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segunda-feira, 31 de março de 2014

1ª LIÇÃO DO2º TRIMESTE DE 2014: E DEU DONS AOS HOMENS

 
Texto Base: Rm 12:3-8; 1Co 12:4-7

 
“Pelo que diz: Subindo ao alto, levou cativo o cativeiro e deu dons aos homens” (Ef 4:8)

INTRODUÇÃO

Estamos iniciando mais um trimestre letivo, com um tema bastante relevante para os nossos dias: os Dons Espirituais e Ministeriais. Nunca foi tão necessária à igreja, nestes últimos tempos de sua permanência nesta Terra, a manifestação sobrenatural dos Dons Espirituais e Ministeriais!

Muitos que cristãos dizem ser estão passando por crises medonhas de identidade espiritual, o que tem motivado à frieza espiritual e ao indiferentismo com relação à busca da manifestação do Espirito Santo através dos Dons Espirituais. Pouco se fala hoje em buscar o batismo com Espirito Santo, muito menos em buscar os Dons Espirituais. A frieza tem tomado conta das igrejas de forma gélida e assustadora. A mornidão espiritual tem invadido a maioria das igrejas locais abalando perigosamente os seus pilares sustentadores: a fé, a esperança e o amor. Não somos mais aqueles pentecostais que amedrontavam e abalavam os principados e potestades. A maioria das igrejas está se conformando com o mundo; a maioria das igrejas está mais preocupada em estudar métodos e marketings para aumentar o número de membros, com vistas a alcançar um alvo hoje tão ambicionado: o dinheiro – o deus mamom. Essas igrejas não têm nenhuma moral em pregar contra a igreja de Laodicéia.

Todavia, Deus nunca deixou a sua Igreja sem remanescentes fiéis, nunca! Ainda há aqueles que não se dobraram a mamom, que não se renderam à secularização. Quer saber onde estes estão?  Muitos estão no anonimato, dentro das igrejas. Mas, poderás conhecer boa parte de seu contingente na Escola Bíblia Dominical aos domingos. Junte-se a nós neste trimestre para estudar sobre os Dons Espirituais e Ministeriais. Faça a sua vida espiritual valer a pena! “Assim, também vós, como desejais dons espirituais, procurai sobejar neles, para a edificação da igreja” (1Co 14:12).

I.  OS DONS NA BÍBLIA


1. No Antigo Testamento. No Antigo Testamento, os Dons não estavam à disposição de todo o povo de Deus, como no Novo Testamento. Eles eram concedidos a pessoas especificas, chamadas por Deus para cumprir determinadas missões. É visto na concessão da capacidade para o serviço. Muito parecido com a maneira em que os Dons Espirituais operam no Novo Testamento, o Espírito capacitava certos indivíduos para o serviço. Considere o exemplo de Bezalel em Êxodo 31:2-5, o qual foi dotado para fazer muito do trabalho de arte relacionado com o Tabernáculo. Além disso, recordando a habitação seletiva e temporária do Espírito Santo, vemos que estes indivíduos foram dotados para executar determinadas tarefas, assim como reinar sobre o povo de Israel (por exemplo: Saul, Davi, Sansão, etc).

2. No Novo Testamento. Nesta Nova Aliança, os Dons de Deus estão à disposição de todos aqueles que fazem a Igreja do Senhor Jesus, os quais devem ser usados como ferramentas de trabalho com a finalidade de promover graça, poder e unção à Igreja no exercício de sua missão, de forma que Cristo seja glorificado.

Os Dons estão à disposição da Igreja, mas não são dados como presentes. Não são dados como se dá uma jóia para ser usada como adorno, ou enfeite. Não é, também, uma medalha usada como condecoração para ser exibida no peito, e que só serve para chamar a atenção para a pessoa que a usa. Sendo instrumento de trabalho, usar, ou não usar o Dom, não é uma questão de querer; Deus dá para ser usado!

Vemos a comprovação do que estamos afirmando nas palavras de Jesus, subjacentes nas Parábolas dos Talentos e das Minas(Mt 25:14-30 e Lc 10:11-27). Nem os Talentos, nem as Minas foram dados como presentes aos seus amigos. Foram, na verdade, dados aos servos para que fossem usados de acordo com os interesses do Senhor, o legitimo dono dos Talentos e das Minas. Contudo, um dos servos, ou não entendeu, ou foi negligente, pois, resolveu não trabalhar com o valor recebido – “... cavou na terra, e escondeu o dinheiro do seu senhor”(Mt 25:18). Perceba a expressão “o dinheiro do seu senhor”. Da mesma forma os Dons de Deus não se tornam propriedade daquele que os recebe. São dados para serem usados na Obra de Deus. A negligência, ou dolo pela não utilização, ou pelo uso indevido por parte de quem os recebe resultará em consequências negativas quando o Dono voltar, tal como aconteceu nessas duas Parábolas referidas: Lançai o servo inútil nas trevas exteriores; ali haverá planto e ranger de dentes”(Mt 25:30).

Assim, meu irmão, se você recebeu um, ou mais Dons, eles não lhes foram dados para você exibir sua espiritualidade, mas, para você mostrar serviços na Obra de Deus. Tampouco, você não pode enterrá-los.

II. OS DONS DE SERVIÇO, ESPIRITUAIS E MINISTERIAIS

1. Dons relacionados ao serviço cristão. Os Dons relacionados ao serviço cristão, ou seja, os dons chamados de “serviçais”, “dons de serviço” ou, ainda, “dons espirituais de ministérios práticos”, constantes da relação de Romanos 12:6-8, não se confundem com os Dons Espirituais. Esses Dons se distinguem dos outros Dons ministeriais porque seriam relacionados mais às ações do crente, à prática cristã, não visando o aperfeiçoamento espiritual dos crentes, como ocorre com os outros dons, que denominamos de “Dons Ministeriais”, estes elencados em Ef 4:11.

Os Dons de Serviços são dádivas concedidas para o exercício contínuo dos crentes, mediante ações que gerem boas obras para a glorificação do nome do Senhor (Mt 5:16). Como eu disse, esses dons estão elencados na relação de Romanos 12:6-8, relação, porém, que não é exaustiva de dons desta natureza, vez que, na lista, também, se encontra o dom de profecia, que pode ser considerado ali seja como o Dom Ministerial de profecia, seja como o Dom espiritual de profecia.

A relação de Romanos 12:6-8 envolve sete dons, dentre eles estão seis relacionados ao serviço cristão:

a) Ministério (Rm 12:7). Consiste na disposição, capacidade e poder, dados por Deus, para alguém servir e prestar assistência prática aos membros e aos líderes da igreja, a fim de ajudá-los a cumprir suas responsabilidades para com Deus (cf. At.6:2,3).

b) Ensinar (Rm 12:7). É o dom espiritual de ensinar, tanto na teoria, como na prática; ensinar fazendo; ensinar a fazer e a entender. Não confundir com o ministério de ensino de Efésios 4:11 e Atos 13:1. Este dom é a capacidade e poder, dados por Deus para o crente examinar e estudar a Palavra de Deus, e de esclarecer, expor, defender e proclamar suas verdades, de tal maneira que outras pessoas cresçam em graça e em piedade.

c) Exortar (Rm 12:8). Exortar aqui é como dom: ajudar, assistir, encorajar, incentivar, estimular, animar, consolar, unir pessoas separadas, admoestar. Na vida terrena, temos, sempre, aflições, como nos disse o Senhor Jesus, mas é necessário que tenhamos sempre bom ânimo. Este ânimo é dado pelo Senhor e, portanto, é fundamental que as pessoas a quem o Senhor tem concedido este dom o exercitem, de modo a impedir que os crentes sejam tomados pelo desânimo, em especial nos instantes de aumento da iniquidade como os vividos pela Igreja neste período imediatamente anterior à vinda do Senhor.

d) Repartir (Rm 12:8). O sentido é doar generosamente, oferecer; distribuir aos necessitados sem esperar recompensa ou reconhecimento, movido pelo Espírito. Este dom ocupa-se da benevolência, beneficência, humanitarismo, filantropia, altruísmo.

e) Presidir (Rm 12:8). Aqui, o apóstolo fala-nos do governo na igreja, mostrando que, apesar de Cristo ser a Cabeça da Igreja, Ele constitui servos Seus para presidirem sobre o Seu povo. Mas, “presidir” não é dominar sobre o povo, mas estar à sua frente, ensinando-lhe por onde e para onde deve ir. Por isso, Pedro adverte os presbíteros para que não agissem como se tivessem domínio sobre a herança do Senhor (1Pe 5:3).

f) Exercitar misericórdia (Rm 12:8). É o dom de transformar em ações, em atitudes concretas o bem que desejamos a alguém. Misericórdia é o amor posto em ação, é a bondade tornada em ação concreta. Como diz o apóstolo Tiago, como podemos dizer que amamos alguém se não suprimos as suas necessidades (Tg 2:14-17), pois o amor não é amor de palavras, mas amor de obras (1João 3:16-18).

2. Conhecendo os Dons Espirituais.Assim também vós, já que estais desejosos de dons espirituais, procurai abundar neles para a edificação da igreja”(1Co 14:12).

Os Dons Espirituais são dotações e capacitações sobrenaturais que o Senhor Jesus, por intermédio do Espírito Santo, outorga à sua Igreja, visando a expansão universal da sua obra e a edificação dos santos.

Ao contrário do que pensavam certos crentes de Corinto, os Dons Espirituais, embora diversos, são procedentes do Único e Verdadeiro Deus: “E há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos”(12:6).

Os Dons Espirituais são chamados, no original grego, de "charismata", palavra que significa "graças", ou seja, os Dons Espirituais são favores imerecidos que Deus concede aos homens que estão dispostos a servi-lo.

A verificação do significado da palavra "charismata" é muito importante, pois demonstra, de forma cabal, que os Dons Espirituais são concessões divinas, decorrem do exercício da Sua infinita misericórdia, não havendo, portanto, qualquer merecimento, qualquer mérito por parte daqueles que são aquinhoados pelo Espírito Santo com um Dom Espiritual. O Dom Espiritual é concedido não porque alguém seja mais espiritual ou melhor do que outro, mas em virtude da soberana vontade do Senhor. Quem o diz não somos nós, mas a própria Palavra de Deus: "Mas um só mesmo Espírito opera todas estas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer”(1Co 12:11).

a) Objetivos dos Dons Espirituais. Os Dons Espirituais visam a edificação da igreja – “Assim também vós, já que estais desejosos de dons espirituais, procurai abundar neles para a edificação da igreja”(1Co 14:12).

b) Quantidade de Dons Espirituais. A Bíblia registra vários dons. Só em 1Corintios 12:8-10 Paulo relacionou três grupos de Dons Espirituais, a saber: Três Dons de saber (Palavra de sabedoria, Palavra de ciência - ou conhecimento - e do Discernimento de espíritos); três Dons de fazer (Fé, Cura e Operação de milagres); três Dons de falar (Profecia, Variedade de línguas e Interpretação de línguas). É certo que em nenhuma deles o objetivo de Paulo foi o de quantificar os Dons, ou seja, definir quantos são, mas, o de qualificá-los, ou seja, discorrer sobre o objetivo e o uso correto de cada um.

c) A distribuição dos Dons não é Uniforme. Quando afirmamos que a distribuição dos Dons não é uniforme, estamos dizendo que não existe um método, ou uma regra que o Espírito Santo deva seguir na concessão dos mesmos – “Mas um só e o mesmo Espírito opera todas essas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer”(1Co 12:11). É como Ele quer – ninguém pode estabelecer critérios. Não existe um número mínimo, ou máximo para cada Igreja Local; não existe a obrigatoriedade de cada crente receber pelo menos um, nem um limite máximo para cada pessoa.

d) Existe uma Condição Básica para o uso dos Dons Espirituais. Diríamos que os Dons de natureza Espiritual são destinados aos homens espirituais, ou seja, aqueles que receberam vida espiritual através do Novo Nascimento. As pessoas, lá fora, possuem os Dons Naturais, porém, os Espirituais são destinados à Igreja. Diríamos que a condição para o uso dos Dons Espirituais é a apresentação do corpo “em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus”, ou seja, uma vida colocada no altar, uma vida de consagração a Deus, uma vida de santificação. O Senhor Nosso Deus usa vasos limpos, ou purificados, vasos que não estejam em conformidade com o mundo.

3. Acerca dos Dons Ministeriais. Os Dons ministeriais são tratados como dádivas vindas da parte de Jesus, para o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação da igreja. Não se trata de operações episódicas, de demonstrações esporádicas e temporalmente limitadas, com vistas a um consolo, uma exortação, o suprimento de uma necessidade ou uma instantânea manifestação do poder de Deus para a igreja, mas de uma atividade contínua, no meio do povo de Deus, para que a igreja cumpra com suas tarefas neste mundo, quais sejam, a evangelização e o aperfeiçoamento dos salvos. Ou seja, os Dons Ministeriais são dádivas que são concedidas à Igreja pelo seu Comandante-Chefe, que escolhe, dentre os Seus servos, aqueles que devem coordenar, dirigir e orientar o povo de Deus. Através dos Dons Ministeriais, Cristo concede à Igreja homens que, diuturnamente, estarão servindo ao Corpo de Cristo, que serão, eles mesmos, verdadeiros Dons para a igreja.

a) Identificando os Dons Ministeriais. Os Dons Ministeriais são enumerados em Efésios 4:11 e 1Coríntios 12:28,29, a saber: apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres. São os dons Ministeriais propriamente dito.

b) Objetivos dos Dons Ministeriais. Os Dons Ministeriais são dados para aperfeiçoar ou equipar todos os crentes a fim de poderem servir ao Senhor e então edificarem o “Corpo de Cristo”. O processo é assim: (a) Os Dons equipam os santos; (b) Os santos então servem; (c) O Corpo enfim é edificado.

Conforme Ef 4:14, quando os Dons operam de acordo com a vontade de Deus e os santos são ativos no serviço do Senhor, três perigos são evitados: imaturidade, instabilidade e ingenuidade – “para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo vento de doutrina, pelo engano dos homens que, com astúcia, enganam fraudulosamente”.

- Imaturidade – “... para que não mais sejamos como meninos”.  Há crentes que nunca deixam de ser meninos espirituais, por falta de envolvimento no serviço de Cristo, e também porque não se dedicam à leitura devocional e ao estudo sistemático da Palavra de Deus. São subdesenvolvidos precisamente por falta de exercício nestes pilares. Foi para pessoas assim que o autor da Epístola aos Hebreus disse: ”Quando devíeis ser mestres, atendendo ao tempo decorrido, tendes, novamente, necessidade de alguém que vos ensine de novo”(Hb 5:12).

- Instabilidade – “... inconstantes”. Instabilidade espiritual é um perigo! Cristãos imaturos são susceptíveis a novidades grotescas e modismos transitórios criados por charlatões profissionais. Tornam-se ciganos religiosos, andando de um lado para outro, isto é, inconstantes.

- Ingenuidade – “... levados em roda por todo vento de doutrina, pelo engano dos homens”. O perigo mais sério é a decepção. Os meninos espirituais são inexperientes na palavra da justiça. Suas faculdades não são exercitadas para discernir o bem e o mal (Hb 5:13,14). Encontram inevitavelmente alguém de uma seita falsa que os impressiona com seu zelo e sinceridade aparentes. Por empregar palavras religiosas, acreditam que se trata de um cristão verdadeiro. Se tivessem estudado a Bíblia Sagrada, perceberiam o quanto tal indivíduo joga traiçoeiramente com palavras. Por isso, que o ensino bíblico constante e progressivo, sob a unção de Deus, é indispensável para impedir que os crentes “meninos espirituais” sejam levados por "todo o vento de doutrina" (Ef 4:14).

III. CORINTO: UMA IGREJA PROBLEMÁTICA NA ADMINISTRAÇÃO DOS DONS ESPIRITUAIS (1Co 12:1-11).

Os membros da igreja do Corinto tinham todos os Dons Espirituais de que precisavam para viver a vida cristã, testemunhar a favor de Cristo e posicionar-se contra o paganismo e a imoralidade de Corinto. Mas, em vez de usar o que Deus lhes deu, estavam discutindo a respeito de quais dons eram mais importantes. O simples fato de seus membros possuírem esses dons não era, de per si, sinal de espiritualidade autêntica.

Os cultos da igreja de Corinto eram notadamente pentecostais (1Co 12:13;14). Segundo o apóstolo Paulo, nenhum dom faltava a essa igreja (1Co 1:7). Todas as manifestações espirituais do Espírito Santo tinham lugar ali (1Co 12:4). Havia diversidades de ministérios do Senhor Jesus (1Co 12.5), e diversas operações do próprio Deus (1Co 12:6). No entanto, a desordem no culto de adoração a Deus (1Co 11:17-19) era notória. Os dons eram exercidos para demonstrar status de maturidade e espiritualidade, mas o resultado disso era o oposto: imaturidade e atitudes carnais(1Co 3:1-4). A desordem era tal que o próprio culto tornou-se um entrave para o progresso espiritual dos crentes. Parece que hoje estamos vivendo a síndrome daquela época: muito barulho e pouco fervor espiritual.

Hoje, em muitas igrejas vemos movimentos e agitação sem, contudo, haver espiritualidade. Está muito em voga o “falar em línguas”. Tem pregadores que, no momento da pregação, insistem que todas as pessoas presentes na igreja falem línguas, independentemente de serem ou não batizados com o Espírito Santo - pré-requisito para o dom de línguas. E em obediência ao tal pregador o auditório se agita e se envolve num tremendo barulho, sem nenhuma espiritualidade. Ora, se o objetivo do dom de línguas é a edificação individual do falante, então as línguas não devem ser faladas para que todos ouçam, mas devem fazer parte da devoção individual da pessoa.

Muitos têm confundido barulho com fervor espiritual, esquecendo-se que, nas Escrituras Sagradas, o barulho que chama a atenção da multidão é o da língua estranha enquanto sinal do batismo com o Espírito Santo(1Co 14:22), não enquanto dom espiritual. A inobservância desta regra bíblica somente trará escândalo e prejuízo à causa do Evangelho (1Co 14:23). Será que as pessoas que têm causado barulho intenso nas reuniões da igreja local, que perturbam a reunião, que impedem que as pessoas ouçam a mensagem, em especial as que não são crentes, costumam passar horas em oração, nas madrugadas, falando em línguas com o Senhor? Será que são pessoas que têm efetiva intimidade com Deus ou querem apenas aparecer, nas reuniões, chamando para si uma atenção que deveria estar voltada apenas para o Senhor? Será que têm sido demonstrações do poder de Deus ou instrumentos do adversário para atrapalhar a operação divina em nossas reuniões?

A maioria das vezes o que parece fervor espiritual é apenas sensacionalismo, resultante de motivações e mecanismos externos, que é efêmero. O genuíno fervor espiritual está intimamente vinculado com a maturidade cristã, que não é medida pela quantidade de dons que uma igreja exercita, mas pelo exercício da piedade e da vida cristã consagrada (Ef 4:17-32).

É o caráter do cristão, que chamamos de Fruto do Espírito, que identifica o genuíno cristão. O Fruto do Espírito é gerado pela ação do Espírito Santo, e se desenvolve dentro do “homem interior”; ele passa a fazer parte da personalidade do novo homem. Sendo gerado dentro do homem, o Fruto testifica das qualidades do homem, conforme ensinou o Senhor Jesus: Ou fazei a árvore boa, e o fruto bom, ou fazei a árvore má, e o seu fruto mau; porque pelo fruto se conhece a árvore”(Mt 12:33).

Há crentes que por ter um Dom Espiritual, quase sempre o de profecia, julga-se no direito de ser ouvido e até de dirigir a Igreja, passando por cima do pastor. Igreja não se dirige com os Dons Espirituais. Igreja tem que ser dirigida com a Palavra de Deus. Por isto é preciso conhecê-la. Paulo pensava assim, pois, disse que o neófito, ou novo convertido, não deveria ser separado para o Ministério – “Não neófito, para que, ensoberbecendo-se, não caia na condenação do diabo”(1Tm 3:6). É sabido que o novo convertido, ou neófito, pode receber os Dons Espirituais, mesmo antes do Batismo nas Águas. Isto, contudo, não o credencia para o Ministério. Para o Ministério é necessário amadurecimento espiritual; isto só se consegue através da formação do Fruto do Espírito na vida do homem.

CONCLUSÃO

Os Dons Espirituais e Ministeriais são dádivas divinas para a Igreja hodierna. A atualidade dos Dons espirituais é confirmada pelas Escrituras Sagradas e experiência cristã. Alguns erroneamente afirmam que os Dons foram apenas para a igreja do primeiro século. Mas não há qualquer analogia plausível para sustentar tal absurdo. A experiência pentecostal de incontáveis cristãos, em todas as épocas e lugares, é evidência complementar da atualidade dos Dons conforme a  verdade bíblica.

No uso dos Dons, o crente precisa conscientizar-se de que o Corpo de Cristo é formado por vários membros, com funções diferentes, mas isso não significa que um é mais importante que o outro. Todos têm os seu valor e devem funcionar em harmonia, visando o bem de todos e a glória do Senhor. Amém!

FONTE: EBDWEB

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