Texto Base: Rm 12:3-8; 1Co
12:4-7
“Pelo que diz: Subindo ao
alto, levou cativo o cativeiro e deu dons aos homens” (Ef 4:8)
INTRODUÇÃO
Estamos
iniciando mais um trimestre letivo, com um tema bastante relevante para os
nossos dias: os Dons Espirituais e
Ministeriais. Nunca foi tão necessária à igreja, nestes últimos tempos de
sua permanência nesta Terra, a manifestação sobrenatural dos Dons Espirituais e
Ministeriais!
Muitos
que cristãos dizem ser estão passando por crises medonhas de identidade
espiritual, o que tem motivado à frieza espiritual e ao indiferentismo com
relação à busca da manifestação do Espirito Santo através dos Dons Espirituais.
Pouco se fala hoje em buscar o batismo com Espirito Santo, muito menos em
buscar os Dons Espirituais. A frieza tem tomado conta das igrejas de forma
gélida e assustadora. A mornidão espiritual tem invadido a maioria das igrejas
locais abalando perigosamente os seus pilares sustentadores: a fé, a esperança e
o amor. Não somos mais aqueles pentecostais que amedrontavam e abalavam os
principados e potestades. A maioria das igrejas está se conformando com o
mundo; a maioria das igrejas está mais preocupada em estudar métodos e
marketings para aumentar o número de membros, com vistas a alcançar um alvo
hoje tão ambicionado: o dinheiro – o deus mamom. Essas igrejas não têm nenhuma
moral em pregar contra a igreja de Laodicéia.
Todavia,
Deus nunca deixou a sua Igreja sem remanescentes fiéis, nunca! Ainda há aqueles
que não se dobraram a mamom, que não se renderam à secularização. Quer saber
onde estes estão? Muitos estão no
anonimato, dentro das igrejas. Mas, poderás conhecer boa parte de seu
contingente na Escola Bíblia Dominical aos domingos. Junte-se a nós neste
trimestre para estudar sobre os Dons Espirituais e Ministeriais. Faça a sua
vida espiritual valer a pena! “Assim,
também vós, como desejais dons espirituais, procurai sobejar neles, para a
edificação da igreja” (1Co 14:12).
I. OS DONS NA BÍBLIA
1.
No Antigo Testamento. No Antigo Testamento, os Dons não
estavam à disposição de todo o povo de Deus, como no Novo Testamento. Eles eram
concedidos a pessoas especificas, chamadas por Deus para cumprir determinadas
missões. É visto na concessão da capacidade para o serviço. Muito parecido com
a maneira em que os Dons Espirituais operam no Novo Testamento, o Espírito
capacitava certos indivíduos para o serviço. Considere o exemplo de Bezalel em Êxodo 31:2-5, o qual foi
dotado para fazer muito do trabalho de arte relacionado com o Tabernáculo. Além
disso, recordando a habitação seletiva e temporária do Espírito Santo, vemos
que estes indivíduos foram dotados para executar determinadas tarefas, assim
como reinar sobre o povo de Israel (por exemplo: Saul, Davi, Sansão, etc).
2.
No Novo Testamento. Nesta Nova Aliança, os Dons de Deus estão à
disposição de todos aqueles que fazem a Igreja do Senhor Jesus, os quais devem
ser usados como ferramentas de trabalho com a finalidade de promover graça,
poder e unção à Igreja no exercício de sua missão, de forma que Cristo seja
glorificado.
Os
Dons estão à disposição da Igreja, mas não são dados como presentes. Não são dados como se dá uma jóia para ser usada como
adorno, ou enfeite. Não é, também, uma medalha usada como condecoração
para ser exibida no peito, e que só serve para chamar a atenção para a pessoa
que a usa. Sendo instrumento de trabalho, usar, ou não usar o Dom, não é uma
questão de querer; Deus dá para ser usado!
Vemos a comprovação do que
estamos afirmando nas palavras de Jesus, subjacentes nas Parábolas dos Talentos e das Minas(Mt
25:14-30 e Lc 10:11-27). Nem os Talentos,
nem as Minas foram dados
como presentes aos seus amigos. Foram, na verdade, dados aos servos para que fossem usados de
acordo com os interesses do Senhor, o
legitimo dono dos Talentos e das Minas.
Contudo, um dos servos, ou não entendeu, ou foi negligente, pois,
resolveu não trabalhar com o valor recebido – “... cavou na terra, e escondeu o
dinheiro do seu senhor”(Mt 25:18). Perceba a expressão “o dinheiro do seu senhor”. Da mesma
forma os Dons de Deus não se
tornam propriedade daquele que os recebe. São dados para serem usados na Obra de Deus. A negligência, ou dolo
pela não utilização, ou pelo uso indevido por parte de quem os recebe resultará
em consequências negativas quando o
Dono voltar, tal como aconteceu nessas duas Parábolas referidas: “Lançai
o servo inútil nas trevas exteriores; ali haverá planto e ranger de dentes”(Mt
25:30).
Assim, meu irmão, se você
recebeu um, ou mais Dons, eles
não lhes foram dados para você exibir sua espiritualidade, mas, para você mostrar
serviços na Obra de Deus. Tampouco, você não pode enterrá-los.
II. OS DONS DE SERVIÇO, ESPIRITUAIS E
MINISTERIAIS
1.
Dons relacionados ao serviço cristão. Os Dons
relacionados ao serviço cristão, ou seja, os dons chamados de “serviçais”,
“dons de serviço” ou, ainda, “dons espirituais de ministérios práticos”,
constantes da relação de Romanos 12:6-8, não se confundem com os Dons Espirituais.
Esses Dons se distinguem dos outros Dons ministeriais porque seriam
relacionados mais às ações do crente, à prática cristã, não visando o
aperfeiçoamento espiritual dos crentes, como ocorre com os outros dons, que
denominamos de “Dons Ministeriais”, estes elencados em Ef 4:11.
Os Dons de Serviços são
dádivas concedidas para o exercício
contínuo dos crentes, mediante ações que gerem boas obras para a glorificação
do nome do Senhor (Mt 5:16). Como eu disse, esses dons estão elencados na
relação de Romanos 12:6-8, relação, porém, que não é exaustiva de dons desta
natureza, vez que, na lista, também, se encontra o dom de profecia, que pode
ser considerado ali seja como o Dom Ministerial de profecia, seja como o Dom
espiritual de profecia.
A
relação de Romanos 12:6-8 envolve sete
dons, dentre eles estão seis relacionados
ao serviço cristão:
a)
Ministério (Rm 12:7). Consiste na disposição, capacidade e poder,
dados por Deus, para alguém servir e prestar assistência prática aos membros e
aos líderes da igreja, a fim de ajudá-los a cumprir suas responsabilidades para
com Deus (cf. At.6:2,3).
b)
Ensinar (Rm 12:7). É o dom espiritual de ensinar, tanto na
teoria, como na prática; ensinar fazendo; ensinar a fazer e a entender. Não
confundir com o ministério de ensino de Efésios 4:11 e Atos 13:1. Este dom é a
capacidade e poder, dados por Deus para o crente examinar e estudar a Palavra
de Deus, e de esclarecer, expor, defender e proclamar suas verdades, de tal
maneira que outras pessoas cresçam em graça e em piedade.
c)
Exortar (Rm 12:8). Exortar aqui é como dom: ajudar, assistir, encorajar, incentivar,
estimular, animar, consolar, unir pessoas separadas, admoestar. Na vida
terrena, temos, sempre, aflições, como nos disse o Senhor Jesus, mas é
necessário que tenhamos sempre bom ânimo. Este ânimo é dado pelo Senhor e,
portanto, é fundamental que as pessoas a quem o Senhor tem concedido este dom o
exercitem, de modo a impedir que os crentes sejam tomados pelo desânimo, em
especial nos instantes de aumento da iniquidade como os vividos pela Igreja
neste período imediatamente anterior à vinda do Senhor.
d)
Repartir (Rm 12:8). O sentido é doar generosamente, oferecer;
distribuir aos necessitados sem esperar recompensa ou reconhecimento, movido
pelo Espírito. Este dom ocupa-se da benevolência, beneficência, humanitarismo, filantropia,
altruísmo.
e)
Presidir (Rm 12:8). Aqui, o apóstolo fala-nos do governo na
igreja, mostrando que, apesar de Cristo ser a Cabeça da Igreja, Ele constitui
servos Seus para presidirem sobre o Seu povo. Mas, “presidir” não é dominar
sobre o povo, mas estar à sua frente, ensinando-lhe por onde e para onde deve
ir. Por isso, Pedro adverte os presbíteros para que não agissem como se
tivessem domínio sobre a herança do Senhor (1Pe 5:3).
f)
Exercitar misericórdia (Rm 12:8). É o dom de transformar em
ações, em atitudes concretas o bem que desejamos a alguém. Misericórdia é o
amor posto em ação, é a bondade tornada em ação concreta. Como diz o apóstolo
Tiago, como podemos dizer que amamos alguém se não suprimos as suas
necessidades (Tg 2:14-17), pois o amor não é amor de palavras, mas amor de
obras (1João 3:16-18).
2. Conhecendo os Dons Espirituais. “Assim também vós, já que estais desejosos de
dons espirituais, procurai abundar neles para a edificação da igreja”(1Co
14:12).
Os Dons Espirituais são dotações e capacitações sobrenaturais que
o Senhor Jesus, por intermédio do Espírito Santo, outorga à sua Igreja, visando
a expansão universal da sua obra e a edificação dos santos.
Ao contrário do que pensavam
certos crentes de Corinto, os Dons Espirituais, embora diversos, são
procedentes do Único e Verdadeiro Deus: “E
há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos”(12:6).
Os Dons Espirituais são
chamados, no original grego, de "charismata",
palavra que significa "graças", ou seja, os Dons Espirituais são
favores imerecidos que Deus concede aos homens que estão dispostos a servi-lo.
A verificação do significado da
palavra "charismata" é
muito importante, pois demonstra, de forma cabal, que os Dons Espirituais são
concessões divinas, decorrem do exercício da Sua infinita misericórdia, não
havendo, portanto, qualquer merecimento, qualquer mérito por parte daqueles que
são aquinhoados pelo Espírito Santo com um Dom Espiritual. O Dom Espiritual é
concedido não porque alguém seja mais espiritual ou melhor do que outro, mas em
virtude da soberana vontade do Senhor. Quem o diz não somos nós, mas a própria
Palavra de Deus: "Mas um só mesmo
Espírito opera todas estas coisas, repartindo particularmente a cada um como
quer”(1Co 12:11).
a)
Objetivos dos Dons Espirituais. Os Dons Espirituais visam
a edificação da igreja – “Assim também
vós, já que estais desejosos de dons espirituais, procurai abundar neles para a
edificação da igreja”(1Co 14:12).
b)
Quantidade de Dons Espirituais. A Bíblia registra vários
dons. Só em 1Corintios 12:8-10 Paulo relacionou três grupos de Dons Espirituais, a saber: Três Dons de saber (Palavra de sabedoria, Palavra de ciência - ou
conhecimento - e do Discernimento de espíritos); três Dons de fazer (Fé, Cura e Operação de milagres); três Dons de falar (Profecia, Variedade
de línguas e Interpretação de línguas). É certo que em nenhuma deles o objetivo
de Paulo foi o de quantificar os Dons, ou seja, definir quantos são, mas, o de
qualificá-los, ou seja, discorrer sobre o objetivo e o uso correto de cada um.
c)
A distribuição dos Dons não é Uniforme. Quando afirmamos que a
distribuição dos Dons não é uniforme, estamos dizendo que não existe um método,
ou uma regra que o Espírito Santo deva seguir na concessão dos mesmos – “Mas um só e o mesmo Espírito opera todas
essas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer”(1Co 12:11). É
como Ele quer – ninguém pode estabelecer critérios. Não existe um número
mínimo, ou máximo para cada Igreja Local; não existe a obrigatoriedade de cada
crente receber pelo menos um, nem um limite máximo para cada pessoa.
d)
Existe uma Condição Básica para o uso dos Dons Espirituais.
Diríamos que os Dons de natureza Espiritual são destinados aos homens
espirituais, ou seja, aqueles que receberam vida espiritual através do Novo
Nascimento. As pessoas, lá fora, possuem os Dons Naturais, porém, os
Espirituais são destinados à Igreja. Diríamos que a condição para o uso dos
Dons Espirituais é a apresentação do corpo “em sacrifício vivo, santo e
agradável a Deus”, ou seja, uma vida colocada no altar, uma vida de consagração
a Deus, uma vida de santificação. O Senhor Nosso Deus usa vasos limpos, ou
purificados, vasos que não estejam em conformidade com o mundo.
3. Acerca dos Dons Ministeriais. Os Dons ministeriais são tratados como dádivas vindas da parte
de Jesus, para o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do
ministério, para edificação da igreja. Não se trata de operações episódicas, de
demonstrações esporádicas e temporalmente limitadas, com vistas a um consolo,
uma exortação, o suprimento de uma necessidade ou uma instantânea manifestação
do poder de Deus para a igreja, mas de uma atividade
contínua, no meio do povo de Deus, para que a igreja cumpra com suas
tarefas neste mundo, quais sejam, a evangelização e o aperfeiçoamento dos
salvos. Ou seja, os Dons Ministeriais
são dádivas que são concedidas à Igreja pelo seu Comandante-Chefe, que escolhe,
dentre os Seus servos, aqueles que devem coordenar, dirigir e orientar o povo
de Deus. Através dos Dons Ministeriais, Cristo concede à Igreja homens que,
diuturnamente, estarão servindo ao Corpo de Cristo, que serão, eles mesmos,
verdadeiros Dons para a igreja.
a) Identificando os Dons
Ministeriais. Os Dons Ministeriais são enumerados em Efésios 4:11 e
1Coríntios 12:28,29, a saber: apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres. São os dons Ministeriais propriamente
dito.
b)
Objetivos dos Dons Ministeriais. Os
Dons Ministeriais são dados para aperfeiçoar ou equipar todos os crentes a fim
de poderem servir ao Senhor e então edificarem o “Corpo de Cristo”. O processo
é assim: (a) Os Dons equipam os santos; (b) Os santos então servem; (c) O Corpo
enfim é edificado.
Conforme Ef 4:14, quando os Dons operam de acordo com a vontade de
Deus e os santos são ativos no serviço do Senhor, três perigos são evitados: imaturidade,
instabilidade e ingenuidade – “para que
não sejamos mais meninos inconstantes,
levados em roda por todo vento de
doutrina, pelo engano dos homens que, com astúcia, enganam fraudulosamente”.
- Imaturidade – “... para
que não mais sejamos como meninos”. Há crentes que nunca deixam de ser meninos
espirituais, por falta de envolvimento no serviço de Cristo, e também porque
não se dedicam à leitura devocional e ao estudo sistemático da Palavra de Deus.
São subdesenvolvidos precisamente por falta de exercício nestes pilares. Foi
para pessoas assim que o autor da Epístola aos Hebreus disse: ”Quando devíeis ser mestres, atendendo ao
tempo decorrido, tendes, novamente, necessidade de alguém que vos ensine de novo”(Hb
5:12).
- Instabilidade – “... inconstantes”. Instabilidade espiritual é um perigo! Cristãos imaturos são
susceptíveis a novidades grotescas e modismos transitórios criados por
charlatões profissionais. Tornam-se ciganos religiosos, andando de um lado para
outro, isto é, inconstantes.
- Ingenuidade – “... levados em roda por todo vento de doutrina,
pelo engano dos homens”. O perigo mais sério é a decepção. Os meninos espirituais são
inexperientes na palavra da justiça. Suas faculdades não são exercitadas para
discernir o bem e o mal (Hb 5:13,14). Encontram inevitavelmente alguém de uma
seita falsa que os impressiona com seu zelo e sinceridade aparentes. Por
empregar palavras religiosas, acreditam que se trata de um cristão verdadeiro.
Se tivessem estudado a Bíblia Sagrada, perceberiam o quanto tal indivíduo joga
traiçoeiramente com palavras. Por isso, que o ensino bíblico constante e
progressivo, sob a unção de Deus, é indispensável para impedir que os crentes
“meninos espirituais” sejam levados por "todo o vento de doutrina"
(Ef 4:14).
III. CORINTO: UMA IGREJA PROBLEMÁTICA
NA ADMINISTRAÇÃO DOS DONS ESPIRITUAIS (1Co 12:1-11).
Os membros da igreja do Corinto tinham todos os Dons Espirituais
de que precisavam para viver a vida cristã, testemunhar a favor de Cristo e
posicionar-se contra o paganismo e a imoralidade de Corinto. Mas, em vez de
usar o que Deus lhes deu, estavam discutindo a respeito de quais dons eram mais
importantes. O simples fato de seus membros possuírem esses dons não era, de
per si, sinal de espiritualidade autêntica.
Os cultos da igreja de Corinto
eram notadamente pentecostais (1Co 12:13;14). Segundo o apóstolo Paulo, nenhum
dom faltava a essa igreja (1Co 1:7). Todas as manifestações espirituais do
Espírito Santo tinham lugar ali (1Co 12:4). Havia diversidades de ministérios
do Senhor Jesus (1Co 12.5), e diversas operações do próprio Deus (1Co 12:6). No
entanto, a desordem no culto de adoração a Deus (1Co 11:17-19) era notória. Os
dons eram exercidos para demonstrar status de maturidade e espiritualidade, mas
o resultado disso era o oposto: imaturidade e atitudes carnais(1Co 3:1-4). A
desordem era tal que o próprio culto tornou-se um entrave para o progresso
espiritual dos crentes. Parece que hoje estamos vivendo a síndrome daquela época:
muito barulho e pouco fervor espiritual.
Hoje,
em muitas igrejas vemos movimentos e agitação sem, contudo, haver
espiritualidade. Está muito em voga o “falar em línguas”.
Tem pregadores que, no momento da pregação, insistem que todas as pessoas
presentes na igreja falem línguas, independentemente de serem ou não batizados
com o Espírito Santo - pré-requisito para o dom de línguas. E em obediência ao
tal pregador o auditório se agita e se envolve num tremendo barulho, sem
nenhuma espiritualidade. Ora, se o
objetivo do dom de línguas é a edificação individual do falante, então as
línguas não devem ser faladas para que todos ouçam, mas devem fazer parte da
devoção individual da pessoa.
Muitos
têm confundido barulho com fervor espiritual, esquecendo-se que,
nas Escrituras Sagradas, o barulho que chama a atenção da multidão é o da
língua estranha enquanto sinal do batismo com o Espírito Santo(1Co 14:22), não
enquanto dom espiritual. A inobservância desta regra bíblica somente trará escândalo e prejuízo à causa do
Evangelho (1Co 14:23). Será que as pessoas que têm causado barulho
intenso nas reuniões da igreja local, que perturbam a reunião, que impedem que
as pessoas ouçam a mensagem, em especial as que não são crentes, costumam
passar horas em oração, nas madrugadas, falando em línguas com o Senhor? Será
que são pessoas que têm efetiva intimidade com Deus ou querem apenas aparecer,
nas reuniões, chamando para si uma atenção que deveria estar voltada apenas
para o Senhor? Será que têm sido demonstrações do poder de Deus ou instrumentos
do adversário para atrapalhar a operação divina em nossas reuniões?
A maioria das vezes o
que parece fervor espiritual é apenas sensacionalismo, resultante de motivações
e mecanismos externos, que é efêmero. O genuíno fervor espiritual está
intimamente vinculado com a maturidade cristã, que não é medida pela quantidade
de dons que uma igreja exercita, mas pelo exercício da piedade e da vida cristã
consagrada (Ef 4:17-32).
É o caráter do cristão,
que chamamos de Fruto do Espírito, que identifica o genuíno cristão. O Fruto do Espírito é gerado
pela ação do Espírito Santo, e se desenvolve dentro do “homem interior”; ele
passa a fazer parte da personalidade do novo homem. Sendo gerado dentro do
homem, o Fruto testifica das qualidades do homem, conforme ensinou o
Senhor Jesus: “Ou fazei a árvore boa, e o fruto bom, ou
fazei a árvore má, e o seu fruto mau; porque pelo fruto se conhece a árvore”(Mt
12:33).
Há
crentes que por ter um Dom Espiritual, quase
sempre o de profecia, julga-se no direito de ser ouvido e até de dirigir a
Igreja, passando por cima do pastor. Igreja não se dirige com
os Dons Espirituais. Igreja tem que ser dirigida com a Palavra de Deus. Por
isto é preciso conhecê-la. Paulo pensava assim, pois, disse que o neófito, ou novo
convertido, não deveria ser separado para o Ministério – “Não neófito,
para que, ensoberbecendo-se, não caia na condenação do diabo”(1Tm 3:6).
É sabido que o novo convertido, ou neófito, pode receber os Dons Espirituais,
mesmo antes do Batismo nas Águas. Isto, contudo, não o credencia para o
Ministério. Para o Ministério é necessário amadurecimento espiritual; isto só
se consegue através da formação do Fruto do Espírito na vida do homem.
CONCLUSÃO
Os Dons Espirituais e Ministeriais são dádivas divinas para a Igreja
hodierna. A atualidade dos Dons espirituais é confirmada pelas Escrituras Sagradas e experiência
cristã. Alguns erroneamente afirmam que os Dons foram apenas para a
igreja do primeiro século. Mas não há qualquer analogia plausível para sustentar tal absurdo. A
experiência pentecostal de incontáveis cristãos, em todas as épocas e lugares,
é evidência complementar da atualidade dos Dons conforme a verdade bíblica.
No uso dos Dons, o crente precisa conscientizar-se de que o Corpo de Cristo é formado por vários membros, com funções diferentes, mas isso não significa que um é mais importante que o outro. Todos têm os seu valor e devem funcionar em harmonia, visando o bem de todos e a glória do Senhor. Amém!
FONTE: EBDWEB
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