política centralizada, poder e grandes conquistas. Esse desígnio era fruto do orgulho e rebeldia contra Deus. Deus frustrou o propósito deles, multiplicando idiomas em seu meio, de tal maneira que não podiam comunicar-se entre si. Nesse tempo, a raça humana deixando a Deus, voltou-se para a idolatria, a feitiçaria e a astrologia (Is 47.12; ver Êx 22.18; Dt 18.10). Deus expõe a verdade a respeito da corrupção e depravação da natureza humana: a tendência ao mal é congênita em cada um, isto é, vem com o nascimento e manifesta-se bem cedo, desde a infância (Rm 3.10-18). [1].
2. A exclusividade dos descendentes de Abraão (Gn 15.5,6). A escolha do povo judeu tinha um fim, que era servir de luz para os gentios (Isaías 49.1-6). Os gentios também estavam incluídos na promessa (Is 2.2-4; Am 9.12; Zc 9.7). A chamada de Abrão conforme a narrativa de Gênesis 12 dá início a um novo capítulo na revelação do AT sobre o propósito divino de redimir e salvar a raça humana. A intenção de Deus era que houvesse um homem que o conhecesse e o servisse e guardasse os seus caminhos. De vital importância na chamada de Abrão foi o propósito de Deus para que ele fosse um líder espiritual em casa e ensinasse a seus filhos o caminho do Senhor. Dessa família surgiria uma nação escolhida, de pessoas que se separassem das práticas ímpias doutras nações, para fazerem a vontade de Deus. Dessa nação viria Jesus Cristo, o Salvador do mundo, o prometido descendente da mulher (ver 3.15; Gl 3.8,16,18) [2]. A eleição dos filhos de Abraão como o povo de Deus fez de Israel a possessão preciosa do próprio Deus (Dt 4.10; Am 3.2; 9.7). Essa eleição trouxe certo orgulho aos israelitas os quais passaram a chamar as demais nações pelo termo pejorativo ‘gôyim’. [O termo ‘gentio’ deriva do termo Latim ‘gens’ (significando ‘clã’ ou um ‘grupo de famílias’) e é muitas vezes usado no plural. Os tradutores bíblicos usaram esta palavra para designar coletivamente os povos e nações distintos do povo Israelita. De acordo com a linguagem do Novo Testamento, ao termo ‘gentio’ se contrapõe ‘judeu’; ou seja, todos os que não eram judeus na época de Jesus e nos tempos apostólicos eram considerados gentios (Is. 49.6; Rm 2.14; 3.29). Parece que já naquele tempo havia algo de pejorativo nessa palavra, visto que a sua definição, segundo os dicionários, é: pagão, idólatra]. Em virtude do rito da circuncisão entre os judeus, os demais povos eram chamados de ‘incircuncisos’, numa evidente atitude de menosprezo. Em todas as sinagogas havia um local separado para os adoradores gentios. Com o mesmo sentido de gentio existe o termo Gôy (pl. gôyim). A escolha de Deus pelo povo judeu tinha um fim, que era servir de luz para os gentios (Is 49.1-6). Os gentios também estavam incluídos na promessa (Is 2.2-4; Am 9.12; Zc 9.7). Segundo comentário de John D. Davis (‘Dicionário da Bíblia’), a atitude dos hebreus faz lembrar a conduta dos brâmanes indianos que não queriam comer junto com os seus patrícios de classe inferior na sociedade, e ainda muito menos com aqueles que eram desclassificados, ou com os estrangeiros. Pedro, instruído pela visão que teve em Jope, rompeu com estas restrições, foi visitar Cornélio, que era gentio e comeu com ele, o que deu motivo a que os cristãos convertidos do judaísmo se escandalizassem (At 10. 28; 11.1vv). Paulo, em pé nos degraus da Torre Antonia, após a grande visão que teve no caminho para Damasco, declarou à multidão que Deus o havia comissionado para pregar aos gentios. Os judeus, ao ouvirem essas palavras, gritaram: ‘Tiremos este homem do mundo porque não convém que ele viva’ (At 22. 21, 22). Em tempos recentes, ambos os termos deixaram de ser bem vistos, preferindo-se muitas vezes usar a expressão ‘não-Judeu’ como substituto. Outras acepções: 1 - Quem segue o paganismo; 2 - Quê ou o que não é civilizado; 3- S. m. Pop. Grande porção de gente; (Dicionário Completo da Língua Portuguesa Folha da Tarde)
SINÓPSE DO TÓPICO (1)
A partir da eleição de Abraão, e sua descendência, as demais nações passaram a chamar-se goyim – gentios.
II. OS GENTIOS NO NOVO TESTAMENTO
O poder transformador da cruz faz surgir uma nova humanidade na qual ‘não pode haver judeu nem grego; nem escravo nem liberto; nem homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus’ (Gl 3.28,29). As boas-novas são que embora possa haver diferenças entre pessoas, gêneros, culturas, raças e nações, o propósito divino final é de levar todos os seres criados à unidade ‘em Cristo’ (Ef 1.10). Todas essas distinções, embora reais, são substituídas pela unidade que temos em Jesus.
1. Nos Evangelhos. O Messias foi enviado para levar a todas as nações os padrões da justiça divina, bem como os divinos princípios da verdade - Sua obra era de natureza missionária. Esta obra do Messias incluiu o concerto da salvação, para judeus e gentios igualmente. Esse novo concerto seria instituído pela morte do Messias (Jr 31.31-34; Hb 8.6-13; 9.15).
2. Nos Atos dos Apóstolos. Por três vezes Pedro recebeu visões de animais ritualmente impuros, e, em cada visão, uma voz celeste insistia para que ele os comesse, violando suas convicções judaicas. Essa tríplice visão tinha a intenção de mostrar a Pedro que Deus não faz acepção de pessoas e que ele deveria acompanhar prontamente os estranhos ao andar de baixo, para a residência de seu mestre gentio. Provavelmente Pedro não teria visitado a casa de Cornélio se Deus não tivesse se dirigido a ele tão diretamente [3].
3. Missão e salvação entre os gentios. Hoje, a humanidade está dividida em três grupos: judeus, gentio e Igreja (1Co 10.32). A salvação dos gentios estava no plano estabelecido por Deus. Portanto, não foi uma improvisação de última hora feita por Jesus e seus apóstolos. A mensagem de Gênesis 12.3: ‘Em ti serão benditas todas as famílias da terra’ era a promessa de Deus para salvar os povos (Gl 3.8), Isso está ainda mais claro no livro de Isaías: ‘As ilhas aguardarão a sua doutrina’ (42.4). Ou: ‘E, no seu nome, os gentios esperarão’, conforme a septuaginta citada em Mt 12.21. Isso também é visto em Os 1.10; 2.23, citado por Paulo em Rm 9.25,26. [4]. Cornélio foi o primeiro gentio a se converter a Cristo, foi nesse episódio que Pedro entendeu que o evangelho era para todas as nações e não apenas para os judeus.
SINÓPSE DO TÓPICO (2)
O Novo Testamento, através dos Evangelhos e dos Atos dos Apóstolos, realça o amor de Deus não somente por Israel, mas por todos os povos.
III. JUDEUS E GENTIOS UNIDOS POR DEUS MEDIANTE A CRUZ
1. A Igreja de Deus. O plano de Deus para a presente era é tirar dentre todas as nações um povo para si, para o seu nome. Esse corpo de Cristo, constituído daqueles que largaram o presente sistema mundano, ora prepara-se na qualidade de noiva de Cristo (Ap 19.7,8). Antes do NT, os gentios foram excluídos da cidadania na comunidade de Israel e eram estrangeiros para as promessas solenes de Deus. Não havia esperança e nenhuma capacidade para conhecer a presença de Deus no mundo. O calvário alcançou os crentes gentios que estavam alijados da presença de Deus e juntou aos judeus formando a Igreja. Não só foram alcançados e incluídos na Igreja como também foram feitos herdeiros com os patriarcas de todas as promessas de Deus. Em Efésios 3.4 Paulo fala do ‘mistério de Cristo’, oculto em Deus durante eras, e que agora se torna conhecido pela revelação dada mediante o Espírito aos apóstolos e profetas. O mistério é o propósito de Deus no sentido de ‘tornar a congregar em Cristo todas as coisas, na dispensação da plenitude dos tempos, tanto as que estão nos céus como as que estão na terra’ (Ef 1.10) e incluir pessoas de todas as nações na promessa da vida eterna e da salvação (Rm 16.25,26; 2Tm 1.1). Dentre os judeus e as nações gentias, Deus criou ‘em Cristo’ um novo povo para Ele mesmo (Mt 16.18; Cl 1.24-28; 1 Pe 2.9,10).
2. Expansão da Igreja entre os gentios. Como resultado das quatro viagens missionárias de Paulo, surgiram as igrejas da Ásia e da Europa. A expansão do evangelho tem em Paulo o maior expoente, suas estratégias missionárias são ainda hoje o modelo para nós. Seu esforço ministerial centralizava-se nas missões. Optou por concentrar seus esforços nas áreas onde o evangelho não tinha sido pregado suficientemente e assim facultou àqueles que não tinham ouvido a oportunidade de aceitarem a Cristo (Rm 15.21).
SINÓPSE DO TÓPICO (3)
Mediante a cruz, judeus e gentios foram feitos um, dando assim origem à Igreja.
CONCLUSÃO
Mediantes a sublime e imperativa expressão do nosso mestre "Ide por todo mundo e fazei discípulos de todas as nações" (Mt. 28.19a), vem sobre nós um peso de responsabilidade, em saber que nosso vizinho, nossa cidade, nosso estado, em fim todos que habitam no planeta necessitam de salvação e somos nós que temos a total imcubência de levá-los Cristo.
FONTE: EBDWEB
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